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Programa Especial de Formação Pedagógica R2

Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

Dificuldades e Aprendizagem

São Paulo
2019
Programa Especial de Formação Pedagógica R2
Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

Dificuldades e Aprendizagem

Trabalho final apresentado à disciplina


Pedagogia como exigência parcial para a
obtenção do curso de Programa Especial
de Formação Pedagógica R2 – Turma 096,
sob a orientação do Professor Alcides
Góes.

Pólo: PAULISTA

São Paulo
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................03

2. DIFICULDADE DE APRENDER X TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM.............04

3. A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO ......................................06

4. CONCLUSÃO.........................................................................................................07

5. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 09
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1. INTRODUÇÃO

Ao falarmos em aprendizagem, devemos levar em consideração o aprendizado


e a aprendizagem. O aprendizado se diz respeito ao ato de aprender, o
aprendizado se soma para criar o novo. Aprendizagem é a ação pela qual se
adquire novos conhecimentos, ou seja, a aprendizagem é o resultado ao
aprendizado, que é o ato de aprender. A aprendizagem deve ser do indivíduo e
fazer parte dela, deve ser internalizada por ele, para que assim possa-se dizer que
foi realmente aprendido.
A aprendizagem pode ser implícita ou explícita, segundo Portilho e Barbosa
(2009):
“Aprendizagem implícita é um processo não-consciente de aquisição do
conhecimento, por meio do qual o aprendiz, apesar de ter aprendido,
não sabe o que sabe e não sabe informar como aprendeu”.

Ou seja, é uma aprendizagem mais duradoura independente de fatores


culturais, sociais, econômicos, etc. A aprendizagem explícita, de acordo com Portilho
e Barbosa, “é a tomada de consciência da aprendizagem implícita” (2009). Ainda
falando em aprendizagem, sabemos que é um processo, e que este processo
condiciona aprendizagens que vem a seguir, o aprendizado é a construção que vem
de tempos e espaços, ou seja, é um processo contínuo. A aprendizagem admite
variante e para determinado aprendizado há um processo distinto. O papel do
professor em relação ao processo de aprendizagem deve ser de incentivador, deve-
se permitir que a criança aprenda a aprender, ter autonomia, desfazer a dependência
e superproteção dos pais.
Em relação aos problemas de aprendizagem, como ponto de partida, no âmbito
escolar, devemos realizar uma avaliação temporal, ou seja, investigar o que o aluno
sabe, que tipos de conhecimentos são estes. É importante avaliar todos os dias o
conhecimento do aluno. É preciso fornecer vários meios para que o acesso a
aprendizagem do aluno seja facilitado. É preciso pensar principalmente nos recursos
didáticos: o que está sendo trabalhado? Quem é o aluno? Por que apresentar tal
conteúdo? Não pode ser algo mecânico, é importante que faça sentido e cada criança
aprende de uma maneira diferente, pois são indivíduos totalmente únicos.
“Além disso, o aluno deve obter conhecimento não apenas para ter na
cabeça muitas informações, que na maioria dos casos, nunca vai
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utilizar. O conhecimento ideal é aquele que o transforma em um


“cidadão do mundo”. No entanto, para que isso aconteça, o papel do
professor deve ser a de um “facilitador de aprendizagem”, aquele que
provoca no aluno um estímulo que o faça aprender a aprender. ”
(Siqueira, 2011, p.7).

2. DIFICULDADE DE APRENDER X TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM

Cada ser indivíduo é um ser único e aprende de maneira diferente, segundo


Spinello (2014), o professor/educador, deve se esforçar e repetir o conteúdo a ser
ensinado de diferentes formas possíveis. O papel fundamental do educador é realizar
a avaliação individual de cada aluno, com o intuito de descobrir seus talentos próprios
e únicos, deixando de lado as limitações linguísticas e raciocínio lógico-matemático.
De acordo com Spinello (2014), basicamente as dificuldades de aprendizagem
consistem de aspectos secundários, que são alterações estruturais, emocionais,
mentais ou neurológicas que interferem na construção e desenvolvimento das funções
cognitivas. Dislexia, Disortografia e Discalculia, são as dificuldades de aprendizagem
mais conhecidas.

