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UNIDADE CURRICULAR: Educação e Diversidade Cultural

CÓDIGO: 11011

DOCENTE:

A preencher pelo estudante

NOME: Manuela

N.º DE ESTUDANTE:

CURSO: Licenciatura em Educação

DATA DE ENTREGA: 10/12/2022

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1.1 A escola e a educação fomentam o conhecimento e a aquisição de novos saberes, exalta


a necessidade da criação de contextos que englobam todos como um todo em sociedade
e na comunidade educativa, nesta última há cada vez mais uma grande necessidade de
inclusão e integração de diversas culturas e dos indivíduos. A inclusão no meio escolar,
proporciona uma educação básica para todos os indivíduos, evitando desta forma a
exclusão e a separação e contribuindo para que seja possível dar-se a mudança na sua
forma organizacional e funcional nos diversos contextos educativos, no currículo e na
metodologia de ensino/aprendizagem. Na definição de inclusão sugere ainda alguma
incoerência e imprecisão, no entanto, a definição de inclusão a nível social e educacional
prende-se pela necessidade de mudança, permitindo evoluir e romper com paradigmas
tradicionais de educação e da visão da escola. A inclusão determina quatro pontos
basilares, baseia-se no direito fundamental, implica repensar a diversidade, a escola e a
comunidade educativa e a diferença, a inclusão é o passo para a mudança da sociedade.
A inclusão fundamenta-se no direito que auxilia todas as crianças, independentemente do
seu estatuto, género, e grupo social a que pertencem, (UNESCO, 1994), estas têm o direito
à educação e de aprender, sem que lhes seja negado o acesso à aprendizagem e que
possam usufruir desta aprendizagem de forma gratuita e de qualidade na sua plenitude,
como é o caso de crianças de diversas etnias ou migrantes. Do mesmo modo, a integração
é fundamental e é um direito que assiste todas as crianças, embora ainda haja algumas
condicionantes, a integração pretende inserir as crianças e as suas diferenças no sistema
educativo especial e delimitando a sua inclusão perante as restantes crianças, a integração
adapta as crianças com dificuldades de diversas índoles, para que possam aprender,
ficando assim à margem da equidade da aprendizagem e de currículos adaptados, ao
contrario da integração, a inclusão visa garantir uma educação de qualidade,
independentemente das suas condições e características. Para que o sistema educativo
possa acomodar todas as crianças e as suas especificidades deverá encontrar estratégias
que permita olhar para a comunidade educativa de forma abrangente, vê-las todas como
uma só, aceitando as suas diferenças, ritmos e capacidade de aprendizagem, interesses e
motivações. Segundo Freire, a inclusão pretende defender a diversidade, sugerindo que
devemos aprender a lidar com a diferença, sendo o meio escolar o local certo onde se
possa aprender. A exclusão ocorre, por sua vez quando, quando as crianças são privadas
da educação e da integração e convivência com os demais, abrindo o caminho para a

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divisão, onde há lugar para a diferenciação do ensino/aprendizagem, separando crianças
com necessidades especiais e adequando o meio (salas) no mesmo espaço físico, ou seja,
por exemplo crianças com necessidades especiais (autismo) que por vezes necessitam de
ser acompanhadas de forma diferente dos restantes colegas ditos “normais” ora pela sua
condição ora pela destabilização dos colegas, mantendo a exclusão no acesso à
aprendizagem de igual forma, levando ao abandono escolar e por sua vez ao aumento do
analfabetismo. A escola precisa mudar o seu olhar para a inclusão, é necessário olhar as
necessidades de cada criança, sim, mas adaptando o currículo de modo que o ensino
chegue a todos, neste sentido podemos referir a adaptação de uma educação continua
tanto para a comunidade educativa como para a sociedade, em aceita o outro e deste modo
ostentar a inclusão.

2.1 A cultura como parte integrante da educação e do conhecimento, caraterizada pelas


aprendizagens, refere-se ao que o homem aprende contrapondo o que é adquirido
geneticamente, segundo o antropólogo Clifford Geetz, a cultura desenvolve o
pensamento e a criatividade da humanidade, aumentando a capacidade e o interesse dos
humanos pela cultura, proporcionando-os a serem mais cultos quer intelectual, espiritual
ou esteticamente, ou seja, a cultura permite que o ser humano evolua e adquira
conhecimentos. A cultura não é inata, é adquirida com a convivência, aprendizagem e
construção de um saber, não é geneticamente obtida. A cultura pode ser definida como
um conjunto de conhecimento que define o comportamento do individuo em sociedade,
o antropólogo descreve os comportamentos com base nos contextos em que o indivíduo
se encontra, podendo estar relacionado com a enculturação e ou aculturação. A
aprendizagem decorre da transmissão da cultura de um determinado grupo, ambiente
social, cultural e económico, o meio onde está inserido determina a criação e as condições
de aquisição de conhecimentos, desta forma é necessário ter em conta a valorização
sociocultural, as condições de aprendizagem, as estratégias necessárias para a
aprendizagem e o objeto da aprendizagem, estes pontos influenciam o método de
aprendizagem do individuo e da sua socialização. No meio escolar a aprendizagem é
adquirida em contexto formal, onde o saber é ensinado, é definido pela intenção de
transmissão de conhecimentos, é objetiva e certificada, o dia-a-dia é posta de parte, o
professor é responsável pelo saber, e há um distanciamento entre este e o aluno, a
aprendizagem dá-se por meio currículo especifico, de modo que a criança no seu
ambiente familiar e ou social desenvolve uma aprendizagem informal, onde a

