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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO BIÉ

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DA CADEIRA DE PSICOLOGIA ESPECIAL II

4º ANO/PERÍODO REGULAR

TEMA:

Disortografia

TÍTULO:

Disortografia no sujeito P.J.M., aluno da 1ª classe do Complexo Escolar


nº271/Ensino Especial do município do Cuito, província do Bié.

Estudantes:

 António Cordeiro Ndala Fica


 Sara Filomena Sebastião

Orientado pelo professor:___


MSc. Amândio J. P. da Fonseca

CUITO|BIÉ- 2022/2023
Sumário
I – Introdução .............................................................................................................. 2
Situação problemática:............................................................................................. 2
Objectivo Geral: ....................................................................................................... 2
Objectivos Específicos: ............................................................................................ 2
II – Caracterização Do Caso ....................................................................................... 3
Dados do aluno: ....................................................................................................... 3
III – Metodologia .......................................................................................................... 4
As fontes de informação .......................................................................................... 4
Técnicas de coleta de dados ................................................................................... 4
1. A observação directa de campo ou natural .................................................... 4
2. A entrevista .................................................................................................... 4
3. A composição ................................................................................................. 4
4. Análise de documentos .................................................................................. 4
Modelo de intervenção ............................................................................................. 4
Modelo de Consulta .............................................................................................. 4
IV – Proposta de ações de intervênção ....................................................................... 5
Sessão 1 .................................................................................................................. 5
Sessão 2 .................................................................................................................. 5
Sessão 3 .................................................................................................................. 6
Sessão 4 .................................................................................................................. 6
Sessão 5 .................................................................................................................. 7
Sessão 6 .................................................................................................................. 8
Técnicas utilizadas: .................................................................................................. 8
V- Bibliografia......................................................................................................... 10
VI – Anexos: .............................................................................................................. 11
I- Guião de observação .......................................................................................... 11
II- Guião de entrevista semi-estruturada ................................................................ 11
III- Guião de composição de cópia ......................................................................... 12

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I – Introdução
A disortografia é a designação que damos à dificuldade de aprendizagem
relacionada com a ortografia e sintaxe. (Afonso, 2010)

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)


a Disortografia é também denominada de Transtorno Específico da Escrita que é uma
alteração na planificação da linguagem escrita, que causa transtornos na
aprendizagem da ortografia, gramática e redação, apesar de o potencial intelectual e
a escolaridade do indivíduo estarem adequados para a idade. (Santos, 2014)

Consideramos, portanto, para o nosso estudo, a definição globalizante das


definições apresentadas: a disortografia é um transtorno específico da composição
escrita devido a uma perturbação na aquisição de ortografia e sintaxe, caraterizada
por um conjunto de erros na escrita e pela dificuldade persistente e recorrente de
organizar, estruturar e compor textos escritos. (Casal, 2013)

A disortografia no contexto deste estudo verificou-se em um sujeito de 8 anos que


está frequentando a 1 ano do Ensino primário, na qual manifesta-se por um conjunto
de erros na escrita e pela dificuldade persistente e recorrente de organizar, estruturar
e compor textos escritos.

Situação problemática:
 Disortografia no sujeito P.J.M., aluno da 1ª classe do Complexo Escolar
nº271/Ensino Especial do município do Cuito, província do Bié.

Objectivo Geral:
 Elaborar relatório sobre o estudo de caso de um aluno portador de dificuldades
de aprendizagem, superdotação, transtornos emocionais e do comportamento
ou problemas de linguagem.

Objectivos Específicos:
1. Descrever o nível de disortografia do P.J.M., aluno da 1ª classe do Complexo
Escolar nº271/Ensino Especial do município do Cuito, província do Bié;
2. Elaborar estratégias de ações simples dirigidas ao atendimento da disortografia
no sujeito P.J.M., aluno da 1ª classe do Complexo Escolar nº271/Ensino
Especial do município do Cuito, província do Bié.

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II – Caracterização Do Caso

Dados do aluno:
Nome: P. J. M.

