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AGOSTO

APOTAMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL

Zefas
LUSOLUMBA
AGOSTO
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
Definições de contabilidade
Actualmente a contabilidade tem-se demonstrado uma poderosa ferramenta para a
tomada de decisões, isto porque, constitui-se em um sistema de informações que gera
dados importantíssimos para que os gestores possam decidir os rumos da empresa. E,
desde há séculos, que é considerada como ciência. Vincendo Masi, um dos maiores
estudiosos da Contabilidade definiu-a como:
´´A ciência do património´´
A contabilidade é uma ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controlo
permanente do património das empresas «Ribeiro, 2000, p.19».
A Contabilidade Geral é um instrumento matemático e estatístico das empresas, que
visa registar, controlar, planificar e avaliar o Património de uma empresa. Por outras
palavras, é um instrumento que permite controlar, tudo o que uma empresa possui
«António Domingos Muhongo».
Este instrumento, controla o património das empresas, através dos registos sistemáticos
de todas informações sobre os elementos patrimoniais. Isto é, a contabilidade geral
regista todas entradas e saídas de todo Património de uma empresa. Visto que tem como
objecto de estudo o Património.

Função da Contabilidade Geral


A Contabilidade Geral, desempenha várias funções na empresa. Assim, podemos citar a
função de registo, controlo, planificação, avaliação e determinação dos resultados
líquidos do exercício.
1- Função de Registo
O Registo de todas informações sobre o património, constitui uma necessidade
imprescindível para as empresas. Assim, a Contabilidade regista todas entradas, saídas e
mobilidade de todos elementos patrimoniais da empresa.
2- Função de controlo
Através dos registos contabilístico é possível controlar todas existências, todos
imobilizados corpóreos e incorpóreos, todas receitas existentes no caixa e no banco,
todos devedores e credores.
3- Função de Planificação
Através da Contabilidade é possível planificar a produção de um determinado exercício;
isto é, podemos planificar a capacidade máxima das despesas e receitas da empresa ao
longo de um determinado período.

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4- Função de Avaliação
Em condições normais, a contabilidade da empresa, deve avaliar todo processo de
produção; isto é, averiguar os desvios verificados entre o plano e a realidade do
processo produtivo.
5- Função de Determinação dos Resultados Líquidos do Exercício
Através da contabilidade geral é possível fazer o apuramento de resultado, balancete
final e balanço. Desta forma é possível saber a situação líquida da empresa; é possível
saber a situação económica e financeira da empresa.

Objectivos da Contabilidade Geral


O surgimento de uma ideia ou ciência, pressupõe uma finalidade, um objectivo a
atingir. Assim sendo, a contabilidade geral tem como objectivo:

 Melhorar a situação financeira e económica da empresa;


 Garantir o pleno funcionamento da empresa;
 Facilitar a tomada de decisão;
 Conhecer a evolução permanente da situação da empresa

DEFINIÇÕES DE ACTIVO, PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO


O PATRIMÓNIO
Composição e Valor
Num património há a considerar dois aspectos: Composição e o Valor.

Composição
Para levar a cabo as suas atividades, as entidades necessitam, por um lado, de um certo
conjunto de elementos, como, por exemplo, equipamentos, edifícios, dinheiro e
ferramentas. Mas, por outro lado, as entidades no desenvolvimentos das suas atividades
estabelecem relações que implicam um conjunto de direitos e de obrigações, pelo que
serão criadas dívidas a receber (créditos da entidade) ou criadas dívidas a pagar (débitos
da entidade). Isto é, além dos bens, fazem parte integrante do património de uma
entidade as dívidas a receber e as dívidas a pagar. Assim, pode-se definir o Património
como o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma entidade num
determinado momento.
Suponhamos que acrescentamos na lista acima o seguinte:

 Dinheiro a receber do Sr. Saliboco


 Dinheiro por pagar ao Sr. Wanunga
Assim ao considerar a listagem completa, pode-se observar que existem elementos
seguintes:

 Os bens: Edifício, viaturas e dinheiro etc


 Direito: dinheiro a receber do Sr. Saliboco

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 Obrigação: Dinheiro por pagar ao Sr. Wanunga
Logo, pode-se definir, como sendo:
1) Bens → Todos elementos concretos que uma empresa possui e encontra-se em
sua posse. Como estrutura física, equipamentos administrativos, meios de
transportes etc

2) Direitos → Todas as dívidas que os terceiros têm para com a nossa empresa.
Estes representam dívidas dos clientes, funcionários da empresa, pagamentos
antecipados da empresa, etc

3) Obrigações → Todas as dívidas que a empresa tem para com os terceiros. Estes
representam dívidas da empresa para com os fornecedores, estado, empréstimos
obtidos etc.

4) O património → O conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa. Ou


seja, é tudo que a empresa possui.
Suponhamos que na listagem anterior, acrescentamos os bens seguintes:

 Mobília de casa
 Hospital Josina Machel
 Estádio 11 de Novembro
 Dinheiro para gastos domésticos
 Roupas, etc.

Com os elementos incluídos nesta nova listagem, pode-se destingir três tipos de
património com diferentes características a saber:
O património pode ser:
 Património Individual → Mobília de casa, roupas, dinheiro para gastos
domésticos etc
 Património Comercial → Edifícios, Viaturas, Mobílias, equipamento
administrativo, Dinheiro em caixa etc
 Património Público → Hospital Josina Machel, Estádio 11 de Novembro etc

Valor
A valorização dos elementos do património é feita na base dos documentos de registos
contabilísticos disponíveis na contabilidade. Como por exemplo: Factura
(reconhecimento da dívida a pagar ou a receber) etc.
Para efeito, podemos recorrer aos documentos contabilísticos para a valorização do
património, e apresentamos a seguinte listagem:

 Mercadorias Kz 20.00,00
 Instalações Kz 350.500,00
 Mobílias Kz 53.000,00

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 Viaturas kz 175.000,00
 Dinheiro a receber do Sr. Saliboco kz 60.000,00
 Dinheiro por pagar ao Sr. Wanunga kz 333.300,00

Equação do Património
Podemos determinar o valor do património pela soma dos bens e direitos menos as
obrigações, ou seja:

Valor do Património = Bens + Direitos - Obrigações


Valor do património = (20.000,00 + 350.500,00 + 53.000,00 +175.000,00 + 60.000,00)
- 333.300,00
= 658.500,00 – 333.300,00
= 325.200,00
O valor do património expresso em numerário chama-se: Situação liquida (SL),
Património líquido (PL) ou Capital próprio (CP).
O nome de Património líquido nos dá a conhecer a posição patrimonial em que a
empresa ficaria se neste momento, tivesse de saldar todas as suas dívidas.

MASSAS PATRIMONIAIS
Elementos Patrimoniais
O património de uma empresa é composto dos elementos do activo e do passivo. Para
ilustrar isso, vamos agora tentar agrupar os elementos que constituem o património
comercial, conforme o esquema seguinte:

Bens Obrigações
e
Direitos

Observa-se neste esquema de que há dois lados: o lado esquerdo e o lado direito.

 Os elementos que vão ser agrupados (ou classificados, listados) no lado esquerdo
(os bens e direitos) valorizam positivamente, o património. Assim, os bens e direitos
correspondem aa um conjunto de valores positivos.
 Os elementos que vão ser classificados no lado direito do esquema (obrigações)
valorizam negativamente o património. Assim, as obrigações correspondem a um
conjunto de valores negativos.

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Logo, o nosso património pode ser representado como se segue:
Património da empresa Y em / 200X

Mercadorias 20.000,00 Dinheiro a pagar ao Sr.


Instalações 350.500,00 Wanunga 333.300,00
Mobílias 53.000,00
Viaturas 175.000,00
Dinheiro a receber ao Sr. Saliboco 60.000,00

Total 658.500,00 Total 333.300,00

Assim observa-se no esquema acima uma repartição nos elementos que constituem o
património da empresa.
Logo, pode-se concluir que:

 Os elementos patrimoniais representados à esquerda (bens e direitos)


representam elementos patrimoniais ACTIVO.
 Os elementos patrimoniais representados à direita (as obrigações) representam
elementos patrimoniais PASSIVO.
Assim, o quadro acima pode ser apresentado como se segue:

ACTIVO (+) PASSIVO (-)

Mercadorias 20.000,00 Dinheiro a pagar ao Sr.


Instalações 350.500,00 Wanunga 333.300,00
Mobílias 53.000,00
Viaturas 175.000,00
Dinheiro a receber ao Sr. Saliboco 60.000,00

Total 658.500,00 Total 333.300,00

Substituindo assim os bens e direitos pelo Activo e as obrigações pelo Passivo, o valor
do património agora pode ser obtido pela diferença entre o activo e o passivo, donde à
equação fundamental do património será:

Valor do Património = Activo – passivo

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Logo, pode-se concluir que:

 Os elementos do activo representam aquilo que possui ou se tem a receber.


 Os elementos do passivo representam aquilo que se tem a pagar.
Já sabemos que o valor do activo é aquilo que possui ou se tem a receber e o valor do
passivo correspondem aquilo que se tem a pagar. Agora procura-se saber quanto
restará a empresa após o pagamento de suas dívidas?
Voltando a equação fundamental do património vimos que após o pagamento de suas
dívidas, a empresa fica com kz 325.200,00, facilmente se deduz que corresponde ao
valor do seu património ou Capital Próprio. Em outras palavras, este nome dá a
conhecer a posição patrimonial em que a empresa ficará, se neste momento, tivesse de
saldar todas as suas dívidas.
Logo, pode-se concluir que o capital próprio representa o valor do património,
resultando a equação seguinte:

Capital próprio = Activo - Passivo


Esses três elementos da equação fundamental do património são designados por massas
patrimoniais.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS ESTADOS PATRIMONIAIS


São representadas em quatro (4) situações fundamentais:

1º Situação
Quando A ˃ P e P = 0 → Teremos: PL˃ 0
A = PL
Isto quer dizer que os valores do activo são iguais aos do património líquido, revelando
a inexistência de dívidas. (Situação liquida inicial).
Ex: Para começar suas actividades uma empresa possui como total de Activo 45.000,00,
distribuídos em imobilizados, existências e disponibilidade.
Activo Capital Próprio e Passivo
imobilizado 10.000,00 Obrigações 00,00
Existências 20.000,00
Disponibilidade 15.000,00
PL 45.000,00
Total 45.000,00 45.000,00

2º Situação
A ˃ P e P ˃ 0 → Teremos: PL˃ 0
A = P + PL

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Esta situação diz-se situação Liquida Activa, isto quer dizer que existe um excesso de
valores activos sobre os valores passivos.

