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Exame de NEE 2022 - Estudo Prático

Objecto:
Bullying e (In)disciplina na escola: a intervenção psicopedagógica na perspectiva da educação inclusiva a partir da relação professor-aluno-família

Actualmente, o Bullying, a (in)disciplina e outras manifestações tem sido um dos grandes problemas da educação moçambicana, onde, as suas causas e
consequências são multifacetadas, promovendo assim, uma relação directa com os problemas de aprendizagem e demais necessidades decorrentes dela.

Em grupo de par de dois (2) estudantes, analisem um dos fenómenos [(in)disciplina e Bullying], destacando:

A: a sua fonte/origem;
B: as diferentes formas de manifestações/sinais no contexto da sala de aula ou escolar;
C: as suas implicações nos processos de aprendizagem dos alunos, a partir do olhar psicopedagógico.
D: em que categoria das deficiências o fenómeno é enquadrado;
E: Descrição do perfil do(s) profissional(is) para atender o(s) fenómenos.

No preenchimento da matriz, a visão deve estabelecer uma relação dialógica entre Escola – Aluno – Família. ou seja, a necessidade de destacar o papel que
psicopedagogo deve analisar e formas de intervir, tendo em consideração a dinâmica com o envolvimento de todos os profissionais e seus papéis.

No final, destaque os possíveis problemas que afectam as relações com o aprendizado e os desafios de como intervir para que escola se reestruture. Para
um cenário melhor e sustentável.

MATRIZ DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM CONTEXTO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Nome Completo Estudante 1 Nome Completo Estudante 2


Sebastião Mário Chichava Berta César Navingo
Disciplina Necessidades educativas especiais (NEE) Período/Regime (Laboral ou PL)
Ano: 3° Curso: inglês Laboral

A. Indique o objecto de análise Bullying


B. Justificativa da escolha
Necessidade de entender a fundo as causas do fenómeno e tentar trazer possíveis soluções para diminuir o índice da
ocorrência do mesmo.
C. Enumere as possíveis estratégias As estratégias para diagnosticar o Bullying em crianças são geralmente, prestar atenção na criança. Crianças que
de como diagnosticar sofrem o Bullying tendem a sentir-se constantemente com medo, ansiosas e com dificuldades em se concentrar na
sala de aula. Em muitos casos comprometem-se a ficar em silêncio sobre as agressões como forma de evitar novas
retaliações, não se sentem capazes de lidar com a situação, achando-se impotentes para resolver o problema. Outra
forma de diagnosticar o bullying é através do desempenho, quando as crianças começam a sofrer ataques o
rendimento e as notas caem.

O termo Bullying surgiu na Noruega, na década de 80. Deste modo surge da palavra inglesa bullying que significa
D. A sua fonte/origem ameaçar, intimidar, amedrontar, etc.

E: As diferentes formas de O bullying pode se manifestar de diferentes formas, segundo o psicólogo sueco Dan Olweus, a principal
manifestações/sinais no contexto da manifestação do bullying se dá no ambiente escolar. Existe também o cyberbullying, que se dá na internet através de
sala de aula ou escolar grupos escolares, seja por WhatsApp ou páginas de Facebook, onde os alunos usam de uma imagem privada para
ameaçar denegrir a imagem da vítima.
F: As suas implicações nos processos de
aprendizagem dos alunos, a partir do Segundo fante (2012), a pessoa que sofre Bullying pode carregar esses traumas para o resto de sua vida, dependendo
olhar psicopedagógico. das características individuais de cada psíquico. Isso afectará o seu comportamento e a construção de seus
pensamentos e de inteligência, gerando sentimentos negativos e pensamentos vingativo, baixa autoestima, queda de
rendimento escolar, podendo desenvolver transtornos mentais e psicopatias graves, além de sintomatologia e
doenças de fundo psicossomáticas, transformando-a em um adulto com dificuldades de relacionamento. A
ansiedade e o medo que o Bullying cria, podem também implicar no processo de aprendizagem dos alunos.
G: em que categoria das deficiências o
fenómeno é enquadrado O bullying enquadra-se nas deficiências psicossociais, pelo facto de se tratar de um fenómeno em que a pessoa que o
pratica sofre de algum problema pessoal como, insegurança, problemas em casa ou em outra parte de sua vida.
Oque é associado com um transtorno psicológico que induz o praticante a agir dessa forma para se sentir superior
ou melhor que os outros.
Perfil 1 Quem: Professor
Descrição: Profissional dotado de estratégias psicopedagógicas que orienta os alunos dentro da sala de
aulas contribuindo para o bom comportamento além salas.

