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O BULLING EM SALA DE AULA: SOBRE UM OLHAR DA GESTÃO ESCOLAR

Alexandrina Alves Costa1


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Angélica Crispim

Resumo

Este trabalho tem como perspectiva de verificar os efeitos do bullyng em as de aula, as causas e suas
consequências e os problemas que podem causar a criança. Assim nada mais necessário neste
momento do que entender o que é bullyng. Diante desta realidade, que vem tendo espaço a cada dia,
espero que vocês leitores deste trabalho gostem do tema e reflitam sobre ele. Juntos ás escolas,
comunidade, família, possamos mudar o destino das crianças envolvidas com este fenômeno,
encorajando-os na luta contra a erradicação do bullyng. No primeiro momento venho a falar o que é
bullyng, logo a pós o papel do professor; e da escola; as consequências, baseando-se no referencial
teórico e o analise acontece pelos procedimentos práticos vivenciados em sala de aula.

Palavras-chave: Bullyng. Professor. Escola. Aluno.

INTRODUÇÃO

Entende-se por Bullying todas as formas de atitudes agressivas, intencionais


e repetidas, que ocorrem sem motivações evidentes, adotadas por um ou mais
estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, executadas dentro de uma
relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o
desequilíbrio de poder são as características essenciais que tornam possível a
intimidação da vítima.
Colocar apelidos, discriminar, perseguir, excluir, agredir e roubar material
são atitudes que se praticadas por crianças e adolescentes, têm um forte impacto na
vida dos seus colegas. Ninguém parece escapar de provocações de mau gosto no
corredor ou na sala de aula, mas quando esse comportamento se torna recorrente,

1
Graduada em Pedagogia pela Faculdade Fortium. Especializanda em Gestão e Orientação
Educacional pela União Educacional de Brasília.
2
Professora orientadora. Especialista em Gestão e Orientação Educacional.
2

pode ser caracterizado como Bullying ou, em português, violência ou assédio moral
infantil.
Uma criança que sofre desse tipo de assédio pode apresentar desde queda
no rendimento escolar ao suicídio, em casos extremos. O termo Bullying foi batizado
pelos ingleses na década de 80, mas no Brasil os estudos sobre seus efeitos ainda
são escassos.
Uma das entidades não governamentais preocupadas com o problema é a
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência
(ABRAPIA). Segundo pesquisa por ela realizada em 2002, 40,5% dos alunos
admitiram envolvimento direto em atos de Bullying, naquele ano, sendo 16,9% alvos
e 12,6% autores. O resultado do estudo, com 5.875 estudantes de 5ª. a 8ª. Séries,
no Estado do Rio de Janeiro, mostra que pais e professores precisam estar
preparados para lidar com o problema, tão logo apareça.
Nesta mesma pesquisa foi possível identificar que os meninos, com uma
freqüência muito maior estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores
quantos como alvos. Já entre as meninas, embora com menor freqüência, o Bullying
ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática de exclusão ou difamação.
Diante do contexto exposto acima, este trabalho de conclusão de curso tem
como tema: O Bullying na sala de aula: refletindo sobre um olhar da gestão escolar.
Esta pesquisa teve como objetivo geral refletir sobre como situações de
Bullying em sala de aula podem provocar características de retração em uma
criança, prejudicando o seu processo de socialização na escola.
Para tanto, foram traçados como objetivos específicos desta pesquisa:
o Observar que tipo de reações que uma criança que sofre
Bullying pode apresentar em sala de aula e como a
professora faz a mediação destas situações;
o Aplicar atividades pedagógicas em sala de aula que
trabalhem de forma preventiva a existência de Bullying na
escola;
o Conhecer o posicionamento da gestão da escola em
relação às situações de Bullying que aconteciam na sala de
aula.
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A coleta de dados desta pesquisa se deu em uma escola pública X,


