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Programa Especial de Formação Pedagógica R2

Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

Educação Especial: Escola para todos

São Paulo
2019
Programa Especial de Formação Pedagógica R2
Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

Educação Especial: Escola para todos

Trabalho final apresentado à disciplina


Pedagogia como exigência parcial para a
obtenção do curso de Programa Especial
de Formação Pedagógica R2 – Turma 096,
sob a orientação do Professor Alcides
Góes.

Pólo: PAULISTA

São Paulo
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................03

2. BREVE HISTÓRICO...............................................................................................03

3. EDUCAÇÃO ESPECIAL, PRÁTICA INCLUSIVA: ESCOLA PARA TODOS...........04

4. CONCLUSÃO.........................................................................................................07

5. REFERÊNCIAS......................................................................................................09
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1. INTRODUÇÃO

A educação inclusiva deve ser compreendida como uma concepção


contemporânea de ensino, a fim de garantir direitos de todos à educação;
contemplando diversidades sociais, étnicas, culturais, físicas, intelectuais, sensoriais
e de gênero dos seres humanos; implica na transformação da cultura e das práticas e
políticas vigentes, garantindo o acesso a aprendizagem de todos. A educação
especial, se preocupa em atender crianças, jovens e adultos que tenham algum tipo
de deficiência, de acordo com as necessidades destes sujeitos, em escolas públicas
e particulares, com o objetivo de promover a igualdade de oportunidades, a fim de que
todos tenham acesso a educação de qualidade, a partir da adaptação ao sistema
educacional. De acordo o art. 58 da Lei de diretrizes e bases da educação nacional
(LDB) nº 9394 de 20 de dezembro de 1996: “entende-se por educação especial, para
os efeitos desta Lei, a modalidade de Educação escolar, oferecida preferencialmente
na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.”
Além de proporcionar atendimento especializado, a escola deve promover currículo
adaptado, a fim de que haja promoção de igualdade e oportunidades, enfatizando
sempre as qualidades das crianças, e não focar em suas dificuldades. A criança faz
parte da turma, e ela, por sua vez, tem a sua própria individualidade, é preciso olhar
a criança e não o seu laudo ou diagnóstico, reconhecer o indivíduo como ele é, é o
primeiro passo para se ter uma relação verdadeira com o aluno. Uma escola inclusiva,
é uma escola que verifica o que pode ser adequado para aquela criança. Uma escola
inclusiva é uma escola inteira!

2. BREVE HISTÓRICO

De acordo com Oliveira (2016), as deficiências, na idade média, eram


concebidas por dois olhares distintos: um olhar era a veneração, considerados os
deficientes como supra-humanos ou pessoas que possuíam a presença de deuses ou
do diabo; o outro olhar era de infra humanos, os deficientes era submetidos ao
processo de purificação, ou eram mortos, na idade antiga, na Grécia, eram jogados
de penhascos, pois eram incapazes de contribuir com o Estado. A partir da idade
média, com a Inquisição, a presença de qualquer deficiência ou malformação sendo
física ou mental, era considerada sinais de ligação com o diabo. A partir da idade
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moderna, a visão científica se sobrepõe a visão mística, ocorreram a partir de então,


estudos sobre as deficiências.

A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento


educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à
criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes
especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de
normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico-
terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que, por
meio de diagnósticos, definem as práticas escolares para os estudantes
com deficiência. (BRASIL. 2014, p.2)

Siqueira, Mascaro, Vianna, Silva e Redig (2012) relatam que o Brasil


compartilhou tais mudanças ao participar da Conferência Mundial sobre Necessidades
Educativas Especiais, realizada em Salamanca em 1994, com o resultado, a
Declaração de Salamanca. Assim, o Brasil assumiu o compromisso de incluir todas
as crianças na escola, independentemente de suas especificidades. A partir de então,
o foco passa a ser o aluno, e não sua deficiência, tornando a escola capaz de
reconhecer as necessidades do aluno e satisfazê-las, assim, possibilitando condições
próprias para seu desenvolvimento e aprendizagem.

3. EDUCAÇÃO ESPECIAL, PRÁTICA INLCLUSIVA: ESCOLA PARA TODOS


O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política,
cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de
todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando,
sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um
paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos
humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis,e que avança em relação à idéia de equidade formal ao
contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão
dentro e fora da escola (MEC/SECADI, 2014, p.1).