Idade: 8 anos

Gênero: masculino

Natural de: Cuito- Bié

Filho de : A.S. (pai)- fascineiro da estação da TPA no Bié e de M.L.T. (mãe)-


negociante

Morada: bairro Helena de Almeida

Escolaridade: estudante da 1ª classe do Complexo Escolar nº271 – Ensino Especial

Economia familiar: média-baixa

O sujeito em destaque foi diagnosticado com disortografia por apresentar um


conjunto heterogêneo de sintomas, como: traçado incorreto da letra, falta de clareza
na escrita, letras ininteligíveis, dificuldade de leitura e desinteresse na escrita correta
das palavras (quando mostra-se interessado, apresenta lentidão na escrita). Esta
dificuldade deve-se às influências do ambiente doméstico e do escolar, pelo facto dele
não participar de nenhum processo de alfabetização em casa durante os seus
primeiros 3 anos de atraso à entrada ao processo de Ensino-Aprendizagem desde o
início da idade escolar; pelo facto dele estudar numa escola de Ensino Especial devido
à escassez de vagas nas escolas de Ensino Não Especial mais próximas de sua
localidade; e pelo facto dele não apresentar possivelmente nenhuma afetação
orgânica hereditária ou adquirida que interfere na sua capacidade de aprendizagem.

Este sujeito apresenta evidentemente este problema desde o início do ano


letivo 2022-2023 quando se deu sua entrada pela primeira vez no processo Ensino-
Aprendizagem aos seus 7 anos de idade, tendo sido automaticamente matriculado na
1ª classe por conta de sua idade cronológica.

Os factores psicológicos que põem em risco o seu rendimento escolar são: o


seu fraco alcance da atenção, timidez, insegurança emocional, falta de destreza e sua
dificuldade de seguir algumas instruções.

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III – Metodologia

As fontes de informação
 Fonte directa: o sujeito em questão- P.J.M.
 Fontes indirectas: a sua professora e os seus pais.

Técnicas de coleta de dados


Para a recolha de dados, aplicou-se a: observação directa de campo ou
natural, entrevista, composição e análise de documentos.

1. A observação directa de campo ou natural- observação de campo ou


naturalista é uma estratégia de observação directa, e consiste em observar a
conducta directamente no ambiente natural em que se manifesta, donde é mais
provável que seja realista.
2. A entrevista- as entrevistas e os questionários se parecem bastante; mas, ao
entrevistar, os investigadores recolhem os dados directamente, cara a cara
com o sujeito. A entrevista psicológica é uma conversação dirigida a um
propósito definido de avaliação. Sua função básica é prover ao avaliador
subsídios técnicos acerca da conduta do candidato, completando os dados
obtidos pelos demais instrumentos utilizados.
3. A composição- a composição é uma técnica que visa permitir ao sujeito redigir
por escrito determinadas informações a respeito de uma determinada situação
ou prolemática.
4. Análise de documentos- se basea na recopilação de informação detalhada
sobre o mesmo indivíduo ou grupo ao longo de um tempo considerável; o
material provem principalmente de observações directas e de outras
ferramentas.

Modelo de intervenção
Modelo de Consulta: é um modelo de orientação psicoeducativa que se
caracteriza por sua proposta de que a intervenção directa no indivíduo e a intervenção
em grupo ou no grupo não são suficientes para que a função educacional do
aconselhamento seja eficaz e totalmente abordada. É imprescindível ter presente
nesta acção norteadora a intervenção indirecta sobre todos os agentes educativos,
especialmente os professores e pais, sem esquecer a consulta à instituição de ensino.

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IV – Proposta de ações de intervênção
Todas as sessões terão a duração de 45 minutos.

Sessão 1
 Os Objectivos na primeira ses:
o Estabelecer rapport e confiança com o paciente, normalizar suas dificuldades
e instilar esperança.
o Familiarizar o paciente no tratamento, educando-o a respeito do(s) seu(s)
transtorno(s).
o Coletar dados adicionais que ajudem a conceituar o paciente.
o Desenvolver uma lista de objetivos.
o Começar a resolver um problema importante para o paciente.

a) Fase inicial- nesta fase, se estabeleceria o rapport para garantir que o sujeito
P.J.M. se sentisse acomodado na presença dos investigadores; se definiria a pauta e
se certificaria se os termos propostos são adequados e benéficos para dar solução ao
problema e se os seus pais estão de acordo.

b) Fase intermédia: a seguir, se feria a identificação e elaboração das hipóteses; se


focaria na identificação de problemas específicos e se transformaria esses problemas
em objectivos a serem trabalhados no processo.

c) Fase final: se feria um resumo dos pontos mais relevantes que o sujeito P.J.M.
apresentou; e se agradeceria pela sua colaboração e se estabeleceria o acordo para
a próxima sessão.

Sessão 2
 Objectivo: identificar as potencialidades do sujeito para facilitar nas aplicação
dos exercícios de capacitação.

a) Fase inicial: começaria-se a segunda sessão, restabelecendo o rapport,


verificando o seu humor e rebuscando de forma breve os aspectos mais importantes
de que se tratou na sessão anterior.

b) Fase intermédia: a seguir, se listaria os sintomas mais específicos da dificuldade


de aprendizagem que ele apresenta e se escolheria em qual deles se poderia começar
a trabalhar nesta sessão. Se pediria ao sujeito P.J.M. que ficasse o mais atento

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possível às orientações que lhe seriam dadas; se escreveria frases simples e bem
legíveis num quadro didático ou num outro material que o substitua, para que com a
maior cautela possível o sujeito P.J.M. as copiasse, com o objectivo de identificar o
nível atual de seu problema e as suas potencialidades e limitações.

c) Fase final: se resumiria os dados identificados durante essa sessão para se


certificar que se identifiria correctamente as potencialidades de aprendizagem do
sujeito P.J.M. e apresentá-lo de forma mais concisa e clara. Se orientaria tarefas para
casa, como: cópia de um pequeno texto e leituras do alfabeto, que seriam realizadas
com o auxílio dos seus pais. Como sempre, no final se agradeceria a colaboração e
participação do sujeito e se estabeleceria a agenda para a próxima sessão.

Sessão 3
 Objectivo: estimular as capacidades do sujeito por meio de exercícios
ortográficos.

a) Fase inicial: se estabeleceria, em primeiro lugar, o rapport; em seguida, se


verificaria o estado de ânimo do sujeito; se analizaria a tarefa para casa orientada
anteriormente; e se definiria a pauta desta sessão com a participação do sujeito e de
seus pais.

b) Fase intermédia: a seguir, se listaria com brevidade as potencialidades e


limitações identificadas na sessão anterior; conforme a lista elaborada, se procuraria
trabalhar as potencialidades do sujeito P.J.M., uma após outra, a partir de exercícios
de cópias do livro de caligrafias e de leituras de abecedário, tornando-o em um
participante activo no processo.

c) Fase final: nesta fase, se resumiria os pontos mais relevantes identificados durante
essa sessão. E se daria ao sujeito e seus pais a visão de como é que seria a próxima
sessão. E se agradeceria a participação deles no processo.

Sessão 4
 Objectivo: conceder orientações aos pais do sujeito, que poderão contribuir na
minimização ou eliminação do problema do sujeito.

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a) Fase inicial: se começaria cumprimentando o sujeito P.J.M. e seus pais,
simpatizando com eles e verificando o estado emocional deles. Se definiria a pauta
desta sessão numa acção conjunta com o sujeito e seus pais.

b) Fase intermédia: a seguir, se procuraria identificar as principais influências do


ambiente doméstico do sujeito P.J.M. que estão interferindo no seu processo de
aprendizagem. E em seguida, se listaria os principais factores de riscos do ambiente
doméstico e por meio dos mesmos, ter ideia de como trabalhar com o ambiente
doméstico do sujeito para se minimizar ou eliminar alguns sintomas da disortografia.

c) Fase final: na fase final, conforme a interferência do ambiente doméstico do sujeito


P.J.M. no seu processo de aprendizagem, se apresentaria a seguinte lista de
orientações para que os seus parentes contribuíssem na minimização ou erradicação
de seu problema de apredndizagem:

 Procurar colocar o sujeito num centro de alfabetização;


 Procurar verificar o material escolar do sujeito todos os días e auxiliá-lo a
resolver as tarefas orientadas pela escola;
 Procurar tirar meia ou uma hora no dia para orientá-lo a fazer cópias ou a
exercitar o alfabeto;
 Procurar visitar periodicamente a turma do sujeito para monitorar a sua conduta
no ambiente escolar.

Sessão 5
 Objectivo: conceder orientações à professora do sujeito, que poderão
contribuir na minimização ou eliminação do problema do sujeito.

a) Fase inicial: se começaria com o estabelecimento do rapport; e se apresentaria a


pauta desta sessão à direcção da sua escola e à sua professora.

b) Fase intermédia: em seguida, se procuraria observar e compreender o ambiente


escolar do sujeito P.J.M. e o processo de ensino e aprendizagem ali desenvolvido
para identificar os pontos fracos que se evidenciam. A seguir se elaboraria uma lista
dos pontos fracos identificados no processo escolar que impatam ou retardam o
tratamento da disortografia do sujeito P.J.M. e, por meio dela, se elaborar uma lista
de orientações psicoeducativas que contribuem na solução deste problema.

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c) Fase final: nesta fase, se faria um resumo desta sessão. Se agradeceria a
colaboração dos envolvidos e, por final, se apresentaria a seguinte proposta de
solução à professora do sujeito P.J.M.:

 A professora ou o professor deve ter em conta as reais habilidades e


dificuldades do sujeito e ser capaz de planear um conjunto de actividades que
vão ao encontro da incapacidade específica do sujeito.