Ex: Numa empresa o total do Activo é de 45.0000,00 e o total do passivo é de 25.000,00


Activo Capital Próprio e Passivo
imobilizado 10.000,00 Passivo 25.000,00
Existencias 20.000,00
Disponibilidade 15.000,00
PL 20.000,00
Total 45.000,00 Total 45.000,00 (Pl + Passivo)

3º Situação
A = P → Teremos: PL = 0
Esta situação diz-se Situação Líquida Nula, visto que esta situação revela a inexistência
de riqueza própria.
Ex: Numa empresa o total do Activo é de 45.0000,00 e o total do passivo é de 45.000,00
Activo Capital Próprio e Passivo
imobilizado 10.000,00 Passivo 45000,00
Existencias 20.000,00
Disponibilidade 15.000,00
PL 00,00
Total 45.000,00 Total 45.000,00 (Sl + Passivo)

4º Situação
A ˂ P → Teremos: PL ˂ 0
P = A + PL
Neste caso, a situação líquida diz-se negativa (ou passiva). Revelando má situação, a
existência de ’’ Passivo a Descoberto’’
Ex: Numa empresa o total do Activo é de 45.0000,00 e o total do passivo é de 50.000,00
Activo Capital Próprio e Passivo
imobilizado 10.000,00 Passivo 50.000,00
Existencias 20.000,00
Disponibilidade 15.000,00

PL 5.000,00

Total 50.000,00 Total 50.000,00

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EXERCÍCIOS
 A empresa ADOM Center, possui os seguintes elementos Patrimoniais:
1. Valor em caixa - 200.000,00
2. Valor no BFA – 100.000,00
3. Estabelecimento comercial – 1.400.000,00
4. Diversas facturas dos fornecedores – 400.000,00
5. Empréstimos obtidos – 600.000,00
6. Empréstimos concedidos – 400.000,00
7. Três viaturas – 10.200.000,00
8. Diversas facturas à liquidar pelos clientes – 250.000,00
9. Diversas facturas por liquidar – 650.000,00
10. Juros à receber – 405.000,00
11. Juros à pagar – 300.000,00
12. Nosso saque – 80.000,00
13. Nosso aceite – 60.000,00
14. 10 Computadores para venda – 500.000,00
15. 15 Computadores para uso interno – 1.500.000,00
16. Impostos não liquidados – 30.000,00
17. Factura da Edel – 25.000,00
18. Pagamento antecipado – 75.000,00
19. Recebimento antecipado – 60.000,00
20. Saldo da conta BAI – 700.000,00
Pretende-se:
a) Classifica os elementos Patrimoniais, em: bens, direitos, obrigações, activos e
passivos.
b) Determinar o valor total dos bens, direitos, obrigações, activos e passivos.
c) Determina o valor do Património da empresa ‘‘ ADOM – CENTER ’’

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O PLANO DE CONTABILIDADE DE ANGOLA
O plano de Contas
Plano de conta é um documento contabilístico, previamente estabelecido, que encerra
um conjunto de normas e a denominação das contas, ordenadas e codificadas utilizadas
pela empresa no registo das operações.
No nosso Plano Geral de Contabilidade, as contas estão distribuídas por oito classes,
numeradas de 1 a 8, conforme apresentamos abaixo:

CLASSES CONTAS
11 – Imobilizações corpóreas
12 – Imobilizações incorpóreas
13 – Investimentos financeiros
1 – Meios Fixos e Investimentos 14 – Imobilizações em curso
....
18 – Amortizações acumuladas
19 – Provisões para investimentos financeiros
21 – Compras
22 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
23 – Produtos e trabalhos em curso
24 – Produtos acabados e intermédios
2 – Existências 25 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
26 – Mercadorias
27 – Matérias-primas, mercadorias e outros materias em
trânsito
28 – Adiantamentos por conta de compras
29 – Provisão para depreciação de existências
31 - Clientes
32 - Fornecedores
33 - Empréstimos
3 – Terceiros 34 - Estado
35 - Entidades participantes e participadas
36 - Pessoal
37 - Outros valores a receber e a pagar
38 - Provisões para cobranças duvidosas
41 - Títulos negociáveis
42 - Depósitos a prazo
43 - Depósitos à ordem
44 - Outros depósitos
4 – Meios monetários 45 - Caixa
.....
48 – Conta transitória
49 - Provisões para aplicações de tesouraria
51 - Capital
52 - Acções/quotas próprias
53 - Prémios de emissão

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5 - Capital e reservas 54 - Prestações suplementares
55 - Reservas Legais
56 - Reservas de Reavaliação
57 - Reservas com Fins Especiais
58 – Reservas Livres
61 - Vendas
62 - Prestações de serviços
63 - Outros proveitos operacionais
6 – Proveitos e ganhos por Natureza 64 - Variação nos inventários de produtos acabados e de
produção em curso
65 – Trabalhos para a própria empresa
66 - Proveitos e ganhos financeiros gerais
67 - Proveitos e ganhos financeiros em filiais e associadas
68 - Outros proveitos e ganhos não operacionais
69 - Proveitos e ganhos extraordinários
71 - Custos das mercadorias vendidas e matérias
consumidas
72 - Custos com o pessoal
73 – Amortizações do exercício
7 – Custos e perdas por natureza ---
75 - Outros custos e perdas operacionais
76 - Custos e perdas financeiras gerais
77 - Custos e perdas financeiras em filias e associadas
78 - Outros custos e perdas não operacionais
79 - Custos e perdas extraordinários
81 - Resultados transitados
82 - Resultados operacionais
83 - Resultados Financeiros
84 – Resultados financeiros em Filias e Associadas
85 - Resultados não Operacionais
8 - Resultados 86 - Resultados Extraordinários
87 - Impostos sobre os lucros
88 - Resultados líquidos do exercício
89 - Dividendos antecipados

Estrutura
Na elaboração do plano de conta se deve considerar
- O Título das contas
- Classes de contas;
- Divisão das Contas principais em subcontas, de acordo com as necessidades da
empresa;
- Codificação das contas;
- O conjunto de regras e informações relativas à compreensão e movimentação das
contas;

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- Os critérios e métodos Valorimétricos.

Codificação Contabilística
Na codificação contabilística utilizam-se os dígitos de 0 – 9 (sistema decimal). Deste
modo as classes são numeradas de 1 a 9.
Assim, o código de conta é composto por 2 ou mais dígitos.
- O primeiro dígito, indica a classe a que pertence a conta;
- O segundo, indica-nos a ordem da conta dentro da classe (toda conta de 1 grau é
formado por 2 dígitos);
- O terceiro dígito, informa-nos que estamos na presença de uma conta divisionária e
indica-nos a ordem dentro da conta do 1 grau.
- O quarto dígito, este indica-nos que se trata de uma conta de 3 grau e assim
sucessivamente.
3.1.1.4
Obs:
3→ Classe
1→ Ordem da conta de 1º grau na classe.
1→ Ordem dentro das subcontas da conta do 1º grau.
4→ Conta do 3º grau ordem da subconta dentro da 1º subconta da 1º conta da classe.

Classificação das contas


O Plano Geral de Contas (PGC), agrupa as contas em três grandes conjuntos:
1. As contas do balanço (Classes de 1 – 5)
2. As contas de gestão (Classes de 6 – 7)
3. As contas de resultados (classe 8)

Contas do Balanço
 Contas do Activo → Incluem todos elementos patrimoniais activos, isto é, bens
e direitos. E pertencem nas seguintes classes
 Classe 1: Meios Fixos e Investimentos
 Classe 2: Existências
 Classe 3: Terceiros
 Classe 4: Meios Monetários

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 Contas do Passivo → Incluem todos elementos patrimoniais passivos, isto é, as
obrigações.

 Classe 3: Terceiros

 Contas Mistas → Contas que aparecem simultaneamente no Activo e no


Passivo.
 São contas da classe 3: Terceiros

 Contas do Capital Próprio ou Situação Líquida → Compreendem os elementos


abstratos representativos do valor do Património (diferença entre o activo e o
passivo)

 Classe 5: Capital Próprio e Reservas


(Capital, Reservas, Resultados transitados e Resultados do exercício)

Classes patrimoniais
Sendo:

 O activo: é constituído por Bens e Direitos


 O Passivo e o Capital Próprio: são constituídos pelas obrigações.
O Activo pode ser:

 Activo não Corrente → Os que espera-se permanecerem na empresa por um


período superior a 1 (um) ano.
 Activo Corrente → Os que espera-se permanecerem na empresa por um período
até um ano.
O Passivo pode ser:

 Passivo não corrente → Dívida que espera-se ser paga num período superior a 1
(um) ano.
 Passivo Corrente → Dívida que espera-se ser paga por um período até 1 (um)
ano.

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CONCEITO DE PROVEITOS E CUSTOS
Custos
Introdução
No presente tema são abordadas as contas que configuram essa peça contabilística
fundamental que é a Demonstração de Resultados. Neste contexto e nesta primeira fase
vamos abordar as contas de custos e perdas.
Como se sabe, as empresas incorrem em custos com a finalidade de obter proveitos.
Estes custos são de diversa ordem e apresentam características diferenciadas.
A classe de custos e perdas engloba as contas de custos correntes operacionais, os
custos e perdas financeiros e os custos e perdas não operacionais…

Proveitos
Trataremos as contas que retratam as operações comerciais das empresas que permitem
obtenção de receitas, consideradas nos seus diferentes contextos de classificações, ou
seja, em termos operacionais, financeiros e não operacionais.
Assim nesta classe registam-se, por natureza, os proveitos correntes operacionais, os
proveitos e ganhos financeiros, os proveitos não operacionais e ganhos extraordinários
obtidos pela empresa em determinado exercício.
As principais contas integrantes desta classe são:
a) Vendas
b) Prestações de serviços
c) Outros proveitos operacionais
d) Trabalhos para própria empresa
e) Proveitos e ganhos financeiros gerais
f) Outros proveitos não operacionais
g) Proveitos e ganhos extraordinários

Contas de Gestão
As contas de gestão abrangem as contas de Proveitos e de Custos do exercício corrente,
classificados de acordo com a sua natureza.
 Classe 6: Proveitos e Ganhos por Natureza
 Classe 7: Custos e Perdas por Natureza

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EXERCÍCIO
A empresa ADOM Center, possui os seguintes elementos patrimoniais:
1. 4 Viaturas à 1 / 500.000,00
2. Empréstimos obtidos – 80.000,00
3. Impostos não liquidados – 60.000,00
4. Juros à pagar – 70.000,00
5. 60 Caixas de óleo para venda à 1 / 5000,00
6. Nosso Saque – 60.000,00
7. 5 Computadores para a empresa à 1 / 50.000,00
8. Diversas facturas por liquidar – 150.000,00
9. Diversas facturas a liquidar pelos clientes – 80.000,00
10. 100 Computadores para a venda à 1 / 600.000,00
11. Nosso Aceite – 20.000,00
12. Saldo do BFA – 100.000,00
13. Um estabelecimento comercial – 4.000.000,00
14. Salários não liquidados – 200.000,00
15. Valor em caixa – 250.000,00
16. Empréstimos concedidos – 100.000,00
17. Juros à receber – 30.000,00
Classificar os elementos Patrimoniais, segundo as classes.