O atendimento da educação especial deve ser diferenciado, deve ser realizado


em conjunto com profissionais da área da educação e saúde, dependendo do nível
em que o educando se encontra, compartilhar um planejamento de ensino, com
currículo adaptado, proporcionando oportunidades de ensino e aprendizado. De
acordo com o artigo 59, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 20 de dezembro
de 1996, a Lei n. 9394, enfatiza a oferta de educação especial, como dever
constitucional do Estado, com início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil. além de serviços de apoio especializado, disponíveis, assim quando
necessários, na rede de ensino regular, a lei também prevê o atendimento
educacional, que deverá ser feito em classes, escolas ou serviços especializados,
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sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular; o sistemas de ensino deverão
assegurar currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, a fim de que atendam às suas necessidades.
De acordo com o minidicionário Luft (1998), inclusão é ação ou efeito de incluir-
se; incluir, logo é: “v.t 1. Abranger, compreender, 2. Inserir, introduzir, p.3. Inserir-se,
fazer parte – incluído – adj.” Para Ferreira e Martins (2007):
Inclusão significa combate a qualquer tipo de exclusão e discriminação,
bem como promoção da participação, tanto na escola, como na família
e na comunidade. No contexto da educação, engloba os seguintes
direitos: Acesso à educação por meio de matrícula em qualquer escola
(de rede pública ou privada); acesso ao currículo por meio de
estratégias de ensino que possibilitem a igualdade na participação nas
atividades em sala de aula e na vida social escolar e comunitária;
acesso aos conteúdos trabalhados na escola, assim como aqueles
existentes na comunidade, por meio do processo de ensino e
aprendizagem (FERREIRA; MARTINS, 2007, p. 15).

Os conceitos de educação que existem na literatura dizem respeito à espécie


humana e caracterizam como um processo, na qual o homem em interação com a
cultura, desenvolve-se de forma global, em seus aspectos físicos, motores,
psicomotores, intelectuais, afetivos e político-sociais (CARVALHO, 2010). Para a
autora (2010), é mais pertinente entender a educação especial como processo, pois,
uma visão de modalidade, faz supor de modo errôneo, uma maneira diferente de ser,
em uma abordagem substantiva e que pode alimentar a seguinte duplicidade
existente: educação especial & educação regular, numa visão geradora de sistemas
de atendimento educacional fragmentados.
A educação inclusiva, de acordo com Ferreira e Martins (2007), não se diz
respeito apenas às pessoas com deficiência, mas sim, a qualquer estudante que
possa “encontrar barreiras para aprender ou ter acesso ao que a escola oferece – em
qualquer momento da escolarização”, para as autoras (2007), o objetivo da inclusão
portanto, é de melhorar a escola para todos, a fim de combater qualquer forma de
exclusão, discriminação e segregação no contexto escolar; a inclusão, ao mesmo
tempo, diz respeito a promoção de oportunidades igualitárias de participação,
portanto, numa escola inclusiva, todos são têm o mesmo valor. De acordo com a
Secretaria do Estado de São Paulo:
Esse sistema de apoio assegura, desde o direito à matrícula em classes
ou turmas do Ensino Fundamental ou Médio, de qualquer modalidade
de ensino, até o Atendimento Pedagógico Especializado - APE, com
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condições de acesso e apoio à aprendizagem, bem como à sua


continuidade e se dá por meio das Salas de Recursos, do Atendimento
Itinerante, da Classe Regida por Professor Especializado (CRPE) e da
Classe Hospitalar

De acordo com Mantoan (2003), o movimento inclusivo nas escolas convence


a todos justamente pela sua lógica e ética de seu posicionamento social, visto que a
escola prepara os alunos para o futuro, e a partir do momento em que as crianças
aprenderem a valorização e a convivência com as diferenças dentro da sala de aula,
serão adultos capazes de conviver no mundo com as diversidades, sejam elas, étnica,
sociais, de gênero, raciais, intelectuais, sensoriais, etc. A autora (2003) conclui:

Penso que o futuro da escola inclusiva depende de uma expansão


rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do compromisso de
transformar a escola, para se adequar aos novos tempos. Se ainda hoje
esses projetos se resumem a experiências locais, estas estão
demonstrando a viabilidade da inclusão, em escolas e redes de ensino
brasileiras, porque têm a força do óbvio e a clareza da simplicidade.
(MANTOAN, 2003, p. 48)

Carvalho (2010) entende que, são necessárias adequações curriculares nas


escolas, e estas não representam um outro currículo, que ignore o projeto curricular
oferecido aos alunos. Além do currículo adaptado, uma alternativa educacional que
foca a individualidade do ensino e favorece a aprendizagem de alunos com deficiência
intelectual, é o Plano de Ensino Individualizado (PEI), é um planejamento revisado
periodicamente e avaliado, nele contém todas as informações do aluno, é um plano
de acompanhamento individualizado, podendo prever recursos, estratégias,
expectativas, habilidades, etc.; favorecendo o desenvolvimento da pessoa com
deficiência intelectual, não apenas na área escolar, mas também em áreas laboral e
social, a depender da faixa etária do sujeito e seu nível de desenvolvimento e interesse
(SIQUEIRA, MASCARO, VIANNA, SILVA, REDIG, 2012). Para estas autoras (2012),
o trabalho pedagógico dentro da proposta de planos individuais é algo muito recente
no Brasil

Podemos dizer que, no cenário educacional atual, no qual vivenciamos


o paradigma da inclusão escolar, a escolarização de alunos com
alguma deficiência ou outro transtorno traduz-se em um desafio para
os educadores. (SIQUEIRA, MASCARO, VIANNA, SILVA, REDIG,
2012, p. 11673).

