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○ Médicos, como João Batista de Lacerda, Nina Rodrigues e Roquette Pinto, são nomes
usualmente citados como autores precursores do pensamento antropológico no
Brasil, mas suas obras são hoje lidas com diversas ressalvas, e num contexto bem
específico, por tratarem de temas como raça e eugenia, dando ênfase ao
pensamento evolucionista cultural e biológico
Primeiros trabalhos sobre o Brasil
✔ Silvio Romero, no final século XIX, dedicou-se a compreender sentidos da evolução da cultura e das
instituições nacionais. Para tanto tomou o domínio do homem branco sobre os meios naturais e a
distinção racial entre brancos negros e índios.
✔ Silvio Romero estabeleceu importantes parâmetros para o estudo da sociedade brasileira, os quais
foram mais bem em obras posteriores. Sua principal contribuição foi sair dos esquematismos
teóricos e ter desenvolvido pesquisas empíricas, a fim de desenvolver interpretações sistemáticas
da sociedade brasileira.
Euclides da Cunha
✔ Desta geração de autores, queremos destacar Euclides da Cunha (1866-1909) maior contribuição à
Sociologia brasileira: o livro Os Sertões.
✔ Também faz a descrição dos homens que ali viviam, ou seja, os sertanejos, nos quais percebe que, ao
contrário do que pensava antes de conhecê-los, eram fortes e valentes, ainda que a aparência dos mesmos
não demonstrasse isso.
✔ Como foi que o governo da época conseguiu acabar com o que considerava ser uma revolução que
reivindicava a volta do sistema monárquico no Brasil.
✔ Dando um passo além dos demais pensadores da época, vemos na obra Os sertões, de Euclides da Cunha,
um dos primeiros estudos sociológicos do Brasil, na qual o autor faz uma reflexão crítica da mudança da
monarquia para a república, com base na Campanha de Canudos no interior da Bahia (1896).
✔ http://www.scielo.br/pdf/rbh/v22n44/14010.pdf
Joaquim Nabuco
✔ Quando escreveu Casa Grande & Senzala tinha 33 anos e, anti-racista que
era, inaugurou uma teoria que combatia a visão elitista existente na época,
importada da Europa, a qual privilegiava a cor branca. Segundo tal visão
racista, a mistura de raças seria a causa de uma formação “defeituosa” da
sociedade brasileira, e um atraso para o desenvolvimento da nação.
○ http://www.scielo.br/pdf/ts/v12n1/v12n1a05.pdf
○ https://fundaj.emnuvens.com.br/CIC/article/view/381/267
○ http://www.revistas.usp.br/ts/article/view/86687/89708
Visão positiva da miscigenação
✔ Cordial provém da palavra cordialis “relativo a coração”. SBH usa este termo
para mostrar como o brasileiro é avesso a impessoalidade e as relações
passam por critérios de pessoalidade. Vale mais as relações de pessoalidade
do que a cidadania.
✔ Algumas características:
○ Influência de Weber – usa o tipo ideal para elaborar a teoria da cordialidade;
○ Destacou o autoritarismo e a sobrevivência das oligarquias;
○ Sua crítica foi recebida e destorcida como elogia;
○ Compara a colonização espanhola com a portuguesa (o ladrilhador e o semeador).
Florestan Fernandes
✔ Florestan Fernandes foi um sociólogo que fez um contínuo questionamento sobre a realidade social
e das teorias que tentavam explicar essa realidade. O objetivo deste autor foi de, numa intensa
busca investigativa e crítica, ir além das reflexões já existentes.
✔ Florestan também mantinha contínuo diálogo com o pensamento crítico brasileiro, autores como
Euclides da Cunha e Caio Prado Júnior, os quais vimos anteriormente, fazem parte de sua lista de
interlocutores.
✔ Um outro aspecto de sua maneira crítica de fazer Sociologia foi a sua afinidade com o pensamento
marxista, principalmente sobre o modo de analisar a sociedade, o que se constituiu numa espécie
de “norte” crítico orientador de seu pensamento.
Análise sobre o desenvolvimento
capitalista no Brasil.
✔ Algumas das conseqüências da urbanização, inclusive gerada pela migração de
pessoas que, vindas do campo, procuravam trabalho nas indústrias das grandes
cidades, foram o surgimento de problemas de falta de moradia, desemprego e
criminalidade. Essas situações emergentes, logicamente, tornavam-se temas para a
análise sociológica.
✔ a) O interesse em explicar fatos relativos aos setores populares da sociedade, neste caso, os negros.
Florestan queria saber como se deu o processo que colocou esse grupo “à margem” na sociedade
brasileira. E, mais, queria uma interpretação diferente daquelas que as elites da sociedade
forneciam a este respeito.
✔ b) Ele se filia ao pensamento crítico brasileiro ao afirmar que o negro não era um problema para a
nação. Inclusive desenvolve a idéia de que os negros sempre foram agentes participantes das
transformações sociais do país, ainda que de maneira menos privilegiada que os brancos.
✔ c) Faz uma crítica à sociedade capitalista que não “absorveu” os negros, que, segundo as elites da
sociedade, encontravam-se em iguais condições em relação aos brancos e, inclusive, em relação aos
inúmeros estrangeiros que chegavam ao Brasil para viverem e trabalhar.
Darcy Ribeiro