localizada na 712 Norte e na escola pública Y na 708 Norte, ambas no Plano Piloto,
no Distrito Federal.
Não se pretende, neste trabalho de conclusão de curso, colocar sobre os
professores a responsabilidade por todo Bullying que ocorre nas escolas, mas
assinalar com clareza que o Bullying não é apenas um problema dos alunos e nem o
resultado natural da competição. É necessário que a escola e seus educadores
tenham uma posição muito clara de enfrentamento deste problema, contribuindo
para romper a espiral de violência que se reproduz ano após ano e mesmo entre
gerações.
É preciso que os valores morais que a escola considera significativos para a
formação dos educandos não sejam apenas apontados estritamente para o
momento de projetos interdisciplinares. A formação moral necessita ser de fato uma
preocupação da escola e ser implantada uma política de tolerância zero com o
Bullying, o assédio moral e qualquer outro tipo de violência venham de onde vier. Os
atores sociais precisam estar envolvidos nesta reflexão e lutar contra o Bullying,
incluem os gestores das escolas, os docentes, as famílias e os educandos. Não é,
nem pode ser tarefa de apenas um grupo social, mas de todos que estão envolvidos
com a educação.

A POSTURA DO GESTOR EDUCACIONAL EM RELAÇÃO ÀS SITUAÇÕES DE


BULLYING QUE ACONTECEM NA ESCOLA:

A etapa da gestão aconteceu do dia 08/11/2006 a 19/11/2006, na escola


classe 708 Norte, no turno vespertino.
A gestora é formada em gestão escolar, exerce o cargo nesta escola y há 6
anos, a mesma forneceu o PPP3 em que a escola junto com uma faculdade
particular faz vários projetos com as crianças. Esta faculdade faz, na maioria os
estágios nesta escola y, sempre levando novidades para a escola.

3
Projeto Político Pedagógico.
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Um dos trabalhos que foi desenvolvido foi o projeto Amor sim, violência não,
que está programado no PPP. Este projeto consiste em um dia de atividades na
escola entre os alunos e seus pais. Foram feitos registros com fotos do dia do
evento, e que foram colocados destaque, até o dia em que a pesquisadora esteve
na escola estas atividades se desenvolvia uma vez por ano e era o dia mais
esperado de toda comunidade escolar.
Nesta escola existe o trabalho maravilhoso de uma faculdade em que os
estagiários (direito, odontologia, medicina, psicologia, pedagogia e outros) fazem
seus estágios. Todas as crianças são beneficiadas, pois acabam sendo ajudadas
por esses estudantes, por meio de seus projetos.
Foi registrado pela pesquisadora o bom relacionamento da escola com os
pais, alunos e a comunidade. A escola tem APM4, Conselho Escolar, existe um
trabalho sistemático com os pais, são feitas reuniões com frequências (bimestrais)
para que os pais sejam informados sobre o desenvolvimento do seu filho. Às vezes,
a maioria dos pais comparece nas reuniões, participam e trocam idéias com os
professores.
A escola procura sempre interagir com a comunidade, às vezes quando tem
olimpíadas à escola cede seu o espaço físico para que os jovens carentes possam
utilizar as dependências da instituição. Ações como essa ajudam aproximar os
alunos sente si e a combater a violência.
O planejamento escolar, de acordo com os resultados coletados durante
todo o ano, é feito o levantamento de dados sobre todos os desenvolvimentos e
dificuldades da instituição. Em cima disso são elaborados melhorias sobre as
dificuldades encontradas.
Diferente da escola A, a escola B tem todo um cuidado sobre o tema
violência na escola, e seus projetos são desenvolvidos de forma preventiva.

DEFINIÇÕES DE BULLYING, SUAS CARACTERÍSTICAS E O QUE SE ESPERA


DAS ESCOLAS.

4
Associação Pais e Mestres
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O Bullying é uma palavra de origem inglesa definida por muitos países como
forma de: agredir, maltratar, insultar uma pessoa, sendo considerado um termo que
avalia os comportamentos antissociais e de violência escolar.
No Brasil, também foi adotado este termo Bullying, que podemos pronunciar
“bulley”, que suas características são: um conjunto de comportamentos agressivos,
mas esses critérios nem sempre são aceitos universalmente. Alguns pesquisadores
consideram ser necessário no mínimo, três ataques contra a mesma pessoa,
durante o decorrer do ano para classificá-lo como um ato de Bullying.
FANTE (2005) define esse ato da seguinte forma: como um fenômeno novo,
por que vem sendo um objeto de estudo nas últimas décadas, despertando a
atenção da sociedade por suas conseqüências negativas.
Tem sido discutido por muitos professores, onde este assunto já está se
tornando um assunto mais presente nas reuniões e em projeto político-pedagógico,
pois se tornou um desafio, para pais, gestores, e alunos.
É possível elencar como características de Bullying, mais evidentes nas
crianças, as seguintes atitudes: colocar apelidos (ofensivos ou humilhantes),
amedrontar (por agressão), roubar pertences em sala de aula e excluir um colega.
Desta forma, existe um questionamento real sobre o que realmente pode ser
entendido por Bullying. Muitas vezes presenciamos brigas, agressões cometidas por
alunos, mas às vezes, essas atitudes momentâneas, quando repetitivas, podem
caracterizar o Bullying na escola.