Quando uma criança não consegue “acompanhar” a turma, de acordo com a


Fundação Maria Cecília Vidigal (2016) esta criança apresenta uma defasagem, sem
uma causa evidente, para adquirir uma ou mais competências. Porém, se estas
dificuldades persistem e acompanha a criança por muito tempo em sua vida, abrange
uma ou mais áreas do conhecimento sem alguma causa que seja evidente, é provável
que esta criança tenha um transtorno de aprendizagem.

Para que o processo de aprendizagem possa ocorrer, é necessário que o


indivíduo tenha motivação, que tenha o desejo de aprender, portanto o educador deve
descobrir quais os melhores caminhos para alcançar o aluno, segundo Spinelli (2014).
De acordo com Almeida (2018), a Base Nacional Comum Curricular, BNCC, foi
homologada em dezembro de 2017 e a partir daí se tornou referência de cunho
obrigatório para a elaboração de currículo, tanto em redes particulares como públicas,
em escolas de Educação infantil, ensino fundamental e Ensino Médio de todo o Brasil.
Em relação aos transtornos de aprendizagem, a Base não define como ensinar, ela
ensina o que ensinar, cabe a cada unidade de ensino a responsabilidade de definir
como ensinar.
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Algumas dificuldades na aprendizagem que surgem em crianças são devido à


falta do conhecimento dos profissionais da área escolar. Com base em pesquisas em
artigos científicos, sites e revistas, este trabalho abordará questões a respeito de
problemas, ou melhor, dificuldades na aprendizagem e qual a melhor abordagem para
superar tais dificuldades.

Mazer, Dal Bello e Bazon (2009), afirmam que a dificuldade de aprendizagem


está em uma cadeia de causas e consequências de problemas psicossociais na
infancia, e estes necessitam receber a atenção devida, pois podem se apresentar ora
como causa, ora como consequência de problemas comuns em idade escolar. “Os
problemas de aprendizagem são considerados como fator de risco, pois
desencadeiam uma série de consequências negativas na vida das crianças”
(Sapienzal e Pedromônico, 2005, citado por Mazer, Dal Bello e Bazon, 2009, p. 11).

A qualidade do ensino oferecido, se diz respeito ao principal problema na


educação, de acordo com Mazer, Dal Bello e Bazon (2009). Para as autoras, “a
dificuldade e aprendizagem é apresentada ou percebida no momento do ingresso
formal da criança na escola” (p. 8), pois é na escola que ocorre a existência do
cumprimento de tarefas, aquisição de competências em relações interpessoais, o
aprender a ler e escrever, respeitar as regras, segundo Mazer, Dal Bello e Bazon
(2009, citando Elias, 2003; Rapapport, 1981). E “no ambiente escolar, a criança
recebe as avaliações de seus professores, colegas e pais sobre suas habilidade e
sucessos acadêmicos” (Mazer, Dal Bello e Bazon, 2009, p. 8).

As estratégias, técnicas e recursos que serão utilizados pelo educador


possuem grande valor, para que o processo de aprendizagem seja efetivado de forma
significativa. A BNCC apoiará ações e estratégias ao atendimento de alunos com
transtornos de aprendizagem. Almeida (2018) ainda ressalta que a Educação
Inclusiva é muito mais ampla e contempla todos os tipos de diversidade, não apenas
o público da Educação Especial. Deve-se estar atento as dificuldades de cada
indivíduo, segundo Almeida (2018) é crime de discriminação diferenciar pessoas por
conta de sua deficiência. Almeida (2018) conclui que cabe aos educadores o
constante aprimoramento de concepções e práticas, para que se efetive uma proposta
de ensino inclusivo com qualidade para todos.
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Ao realizar observações pontuais, e notar na criança, algum empecilho que a


custe a aprender, segundo a Fundação Maria Cecília Vidigal (2016), é aconselhado
que o profissional da área da educação, mude as formas de ensinar e esteja
amplamente atento ao perfil de aprendizagem de cada aluno, além de orientar aos
pais da criança que busquem um especialista, ou seja, visando a importância de
utilizar de ações preventivas, para a criança e em seu ambiente familiar, segundo
Mazer, Dal Bello e Bazon (2009)

“As dificuldades de aprendizagem não devem ser tratadas como se


fossem problemas insolúveis, mas como desafios que fazem parte do
próprio processo da aprendizagem. Também considera necessário
identificar e preveni-las mais precocemente, de preferência ainda na
pré escola. ” (Ballone, 2004, citado por Mazer, Dal Bello e Bazon, 2009,
p. 10).