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aprendizagem surge pela imitação, o tempo e o espaço é flexivo o ambiente de
aprendizagem é informal e desenvolve um contacto mais pessoal e de proximidade. Na
educação informal a aprendizagem é baseada no contexto de quem transmite os saber,
exemplo disso dá-se nos centros de dia, quando crianças e idosos convivem, podemos
dizer que há uma troca de saberes/aprendizagem, neste contexto as experiências são
valorizadas (Silva, 2019).

2.2 Quando estudava no secundário, na década de 20, estava em voga, na minha zona de
residência (Açores) a receção de alunos vindos de outros países pelo programa Erasmus,
na altura, sendo os Açores pouco procurados pelos turistas e pouco conhecido em regra
geral, a vinda de alunos de outros países suscitava muita curiosidade, os intercâmbios
escolares proporcionava a partilha de conceitos e valores de diferentes culturas, pois
víamos pessoas completamente diferente da nossa, tanto no seu estilo, como na forma de
estar e claro a linguagem. Estes alunos traziam na “bagagem” um aprendizado informal,
adquirido pela vivência e com base na sua cultura e tradições, valores e crenças, que se
misturava com a nossa, a diversidade cultural e a formação formal e informal é partilhada
em diversos contextos, na escola espera-se que a inclusão seja aceite por quem os recebe
e se incute a integração, a chegada de pessoas de outras culturas, com características
próprias, estilos e orientações diferenciadas, permite uma aculturação no país que os
acolhe, permite de igual forma a troca de saberes, de conhecimento e de respeito pelo
outro, aceitando-os nas suas peculiaridades.

2.3 A educação e o meio escolar, são fundamentais para transmissão da cultura, é através do
diálogo que a comunicação educacional se desenvolve pelos docentes e pala comunidade
educativa. O educador assume o papel de locutor e os alunos de recetor de conhecimentos
culturais, por sua vez, em contexto informal os alunos partilham o seu saber derivado do
seu meio, como a sua cultura, as suas origens, as crenças e os hábitos. A globalização
veio tornar possível compilar a diversidade cultural (UNESCO,2009), e a adaptar à
cultura local e desenvolver políticas que promovam a diversidade cultural. A educação é
a porta para o desenvolvimento do diálogo intercultural, mediante a educação é possível
integrar os outros e as suas origens em sociedade, aceitando a diferença e a inclusão no
ensino e na sociedade, é através dos diálogos interculturais que se dá o conhecimento de
novas culturas, por exemplo, a gastronomia e rituais, diferentes da nossa, têm em
partilhar. No meio escolar é importante desenvolver metodologias de integração e
inclusão de crianças e adultos, tal como pessoal docente e não docente em relação à

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sociedade e à família, discriminar o outro torna a exclusão uma opção de convivência, é
necessário desenvolver a aprendizagem baseada no diálogo permitindo a socialização dos
demais em diversas culturas, valorizando o conhecimento e através de ferramentas e
metodologias que seja possível a adaptação do ensino/aprendizagem entre os mais novos.
Assim é possível olhar o outro de igual modo.

Bibliografia e recursos bibliográficos:

• Freire, S. (2008). Um olhar sobre a inclusão, Revista da Educação, Vol.XVI, nº1,


pp.5-20. Instituto Superior D. Afonso III

• Gadotti, M. (2005). A Questão da Educação formal/não-formal. Institut


Internacinal des Droits de LÉnfant.

• Seabra, T. (1997). Estratégias familiares de Educação das crianças. Sociologia-


Problemas e Práticas. Nº 23, pp.49-70

• Silva, Marcos António da Conceição. Influência da cultura na educação. Revista


Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 11, pp. 114-
128. Outubro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/cultura-na-educacao

• Slides tema 2.pdf. consultado a 08 de dezembro de 2022

• UNESCO. (2009). Relatório mundial da UNESCO. Investir na diversidade


cultural e no diálogo intercultural.

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