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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título:Diversidade Cultural: novas práticas pedagógicas

Autor: Cecilia Vilela Corrêa


Disciplina/Área: Pedagogia

Escola de Implementação Colégio Estadual “Benedita Rosa Rezende”


doProjeto e sua localização: AvenidaRobert Kock,377
Município da escola: Londrina
Núcleo Regional de Educação: Londrina
Professor Orientador: Sandra Aparecida Pires Franco
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar: História, Língua Portuguesa, Sociologia, Filosofia, Geografia

Resumo: O desafio maior desta produção didática é fazer uma


reflexão com os professores a respeito da Diversidade
Cultural e seus conflitos no ambiente escolar e novas
práticas pedagógicas que visem diminuir a desigualdade
social, a fim de que os alunos possam ter uma formação
escolar mais justa, igualitária e de qualidade. A diversidade
está presente em nosso cotidiano pessoal e escolar. Saber
conviver com o outro, fazer o exercício da tolerância e
aprender a olhar o outro com um olhar diferente é um dos
maiores desafios da nossa sociedade moderna. Apesar de a
diversidade sempre ter existido, ela é mais evidente nos dias
de hoje em que se cultua o ter e não o ser, numa
coletividade capitalista. É nesse contexto que a escola tem
seu papel fundamental de não reproduzir as ideologias
postas pela sociedade. Trabalhar com conteúdos
articulados torna-se alvo de grande desafio. Esta produção
pedagógica é resultado de pesquisa bibliográfica sobre a
diversidade cultural, desigualdade social, cultura, currículo e
novas ações pedagógicas. Para elucidar nossa temática
serão utilizados textos informativos, vídeos, músicas,
dinâmicas de grupo, trabalhos individuais, coletivos e
elaboração e aplicação do modelo de planejamento
baseados no método gaspariano.
Palavras-chave: Ações pedagógicas, currículo, diversidade cultural.

Formato do Material Didático: Caderno Temático


Público: Professores do Ensino Fundamental e Médio
APRESENTAÇÃO

Essa produção didático-pedagógica traz um caderno pedagógico para


subsidiar uma intervenção pedagógica na escola junto aos professores do Colégio
Estadual “Benedita Rosa Rezende”, situado na cidade de Londrina, estado do
Paraná. Tem como título Diversidade Cultural: Novas práticas pedagógicas.
O trabalho de intervenção será realizado em oito (8) encontros presenciais,
com duração de quatro (4) horas cada um, num total de trinta e duas (32) horas,
sendo distribuídos em sete unidades e um espaço de tempo para aplicação de
atividades pelos participantes, seguindo a proposta de projeto docente de embasada
na Pedagogia Histórico-crítica.
A apresentação do trabalho será realizada por unidades temáticas, em que
professores terão contato com materiais variados e atividades que os levem a
pensar sobre o tema proposto.
Segundo Saviani e Duarte (2012 p.2-3):
O acesso ao conhecimento dá-se de maneira profundamente desigual e
seletiva, porém, tudo camuflado pelo discurso de respeito às diferenças
culturais, pelo fetichismo da democratização do acesso ao conhecimento e
pela subordinação dos objetivos da educação escolar a uma lógica de
permanente esforço do indivíduo para se adaptar às mudanças constantes
das condições de vida e de trabalho, normalmente no sentido da
precarização.

Assim posto, é necessário que a escola pare de reproduzir o que o sistema


capitalista quer e que a burguesia insiste em manter para a sua perpetuação,
dificultando o crescimento total do sujeito, fragmentando-o.
Partindo da premissa que a aprendizagem é que impulsiona o homem no seu
desenvolvimento e o torna sujeito como ser social e histórico, e de acordo com
Vigotski (2000, p.67) “[...] o movimento real do processo de desenvolvimento infantil
não se realiza do individual para o socializado, mas do social para o individual”, o
conhecimento é construído num processo histórico e dialético.
Para uma educação plena, justa e igualitária, a escola precisa sair da forma
reprodutora dos conteúdos, por vezes insatisfatórios, sem sentido real,
desconectados da realidade vivenciada dos educandos.
Saviani (2005, p.14-15) postula que “[...] a escola é uma instituição cujo papel
consiste na socialização do saber sistematizado [...] é a exigência da apropriação do
conhecimento sistematizado por parte das novas gerações que torna necessária a
existência da escola”. Esta escola tem por necessidade romper com paradigmas da
desigualdade social que vem desastrosamente comprometendo o crescimento do
sujeito na sociedade em que está inserido.
Quando numa sociedade a desigualdade social se torna tão explícita, reflete
imensa e diretamente na qualidade da aplicação dos métodos de ensino a
determinadas camadas da população e nas condições físicas e estruturais, gerando
uma diminuição no aprendizado e na qualidade de transmissão dos mesmos. Nesse
sentido, pode-se verificar que educadores e educandos podem sofrer com estes
desvarios sociais.
Várias vertentes educacionais chegaram à conclusão óbvia que o que se
apresenta não pode e não deve ter continuidade. Chegamos a um determinado
espaço histórico em que não há mais como tolerar estas desigualdades sem lutar
por uma mudança. O homem é um ser diverso por natureza. A diversidade faz parte
do acontecer humano. De acordo com Elvira de Souza Lima (2006, p.17):

A diversidade é norma da espécie humana: seres humanos são diversos em


suas experiências culturais, são únicas em suas personalidades e são
também diversos em suas formas de perceber o mundo. Seres humanos
apresentam ainda diversidade biológica... Como toda forma de diversidade
hoje é percebida na escola há a demanda óbvia, por um currículo que
atenda essa universalidade.

Tais diferenças necessitam ser vistas como um meio de transformação, ao


invés de serem vistas como obstáculos, dificuldades. Cabe à escola observar seus
alunos, seu entorno social e, partindo dessa premissa, planejar-se quanto às formas
de atender aos diferentes modos de vida e aprendizagem, colaborando para a
formação mais ampla dos indivíduos.
A Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural (2009) preconiza que “A
diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que
caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade”. A
diversidade se apresenta entre as próprias etnias, culturas, linguagens, religiões,
sexualidade e podemos dizer que não somos apenas um mosaico, mas sim seres de
diversos contextos convivendo num imenso contexto.
Nas últimas décadas, o tema diversidade tem trazido muitas discussões em
torno da educação de modo intenso. Profissionais de ensino e acadêmicos têm se
manifestado a favor de uma educação voltada para a promoção dos direitos
humanos, vislumbrando um ensino plural, antirracista, democrático, buscando
minimizar as diferenças existentes na nossa sociedade. Gomes (2008, p.17-18)
questiona:
Como a educação escolar pode se manter distante da discussão da
diversidade se a mesma se faz presente no cotidiano escolar (universo
escolar) por meio da presença de professores/as e alunos/as dos mais
diferentes pertencimentos étnico-raciais, idade, culturas? Qual a dimensão
sociocultural da escola?

Considerando que tudo remete ao contexto das relações sociais, é evidente


que discutir diversidade no espaço escolar possibilitará a compreensão de que a
partir do momento das discussões e percepções reais sobre a diversidade, os
sujeitos podem sair do conformismo e buscar condições mais justas “[...] rompendo
com práticas seletivas, fragmentadas, corporativistas, sexistas e racistas existentes”
(GOMES, 2002, p.20).
Para tanto, “[...] é preciso desconstruir, pluralizar, ressignificar, reinventar
identidades e subjetividades, saberes, valores e convicções, horizontes de sentidos.
Somos obrigados a assumir o múltiplo, o plural, o diferente, o híbrido, na sociedade
como um todo (CANDAU, 2005, p.19)”.
Nesse sentido, cabe à escola, com urgência mudar seu modelo monocultural
e assumir uma proposta pluricultural para melhor atender as necessidades da
sociedade e dos sujeitos nela inseridos.
Importa ainda buscar um currículo mais adequado, pertinente e enriquecedor,
estar mais articulada para poder trabalhar melhor com os conflitos e desafios
existentes em sala de aula e no espaço escolar como um todo, para que se possa
fazer a vida dos sujeitos mais significativa e também a instituição escolar.
Assim, o presente caderno pedagógico objetiva provocar um debate em torno
da diversidade cultural, no currículo e nas ações pedagógicas, a fim de que os
professores possam se apropriar e aplicar a temática diversidade cultural na sua
prática pedagógica, tornando-a mais significativa para os alunos.
UNIDADE I – CONHECENDO O PROJETO

PARA COMEÇO DE CONVERSA...

