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A obra apresenta-se quase como um diário pedagógico, e surpreende por sua narrativa
que espelha a realidade de muitas instituições brasileiras. Em um cenário onde a diversidade
e a igualdade têm sido pautas cada vez mais urgentes, essa obra ressalta a necessidade de uma
formação pedagógica que vá além dos aspectos técnicos, capacitando os educadores a
promoverem mudanças significativas na educação.
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Graduanda em Letras - Língua Inglesa na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o e-mail
drieledesouza16@gmail.com.
assumir um papel ativo na promoção da igualdade racial, de gênero e da inclusão em sala de
aula.
Em seus relatos, a autora faz referências a teóricos renomados como Paulo Freire, bell
hooks, Boaventura Sousa Santos, Kabengele Munanga, Chimamanda Ngozi Adichie e Nilma
Lino Gomes. Ela utiliza as ideias desses autores para embasar suas reflexões e reforçar a
importância de uma educação que respeite a individualidade dos alunos, combata o racismo,
valorize a diversidade e estimule a empatia.
Dificuldades aparecem - algo que é inevitável - especialmente em turmas que não se
comprometem com o que se é proposto, mas a professora insiste na educação e encontra
alternativas plausíveis para cativar turmas.
Como professora de História, Tolentino demonstra que essas questões vão além do
currículo tradicional, ressignificando o significado dos conteúdos. Ela busca tornar o distante
algo presente na realidade dos estudantes. Ao compreender as dificuldades enfrentadas pela
comunidade escolar na periferia de Belo Horizonte e região metropolitana, a autora redefine o
propósito da educação.
A autora deixa uma curta, mas impactante mensagem de esperança no final do livro,
que se apresenta de forma genuína na fala de um aluno, e nas palavras que se sucedem sobre
os desejos da autora para 2018. É notável o impacto que professores que se habilitam a
incluir, ensinar e a aprender tem com os alunos, a escola é um ambiente a qual a vida se
estende, é um espaço que deve abraçar a diversidade e acolher aquela parcela da sociedade
que se manteve invisível aos olhos daqueles que deveriam ser responsáveis por ela.