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• Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos/SP (UFSCar, 1994)
• Especialista em Projetos Governamentais pela Universidade Estadual de Londrina/PR (UEL, 1993)
• Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina/PR (UEL, 1990)
• Educador Popular
• Consultor de Projetos Sociais, Educacionais e Qualificação Socioprofissional
• Professor da Fábrica de Ideias Pedagógicas (FIPED, desde 2004) e do Getussp (desde 2017)
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BREVE CURRÍCULO
Antonio Flavio Moreira. Licenciado em Química pela UFRJ
(1971). Graduado em Pedagogia pela Sociedade Universitária
Augusto Motta (1974). Graduado em Química Industrial pela
Universidade do Brasil (1967), Mestre em Educação pela UFRJ
(1978). Doutor em Educação pelo Instituto de Educação da
Universidade de Londres (1988). Realizou Estágio Senior Pós-
Doutoral no Instituto de Educação da Universidade de Londres
nos períodos de janeiro a março de 2011, fevereiro a março de
2012 e fevereiro de 2013. Foi professor titular da UFRJ,
instituição na qual se aposentou em 2003. Em 8 de outubro de
2012 recebeu o título de Professor Emérito da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Foi Vice-Presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação
e Pesquisa em Educação (de 2006 a 2009). Foi Secretário
Geral da mesma Associação (2010-2011). Foi membro da
Comissão de Avaliação da CAPES, na área de Educação, e do
Comitê Assessor do CNPq na mesma área. É pesquisador 1A
do CNPq. Suas pesquisas têm recebido apoio do CNPq, da
CAPES e da FAPERJ. É professor titular da Universidade
Católica de Petrópolis, onde coordena o Programa de Pós-
Graduação em Educação.
Experiência na área de educação, com ênfase em currículo.
Temas: escola, teorias de currículo, prática curricular, história do
currículo, multiculturalismo e formação de professores.
Paulo Melgaço da Silva Junior. Doutor em Educação pela
UFRJ (2014), mestre em Educação pela Faculdade de
Educação da Baixada Fluminense - FEBF/UERJ (2008). Possui
graduação em Desenho e Plástica pela Escola de Artes Plástica
da FUMA (1989). Atua principalmente nos seguintes temas:
currículo,cotidiano escola, educação fundamental, orientação
sexual, sexualidades, masculinidades, artes e dança.
RESUMO
Tema: conhecimento escolar (currículo centrado no conhecimento)
Questão central: quais as possibilidades de acesso dos
estudantes das instituições públicas de ensino a esse conhecimento?
Tese: conhecimento escolar no currículo é considerado o caminho
possível para se formar subjetividades / identidades críticas e
reflexivas, atentas às questões sociais de nossa épica capazes de
participar e influenciar do processo de construção uma sociedade
mais justa e democrática.
Conclusão: a valorização e a apropriação do conhecimento
escolar, principalmente nas escolas públicas, pode favorecer a justiça,
a igualdade social e o direito de todos (Young).
INTRODUÇÃO: EM BUSCA DE
CAMINHOS A TRILHAR
Tempo para alguns, ainda de utopias, da crença de que a
escola pública, em uma sociedade desigual como a nossa,
ainda possa significar, para muitos o único espaço para se
constituírem como sujeitos (GABRIEL, 2008).
Neste ano, das 100 escolas com maior nota média no Enem
2015, 97 são privadas. No universo de 1 mil escolas, somente
49 são da rede pública. No ano anterior, eram 93, e em 2013,
78. Para o Inep, novamente os resultados das escolas públicas
apontam a necessidade de reforma do ensino médio
(MORENO; TENENTE; FAJARDO, 2016).
As escolas não têm como função preparar alunos para
exames
mas uma boa nota no ENEM abre caminhos e
possibilidades de escolhas como opção de futuro.
entretanto, permanecem as desigualdades de oportunidades
entre escolas públicas e privadas (ranqueamento do ENEM)
A escola é o espaço do conhecimento:
contribui para a constituição do estudante como
sujeito
Para transitar no mundo social, tornando-se cidadão
engajado e interagindo com diversos sujeitos em diferentes
espaços, esse aluno precisa ter acesso e dominar
determinados conhecimentos que atuem como passaporte
para o livre trânsito social.
sujeitos com suas subjetividades apagadas pela
modernidade pelo conhecimento podem vir a:
reconstruir suas histórias e,
questionar e descontruir outras histórias e
verdades consolidadas.
conhecimento escolar:
papel central nas teorias de currículo.
permite transmitir, interrogar e repensar o legado
construído para as futuras gerações.
acesso crítico ao conhecimento acumulado pelas
gerações anteriores e
habilitá-las a construir novos conhecimentos.
como a escola pode facilitar o acesso de seus estudantes
a diferentes saberes? Tema pouco estudado e praticado
CURRÍCULO ESCOLAR CENTRADO NO
CONHECIMENTO
Todos os estudantes, independentemente da rede de
ensino que frequentem, devem ter acesso ao
conhecimento necessário à sobrevivência na sociedade.