Este trabalho aponta a necessidade de se perceber a importância da escola


na formação de um sujeito crítico, a fim de que o mesmo possa obter uma educação
plena e igualitária, em que as desigualdades sociais e a diversidade cultural se
façam presentes, levando-nos a entender que o que se está posto em termos de
educação necessita de mudanças.
Para ampliar a compreensão acerca do conceito de Diversidade Cultural
apresentaremos dois textos sobre o assunto, a fim de que se possa perceber o
quanto somos diversos e o quanto devemos respeitar essas diferenças.

Do ponto de vista cultural, a diversidade pode ser entendida como: A construção


histórica, cultural e social das diferenças. A construção das diferenças ultrapassa as
características biológicas, observáveis a olho nu. As diferenças são também construídas
pelos sujeitos sociais ao longo do processo histórico e cultural, nos processos de adaptação
do homem e da mulher ao meio social e contexto das relações de poder.
[...]
O ser humano se constitui por meio de um processo complexo: somos ao mesmo
tempo semelhantes (enquanto gênero humano) e muito diferentes (enquanto forma de
realização do humano ao longo da história e da cultura).
[...]
O nosso grande desafio está em desenvolver uma postura ética de não hierarquizada
as diferenças e entender que nenhum grupo humano e social é melhor ou pior do que o outro.
Na realidade, somos diferentes. [...]
Não podemos esquecer que essa sociedade é construída em contextos históricos,
socioeconômicos e políticos tensos, marcados por processos de colonização e dominação.
Estamos, portanto no terreno das desigualdades, das identidades e das diferenças.
[...] Ora, se a diversidade faz parte do acontecer humano, então a escola, sobretudo a
pública, é a instituição social na qual as diferentes presenças se encontram. Então, como
essa instituição poderá omitir o debate sobre a diversidade? (GOMES, 2007, p. 17-23).
[...] O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente em cada indivíduo
singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.
Assim, o objetivo da educação diz respeito, de um lado, a identificação, dos elementos
culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se
tornem humanos e de outro lado concomitantemente, a descobertas das formas mais
adequadas para atingir esses objetivos. (SAVIANI, 2007, p.17).

[...] Em recente pesquisa, foram entrevistados sete pesquisadores (as) brasileiros (as) cujo
objeto de estudo é o multiculturalismo. Todos (as) mostram-se associados (as) ao que se
pode chamar de multiculturalismo crítico (STOER & CORTESÃO, 1999), correspondente a
uma perspectiva emancipatória que envolve, além do reconhecimento da diversidade e das
diferenças culturais, a análise e o desafio das relações de poder sempre implicadas em
situações em que culturas distintas coexistam no mesmo espaço. Para todos (as), uma ação
docente multiculturalmente orientada, que enfrenta desafios provocados pela diversidade
cultural na sociedade e nas salas de aulas, requer uma postura que supere o “daltonismo
cultural‟‟ usualmente presente nas escolas, responsável pela desconsideração do „‟arco-íris
de culturas‟‟ com que se precisa trabalhar. Requer uma perspectiva que valorize e leve em
conta a riqueza decorrente da existência de diferentes culturas no espaço escolar (MOREIRA
e CANDAU, 2003, p. 161 ).

[...] é essencial que nos situemos, na prática pedagógica multicultural, além da visão das
culturas como interrelacionadas, como mutuamente geradas e influenciadas, e procuremos
facilitar a compreensão do mundo pelo olhar do subalternizado. Para o currículo, trata-se de
desestabilizar o modo como o outro é mobilizado e representado. „‟O olhar do poder, suas
normas e pressupostos, precisa ser desconstruído‟‟ (MCCARTHY,1998, apud (MOREIRA e
CANDAU, 2003, p. 162).

Dialogando com os autores

Como você vê a É certo afirmar que


diversidade a diversidade
cultural cultural está inserida
brasileira? no espaço escolar?

A escola consegue Comente: O homem


lidar com as por ser um ser
diferenças, sem racional utiliza-se
considerar uma desse saber para
aberração? conquistar um lugar
de destaque [...]

Comente: A educação é concebida


como produção de saber, pois o
homem é capaz de elaborar ideias,
possíveis atitudes e uma
diversidade de conceitos.
Um dedo a mais de prosa ...

Com vistas a ampliar a reflexão a que nos propomos, serão apresentados


textos sobre conceito de desigualdade social, a fim de que se possa perceber o
quanto ela afeta o desenvolvimento social, econômico e educacional de uma nação.

CONCEITO DE DESIGUALDADE SOCIAL

[...] igualdade, nesse caso já acenando para o seu oposto, isto é, a desigualdade. Não é
difícil, pois, entender que também a resposta à pergunta “Que escola queremos?”,
quando afirma que queremos uma escola igualitária, gera igualmente expectativas
contraditórias trazendo à tona o problema do tratamento igual conferido aos desiguais e
do tratamento desigual aos iguais. Afirma-se, então, que a verdadeira escola igualitária
não é aquela que trata a todos igualmente, mas aquela que seja capaz de tratar
diferentemente os desiguais. E para escapar dessa dificuldade lançou-se mão do conceito
de equidade como substituto da igualdade (SAVIANI, 2009, p. 18).

DESIGUALDADE SOCIAL

A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos
países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a
desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não
desenvolvidos.
O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de
desigualdades, desde desigualdade de oportunidades, resultado, etc., até desigualdade
de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica - a
mais conhecida- é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada pela
distribuição desigual de renda.
[...] Alguns pesquisadores que estudam a desigualdade social brasileira atribuem, em
parte, a persistente desigualdade brasileira a fatores que remontam o Brasil colônia, pré-
1930 – a máquina midiática, em especial a televisiva, produz e reproduz a ideia da
desigualdade, creditando o “pecado original” como fator primordial desse flagelo social e,
assim, por extensão, o senso comum “compra” essa ideia já formatada -, ao afirmar que
são três os “pilares coloniais” que apoiam a desigualdade: a influência ibérica, os padrões
de título de posse de latifúndios e a escravidão.
É evidente que essas variáveis contribuíram intensamente para que a desigualdade
brasileira permanecesse por séculos em patamares inaceitáveis. Todavia, a desigualdade
social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não como herança pré-moderna,
mas sim como decorrência do efetivo processo de modernização do país a partir do
século XIX. Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria,
as disparidades sociais- educação, renda, saúde, etc.- a flagrante concentração de renda,
o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade
infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram
as desigualdades no Brasil. [...] A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo
Estado democrático, não há como combater ou mesmo reduzir significativamente a
desigualdade social do Brasil (CAMARGO, 2013, s/p).
O que você pode Qual a sua
comparar nos
percepção sobre a
textos lidos?
desigualdade
social?

A diversidade cantada

Por meio desta atividade podemos perceber o quanto o tema diversidade está
presente no cotidiano e como ele se manifesta também por meio da música. Segue
abaixo um trecho da letra da música Diversidade, de Lenine, produzido em 2010
pela gravadora Universal Music com o título Lenine: Doc-Trilhas, não havendo
restrição de faixa etária.

Foi pra diferenciar


Que Deus criou a diferença
Que irá nos aproximar
Intuir o que ele pensa
Se cada ser é um só
E cada um com sua crença
Tudo é raro, nada é comum
Diversidade é a sentença
[...]

Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine, nasceu


em Recife no dia 2 de fevereiro de 1959, é cantor, compositor, arranjador e músico
brasileiro. Seu pai, José Geraldo, fez uma homenagem ao socialista soviético e
acrescentou Lenine ao nome de seu filho que, desde criança demonstrava interesse
pela música. É ganhador de vários prêmios e em 2010, gravou o CD- Trilhas que
reúne canções compostas para novelas, seriados, filmes, comerciais, espetáculos
teatrais e dança. A música Diversidade fez parte da trilha especial de fim de ano “A
Terra dos Meninos Pelados”, apresentado pela Rede Globo em 2003.
(Fonte: http://www.lenine.com.br/bio/)

Você acha que a Qual é o trecho da


música retrata de música com maior
fato a diversidade significância para
cultural? Justifique. você?

Você conhece outras melodias


que tratam do tema
diversidade? Cite algumas e
também seus intérpretes.

Dinâmica: Pensar no outro

Muitas vezes seguimos no dia a dia na complexidade de nossos afazeres e


não nos damos conta que existe o outro e que nossas atitudes, observações e
críticas poderiam ter outra conotação, sonoridade e consequência se nos
colocássemos no lugar do outro. Esta dinâmica vem nos mostrar que antes de
qualquer atitude a ser tomada, é importante perceber que pequenas atitudes podem
trazer grandes diferenças no convívio com o ser humano, a fim de que possamos
caminhar para um mundo mais justo, mais igual, mesmo sendo diferentes.
Nesta dinâmica, o grupo formará um círculo, sentados em suas cadeiras e irá
ficar cada um numa posição. Ninguém poderá sentar igual ao outro. Com um breve
momento de observação, cada componente do grupo irá olhar o todo. Ao comando
do aplicador, devem focar numa pessoa, trocar de lugar com ela e sentar-se igual.
Feitas as trocas, o aplicador colherá as impressões de cada um, quanto às
facilidades e/ou dificuldades para se colocar exatamente no lugar do outro. Agora,
registre no papel suas impressões sobre a dinâmica apresentada. Que relação ela
tem com a diversidade cultural?
A diversidade EXPOSTA EM VÍDEOS

Para compreender melhor a desigualdade social e a diversidade cultural,


apresentaremos dois vídeos do Youtube, a fim de que possam perceber a extensão
da desigualdade social e das diversidades do nosso país.
Por que uns são ricos e outros são pobres?
http://www.youtube.com/watch?v=aeOBSddtWm0
A desigualdade social no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=Rmr7v5ylxuc
Para finalizar este momento, fecharemos com alguns questionamentos.

O que os vídeos
Foi possível perceber a
apresentados
diferença entre
retratam?
desigualdade social e
diversidade cultural?
De que forma? Em que
cenas?

O Brasil tem Que soluções você


conseguido valorizar daria para
a diversidade cultural minimizar as
da sociedade desigualdades
brasileira? sociais presentes
em nosso país?
UNIDADE II – DE OLHO NA CULTURA

Essa unidade didática tem como objetivo ampliar o conhecimento dos


professores sobre cultura, a fim de que entendam que este universo complexo está
dentro da escola, interferindo no trabalho que nela se desenvolve.
Nesse momento será apresentada uma dinâmica de grupo. Esse trabalho
objetiva mostrar ao professor que as ações na escola devem ser articuladas, a fim
de que percebam que medidas e trabalhos isolados não resolvem o todo.

Dinâmica: TRABALHO COLETIVO

Os professores serão divididos em dois grupos. O primeiro grupo deverá


desenhar de acordo com a ficha de tarefas a seguir:

Trabalho coletivo: 10 fichas com 10 tarefas

Desenhe e recorte um rosto (sem olhos, boca, nariz e sobrancelhas)


Desenhe e recorte um tronco do corpo humano
Desenhe e recorte um braço direito
Desenhe e recorte um braço esquerdo
Desenhe e recorte um olho direito
Desenhe e recorte um olho esquerdo
Desenhe e recorte uma boca
Desenhe e recorte um nariz
Desenhe e recorte uma perna direita
Desenhe e recorte uma perna esquerda

O segundo grupo deverá avaliar os desenhos feitos pelos colegas, atribuindo-


lhes notas de 0 a 10.
Feitos os desenhos, o aplicador irá ler para todo o grupo a tarefa de cada um
e colará no quadro, formando uma figura. Completando-a, inicia-se o
questionamento em relação ao que se formou, chegando à conclusão de que é
necessário sempre planejar, e que o trabalho na escola não pode ser realizado
apenas juntando partes, tem que ser articulado sempre, porque cada professor tem
uma visão diferente também da mesma situação. Assim, devemos olhar para o todo
buscando um trabalho em que aconteça a sistematização do saber e se supere as
diversidades,focando num trabalho de conscientização e educação de qualidade.

A figura a) Que nota você


completada pelo atribuiria a ela
grupo está agora?
proporcional?

Todos pensaram De que modo


em executar as poderia ser
tarefas pensando resolvida esta
no coletivo? situação?

Somos todos iguais e diferentes.


Comente, baseando-se em tudo o
que já foi apresentado até o
momento.

Refletindo sobre a cultura

Esse momento nos permitirá refletir sobre a cultura brasileira e seu processo
histórico de formação. Também discutir a respeito da identidade cultural do
brasileiro, a fim de que se perceba na sua totalidade o quanto a diversidade está
presente em nosso cotidiano.
ESCOLA E CULTURA
con
[...] A problematizarão das relações entre escola e cultura é inerente a todo processo
educativo. Não há educação que não seja imersa na cultura da humanidade e,
particularmente, do momento histórico em que se situa. A reflexão sobre essa temática é co-
extensiva ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico. Não se pode conceber
uma experiência pedagógica „‟desculturalizada‟ ‟,em que a referência cultural não esteja
presente. A escola é, sem duvida ,uma instituição cultural. Portanto, as relações entre escola
e cultura não podem ser concebidas como entre dois polos independentes, mas sim como
universos entrelaçados, como uma teia tecida no cotidiano e com fios e nós profundamente
articulados (MOREIRA e CANDAU, 2003, p. 158- 160).

[...] Os „‟outros‟‟, os „‟diferentes‟‟- os de origem popular, os afrodescendentes, os pertencentes


aos povos originários, os rappers, os funkeiros etc.-, mesmo quando fracassam e são
excluídos, ao penetrarem no universo escolar desestabilizam sua lógica e instalam outra
realidade sociocultural (MOREIRA e CANDAU, 2003, p. 160 ).

[...] Mas, se o homem não permanece indiferente frente às coisas, isto significa que ele não é
um ser passivo, totalmente condicionado pela situação. Ele reage à situação e intervém
pessoalmente para aceitar, rejeitar ou transformar. Assim, a cultura não é outra coisa se não,
por um lado, a transformação que o homem opera sobre, por outro lado, os resultados dessa
transformação. Portanto, se o homem nasce num contexto determinado, ele não é
condicionado unilateralmente por este meio, mas reage a ele, atua sobre ele e o transforma.
A cultura tem, portanto, esta peculiaridade. Enquanto produto da ação humana ela resulta de
transformação que o homem opera sobre o meio. Nessa condição, porém, ela se torna um
elemento da própria situação (a situação transformadora) que, perante aos novos sujeitos
humanos que nela se inserem irá se configurar como um elemento condicionante que a eles
se impõe. De qualquer modo, o fato da cultura põe em evidência que o homem é capaz de
superar os condicionamentos da situação. Ele não é totalmente determinado; é, ao contrário,
um ser autônomo e livre (SAVIANI, 2001, p. 17).

Para você, o que


é cultura? Você respeita a
cultura do outro?
De que forma?

Você participa de
Como você vê a
eventos culturais
diversidade
em sua
cultural
cidade?Quais?
brasileira?

