Você está na página 1de 2

AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E A SALA DE AULA

Sabemos que o processo da aprendizagem acontece de forma diferente para cada


indivíduo, pois é necessário um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo
que muitas vezes é singular. Existem diferentes perfis intelectuais, que são formados da
inter-relação dos diferentes tipos de inteligências existentes no homem. Para tanto, o
professor em seu trabalho precisa reconhecer as multifaces de inteligência do universo de
sua sala de aula e construir o ambiente adequado para que as inteligências sejam
desenvolvidas. Cada aluno possui o seu próprio estilo de aprendizagem e apresenta
conhecimentos prévios oriundos de situações ambientais diversas. Uma nova visão do
trabalho escolar é necessária para a criação de contextos educacionais onde todos possam
aprender. A aprendizagem não depende somente dos alunos, mas sim de um trabalho
continuo de análise, monitoramento e intervenções do professor durante a realização das
atividades, que contribuirão para um desenvolvimento das potencialidades de cada um. O
ajuste entre o professor e o estilo de aprendizagem do aluno pode ser uma das respostas
para vencermos o fracasso escolar que tanto angustia alunos e professores.
Existe uma grande preocupação dos que atuam na educação, quanto ao elevado
número de alunos que não conseguem acompanhar o desenvolvimento e rendimento da
classe (como se ela pudesse ser homogênea) e que em consequência disto se desestimulam
ou até mesmo desistem da escola.
Precisamos reconhecer que os alunos são diferentes, que nem todas as pessoas têm os
mesmos interesses e habilidades, que nem todos aprendem da mesma maneira, pois cada
um tem o seu ritmo para aprender; sendo assim, enfrentamos um grande desafio: como
trabalhar o conteúdo para que possamos estimular os diferentes níveis e tipos de
inteligências existentes em nossos alunos?
Nossa inteligência é complexa, e não é contemplada em seu todo por metodologias
que privilegiam apenas um aspecto dela. O atual sistema de ensino busca uma produção em
série e com isso apenas evidência as diferenças, no entanto nada fazem por elas além de
discriminá-las.
Para os professores, constitui um importante problema abordar no dia-a-dia, o desafio
colocado por um considerável número de alunos que não alcançam rendimentos
inicialmente esperados em suas aprendizagens. Despertar o interesse pelos temas a serem
apresentados, utilizando uma abordagem que caminhe pela área de maior desenvolvimento
em cada aluno e buscando o despertar de outras, deve ser o caminho para ter este desafio
vencido.
Este trabalho busca alertar para o papel da motivação e a importância do
reconhecimento das habilidades dos alunos para o alcance de uma aprendizagem
significativa, fortalecer o princípio de que o uso de métodos diversificados, na apresentação
dos conteúdos em sala de aula para que os diferentes tipos e níveis de compreensão dos
alunos sejam alcançados.

O FRACASSO ESCOLAR E AS DIFERENÇAS

Muitas são as dificuldades de aprendizagem na escola, que podem ser consideradas


uma das causas que podem ter como consequência o fracasso escolar. Este fracasso não é
só do aluno, uma vez que as escolas não estão preparadas para lidar com a diversidade
encontrada entre os seus alunos. O fracasso escolar tem seu desencadeamento em alguns
dos momentos do processo de ensino e aprendizagem. Este processo, segundo Perrenoud
(2001) envolve um grupo de atores e suas ações, ou seja, o aluno, o professor, a concepção
de ensino, de sociedade e do homem, a organização do currículo, o ambiente, as
metodologias, as estratégias e os recursos.
Neste momento não vamos tratar individualmente de cada um destes momentos,
mas apenas analisar alguns que são considerados de grande importância para este estudo.
O aluno, ao deparar com as dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa
a apresentar desinteresse. O desinteresse gera a indisciplina e as faltas às aulas.
O professor no seu dia-a-dia vive em meio às diferenças, sabe, portanto que as
crianças não aprendem da mesma forma. Logo, com o mesmo ensino não adquirem junta a
mesma aprendizagem. É necessário diferenciar o ensino para prevenir o fracasso escolar.
O aluno não aprende sozinho, a aprendizagem depende da interação com o professor
e o meio. Sendo assim, a ajuda do professor precisa ser ajustada ao nível que o aluno
apresenta em cada fase de aprendizagem. Indo um pouco além, a ação do professor nesta
relação poderá tornar o aluno capaz ou incapaz. Em muitos dos casos que conhecemos os
alunos não possuem dificuldades de aprendizagem, mas os professores é que apresentam
dificuldades de ensinar. Diferente do passado, quando cabia aos alunos toda a
responsabilidade pelo fracasso escolar, hoje estudos mostram que esta é uma questão
complexa, vai além do aluno e do professor. O cotidiano escolar sofre as interferências de
agentes como, a estrutura física da escola, os métodos de ensino utilizados, o grau de
dificuldade dos conteúdos e o nível de conhecimento prévio dos alunos.
A conscientização de que é preciso democratizar a educação no Brasil, tem feito com
que alguns professores, trabalhem com mais persistência no sentido de sanar as diferenças
que as crianças oriundas das classes baixas trazem para as escolas. Os nossos professores
reconhecem que um ensino que não considera as desigualdades existentes em sala de aula,
favorece apenas os mais privilegiados.
Vivemos hoje, um momento em que algumas ações no sentido de diminuir os índices
do fracasso escolar têm feito parte do cotidiano de algumas instituições. Mas em contra
partida, temos uma grande maioria que considera o fato como inevitável e dentro do
esperado.
É urgente a adoção de uma nova visão sobre as dificuldades e o reconhecimento das
diferenças de aprendizagem. Precisamos trabalhar com o objetivo de desenvolver os
diferentes potenciais existentes em uma sala de aula.
É preciso que seja construído um ambiente favorável a adaptação e facilitando o
domínio deste pelas crianças. Esta ação engloba desde as exigências dos conteúdos à
disposição das carteiras na sala de aula, incluindo o reconhecimento das habilidades
especificas que cada aluno traz para o ambiente da escola.
O conceito de que a inteligência existe de uma forma geral e que cada pessoa a possui
em níveis diferentes é algo ultrapassado. Sabemos hoje, através de estudos que a
inteligência possui muitas faces e todos nós a possuímos de maneira integral (Gardner,
1995). No entanto o percurso para a compreensão de um mesmo conteúdo atravessa
caminhos diferentes nos indivíduos.
Os pesquisadores atuais, afirmam que as habilidades são diversas e precisam de
estímulos.

Você também pode gostar