Sessão 6
 Objectivo: rever todo o processo de orientação psicossocial estabecido com
os agentes envolvidos e dispedir-se deles, encerrando esta relação.

a) Fase inicial: nesta fase, estabelecer-se-ía o rapport com todos os agentes que
puderam participar neste processo de orientação. Se descreveria brevemente o curso
da orientação ao longo das sessões anteriores e se definiria a pauta desta sessão.

b) Fase intermédia: a seguir, se faria uma análise ou revisão do processo de


orientação, destacando os pontos fortes e fracos que se atingiram durante o processo
de orientação do sujeito e se reforçariam as orientações e habilidades psicoeducativas
ensinadas, de forma a se prevenir casos de recaídas do sujeito.

c) Fase final: nesta fase, se agradecería a colaboração e participação de todos os


agentes envolvidos neste processo de orientação e se cuidaria que o processo de
despedida e fechamento desta relação, profissional-paciente, fosse bem feia para se
evitar o aparecimento de crises emocionais no sujeito e possíveis recaídas.

Técnicas:
1- A Observação directa de campo ou natural: possibilitou observar o sujeito em
seu ambiente natural, sem que se pudesse alterar o seu ambiente escolar e o
doméstico. De forma a não despertar a atenção do sujeito, nos mantivemos anônimos
durante as aulas, como se o sujeito P.J.M. não fosse o nosso foco. Com técnica,
identificou-se as manifestções psicossomáticas do sujeito P.J.M. ligadas às
dificuldades de aprendizagem, em geral, e também, de forma específica, os principais
sintomas da disortografia que ele apresenta.

2- A Entrevista semi-estrututarada: com esta técnica foi possível ter acesso aos
dados pessoais e ambientais do sujeito P.J.M. com o objectivo de explorar mais a

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fundo e de compreender ou conhecer claramente a problemática que ele apresenta.

3- A composição: digitalizou-se um esquema composto de Alfabeto, frases e


números cardinais numa folha A4 com a finalidade do sujeito observar atentamente o
conteúdo presente nela e redigi-la o mais claro possível noutra folha com a finalidade
de medir o nivel atual de sua dificuldade de aprendizagem e identificar seus pontos
fortes e fracos. E também com essa técnica foi possível identificar a falta de clareza e
lentidão na escrita, a falta de vontade de escrever.

4- Análise de documentos: se fez uma revisão dos cadernos escolares do sujeito


P.J.M., desde os primeiros apontamentos aos ultimos, para se ter uma visão mais
adequada e clara da situação problemática dele, buscando correlacionar a realidade
ortográfica presente em seus materiais didácticos com as informações literárias que
tratam da sua situação problemática. Com esta técnica foi possível identificar
sintomas, como: traçado incorreto das letras, alteração no espaço da letra, letras
ininteligíveis e textos muito reduzidos.

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V- Bibliografia
Afonso, M. L. (2010). DISORTOGRAFI: Compreender para Intervir. Paula Frassinetti.
Casal, C. J. (2013). Disortografia: A escrita criativa na reeducação da escrita. Porto.
Santos, S. G. (2014). DISORTOGRAFIA: AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO NO 5°
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. João Pessoa.

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VI – Anexos:
Nesta parte devem aparecer todos os protocolos, guias ou procedimentos das
técnicas empregadas no estudo feito.

I- Guião de observação

Aspectos observados:

 Aparência física:_________________________________________________
 Movimentos corporais:____________________________________________
 Postura corporal:________________________________________________
 Contacto visual: _________________________________________________
 Expressão emocional_____________________________________________
 Tom da voz_____________________________________________________
 Os traçados das letras: ___________________________________________
 Os aspectos lexicais______________________________________________

II- Guião de entrevista semi-estruturada


 Esfera académica
 Esfera familiar
 Esfera afectvo-motivacional

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III- Guião de composição de cópia
Nome:__________________________Idade:_____ Sexo______ Data: _____/_____/_____

Abaixo está um esquema de alfabetização. Por favor, leia ou observe cuidadosamente cada
letra ou palavra e figura, em seguida copia-as no espaço em branco ou numa folha branca na
mesma ordem e organização possível que se encontram.

1- Abecedário ou Alfabeto

Maiúsculo

A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N,

O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.

Minúsculo

a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n,

o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.

2- As Vogais

Maiúsculas Minúsculas

A, E, I, O, U a, e, i, o, u

A, E, I, O. U a, e, i, o. u

3- Palavras

Bola

Casa

Escola

4- Números

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12,13,14,15

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