H: Descrição do perfil do(s) Perfil 2 Quem: Psicólogo


profissional(is) para atender o(s) Descrição: Profissional que realiza a escuta e orientações no contexto escolar, auxiliando no enfrentamento
fenómenos do bullying, bem como no desenvolvimento da auto-estima e da autonomia dos alunos. Poderá também
desenvolver acções preventivas na escola e na comunidade em geral.

Perfil 3 Quem: Psicopedagogo escolar


Descrição: Profissional que observa e avalia qual a verdadeira necessidade da escola, além de suprir os
seus anseios, buscando respostas e alternativas à questão do aprender, tanto no plano psíquico como no
cognitivo, emocional e físico, gerando um espaço multidisciplinar construtor de sua epistemologia e
fundamentação verificando junto ao Projecto Político-Pedagógico.

Perfil 4 Quem: Familia


Descrição: Encarregados de educação do menor que constituem
Perfil 5 Quem: Coordenadores e funcionários da escola
Descrição:

Relação dialógica entre A escola e a família têm o aluno com receptor da educação ora formal (escola) ora informal (família). É de se
Escola – Aluno – Família salientar que “a educação inicia em casa” , mas não se quer com isso dizer que é só em casa que se educa. Assim, tem-
se a escola como instituição que garante a consolidação da educação iniciada em casa. Para melhor exercício do
processo de ensino e aprendizagem, é crucial que a escola e a família se complementem: a família é fonte de
informações do educando que o professor necessita para o bom exercício das suas funções. Por outro lado, a família
precisa do professor para educar os filhos.

Intervenção Psicopedagógica
ETAPA 1 [E1]: Aluno de nome João (fictício), 17 anos de idade, nível secundário, sofre bulling escolar diariamente por usar óculos.
Avaliação Inicial Os colegas não só o chamam de “quatro-olhos”, “velhote” como também agridem-no após as aulas. Por conta disso,
(descrição da situação) este anda isolado de todos colegas, teme ir à escola, é alvo de risadas na sala de aulas, apresenta dificuldades de
concentração e um baixo aproveitamento académico. Os pais começaram a notar isso e apresentaram a preocupação
ao professor que propôs-se a encontrar uma solução: estudar o caso, planear e executar.
ETAPA 2 [E2]: -Consciencializar os alunos;
Finalidade da Intervenção -Combater o Bullying;
-Promover harmonia entre alunos;
-Repor a auto-estima do educando;
Estratégias para alcançar as -Identificação dos promotores do bullying e agressão;
finalidades -Psicoeducação - é uma das principais estratégias que podem ser adaptadas ao contexto escolar. Essa técnica é
importante porque está baseada na ideia de que as pessoas podem aprender novas habilidades para mudar suas
cognições, para controlar seu humor, bem como realizar mudanças no comportamento;
-Treinamento de habilidades sociais - os comportamentos sociais que têm alta probabilidade de produzir
consequências positivas para o indivíduo, bem como para o grupo social do qual ele faz parte;
-Técnicas de relaxamento - uma estratégia de prevenir respostas agressivas frente a situações que possam
caracterizar o bullying. As técnicas de relaxamento podem auxiliar a auto-regulação emocional;
 Intervenção da coordenação da escola por meio de aconselhamento;
Actividades a serem desenvolvidas  Palestras – consciencializar os alunos sobre as razões do uso de óculos e consequências da violência;
 Preenchimento do questionário – este pode ser usado como colecta de dados no inicio da palestra e depois
da mesma para aferir, de forma comparativa, o grau a noção do assunto antes e depois da palestra;
 Elaborações de composição – Alunos elaboram composição sobre o que aprenderam nas palestras e afixam nas
vitrinas. Esta, deverá ser feita após a palestra e apresentada aos professores um ou dois dias depois para
afixação;
ETAPA 3 [E3]: Humanos (equipa/rede de suporte) Materiais/Meios/Equipamentos
Modos de Intervenção Director de turma, professores, alunos, encarregados, Sala, carteiras, computador, projector, micros, coluna,
(incluindo os recursos necessários) coordenadores, funcionários da escola.

