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Naine da Silva
Ferreira1
INTRODUÇÃO
São assuntos que são vistos todos os dias enquanto outros jamais,
ou quase nunca, serão tratados pela mídia. Grupos sociais que são
enfatizados em determinadas matérias enquanto outros são evitados
por conveniência da grande mídia jornalística, aquela que é mais
poderosa, o meio de comunicação que possui maior audiência ou
tiragem, os que veiculam mais publicidade.
Não se questiona o sistema penal, a elaboração da legislação, o sistema
carcerário, o desrespeito a presunção de inocência, as condições propensas
para a criação desse tipo de crime, mas busca-se justificar essa existência
como algo externo, uma praga alheia que atrapalha o funcionamento do
sistema e impede o desenvolvimento dessa nação tão ordeira.
A estereotipagem do criminoso é um dos maiores agentes desses
policialescos, somando para a discriminação por parte dos civis e perseguição
por parte policial, pois os casos isolados que são apresentados de maneira
massiva se referem a um determinado tipo de aparência que se difunde na
criação de um estereótipo com cara, estilo e cor de bandido. Os próprios títulos
de notícias utilizadas por esse jornalismo revelam a segregação social e étnica
no que diz respeito ao envolvimento com o crime. condomínios de luxo, que
armazenam abundância de drogas, é “Laboratório de drogas sintéticas” 2, a
mesma situação em favelas é reportada como biqueira ou boca de fumo. Baile
Funk em condomínio é uma festa como qualquer outra, contudo se localizado
em seu lugar de origem é tido como âmbito de perdição.
2
Laboratório de drogas sintéticas é encontrado dentro de casa de condomínio de luxo.
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2019/08/29/laboratorio-de-
drogas-sinteticas-e- encontrado-dentro-de-casa-em-condominio-de-luxo.ghtml.
Dessa forma, o jornalismo policial age como ferramenta de coerção para
o mantimento do domínio das classes que habitam o topo da pirâmide social,
política e econômica. Batista (2003, p. 5-6) acerca da parte da mídia
representada por esse jornalismo afirma:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.
GRAMSCI, Antonio. Poder, Política e Partido. 2ª Ed. São Paulo: Expressão
Popular. 2012.
HOLANDA, Sérgio Buarque. Homem cordial in:_ . Raízes do Brasil. 26. ed.
São Paulo: Companhia das letras, 1995.
KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia, Rio de
Janeiro: LeYa.