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INVENTÁRIO
O inventário → É pois toda relação discriminada dos elementos patrimoniais activo
(bens e direitos) e o passivo (obrigações) com a indicação das quantidades e valores
desses elementos.
De acordo com o Decreto nº 196/79 – define-se o inventário como sendo o arrolamento
dos valores activos e passivos que constituem um património.

Fases da elaboração do inventário


Podem distinguir-se 3 fases na inventariação de um património, a saber:
1. Identificação →Que consiste em verificar os elementos patrimoniais existentes.
2. Descrição e Classificação → Consiste em agrupar os elementos patrimoniais nas
respectivas contas e classes patrimoniais.
3. Avaliação → Que consiste em atribuir um valor monetário aos elementos
patrimoniais.

Classificação dos inventários


1. Quanto ao âmbito ou extensão, os inventários podem ser:
 Geral → Quando nele figura todos os valores constitutivos de um dado
património; ou quando reporta todos os elementos patrimoniais activos e
passivos.
 Parcial → Quando abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais.
2. Ordenação
 Simples ou corrido → Quando os elementos patrimoniais aparecem sem
qualquer ordem.
 Classificado ou Selectivo → Quando os elementos patrimoniais aparecem
ordenados e classificados segundo a sua natureza, característica ou função.
3. Apresentação
 Vertical → Quando os elementos patrimoniais são dispostos verticalmente.
 Horizontal → Quando os elementos patrimoniais são seriados em dois blocos.

Composição
O inventário geral de cada património compreenderá:
1- Inventário dos meios fixos e investimentos;
2- Inventário das existências;
3- Inventário de terceiros
4- Inventário de meios monetários

Periodicidade
Quanto a periodicidade os inventários, podem ser:
1. Ordinários → Quando elaborados periodicamente (em princípio um vez ao ano)
2. Extraordinário → Elaborados em consequências de condições excepcionais,
como nos casos:
a) Quando da mudança de instalações

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b) Quando da ocorrência de qualquer catástrofe de natureza ou acidente.
c) Por determinações dos organismos fiscais para apuramento de
responsabilidades.
3. Iniciais → Quando se reportam ao início da actividade.
4. Finais → Quando elaborados no fim do exercício económico.

EXERCÍCIOS
A empresa OMML, lda que se dedica a comercialização de bens alimentares, com a
sede no Lubango apresentou os seguintes elementos patrimoniais em 01 /01 / 2012:

 Dinheiro em banco ------------------------------------------------------- 200.000,00 kz


 Nosso Aceite --------------------------------------------------------------- 45.000,00 kz
 Edifício comercial --------------------------------------------------------- 2.275.000,00
 Nosso Saque ---------------------------------------------------------------- 23.000,00 kz
 2 Geleiras a --------------------------------------------------------- 34.000,00 kz / cada
 Credito à JBC, Lda referente a sacos de arroz ------------------------- 50.000,00 kz
 Imposto sobre os lucros --------------------------------------------------- 80.000,00 kz
 30 Toneladas de fuba branca a ------------------------------------------ 200,00 kz / kg
 Empréstimo obtido de MLP / BIC ------------------------------------- 120.000,00 kz
 Imposto de rendimento do trabalho ------------------------------------ 170.000,00 kz
 Factura da Angolisar, Lda referente a caixas de massa -------------- 600.000,00 kz
 500 Sacos de arroz de 50 kg no valor de ------------------------------ 300,00 kz / kg
 Imposto de selo ------------------------------------------------------------- 50.000,00 kz
 3 Computadores para a empresa à ----------------------------------- 1 / 30,000,00 kz
 Juros à receber -------------------------------------------------------------- 25.000,00 kz
 Divida com os funcionários -------------------------------------------- 910.000,00 kz
 Programação de facturação ----------------------------------------------- 87.000,00 kz
 Quotas na ABC, Lda no valor de --------------------------------------- 100.000,00 kz
Pretende-se:
Elaboração do Inventário Geral e Classificado

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BALANÇO
Elaborado o inventário geral torna-se necessário comparar o activo com o passivo, para
tirar conclusões. Esta comparação constitui o balanço.
Em outras palavras, o Balanço apresenta-se sob forma de um inventário, numa
determinada data, de todos os activos físicos e financeiros (bens e direitos) e de todas as
dívidas da empresa (obrigações) – Passivo. Nesta óptica, o Balanço é uma conta de
situação patrimonial. A avaliação dos elementos que contém permite determinar o valor
patrimonial da empresa.
O balanço constitui pois o mapa da situação patrimonial na empresa num determinado
momento. Representa a fotografia da empresa nesse momento, porque se refere sempre
a uma data (É um documento estático).
O balanço representa o passado da empresa até a data em que se reporta. É um
documento histórico que retrata a posição patrimonial da mesma.
O balanço é uma peça fundamental que deve ser cuidadosamente elaborado, de forma a
mostrar a situação real da empresa no final do exercício ou período económico.
O balanço é uma demonstração contabilística destinada a evidenciar, quantitativamente
e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira de uma
determinada entidade.
O balanço difere do inventário por comparar (balancear) o activo com o passivo, dando
assim a conhecer a natureza da situação liquida.

Constituição do Balanço
É constituído de dois membros que são:
a) O activo (bens e direitos) → que Regista-se do lado esquerdo do balanço.
b) O Passivo (obrigações) → que regista-se do lado direito do balanço
c) O Património líquido → que regista-se do lado direito do balanço, que pode ser
proveniente das seguintes fontes:
 Investimentos efectuados pelos proprietários
 Lucros acumulados
Do ponto de vista financeiro o Activo representa as aplicações de fundos ou de
investimentos e o Passivo representa as origens ou os financiamentos.
Para manter-se o princípio do equilíbrio em todo o momento o total das aplicações de
fundos deve ser igual ao total das origens de fundos. Os fundos vêem sempre do Passivo
e da SL e são aplicados ou investidos no Activo.

Equação fundamental do Balanço ou da Contabilidade


A = CP + P

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Classificação do balanço
1. Quanto a apresentação:
 Horizontal → Em que o 1º membro aparece no lado esquerdo e o 2º membro
no lado direito.
 Vertical → Em que o 2º membro vem imediatamente abaixo do 1º.
2. Quanto ao grau de análise
 Analítico → Quanto maior for a pormenorização. Isto é, quanto mais
descriminados os valores activos, do capital próprio e do passivo.
 Sintético → É aquele que nos dá apenas a conhecer os valores totais do
Activo, Capital Próprio e Passivo. Ou seja, quando os valores dos mesmos
são sintetizados.
3. Quanto a competência dos exercícios
 Balanço inicial → Elaborado no início do exercício económico.
 Balanço Final → Elaborado no fim do exercício económico.
 Balanço Intermédio → Elaborado no decorrer do exercício económico.

4. Quanto a finalidade
 Balanço de Constituição (fundação) → É o balanço que corresponde à criação da
empresa e indica-nos a forma como o capital social foi realizado.
 Balanço de funcionamento (Gestão) → Elabora-se uma vez por ano, por força da
lei, com objectivo de efectuar o apuramento dos resultados e com vista a
determinação da situação patrimonial.
 Balanço Fiscal → É o balanço real ou de gestão corrigido de acordo com as
regras da legislação tributaria. Destinado à apresentação à administração Fiscal
para determinação da matéria colectável.
 Balanço de Cessão → Tem por finalidade a determinação do valor de troca da
empresa quer seja para efectuar o trespasse ou a fusão, quer se destine a
transaccionar uma parte, quer tenha por objecto negociar uma quota do capital
social.
 Balanço de Liquidação →Elaborado na empresa que liquide ou se dissolve,
quando por qualquer razão se desfaz o pacto social que deu origem à empresa.
 Balanço de Partilha → É o último balanço de liquidação e é constituído por
valores definitivos, considerado como balanço mais exacto que se pode elaborar.

Requisitos dos Balanços


Os balanços devem obedecer aos seguintes requisitos:

 Completos → Devem conter, sem excepção, todos os elementos patrimoniais da


empresa.
 Claros → Quer a estrutura, quer a terminologia, devem facilitar a análise que se
pretenda fazer do balanço.
 Verdadeiros → Os elementos patrimoniais devem estar valorizados em bases
objectivas, reais, devem traduzir-se numa realidade objectiva.
Os usuários das informações contabilísticas podem socorrer-se aos balanços para
deles retirarem as informações que precisam com confiabilidade, conforme
estudamos no inventário.

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ESTRUTURA DO BALANCO

ACTIVO VALOR CAPITAL PRÓPRIO + PASSIVO VALOR

ACTIVO NÃO CORRENTE CAPITAL PRÓPRIO


 Imobilizações corpóreas  Capital
- Terreno e recursos naturais-------------- X - Acções quota própria--------------- X
- Edifícios e outras construções----------- X - Prémios de emissão ----------------- X
- Equipamentos básicos-------------------- X - Prestações suplementares----------- X
- Equipamentos de carga e transp-------- X  Reservas
- Equipamento Administrativo------------ X - Reserva legal------------------------- X
- Outras imobilizações corpóreas--------- X - Reserva de reavaliação------------- X
- Tarras e vasilhame------------------------ X - Reservas com fins especiais-------- X
- Imobilizado em curso-------------------- X - Reservas livres---------------------- X
Adiant. Por conta de imob.corpóreas---- X  Resultados transitados----------- X
 Resultados do exercício---------- X
Sub-total Total do capital próprio
 Imobilizações incorpóreas PASSIVO NÃO CORRENTE
- Trespasses------------------------------------- X  Empréstimo de M/L. Prazo
- Despesas de investigação e desenvol------ X - Empréstimos bancários------------- X
- Propriedade industrial e outros direitos e - Empréstimos por obrigações------- X
contratos----------------------------------------- X Empréstimo por título de
- Despesa de constituição--------------------- X participação---------------------------- X
-Outras imobilizações incorpóreas----------- x Outros empréstimos------------------- x
Sub-total Soma 1
 Investimentos em subsidiárias e  Impostos diferidos---------------- X
associadas  Provisões para pensões----------- x
- Subsidiárias:  Provisões para outros riscos e
- Parte de capital-------------------------------- X encargos------------------------------
- Obrigações e outros títulos de - Provisões p/ processos juridiciais
participação------------------------------------ X em curso
- Empréstimos---------------------------------- X - Provisões p/ acidentes de trabalho
Adiantamento por conta----------------------- X - Provisões para garantias dadas
a clientes
- Provisões para outros riscos e
encargos
Soma 1------------------------------------------ x Soma 2------------------------------------- X
---------- ----
- Associadas:  Outros Passivos Não Correntes
- Parte de capital-------------------------------- X ------------------------------------------- X
- Obrigações e outros títulos de ------------------------------------------- X
participação------------------------------------ X
-Empréstimos---------------------------------- X
- Adiantamento por conta-------------------- x