Resultados esperados Da presente intervenção, espera-se que os alunos saibam o que está por de trás do uso de óculos e que os mesmos
saibam controlar-se perante situações que possam desencadear em violência.

Responsáveis na intervenção Sebastião Mário Chichava e Berta César Navingo


Tempo Disponível (prazos) 90 min em um dia: A palestra seria de acordo com o horário de cada turma.

ETAPA 4 [E4]: Inicialmente, após a identificação dos promotores de bullying e agressão segue-se a intervenção da coordenação da
Implementação da Intervenção escola onde aconselha-se os alunos a não pautarem por este caminho. Quanto a vítima, também lhe é dado o
(detalhamento da execução) acompanhamento por um psicólogo. Com intuito de ser mais abrangente, convoca-se os alunos junto dos seus
encarregados e são reunidos numa sala maior (exemplo: anfiteatro/sala de reuniões) após o anúncio antecipado
sobre a palestra. Tendo como base os pontos informar, prevenir, conscientizar, educar, motivar para à prática, dá-se
a palestra, com o tema “Diga Não ao Bullying”, que pode ser dirigida por um dos professores enquanto os alunos
aprendem e fazem as suas anotações.

Ao final dos encontros, reaplicar o questionário de pesquisa (questionário 01),


ETAPA 5 [E5]: Intermediária a
Avaliação
fim de coletar dados para a avaliação do projeto, de sua abrangência e dos
resultados

atingidos com os grupos. Entretanto, a reaplicação do questionário de


avaliação, após

determinado período ou ao final dos encontros com os alunos, pode ser válida,
ainda

que seja difícil de mensurar os benefícios do projeto, uma vez que havendo a

conscientização pelos alunos acerca do bullying, sua percepção mudará, não


sendo,

portanto, a simples comparação dos dados, possível de determinar o sucesso


da

proposta. Nesse sentido, avaliações das estratégias e novas ações a serem


implantadas,

no decorrer do ano letivo, devem ser objetivo de reuniões sistemáticas do


grupo de trabalho.
O programa de intervenção é um processo contínuo que para sua efectividade
Final depende muito do quão integrado e multiprofissional é a sua execução. Parte-
se do grupo menor (agressores e vítima) para um grupo maior (turmas) como
forma de melhor compreender o problema e melhor soluciona-lo.

O alcance dos resultados pode ser avaliado a partir da participação e o envolvimento dos alunos com as diversas
Comentários Gerais actividades propostas: confecção de cartazes e regras de convivência, expostas pelos corredores da escola, redacções
(Mecanismos e indicadores para avaliar o elaboradas por algumas turmas, criação de vídeos por alunos das classes avançadas alertando sobre como lidar com
alcance dos resultados) o bullying na escola, envolvimento das famílias com tarefas propostas sobre o tema, além de melhor ajustamento
comportamental das crianças pré-escolares e escolares em seus relacionamentos.
Além disso, pode realizar-se novamente uma investigação junto a todos os alunos sobre a percepção dos mesmos
sobre o bullying após a palesta. As questões podem ser apresentadas da seguinte forma:
(1) Você consegue descrever o que é bullying?; (2) você tem medo de sofrer algum tipo de bullying?; (3) Em qual
local/horário o bullying está mais presente? (4) Para você qual o pior tipo de bullying: físico, verbal, moral ou
psicológico? (5) Você já pensou em fazer algo para combater o bullying?

Ao fim da presente actividade, o grupo percebeu que teve um entendimento não tão profundo quanto o desejado e
Faça(m) uma apreciação crítica, que trata-se de uma actividade nova. Daí que são notáveis algumas lacunas no preenchimento. Contudo, a
descrevendo a percepção do grupo em actividade é facultativa no que diz respeito a preparação do professor para lidar com situações reais em NEE e
relação ao actividade; o que melhorar juntamos esforços para a realização da mesma. O grupo acrescentaria a descrição do público-alvo, pessoas
adicionar para melhorar envolvidas sem excluir pelo do termo profissionais visto que o mesmo deixa de fora a família ou os encarregados de
educação.
Prof. JREGINALDO (2022).

* Não editar e ou alterar a matriz; apenas preencher com objectividade de acordo com os espaços proposto.

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