Estes problemas relatados pela autora, citada anteriormente, podem


acontecer em qualquer instituição de ensino, portanto cada escola deve pensar uma
estratégia para enfrenta esse problema. Muitas vezes, os professores que se
percebem a frente dessas práticas, não sabem resolver estes problemas sozinhos e
precisam procurar profissionais especializados para ajudá-los a buscar orientações
sobre estas situações. É muito importante que, para evitar estes fenômenos, ocorra
na escola um planejamento com foco na tolerância, voltado para projetos que
trabalhem a paz.
Algumas sugestões que podem ser acatadas para saber como agir em
casos de Bullying:
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Para o aluno: tentar manter a calma e pedir para os


agressores pararem de agir daquela forma; conversar com um
adulto sobre o que está acontecendo, com alguém da sua
família, ou um amigo; fazer com que a criança não se culpe
pelo que está acontecendo.
Na escola: é preciso que a escola deixe clara as suas
regras (direitos e deveres) e não tolere estes tipos de agressão;
construa uma política contra esses atos; que seja flexível com o
estudante para que ele possa se expor; faça com que a
instituição forneça aulas de respeito ás diferenças e,
principalmente, treinar o professor cm cursos para que possam
lidar com a diversidade na sala de aula.
Os pais dos agressores: não gritar; não bater nos filhos;
mostre a eles o que ele fez é errado; e de opções de novos
caminhos a seguir; pedir ajuda á escola; estimular ao filho a
conviver com pessoas diferentes; e principalmente, conhecer
as pessoas que participam da formação ao seu filho.
Pais / crianças/agredidos: conversem com seus filhos;
deixar claro que a culpa não é dele; e que ele fez a coisa certa
ao expor seus problemas; conversar com os professores, não
tomem decisões sozinhas; sempre informar a instituição o
ocorrido.
O Bullying não pode se tornar uma situação aceitável pela escola. Quando
profissionais capacitados diagnosticam, previamente, os casos de Bullying, esses
fenômenos podem ser amenizados e determinados situações dentro do âmbito
escolar podem ser controladas.
A internet, cada vez mais acessível, tem sido utilizada para a prática do
Bullying, essa nova modalidade é conhecida como Cyberbullying. Os agressores
disponibilizam dados falsos sobre a vítima, espalham difamações pela rede,
divulgam montagem de fotos e ridicularizam as pessoas pelo Orkut ou pelos blogs.
A melhor maneira de evitar o Bullying e o Cyberbullying é conscientizar as
crianças desde pequenas a aceitarem e respeitarem as diferenças físicas e
comportamentais dos colegas e a respeitarem as regras da escola. Os pais em
parceria com as escolas precisam e devem impor limites aos filhos.
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Incontestavelmente a preparação técnica, psicológica e pedagógica do