Quando fica sabendo de


algum evento cultural,
você compartilha com
seus colegas e alunos?
Por quê?
A diversidade nas páginas do jornal

A apresentação de recortes de jornais está posta apenas para que se perceba


a discussão da temática em vários níveis e modalidades, mostrando todo o universo
de informações e programações.

A CULTURA E O ÓBVIO

A educação é a base do consumo cultural. Pesquisa Datafolha sobre hábitos culturais no Rio
mostra que, quanto maior o número de anos de estudo, maior é a frequência a cinemas,
teatros e museus e a leitura de livros. A maior barreira às práticas culturais é o desinteresse,
índice puxado pelos menos escolarizados, e não a falta de dinheiro, como seria de supor.
Essa razão dada por cariocas para não ir ao cinema, teatros ou museus foi a mesma dos
paulistas. A prática de atividades culturais é acima da média na zona sul, região da cidade
em que o percentual de pessoas com ensino superior e de alta renda é maior. Em direção
oposta, na zona norte, região de escolaridade e renda mais baixas, todos os indicadores são
inferiores à média. A pesquisa Datafolha, encomendada pela Secretaria Municipal de Cultura
à JLEIVA Cultura e Esporte, destrói ainda o senso comum de que carioca só pensa em
boteco, praia e carnaval. Ele está tanto nos shopping centers como nas praias, e mais em
museus do que pulando carnaval. Quando questionados sobre quais atividades costumam
fazer no tempo livre, o que 95% dos entrevistados citaram foi “ouvir música‟‟. Em seguida, há
o costume de ir ao shopping (77%), ir à praia (74%), praticar esportes (74%), acessar a
internet (71%) e ir ao cinema (69%) - sendo que 96% assistem filmes, incluindo na TV e no
computador. Surpreende que 64% afirmem ler livros (não didáticos), mais do que sair para
beber (51%) ou ir a museus (34%). As ruas superlotadas noCarnaval devem estar mesmo
cheia de turistas, porque só 30% dos cariocas dizem participar de blocos carnavalescos e
22% frequentam escolas de samba. A pobreza da vida explica muito do comportamento
cultural. Só será enriquecida pela educação. Uma ideia desgastada, mas cuja forçaestá em
sua atualidade e pertinência, como um refrão de canção popular (COSTA, 2013, p. 8 ).
ESCOLA PROMOVE 1ª QUARTA LITERÁRIA
Tomás Antônio Gonzaga e sua musa inspiradora Maria Doroteia, o primo Basílio,
Capitu, Bentinho e muitos outros personagens de diversas épocas literárias se encontraram
na manhã de ontem no Instituto de Educação Estadual de Londrina (IEEL). Tal encontro fez
parte da 1ª Quarta Literária, dentro do „‟Projeto Ler é Bom! Experimente!‟‟, cujo objetivo é
despertar nos alunos o gosto pela leitura, além de facilitar a aprendizagem.
Através de pecas de teatro, declamação de poesias e personagens vivos os alunos
do Ensino Médio, do curso técnico em Administração e do curso de Formação de Docentes
apresentaram aos colegas obras e autores de todas as épocas.
„‟ Fizemos pesquisas na internet e em livros. Tivemos que estudar mais para poder
explicar para os outros‟‟, contou Matheus Nagai, aluno do 1º ano que „‟ incorporou „‟ Gonzaga.
Thaynara, também aluna do 1º ano, viveu Maria Doroteia e afirmou que desta maneira é mais
fácil aprender. Vestidos a caráter, os alunos circularam pela escola apresentando seus
personagens. Ygor Fernandes do 2º ano, também se caracterizou para apresentar Basílio, do
livro de Eҫa de Queiroz, aos colegas. „‟ Já tinha ouvido falar, mas não conhecia o livro,
precisei pesquisar também. ‟‟
Eliseu David dos Santos, do 3º ano, concorda que aprender com atividades práticas
dá mais trabalho do que apenas ficar em sala de aula. „‟ Precisamos preparar o figurino,
cenário, mas aprendemos de forma mais divertida e nunca mais esquecemos. Pena que esse
é nosso último ano e não participaremos mais‟‟, lamentou. Sua turma preparou duas pecas
de teatro, „‟ Vestido de Noiva ‟‟, de Nelson Rodrigues e „‟ Cidade de Deus „‟, de Paulo Lins e
precisou caracterizar toda a sala de aula para as apresentações.
Também do 3º ano, Kawana Lima trabalhou com sua turma a obra Sagarana, de
Guimarães Rosa. „‟ A professora nos deu esse tema, pesquisamos sobre o autor e montamos
os diversos contos do livro. „‟
Beatriz Bajo, professora de Português, explicou que os alunos foram divididos em
grupos, com o objetivo de trabalhar a literatura. „‟ Escolhemos alguns livros baseados no
conteúdo do semestre e também no conteúdo do vestibular da Universidade Estadual de
Londrina (UEL). „‟
Elenice Saviani, também professora de Português, conta que um dos objetivos foi
proporcionar um dia diferente aos alunos. „‟ O teatro descontrai, queremos despertar o gosto
pela literatura e essa é uma obrigação da escola. Com esse tipo de atividade os alunos se
empenharam mais‟‟, destacou. A intenção do IEEL é promover nova edição no próximo na
(FOLHA DE LONDRINA, 2013, p. 3) .

Após a leitura dos textos jornalísticos, serão promovidas discussões sobre as


informações disponibilizadas e os professores deverão sistematizar suas as
reflexões suscitadas.
Neste momento os professores farão um relato pessoal de suas experiências
culturais, a fim de que possam perceber o quanto a cultura está ou não no seu
cotidiano e nas suas práticas pedagógicas. Depois o registro dar-se-á na forma de
escrita.
Em sua escola são desenvolvidos
trabalhos similares ao citado na
reportagem?

Os profissionais da sua escola estariam


dispostos a desenvolver atividades
coletivas?

Refletindo sobre a prática

Este momento se reserva para a reflexão sobre as ações desenvolvidas na


escola pelos professores diante do universo distinto que se apresenta. O primeiro
vídeo mostra a diversidade cultural na formação do nosso povo. O outro vídeo nos
leva a pensar no cotidiano escolar, nas nossas ações em sala de aula em relação
aos alunos.

Fonte:www.youtube.com/watch?v=xOduzQd77o-Diversidade

Este vídeo apresenta várias etnias que colonizaram nosso país, suas
contribuições na formação dessa imensa nação.

Fonte: http://youtube,com/watch?v=O_AEhhdo6xE

Este vídeo retrata nossa postura diante das escolhas que fazemos
espontaneamente ou aquelas que somos obrigados, de certa forma, a assumir.
Depois de assistir aos vídeos, os professores serão instigados a refletir e
responder aos questionamentos a seguir:
Você vê o Brasil O personagem
da forma com que apresentado no
foi apresentado? segundo vídeo se
Comente. enquadra no
ambiente escolar?
Como?

Em algum Em situação de
momento, em sala conflito em sala de
de aula você aula, qual a sua
pensou em „‟rezar postura?
„‟para um aluno
seu? Comente.

Todos os profissionais inseridos no


contexto escolar, realmente estão
engajados com o propósito de ensinar e
transformar a realidade que aí
está?Comente.

Agora, para finalizar esta unidade, apresentaremos uma música e clipe de


outro grande cantor e compositor brasileiro: Zé Ramalho, produzido pela EMI Songs
do Brasil Edições Musicais Ltda. em 2005 com o título Zé Ramalho ao Vivo. Este
artista nasceu no dia 03 de outubro de 1949, ficou órfão de pai aos dois anos e sua
mãe, sem condições de criá-lo, entregou-o a seus avós paternos. Com isso, estudou
nos melhores colégios e se formou em medicina. Mas a música falou mais alto e
hoje é um artista reconhecido.

Vocês que fazem parte dessa massa


Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô vida de gado
Êh, povo feliz!

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=BLJCR010BTY-
UNIDADE III – E AGORA, O QUE FAZER?

