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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA


PROFESSOR: LOURIVAL LOPES
ALUNO: DANIEL DE SOUSA OLIVEIRA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA

RESENHA
EJA – ESPAÇO DE INSERSÃO SOCIAL, INCLUSÃO E DIVERSIDADE

CAMPO MAIOR – PI
JUNHO/2022
Elaine Aparecida Policarpo, pós-graduada em Educação Básica pela Universidade de
Taubaté (UNITAU), e Roseli Albino Dos Santos, Mestrado em Educação: História, Política,
Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em seu artigo “EJA –
Espaço De Inserção Social, Inclusão E Diversidade” propõem reflexão sobre a Educação de
Jovens e Adultos no Brasil como espaço inclusivo cultural e socialmente e de melhor convivência
com o diferente. As literatas comprovam que ainda há um longo caminho a ser percorrido para
real inclusão de todos no ambiente escolar, isso demanda pensar em qualidade sociocultural
que implica respeito à pluralidade, o respeito ao outro, ao acolhimento, ao cuidado, a fim de
diminuir todas as formas de discriminação, opressão e exclusão no universo escolar, além de
ampliar a definição da modalidade EJA, que pode ampliar as possibilidades de escolarização,
formação e participação social dos sujeitos.

Infelizmente, a educação brasileira ainda vê a EJA como uma modalidade de


ensino com finalidade de compensar o que não foi aprendido na infância e na
adolescência, assim manteve os padrões rígidos das propostas curriculares,
tempo, espaço e metodologias rígidas como no ensino regular, sem atender as
especificidades deste outro público específico.

Ademais, para progressão e respaldo temático, as autoras utilizam das abordagens de


Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a respeito dos bens culturais e o processo de limitação para
a população menos favorecida. Em seus estudos de reprodução social e o lugar da escola nesse
processo. Convencido de que o capital econômico não era o único tipo de capital mobilizado
pelos sujeitos para reproduzir privilégios e distinção social, Bourdieu apostou na ideia de que a
cultura é um bem simbólico que quanto mais se tem, maior as condições de sua acumulação.
Observando o desempenho das crianças em idade escolar Bourdieu notou que o estoque de
capital cultural delas era diferente de acordo com a classe social originária. Considerando o
capital cultural um “arbitrário cultural”, notou que crianças que chegavam à escola com capital
cultural valorizado no interior da escola eram melhor recompensadas pelos professores, assim
como possuíam melhores condições de absorver o que estava sendo ensinado; haja visto que
não se tratava de algo estranho a suas vidas cotidianas. Já as crianças originárias das classes
populares, além de não apresentar “docialidade”, não enxergavam os conteúdos escolares
como algo atrativo, isso por estar distante de suas realidades cotidianas.

Segundo Bourdieu (1996) os sujeitos inseridos nas instituições escolares não


conseguirão usufruir dos bens culturais transmitidos pela escola e por sua
vez, a escola não acolhe e não inclui em sua rotina a cultura trazida pelos
alunos, podendo causar, inclusive, dificuldades de aprendizagem.

Dessa forma, a escola precisa buscar mecanismos de inserção e democratização do ensino


a indivíduos que se sentem excluídos e marginalizados, ora por dificuldade no processo de
aprendizagem, ora por falta de oportunidade em outro momento de sua história, sendo assim,
a EJA é a modalidade de ensino que propicia a inserção social desses indivíduos marginalizados.
Portanto, a função social da EJA deve possibilitar o envolvimento dos educandos jovens, adultos
e idosos nas práticas escolares, garantindo-lhes o acesso aos saberes em suas diferentes
linguagens, intimamente articulado com suas necessidades, expectativas e trajetórias de vida,
para tanto, a escola deve superar o ensino de caráter enciclopédico, e estar atenta aos
conteúdos específicos de cada disciplina, articulados com a realidade e colaborando para que
os mesmos ampliem seus conhecimentos viabilizando a busca pelos direitos da melhoria de sua
qualidade de vida.

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