Trata-se de diminuir o distanciamento entre as
instituições de ensino públicas e privadas, favorecendo-se
o acesso dos/as estudantes a uma educação de
qualidade.
conceito de qualidade em educação é muito amplo:
requer uma seleção de conhecimentos relevantes que
contribuam para formar identidades/subjetividades
criativas e críticas dispostas a promover mudanças
individuais e sociais.
deve propiciar a apreensão crítica e a distribuição dos
conhecimentos escolares.
investimentos na formação inicial ou em serviço do
professor, bem como na estrutura das escolas, se
fazem necessários para promover a qualidade na
educação.
CONHECIMENTO ESCOLAR E CULTURA:
DIREITO DE TODOS
na escola pública significa minimizar a situação “de injustiça cognitiva social”
que sacrifica os alunos da escola pública
Exemplos:
universidades,
centros de pesquisa
mundo do trabalho
movimentos sociais e
no campo tecnológico,
Proposta:
articular os conhecimentos ditos de base científica/acadêmica
com
os conhecimentos oriundos das diversas culturas.
O processo deve ocorrer sem hierarquizações e sem
binarismos que destaquem uns ou outros.
Necessárias: a integração, a crítica, a articulação e o respeito.
Com essa proposta:
reconhecimento das diversas culturas e subjetividades e, ao
mesmo tempo,
possibilitando aos estudantes o acesso crítico ao
conhecimento poderoso.
espera-se romper fronteiras e reconhecer que não existe uma
verdade única nem um conhecimento universal, mas sim um
conhecimento pluriversal (MIGNOLO, 2003).
as possibilidades de produção do conhecimento podem ser
articuladas e não hierarquizadas, como ocorre no modelo
eurocêntrico.
EM BUSCA DE UMA CONSIDERAÇÃO FINAL
PROVISÓRIA: COMO PENSAR
CONHECIMENTO ESCOLAR E ESCOLA
PÚBLICA?
Questões debatidas:
refletiu-se sobre os discursos que circularam após a divulgação dos resultados do ENEM,
através dos quais se inferiorizou a escola pública e os sujeitos nela inseridos, diminuindo
suas oportunidades sociais.
QUESTÕES OBJETIVAS
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QUESTÃO 1
(FCC, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo - SP
(SME/SP) 2004, Professor Adjunto de Educação Infantil e
Fundamental – Prova comum a todos os cargos). Vários autores
evidenciam a inevitável flexibilidade das fronteiras entre os dois
campos de conhecimentos e práticas: o currículo e a formação do
professor.
Antônio Flávio Moreira afirma que o currículo só se materializa no
ensino, no momento em que
(A) os professores ensinam, a partir dos parâmetros curriculares
nacionais.
(B) os professores colocam em prática seu planejamento do início
de curso.
QUESTÃO 1 (CONT.)
(C)
QUESTÃO 2
(ENADE, 2011) O currículo, há muito tempo, deixou de ser apenas uma
área meramente técnica, voltada para questões relativas a procedimentos,
técnicas e métodos. Já se pode falar agora em uma tradição crítica do
currículo, guiada por questões sociológicas, políticas e epistemológicas.
MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. (Org). Currículo, cultura e sociedade. 6. ed.
Cortez, 2002, p. 7-8 (com adaptações).
Na perspectiva do texto acima, avalie as seguintes asserções.
O currículo é considerado um artefato social e cultural.
PORQUE
O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão
desinteressada do conhecimento social, pois implica relações de poder,
transmite visões sociais particulares e interessadas, não é um elemento
transcendente e atemporal.
QUESTÃO 2 (CONT.)
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é
uma justificativa correta da primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a
segunda não é uma justificativa da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda,
uma proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma
proposição verdadeira.
(E) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições
falsas.
(A)
MOREIRA, A.; SILVA JUNIOR, P. M. da. Conhecimento escolar nos currículos das
escolas públicas: reflexões e apostas. Currículo sem Fronteiras, v. 17, n. 3, p.
489-500, set./dez. 2017
QUESTÕES DISSERTATIVAS
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QUESTÃO 1
Com base em Moreira – Conhecimento Escolar nos Currículos das
Escolas Públicas, escreva sobre: como pensar as relações entre
escola, conhecimento escolar, múltiplas culturas e relações de poder
nos contextos atuais?
QUESTÃO 2
“A possibilidade de pluriversalizar o conhecimento evidencia que o
conceito de universal ou de conhecimento poderoso constitui um
conceito em disputa, capaz de ser ocupado por diversos
conhecimentos, em decorrência de distintos sistemas de significação.
Permite, também, que os diversos estudantes tenham acesso a
conhecimentos que contribuam para a busca de novos espaços
sociais, novas possibilidades de emancipação”.
A partir do trecho acima de Moreira, discorra sobre as
possibilidades da escola pública ser uma escola de qualidade.