Nesta unidade apresentaremos uma proposta de trabalho inovadora ao


professor, a qual contempla uma mediação entre o conhecimento prévio do aluno e
a sistematização dos saberes aprendidos na escola.

UMA DiDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

Com o objetivo de mostrar ao professor que existe a possibilidade de se


trabalhar em sala de aula com resultados mais positivos, e consequentemente
melhoria no aprendizado, proceder-se-á a uma breve apresentação da metodologia
ensino-aprendizagem de Gasparin por meio de slides.
Biesdorfl (2007) pontua que Gasparin questiona a instrução pedagógica que
vem norteando a prática educacional brasileira. O autor lança uma proposta de
trabalho inovadora ao educador, subsidiando-o didaticamente com um novo jeito de
ensinar. É um estudo de fôlego que busca interligar a prática social do aluno com a
teoria no intuito de melhorar a qualidade da formação do educando.
Já nas primeiras páginas de sua obra, o autor define as questões que
encaminharam a construção do trabalho: qual finalidade social dos conteúdos
escolares? A escola tem acompanhado as transformações promovidas pela
sociedade? Ela responde às necessidades sociais da atualidade? O que hoje a
escola faz e para quê?
A nova metodologia de ensino-aprendizagem, norteada pela Pedagogia
Histórico-Crítica, procede da teoria dialética do conhecimento empírico (visão caótica
do todo o conhecimento científico proporcionado pelo ambiente escolar). Este fazer
pedagógico não envolve apenas a esfera escolar. Sua intencionalidade ultrapassa
eminentemente a técnica, abrangendo um cunho sociopolítico revolucionário para
toda a sociedade (BIESDORFL, 2007).
O autor define esta teoria dialética do conhecimento em três palavras chaves:
prática – teoria – prática, ou seja, a partir da prática social, questionar e analisar a
ação cotidiana, buscando conhecimento teórico do que aconteceu, o que se tornará
um guia para a nova ação/transformação (BIESDORFL, 2007).
Biesdorfl (2007) complementa que Gasparin propõe uma ruptura da
memorização que vem norteando a esfera escolar oficial desde sua
institucionalização no Brasil. A obra é dividida em três partes, que traduzem a práxis
dialética proposta pelo materialismo histórico:desenvolvimento da ideia pela
sucessão de momentos de afirmação (tese), de negação(antítese) e de negação da
negação (síntese).
Transferindo este segmento para a prática didática, a obra é dividida em cinco
capítulos: Prática Social Inicial (o que os alunos e os professores já
sabem);Problematização (reflexão dos principais problemas da prática social);
Instrumentalização(ações didático-pedagógicas); Catarse (nova forma de entender a
prática social) e por fim,a Prática Social Final (nova proposta de ação a partir do
novo conteúdo sistematizado) (BIESDORFL, 2007).
Gasparin fundamenta sua proposta na teoria Histórico-cultural de Vigotsky.
Ressalta a importância de contextualizar primeiramente os saberes do educando,
pois sua aprendizagem inicia-se bem antes do contato escolar. O objetivo é
despertar a consciência crítica do aluno sobre o que ocorre ao seu redor.Este
momento de conscientização é mediado pelo professor a partir da identificação da
Prática Social Inicial. Assim, a leitura do cotidiano, tomada como um objeto de
estudo, traduz o momento de problematizar o que os alunos vivenciam.
O objetivo deste procedimento é despertar a consciência crítica do educando
sobre o “seu” contexto social, instigando-o a questionar a realidade ao qual se
insere. Assim,transformada em uma proposta didática, a problematização servirá
como conteúdo a ser analisado e estudado.Entretanto, nem todos os problemas da
prática social podem ser analisados em cada área do conhecimento. Por isso, a
problematização deve detectar quais questões precisam ser trabalhadas e que são
essenciais à prática social. Teoricamente, esta seleção de conteúdo corresponde ao
currículo escolar (BIESDORFL, 2007).
Esta mesma autora revela que Gasparin destaca que as grandes questões
sociais devem preceder a seleção de conteúdos escolares. O desastroso é que as
escolas, ou a grande maioria delas, trabalham apenas com conteúdos pré-
estabelecidos pelo currículo oficial, sistematizados ideologicamente por um corpo
docente superior, Conselhos Nacionais ou Estatuais de Educação. Frente a isso,
deve-se questionar o que deve vir primeiro: o conteúdo, ou as grandes questões
sociais?”(BIESDORFL, 2007).
Biesdorfl (2007) lamenta que a grande maioria dos docentes limita seu ano
letivo orientados pelas ementas das disciplinas pré-determinadas pela autoridade
superior independentemente do conjunto social, enfatizando que o conteúdo
comunicado ao educando é científico e que, portanto, deve ser aprendido como tal.
Estes professores esquecem que a ciência é fruto do conhecimento historicamente
acumulado, nascido das necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais.
A limitação conceitual-científica do conteúdo apenas distancia o aluno da
percepção da dimensão social que o conteúdo incorpora. Desta forma, enquanto
resultado da ruptura prática-teoria-prática, o conhecimento assimilado não reflete as
necessidades sociais práticas do grupo humano (BIESDORFL, 2007).
Na nova diretriz pedagógica proposta por Gasparin, prioriza-se a conexão
prática + conteúdo, não para reproduzir algo, mas para encaminhar soluções para os
desafios que são interpostos pela realidade, cumprindo a finalidade de apropriação
do conhecimento.
Considerando a problematização como a fase preparatória do processo,
salienta-se que neste nível, as indagações levantadas exercem apenas a função de
instigar o aprendiz. Cabe à instrumentalização respondê-las. É o início do terceiro
passo na construção do conhecimento científico. Segundo Gasparin, a
aprendizagem passa a ser significativa quando os educandos apropriam-se do
objeto do conhecimento em suas múltiplas determinações, constituindo uma relação
triádica, que ocorre entre alunos, professores e conteúdo (BIESDORFL, 2007).
Sua ação conjunta proporciona um momento de ruptura entre o conhecimento
cotidiano e o científico. Este confronto é apresentado pelo professor, que define
características intrínsecas de cada conteúdo, não perceptíveis aparentemente para
o educando. Esta tarefa é desenvolvida por meio da Instrumentalização, momento
que consiste na solução das questões emergidas na fase da Problematização
(BIESDORFL, 2007).
A Instrumentalização é a fase de estruturação do conhecimento científico.
Mas, para compreender a formação desses conceitos científicos, na fase escolar,
Gasparin, baseado nas teorias de Vigotsky, analisa como se dá esse processo de
construção na mente das crianças.O desenvolvimento dos conceitos científicos
ocorre pelo mesmo caminho que propicia o desenvolvimento dos conceitos
cotidianos. Desta forma, enquanto criança, a elaboração sistemática advém do
auxílio e com a participação do adulto. Nesse sentido, Gasparin questiona como a
mente da criança reagirá ao confrontar-se no ambiente escolar com conceitos mais
aprimorados. A isso, Vigotsky responde que isso se dá no próprio desenvolvimento
mental da criança. Assim como dar-se-á seu desenvolvimento corporal num
processo evolutivo, o psíquico (se estimulado) concomitantemente atingirá um nível
superior,culminando o processo na formação de verdadeiros conceitos
(BIESDORFL, 2007).
O autor enfatiza acerca da dicotomia que norteia esses dois processos de
construção conceitual. O nível de desenvolvimento dos dois campos do
conhecimento jamais se dará ao mesmo tempo, dado que a ampliação de um,
implica na estagnação do outro. É um procedimento bem complexo, em que tomar
consciência de alguma operação significa transferi-la do plano da ação para o plano
da linguagem, ou seja, do real para o abstrato, atingindo um nível superior de
formação de conceitos (BIESDORFL, 2007).
Mas, a criança até a faixa etária de 12 anos, demonstra ainda incapacidade
para tomar consciência do próprio pensamento, que ainda se apoia em processos
psíquicos imaturos. Eis a questão: como se mede o nível de desenvolvimento da
criança?Gasparin, de acordo com Vigotsky, expõe que este grau define-se com o
auxílio dos problemas que a criança possui. Isso é possível quando se analisa de
que forma passa a resolver suas dificuldades, se com autonomia (zona de
desenvolvimento atual) ou com uma atividade orientada (zona de desenvolvimento
imediato), em colaboração com alguém mais experiente (BIESDORFL, 2007).
É na imitação (experiências sociais já pensadas), que o educando realmente
aprende, pois é neste momento de colaboração que as potencialidades intelectuais
se desenvolvem. Por isso, o que a criança é capaz de fazer em determinado
momento com a colaboração do adulto, conseguirá fazer amanhã sozinha.Desta
forma, considera-se a imitação como o primeiro passo no processo do ensino-
aprendizagem. É onde o educando amplia seu vocabulário, não somente gramatical,
mas e inclusive, conceitual. Na ação conjunta, a criança é estimulada a elaborar
operações conceituais mais complexas. Esta prática é o momento de introdução ao
pensamento científico, é quando operações abstratas são aplicadas ao objeto
(BIESDORFL, 2007).
O autor destaca que não há ruptura entre conceitos cotidianos e conceitos
científicos. Os dois processos encontram-se inter-relacionados. Seria o mesmo que
tomar consciência (conceitos científicos) pela experiência (conceitos cotidianos): um
subsidia o outro. Nesta fase a criança encontra-se na zona de desenvolvimento
imediato, em que a incorporação mental de conceitos elaborados a elevará para um
nível superior, definindo cada vez mais sua autonomia no processo da
aprendizagem (BIESDORFL, 2007).
Uma vez incorporados os conteúdos, chega o momento em que o aluno é
solicitado a mostrar o quanto se aproximou da solução dos problemas anteriormente
levantados sobre o tema em questão. É o momento de o educando sistematizar o
que assimilou, mostrando que atingiu um nível intelectual mais elevado de
compreensão (BIESDORFL, 2007).
Esta elaboração, transmitida oralmente ou por escrito, é definida por Gasparin
como Catarse, apresentada na quarta parte de sua obra.Este é o momento em que
o educando consegue visualizar a totalidade integradora daquilo que antes lhe era
compartimentado. Nesta fase percebe que a realidade, vista como natural, não é
exatamente desta forma, mas é histórica porque produzida pelos homens em
determinado tempo e lugar, com intenções políticas explícitas ou implícitas,
atendendo a necessidades socioeconômicas desses homens. Isso não significa que
a aprendizagem ocorra somente durante a Catarse. Ela se dá no processo inteiro,
nos cinco passos, mas a Catarse é a expressão mais evidente de que o aluno se
modifica intelectualmente (BIESDORFL, 2007).
Mediante a nova posição do aluno com relação ao conteúdo, inicia-se o
momento de transpor o estudo incorporado da teoria para a prática. O processo de
compreensão agora requer uma aplicação. Uma forma de evidenciar o que o aluno
realmente incorporou, agora explicitado em atos.
A nova forma de pensar a realidade constitui a Prática Social Final. De passo
em passo, foi-se construindo a autonomia do ser, que ao superar os desafios,
ocupa-se de um novo nível de desenvolvimento: o de uso social dos conteúdos
científicos aprendidos na escola.A manifestação da prática social sempre estará
submetida ao aperfeiçoamento intelectual de seus agentes construtores, que de
forma contínua se desafiam dialeticamente a transformar a contradição existente
entre o velho (Prática Social Inicial) e o novo (Prática Social Final) (BIESDORFL,
2007).
Esta fase é conceituada por Gasparin como o ponto de chegada do processo
pedagógico. Contudo, infelizmente, o indivíduo tornou-se meramente cidadão do
mundo e a escola ainda não superou a fragmentação organizacional e continua a
repassar,alienadamente, o conhecimento fragmentado. É por isso que a socialização
e a produção de novos conhecimentos ainda são utópicas, mas Gasparin mostra
que são viáveis. Defende que uma proposta pedagógica, baseada no método
dialético, “Prática-Teoria-Prática”, pode ser um caminho inverso ao que está
colocado como hegemônico, tanto na escola, comonas relações sociais mais amplas
(BIESDORFL, 2007).
Neste espaço temporal, os professores terão um momento para reflexão e
discussão sobre a temática posta. A seguir, responderão ao seguinte
questionamento:

É possível que se faça um


trabalho consistente em sala de
aula utilizado a metodologia de
Gasparin? Comente.

Em continuidade às reflexões, os professores assistirão ao vídeo Validação:


Fazendo a diferença, a fim de que possam observar que pequenos gestos de
atenção, carinho, enfim, „‟um olhar diferente‟‟ pode mudar a vida de muitas pessoas,
inclusive dos alunos na escola.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=PWSMOxOlOac

Realmente podemos Na escola isso é


fazer a diferença com possível? Em que
pequenas atitudes situação? Comente.
positivas no nosso
cotidiano?
Dinâmica: todos num pequeno espaço

A atividade que será apresentada é uma dinâmica de grupo que exigirá muito
pensar. Ela tem como objetivo, mostrar ao professor que a escola é um espaço de
todos, que não tem como ninguém ficar de fora.
Cada professor receberá uma folha de sulfite, irá dobrá-la ao meio no sentido
vertical, deixará entre uma extremidade e outro a medida de um centímetro de
distância, no sentido ponta para o centro da folha. Feito isso, fará um corte na parte
„‟fechada‟‟ da folha, de uma ponta a outra respeitando os limites das extremidades.
Em forma de zigue-zague, irá rasgando a folha sem atingir as extremidades aberta
da folha (parte externa). O resultado deverá ser a abertura semelhante a um círculo
com espaço suficiente para que um grupo de três, quatro ou mais caibam dentro
dele sem rasgá-lo. Todos ocupando o mesmo espaço!!

A diversidade no universo das imagens

Este espaço se reserva para mais uma vez reforçar a necessidade de se


respeitar o diferente, de se buscar a maneira mais humana e justa para com aqueles
que aos olhos de muitos são considerados não normais. A escola, por sua vez tem
um papel fundamental.
Os professores deverão refletir e comentar as imagens a seguir.

Fonte: www.youtube.com/watch?v=NKuHrWiLiY
Fonte: QUINO, 1992.

REPENSANDO A REALIDADE

Os quadrinhos ilustram uma forma comum de explicar a pobreza e as


desigualdades sociais. Assinale a alternativa que apresenta pressupostos utilizados
pela teoria liberal clássica para compreender a existência da pobreza e que foram
também assumidos pela personagem Susanita em suas falas.
a) As desigualdades sociais podem ser compreendidas através da análise das
relações de dominação entre classes, que determinam o sucesso ou o fracasso dos
indivíduos.
b) A existência da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo das relações
de produção resultantes da exploração de uma classe sobre a outra.
c) A divisão em classes sociais no capitalismo está baseada na liberdade de
concorrência; assim, a pobreza decorre das qualidades e das escolhas individuais.
PRÁTICA SOCIAL FINAL

Fonte:http://fernandacrg.blogspot.com.br/

A partir das análises realizadas, neste ponto da intervenção, os participantes


deverão produzir um texto com suas impressões sobre a temática discutida.
UNIDADE IV – AO TRABALHO !

Nesta unidade será apresentado o modelo de planejamento sugerido por


Gasparin, a fim de que os professores possam compreender e aplicar em sala de
aula, o material proposto. Os professores terão espaço para pesquisar e elaborar
seus materiais.