Soma 2 Sub-total (1+2) X


Sub-total (1+2)--------------------------------- x Total Passivo não Corrente---------- X
 Outros activos financeiros

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- Investimentos em outras empresas--------- X
- Investimentos em imóveis------------------- X
- Outros investimentos financeiros---------- X
Sub-total
 Outros activos não correntes
---------------------------------------------------- X
---------------------------------------------------- x
Total do activo não corrente x
ACTIVO CORRENTE PASSIVO CORRENTE
 Existências  Contas a pagar
- Matérias-primas, subsidiárias e - Fornecedores-correntes------------- X
de consumo------------------------------------- X - Fornecedores títulos a pagar------- X
- Produtos e trabalhos em curso------------- X - Clientes – saldos credores---------- X
Produto acabado e intermédio---------------- X - Adiantamentos de clientes--------- X
- Sub-produtos, desperdícios - Outros--------------------------------- X
resíduos e refugos------------------------------ X - Estado--------------------------------- X
- Mercadorias----------------------------------- X - Participantes e participadas-------- X
Matérias-primas, merc. E produtos - Pessoal-------------------------------- X
em trânsitos------------------------------------- X - Credores-compras de
Imobilizado--------------------------- X
- Outros credores---------------------- X

Sub-total----------------------------------------- x Sub-total-------------------------------- X
 Contas a receber  Empréstimo á curto prazo
- Clientes-correntes---------------------------- X - Empréstimos bancários------------- X
- Clientes-títulos a receber-------------------- X - Empréstimos por obrigações------- X
- Clientes de Cobrança duvidosa------------- X Empréstimo por título de
- Fornecedores-Saldos devedores------------ X participação---------------------------- X
- Estado------------------------------------------ X Outros empréstimos------------------- X
- Participantes e Participadas----------------- X
- Pessoal----------------------------------------- X
- Devedores-venda de Imobilizado---------- X
- Outros devedores----------------------------- X
- Provisões para cobranças duvidosas------- (x)
Sub-total----------------------------------------- X Sub-total-------------------------------- X
 Disponibilidade  Outros passivos correntes
- Títulos negociáveis--------------------------- X - Encargos a pagar-------------------- X
- Saldos em bancos----------------------------- X - Proveitos a repartir por períodos
-- Caixa------------------------------------------ X Futuros---------------------------------- X
- Provisões-------------------------------------- (x) - Facturação de obras de caracter
Plurienais------------------------------- X
- Diferenças de câmbios favoráveis
Diferentes------------------------------ X
Sub-total Sub-total-------------------------------- X
 Outros activos correntes
- Contratos plurienais em curso--------------
- Encargos a repartir por períodos
Futuros------------------------------------------- X

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X

Sub-total---------------------------------------- X
Total do Activo Corrente---------------------- X Total passivo corrente---------------- X
Total do passivo-------------------------- X
TOTAL DO ACTIVO X TOTAL DE CP + PASSIVO X

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BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO VALORES EXPRESSOS EM KWANZAS

ACTIVO Notas EXERCÍCIOS

200X 200X - 1

ACTIVO NAO CORRENTE


Imobilizações corpóreas 4
Imobilizações incorpóreas 5
Investimentos em subsidiárias e associadas 6
Outros activos financeiros 7
Outros activos não corrente 9

Total do activo não corrente Total do capital próprio


ACTIVO CORRENTE
Existência 8
Contas a receber 9
Disponibilidades 10
Outros activos correntes 11

Total do activo corrente


TOTAL DO ACTIVO
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
CAPITAL PRÓPRIO
Capital 12
Reservas 13
Resultados transitados 14
Resultados do exercício
Total do capital próprio
PASSIVO
Passivo não corrente
Empréstimo de médio e longo prazo 15
Outros passivos não correntes 19
Total do passivo não corrente
Passivo corrente
Contas a pagar 19
Empréstimo de curto prazo 20
Parte corrente dos empréstimos MLP 15
Outros passivos correntes 21
Total do passivo corrente
TOTAL DO PASSIVO
TOTAL CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

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EXERCÍCIOS
A empresa OMML, Lda que se dedica a comercialização de bens alimentares, com a
sede no Lubango apresentou os seguintes elementos patrimoniais em 01 /01 / 2012:

 Dinheiro em banco ------------------------------------------------------- 200.000,00 kz


 Nosso Aceite --------------------------------------------------------------- 45.000,00 kz
 Edifício comercial --------------------------------------------------------- 2.275.000,00
 Nosso Saque ---------------------------------------------------------------- 23.000,00 kz
 2 Geleiras a --------------------------------------------------------- 34.000,00 kz / cada
 Credito à JBC, Lda referente a sacos de arroz ------------------------- 50.000,00 kz
 Imposto sobre os lucros --------------------------------------------------- 80.000,00 kz
 30 Toneladas de fuba branca a ------------------------------------------ 200,00 kz / kg
 Empréstimo obtido de MLP / BIC ------------------------------------- 120.000,00 kz
 Imposto de rendimento do trabalho ------------------------------------ 170.000,00 kz
 Factura da Angolisar, Lda referente a caixas de massa -------------- 600.000,00 kz
 500 Sacos de arroz de 50 kg no valor de ------------------------------ 300,00 kz / kg
 Imposto de selo ------------------------------------------------------------- 50.000,00 kz
 3 Computadores para a empresa à ----------------------------------- 1 / 30,000,00 kz
 Juros à receber -------------------------------------------------------------- 25.000,00 kz
 Divida com os funcionários -------------------------------------------- 910.000,00 kz
 Programação de facturação ----------------------------------------------- 87.000,00 kz
 Quotas na ABC, Lda no valor de --------------------------------------- 100.000,00 kz
Pretende-se:
a) Elaboração do Balanço Sintético
b) Elaboração do Balanço Analítico

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Factos patrimoniais
O património de qualquer entidade não se mantém estático ao longo do tempo. Pelo
contrário, está sujeito a uma contínua transformação. Esta transformação pode ser
motivada por duas espécies de acontecimentos: os normais ou voluntários, que resultam
das operações efectuadas, voluntariamente, pela entidade e, acontecimentos
extraordinários ou involuntários, que são independentes da sua vontade. No primeiro
caso, podem apontar-se as operações correntes tais como: compras, pagamentos,
vendas, saques, aceites, recebimentos, etc; no segundo caso, apontam-se os incêndios,
os robôs, as quebras, etc. tanto uma como outras constituem factos patrimoniais.
Podemos dizer que os factos patrimoniais estão associados a tudo aquilo que implique
variações na composição ou no valor do património. É a observação, classificação,
registo e controlo destes factos patrimoniais, que constitui a essência do trabalho
contabilístico.
Os factos patrimoniais classificam-se em dois tipos:

 Factos permutativos;
 Factos modificativos
Um facto diz-se permutativo, quando provoca uma alteração na composição do
património, mas não no seu valor.
Será modificativo, quando implica, além da variação na composição, uma alteração no
valor do património.
Os primeiros são os mais frequentes, podendo-se apresentar como exemplos: compra de
mercadorias; pagamento de uma divida; aquisição de um edifício; um saque sobre um
cliente; etc.
Os segundos implicam para além duma alteração na composição, também uma alteração
no valor do património (capital próprio). Estarão neste caso todas as operações que
originem um lucro ou um prejuízo para a empresa. Ex: venda de mercadorias com lucro;
venda de um valor móvel (ou outro) por um preço inferior, ou superior, ao representado
no património, etc…
Para ilustrar a afirmação anterior, considere-se o balanço da sociedade de Artigos
Desportivos do Centro, Lda, em 1 de Janeiro deste ano:

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Balanço inicial em 01 / 01 / 20XX

Activo Capital próprio e Passivo


Situação Líquida
11. Imobilizações corpóreas ------- 400
26. Mercadorias------------------- 1.000 51. Capital ---------------------------- 1.000
31. Clientes -------------------------- 200 55. Reservas ---------------------------- 200
37. Outros valores a receber------- 100 32. Fornecedores------------------------ 700
43. Depósitos à ordem-------------- 140 37. Outros valores a pagar ------------ 100
45. Caixa ----------------------------- 160
Total do capital próprio e passivo------ 2.000
Total do Activo ----------------------- 2.000

Durante a primeira semana de Janeiro, a Sociedade efectuou três operações que vamos
registar seguidamente:
Operação 1: Comprou mercadorias a pronto pagamento por Kz 100 (Inv. Permanente)
Esta operação originará uma variação em duas contas do activo:

 Diminuição da conta caixa (- 100)


 Aumento da conta mercadorias (+ 100)

Balanço após a operação 1

Activo Capital próprio e Passivo


Situação Líquida
11. Imobilizações corpóreas ------- 400
26. Mercadorias------------------- 1.100 51. Capital ---------------------------- 1.000
31. Clientes -------------------------- 200 55. Reservas ---------------------------- 200
37. Outros valores a receber------- 100 32. Fornecedores------------------------ 700
43. Depósitos à ordem-------------- 140 37. Outros valores a pagar ------------ 100
45.Caixa ------------------------------ 60
Total do capital próprio e passivo------ 2.000
Total do Activo ----------------------- 2.000

Operação 2: pagou Kz 50 a um fornecedor, com cheque.


Esta operação afectará uma conta do activo (Depósitos à ordem) e uma conta do Passivo
(Fornecedores).

 Diminuição da conta depósitos à ordem (- 50)


 Diminuição da conta Fornecedores (- 50)

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Balanço após a operação 2

Activo Capital próprio e Passivo


Situação Líquida
11. Imobilizações corpóreas ------- 400
26. Mercadorias------------------- 1.100 51. Capital ---------------------------- 1.000
31. Clientes -------------------------- 200 55. Reservas ---------------------------- 200
37. Outros valores a receber------- 100 32. Fornecedores------------------------ 650
43.Depósitos à ordem--------------- 90 37. Outros valores a pagar ------------ 100
45.Caixa ------------------------------ 60
Total do capital próprio e passivo------ 1.950
Total do Activo ----------------------- 1.950

Operação 3: Vendeu, a prazo, metade das mercadorias por 650.


