PROJETOS E

METODOLOGIAS
PARA LIDAR COM
O BULLYING NAS
ESCOLAS
SUMÁRIO

O QUE É O BULLYING?
QUAIS SÃO AS
CONSEQUÊNCIAS DO
BULLYING NA ESCOLA?
COMO IDENTIFICAR OS
EPISÓDIOS DE BULLYING?
QUAL DEVE SER A POSTURA
DA ESCOLA PARA LIDAR COM O
BULLYING?
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a discussão a respeito de como lidar com o bullying tem se
tornado cada vez mais recorrente no meio educacional. De acordo com dados
divulgados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de
2015, um em cada dez estudantes brasileiros é vítima desse tipo de violência.
Mesmo após a criação da lei de combate ao bullying no Brasil em 2016, o
número de casos continua a crescer, o que ressalta a urgência de discutir o
tema e de encontrar soluções realmente eficazes para resolvê-lo.
Pensando nisso, desenvolvemos este material com o objetivo de conceituar o
problema, avaliar suas consequências e apresentar metodologias que ajudem
as escolas a lidar com o bullying na prática.
Boa leitura!
O QUE É O
BULLYING?
O termo bullying é uma variação da palavra inglesa “bully”, cujo significado é
intimidar, ameaçar. A palavra é utilizada para representar ações de agressão
verbal ou física, que acontecem de forma intencional e repetitiva contra um
indivíduo que não tem condições de se defender.
Tais atitudes podem ocasionar inúmeras consequências para a vítima e até
mesmo atrapalhar a dinâmica de aprendizado em sala de aula. Quando não são
combatidas, podem gerar traumas graves ou irreversíveis.
QUAIS SÃO AS
CONSEQUÊNCIAS
DO BULLYING NA
ESCOLA?
Entre os diversos efeitos Com o tempo, esses sentimentos
negativos gerados por episódios acabam dando origem a outras
de bullying , podemos citar o medo sequelas, como:
como um dos primeiros e principais
• Transtornos emocionais:
indícios apresentados pelos alunos
insegurança, baixa autoestima,
que estão sofrendo algum tipo
sentimento de impotência;
de hostilidade.
• Transtornos psicológicos e
Existe o temor de sofrer novos
psicossomáticos: ansiedade,
ataques, de não conseguir
ataques de pânico e, nos casos
controlar ou reverter a situação,
mais graves, depressão;
de buscar ajuda e não receber
o apoio necessário ou, ainda, de • Sintomas físicos: redução da
fazer com que as agressões se resistência imunológica, dores
intensifiquem. de cabeça, insônia, febre e
tremores corporais.
Analisando a vida escolar, os alunos
vítimas de bullying podem apresentar
sinais como queda no rendimento
acadêmico, na concentração e na
aprendizagem, além de resistência
para ir às aulas e posterior evasão.
Quando as agressões e as
humilhações permanecem por
muito tempo sem nenhuma medida
eficiente para evitá-las, o aluno que
é alvo da situação fica cada dia
mais fragilizado. Nos piores casos,
a questão pode acabar inclusive
com o suicídio, que já é uma das
principais causas de morte entre os
jovens no país.
No entanto, é importante observar
que as vítimas, embora sejam as
mais prejudicadas nos casos de
bullying, não são as únicas a sofrer
os efeitos negativos da violência.
Os espectadores apresentam
sentimentos como impotência,
ansiedade e, principalmente, culpa,
por não conseguir agir em defesa
do agredido ou medo de se tornar o
próximo alvo.
Do ponto de vista dos agressores,
o uso da violência como forma de
mostrar seu poder sobre alunos
considerados “mais fracos” pode
esconder sentimentos de falta de
autoconfiança ou ser reflexo de
agressões sofridas no ambiente
familiar. Logo, esses estudantes
também podem apresentar queda
no rendimento escolar, falta de
concentração e desinteresse pelas
atividades escolares.
Tendo em vista que os episódios de
bullying trazem consequências a
todos os públicos envolvidos, como
é possível identificar as ações de
violência na escola para desenvolver
iniciativas de conscientização e
combate ao problema?
COMO IDENTIFICAR
OS EPISÓDIOS DE
BULLYING?
Na maior parte dos casos,
as vítimas de bullying não
se sentem confortáveis em
relatar as agressões à família
e, sobretudo, aos professores e
aos coordenadores pedagógicos.
Isso ocorre por medo de sofrer
novas represálias ou vergonha de
demonstrar “fraqueza” por não
saber como lidar com o assunto.
Tais atitudes acabam dificultando
a identificação da violência e,
consequentemente, a sua resolução.
No entanto, uma boa estratégia é
observar os “sinais” supracitados,
como a queda nas notas, absenteísmo
e, nos casos mais graves, sentimentos
de medo, apatia e desinteresse em
relação às atividades escolares.
