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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDI DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL


INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: APTA I
PROFESSOR (A): REGINA COELI

Alunos: Aline, Carolina, Felipe, Luciellen, Marcela, Marreli

Período: 2º

A origem geográfica de lugar

O Estado Brasileiro surge com a independência de Portugal no dia 07 de


Setembro de 1822, mas esse processo foi feito por um membro da coroa
portuguesa, não foi uma separação incitada pelos próprios brasileiros se
desvencilhando do colonizador. Isso significa que não houve uma ruptura no campo
político, econômico e social. Permanecemos com as mesmas hierarquias sociais, e
assumimos divida portuguesa para que reconhecesse nossa independência, o que
nos alienou economicamente. Além disso, nossa primeira Constituição foi outorgada
pelo imperador e nela continha o Poder moderador que lhe dava plenos poderes
para intervir em qualquer esfera.
Ainda assim era preciso construir uma narrativa que imprimisse a identidade
nacional, e, portanto cria-se a historia que sempre ouvimos sobre nosso país, seus
simbolismos, imagens e histórias que darão sentido ao discurso de nacionalidade
brasileira. Algumas instituições como o IHGB promove concurso e surge dali alguns
mitos separados para compor a historia do Brasil. E durante toda a nossa história os
fatos vão sendo contados de maneira que interessa a elite dirigente do país; assim
ocorreu no conflito com o Paraguai, onde se cria uma visão negativa sobre os
paraguaios, a disputa de terras com o Uruguai e Argentina onde hoje fica explicito
nas pratica desportiva as tensões, etc
A produção literária e artística também é usada na composição do perfil
brasileiro. Nas histórias exalta-se as belezas naturais do país, o folclore, entre outros
que contrastam com o cenário de escravidão que aqui existia. Passamos a ser visto
pelos estrangeiros como exóticos, um país que gera curiosidade de ser conhecido
mas não civilizado. O fato de existir a escravidão também gerou a idéia de
preguiçosos pois as pessoas livres não faziam o mínimo, como carregar um pacote.
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Ocorre um dilema para a elite brasileira em manter a imagem que construíram
de brancos e europeus como superiores e os negros (escravos ) inferiores biológica
e psicologicamente, pois ao definir quem era o povo brasileiro desejava-se excluir a
população negra. Alguns autores vem, contudo valorizar nossa mestiçagem e dar
características físicas e culturais próprias.
Já na Republica vem a abolição, mas ela não contemplou nenhuma
compensação aos escravizados, o que gerou uma grande desigualdade no acesso a
educação e a empregos para população afro descendente. Há também uma
tentativa de colocar o sertanejo como um homem embora atrasado como o que
representava a verdadeira nacionalidade, pois não tinha grande dose de sangue
negro como o homem do litoral.
Há então outro momento onde o homem da cidade, com a hegemonia
paulista em detrimento do caipira que seria atrasado, rude, ignorante e até violento.
Com o declínio da elite agrária e a ascensão da elite urbana educada na cidade há
uma marginalização da população. Embeleza os centros e os menos favorecidos se
vêem obrigados a ocupar os morros. Neste período há conflitos com os bolivianos
em relação a extração do Látex no Acre e isso gera uma visão hostil e
preconceituosa também com estes.
Após a 1ª Guerra mundial elege-se os Estados Unidos como inspiração para
o país e não mais a Europa. A America está em construção do novo, é a terra das
oportunidades em detrimento da Europa velha e enfraquecida no pós guerra se
reestruturando.
Os modernistas começam a debater a respeito da nossa nacionalidade
lingüística, e promovem a incorporação da contribuição africana na cultura do país.
Com a quebra de 1929 e o declínio do café outras mudanças ocorrem, os
velhos coronéis dão espaço para novas forças virem a tona no país. