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Resumo:
Este artigo vem propor um debate sobre a importância de eliminar as barreiras que ainda
persistem no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais em escolas regulares
de ensino, nas séries finais do ensino fundamental e ensino médio para que de fato haja uma
aprendizagem significativa e prazerosa a todos. Neste sentido a inclusão é um caminho que
leva os envolvidos a desenvolver a imaginação, a criatividade, emoções e sentimentos de
forma mais humanizada. Ela deve ser vista como oportunidade para todos. Quanto mais
experiências inclusivas tivermos em nossas salas de aula, mais estaremos contribuindo para
formar adultos solidários e que veem no outro uma fonte de troca e crescimento.
É importante conhecermos não só as necessidades especiais e particularidades de cada aluno,
como também nos sentirmos peça importante desse processo de mudança da nossa sociedade.
Não bastam leis, propostas e planejamentos se de fato não estamos sentindo a necessidade de
uma mudança de paradigma. Só a transformação interior nos faz deixar de lado as queixas
para buscar novos conhecimentos que nos auxiliam nessa caminhada de grandes desafios.
A realização da pesquisa foi quantitativa, através de questionário e observações em duas
Escolas de Ensino Fundamental e médio da rede Estadual de Porto Alegre. Foi feito
atividades de sensibilização com o grupo de professores, visando maior abertura no trabalho
com as diferenças e consequentemente uma aprendizagem mais significativa, onde se
estimulasse não só a socialização, mas as habilidades do aluno, na sua especificidade e
pluralismo cultural.
O presente artigo tem como finalidade fazer uma reflexão sobre a importância da
eliminação de barreiras que ainda permanecem na vida escolar dos educandos com
necessidades especiais educacionais, principalmente nas séries finais do ensino fundamental e
médio, além de mostrar de que forma ocorre essa prática no cotidiano escolar e como a sua
eliminação pode ser eficaz no processo de ensino aprendizagem para todos. Tivemos no
decorrer desses últimos anos no Brasil, muitas transformações nas políticas públicas, em
relação ao atendimento educacional às pessoas com necessidades educacionais especiais, que
têm causado diversas dúvidas e resistências no meio escolar. Pensando nesse panorama atual
objetivei investigar e interpretar os fatores que geram dificuldades de inclusão desses alunos,
nas séries finais de ensino fundamental e ensino médio, nas escolas de Porto Alegre-RS.
Este artigo tem como objetivos verificar os fatores que geram dificuldades de inclusão
dos alunos com necessidades especiais nas séries finais do ensino fundamental e ensino médio
bem como pensar em ações que modifiquem esse cenário atual, abrindo novas oportunidades
sociais.
Ao longo dos anos a educação tem sido alvo de inúmeros questionamentos, exigindo
que a escola e os educadores reciclem suas práticas a partir do que está sendo discutido,
transformando suas ações frente às reinterpretações e do que é possível ser feito com respeito
à individualidade de cada um.
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Essas mudanças na prática podem e devem ser realizadas tanto nas adaptações físicas,
na organização do trabalho pedagógico, como também nos nossos sentimentos e valores.
É fundamental nos reportarmos mais uma vez para o papel de cada cidadão como um
mediador de mudanças na nossa sociedade. É com modelo e práticas reais que construímos
um mundo melhor. Nesse sentido a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais
só acontecerá de fato, quando cada um de nós sentirmos que é inevitável essa mudança. Dessa
forma a escola pode ser uma ferramenta para uma nova sociedade. Sociedade menos
excludente e mais inclusiva. Na escola, desde cedo podemos vivenciar e aprender a ver o
mundo com um olhar menos preconceituoso e mais aberto às diferenças.
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Segundo as respostas dos questionários, a escola não deve determinar o que o
professor precisa fazer e sim oferecer momentos de sensibilização e atualização, envolvendo
trabalhos com a equipe diretiva, palestras e acessórias. Mas sempre atendendo o andamento
de cada profissional.
Conforme pesquisa de observação feita nas escolas, foi possível constatar que ainda
não existe critério de seleção de conteúdos a serem trabalhados com os educandos que estão
incluídos e não há profissionais que auxiliem os educadores na adaptação curricular
individualizada. Por isso muitas vezes os educadores optam por materiais de maneira
empírica, não sendo relevante a realidade daquele aluno. É importante salientar que quanto
mais lúdica, criativa e diversificada a aula, mais inclusiva a todas as realidades que ali se
encontram ela será. A educação precisa mudar não porque não é boa para os alunos de
educação inclusiva, mas porque necessita de uma reforma para todos. Todos nós temos
talentos e a contribuição que trarão benefícios para o bem comum.
Werneck (2005) coloca:
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(...) tenho uma preocupação muito grande quanto falo da escola. É uma instituição
que todos nós, inclusive eu, ajudamos a construir e que tem de mudar, não
porque não é boa para a criança com deficiência, mas porque não esta boa para
ninguém. Mas no dia que ela for boa para uma criança com deficiência, ela vai ser
boa para todo mundo.
As famílias e a escola devem se preocupar em preparar desde muito cedo o aluno para
desenvolver valores de respeito e solidariedade que são fundamentais na sociedade atual,
imersa com tantas diferenças. Sabemos que as Instituições de ensino preparam para o
exercício da cidadania e o mundo do trabalho, sendo assim caberá a elas a missão moral de
não se limitar a ensinar valores, como os citados acima, mas também praticá-los no seu
cotidiano escolar, pra só assim, vivermos numa sociedade mais justa e igualitária.
Conclui-se que uma escola inclusiva para de fato dar certo necessita de condições
primordiais de recursos humanos, pedagógicos e físicos, que ainda não dispomos em todas as
escolas públicas do nosso país. Percebe-se que as instituições de ensino Brasileiras estão
caminhando em passos lentos, ainda em situação incipiente, ao que diz respeito à educação
inclusiva.
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3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão é um sistema complexo que implica num modo diferente de ver a vida e
viver com as pessoas em sociedade. Conviver com as diferenças na escola, nos possibilita a
vivência e experimentação de valores transmitidos a nós desde a primeira infância. Aqueles
que não tiveram na família a fonte de inspiração para se tornarem cidadãos mais solidários,
com olhar sobre o respeito e a compaixão aos limites de todos, terão oportunidade na escola,
de mudarem seus conceitos e atitudes.
Este artigo teve como objetivo verificar as causas que geram dificuldades de inclusão
dos alunos com necessidades educacionais especiais nas séries finais do ensino fundamental e
ensino médio, visto que é comum a resistência no trabalho com esses alunos, nas instituições
de ensino regular. Ao analisar as escolas, percebe-se que há momentos onde alguns
professores demonstram interesse e boa vontade em produzir com alunos deficientes. Porém,
é necessário maior orientação e apoio a esses profissionais, que se sentem ainda muito
solitários nessa novo desafio do século XXI.
A inclusão demanda nova forma de pensar, novas posturas e conhecimentos por parte
do educador e de todas as pessoas envolvidas nesse projeto. Ela proporcionando aos alunos
em geral, novidades em termos de experiências, descobertas de suas aptidões e habilidades,
sempre respeitando o tempo de cada um. Todos somos diferentes e por isso, se o ensino for
organizado de forma que contemple a todos os educandos, todos saem ganhando, e não
apenas aqueles com alguma limitação ou deficiência. Uns aprendem com mais facilidade e
rapidez, outros não. Uns necessitam avançar, com novos desafios cognitivos outros ainda
precisam recapitular conteúdos já aprendidos. Assim somos nós, com variadas capacidades e
necessidades.
A educação inclusiva no momento ainda é uma utopia, mas é fazível. O grande desafio
desse novo paradigma é uma educação dinâmica, de contribuições pedagógicas e não mais
clínicas. E esses novos conceitos serão desenvolvidos especialmente pelo professor. Um
professor entusiasmado, que estimula e acredita na aprendizagem de todos, porque não esta
sozinho. Sua sala de aula com um número reduzido de aluno e que não se restringe a um só
educador. Porque conta com o suporte de outros professores especializados, profissionais
terapêuticos, pais e equipe diretiva. Conta ainda, com material pedagógico e construções
arquitetônicas que auxiliam o acesso e a permanência de seu aluno na escola, facilitando o
trabalho inclusivo.
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REFERÊNCIAS
_____. Educação Especial, Legislação. Disponível em: <www. mec.gov.br>. Acesso em: 15
out. 2008.
_____. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, políticas e praticas nas áreas das
Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em dezembro/2014.
MANTOAN, Maria Tereza Égler. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São
Paulo: Moderna, 2003.
RODRIGUES, David. Educação Inclusiva: as boas e as más notícias. In: Rodrigues David
(org) Perspectivas sobre a inclusão: da educação à sociedade. Porto: Porto Editora, 2003.