Preparar professores para ensinar estudantes de diversas faixas etárias e


estilos de vida, com diferentes ritmos de aprendizagem e diversos potenciais, hoje em
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dia é um grande desafio do sistema público de Educação no Brasil, a fim de atender


a demanda e a diversidade a sala de aula (FERREIRA; MARTINS 2007). Algumas
condições que implicam esta problemática são: uma turma de alunos muito numerosa,
falta de tempo e planejamento precário, falta de motivação, etc. É, portanto, um
desafio constante atuar como docente nessas escolas, mas a educação de qualidade
é um direito de todos e também requer um grande esforço e compromisso político, é
possível constituir uma experiência profissionalizante gratificante, afirmam Ferreira e
Martins (2007).

4. CONCLUSÃO

A educação inclusiva deve ser compreendida como uma concepção


contemporânea de ensino, a fim de garantir direitos de todos à educação;
contemplando diversidades sociais, étnicas, culturais, físicas, intelectuais, sensoriais
e de gênero dos seres humanos; implica na transformação da cultura e das práticas e
políticas vigentes, garantindo o acesso a aprendizagem de todos. A escola é
responsável por propiciar espaços inclusivos; ela deve reconhecer e responder às
devidas dificuldades do aluno, de acordo com seu ritmo. Buscar estratégias como
práticas cooperativas, menos comparativas, rotinas para que todos participem de
forma igualitária e plena. Garantir quer todas as atividades tenham a devida
participação e acomodação na escola, o educador, junto à instituição, deve oferecer
condições físicas necessárias; estabelecer um vínculo de troca com a rede de apoio,
a fim de de ajudar o aluno em seu desenvolvimento, para que os professores e
educadores executem os seus papéis, desenvolver assistência técnica a funcionários
especializados, a escola deve possuir em sua biblioteca um acervo de práticas
educativas inclusivas, é importante que os educadores e pais, comemorem os
sucessos e aprendam com os desafios.

A educação é um direito de todos, a inclusão não é apenas a integração, em


que se coloca o aluno na escola, mas sim, de proporcionar um atendimento e cuidados
especializados, de maneira que o aluno se aproprie das oportunidades de ensino e
aprendizagem que a escola possa oferecer, para todos. É extremamente importante,
que o docente compreenda a relação exclusão-inclusão no contexto educacional,
assim, a clareza dos conceitos, oferecerá alicerces para o desenvolvimento de uma
prática de ensino inclusiva, auxiliando o educador a promover mudanças consistentes
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em sua prática. Para Carvalho (2010), o atendimento especializado, pode ser


considerado como o atendimento tanto do ponto de vista de quem o oferece – por
exemplo o profissional que se especializa, tanto como do ponto de vista do sujeito que
o recebe, e como é um indivíduo, é um ser singular em seus interesses e em suas
características pessoais e sociais. Carvalho (2010) nos dá como exemplos,
profissionais que se especializam na educação infantil, ensino fundamental, na
educação de jovens e adultos ou no atendimento a cegos, surdos, etc.; os sujeitos
que recebem o atendimento, são os próprios aprendizes, valorizados em suas
particularidades.

Portanto, a partir da revisão de literatura, em artigos, revistas e livros, sobre


educação especial e educação inclusiva, foi possível observa que há desenvolturas
para se realizar um trabalho gratificante, em conjunto com a comunidade escolar, com
a família e o próprio sujeito, pois ele é escritor de sua própria história, o que possibilita,
a relação de ensino e aprendizagem ambígua ou tríplice, no caso de um especialista,
o professor e o aluno. Uma escola inclusiva é uma escola que verifica o que pode ser
adequado à criança, é uma escola inteira, que conta com a rede de apoio que atuam
com esta criança, assim, transformando e adequando as oportunidades para que se
possa alcançar o sujeito e proporcionar de fato uma educação de qualidade.
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5. REFERÊNCIAS.
BRASIL. Secretaria de Educação de São Paulo. Educação Especial. Disponível em:
< https://www.educacao.sp.gov.br/educacao-especial> acesso em: 10 de junho de
2019.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394 de 20/12/1996.


Disponível em: < https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf>
acesso em 10 de junho de 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,


Diversidade e Inclusão. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva. 2014. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16
690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-
05122014&Itemid=30192> Acesso em: 14 de junho de 2019.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: Com os pingos nos “is”. Editora
Mediação, Porto Alegre, 2010.

FERREIRA, Windyz Brazão; MARTINS, Regina Coeli Braga. De docente para


docente – Práticas de ensino e diversidade para a educação básica. 2007, Editora

LUFT, Lia, Minidicionário, Editora ática, São Paulo, 1998

MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?
Editora Moderna, 1ª Edição, São Paulo, 2003

OLIVEIRA, Solange Leme de. História: Deficiência / Inclusão Escolar. Slides aula
Inclusão Escolar. (2016)

SIQUEIRA, Carla Fernanda Oliveira de; MASCARO, Cristina Angélica Aquino de;
VIANNA, Márcia Marin; SILVA, Suzanli Estef da; REDIG, Annie Gomes, Planos de
Ensino Individualizados na escolarização de alunos com deficiência intelectual.
ISSN 1984-22. Congresso Brasileiro de Educação Especial, 2012.

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