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GILBERTO FREIRE

Questão 3 – (IFB 2017) A teoria da democracia racial, derivada a partir da hipótese de


pesquisa desenvolvida por Gilberto Freyre, principalmente com sua obra “Casa-Grande e
Senzala”, pode ser relacionada à política de cotas implementada nos institutos federais a
partir da Lei 12.711 de 29 de agosto de 2012. Dentre as opções abaixo, marque a
CORRETA em relação aos conteúdos do enunciado acima.
a) A teoria desenvolvida por Gilberto Freyre contribui para explicar a diferença entre os
níveis de violência racial ocorridos nos EUA e no Brasil, bem como sustenta teoricamente a
política de cotas raciais adotada em nosso país.
b) A teoria da democracia racial, derivada da obra de Freyre, sustenta uma suposta
convivência pacífica e democrática entre os negros, indígenas e brancos europeus, de
modo a sustentar a política de cotas raciais.
c) A teoria desenvolvida por Freyre atribui uma visão romantizada da realidade, tornando
invisíveis várias formas de violência praticadas por brancos europeus em relação aos
negros. A política de cotas raciais, nesse sentido, visa validar a teoria de Freyre.
d) A teoria da democracia racial, derivada da obra de Freyre, mascara em grande medida a
violência praticada por brancos contra negros no Brasil, sustentando de certo modo parte
das críticas atribuídas à adoção de cotas raciais no país.
e) A teoria da democracia racial de Freyre tem por princípio desvelar todas as formas de
violência de brancos contra negros no Brasil, amparando teoricamente a adoção de cotas
raciais como forma de compensação histórica

SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA

–  (UniCesumar) Em 1936, Sérgio Buarque de Holanda lança uma de suas mais famosas
obras, Raízes do Brasil, em que sustenta um de seus mais conhecidos conceitos: “o homem
cordial”. De maneira geral, tal conceito exprime a ideia de que:
 a) a cordialidade, que se manifesta na esfera privada, quando transportada para a esfera
pública, redunda em patrimonialismo, patriarcalismo e naturalização do nepotismo.
b) o estereótipo brasileiro, calcado na tríade “futebol, carnaval e samba”, é falso e
incoerente diante dos conflitos sociais existentes no passado.
c) o catolicismo brasileiro, desde a colônia, se caracterizou pelo convívio pacífico com
manifestações religiosas oriundas da África e das comunidades indígenas.
d) o brasileiro é cordial e pacífico, avesso aos movimentos contestatórios, o que pode ser
comprovado pela ausência de conflitos sociais em sua história.
e) a miscigenação tornou a população brasileira dotada de traços de tolerância e convívio
com as diferenças sociais, tendência expressa no mote “democracia racial”.

FLORESTAN FERNANDES

O jovem que nasceu e cresceu sob a ditadura perdeu muitos contatos com a realidade e
com a história como processo vivo. Mas conheceu em sua carne o que é a opressão e
como a repressão institucional (às vezes inconsciente e definitiva, dentro da família, da
escola etc.) é odiosa. Essa é uma riqueza ímpar. O potencial radical de um jovem — pobre,
de pequena burguesia ou “rico” — que sofre prolongadamente uma experiência dessas,
constitui um
agente político valioso. Ele está “embalado” para rejeitar e combater a opressão sistemática
e a repressão dissimulada, o que o converte em um ser político inconformista promissor.

No contexto mencionado, Florestan Fernandes tematiza um efeito inesperado do exercício


dopoder político decorrente da

A) evolução histórica do conflito de gerações.

B) fragilidade moral das instituições públicas.

C) impossibilidade de realização do controle total.

D) legitimação ideológica do nacionalismo estatal.

E) restrição da oferta de oportunidades de educação.

CAIO PRADO JUNIOR

Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse
superada a nossa herança de inorganicidade social ― o oposto da interligação com
objetivos internos ― trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se
passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será
moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária,
quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais
adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a
nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico,
não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo
encontra-se no futuro, que agora parece remoto.

SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das


Letras, 1999 (adaptado).

Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de
vista apresentados no texto é:

A)Brasil, um país que vai pra frente.  

B) Brasil, a eterna esperança.  

C) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.  


D) Brasil, terra bela, pátria grande.  

E) Brasil, gigante pela própria natureza

DARCY RIBEIRO

(UNIOESTE 2013) O antropologo brasileiro Darcy Ribeiro, em sua obra O Povo Brasileiro,
afirma: “Nós, brasileiros, somos um povo sem ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na
carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela, fomos feitos
e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos oriundos da mestiçagem viveu
por séculos sem consciência de si, afundada na ninguendade. Assim foi até se definir como
uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros.”
RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro. 1995, p.453.
a) A identidade nacional brasileira nasceu do encontro e mestiçagem entre diversos grupos
étnicos.
b) A miscigenação do povo brasileiro se deu fisicamente e principalmente no seu modo de
ser e agir.
c) A mestiçagem no Brasil foi um erro histórico e um obstáculo para a construção de uma
identidade nacional.
d) As identidades não são coisas com as quais nascemos, são formadas e transformadas
no interior das representações coletivas.
e) O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado, é herdeiro de um longo
processo acumulativo, que reflete o conhecimento e as experiências adquiridas pelas
numerosas gerações que o antecederam.

ROBERTO DA MATTA

Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.


 
O que faz o brasil, Brasil?
 
    Devo começar explicando o meu enigmático título. É que será preciso estabelecer uma
distinção radical entre um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo de madeira
de lei ou de uma feitoria interessada em explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil
que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O
“brasil“ com b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação
interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como
sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra - um
pedaço perdido de Portugal e da Europa - um conjunto doentio e condenado de raças que,
misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam
fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B
maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território
reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de
nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação
especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são
exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do
carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na
boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim,
insubstituíveis. Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações
humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas de uma
entidade viva, cheia de autorreflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o
futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História. Aqui, o Brasil é um
ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um
Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homens
para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que haja um brasileiro adulto,
existe com ele o Brasil e, no entanto - tal como acontece com as divindades - será preciso
provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso
contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria
consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de
suas manifestações mais contundentes.

A distinção entre as palavras “Brasil” e “brasil”, proposta por Roberto DaMatta, evidencia
uma postura crítica, por meio de uma perspectiva

 a)cultural.
 b)estética.
 c)geográfica.
 d)econômica.

GABARITO
01- D
02- A
03- C
04- B
05- C
06- A

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