profissional da educação é muito mais importante do que as instalações físicas e
equipamentos à disposição dos alunos na escola. Faz necessário desenvolver
políticas públicas que contemplem a formação continuada dos educadores das
escolas públicas.
Assim, com a finalidade de iniciar uma preparação e aperfeiçoamento dos
professores em temas específicos da infância e da juventude, experiências como o
Instituto Educar da Infância e Juventude 5 desenvolveu cursos voltados para
trabalhar questões da Infância e da Adolescência na Escola. Esses cursos têm com
o objetivo conscientizar os professores acerca das questões infanto-juvenis, bem
como capacitá-los a identificar com maior rapidez e eficiência a ocorrência de
possíveis situações de risco para a criança e o adolescente, possibilitando-lhe, uma
intervenção imediata e o correto encaminhamento dos casos.
Para JOSÉ e COELHO (2004), a criança já nasce com uma série de
características mais ou menos pré-definidas. Algumas crianças são inibidas e outras,
extrovertidas. A superproteção ou a vida social restrita por parte dos pais, colegas e
familiares é um empecilho à socialização da criança, tornando-a dependente,
insegura e isolando-a do grupo, dando-lhe a impressão de ser frágil. A timidez
excessiva de uma criança deve ser encarada com seriedade, pois pode fazer com
que a criança não confie em si mesma. Diante disso, podemos ver porque as
crianças tímidas são o alvo de quem pratica Bullying. Com medo de denunciar são
diariamente agredidas (fisicamente ou verbalmente).
Segundo CORTELLAZZI6 A gravidade de comportamento (Bullying) está
longe de ser inocente. Trata-se, de um distúrbio que se caracteriza por agressões
físicas e morais repetitivas, levando a vítima ao isolamento, a queda do rendimento
escolar, a alterações emocionais e à depressão.
Antigamente não se via a agressão como um problema. Principalmente na
escola era visto como “coisa de criança”, era tudo normal. Hoje existe uma grande
preocupação com o assunto, mas, mesmo assim, os agressores acham que nunca
vão ser punidos,
Segundo FANTE (2005), as características mais comuns das vítimas dos
praticantes de Bullying são: aspecto físico frágil; medo, fisicamente ineficaz no

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www.pastoraltairgemano.com/violência
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esporte ou nas brigas; pouca coordenação motora; timidez, insegurança,


dificuldades de aprendizado.
Com isso, não quer dizer que só as crianças tímidas são o alvo dos
praticantes do Bullying, todos estão sujeitos a este constrangimento; basta estar no
mesmo ambiente dos que praticam essas ações.
BAVOSO (2004, p. 13) afirma que:
A timidez chega a se construir numa limitação quase tão séria como uma
deficiência física por causa das suas conseqüências, tem dificuldade na
aproximação com outras pessoas, impede de fazer novas amizades ou de
desfrutar de novas experiências que pode ser enriquecedoras. A timidez
impede de lutar pelos seus direitos e de expressar suas próprias opiniões ou
valores. Como uma pessoa tímida não se expõe, não pode receber uma
avaliação positiva nem ter seus méritos reconhecidos. O que é pior, muitas
vezes se sente incapaz de buscar ajuda.

Estas situações de medo, insegurança é que caracteriza a criança como


frágil. Na maioria das vezes, os professores ou os outros profissionais de ensino da
escola não conseguem perceber a agitação ou não se encontram presentes no local
quando acontecem os ataques à (as) vítima (as); assim os alunos ficam entregues a
si próprios para resolverem seus problemas.

Ainda, não há dúvida de que a maioria dos casos de Bullying acontece no


interior da escola. Entretanto, para que um comportamento seja
caracterizado como Bullying é necessário distinguir os maus tratos
ocasionais e não graves dos maus tratos habituais e graves. (FANTE, 2005,
p. 49).

Quando são aplicadas atividades fora da sala de aula fica mais fácil para o
professor perceber a reação ou a agressão de uma criança. É comum que a criança
fique calada quando é agredida ou quando é expectadora de tais atos, por isso, que
se não presenciados por um adulto, continuará acontecendo às agressões.
Os comportamentos de Bullying podem ocorrer de duas formas: direta ou
indiretamente. Ambas as formas são prejudiciais psicologicamente para a vítima. A
forma direta tem como ação: agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences,
insultar, colocar apelidos maldosos, etc). A forma indireta que pode criar traumas
irreversíveis pode ser caracterizada pela discriminação e a exclusão da vítima de
seu grupo social. “As conseqüências da conduta Bullying afetam todos os
envolvidos, porém especialmente a (as) vítima(s) que pode continuar a sofrer com
seus efeitos negativos, muito além do período escolar”. (FANTE, 2005 p.78).
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Em alguns países da Europa o Ministério da Educação obrigou as escolas a