Está operação afectará duas contas do activo (Clientes e Mercadorias) e a conta do
Resultado liquido do exercícios. Isto é, há uma diminuição da conta mercadorias (kz –
550), não corresponde igual aumento da conta clientes (kz + 650).
A diferença entre dois valores representa o aumento do capital próprio em Kz 100
(Resultado líquido do exercício + 100), ou seja:

 Diminuição da conta mercadorias (kz – 550)


 Aumento da conta clientes (kz + 650)

Balanço após a operação 3

Activo Capital próprio e Passivo


Situação Líquida
11. Imobilizações corpóreas -------- 400
26. Mercadorias----------------------- 550 51. Capital ------------------------------- 1.000
31. Clientes --------------------------- 850 55. Reservas-------------------------------- 200
37. Outros valores a receber-------- 100 88. Resultado líq.do exercício ----------- 100
43.Depósitos à ordem----------------- 90 32. Fornecedores--------------------------- 650
45.Caixa -------------------------------- 60 37. Outros valores a pagar --------------- 100

Total do Activo ----------------------- 2.050 Total do capital próprio e passivo------ 2.050

Da análise das operações anteriores concluímos que:

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As operações 1 e 2 conduziram a uma variação qualitativa das contas, permanecendo
invariável o valor do capital próprio. Diz-se então que estas duas operações originaram
factos patrimoniais permutativos (ou qualitativos).
A operação 3, veio originar uma variação quantitativa nas contas, provocando uma
alteração no valor do capital próprio. Diz-se então que esta operação deu origem a um
facto patrimonial modificativo (ou quantitativo).

O MÉTODO E O SISTEMA CONTABILÍSTICO DE INFORMAÇÃO


CONTA
Noção
No ponto anterior, vimos que cada fluxo económico registado provoca alterações no seu
património.
Também vimos que as operações ocasionavam aumentos e diminuições no activo,
passivo e no capital próprio. Esses aumentos e diminuições são registados em contas. É
assim que surge como quadro de registro e de análise dos fluxos económicos de uma
empresa.
Assim, pode-se definir uma conta como sendo ‘‘ Um conjunto de elementos
patrimoniais expresso em unidades de valor ’’
Tal procedimento visava demonstrar a contínua igualdade da equação do património
(A = P + PL) e explicar os efeitos de alguns eventos sobre elementos do património.

Partes constitutivas
Como toda a classe de valores, as contas têm, necessariamente, de apresentar
características próprias:

 Título → Utilizam-se Contas separadas para representar cada tipo de elemento


do activo, do passivo e do património liquido. Cada uma dessas contas será
distinta das demais pela sua denominação ou ‘‘ título’’. O titulo é a expressão
83(ou palavras) pela qual se designa a conta. Tem como finalidade identificar a
conta e distinguí-la de todas as outras, pelo que será fixo e imutável.
 Valor da conta (ou extensão) → Representa a quantidade expressa em unidades
monetárias, contida, na conta no momento em que se analisa. O valor constitui a
base de toda a escrituração, porquanto, é a partir dela que se desenvolve todo o
trabalho contabilístico.

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REGRAS DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS
Representação Gráfica das Contas: Conceitos de Débito e Crédito
A cada conta corresponde um quadro, que constitui o dispositivo prático para
acompanhar as suas variações quantitativas. No aspecto gráfico a conta apresenta-se
normalmente na forma de um T, denominada conta em T ou razonete ou simplesmente,
razonete (Razão).
A forma gráfica cujo funcionamento explicaremos mais adiante, é a seguinte:

Débito (Deve) Título Crédito (Haver)


Esquerdo Direito

 Sobre o traçado horizontal indica-se o Título


 O lado esquerdo é designado de Débito ou Deve.
 O lado direito é designado de Crédito ou Haver.
 Os valores registrados no débito denominam-se Débitos.
 Os valores registrados no crédito denominam-se Créditos

Terminologia
 Debitar uma conta → Significa inscrever um valor no lado débito.
Exemplo:
D C
500,00

 Creditar uma conta → Significa inscrever um valor no lado crédito.


Exemplo:
D C
300,00

 Saldo → É a diferença entre débito e o crédito (Vice-versa).


Exemplo: 500,00 – 300,000 = 200,00 (representa a saldo).

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Ao balancear uma conta, ou seja, ao comparar o seu Débito com o seu Crédito, podem
ocorrer três hipóteses:

 Se o Débito é superior ao Crédito: O Saldo é Devedor.

D C
500,00 300,00

Saldo: 500,00 – 300,00 = 200,00 (Saldo devedor).

 Se o Crédito é superior ao Débito: O Saldo é Credor.

D C
300,00 600,00

Saldo: 600,00 – 300,00 = 300,00 (Saldo credor).

 Se Débito é igual ao Crédito: O Saldo é Nulo.

D C
300,00 300,00

Saldo: 300,00 – 300,00 = 0 (Saldo Nulo)

Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor
valor, obtendo-se assim uma igualdade entre os dois lados da conta.

Exemplos:

 Débito é superior ao Crédito.

D C
500,00 300,00

200,00 SD
500,00 500,00

A diferença = 500,00 – 300,00 = 200,00 é o Saldo Devedor, e inscreve-se do


lado crédito.
Donde: Débito = Crédito + Saldo Devedor

 O Crédito é superior ao Débito.


D C

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300,00 600,00

SC 300,00
600,00 600,00

A diferença: 600,00 – 300,00 = 300,00 é o Saldo Credor, e inscreve-se ao lado do


débito.
Donde: Débito + Saldo Credor = Crédito.

 O Débito é igual ao Crédito

D C
500,00 500,00

500,00 500,00

A diferença: 500,00 – 500,00 = 0, e é o Saldo Nulo.


Donde: Débito = Crédito
O saldo da conta corresponde à sua extensão, ou valor, num determinado momento.

 Fechar uma Conta


Corresponde em somar as colunas dos valores do Débito e do Crédito, depois de as
saldar previamente, sublinhado com dois traços cada soma
D C
500,00 270,00
300,00 420,00
450,00 560,00 SD

1250,00 1250,00

D C
360,00 520,00
280,00 440,00
SC 320,00

960,00 960,00

 Reabrir uma Conta:

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a) É inscrever o saldo na coluna dos débitos, se na conta fechada o mesmo era
Devedor.

D C
S.I 560,00

b) É inscrever o saldo na coluna dos créditos, se na coluna fechada o mesmo era


Credor.

D C
320,00 S.I

Classificação das contas


O Plano Geral de Contas (PGC), agrupa as contas em três grandes conjuntos:
1. As contas do balanço
2. As contas de gestão
3. As contas de resultados

Contas do Balanço
 Contas do Activo → Incluem todos elementos patrimoniais activos, isto é, bens
e direitos. E pertencem nas seguintes classes
 Classe 1: Meios Fixos e Investimentos
 Classe 2: Existências
 Classe 3: Terceiros
 Classe 4: Meios Monetários

 Contas do Capital Próprio ou Situação Líquida → Compreendem os elementos


abstratos representativos do valor do Património (diferença entre o activo e o
passivo)

 Classe 5: Capital Próprio e Reservas


(Capital, Reservas, Resultados transitados e Resultados do exercício)

 Contas do Passivo → Incluem todos elementos patrimoniais passivos, isto é, as


obrigações.

 Classe 3: Terceiros

 Contas Mistas → Contas que aparecem simultaneamente no Activo e no


Passivo.
 São contas da classe 3: Terceiros

Contas de Gestão

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As contas de gestão recolhem as contas de Custos e Proveitos do exercício corrente,
classificados de acordo com a sua natureza.
 Classe 6: Proveitos e Ganhos por Natureza
 Classe 7: Custos e Perdas por Natureza

Contas de Resultados
 Classe 8: Resultados

REGRAS DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS DO BALANÇO

 Contas do Activo → Compreende todos os elementos patrimoniais activos.

Movimentação:
Débito Crédito
 Saldo Inicial  Diminuição (-) ↓

 Aumento (+) ↑  Saldo Devedor

As contas do Activo são debitadas pelos saldos iniciais e aumentos, e creditadas pelas
diminuições. O saldo é sempre devedor.
 Contas do Passivo: Compreende todos os elementos patrimoniais passivos.
Movimentação:
Débito Crédito
 Diminuição (-) ↓  Saldo Inicial

 Saldo Credor  Aumento (+) ↑

As contas do Passivo e do Capital Próprio são creditadas pelos saldos iniciais e


aumentos e debitadas pelas diminuições. O saldo é sempre credor.
 Contas mistas (Complexas): São contas referentes aos processos económicos,
transações mútuas etc. Estas contas são frequentemente de caracter misto,
integrando os elementos de contas de vários tipos, chamadas contas Activas –
Passivas.
São contas da classe 3 Terceiros.
Exemplo: Estado, Participantes e Participadas, Pessoal etc.
Nestas contas poderão ser apresentados simultaneamente os dois saldos:

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 O primeiro no débito (dividas de devedores á empresa): Activo.
 O segundo no crédito (dívidas da empresa aos credores): Passivo

REGRAS DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS DE GESTÃO


 Contas de Proveitos: classe 6

D Proveitos e Ganhos por Natureza C


Anulações Proveitos

S.C

 As contas de Proveitos e ganhos por natureza → Devem ser creditadas pelos


proveitos (vendas de mercadorias e produtos, prestações de serviços, receitas
suplementares, subsídios destinados á exploração, receitas financeiras correntes,
receitas de aplicações financeiras e outros proveitos) e debitadas por eventuais
anulações desses proveitos. O saldo é sempre credor.

 Contas de custos: classe 7

D Custos e Perdas por Natureza C


Custos Anulações / Transferências

SD

 As contas de custos por natureza → devem ser debitadas pelos Custos (custo
das existências vendidas, fornecimentos e serviços de terceiros, impostos,
despesas com o pessoal, despesas financeiras, outras despesas e encargos e
amortizações e reintegrações do exercício) e creditadas por eventuais anulações
desses custos. O saldo é sempre devedor.
Transferência: Os saldos devedores para os custos e credores para os proveitos são
transferidos a débito para os custos e a crédito para os proveitos da conta ‘’82
Resultados operacionais.

Contas de Resultado
Apuramento de Resultado
D 82 Resultados Operacionais C
Custos e Perdas Proveitos e Ganhos
Operacionais Operacionais

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Transferência:
O saldo da conta ‘’82 Resultados Operacionais’’ é transferido para a conta ‘’88
Resultados Líquidos do Exercício’’

D 88 Resultados Líquidos do Exercício C


SD SC

O MÉTODO CONTABILÍSTICO
Para a contabilização dos registos de todos os factos ocorridos no cotidiano da empresa,
utilizaremos o Método das Partidas Dobradas, que foi idealizado e publicado pelo Frei
Luca Pacíoli, em 1494. Esse método determina que para cada débito haverá um ou mais
créditos de igual valor e vice-versa, fazendo sempre o valor debitado ser igual ao valor
creditado.

