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SOCIOLOGIA

PROF. FLÁVIO MACIEL

1ª série
Cap. 4 – A Sociologia
no Brasil
Gilberto Freyre (1900-1978)
O Em Casa grande & Senzala, ele vai na contramão das teorias do chamado
racismo científico do início do século XX, que defendiam a pureza racial e o
“branqueamento” do povo brasileiro como ponto de partida para chegar-se a
um estágio de maior evolução social.

O Para o sociólogo brasileiro, a miscigenação gerava um povo mais forte e


capaz de maior desenvolvimento. Freyre considerava como certa a existência
de uma relação cordial entre senhores e escravos no período colonial
brasileiro.

O O problema dessa visão é que ela não enxerga que a cordialidade do escravo
para com o seu senhor advém do medo e que as relações sexuais entre
escravas e senhores brancos eram, na maioria das vezes, estupro ou
consentidas por elas por conta do medo que tinham de sofrer castigos ao
negarem-se a tal ato. O mesmo fenômeno aconteceu com as índias brasileiras
e os brancos.

O O “mito da democracia racial”


O Mito é algo irreal, inexistente, uma narrativa fantasiosa. Falar em “mito da
democracia racial” leva-nos a interpretar que a democracia racial não existe.
Boa parte do senso comum afirma que no Brasil não há racismo, que nele há
uma democracia racial pelo fato de não haver uma divisão de raças tão forte
quanto há nos Estados Unidos atualmente.

O https://brasilescola.uol.com.br/
Sérgio Buarque de Holanda(1902-1982)
O Publicou o livro Raízes do Brasil, em 1936. no qual o autor buscou
identificar nossas raízes socioculturais e as consequências dessas
para a formação de nossa sociedade. Sérgio Buarque não via como
positiva as características herdadas dos colonizadores portugueses
que fundamentaram a família patriarcal.
O Na visão dele, o Brasil herdou dos portugueses uma certa aversão à
formalidade, uma “frouxidão organizacional” que dificultou o
estabelecimento dos princípios liberais na organização político-social
brasileira.
O Ele construiu a noção de homem cordial. O conceito de cordialidade
foi interpretado de maneira distorcida, porque fez a imagem do
brasileiro como “afetuoso, gentil e hospitaleiro”. Sérgio Buarque de
Hollanda, quis dizer que o brasileiro seria um povo que age pela
emoção e, não pela razão.
Caio Prado (1907-1990)
O Influenciado pela leitura de Karl Marx, pensou o Brasil a partir
da perspectiva materialista da história. Buscou compreender a
história do Brasil a partir de um contexto mais amplo: sua
inserção na divisão internacional do trabalho.
O Para ele, interessava saber como era o consumo, a produção e
a distribuição de mercadorias do país, bem como o papel do
Brasil diante das economias de outras nações.

O A existência de um regime escravista e de uma política


monarquista favoreceu o papel subalterno na divisão
internacional do trabalho.
O Desde o início da colonização, a sociedade brasileira adquiriu
forma própria, sendo uma mistura complexa que deu origem a
uma sociedade única. Entretanto, a formação do Brasil seria
um processo inacabado enquanto a nação ocupasse uma
posição subordinada e dependente de outros países.
Florestan Fernandes (1920-1995)
O A maior parte da obra de Florestan Fernandes tem
como objetivo entender a situação do negro na
sociedade brasileira.
O Do ponto de vista de Fernandes, o negro não teria sido
integrado dentro da sociedade capitalista, pois este
grupo era o mais desfavorecido se comparado aos
brancos.
O Para Florestan Fernandes o grau de integração do negro
na sociedade brasileira poderia ser um parâmetro para a
democracia brasileira.
O “O negro vai ser sempre, enquanto não houver
democracia no Brasil, o nosso melhor ponto de
referência para determinar que o Brasil não é uma
sociedade democrática. (...) Uma democracia deve ser
um regime político, econômico, cultural, social que
permite estabelecer igualdade entre todas as raças.”
(Entrevista para o programa Vox Popolli, 1984).
O https://www.todamateria.com.br/florestan-fernandes
Darcy Ribeiro (1922-1997)
O O antropólogo e militante político argumentava
que o povo brasileiro é composto por três
matizes étnicas: portugueses, indígenas e
africanos. Entretanto, o povo brasileiro possui
características próprias e únicas que o
diferencia dessa origens e o coloca como uma
etnia específica.
O Para ele, a natureza violenta e exploratória da
colonização gerou consequências para as
desigualdades sociais que estão muito ligadas
às discriminações raciais.
Roberto DaMatta (1936-)
O O antropólogo utiliza-se da análise do costume para
formular sua interpretação sobre o Brasil.
O Ele trata da “malandragem” enquanto um valor cultural no
Brasil. O “malandro” é o meio termo entre o indivíduo que
obedece estritamente às regras, o “caxias”, e o “bandido”,
aquele que desobedece completamente às regras.
O A malandragem, o “jeitinho brasileiro”, o apoio ao
personalismo, que pode ser exemplificado na expressão
“você sabe com quem está falando?”, seriam sintomas de
uma sociedade que possui uma relação conflituosa com o
Estado.
O DaMatta afirma que há um descompasso entre a lei que se
pretende aplicar e a sociedade que existe de fato. O fato de
existir a lei não significa que ela será aplicada.

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