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RESUMO 4 - A ESCOLA

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. A Escola. In:
Psicologias - Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 13º. Paulo: Ed. Saraiva, 2001, p. 345-364.

O capítulo 18 abrange a importância da escola, enquanto instituição social,


como ferramenta de mediação entre o indivíduo e a sociedade, pois esta possibilita
que a criança se eduque através de modelos sociais de comportamento, valores e
aprendizagem, que os distancia dos modelos aprendidos com adultos, aumentando,
assim, sua autonomia e seu pertencimento ao grupo social.
As autoras enfatizam que educar já significou a vivência e,
consequentemente, a imitação normal do dia a dia das crianças ao grupo social ao
qual estão inseridas, como: plantar, colher, caçar etc. Bem como também iam
aprendendo valores da sua comunidade e moldando seus comportamentos ao que
era socialmente desejado. A educação foi institucionalizada para a escola a partir da
Idade Média com pessoas especializadas na tarefa de transmitir os saberes, e com
espaços específicos voltados para a aprendizagem. Claro que só as elites tinham
acesso a essa escola e o conhecimento religioso era o principal alicerce a ser
ensinado.
O século 19, com várias revoluções, possibilitou mudar esse cenário e
transformou o modelo de escola ate então existente. A principal mudança foi a
tendência à universalização da escola, ou seja, ela deveria atender a todas as
crianças da sociedade (pelo menos em tese). A revolução industrial possibilitou
essa grande mudança na sociedade, modificando até a estrutura familiar. A família
já não podia mais preparar as crianças para o trabalho e para a vida, terceirizando
essa função cada vez mais para as escolas. A escola tornou-se, assim, esta
instituição especializada, adquirindo, aos poucos, as características que hoje possui.
Obviamente, sendo uma instituição, a escola possui vários problemas, entre elas: a
clausura escolar e como a própria escola lida com o saber. Em relação a clausura,
essa estruturam da maneira estabelecida pela escola, torna-se um problema
porque, visto que a escola deveria ser uma ponte entre a criança e a sociedade, por
ser uma instituição separada do meio privado, acaba sendo um espaço fechado
mesmo, físico e socialmente, com intuito de proteger as crianças dos perigos desta
mesma sociedade.
Já em relação à como a escola lida com a transmissão do saber, torna-se um
problema a partir do momento em que a escola atesta o saber através de diplomas.
Ora, se a escola mede a escala do conhecimento através de diplomas, significa que
haverá uma hierarquização na sociedade, possibilitando uma desigualdade em
lugares que serão ocupados a partir da cultura que o indivíduo adquiriu, a chamada
meritocracia. E este discurso é mentiroso e perigoso, visto que a desigualdade
social já é, por si só, um parâmetro social que pode dificultar ou facilitar que um
indivíduo obtenha cultura e educação. O lugar social ocupado pela família será o
fator mais determinante para a aquisição dessa dita cultura diplomada pela escola.
Outro problema da escola ocasionado pela transmissão do saber é a rigidez
do processo de aprendizagem, a escola se propõe como um método de ensinar
através de perguntas/respostas que vai ter falhas de ambos os lados, tanto para
estímulos de perguntas que muitas vezes não tem a respostas satisfatórias ou por
ensinar respostas sem perguntas interessantes por trás. Além da escola ser
moldada por um método engessado, onde o aluno é passivo, sem atuar como um
ser crítico, sem interação real do que está aprendendo com a realidade do mundo
em que vive. Assim, a escola prepara os alunos para o teste e processos e não para
o mundo em que vivem.
A escola é tida, nas teorias pedagógicas, como um meio que prepara para a
vida. Mas, como jpa vimos, possui inúmeras falhas nesse processo. A escola
entende que precisa desenvolver o indivíduo através da cultura, aperfeiçoando o
que cada um tem de bom para depois devolvê-lo para a sociedade. Mas tal
concepção reforça a escola como uma instituição que isola as pessoas para
protegê- los e, também, pode se apropriar desse discurso de proteção para criar
indivíduos que vão possuir apenas os valores sociais dominantes. Assim, essa
ambiguidade abre espaco para o syrgumento de uma nova forma de escola, sendo
esta uma escola mais inovadora, que possa formar cidadãos mais críticos, mais
atentos à realidade em que vivem e do mundo como um todo. Essa seria a abertura
para uma escola transformadora, que sabe o seu papel na formação social do
indivíduo, que vai corresponder às necessidade do momento histórico, com o saber
alinhado com a vida social.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias:
Uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª edição - 1999/ 3ª tiragem — 2001. Disponível em:
https://petpedufba.files.wordpress.com/2016/02/bock_psicologias-umaintroduc3a7c3a3o-p.pdf.
Acesso em: 13 de Março de 2022.

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