Exemplo 1
Depósitos no banco de kz 350. As contas afectadas por este facto são:
Caixa e Banco
Resolução: A primeira sofre uma variação diminuitiva e a segunda uma variação
aumentativa, de igual montante. São contas do Activo

D 43 Banco C D 45 Caixa C

350,00 350,00

Débito: Banco = Crédito: Caixa

Exemplo 2
Compra de mercadorias de Kz 280, cujo pagamento é feito dentro de 45 dias.
As contas a movimentar neste facto são:

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Mercadorias e Fornecedores
Resolução: Mercadorias, sofre uma variação aumentativa e Fornecedores, também sofre
uma variação aumentativa.
Neste facto, uma conta é do activo e a outra é do Passivo.

 Mercadoria é do activo: debita-se


 Fornecedor é do passivo: credita-se

D 26 Mercadorias C D 32 Fornecedores C

280,00 280,00

Exemplo 3
Compra a crédito de móveis Kz 120.000 e duma viatura Kz 220.000.

11.5- Móveis 11.4 Viatura 37.9 Credor

120.000,00 220.000,00 340.000,00

Vários débitos = 1 Crédito


As contas a movimentar neste facto são:

 Móveis → Variação aumentativa: 120.000,00 (conta do activo)


 Viatura → Variação aumentativa: 220.000,00 (conta do activo)
 Credores → Variação aumentativa: 340.000,00 (conta do passivo)

Conclusão:

 A soma de débitos é sempre igual à soma dos créditos.


 A soma dos saldos devedores é sempre igual a soma dos saldos credores.
 A contabilização de qualquer de qualquer facto patrimonial obedece
forçosamente a uma das quatro fórmulas diagráficas (1,2,3,4).
 A reflexão de cada operação económica através do registo da mesma quantia no
débito de uma conta e no crédito de outra conta, denomina-se Método das
Partidas Dobradas. Também conhecido por Método Diagráfico.

REGISTO CONTABILÍSTICO OU LANÇAMENTO

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O lançamento é a anotação de qualquer facto patrimonial nos livros de
contabilidade.

Elementos dos lançamentos no Diário Geral


a) Data: dia, mês e ano
b) Titulo: é a indicação da conta a debitar e a creditar
c) Descrição ou Histórico: consiste na explicação sucinta do facto patrimonial que
dá origem ao lançamento.
d) Importância ou valor: é o montante correspondente as variações patrimoniais
provocadas nas contas.

Classificação de Lançamentos
Segundo a natureza dos movimentos, os lançamentos classificam em:
a) Lançamentos de abertura: respeitam aos registos dos valores iniciais das contas
aquando do início da escrita.
b) Lançamentos correntes: respeitam aos registos das operações realizadas e dos
acontecimentos ocorridos durante o exercício económico.
c) Lançamentos de estorno: têm por finalidade rectificar as omissões, duplicações
e erros cometidos nos lançamentos efectuados.
d) Lançamentos de transferência: têm por finalidade transferir os saldos das contas
de custos e proveitos para as contas de resultados, permitindo a posterior
determinação dos resultados da empresa.
e) Lançamentos de regularização
f) Lançamentos de encerramento ou fecho: são efectuados depois do apuramento
dos resultados e da elaboração do balanço e permitem fechar as contas que
apresentam saldos (devedores ou credores).
g) Lançamentos de reabertura: registam-se no início de cada exercício económico,
os valores iniciais das contas (saldos finais das contas no exercício anterior).

DIÁRIO
Diário → É o documento que serve para registar dia apos dia, por ordem de datas, cada
um dos actos praticados pela empresa, que modifiquem ou possam vir a modificar o
património de uma entidade económica.

Estruturas

Data Nº de Histórico Movimento do débito Movimento do crédito


registo Conta Valor Conta Valor

BALANCETE
Balancetes de verificação
Todas as empresas têm dezenas de transacções mensalmente, todas registadas na
contabilidade pelo método das partidas dobradas, ou seja: para cada um ou mais
lançamentos de débito efectuados deve corresponder um ou mais lançamentos de

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crédito, de forma a que o valor total de débitos seja sempre igual ao valor total dos
créditos em cada lançamento.
Consequentemente, a qualquer momento a soma dos saldos devedores da contabilidade
de uma companhia deve ser exactamente igual à soma dos saldos credores. Ao fazer
uma verificação desse fato, a companhia prepara um balancete, por isso chamado de ‘‘
balancete de verificação’’.
O saldo que aparece ao lado de cada conta é o mesmo constante da ficha de razão
correspondente

Quando levantar um balancete de verificação


Os balancetes de verificação podem ser extraídos a qualquer tempo. Entretanto, o
procedimento mais usual é o de preparar balancetes mensais, para conhecimento e
informação da administração, acerca da posição financeira da companhia. Algumas
empresas preferem preparar balancetes apenas trimestralmente e outras, semestralmente.
Em resumo: quando levantar um balancete de verificação é uma decisão que depende
apenas da administração de uma companhia.

Estrutura

C/C Conta Movimentos Saldos


Débito Crédito Devedor Credor

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Os utentes e as necessidades de informação
Existem informações sobre as entidades que são úteis para determinados utentes por
permitirem avaliações e tomada de decisões importantes, das quais se destacam a nível
externo:

 Investidores → Avaliar o retorno do investimento; Auxiliar na tomada de


decisão (comprar, deter ou vender); Determinar a capacidade da empresa de
pagar dividendo.
 Empregados → Avaliar a capacidade entidade de proporcionar emprego,
remuneração e benefícios de reforma.
 Financiadores → Determinar a capacidade da entidade em solver, dentro do
prazo, os compromissos com eles assumidos: empréstimos e juros.
 Fornecedores e outros credores → Determinar se as quantias que lhes são
devidas serão pagas dentro do prazo; Avaliar a capacidade da entidade em
operar de forna continuada, casos estejam dependentes da entidade.
 Clientes → Avaliar a capacidade da entidade em operar de forma continuada,
caso hajam assumido compromissos de longo prazo com a entidade ou dela
estejam dependentes.

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 Governo e seus departamentos → Avaliar a capacidade de alocação de recursos;
Regulamentar a actividade das entidades; Estabelecer políticas de tributação;
Servir de base ao apuramento do Rendimento Nacional e de Estatísticas
semelhantes.
 Público → Ajudar a avaliar a utilidade da entidade em diversos níveis, como por
exemplo a capacidade de emprego e de desenvolvimento de negócios como
cliente.
A nível interno:

 Gestão → Auxiliar o cumprimento das suas responsabilidades de planeamento,


tomada de decisões e controlo.

Objectivos das demonstrações financeiras


As demonstrações financeiras são uma representação financeira esquematizada da
posição financeira e das transações de uma entidade. São, por essa razão, úteis, como
forma de proporcionar informação acerca da posição financeira, desempenho e
alterações na posição financeira de uma entidade a um vasto leque de utentes na tomada
de decisões económicas.
As demonstrações preparadas com este propósito vão de encontro às necessidades
comuns da maioria dos utentes mas não proporcionam toda a informação de que estes
possam necessitar para tomarem as suas decisões uma vez que:
Retratam efeitos financeiros de acontecimentos passados.
Não proporcionam necessariamente informação não financeira.

Desempenho
O desempenho e a variabilidade do desempenho de uma entidade é útil para predizer:
A capacidade da entidade em gerar fluxos de caixa a partir dos recursos básicos
existentes.
As alterações potenciais nos recursos económicos que seja provável que ela controle no
futuro.

Alterações na posição financeira


As alterações na posição financeira de uma entidade são úteis para:
Avaliar as suas capacidades de investimento, financiamento e operações durante um
período.
Determinar a capacidade de uma entidade de gerar dinheiro e equivalentes e as
necessidades de utilização desses fluxos no futuro.

Alteração das componentes das demonstrações financeiras


Para que as demonstrações financeiras possam ser úteis aos seus utentes, estas devem
proporcionar informação acerca da posição financeira, desempenho e alterações na

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posição financeira da entidade. Por esta razão, o conceito de demonstrações financeiras
passa a integrar, além do Balanço e da Demonstração de Resultados, a Demonstração de
Fluxo de Caixa, destinada a proporcionar informação acerca das alterações na situação
financeira e as Notas as Contas, destinadas a complementar as informações
proporcionadas pelas restantes componentes das Demonstrações financeiras.

O SISTEMA CONTABILÍSTICO DE INFORMAÇÃO


Introdução
Cada indivíduo ou grupo de indivíduo na sociedade toma decisões económicas no que
diz respeito ao futuro. Por exemplo, o gestor duma empresa necessita de saber quais
produtos que não tiveram sucesso. Com esta informação, o gestor pode decidir se pode
deixar de vender tais produtos ou então fazer alguma coisa para aumentar o interesse
dos consumidores.
Outras pessoas querem saber se a empresa é financeiramente saudável antes de aceitar
um emprego ou investir. Similarmente as organizações sem fins lucrativas necessitam
das informações financeiras para planear e controlar suas organizações para lhes servir
de guia no futuro.

A Informação Contabilística e o Processo de Tomada de Decisão


Um gestor deve possuir conhecimentos e capacidades, ou competências para participar
nas decisões económicas, razão para qual o estudo da contabilidade é fundamental. A
informação que a contabilidade fornece é a base para cada decisão, ambos dentro e fora
da empresa.
No processo de tomada de decisão, a primeira questão é de entender como as decisões
são feitas e como os contabilistas podem contribuir nesse processo. Tomar uma decisão
e saber executá-la efectivamente.
O tomador de decisão deve responder as seguintes perguntas:
a) Qual é o objectivo a atingir?
b) Quais são os diferentes meios necessários para atingir os objectivos?
c) Qual é a melhor alternativa encontrada para realizar o objectivo?
d) Qual é a acção que poderia ser tomada?
e) O objectivo foi realizado?

