Como são trabalhadas as diferenças culturais na escola e sala de aula
A partir do texto de referência “Educação Intercultural” é possível perceber qual
o tratamento e visão de mundo de um grupo de professores em relação a temática da educação e ensino dos mapuches. Um dos professores coloca a ideia de que o papel do professor é eliminar as atitudes discriminatórias que os mapuches se colocam frente aos chilenos oferecendo-lhes as mesmas condições de acesso ao saber no intuito de combater uma mentalidade separatista. Aqui o professor tem razão quando tenta acabar com a discriminação e com a divisão entre os povos, buscando uma tentativa de igualdade, entretanto é perigosa a ideia de tentar igualar sem entender que os povos indígenas no geral tem direito a uma educação intercultural, bilíngue, multilíngue, comunitária e específica, o que deve ser observado com bastante cuidado. É um pouco do que a professora Fresia chama atenção quando diz que é necessário aprofundar a própria cultura, convidando o mapuche a conhecer tanto a cultura chilena quanto respeitando a sua própria identidade (no caso abertura a duas culturas). O que acaba sendo uma ideia interessante porque é um convite ao diálogo de culturas, nas quais interagimos e trocamos experiências sem perdemos a essência, a originalidade. A professora Ana vai dizer que tudo isso é clichê e que na prática as crianças não fazem essas separações, o que é perigoso visto que desde cedo é possível perceber no ambiente escolar atitudes discriminatórias, bullying e estereótipos que são reproduzidos no cotidiano. O professor Esteban traz uma reflexão pertinente ao pedir que não se confunda reconhecer a diferença com o tratar diferente, cada cultura tem o seu valor e essa deve ser fortalecida. E aqui vale ressaltar que as comparações geralmente resultam em desigualdades, nas quais são criadas hierarquias e onde uma pessoa para se afirmar menospreza a outra. E o texto traz algo importante dito por Fresia quando afirma que aprendeu com o “homem da montanha”, uma sabedoria do respeito a natureza e realmente a educação precisa dessa troca de saberes, o professor não é o detentor do conhecimento que transmitirá a sua cultura e sua visão de mundo como verdade absoluta, mas o mediador que também aprende com seus alunos e mergulha em sua cultura e se enriquece.
A educação intercultural é um desafio, é preciso preparo e formação humana
para o professor, para a escola, qualificando-se para o relacionamento com a diversidade em seu amplo sentido (cultural, sexual, religioso, entre outros) e como ressalta Fresia é também papel do Estado e de seus órgãos com políticas públicas que atendam essa temática e aqui vale complementar o pensamento da professora dizendo que a própria sociedade precisa se abrir para a tolerância, a compreensão e o respeito às diferenças e a diversidade, visto que a escola requer essa interação, mas como diz Esteban é também para além desses muros que o diferente será colocado em xeque.