3. A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

Ao nascer, o ser humano estabelece a primeira relação com o ambiente ao seu


redor (Wallon, 1978, citado por Tassoni 2000), ou seja, ao nascer, o beb~e irá
consequentemente interagir com sua família, o seu ambiente social mais próximo, e
ao decorrer dos anos, ingressará na sociedade, sendo que o segundo momento de
interação com o meio social, será a escola. No âmbito familiar iniciam-se os vínculos
e a partir destes, a relação que caracteriza o ensinar e aprender transcorre, segundo
Tassoni (2000), sendo assim, é a partir de um vínculo afetivo que ocorre o ensino -
aprendizagem.
O professor tem o papel de facilitador no processo de aprendizagem, deve
provocar no aluno estímulo para que o mesmo tenha vontade de aprender a aprender.
Para Spinello (2014), o apoio da família no processo de aprendizagem dos alunos é
muito importante. A autora conclui que a família, o psicopedagogo e o professor ao
trabalharem em conjunto, obterão melhor resultado diante do transtorno apresentado.

“Toda aprendizagem está impregnada de afetividade, já que ocorre a


partir de interações sociais, num processo vincular. Pensando,
especificamente, na aprendizagem escolar, a trama que se tece entre
alunos, professores, conteúdo escolar, livros, escrita, etc., não
acontece puramente no campo cognitivo. Existe uma base afetiva
permeando essas relações. ” (Tassoni, 2000, p. 3).

Para Tassoni (2000), torna-se fundamental o papel do outro no processo de


aprendizagem, consequência disto, ganham destaque a mediação e a qualidade das
interações sociais. A autora supõe que estão envolvidos, os aspectos cognitivos e
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também os afetivos, no processo de internalização e a qualidade do objeto


internalizado, é determinado a partir das experiências vivenciadas com o outro, que
marcam e conferem aos objetos um sentido afetivo. É através do outro que o indivíduo
adquire novas formas de pensar e de agir, segundo Tassoni (2000) “a partir de uma
relação vincular, é, portanto, através do outro que o indivíduo adquire novas formas
de pensar e agir e, dessa forma apropria-se (ou constrói) novos conhecimentos”.

“A nosso ver, a relação estabelecida entre professores e alunos


constitui o cerne do processo pedagógico. É impossível desvincular a
realidade escolar da realidade de mundo vivenciada pelos discentes,
uma vez que essa relação é uma ‘rua-de-mão-dupla’, pois ambos
(professores e alunos) podem ensinar e aprender através de suas
experiências. ” (Siqueira, 2011, p. 3).

4. CONCLUSÃO

A aprendizagem é o processo geral, em que o indivíduo aprende algo tanto


teórico, quanto prático, dentro de suas necessidades. A criança está aberta a
aprendizagem, diferente do processo de um adulto., pois a criança tem a sua própria
experiência, a experiência é uma rica fonte de aprendizagem! A aprendizagem é um
processo ativo e ocorre a partir de conhecimentos prévios. As dificuldades de
aprendizagem estão aí, podem ser frutos de uma defasagem do próprio aluno ou uma
defasagem no processo de aprendizado, portanto, inicialmente deve-se verificar a
fundo o que realmente a criança necessita e levar em consideração sempre a sua fase
de desenvolvimento e suas fases da vida.
O desenvolvimento de cada indivíduo e seu tempo e ritmo devem ser
respeitados por pais e educadores, a melhor forma de contornar as dificuldades ou
problemas de aprendizagem, deve vir enrustida da capacidade de reconhecer as
capacidades, habilidades e potencialidades do aluno.
A aprendizagem é um resultado, portanto o papel do educador, deve focar na
capacidades e habilidades dos alunos, a fim de proporcionar vivências e uso de
diferentes recursos como repetição de conteúdo e outros meios para acessar o aluno
em sua individualidade.
O papel do professor em conjunto com a sociedade, é de ter um olhar
fenomenológico para determinado indivíduo. Justamente, pensando neste olhar é que
o professor deve se atentar que toda a criança faz parte da turma e todas elas são
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especiais. Em relação à incluso, cabe aos profissionais da área da educação, à família


