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10.

(PCRJ/ FGV/ 2022) O célebre e falecido cantor Elvis Presley disse certa vez: “Não entendo nada de
música. Na minha área você não precisa disso”. Em relação aos componentes e estruturação dessa frase, é
correto afirmar que:

A) a forma disso substitui e se refere a toda uma frase anterior;

B) a forma Não entendo nada é redundante, podendo ser substituída por entendo nada;

C) o pronome você se refere ao interlocutor;

D) o segundo período é uma repetição do primeiro;

E) a pontuação entre os dois períodos poderia ser substituída pela conjunção embora.
Alternativa

Envelhecer é chato, mas consolemo‐nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para contar como é

estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do que não existir. Há dúvidas, claro. Muitos acreditam que com a morte

se vai desta vida para outra melhor, inclusive mais barata, além de eterna. Só descobriremos quando chegarmos lá. Enquanto isso vamos

envelhecendo com a dignidade possível, sem nenhuma vontade de experimentar a alternativa.

Mas há casos em que a alternativa para as coisas como estão é conhecida. Já passamos pela alternativa e sabemos muito bem

como ela é. Por exemplo: a alternativa de um país sem políticos, ou com políticos cerceados por um poder mais alto e armado. Tivemos

vinte anos desta alternativa e quem tem saudade dela precisa ser constantemente lembrado de como foi. Não havia corrupção? Havia,

sim, não havia era investigação pra valer. Havia prepotência, havia censura à imprensa, havia a Presidência passando de general para

general sem consulta popular, repressão criminosa à divergência, uma política econômica subserviente a um “milagre” econômico

enganador. Quem viveu naquele tempo lembra que as ordens do dia nos quartéis eram lidas e divulgadas como éditos papais para

orientar os fiéis sobre o “pensamento militar”, que decidia nossas vidas.


Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida. E, para garantir‐se que a

alternativa não se repita, é preciso cuidar para não desmoralizar demais a política e os políticos, que seja. Melhor uma

democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que desesperar dos nossos políticos,

portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar, ou você concluir que o país estaria melhor sem esses dirigentes e

representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos, respire fundo e pense na alternativa.

Sequer pensar que a alternativa seria preferível – como tem gente pensando – equivale a um suicídio cívico. Para

mudar isso aí, prefira a vida – e o voto.


(Adaptado. Veríssimo, O Globo, 30/6/2013)
11. (SUDENE-PE/ FGV/ 2013) “Já passamos pela alternativa e sabemos muito bem como ela
é”. A referência do autor do texto é

A) a vida após a morte, experiência por que passou em época recente.

B) a época da ditadura militar, explicitada a seguir.

C) o fato de já ter experimentado a velhice, dada sua idade avançada.

D) os problemas de vandalismo, presentes nas recentes passeatas.

E) a insegurança da saúde por que passam todas as pessoas idosas.


12. (CÂMARA DE ARACAJU/ FGV/ 2021) “A melhor maneira de ter uma boa ideia é ter várias
ideias.”

Deduz-se da leitura dessa frase que:

A) todas as ideias geradas por uma mesma pessoa são boas;

B) as boas ideias são fruto de trabalho em equipe;

C) as boas ideias são geradas em conjunto;

D) alguma das ideias, entre várias, é boa;

E) ideias boas são produtos de pesquisa pessoal.


13. (PCRJ/ FGV/ 2021) Numa noite friorenta, um casal recebe um casal de amigos para jantar; sentam-se
inicialmente na sala de visitas, onde as janelas estão abertas e a mulher recém-chegada diz: “Os jornais dizem
que hoje vai ser a noite mais fria do ano!”

Nesse caso, a frase tem uma função manifesta e uma função real, que correspondem, respectivamente, a:

A) uma informação e um pedido;

B) uma declaração e uma ordem;

C) uma manifestação afetiva e uma informação;

D) uma constatação e uma explicação;

E) uma explicação e uma solicitação.


Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos familiares e da violência doméstica
assistem a situações de violência extrema, marcadas pelo abuso das relações de afeto e parentesco,
pela deslealdade nas relações íntimas de afeto e confiança. A violência doméstica exclui e segrega
os integrantes da família, pois as vítimas são muitas vezes consideradas responsáveis pelas
agressões que sofrem. É a mulher agredida quem “gosta de apanhar”, é a criança espancada quem
“provoca” os pais. Obviamente os membros da família ficam apavorados diante da possibilidade da
agressão e da exclusão e temem pela própria vida quando dependem da família para sobreviver
emocional ou materialmente. Assim, todos são atingidos pela agressão a um deles dirigida.
Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se dar tanto de forma omissiva, pela
ausência de cuidados necessários ao desenvolvimento do indivíduo, de alimentação regular e
abrigo, quanto comissiva, pela prática de atos que violam a liberdade e a integridade física e
psíquica da vítima, agressões físicas ou verbais. Esses atos são capazes de gerar sentimento de
insegurança nos membros da família. No âmbito doméstico, as agressões decorrem da vontade de
dominar e subjugar o mais fraco, da luta por poder dentro de casa. A maior parte dos ataques tem
motivos banais, como o espancamento de mulheres que se recusam a preparar o almoço ou a
esquentar a comida dos companheiros, ou, como no caso das crianças, o choro excessivo.
O processo judicial restaura a verdade dos fatos. O agressor é sentado no banco dos réus e é
tratado como tal. A vítima tem o direito de expor a dor, o sofrimento e exigir a reparação devida.
Muitas vezes não se persegue o encarceramento do agressor, mas apenas a responsabilização pelos
atos, de natureza cível ou criminal. O juiz observa as partes com os olhos da lei, da equidade, da
justiça. A justiça analisa tais casos dia após dia, noite após noite, e os diversos agentes envolvidos
no amparo e proteção às vítimas desenvolvem sensibilidade especial para o tema. E, movidos pela
empatia com os mais fracos nas relações sociais e familiares, buscam ajudar a restabelecer a
linguagem de respeito entre os membros da comunidade familiar, propiciando o resgate dos
sentimentos que a mantêm coesa e saudável.
Theresa Karina de Figueiredo Gaudêncio Barbosa. Paz em casa. In: Correio Braziliense, 26/2/2015 (com adaptações).
(TJDFT/ CESPE/ TÉCNICO/ 2015) No que se refere às ideias apresentadas no texto, julgue os
itens que se seguem.

14. A busca da manutenção de relações de poder assimétricas motiva grande parte dos atos de
violência doméstica.

15. Em se tratando de violência doméstica, o objetivo do processo judicial é a responsabilização do


agressor, estando a prisão desse agressor relegada a último plano.
(TJDFT/ CESPE/ TÉCNICO/ 2015) No que se refere às ideias apresentadas no texto, julgue os
itens que se seguem.

16. A palavra-chave referente à violência intrafamiliar omissiva é omissão, ao passo que a referente
à violência intrafamiliar comissiva é ação.

17. Nos casos de violência doméstica, muito comumente, há o que se pode denominar inversão da
culpa, ou seja, observam-se vítimas sendo tratadas pelos seus agressores como responsáveis pela
violência que sofrem.

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