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Leticia Clara Ferreira de Pinho Paula

UNIDADE III

A escola e a educação, seus sujeitos e seus processos: temas e


abordagens contemporâneos da Sociologia da Educação.

Fase contemporânea
Foi marcada por abordagens micro sociológicas e explosão do objeto.
Pautas priorizadas: Infância; Juventude; Currículo; Trajetórias; Relação com
saber; Efeito-escola-professor; Profissão docente etc.
Foco nas trajetórias escolares.
Interações em sala de aula e o sentido do aprender e da escola
Desigualdades sociais e desigualdades sociais.
A posição social do individuo está diretamente atrelada à sua escolaridade.

Gênero, sexualidade e educação: notas para uma “Epistemologia”

César, Maria Rita de Assis.

Em 1933 foi fundado o Círculo Brasileiro de Educação Sexual,


educadores defendiam a necessidade da educação sexual para a higiene dos
jovens.
Já em 1960 houve uma “renovação pedagógica”. Segundo a autora, as
críticas sociológicas sobre o sistema escolar começaram a ser colocadas em
práticas em escolas experimentais.
No entanto, no início da ditadura foi proibido que professores ensinassem
sobre sexualidade e contracepção nas escolas.
Através desse contexto, a educação sexual foi posta como um dos marcos
de resistência e luta pela democratização do país.
Escolas que se opunham a esse decreto eram vistas como lugares de
resistência.
A epidemia do HIV teve enorme impacto na educação sexual, nos anos
90, a escola foi considerada um lugar fundamental para a propagação da
informação sobre o “sexo seguro”.
O conceito de sexualidade nasceu como uma separação entre a
normalidade e anormalidade. Onde a normalidade estava em casais e
heterossexuais e a anormalidade em gays, lésbicas, travestis e transexuais.
Onde estariam as promessas de mudanças no sistema escolar?
François, Dubet.
O sistema escolar é responsável por reproduzir as desigualdades já
existentes fora sendo também responsável por criar novas camadas
alimentando, portanto, as mesmas.
O texto analisa as condições externas e dentro de sala, para o
sucesso, ou “fracasso”, do aluno.
Coloca em perspectiva a atuação do professor e como sua disposição e
talento influencia na construção escolar daquele indivíduo. Mas não só, pois até
mesmo a influência do professor advém do espaço que ele habita, das condições
que ele possui e das regras escolares de cada instituição.
O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição.
Charlot, Bernard.
O texto fala sobre sobre as condições educacionais do professor
Brasileiro, diz respeito ao que é esperado do docente. É retirado dele a condição
de ser para além da sala de aula, como se o mesmo fosse unicamente sua
profissão. Abrange o conceito de professor herói e o professor vítima.
Traz também a perspectiva perante a escola, em que a mesma macro
estruturalmente não influência na manutenção das desigualdades, ele da como
exemplo os jovens de classe média que, diferente dos jovens de classes
populares que saem da escola para trabalhar ou por não veem possibilidade de
ascensão nela, permanecem nas escolas cumprindo aquilo que já era destinado
a eles.
A partir dos anos 60, a escola passou a ser utilizada como um veículo
econômico e social
essa mudança proporcionou o ingresso de alunos de classes mais pobres no
sistema de ensino escolar.
O contexto escolar do jovem acarreta veemente em seu futuro
profissional, desde então é ainda mais valorizado o diploma, sendo ele um
medidor de valor social.
A variedade de jovens ingressos na escola, abala ainda mais as condições
profissionais dos docentes, pois cresce a quantidade de trabalho, a pressão
externa vindo do Estado, dos pais e até mesmo das escolas. No entanto, as
condições de trabalho, o salário, a qualidade do ensino e da escola, permanecem
do mesmo jeito.
Sendo então, colocados em uma perspectiva de professor herói e
professor vítima, o professor passa a sofrer do mesmo discurso meritocrático
enfrentado pelos discentes, onde seu sucesso é fruto de seu próprio esforço, o
“quem quer pode”.
Mas o pode, na realidade significa enfrentar jornadas excessivas, assumir a
postura de herói, como diz Charlot.
A contradição é posta a partir dos descontentamentos e reivindicações
desses mesmos profissionais, que ficam então caracterizados como vítimas.
Aqueles que não respondem ao idealizado socialmente é então visto
como incapazes, sendo donos do seu próprio fracasso.
Muito prazer travestis e transexuais de Juiz de Fora
Esse documentário conta com entrevistas de 13 mulheres transexuais e
travestis, onde elas contam sobre o processo de descobrimento até sua
transição.
A maioria das entrevistadas relatam suas dificuldades no período da escola,
perante os alunos e mais ainda à direção escolar e alguns professores.
Muitas contam que largaram a escola, não sabiam na época ao certo o porquê
odiavam a escola, mas hoje entendem que era devido ao preconceito.
Situação em que a diretora disse à aluna que ela não poderia entrar com roupas
femininas.
Marginalização e invisibilidade.
As famílias muitas vezes procuravam doenças como explicação desse
“comportamento”
Processo muitas vezes solitário.
O que entendi desta unidade:
Essa unidade, diante dos conteúdos disponibilizados e discutidos em sala,
proporcionou uma visão mais intima sobre os desdobramentos de trajetórias
escolares. Aquelas planejadas com apoio e capital familiar e aquelas que não
dispuseram do mesmo planejamento e de forma oportuna e aleatória fez com
que os alunos obtivessem sucesso. As desigualdades econômicas e culturais
são fatores determinantes no sucesso escolar do aluno.