criarem ações preventivas para se evitar o Bullying porque são locais onde
acontecem 90% dos casos. A escola é orientada a buscar a ajuda dos pais, tanto
dos agredidos como dos agressores, implantam ações que contemplem a
participação dos funcionários da escola em projetos de redução do Bullying. Como é
um fenômeno complexo e de difícil solução, é preciso que o trabalho seja continuado
em parceria com toda a comunidade educativa.
Segundo FANTE (2005), de um lado a escola preocupa em despejar uma
enorme gama de conteúdos com objetivo de preparar os alunos para a competição
de um mundo globalizado, onde só se torna vencedor aquele que for o melhor, o
mais preparado tanto para o vestibular como para o mercado de trabalho. Por outro
lado, os alunos percebem que tudo o que lhes é ensinado vai desmoronando diante
da realidade que enfrentam, cotidianamente, fora do espaço escolar.
A guerra dos melhores, dos poderosos, dos ricos, às vezes não percebe a
influência que a sociedade impõe para os seres humanos. Isso é uma agressão e
que fornece instrumentos para agredir: queremos sempre mais poder, mesmo que
seja a qualquer custo, isso faz com que as pessoas se tornem egoístas e
individualistas. Pode desencadear processo psíquico, será possível também
desenvolver comportamentos agressivos ou depressivos e ainda sofrer ou praticar
Bullying no seu local de trabalho, em fases posteriores da vida.
O que pode ocorrer é que a vítima de Bullying poderá na sua vida adulta vir
a ser uma pessoa de difícil convivência nas mais diversas áreas: pessoal,
profissional e social.

O agressor de ambos os sexos envolvidos no fenômeno estará propenso a


adotar comportamentos delinqüentes, tais como: agressão a grupos,
agressões, drogas, furtos (...) crença deve levar vantagens em tudo, crença
de que é impondo-se com violência que conseguirá obter o que na vida (...)
afinal foi assim nos anos escolares. (FANTE, 2005, p. 81).

O fenômeno do Bullying tem um ocupado um espaço maior na sociedade,


por isso, é de grande importância que os profissionais da saúde e da educação
reconheçam que pode ser um problema físico-emocional com grandes influências
sociais para a vida das vítimas e dos agressores envolvidos ocorrendo danos nos
mesmos.
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EDUCAR PARA A PAZ

As instituições de ensino estão buscando, cada vez mais, metodologias


voltadas para Educar para a Paz, um programa que visa trabalhar o lado emocional
da criança, a tolerância e a solidariedade. O objetivo deste programa é que a criança
aprenda na escola e leve para o meio em que vive essa aprendizagem.
FANTE (2005) propõem alguns objetivos do programa educar para a paz em
que os alunos:
Sejam conscientizados do fenômeno Bullying e sobre as conseqüências.
Se comprometam com o bem-comum e se tornem agentes
transformadores da violência, na construção de uma realidade escolar de paz.
A partir da realidade conhecida se possa façam as modificações
necessárias e assumam o compromisso com o programa em suas comunidades.
Diante destes objetivos pudesse educar para a paz. Basta que haja o
interesse da instituição, juntamente com os docentes, para mudar estas realidades
de violência na sala de aula. Para tanto, é preciso uma observação muito detalhada
para saber se realmente existe violência dentro da sala de aula ou da escola. A
intervenção deve estar ligada à pesquisa e a observação crítica do processo,
considerando que este é um problema complexo, impondo-se uma reflexão.
Segundo ORTEGA e DEL REY (2002), antes de começar a desenvolver um
programa de intervenção deve-se conhecer a história do estabelecimento escolar.
A violência física é a ação mais visível do fenômeno Bullying nas escolas,
mas não é a única. Em algumas situações, a violência física aparece justificada
como uma forma de defesa pessoal ou como atitude de proteger os amigos, os mais
fracos, ou ainda como fator de revolta contra a violência de um sujeito mais forte(s).
O Bullying é uma gravidade que está em um padrão de comportamento
onde está longe de ser inocente. Trata-se, na verdade de um distúrbio que
se caracteriza por agressões físicas e morais repetitivas, levando a vítima
ao isolamento, à queda do rendimento escolar, alterações emocionais.
CORTELAZI (2006, p. 1)

O comportamento violento resulta da interação entre o desenvolvimento


individual e os contextos sociais, como: família, escola, comunidade. Infelizmente, o
modelo do mundo que está sendo reproduzido na escola faz com que ele deixe de
ser um lugar seguro e se torne um lugar de medo. “As escolas têm criado um espaço
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para que os alunos denunciem esse tipo de agressão, de chacota, ofensa ou


humilhação”. (CORTELLAZZI, 2006, p.01)
Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à
Infância e á Adolescência (ABRAPIA) revela alguns dados referentes aos alunos de
uma escola no Rio de Janeiro.