Finalidades da Informação Contabilística


Needles, em seu conhecido livro ´´ Principles of Accouting´´, focaliza com bastante
propriedade as implicações deste item. Embora tais finalidades possam ser catalogadas
de várias formas, serão aqui agrupadas em três finalidades:

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 Controle
 Planeamento
 Avaliação
Controle: pode ser conceituado como um processo pelo qual a alta administração se
certifica, na medida do possível, de que a organização está agindo de conformidade com
os planos e politicas traçados pelos donos de capital e pela própria alta administração.
(esta, como estamos vendo, é uma definição bem ampla de controle, aceite pelos autores
modernos, em contraste com a definição restrita, que resumia o controle é uma função
quase policial dentro da empresa, única e exclusivamente). O referido autor afirma que
a informação contabilística é útil ao processo de controle das seguintes formas:

 Como meio de comunicação → Os relatórios contabilísticos podem ser de


grande auxílio, ao informar a organização a respeito dos planos e políticas da
administração e, em geral, das formas de comportamento ou acção que a
administração deseja de atribuir à organização.
 Como meio de motivação → A não ser que a empresa ou negócio seja do tipo
individual, não compete à administração fazer ou executar serviço. Isto quer
dizer que a administração não fabrica e vende pessoalmente o produto. Pelo
contrário, a responsabilidade da administração consiste em saber se o trabalho
está sendo executado por outros. Isto requer em primeiro lugar, que o pessoal
seja contratado e formado dentro da organização, seja motivado de forma a que
seja levado a fazer o que a administração quer que se faça. A informação
contabilística pode auxiliar (e também, desde que utilizada inadequadamente,
prejudica) este processo de motivação.
Avaliação: Periodicamente a administração necessita avaliar a qualidade dos
serviços executados pelos empregados. A apreciação desse desempenho pode
resultar em acréscimo de salários, promoções, readmissões, acções correctivas
variadas, ou, em casos extremos, demissões. A informação contabilística pode
auxiliar este processo de avaliação, embora o desempenho humano não possa ser
julgado apenas através da informação contida nos registos contabilístico.
Planeamento: Por sua vez, é o processo de decidir qual percurso de acção deverá
ser tomado para o futuro. Normalmente, o processo de planeamento consiste em
considerar vários percursos alternativos de acção e decidir qual o melhor.
Planeamento (que deve ser diferenciado simples prevenção), pode abranger um
segmento da empresa ou a empresa como um todo. A informação contabilística,
principalmente no que se refere ao estabelecimento de padrões ou estandards e ao
inter-relacionamento da contabilidade com os planos orçamentais, é de grande
utilidade no planeamento empresarial. Mesmo em caso de decisões isoladas sobre
várias alternativas possíveis, normalmente utiliza-se grande quantidade de
informação.

PRINCIPAIS QUALIDADES REQUERIDAS PARA UMA BOA


INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA
Características das Informações Contabilísticas

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Os usuários (utilizadores) estão interessados na informação fornecida pelo relatório
financeiro, porque serve de base de decisões económicas. Eles usam as demonstrações
financeiras a fim de satisfazer algumas das suas necessidades de informação.
Contudo, as informações que os usuários necessitem, devem conter alguns requisitos ou
características que tornam úteis as informações contabilísticas.
A função básica do relatório contabilístico para a tomada de decisões sobre
investimento, créditos e outras semelhanças, faz com que seja essencial que as
informações contabilísticas possuam qualidades que as tornem úteis para esse objectivo.
As características qualitativas: são aquelas que atribuem quais informações devem-se
possuir de forma a serem úteis, e influenciar o tomador de decisão.
Os utentes utilizam as demonstrações financeiras para satisfazer algumas das suas
diferentes necessidades de informação. Estas necessidades incluem o seguinte:
- Investidores: os fornecedores de capital de risco e os seus consultores necessitam de
informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender, por
exemplo, obrigações. Os accionistas estão também interessados em informação que lhes
facilite determinar a capacidade da entidade pagar dividendos;
- Empregados: os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na
informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão
também interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade
proporcionar remuneração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego;
- Mutuantes: os mutuantes estão interessados em informações que lhes permita
determinar se os seus empréstimos, e os juros a que eles respeitam, serão pagos quando
vencidos;
- Fornecedores: e outros credores comerciais – estes estão interessados em informação
que lhes permita determinar se as quantias que lhes são devidas serão pagas no
vencimento;
- Cliente: os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma
entidade, especialmente quando dela estão dependentes. É o que se passa relativamente
a empresas que fornecem determinados bens e serviços. Por exemplo, nas áreas as
comunicações, abastecimento de água, electricidade, etc.;
- Governo e os seus departamentos: estão interessados na alocação de recursos e, por
isso, nas atividades das entidades. Exigem também informação a fim de regularem as
atividades das entidades, determinar as políticas de tributação e como base para
estatísticas do rendimento nacional e outros semelhantes;
- Público: as entidades afetam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar
uma contribuição substancial à economia local de diversos modos, incluindo o número
de pessoas que empregam e patrocinam comércio dos fornecedores locais. As
demonstrações financeiras podem ajudar o público ao proporcionarem informações
acerca das tendências e desenvolvimentos recentes na prosperidade da entidade e leque
das suas atividades.

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A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
Justificação
Com o renascer do desenvolvimento económico do País e com a crescente
internacionalização dos mercados de bens e serviços, o País não pode deixar de
acompanhar a evolução contabilística registada a nível internacional sob pena de perda
de oportunidade e competitividade. Neste aspecto, a normalização contabilística assume
um papel primordial à luz da crescente globalização da economia ao preocupar-se com:

 A melhoria da informação contabilística.


 O conhecimento da contabilidade e respectivo controlo.
 A comparação das informações contabilísticas no tempo e no espaço.
 A elaboração de estatística.
A normalização engloba portanto duas vertentes fundamentais:

 Criação de normas.
 Aplicação de normas com vista à harmonização da informação contabilística
produzida.
A International Federation of Accountants (IFAC), que tem como objectivo primordial
a harmonização contabilística a nível mundial, tem vindo a desenvolver esforços para a
consecução do seu objectivo, através do International Accounting Standards Committee
(IASC), órgão dependente do IFAC, mediante a emissão de normas de contabilidade
internacionais.
Embora as normas internacionais assumam um carácter de prática geralmente aceite,
resultante de uma escolha colectiva com vista a solucionar problemas de carácter
repetitivo, em Angola as normas contabilísticas têm até agora assumido um carácter
legal que nesta fase, face as inúmeras alterações a introduzir, se optou por mater.
Entretanto, o Plano Geral de Contabilidade agora aprovado estabelece os critérios para
preparação e apresentação das Demonstrações financeiras para os utentes externos tendo
como propósitos fundamentais:

 Ajudar os preparadores das Demonstrações financeiras na aplicação de normas


idênticas às internacionais.
 Ajudar os utentes das Demonstrações financeiras na interpretação da informação
contida nas Demonstrações financeiras.
 Ajudar os auditores na formação de opiniões quanto as Demonstrações
financeiras se encontram ou não em conformidade com os princípios de
contabilidade geralmente aceites.
 Ajudar a identificar assuntos que devam constituir alvo de interpretação
detalhada e aprofundamento em fases seguintes, para melhor se conformarem
com as necessidades do País sem ferirem os princípios básicos internacionais.

Objectivo da Normalização

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 A normalização contabilística tem por objectivo principal a uniformização da
contabilidade no que diz respeito a terminologia, conceitos, regras de movimentação
das contas e peças contabilísticas.
 A normalização contabilística permite:
 Fornecer informações uniformes e precisas pela definição dos princípios de
Contabilidade Geralmente Aceite e critérios valorimétricos que devem ser seguidos
na contabilidade das diversas organizações.
 Maior confiança nos dados contabilísticos por parte do fisco, entidades bancarias e
outras.
 A elaboração de estatística com menor erro, na medida em que se passa a contar
com critérios mais uniformes e agregações de dados mais exactos.
 A interpretação por qualquer técnico de contabilidade dos dados contabilísticos,
tendo a sua disposição de um código de regras e procedimentos.
 A uniformização do ensino de contabilidade.

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM ANGOLA


Os princípios de contabilidade das sociedades comerciais e empresas públicas, tem
vindo a evoluir ao longo das últimas décadas.
Observe o quadro seguinte:

Data Decretos-lei
1979 Decreto nº 259/79, de 19 de Outubro
1984 Decreto nº 74/84, de 19 de Outubro
1989 Decreto nº 70/89, de 23 de Dezembro
2001 Decreto nº 82/01, de 16 de Novembro

Pelo quadro observa-se a evolução e as alterações de modo a harmonizar a estrutura, os


métodos e os procedimentos com outras práticas internacionais aceites.
Pelo decreto nº 82/01, de 16 de Novembro, o Plano Geral de Contabilidade é
obrigatoriamente aplicável às sociedades comerciais e as empresas públicas, que
exerçam:

 Actividade em Angola;
 Actividade noutros países mas que tenham a respectiva sede em Angola.

VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

Vantagens da normalização contabilística


para:
O Técnico de Contas Código de regras e procedimentos.
Os sócios e empregados Avaliação da situação patrimonial.
As empresas Comparabilidade da informação contabilística.
O Estado Controlo mais fácil dos valores a tributar.

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O PLANO DE CONTABILIDADE DE ANGOLA
O plano de Contas
Plano de conta é um documento contabilístico, previamente estabelecido, que encerra
um conjunto de normas e a denominação das contas, ordenadas e codificadas utilizadas
pela empresa no registo das operações.
No nosso Plano Geral de Contabilidade, as contas estão distribuídas por oito classes,
numeradas de 1 a 8, conforme apresentamos abaixo:
1. Contas de Balanço (classes de 1-5)
2. Contas de Gestão (classes de 6 -7)
3. Contas de Resultados (classe 8)
De acordo com o PGC, existem outras classes de contas especiais (0 e 9), que são
facultativas.
Nesta classificação, as contas de balanço, de gestão e de resultados são de muito
interesse nesta matéria de Contabilidade Geral.

Estrutura
Na elaboração do plano de conta se deve considerar
- O Título das contas
- Classes de contas;
- Divisão das Contas principais em subcontas, de acordo com as necessidades da
empresa;
- Codificação das contas;
- O conjunto de regras e informações relativas à compreensão e movimentação das
contas;
- Os critérios e métodos Valorimétricos.

Codificação Contabilística
Na codificação contabilística utilizam-se os dígitos de 0 – 9 (sistema decimal). Deste
modo as classes são numeradas de 1 a 9.
Assim, o código de conta é composto por 2 ou mais dígitos.
- O primeiro dígito, indica a classe a que pertence a conta;
- O segundo, indica-nos a ordem da conta dentro da classe (toda conta de 1 grau é
formado por 2 dígitos);
- O terceiro dígito, informa-nos que estamos na presença de uma conta divisionária e
indica-nos a ordem dentro da conta do 1 grau.

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- O quarto dígito, este indica-nos que se trata de uma conta de 3 grau e assim
sucessivamente.
3.1.1.4
Obs:
3 → Classe
1 → Ordem da conta de 1º grau na classe.
1 → Ordem dentro das subcontas da conta do 1º grau.
3 → Conta do 3º grau ordem da subconta dentro da 1º subconta da 1º conta da classe.

HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA INTERNACIONAL EM ANGOLA


O crescimento e a globalização da actividade das empresas e dos mercados, provocaram
um aumento de aquisições de sociedades estrangeiras, bem como o aumento das
necessidades financeiras, que estiveram na origem do desenvolvimento dos mercados de
capitais. Este constante crescimento internacional, originou que a contabilidade,
elemento essencial da comunicação financeira, diferisse pelo seu conteúdo e pelos seus
modos de aplicação, de país para país.
Entretanto, essa harmonização tem defensores e detractores. Os primeiros, alegam a
vantagem das demonstrações financeiras obedecerem à mesma estrutura conceptual,
facilitando a sua compreensão, o que vai ajudar a melhor tomada de decisões por parte
dos investidores que pretendam investir em países diferentes. Os segundos, alegam que
muitos conceitos contabilísticos estão a ser perdidos com a harmonização encetada pelo
IASB, dando como exemplo: as designações como ´´proveito´´ e ´´ Custo´´
desaparecem para dar lugar a ´´ rendimento´´ e ´´Gasto´´ e, acrescentam ainda, que o
problema da Contabilidade a nível internacional, com esta tentativa de modificação, vai
criar um efeito nefasto sobre a qualidade da mensagem transmitida.
De qualquer forma, tem-se vindo a verificar uma maior aproximação entre países, no
sentido de existir uma harmonização contabilística. E porquê? Porque a natureza e o
crescimento das empresas multinacionais, são os principais factores para que se
verifique um desenvolvimento da Contabilidade neste novo século. As empresas
internacionais, têm preferência por um sistema contabilístico uniforme em toda a sua
organização, pois assim torna-se mais acessível o controlo interno, tornando-o mais
eficaz.

CONSTITUIÇÃO DE EMPRESAS
Campo de aplicação da contabilidade

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A contabilidade pode ser aplicada em situações em que haja a necessidade de controlar
qualquer tipo de bem. Pode servir para a sua vida pessoal, onde você controla os seus
ganhos e gastos, ou pode servir para grandes cooperações que buscam lucros ou,
porventura, tenham prejuízos. Concluindo, a contabilidade aplica-se a todas as situações
que envolvam valores monetários.
Para delimitarmos nosso campo de estudo, partiremos da obrigatoriedade da utilização
da contabilidade, que está ligado directamente à pessoa jurídica.
Pessoa jurídica, é a entidade abstrata que possui direitos, obrigações e patrimónios
próprios, distintos das pessoas físicas, o que a caracteriza como se tivesse vida própria.
As pessoas jurídicas exploram organizadamente uma actividade caracterizada como
comum.

Empresa
As actividades económicas são exercidas pelas organizações, como por exemplo:
empresas de comércio, transformação, construção, transporte, manutenção, etc, são
chamadas de empresa.
Entretanto, como tudo na vida tem fases, o seu é limitado, o qual pode ser dividido em
três fases a saber: constituição, funcionamento e liquidação.

 Constituição → Decisão da sua criação, com a obtenção e combinação dos


recursos necessários para a sua entrada em funcionamento.
 Funcionamento ou Execução → Fase durante a qual se desenvolve todo o
processo de transformação (produção de bens e serviços, com vista à obtenção
de resultados).
 Liquidação → Extinção

Definição
Várias definições são propostas, e verificamos que especialistas de diferentes profissões
têm definido a empresa consoante os seus pontos de vista. Nós optamos pela definição
mais geral adoptada pela Contabilidade Nacional Francesa, como sendo empresa: um
organismo financeiramente independente, produzindo para o mercado bens e
serviços.
Nesta definição, podemos verificar três aspectos importantes:
1. Produção → Quer dizer que a empresa cria (ou transforma) bens ou serviços
para a satisfação das necessidades dos indivíduos, ou das outras empresas.
Exemplo de empresa:
a) Criação ou produção de bens → Vidrul, Nova Cimangol, etc
b) Empresa de produção de serviço → Taag, Movicel, etc

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2. A empresa produz para o mercado → Isto é, vende bens ou serviços
produzidos.
3. Financeiramente independente → Significa que a empresa tem autonomia de
produzir e vender, sob sua responsabilidade e risco.

Classificação
Pérochon classifica as empresas no seu ponto de vista Jurídico, da sua dimensão e do
seu ramo de actividade.

Do ponto de vista Jurídico


Se nós considerarmos o conceito de ‘‘proprietário’’ ou dono da empresa, distingue-se:
empresa individual e colectiva.

Empresa Singular (individual)


Empresa pertencente a um individuo. A maior parte dos pequenos negócios são
empresas individuais. Exemplo: Alfaiate, Cabeleireiro, Sapateiro etc. A empresa
singular pode ser:

 Comerciante em nome individual → É a pessoa com capacidade de praticar


actos de comércio e fazem disso a sua profissão (em todo ou em parte). Este tipo
de empresa é constituído por uma única pessoa que afecta determinados bens
próprios à actividade económica.

 Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL)→ As EIRL


são constituída por escritura pública, afectando determinados bens próprios á
actividade económica. Em caso de dívidas só os bens afectos é que respondem,
deixando intacto os restantes bens próprios.

Empresas colectivas (sociedade)→ Que reúne capitais ou fundos de várias pessoas


cujo número vária de duas ou mais. Em cada sociedade comercial podemos ter nessa
classificação as sociedades comercias seguintes: Sociedades anónimas, por quotas, em
nome colectivo e em comandita.

 Sociedades anónimas→ O capital deste tipo de sociedades, como sociedades de


capital que são, encontra-se dividido em parcelas, designadas acções. Aos detentores
das acções dá-se a designação de accionistas. Neste tipo de sociedades, a
responsabilidade de cada sócio (ou accionista) é limitada ao valor das acções que
subscreveu. Exemplo: Nova Sotecma, SARL.

 Sociedades por Quotas → As sociedades por Quotas são constituídas por escritura
pública, com capital social, representado por quotas. Neste caso, a responsabilidade
dos sócios é limitada ao valor da quota. Exemplo: empresa ‘‘ Ofeka- Yetu Lda’’

 Sociedades em nome colectivo → A responsabilidade dos sócios é ilimitada porque


respondem todos bens pessoais dos sócios na assumpção de dívidas. Solidárias
porque, caso os bens da sociedade não serem suficientes para o pagamento das
dívidas, a parte restante pode ser exigida na totalidade a qualquer um dos sócios
indiferentemente. Exemplo: Mota e Cia, Sá

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 Sociedades em Comandita→ Neste tipo de sociedade existem dois tipos de sócio:
Comanditários e Comanditados. Os sócios Comanditários são sócios de
responsabilidade limitada, respondendo apenas pelas suas entradas de capital. Os
sócios comanditados são sócios de responsabilidade ilimitada respondendo pelas
dividas da sociedade nos mesmos termos que os sócios das sociedades em nome
colectivo.

Empresas públicas e / ou mista → Pertencem na sua totalidade ao Estado angolano,


para as empresas públicas e parte ao estado angolano para as empresas mistas.

TABELA DE EXPRESSÕES CONTABILÍSTICAS

EXPRESSÃO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO


Crédito Valor a receber Direito Activo
Débito Valor a pagar Obrigação Passivo
Crédito a Valor a receber Direito Activo
Crédito de Valor a pagar Obrigação Passivo
Saque (crédito) Valor a receber Direito Activo
Aceite (Débito) Valor a pagar Obrigação Passivo
Saque a Valor a receber Direito Activo
Saque de Valor a pagar Obrigação Passivo
Aceite a Valor a pagar Obrigação Passivo
Aceite de Valor a receber Direito Activo
Factura Compra e venda a crédito/prazo Obrigação/Direito Passivo/Activo
Factura – Recibo Compra e venda a p. pagamento Obrigação/Direito Passivo/Activo
Factura a Venda a crédito ou a prazo Direito Activo
Factura de Compra a crédito ou a prazo Obrigação Passivo
Nossa factura Venda a prazo ou a crédito Direito Activo
Vossa factura Compra a prazo ou a crédito Obrigação Passivo
Duplicado (Cópia) da factura Venda a crédito Direito Activo
Original da factura Compra a crédito ou a prazo Obrigação Passivo
Factura – Recibo a Venda a pronto pagamento Direito Activo
Factura – Recibo de Compra a pronto pagamento Obrigação Passivo
Duplicado (Cópia) da Factura Recibo Venda a pronto pagamento Direito Activo
Original da Factura – Recibo Compra a pronto pagamento Obrigação Passivo
Recibo Pagamento e recebimento Obrigação Passivo
Recibo a Recebimento (cobrança) Direito Activo
Recibo de Pagamento Obrigação Passivo
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Duplicado (Cópia) de Recibo Recebimento Direito Activo
Original de Recibo Pagamento Obrigação Passivo
Nota de débito a Aumento da dívida do cliente Direito Activo
Nota de débito de Aumento da dívida c/ fornecedor Obrigação Passivo
Nota de crédito a Diminuição da dívida do cliente Obrigação Passivo
Nota de crédito de Diminuição da dívida c/ fornecedor Direito Activo
Empréstimo obtido ou contraído Valor a pagar Obrigação Passivo
Empréstimo concedido Valor a receber Direito Activo
Empréstimo a Valor a receber Direito Activo
Empréstimo de Valor a pagar Obrigação Passivo
Recebimento (adiantamento) Representa uma obrigação Obrigação Passivo
Pagamento (adiantamento) Representa um direito Direito Activo
Dívida a Valor a pagar Obrigação Passivo
Dívida de Valor a receber Direito Activo
Letras a receber Valor a receber Direito Activo
Letras a pagar Valor a pagar Obrigação Passivo
Vosso aceite Cliente com letra a receber Direito Activo
Nosso saque Cliente com letra a receber Direito Activo
Obs: a = ao = sobre = pela
de = do = da

BIBLIOGRAFIA

 Ávila, Carlos Alberto – Contabilidade Básica


 Borges, António; Rodrigues, Azevedo e Rodrigues, Rogério – Elementos de
Contabilidade Geral
 David, Mbunga Nzinga – Contabilidade Geral (Manual da Faculdade de
Economia)
 Gouveia, Nelson – Contabilidade
 Magro, José Faria e Magro, Adelaide – Manual de Contabilidade Angolano
 Manuel, Fernando Gonçalves Neves – Práticas Contabilísticas
 Muhongo, António Domingos – Contabilidade Geral
 Plano Geral de Contabilidade Angolano, Aprovado pelo Decreto nº 82/2001 de
16/11
 Plano Geral de Contabilidade Explicado Angola, Aprovado pelo Decreto nº
82/2001 de 16/11

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