e a sociedade olhar a criança e não o diagnóstico. Principalmente na escola, pois uma
escola inclusiva é uma escola que analisa o que pode ser adequado e adapta para
aquela criança, a escola inclusiva é uma escola inteira.

Não há, nada que não possa ser resolvido ou intermediado, há vários
profissionais da área da saúde e da educação dispostos a auxiliar e intervir em
quaisquer dificuldades propriamente ditas, sejam elas, sociais, físicas, emocionais ou
cognitivas. Estes profissionais, a escola e professores e educadores devem sempre
se atualizarem do caso e juntos traçarem uma metodologia diferenciada para a criança
e sua especialidade, considerando sempre suas capacidades e pontos fortes. O
próprio indivíduo em sua busca pelo aprender a aprender, tem que se construir (e
desconstruir quantas vezes for preciso), pais e educadores devem fundamentalmente
permitir que este processo ocorra, a fim de proporcionar autonomia e se desfazer da
dependência e da superproteção dos pais, os pais devem entender que seus filhos
são capazes!

O interesse e motivação são essenciais para um aprendizado bem-sucedido.


O professor e o aluno são corresponsáveis pela aprendizagem, que leva ao
crescimento pessoal do aluno, de acordo com a teoria de Carl Rogers, sobre a
aprendizagem centrada no aluno. O ensino facilita a auto avaliação e transcende e
engaja as aprendizagens afetivas, cognitivas e psicomotoras, o facilitador e o aprendiz
formam uma relação de confiança e aceitação, com comunicação, empatia,
comprometimento, independência, criatividade, autoconfiança e autocrítica.
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5. REFERÊNCIAS.

ALMEIDA, Roselaine Pontes de. A BNCC e os Transtornos de Aprendizagem. 2018.


Disponível em: <http://institutoabcd.org.br/wp-
content/uploads/2018/08/Roselaine_Pontes.pdf> Acesso em: 22 de Fevereiro de 2019.

FUNDAÇÃO MARIA CECPILIA SOUTO VIDIGAL. Dificuldade ou transtorno de


aprendizagem. Qual a diferença? 2016. Disponível em: <http://desenvolvimento-
infantil.blog.br/dificuldade-ou-transtorno-de-aprendizagem-qual-a-diferenca/> Acesso em: 24
de Fevereiro de 2019.

MAZER, Sheila Maria, DAL BELLO, Alessandra Cristina, BAZON, Marina Rezende.
Dificuldades de Aprendizagem: revisão de literatura sobre os fatores de risco
associados. Psic. Da Ed., São Paulo, 28, 1º sem. De 2009, pp. 7-21.

SIQUEIRA, Denise de Cássia Trevisan. Relação professor-aluno: Uma revisão crítica. Ver.
Integração: Ensino=Pesquisa=Extensão da Universidade São Judas Tadeu. Ano IX, nº 33,
Maio/2003. Disponível em:
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/relacao-professor-aluno-uma-
revisao-critica/1527> Acesso em: 05 de Março de 2019.

SPINELLO, Naiara Carla. As dificuldades de aprendizagem encontradas na educação


infantil. Vol. 9, nº20, Julho – Dezembro 2014. Disponível em:
<https://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/224_1.pdf> Acesso em 20
de Fevereiro de 2019.

TASSONI, Elvira Cristina Martins. Afetividade E Aprendizagem: A Relação Professor-


Aluno. Psicologia, análise e crítica da prática educacional. Campinas: ANPED, 1-17. 2000
Disponível em < http://23reuniao.anped.org.br/textos/2019t.pdf> Acesso em: 04 de Março de
2019.

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