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AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E A SALA DE

AULA
PEDAGOGIA
O papel da motivação e a importância do reconhecimento das habilidades dos alunos para o
alcance de uma aprendizagem significativa.



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ÍNDICE

1. 1. RESUMO
2. 2. INTRODUÇÃO
3. 3. O FRACASSO ESCOLAR E AS DIFERENÇAS
1. 3.1 O Currículo
2. 3.2 O Professor
3. 3.3 A avaliação
4. 4. IDENTIFICANDO AS DIFERENÇAS
1. 4.1 A contextualização da inteligência
2. 4.2 Gardner e sua contribuição
3. 4.3 Reconhecendo a diversidade
5. 5. TRABALHANDO AS DIFERENÇAS NA SALA DE AULA
1. 5.1 A escola centrada no aluno
2. 5.2 Avaliação mais adequada
3. 5.3 A adequação do currículo
4. 5.4 O uso de metodologia diversificada
6. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. RESUMO
Este trabalho objetiva observar as diferenças individuais encontradas em nossas salas
de aula e a sua influência no processo de ensino-aprendizagem. Sabemos que o
processo da aprendizagem acontece de forma diferente para cada indivíduo, pois é
necessário um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo que
muitas vezes é singular. Existem diferentes perfis intelectuais, que são formados da
inter-relação dos diferentes tipos de inteligências existentes no homem. Para tanto, o
professor em seu trabalho precisa reconhecer as multifaces de inteligência do universo
de sua sala de aula e construir o ambiente adequado para que as inteligências sejam
desenvolvidas. Cada aluno possui o seu próprio estilo de aprendizagem e apresenta
conhecimentos prévios oriundos de situações ambientais diversas. Uma nova visão do
trabalho escolar é necessária para a criação de contextos educacionais onde todos
possam aprender. A aprendizagem não depende somente dos alunos, mas sim de um
trabalho continuo de análise, monitoramento e intervenções do professor durante a
realização das atividades, que contribuirão para um desenvolvimento das
potencialidades de cada um. O ajuste entre o professor e o estilo de aprendizagem do
aluno pode ser uma das respostas para vencermos o fracasso escolar que tanto
angustia alunos e professores.

Palavras-chave: Diferenças. Aprendizagem. Inteligências. Metodologias. Fracasso.

ABSTRACT

This study aims to observe the individual differences in our classrooms and their
influence in the teaching-learning process. We know that the learning process occurs
differently for each individual, for a set of cognitive strategies that mobilize the
process is often singular is necessary. There are different intellectual profiles, which
formed in the inter-relationship of different types of intelligences in man. Therefore,
the teacher in his work needs to recognize the intelligence of the multifaceted universe
of your classroom and build the right environment for that intelligences are developed.
Each student has their own learning style and features prior knowledge from different
environmental situations. A new vision of schoolwork is necessary to create
educational environments where everyone can learn. Learning is not only the students,
but also a continuous work analysis, monitoring and intervention by the teacher during
the course of the activities, which will contribute to developing the potential of each.
The fit between the teacher and the student's learning style can be one of the answers
to overcome school failure that both distresses students and teachers.

Keywords: Differences. Learning. Intelligences. Methodologies. Failure

2. INTRODUÇÃO

Existe uma grande preocupação dos que atuam na educação, quanto ao elevado
número de alunos que não conseguem acompanhar o desenvolvimento e rendimento
da classe (como se ela pudesse ser homogênea) e que em consequência disto se
desestimulam ou até mesmo desistem da escola.

Precisamos reconhecer que os alunos são diferentes, que nem todas as pessoas têm os
mesmos interesses e habilidades, que nem todos aprendem da mesma maneira, pois
cada um tem o seu ritmo para aprender; sendo assim, enfrentamos um grande desafio:
como trabalhar o conteúdo para que possamos estimular os diferentes níveis e tipos de
inteligências existentes em nossos alunos?

Nossa inteligência é complexa, e não é contemplada em seu todo por metodologias


que privilegiam apenas um aspecto dela. O atual sistema de ensino busca uma
produção em série e com isso apenas evidência as diferenças, no entanto nada fazem
por elas além de discriminá-las.

Para os professores, constitui um importante problema abordar no dia-a-dia, o desafio


colocado por um considerável número de alunos que não alcançam rendimentos
inicialmente esperados em suas aprendizagens. Despertar o interesse pelos temas a
serem apresentados, utilizando uma abordagem que caminhe pela área de maior
desenvolvimento em cada aluno e buscando o despertar de outras, deve ser o caminho
para ter este desafio vencido.

Este trabalho busca alertar para o papel da motivação e a importância do


reconhecimento das habilidades dos alunos para o alcance de uma aprendizagem
significativa, fortalecer o princípio de que o uso de métodos diversificados, na
apresentação dos conteúdos em sala de aula para que os diferentes tipos e níveis de
compreensão dos alunos sejam alcançados.
Através da investigação do tema por meio de levantamento bibliográfico e das
observações realizadas dos acontecimentos do dia-a-dia da sala de aula observamos
que uma revisão no papel da educação se faz necessário, para que as diferenças
encontradas na sala de aula possam passar de dificuldades a potencialidades.

3. O FRACASSO ESCOLAR E AS DIFERENÇAS

Muitas são as dificuldades de aprendizagem na escola, que podem ser consideradas


uma das causas que podem ter como consequência o fracasso escolar. Este fracasso
não é só do aluno, uma vez que as escolas não estão preparadas para lidar com a
diversidade encontrada entre os seus alunos. O fracasso escolar tem seu
desencadeamento em alguns dos momentos do processo de ensino e aprendizagem.
Este processo, segundo Perrenoud (2001) envolve um grupo de atores e suas ações, ou
seja, o aluno, o professor, a concepção de ensino, de sociedade e do homem, a
organização do currículo, o ambiente, as metodologias, as estratégias e os recursos.

Não pretendo neste momento, tratar individualmente de cada um destes momentos,


mas apenas analisar alguns que são considerados de grande importância para este
estudo.

3.1. O Currículo

O currículo, como o caminho que desejamos que os alunos percorram, em sua maioria
muito tem contribuído para que este quadro permaneça. Ele em sua maioria apresenta
conteúdos que vão requerer dos alunos um conhecimento prévio, e isto serve de
divisor entre os alunos na sala de aula, pois nem todos os alunos partem de um mesmo
ponto, ou seja, lidamos com níveis de conhecimentos prévios diferentes. O que
normalmente acontece, é um programa, que privilegia os mais preparados e aumenta a
distância entre estes e os demais. O aluno, ao deparar com as dificuldades em sua
aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse. O desinteresse gera a
indisciplina e as faltas às aulas.

Os programas aplicados nas escolas são elitistas em sua maioria, pois ignoram a
diversidade social e cultural dos alunos. Uma criança criada em meio a pessoas
instruídas, livros e computadores certamente não estranhará os trabalhos escolares e a
relação com as exigências do processo de ensino. No entanto, encontraremos aqueles
que viveram com pessoas quase analfabetas, passavam o tempo na rua ou diante de
uma TV. Não há como desconsiderar a distância que estes terão de percorrer para
alcançar os outros alunos.

A sociologia da educação deve, é claro, dar conta da relação


entre o fato de pertencer a uma classe e o fracasso escolar. Mas
também deve dar conta do fato de que essa relação não é
mecânica. A explicação do fracasso escolar em termos de
distância cultural entre o aluno e a escola deve, em primeiro
lugar, ser construída no nível mais concreto: por um lado, o da
distância entre a cultura que uma criança particular deve à sua
família e, por outro, o currículo real e as normas de excelência
com as quais é confrontada cotidianamente em uma sala de aula
particular (PERRENOUD, 2001, p.131).

O professor no seu dia-a-dia vive em meio às diferenças, sabe, portanto que as


crianças não aprendem da mesma forma. Logo, com o mesmo ensino não adquirem
junta a mesma aprendizagem. É necessário diferenciar o ensino para prevenir o
fracasso escolar.

De acordo com Perrenoud (2001, p. 51) “a diferenciação do ensino significa


inevitavelmente romper com a forma de equidade, interessar-se mais por alguns
alunos, atendê-los mais, propor-lhes atividades diferentes, julgá-los de acordo com
exigências proporcionais às suas possibilidades”.

3.2. O Professor

Outro momento importante do processo é a interação entre professor e aluno.


Vygotsky (1994), ao falar sobre a importância das interações sociais, deixa clara a
ideia da mediação e da internalização como aspectos fundamentais para a
aprendizagem, defendendo que a construção do conhecimento ocorre a partir de um
intenso processo de interação entre as pessoas. Desta forma, a ajuda que o professor
proporciona o cada aluno durante o processo, contará muito para o seu
desenvolvimento. Quando esta ajuda acontece sem uma identificação das diferenças
existentes entre os alunos, chegando até eles de uma única forma, o que teremos no
fim do processo serão resultados que aumentarão ainda mais as diferenças iniciais.

A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno


(aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando
começam a aparecer 'dissociações de campo' e sabe-se que o
sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se
instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no
pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo (WEISS, 1999.
p.23).

O aluno não aprende sozinho, a aprendizagem depende da interação como professor e


o meio. Sendo assim, a ajuda do professor precisa ser ajustada ao nível que o aluno
apresenta em cada fase de aprendizagem. Indo um pouco além, a ação do professor
nesta relação poderá tornar o aluno capaz ou incapaz. Em muitos dos casos que
conhecemos os alunos não possuem dificuldades de aprendizagem, mas os professores
é que apresentam dificuldades de ensinar. Diferente do passado, quando cabia aos
alunos toda a responsabilidade pelo fracasso escolar, hoje estudos mostram que esta é
uma questão complexa, vai além do aluno e do professor. O cotidiano escolar sofre as
interferências de agentes como, a estrutura física da escola, os métodos de ensino
utilizados, o grau de dificuldade dos conteúdos e o nível de conhecimento prévio dos
alunos.

Segundo Freire (1999, p. 35), “os alunos não se evadem da escola, a escola é que os
expulsa”.  A cada ano, um número expressivo de alunos, deixa as salas de aula muitas
vezes por presumir que a escola não foi feita para ele.

3.3. A avaliação

No fim do processo, encontramos a avaliação, e esta, é efetivamente o final do


caminho percorrido pelos alunos. E esta fase do processo acontece de forma
padronizada, mensurando apenas o teor do conhecimento adquirido pelo aluno.

Quando se fala na avaliação escolar, imediatamente ocorre falar


da avaliação do rendimento dos alunos como se esta fosse algo
que recai exclusivamente sobre eles, ignorando-se os restantes
intervenientes no processo de desenvolvimento de um
curriculum (PACHECO, 1995, p.13).

Tradicionalmente, temos avaliado apenas a capacidade de dominar os conceitos, de


memorizá-los e expressá-los corretamente, sendo assim o processo de avaliação
contempla apenas algumas das competências, desvalorizando aqueles que as tem de
forma menos desenvolvida e não mensurando as demais.

Para favorecer os mais favorecidos e desfavorecer os


desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore no
conteúdo do ensino transmitido, nos métodos e nas técnicas de
transmissão e nos critérios de julgamento, as desigualdades
culturais entre as crianças provenientes das diferentes classes
sociais; em outros termos ao tratar todos os ensinados, por mais
desiguais que sejam, como iguais em direitos e deveres, o
sistema escolar é levado a sancionar as desigualdades iniciais
frente à cultura. A igualdade formal que regula a prática
pedagógica, na verdade, serve de máscara e de justificação às
desigualdades reais frente ao ensino, e frente à cultura ensinada,
ou, mais exatamente, exigida (BOURDIEU in PERRENOUD
2001, p. 66).

A conscientização de que é preciso democratizar a educação no Brasil, tem feito com


que alguns professores, trabalhem com mais persistência no sentido de sanar as
diferenças que as crianças oriundas das classes baixas trazem para as escolas. Os
nossos professores reconhecem que um ensino que não considera as desigualdades
existentes em sala de aula, favorece apenas os mais privilegiados.

Vivemos hoje, um momento em que algumas ações no sentido de diminuir os índices


do fracasso escolar têm feito parte do cotidiano de algumas instituições. Mas em
contra partida, temos uma grande maioria que considera o fato como inevitável e
dentro do esperado.
É urgente a adoção de uma nova visão sobre as dificuldades e o reconhecimento das
diferenças de aprendizagem. Precisamos trabalhar com o objetivo de desenvolver os
diferentes potenciais existentes em uma sala de aula.

4. IDENTIFICANDO AS DIFERENÇAS

No primeiro capítulo, vimos que a dificuldade de aprendizagem é alguns dos possíveis


responsáveis pelo fracasso escolar. Esta tem sua origem no despreparo que as escolas
têm para lidar com a diversidade encontrada em suas salas de aula. A escola é muito
complexa e as crianças encontram dificuldades para entender como ela funcionam
logo suas respostas na maioria das vezes serão inadequadas. É preciso que seja
construído um ambiente favorável a adaptação e facilitando o domínio deste pelas
crianças. Esta ação engloba desde as exigências dos conteúdos à disposição das
carteiras na sala de aula, incluindo o reconhecimento das habilidades especificas que
cada aluno traz para o ambiente da escola.

Antunes (1998, p.11), conceitua inteligência como “a capacidade cerebral pela qual
conseguimos penetrar na compreensão das coisas escolhendo o melhor caminho”.

O conceito de que a inteligência existe de uma forma geral e que cada pessoa a possui
em níveis diferentes é algo ultrapassado. Sabemos hoje, através de estudos que a
inteligência possui muitas faces e todos nós a possuímos de maneira integral (Gardner,
1995). No entanto o percurso para a compreensão de um mesmo conteúdo atravessa
caminhos diferentes nos indivíduos.

Quanto às múltiplas inteligências, Antunes (Ibidem, p.134), afirma:

A descoberta de que a criatura restrita, limitada, pequenina no


descontrole de suas emoções em que a visão da inteligência
geral nos fez crer sofre profundo abalo com os estudos
neurológicos recentes e, dessa bagagem científica, surge à
descoberta de um novo ser, estimulável em múltiplas
inteligências e pronto para transformar em suas as habilidades
que, anos atrás, apenas apreciava em alguns (GARDNER, 1995,
p.134).
Os pesquisadores atuais, afirmam que as habilidades são diversas e precisam de
estímulos.

4.1. A contextualização da inteligência

Até certo tempo, acreditava-se que a inteligência estava no interior do indivíduo e sua
avaliação era realizada através de estruturas que tinha sua ênfase no isolamento do
indivíduo e a mensuração de suas respostas dentro de um contexto específico.

Na atualidade, estudiosos do comportamento contestam este pensamento. Pertencemos


ao mesmo grupo de seres vivos, mas nossas culturas são diversas. O indivíduo nasce
dentro de uma cultura e desde cedo recebe dos pais instruções e incentivos que o
levará em direção a um objetivo traçado previamente; desta forma os tipos de
inteligência favorecidos e os modelos fornecidos certamente irão conduzir sua
formação e o seu desenvolvimento.

Segundo Gardner (1995, p. 189) “na melhor das hipótese, as inteligências, são
potenciais ou inclinações, que são realizadas ou não, dependendo do contexto cultural
em que são encontradas”.

Desta forma, faz-se necessário proporcionar oportunidades e construir o ambiente


adequado para que as inteligências possam ser desenvolvidas. Os grandes músicos que
conhecemos, não teriam alcançado sucesso, se tivessem passado sua vida longe do
ambiente musical. Nossas inclinações biológicas precisam de oportunidades de
aprendizagem para tornar-se uma competência.

Ter competência é ser capaz de mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir
de modo pertinente numa determinada situação. É o conjunto de competências e
habilidades que garantirá sucesso do indivíduo, quer nos pequenos detalhes da vida ou
na convivência em sociedade.

Nesta nova visão o professor é orientador da aprendizagem e estimulador da


inteligência.
A inteligência, segundo Gardner (1995), existe de certa forma também fora do corpo
do indivíduo, já que ele trabalha com todos os tipos de objetos materiais e humanos na
construção do seu conhecimento.

4.2. Gardner e sua contribuição

Gardner foi uns dos precursores do estudo das multiformas de inteligência existente.
Inconformado com os resultados obtidos, pelos testes de QI e outros testes do gênero
que avaliavam apenas as capacidades lógicas e lingüísticas e negligenciariam todas as
outras aptidões humanas, desenvolveu a Teoria das Inteligências Múltiplas. Este
trabalho trouxe uma nova visão sobre a definição de inteligência e seu funcionamento.
Segundo ele “a mente é instrumento multifacetado, de múltiplos componentes, que
não pode, de qualquer maneira legítima, ser capturada num simples instrumento estilo
lápis e papel” (GARDNER, 1995, p. 65).

Todos os indivíduos possuem, em grau maior ou menor, vários tipos de inteligência. A


mais conhecida é a inteligência lógica ou matemática. Existem, no entanto
inteligências inatas, herdadas geneticamente, mas que dependem dos estímulos, da
experiência de vida para se desenvolver.

Apesar de não ter tido a intenção de criar uma teoria sobre a aprendizagem escolar, ele
trouxe a visão de como podemos caracterizar a inteligência humana e seu
desenvolvimento. A Teoria das Inteligências Múltiplas (TIM) deixa claro a
necessidade de uma educação mais individualizada, aquela que leve em conta todas as
diferentes inteligências dos alunos e as diferentes formas de aprender, já que existem
“caminhos” alternativos para promover o aprendizado e o desenvolvimento dos
alunos. Cada aluno tem um potencial para ser desenvolvido, é preciso que as escolas
reconheçam a diversidade de competências existentes no ambiente escolar. A
implantação de ações que facilitem o desenvolvimento e a valorização das diversas
competências existentes em uma sala de aula tornam-se indispensável para que a
escola possa tratar o fracasso escolar.

Gardner (1995) organizou os resultados de suas pesquisas, agregando as multifaces da


inteligência da seguinte forma:
1. Inteligência verbal ou linguística - habilidade para lidar criativamente com as
palavras. Esta é uma habilidade universal, desde cedo as crianças criam suas
“linguagens” dando nome aos objetos.

2. Inteligência lógico-matemática - capacidade para solucionar problemas envolvendo


números e demais elementos matemáticos; habilidades para raciocínio dedutivo. O
indivíduo que a possui resolve de forma muito rápida os problemas, não importando o
número de variáveis que possam conter.

3. Inteligência cinestésica corporal - capacidade de usar o próprio corpo de maneiras


diferentes e hábeis. A criança em contato com atividades como dança, esportes e
atividades manuais tem o seu conhecimento corporal-cinestésico estimulado. O valor
que é dado a esta competência não é o mesmo daquele dado a resolução de problemas,
no entanto ela é resultado da capacidade de saber usar bem o corpo.

4. Inteligência espacial - noção de espaço e direção. Capacidade de formar modelos


mentais ou materiais. Ter sentido de direção. As pessoas cegas possuem esta
inteligência bem desenvolvida.

5. Inteligência musical - capacidade de organizar sons de maneira criativa. Esta em


sua maioria é manifestada desde cedo nas crianças. Acredita-se que elas nascem
biologicamente preparadas para desenvolvê-las.

6. Inteligência interpessoal - capacidade de relacionar-se, a maneira de como aceitar e


conviver com o outro. E saber como reagir diante dos humores, temperamentos e
situações. Um profissional que lida com pessoas precisa tê-la bem desenvolvida.

7. Inteligência intrapessoal - capacidade de gerenciar bem os próprios sentimentos,


conhecer os seus limites, suas emoções e administrá-los a favor de seus projetos. É a
inteligência da autoestima (GARDNER, 1995, p.15).

Gardner investiga atualmente a existência da oitava inteligência: a capacidade humana


de reconhecer objetos na natureza (animais, plantas, rochas). Esta capacidade,
segundo o autor, é indispensável para a sobrevivência no ambiente natural. Ele a
denomina Inteligência Naturalista.
O conhecimento das multiformas de inteligências deixa claro a necessidade de uma
educação diferenciada, pronta para responder a esta diversidade. As diferenças são
responsáveis pela multiplicidade de funções exercidas pelos indivíduos em uma
sociedade. Não somos iguais, aprendemos de forma diferente e cada indivíduo tem um
potencial a ser desenvolvido e utilizado.

4.3. Reconhecendo a diversidade

Partindo deste entendimento, acredito que as dificuldades na aprendizagem podem ser


amenizadas, quando utilizamos de metodologias e estratégias adequadas para a
estimulação das diferentes inteligências que encontramos na sala de aula. Sobre a
estimulação das inteligências, Antunes (Ibidem, p.106) afirma:

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“[...] ao mostrar que a inteligência é estimulável, desde que se
usem esquemas de aprendizagem eficientes e que limitações
genéticas possam ser superadas (a história das pernas tortas de
Garrincha é eficiente exemplo) por formas diversificadas de
educação e, sobretudo, ao destacar que os meios para essa
estimulação não dependem de drogas especificas e, menos
ainda, de sistemas escolares privilegiados, essa identificação
pode fazer de qualquer criança uma pessoa integral e de
qualquer escola um centro notável de múltiplas estimulações
(ANTUNES, 1998, p.106)”.

A escola como um centro de múltiplas estimulações. Este é o sonho dos educadores,


trabalhar com objetivo de extrair as sementes de dentro (educare), ou seja,
desenvolver o potencial existente em cada criança que chega aos bancos escolares.

Os alunos são agentes na construção do conhecimento e este processo se dá através do


desejo (motivação) e da descoberta. A escola como centro de estimulações deve
considerar como importante todas as inteligências que o aluno possui. O professor
deve ter como compromisso, a garantia de que através de sua ajuda (mediação), o
aluno possa construir o conhecimento. Ao apresentar um conteúdo, deve fazê-lo de
formas diversificadas facilitando o aprendizado.
Segundo Vygotsky (1978), ser de professor implica em dar assistência ao aluno,
oferecendo-lhe apoio e os recursos necessários, para que ele seja capaz de alcançar um
nível de conhecimento mais elevado do que lhe seria possível sem ajuda (Zona de
Desenvolvimento Proximal).

Conscientes deste papel cabe aos professores reconhecer as diferenças existentes em


sala de aula e fazer uso de ferramentas que possam ajudar de forma individualizada
seus alunos.

5. TRABALHANDO AS DIFERENÇAS NA SALA DE AULA

Diante de um mundo com muitos problemas a serem resolvidos, encontramos nas


diferentes faces da inteligência a chave para a criatividade e possíveis resoluções. No
entanto, precisamos reconhecer a sua pluralidade e abrir espaço para que sua
manifestação progrida, produzindo uma diversidade de competências.

De acordo com Gardner (Ibidem, p.66) “nenhum indivíduo pode dominar


completamente nem mesmo um único corpo de conhecimentos, quanto mais uma série
de disciplinas e competências”.

Diante da constatação, entendemos ser uma necessidade deixarmos a prática da


instrução uniforme e avançarmos para novas práticas que possam levar em conta os
perfis individuais de inteligência em busca do pleno desenvolvimento do potencial
que cada indivíduo possui.

Piaget (1990) define a aprendizagem como um processo de construção individual


através do qual se faz uma interpretação pessoal da realidade. Ele afirma que os
processos de aprendizagem vão além da associação de estímulos e respostas ou da
soma de conhecimentos; são mudanças qualitativas nas estruturas e esquemas
existentes de complexidade crescente. Desta forma, não podemos esquecer que cada
indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo
de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo.
As respostas dadas pelos alunos são resultados das diferentes formas culturais
assimiladas e com diferentes estruturas motivacionais e cognitivas eles assimilam
noções e conceitos apresentados.
Quando utilizamos em nossos planejamentos escolares, um visão do pensamento
humano que não contempla a totalidade de capacidades existentes no homem,
selecionamos antecipadamento o grupo que conseguirá bons resultados na
aprendizagem.

Os alunos de diferentes coletividades, classes ou grupos sociais


que compõem o conjunto social ao qual vai se dirigir um sistema
curricular têm pontos de contato com as diferentes parcelas da
cultura e diferentes formas de entrar em contato desiguais com
ela. Nessa mesma medida, partem com oportunidades que a
escolaridade obrigatória não-seletiva deve considerar em seus
conteúdos e em seus métodos (SACRISTÁN, 2000, p. 62).

Necessário se faz levar em conta o aluno, seu ritmo biológico, o seu contexto na
elaboração das atividades didáticas, extracurriculares e na escolha da linguagem a ser
usada em sala de aula.

5.1. A escola centrada no aluno

Precisamos de uma escola mais centrada no aluno. Para que este trabalho possa ser
desenvolvido, precisamos rever as partes que compõem o planejamento do processo
de ensino-aprendizagem. Precisamos estar conscientes de que os estilos de
aprendizagem e as inteligências individuais precisam orientar o nosso estilo de ensino.
Sobre este aspecto, Perrenoud (2002, p. 148) afirma:

Nas escolas, as ações docentes, desde o planejamento das aulas


até os processos de avaliação, centram as atenções, como não
poderia deixar de ser, na dimensão explícita do conhecimento.
Em geral, são examinados os conteúdos disciplinares, expressos
por meios linguísticos ou lógico-matemáticos, permanecendo ao
largo todas as motivações inconscientes, todos os elementos
subsidiários que necessariamente sustentam tais conteúdos.
Entretanto quando se pensa na competência como a capacidade
de mobilização do conhecimento para a realização dos projetos
pessoais, se o papel do conhecimento tácito for subestimado,
corre-se o risco de deixar de lado a maior parte do potencial
inerente a cada pessoa. Por isso, a ideia de mobilização do
conhecimento também está associada à abertura de canais de
emergência que possibilitem a cada pessoa o pleno desfrute de
suas potencialidades (PERRENOUD, 2002. p.148).

O professor que conhece sua realidade deverá na medida do possível ajudar seus
alunos a realizar seus objetivos, valorizando seus interesses, inclinações.

A escola centrada no aluno deverá buscar proporcionar momentos onde as


potencialidades se desenvolvam, fortalecendo desta forma as aptidões e as inclinações
de seus alunos, contribuindo para construção de bases para o futuro profissional dos
mesmos (Perrenoud, 2002).

A realização de projetos e o trabalho interdisciplinar entre os professores são ações


que as escolas devem buscar para o favorecimento dos diferentes perfis de
inteligências.

Quando existe apenas um padrão de competência, é virtualmente


inevitável que a maioria dos estudantes acabe se sentindo
incompetente; e isso é particularmente verdadeiro quando esse
padrão favorece uma estreita faixa de inteligências. Ao abranger
claramente uma gama mais ampla de estados finais, e ao tentar
combinar perfis intelectuais com as oportunidades educacionais,
a escola centrada no indivíduo aumenta a probabilidade de que
esses estudantes realizem ao máximo seu potencial intelectual
(GARDNER, 1995, p. 68).

As oportunidades educacionais devem favorecer o desenvolvimento da capacidade de


aprender, reter o conhecimento, adquiri uma competência.

Compreender é ser capaz de aplicar conceitos ou habilidades adquiridas em uma nova


situação em que este conhecimento é relevante. Desta forma, é preciso definir os tipos
de habilidades e de conhecimentos que desejamos que os alunos adquiram (objetivos),
ou seja, que competências eles deverão desenvolver, antes de planejarmos o caminho
que ele deverá percorrer para alcançá-lo (currículo).
[...] os aspectos intelectuais, físicos emocionais e sociais são
importantes no desenvolvimento e na vida do indivíduo, levando
em conta, além disso, que terão de ser objeto de tratamentos
coerentes para que se consigam finalidades tão diversas, ter-se-á
que ponderar como consequência inevitável, os aspectos
metodológicos do ensino, já que destes depende a consecução de
muitas dessas finalidades e não de conteúdos estritos do ensino
(SACRISTÁN, 2000, p. 41).

Na escola centrada no aluno, os objetivos são definidos após o reconhecimento do


nível em que o aluno se encontra e dos seus potenciais. O desenvolvimento de uma
competência de aprendizagem exige do aluno o envolvimento com o objeto do
aprender, sem este envolvimento não existirá a mudança (transformação pelo
conhecimento), ou seja, aprendizagem. A motivação, que é o que levará o aluno
engajar-se na situação de ensino, ocorre na medida em que esta situação se identifica
com a realização de seus anseios. Ela é a resposta aos estímulos gerados em uma
situação de ensino.

Desta forma, tanto a motivação com a percepção dos alunos devem ser consideradas
no planejamento didático. De uma forma poética, Rubens Alves em Cenas da Vida
ressaltou a importância da motivação afirmando que “as inteligências dormem. Inúteis
são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das ameaças. As inteligências
só entendem os argumentos do desejo: elas são ferramentas e brinquedos do desejo”.

5.2. Avaliação mais adequada

Começando com a avaliação, que desde início deverá oferecer uma visão das
potencialidades e dificuldades dos alunos, portanto deve ser realizada através de
instrumentos apropriados ao nível do desenvolvimento da criança e diferenciada para
cada domínio a ser avaliado.

Tradicionalmente temos avaliado os nossos alunos apenas em suas inteligências


linguística e lógica. Como resultado, dividimos os alunos em inteligentes e “menos
inteligentes” desconsiderando as demais inteligências existente em nossa sala de aula.
Ao invés de servir como instrumento de avaliar, serve como punição, castigo,
instrumento de controle ao aluno e não para ajudar o aluno (punitiva).

Observando que existem 3 tipos de avaliação: formativa, classificatória e cumulativa.

É importante refletir sobre qual papel da avaliação no processo de aprendizagem para


a criança.

O modelo de avaliação formativa é o ideal, pois ela é: continua constante e


participativa.

Deveria servir como ajuste de conduta, ou seja, como forma da professora avaliar o
seu trabalho, refletir sobre o mesmo e modificá-lo.

De acordo com as discussões realizadas no curso de Pró-Letramento oferecido pela


UNESP de Araraquara existem 3 momentos na Avaliação Formativa:

1º Avaliação inicial (levantamento de conhecimentos prévios, necessária), serve


também como Avaliação diagnostica (sondagem do que o aluno já sabe sobre o
conteúdo - ponto de partida – interessante realizar quando começa o ano)

2º Avaliação continuada: é formativo – deve ser realizada durante todo o processo –


com a função de checar avanços – deve haver um retorno para os alunos – ajuda a
acertar rumos de trabalhos

3º Avaliação final: quando se encerra conteúdos / projetos – ela acontece no final do


processo – avalia-se o que o professor propôs ao aluno, se houve resultado.

Interessante ressaltar que:

- Os alunos precisam ter consciência que serão avaliados, o aluno consciente de suas
dificuldades, poderá enxergar as possibilidades de melhorar (auto - avaliativa).

- A avaliação só se torna significativa para os alunos, quando eles se lembram e


relatam os conteúdos que foram significativos.

- A avaliação tem ainda a função de definir quais atividades deverão ser aplicadas,
levando em consideração o perfil intelectual dos alunos.
Portanto, um trabalho continuo de análise e intervenções do professor durante a
realização das atividades, contribuirão para um desenvolvimento das potencialidades
de cada um.

5.3. A adequação do currículo

A educação que praticamos, tem sido orientada para que os alunos a absorvam
conteúdos informais (fatos, conceitos e procedimentos), no entanto, deveria estar
voltada para o desenvolvimento de competências e das habilidades.

A flexibilização do currículo é a alternativa que temos na construção de um processo


de ensino que contemple a diversidade.

O currículo precisa ser trabalhado de forma que seu conteúdo seja apresentado de
formas diferentes, ou seja, através do uso de uma metodologia diversificada.

A maneira como um conceito é apresentado, pode significar uma compreensão


perfeita do aluno ou a não assimilação. Nossa busca deve ser sempre no sentido de
descobrir a melhor maneira do aluno dominar a matéria, respeitando suas
possibilidades, interesses e o conhecimento prévio adquirido através de sua história de
vida; e ainda estimulá-los a refletir sobre o conhecimento adquirido levando-os a
criação de um novo.

A lógica individual do sujeito, que o panorama da diversidade


exibe (de ritmos de aprendizagem, de motivos, de significados,
de contextos, etc.), não se adapta a uma organização complexa
para o conjunto que atende a padronização. (...) A
obrigatoriedade efetiva da educação implica a organização de
um mundo complexo de diversidades individuais. (...)
Possibilitar a consideração da singularidade só é factível
flexibilizando as instituições e os seus métodos, para que a
autonomia do sujeito possa ser expressa. (SACRISTÁN, 1999,
p.166)
Seguindo este pensamento, cabe aos professores a tarefa de trazer para sala de aula
alternativas na apresentação do conteúdo, de criar um ambiente pedagógico variado
que contemple as preferências e as tendências dos alunos, através da utilização de
métodos, técnicas, e recursos variados. Isto possibilitará aos alunos escolherem seus
próprios caminhos na construção do conhecimento.

5.4. O uso de metodologia diversificada

Nossos objetivos e métodos educacionais precisam ser repensados à luz de uma visão
de educação como instrumento para a maximização dos potenciais existentes na sala
de aula. Não existe um ser humano perfeito em tudo, mas todos, possuem capacidades
de níveis diversos e forças pessoais. As inteligências se apresentam em tipos e níveis
diferentes, precisamos desenvolvê-las através de metodologias diversas.

Segundo Blim (2005), a didática é o instrumento para estimular a aprendizagem. A


influência dos professores e a didática utilizada por eles interferem na forma como se
dá a aprendizagem dos alunos e de como se comportam em sala de aula. Uma grande
maioria dos alunos considerados com “dificuldades de aprendizagem” teriam seus
problemas diminuídos apenas através do uso, pelo professor, do conhecimento dos
processos associados ao ato de aprender e de uma didática adequada.

Desenvolver espaços educacionais capazes de ensinar a todos os alunos requer uma


revisão do trabalho escolar. A exposição oral não tem lugar, onde o objetivo é ensinar
a turma toda alcançando as diferenças. Atividades abertas, diversificadas, que possam
ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e de desempenho são as mais
adequadas.

Para atender a necessidade de diversificação das situações de aprendizagem, é


necessário ao professor uma compreensão dos tipos de inteligências existentes no ser
humano, dos processos associados ao ato de aprender e de uma prática didática capaz
de facilitá-los.

É necessário o reconhecimento da possibilidade que o aluno tem, de partindo do que


sabe desenvolver o seu potencial.
O aprendizado dos alunos evolui na mesma proporção em que o professor reconhece
as suas habilidades, investe nas diferenças, garante a liberdade e a diversidade das
opiniões, confrontando significados e experiências.

Segundo Coll todos os alunos têm necessidades específicas de aprendizagem. Todos


os alunos devem ser objeto de uma adaptação das formas de ensino que lhes permita
avançar ao máximo em sua aprendizagem1.

O autor sugere a prática do ensino adaptador, onde algumas ações educativas na sala
de aula tornarão minimizadas as diferenças.

1. Atividades de ensino-aprendizagem, materiais didáticos e curriculares


diversificados e diversificáveis.
2. Conjunto de ajudas e apoios variáveis, em quantidade e qualidade, na
realização das atividades.
3. A adaptação curricular significativa de alcance individual e grupal.

A soma de todas estas ações, em harmonia com o trabalho do professor, o apoio da


administração e de recursos oriundos da sociedade, possibilitará o sonho de satisfazer
as necessidades educativas que os alunos possuem.

Percebe-se a importância da associação da eficiência do ensino


com a compreensão de como se processa a aprendizagem, e
descobre-se que, sem a aprendizagem, o ensino não se consuma.
[...] Em síntese, o papel do novo professor é o de usar a
perspectiva de como se dá a aprendizagem, para que, usando a
ferramenta dos conteúdos postos pelo ambiente e pelo meio
social, estimule as diferentes inteligências de seus alunos e os
leve a se tornarem aptos a resolver problemas ou, quem sabe,
criar “produtos” válidos para seu tempo e sua cultura (MELLO,
em fase de elaboração).

Investir na diminuição do fracasso escolar, como podemos constatar é


responsabilidade de todos os atores do universo escolar.
Um currículo que respeite os conhecimentos prévios dos alunos, uma didática que
alcancem a diversidade de inteligências presentes em sala de aula, o respeito pela
diversidade cultural e a visão de que o aluno tanto aprende como ensina, são
ingredientes indispensáveis para o sucesso escolar.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola sofre uma série de interferências no seu dia-a-dia que influenciam o processo
de ensino e aprendizagem, ou seja, sua estrutura física, os métodos de ensino
utilizados, o grau de dificuldade dos conteúdos e o nível de conhecimento prévio dos
alunos são componentes do sucesso ou fracasso escolar. O fracasso não é só do aluno,
mas é também da escola e do sistema educacional nacional.

A construção do conhecimento ocorre a partir de um intenso processo de interação


entre as pessoas e o meio. A intensidade com que o professor auxilia cada aluno e a
escolha de métodos que objetivem a maximização dos potenciais definirão o ritmo de
desenvolvimento dos alunos.

Uma reorganização do sistema educacional é necessária. Uma revisão das partes que
compõem o planejamento do processo de ensino-aprendizagem. As inteligências e os
potenciais de nossos alunos dependendo do contexto em que são trabalhados serão ou
não desenvolvidos.

É urgente a adoção de uma nova visão sobre as dificuldades e o reconhecimento das


diferenças individuais existentes no processo de aprendizagem. Precisamos trabalhar
com o objetivo de desenvolver os diferentes potenciais existentes em uma sala de aula.
O percurso para a compreensão de um mesmo conteúdo atravessa caminhos diferentes
nos indivíduos, então precisamos estar abertos a buscar oportunizar novas
possibilidades pra desenvolver estas competências.

Através deste trabalho foi possível observar as diferenças individuais existentes nas
salas de aula e a influência destas para o processo de ensino-aprendizagem, também
apontando a necessidade de implantação de ações que facilitem o desenvolvimento e a
valorização das diversas competências existentes em uma sala de aula, tornam-se
indispensáveis para que a escola possa combater o fracasso escolar.
Entendo que a reflexão resultante das análises apresentadas neste estudo, permite
sugerir que a escola proporcione formas diversificadas de educação, pois a
inteligência é estimulável. O uso de esquemas mais eficientes de aprendizagem
superará em sua maioria as limitações dos alunos.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 11. ed. Campinas:


Papirus, 1998.

BLIN, Jean-François. Classes difíceis: ferramentas para prevenir e administrar os


problemas escolares. Porto Alegre: Artmed, 2005.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1999.

GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Tradução de Maria


Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

MARQUEZAN, Reinaldo. Atenção à diversidade e qualidade do ensino - César Coll.


Revista Cadernos de Educação Especial, Santa Maria, n. 22, 2003. Disponível em:.
Acesso em: 18 mar. 2008.

MELLO, Rosangela Menta. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Disponível


em: Acesso em: 06 mar. 2008.

MORAN, José Manuel. Interferências dos meios de comunicação no nosso


conhecimento. Revista Brasileira de Comércio- INTERCOM, São Paulo, vol. XVII n.
2, jul /dez, 1994, p. 38-49. Disponível em:. Acesso em: 04 abr. 2008

PACHECO, José. Avaliação dos alunos na perspectiva da reforma. 2 ed. Porto: Porto


Editora, 1995.

PERRENOUD, Philippe. A pedagogia na escola das diferenças – fragmentos de uma


sociologia do fracasso. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PERRENOUD, Philippe; THURLER, Mônica Gather. As competências para ensinar
no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre:
Artmed, 2002.

PIAGET, J. (1970/1990). Epistemologia Genética. São Paulo: Martins Fontes.

SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Tradução Ernani


F. da Fonseca Rosa. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SACRISTÁN, J. Gimeno. Poderes Instáveis em educação. Porto Alegre: Artmed,


1999.

SILVA, Nádia Maria Dias da Silva. Dificuldades de Aprendizagem. Disponível em:<


http://www.colegiosantamaria.com.br/santamaria/aprenda-mais/artigos/ver.asp?
artigo_id=1>. Acesso em: 16 de jan. 2008.

TEIXEIRA, Gilberto. Diferenças individuais na aprendizagem. Disponível em:

ZACHARIAS, Vera Lúcia C. F. O que são realmente dificuldades de aprendizagem?


Disponível em: . Acesso em: 11 jan. 2008

ZINO, Carlos Nogueira. Vygotsky e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP):


três implicações pedagógicas. Disponível em: ->. Acesso em: 21 mai. 2008.

1 Revista do Centro de Educação – Caderno de Educação Especial – Ed.2003 - nº22

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