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AS TEORIAS CURRICULARES
O objetivo deste artigo é propor uma análise do filme “Escritores da Liberdade” (2007)
produção norte americana, buscando identificar as teorias curriculares envolvidas na prática dos
docentes, a partir das categorias: função da escola, conhecimentos, relações de poder, organização
curricular, postura do professor, aluno, relação professor e aluno, cultura, diversidade e o espaço
físico escolar. E a partir disso discutir sobre a escola que temos e a escola que queremos.
Na visão de escolas tradicionais, o aluno é o objeto do ensino, cabe a ele somente ouvir,
memorizar e reproduzir aquilo que foi estudado em sala de aula, tendo um comportamento
adequado, quieto e submisso e só se posicionando se for solicitado. A relação professor e aluno é
vertical, este mantém um distanciamento do educando, detendo o poder decisório quanto a
metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula, etc.
As relações de poder, dentro da escola, se apresentam de maneira hierárquica em “Escritores
da Liberdade”. O professor é o detentor do saber, e ainda encontramos as salas dos alunos
avançados, ou seja, a sala dos melhores. Mas esta não é a verdade vivenciada na sala da professora
Gruwell, formada por alunos infratores que vieram do reformatório e considerados casos perdidos, a
educadora se mostra construtivista na relação professor e aluno, aberta ao ponto de vista do
educando, propiciando uma troca de conhecimentos e reflexão dos conteúdos, criando desta forma
uma relação horizontal que mostra uma docente empenhada na prática transformadora, que busca
desmitificar e questionar, junto com os alunos, esta não é uma professora autoritária que obriga os
alunos a tirarem os capuzes quando entram em sala, ou proíbe que a aluna folheie uma revista em
sua aula, procura ser mais como uma mediadora, orientadora do conhecimento entre os educandos e
preocupando-se com a formação de um vinculo afetivo.
Outro aspecto percebido, que reforça a teoria critica, é a configuração da sala de aula, as
carteiras não estão posicionadas em fileiras umas atrás das outras, onde os alunos ficam de frente
para a professora e de costas uns para os outros, mas a sala é dividida em dois grupos, formando um
corredor no centro, onde a professora se movimenta e os alunos ficam de frente uns para os outros.
A prática docente exercida por determinados professores tradicionais, demonstra ser inútil
para a vida dos educandos, pois não aborda elementos de suas realidades nem de seus interesses. A
rigidez autoritária do educador e a falta de flexibilização curricular levam a indisciplina na sala de
aula e o distanciamento afetivo do aluno para com o professor.
Nas últimas décadas escolas estão aderindo a teoria crítica curricular, onde o objetivo é
formar indivíduos críticos e reflexivos dentro da sociedade, a partir das linhas construtivistas e
interacionaistas.
A escola que queremos promover é aquela pautada na formação de um sujeito ativo e atuante,
lutando pelos seus ideais e buscando uma formação melhor dentro da sociedade, a partir da teoria
critica. A escola é o local que leva o aluno a refletir sobre a diversidade cultural, promovendo o
respeito mutuo e a igualdade entre todos os cidadãos, faz questionar os padrões sociais e políticos
que formam o nosso país.
Para chegarmos à escola que queremos é preciso deixar de lado o preconceito, comodismo e o
medo da mudança, ter a iniciativa de formar uma escola disposta a mudar a sociedade, voltada com
o olhar para emancipação do indivíduo, uma escola que vai além das experiências dos educando
dentro de suas aprendizagens.