É importante, ainda, saber
identificar em que momento os
conflitos ligados à insegurança
e à autoafirmação, próprios das
crianças e dos adolescentes,
passam a se tornar situações
de hostilidade e desrespeito,
prejudicando as relações
interpessoais e o desenvolvimento
saudável dos alunos.
Nesse aspecto, cabe às famílias e aos
educadores trabalhar em conjunto,
criando espaços que estimulem
o diálogo e a convivência com as
diferenças, sempre de maneira
harmônica e tranquila. Isso porque
essas vítimas precisam se sentir
confortáveis para conseguir relatar
acontecimentos desse tipo. É nesse
contexto que o trabalho socioemocional
dos alunos é um ponto crucial.
QUAL DEVE SER A
POSTURA DA ESCOLA
PARA LIDAR COM O
BULLYING?
Uma vez que a escola é um ambiente
de formação de indivíduos tanto do
ponto de vista intelectual quanto
socioemocional, os alunos devem se
sentir confortáveis, em segurança
e apoiados em suas dúvidas e
questões pessoais.
Por isso, a existência do bullying já
é um forte indicativo de que algo
não vai bem na função da escola e
em seu objetivo de transmitir não
apenas conhecimentos, mas valores
importantes para a convivência em
sociedade.
Ao estabelecer um espaço de
acolhimento e auxílio às vítimas
de violência, a escola se torna
protagonista no combate ao
bullying, encorajando os alunos a
buscar ajuda e chegando à raiz dos
problemas.
Além de prestar atendimento às
famílias daqueles que sofrem as
agressões, é importante fornecer
orientações aos agressores,
buscando as possíveis causas para o
seu comportamento hostil.
Para auxiliar a escola a lidar com
o bullying, podemos citar dois
exemplos práticos de projetos que
têm sido aplicados com eficiência
nas instituições:
Programa de Formação
de Professores (PROFS)
Uma medida extremamente
importante para o combate ao
bullying diz respeito à preparação
e treinamento da equipe docente
e dos colaboradores da escola. É
fundamental que os professores
se atentem ao comportamento
dos alunos e sejam capazes de
identificar os pontos de atenção -
para tanto, a formação continuada
pode ter muito a contribuir.
Nesse contexto, o PROFS é uma
iniciativa voltada exclusivamente
para o público docente e a gestão
escolar, que tem como objetivo
preparar os professores para lidar
com as diferentes situações do dia
a dia na escola, dentro e fora da
sala de aula.
Com propostas que visam à
atualização de acordo com as mais
recentes tendências educacionais
e práticas pedagógicas, o PROFS
promove o desenvolvimento de
habilidades ligadas à gestão
acadêmica e às competências
emocionais, por exemplo, que podem
se tornar poderosas ferramentas
para que o professor saiba como
lidar com situações de bullying,
contribuindo para erradicá-las.
Além disso, é interessante frisar
a importância de contar com um
profissional da área de psicologia,
que contribuirá com a orientação
aos professores, aos coordenadores
e à direção. Assim, a escola poderá
tomar todas as medidas necessárias
para lidar com o bullying e ajudar os
alunos a superar possíveis traumas
gerados por qualquer forma de
agressão.
O Líder em Mim
(OLEM)
Partindo do princípio de que o
bullying existe porque as pessoas
são diferentes, outra maneira de
combater o problema é por meio do
desenvolvimento socioemocional
dos estudantes. Isso porque o
trabalho de características como a
empatia, a comunicação, a coragem,
o autoconhecimento e a tolerância
ajuda os alunos a entender e
respeitar as diferenças, contribuindo
para a construção de um espaço
diverso e positivo.
Com base nisso, o OLEM desenvolveu
uma iniciativa que visa a trabalhar
a dimensão socioemocional das
crianças, a fim de reduzir os conflitos
e melhorar o ambiente escolar.
A implementação do programa
envolve não apenas os estudantes,
mas também os professores, a
equipe escolar e até mesmo as
famílias - afinal, as competências
socioemocionais também são
ensinadas por meio do exemplo.
Uma das ideias do programa é
promover uma reflexão sobre
as causas do bullying e as suas
consequências no ambiente
escolar, para que os próprios
alunos reconheçam a gravidade
do problema e se mobilizem para
combatê-lo.
CONCLUSÃO
O bullying é um assunto bastante
sério e recorrente nas instituições
de ensino e é muito importante que
a escola se preocupe em encontrar
medidas para combater tal situação.
No decorrer do texto citamos
duas iniciativas que podem ajudar
no enfrentamento do problema:
a formação continuada, para que
os docentes sejam capazes de
identificar e lidar com a situação,
e o trabalho socioemocional, que
ajuda na formação de alunos
mais conscientes a respeito da
gravidade do bullying.
Para te ajudar a entender
melhor como o trabalho das
competências socioemocionais
pode ser implementado na escola,
preparamos um artigo contando
como o Colégio Dáulia Bringel de
Fortaleza (CE) usou o programa
OLEM para o desenvolvimento
socioemocional dos estudantes
Leia o caso de
sucesso do Colégio
Dáulia Bringel
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