Organização de um plano de trabalho a partir da proposta de


gasparin

Para coleta dos materiais os professores utilizarão o laboratório de


informática, como recurso a mais, a fim de que produzam um material mais
elaborado. Com objetivo de auxiliar na organização dos trabalhos, serão
apresentadas algumas referências norteadoras:

VÍDEOS

- www.youtube.com/watch?v=WfmEABjVeu4
- www.youtube.com/watch?v=YFW2NLDs5ng
- www.youtube.com/watch?v=XpG6DoORPls
- www.youtube.com/watch?v=SKf61j57lul
- www.youtube.com/watch?v=v9wBYdhl4Gl
MÚSICAS

-www.youtube.com/watch?v=kfvFSBG6Bm8
- www.youtube.com/watch?v=BLJCRO1OBTY
- http://www.youtube.com/watch?v=KHsT4KThsEQ#t=59
- http://www.youtube.com/watch?v=_ktzqbsv5Y4
-http://www.swu.com.br/blog/2012/06/arte/som-ambiente/musica-canta-a-
desigualdade-social-das- grandes-cidades/

TEXTOS

- www.diaadiaeducacao
- www.scielo. org. br
- www.portal do mec. gov.br
- www.brasilescola.com/sociologia/classes-sociais
-http://www.sfiec.org.br/publicacoes/licoes_prog_desenv_br/desigualdade_social-
texto.htm#inicio

NÃO SOMOS DONOS DA TEIA DA VIDA

Será proposta a leitura desse texto para que os professores possam perceber
o quanto somos responsáveis por nossos atos. Cada um de nós tem o poder de
modificar tais situações tomando consciência do papel fundamental que exerce na
escola e na vida das pessoas.
Meu avô costumava dizer que está tudo interligado entre si e nada escapa da trama da vida.
Ele costumava me levar para uma abertura da floresta e deitava-se sob o céu e apontava
para os pássaros em pleno voo e nos dizia que eles escreviam uma mensagem para
nós. „Nenhum pássaro voa em vão. Eles trazem sempre uma mensagem do lugar onde todos
nos encontraremos‟, dizia ele num tom de simplicidade, simplicidade dos sábios. Outras
vezes nos colocava em contato com estrelas e nos contava a origem delas, suas histórias.
Fazia isso apontando para elas como um maestro que comanda uma orquestra. Confesso
que não entendia direito o que ele queria nos dizer, mas o acompanhava para todos os
lugares só para ouvir a poesia presente em sua maneira simples de nos falar da vida. Numa
certa ocasião, ele disse que cada coisa criada está em sintonia com o criador e que cada ser
da natureza, inclusive o homem, precisa compreender que seu lugar não é ser o senhor, mas
um parceiro, alguém que tem a missão de manter o mundo equilibrado, em perfeita harmonia
para que o mundo nunca despenque de seu lugar. „‟ Enquanto houver um único pajé
sacudindo seu maracá, haverá sempre a certeza que o mundo estará salvo da destruição‟‟.
Assim nos falava nosso velho avô como se fôssemos – eu e meus irmãos, primos e amigos –
capazes de entender a força de suas palavras.
Só bem mais tarde bem mais tarde, homem adulto, conhecedor de muitas outras culturas,
pude começar a compreender a enormidade daquele conhecimento saído da boca de um
velho que nunca tinha sequer visitado a cidade ao longo de seus mais de 80 anos. Percebi,
então, que meu avô era um homem com uma visão muito ampla da realidade e que nós
éramos privilegiados por termos convivido com ele.
Estas lembranças sempre me vêm à mente quando penso na diversidade, na diferença
étnica e social. Penso nisso e me deparo com a compreensão de mundo dos povos tradi-
cionais. É uma concepção onde tudo está em harmonia com tudo; tudo está em tudo e cada
um é responsável por esta harmonia. É uma concepção que não exclui nada e não dá toda
importância a um único elemento, pois todos são passageiros de uma mesma realidade; são,
portanto, iguais. No entanto, não se pode pensar que esta igualdade signifique uniformidade.
Todos estes elementos são diferentes entre si, têm uma personalidade própria,
uma identidade própria.
Através de minhas leituras e viagens fui compreendendo, aos poucos, aquilo que o
meu avô dizia sobre a sabedoria que existe em cada um e todos os seres do planeta. Des-
cobri que não precisa ser xamã ou pajé para chacoalhar o maracá. Basta colocar-se na
atitude harmônica com o todo, como se estivéssemos seguindo o fluxo do rio, que não tem
pressa, mas sabe aonde quer chegar. Foi assim que descobri os sábios orientais; os monges
cristãos; as freiras de Madre Teresa; os mulçumanos; os evangélicos; os pajés da Sibéria,
dos Estados Unidos; os Ainu do Japão, os Pigmeus; os educadores e mestres. Descobri que
todas estas pessoas, em qualquer parte do mundo, praticando suas ações buscando o
equilíbrio do universo, estão batendo seu maracá. Entendi, então, a lógica da teia. Entendi
que cada um dos elementos vivos segura uma ponta do fio da vida e o que fere e machuca a
Terra, machuca também a todos nós, os filhos da Terra.Foi aí que entendi que a diversidade
dos povos, etnias, das raças, dos pensamentos é imprescindível para colorir a Teia, do
mesmo modo que é preciso o Sol e a Água para dar forma ao Arco-íris.Foi aí que entendi que
a diversidade dos povos, das etnias, das raças, dos pensamentos é imprescindível para
colorir a Teia, do mesmo modo que é preciso o Sol e a Água para dar forma ao Arco-íris
(MUNDURUKU: http://www.siec.com.br/artigos.php?nIdArt=18)
.
Sistematizando os conhecimentos construídos e as experiências
vividas

Nesse momento, após a leitura do texto, os professores farão seus


apontamentos registrando por meio de textos, desenhos, colagens ou mesmo em
charges ou tirinhas, o que significativamente percebeu da leitura feita, a fim de que
possam se apropriar mais um pouco dos conceitos já apresentados. Depois, em
duplas, trocarão experiências vividas. Após um tempo, cada dupla se colocará diante
do grande grupo e fará seus relatos abordando aspectos positivos e/ou negativos.

Dinâmica cantada

A turma será dividida em dois grupos, e cada um receberá uma folha com
suas perguntas e respostas. As dinâmicas servem para que se possam apropriar de
maneira mais leve os conteúdos apresentados.

PERGUNTAS

Quando pensei em ser professor, o que aconteceu?


Ao encontrar alunos com dificuldades, o que disse?
Quando um aluno me magoou, o que pensei?
Mas quando começo minha aula, qual a sensação?
Quando os alunos estão desanimados pelos problemas do diaadia, o que
digo?
Como reajo às inovações?
Ser professor é...
E quando quero descobrir se estou no caminho certo...
RESPOSTAS

O segundo grupo deverá dar as respostas cantadas a seguir:

Os sonhos mais lindos sonhei! De quimeras mil, um castelo ergui...


Levanta, sacode a poeira e dá volta por cima.
Ainda vai levar um tempo pra fechar o que feriu por dentro. É natural que seja
assim, tanto pra você quanto pra mim.
Quando eu estou aqui, eu vivo este momento lindo. Olhando prá você e as
mesmas emoções sentindo.
Canta, canta minha gente deixa a tristeza prá lá. Canta forte canta alto que a
vida vai melhorar.
Tudo que se vê não é igual a que gente viu a um segundo. Tudo muda o
tempo todo no mundo. Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo, agora, há
tanta vida lá fora. Aqui dentro sempre como uma onda no mar...
Viver e não ter vergonha de ser feliz. Cantar, cantar e cantar a beleza de ser
um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso
não impede que eu repita: é bonita e é bonita.
Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que está passando, olho pra terra
vejo uma multidão que vai caminhando. Como essa nuvem branca essa gente
não sabe aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você MEU PAI.
Jesus Cristo, Jesus Cristo eu estou aqui.
UNIDADE V – COLOCANDO A MÃO NA MASSA

Nesta unidade será apresentado o esquema de planejamento de Gasparin,


por meio de slides, a fim de que os professores elaborem seus planejamentos para
serem aplicados em suas turmas. Para a aplicação, os professores terão um
intervalo de três semanas.