Nos textos lidos podemos ver a facilidade do indivíduo que desde cedo é
colocado na posição de estudante chegar em uma universidade pública.

Fala sobre possíveis causas das evasões escolares ou a não busca por
um ensino superior, como as dificuldades enfrentadas por aqueles que não
possuíam e não podiam possuir o mesmo apoio familiar e dedicação completa.

A unidade debate sobre o papel da escola na manutenção das


desigualdades. Os alunos de camadas mais pobres que chegam à universidade
são utilizados como expiatórios a favor de uma meritocracia inexistente.

Foi apresentado extremidades no âmbito escolar, o discurso meritocrático


fortemente existente na educação, afeta tanto os discentes quanto os docentes.
Para ambos, é esperado dedicação total, no estudo e/ou na profissão.

O professor é posto como o principal motor para o sucesso do aluno, a


discussão feita em sala a respeito disso me lembrou um filme que vi na matéria
de didática, logo em seguida um texto que falava sobre o professor herói, e a
problemática desse atributo.

As idealizações hollywoodianas do que é ser professor nada se


assemelha com a realidade, muito menos com a realidade do professor
brasileiro, essa romantização do docente alimenta a pressão posta sobre eles.
É esperado dedicação total desses profissionais, retira-se sua posição de
indivíduo para além da sala de aula. O professor sofre com a pressão externa –
fora do ambiente escolar quanto dentro –.

REFERÊNCIAS:
Tânia Resende, Professora da disciplina Sociologia da Educação. Introdução à
Unidade III e ao estudo de Trajetórias Escolares
CÉSAR, Maria Rita de Assis. Gênero, sexualidade e educação: notas para uma
“Epistemologia”.
Onde estariam as promessas de mudanças no sistema escolar?
FRANÇOIS, Dubet.
O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição.
CHARLOT, Bernard.
Tânia Resende, Professora da disciplina Sociologia da Educação. Videoaula
gravada em 2020, durante o ERE. Sugestão para preparar a leitura da
bibliografia e a participação na aula do dia 15.
Muito prazer: travestis e transexuais de Juiz de Fora - parte 1 de 3.
https://youtu.be/r-Ru9A_r3Vw

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