20% dos alunos estão envolvidos em atos;


40% são alvos de Bullying;
25% são os agressores.

Os alunos que sofrem com essa situação precisam de cuidados para não ser
excluídos da escola. Diante deste fenômeno o papel da orientação educacional é de
incluir as vítimas do Bullying. O professor e o orientador educacional têm como
função auxiliar no processo de adaptação do aluno em sala de aula e colaborar com
a direção da escola na formulação do projeto-pedagógico, pois ninguém melhor que
eles para saberem as dificuldades destes alunos no contexto escolar.
A inclusão escolar é a possibilidade de aprimoramento da educação escolar
e têm como objetivo beneficiar e auxiliar todos os alunos, com ou sem necessidades
educacionais especiais. Segundo FONSECA (2003), a educação inclusiva tem como
finalidade assegurar a todos os estudantes, sem exceção, a igualdade de
oportunidades educativas, para que possam usufruir seus direitos, sendo assim
torna-se necessário pensar em uma pratica inclusiva em sala de aula para, de forma
preventiva, ser possível trabalhar com as crianças que praticam e são vitimas do
Bullying.
Aprender a conviver com os colegas, conhecer e buscar o domínio
dos instrumentos de conhecimento para que possa compreender os
outros, sem agredi-los;
Aprender a viver juntos, o professor tendo em vista ajudar os alunos
no processo de aprendizagem, e na mediação contra a violência,
buscar coletivamente a soluções de problemas encontrados em
salas ou outros como o Bullying;
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Acreditar que a educação baseia-se na diversidade e nos valores


humanos; e que ela educa para a vida; e a base para a educação
inclusiva para que se possam formar cidadãos do bem;
A boa preparação do professor ajuda muito na mediação do
professor.
Não se pode falar de educar para a paz se, em primeiro lugar, não se
conhecer a realidade. Uma educação para a paz não pode ser um processo que
leva, de alguma forma, a velar a realidade, a calar as diferentes vozes,
particularmente dos excluídos, a não enfrentar a desigualdade e as exclusões
crescentes na sociedade. Os primeiros passam para uma educação para a paz é
andar com os olhos abertos, não se negar a enfrentar a realidade, por mais dura e
desconcertante que seja.
No entanto, não basta ser capaz de ver, analisar, conhecer. É necessário,
também, se situar diante desta realidade, compreender os mecanismos que
perpetuam a exclusão e as desigualdades e produzem violência. Por isso, cabe às
escolas e educadores realizar um trabalho pedagógico consciente, contextualizados
e preventivos junto as nossas crianças e adolescentes.

METODOLOGIA

Tipos de pesquisa

O primeiro momento da pesquisa foi realizado durante o terceiro semestre


do curso de Pedagogia, na disciplina de Prática e Pesquisa. O assunto escolhido
como tema foi: O Bullying na sala de aula: refletindo sobre esse problema
Esta pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa. Conforme BOGDAN e
BIKLEN (1982, p-13), “envolve a obtenção de dados descritivos, conseguidos no
contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do
que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes”.
A abordagem qualitativa tem o objetivo de ajudar no processo da pesquisa e
se preocupa em apresentar a perspectiva dos participantes sobre o tema. Neste
enfoque trabalhou-se de pós-graduação faculdade com a pesquisa bibliográfica A
13

partir de então, deu-se, início a pesquisa sobre Bullying com o intuito de conhecer o
assunto, as definições necessárias, suas abrangências, implicações e contribuições
na aplicabilidade do ambiente escolar.
Quanto aos procedimentos para a coleta de dados foi uma pesquisa de
campo. Essa opção se deu porque a pesquisa de campo é considerada de grande
valia na obtenção de dados quanto a maneira de ver, de presenciar os fenômenos e
poder analisá-los.
Conforme Gil (2002 p.53):
O estudo de campo apresenta algumas vantagens em relação
principalmente aos levantamentos. Como é desenvolvido no próprio local
que ocorrem os fenômenos, seus resultados costumam ser mais fidedignos.
Como não requer equipamentos especiais para a coleta de dados, tende a
ser bem mais econômico. E como o pesquisador apresenta nível maior de
participação, torna-se maior a probabilidade de os sujeitos oferecerem
respostas mais confiáveis.

INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

A observação é um instrumento que nos possibilita um contato mais estreito


entre o pesquisado e o pesquisador. Conforme Ludke e André (1986 p.26):
“possibilita um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno
pesquisado”. Assim, a idéia da observação vem ao encontro da compreensão da
realidade que é observada, sua relação, e seu meio.
Durante a etapa da intervenção foram realizadas atividades pedagógicas
diversas com o objetivo de aplicar atividades pedagógicas em sala de aula que
trabalhem de forma preventiva a existência de Bullying na escola. As anotações
sobre a observação de como as crianças resolviam as atividades serviram como
instrumento para a coleta de dados desta pesquisa.
Na etapa de observação da gestão foram utilizados como instrumentos: um
questionário e uma entrevista com a diretora tendo como objetivo conhecer o
posicionamento da gestão da escola em relação às situações de Bullying que
aconteciam na sala de aula
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A violência é, sem dúvida, um dos grandes problemas da população


principalmente no século XXI em que tudo é mais difícil, o individualismo reina nas
sociedades, um mundo globalizado, existe um grande desequilíbrio social.
Durante a pesquisa surgiram vários questionamentos por ser uma temática
que nos provoca a compreender as situações que levam ao Bullying em sala de
aula. Esse fenômeno pode provocar característica de retração nas crianças
prejudicando-as no seu processo de socialização na escola ou em qualquer lugar.
Quando a pesquisadora, observar como a professora regente fazia a
mediação das situações de sala de aula em que acontece o Bullying entre os alunos,
diagnosticou que além da professora não fazer uma mediação para acabar com o
Bullying, ela mesma praticava, estas ações que prejudicavam o aluno. O amor pela
profissão é fundamental para superar qualquer coisa, até mesmo a violência na sala
de aula.
A preparação dos professores constitui na questão primordial de todas as
reformas pedagógicas nesta perspectiva. Enquanto essa problemática não for
resolvida de forma satisfatória, será totalmente inútil organizar belos programas ou
construir algo a respeito do Bullying ou em qualquer quer seja a situação. Buscando
o êxito da ação docente na educação sobre a violência escolar.
Depois de identificar ações em sala de aula que caracterizam a existência do
Bullying é preciso que se busque a educação continuada como via de acesso e
competência necessária, pois sem ela será difícil solidificar uma proposta coletiva na
escola. A importância da educação é permanecer na necessidade de estar
atualizado e acompanhar as novas tecnologias.
É importante a constante observação para que se possam identificar estas
ações, que precisam ser registradas, para que depois se possam fazer
levantamentos e análise de dados. Diante de várias situações dentro da sala de
aula é de grande importância à preparação do professor, para fazer as mediações
de todas e quaisquer situações e, principalmente, de Bullying, sobre o qual a
pesquisadora analisou nesse trabalho.
“Quanto mais buscamos conhecimentos melhores serão nossas mediações
entre educação e sociedade”. (Alexandrina Alves Costa).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Brasília: UNESCO Brasil, rede Pitágoras. Ed.CNPq/IBCICT/Unesco, 2003.

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Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1998.

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educar para a paz.2.ed ver.Campinas SP.verus editoras,2005.

FONSECA, Vitor da. Tendências futuras de inclusivas.Educação.Porto Alegre,


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ORTEGA, Rosário; DEL REY, Rosário, Estratégicas Educativas Para a Prevenção


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TIBA, Içami: Disciplinas, limites na medida certa. São Paulo. 1996

VIEIRA, Generice.A. O medo, o lar e a escola.Rio de Janeiro. 1994.

Sites Consultados:

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em: http://www.mundojovem.pucrs.br/bullying.php. Acesso em 25 ago. 2013.

http://www.crmariocovas.sp.gov.br Intimidação entre alunos.Rodrigo Zavala.


Acessado dia 25/08/2013.

http://www.bullying.com.br. A questão da violência.Laurisa Cortellazzi. Acessado


dia 25/08/2013.

http://www.abrapia.com.br Violência moral na escola. Alba Nunes Neumann.


Acessado dia 25/08/2013

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