Esquema do projeto de trabalho docente-discente na perspectiva


histórico-crítica

INSTITUIҪÃO:
DISCIPLINA:
UNIDADE DE CONTEÚDO:
PROFESSOR (A):
ANO LETIVO: BIMESTRE: ANO:
TURMA: HORAS-AULA DA UNIDADE:

1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO


1.1 TÍTULO DA UNIDADE DE CONTEÚDO:
- Objetivo geral
Tópico do conteúdo e objetivo específicos:
Tópico 1:
- Objetivo específico:
Tópico 2:
- Objetivo específico:
‘Tópico 3:
- Objetivo específico:
1.2 VIVÊNCIA DO CONTEÚDO
- O que os alunos já sabem sobre o conteúdo a ser ministrado?
- Listar tudo o que eles poderiam dizer (colocar-se no lugar dele):
- O que gostariam de saber a mais sobre o conteúdo?
- Listar, no planejamento, todas as suas possíveis curiosidades.
2 PROBLEMATIZAҪÃO

2.1 DISCUSSÃO (elaborar algumas perguntas sobre o tema de aula para debate)

2.2DIMENSÕES DO CONTEÚDO A SEREM TRABALHADAS NA


INSTRUMENTALIZAÇÃO (selecionar as mais adequadas conforme o tema) (fazer
em forma de perguntas)
- Conceitual/científica = - Afetiva = - Operacional =
- Histórica = - Psicológica = - Simbólica =
- Econômica = - Política = - Ecológica =
- Social = - Estética = - Epistemológica =
- Legal = - Filosófica = -Outras dimensões =
- Religiosa = -Doutrinária =
- Cultural = - Ideológica =

3 INSTRUMENTALIZAҪÃO

3.1 Listar todas as técnicas, dinâmicas, processos, métodos que serão utilizados
para apresentar o conteúdo científico nas dimensões indicadas anteriormente:

3.3 Listar os recursos necessários para a aula:

4 CATARSE

4.1 SÍNTESE MENTAL DO ALUNO(no planejamento, colocar-se no lugar do aluno e


fazer a síntese em seu lugar):

4.2 AVALIAÇÃO (tanto por perguntas quanto dissertação, considerar as dimensões


vistas):

- Conceitual:
- Histórica:
- Social:
- Cultural:
- Outras:

5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO

Intenções do aluno Ações do aluno

Fonte: GASPARIN, 2007, p.194.


UNIDADE VI– E AÍ, O QUE É QUE DEU?

Nesta unidade colheremos os resultados dos trabalhos feitos em sala de aula,


também as impressões, a fim de que possamos avaliar a aplicabilidade deste
esquema com mais frequência, fazendo parte do cotidiano escolar, visando assim,
tornar o aluno mais crítico, mais integrado no ambiente escolar.

A desigualdade social na música

Para enriquecer ainda mais nosso aprendizado, o vídeo da música de Renato


Russo vem concluir o trabalho sobre as desigualdades sociais, que naquela época já
era evidente e que pouco se transformou. Continuamos num mundo desigual e com
muitos conflitos. Renato Russo (1960-1996) foi um cantor e compositor brasileiro de
pop rock, líder da banda Legião Urbana, nasceu no Rio de Janeiro.

Que trabalhou honestamente


A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom
senso
Nosso descaso por educação
[...]

Fonte: http://www.letras.com.br/#!biografia/renato-russo

Da época do lançamento desta


música, o que mudou na nossa
sociedade?Comente:
Relatos de experiência: a voz do professor

Esta etapa será para debater sobre os resultados dos trabalhos. Cada
professor irá relatar como foi seu trabalho em sala de aula, suas dificuldades e as
dos alunos. Como sugestão, os trabalhos serão apresentados na forma de slides e
cada professor terá quinze minutos para sua explanação e impressões.

Tirando o chapéu: a vez do professor

Para finalizar, aplicaremos uma dinâmica em que o professor é homenageado


e reconhecido, de forma singela, pela sua dedicação, esforço e desprendimento.
Para a realização desta dinâmica utilizaremos chapéus de vários modelos e
em cada um será colado um espelho no fundo dos mesmos. Uma pessoa do grupo é
escolhida e se pergunta se ela tira o chapéu para a pessoa que vê e o porquê, sem
dizer o nome da pessoa. A pessoa de posse do chapéu deverá tecer comentários a
respeito do seu trabalho, suas qualidades e tudo que tiver vontade, porque na
realidade estará falando de si próprio, mas o grupo não deverá saber. Apenas ao
final de todas as apresentações é que se revelará a personalidade elogiada.

Para encerrar a conversa. . .

Este espaço temporal será para a elaboração da mostra cultural como


finalização dos trabalhos. Num primeiro momento, a elaboração se dará em
conjunto, depois formaremos os grupos e entre si trocarão ideias e a elaboração das
suas tarefas e apresentações, dentro do tema trabalhado: Diversidade Cultural do
município de Londrina.
UNIDADE VII– TUDO JUNTO E MISTURADO

Este evento faz parte do encerramento das atividades desenvolvidas e tem


como objetivo integrar os professores e valorizar a diversidade cultural. A elaboração
e execução desta mostra contribuirão para a reflexão sobre a multiplicidade cultural
no país e na escola, buscando minimizar as diversidades encontradas no cotidiano
escolar, bem como desenvolver novas práticas pedagógicas, a fim de que se reverta
essa situação posta historicamente. Pensar a diversidade é uma ação extraordinária
para a construção da identidade, no resgate de valores e atitudes que permitam uma
convivência mais harmoniosa entre seres humanos. Um mundo mais justo e com
igualdade de oportunidades para todos.

Preparando para atuar na diversidade

Os grupos apresentarão seus temas escolhidos e explicarão como será a


apresentação dos mesmos, a fim de que todos possam ter conhecimento amplo de
como foi esse processo de colonização do nosso município, sua história, costumes e
das etnias que aqui se estabeleceram e quais heranças culturais no proporcionaram.
Este momento será reservado para as apresentações, em que os
participantes demonstrarão o quanto pesquisaram a respeito do tema: dança
música, vestimenta, lazer e alimentação.
É hora de ir além. . .

A culminância do projeto deverá ocorrer com a confraternização entre os


grupos e com avaliação final do trabalho desenvolvido durante o períododa
apresentação do projeto. No final, os professores irão produzir um texto relatando
suas impressões, suas dificuldades, descobertas, enfim, como a partir desse
momento irão planejar suas ações em sala de aula no decorrer do ano letivo que se
inicia a fim de que as novas práticas pedagógicas tornem-se efetivamente parte do
contexto escolar, visando amenizar as desigualdades e diferenças existentes.
E A CONVERSA NÃO
TERMINA AQUI...

A diversidade é inerente ao ser humano e é uma importante discussão a ser


considerada no trabalho escolar, ainda mais, considerando-se a necessidade de se
contextualizar o diferente no cotidiano da escola. E é neste espaço que se percebe
com mais nitidez a desigualdade disseminada pelo capitalismo.
As diferentes demandas sociais materializam a realidade de cada unidade
escolar, urge ser perfilhada para que cada vez mais a prática curricular e as ações
pedagógicas possam vislumbrar e oportunizar a permanência destas culturas
excluídas no ambiente escolar.
Neste sentido, este trabalho motivou-se por discutir inovações nas ações
pedagógicas para que a escola pare de reproduzir sujeitos fragmentados e assuma
uma proposta pluricultural para melhor atender as necessidades dos sujeitos e da
sociedade que ele está inserido.
Para tanto, este trabalho foi dividido em unidades temáticas cujos temas
abordados foram a diversidade cultural, desigualdade social, cultura e planejamento,
visando novas ações pedagógicas no currículo para melhoria da educação.
Mas tenha-se bem claro que somente com o trabalho destas unidades as
mudanças necessárias não serão efetivamente realizadas. O aprofundamento dos
estudos, a busca por novos saberes por parte dos professores é essencial para que
haja mais interação entre a teoria e a prática que encaminharão as mudanças neste
país.
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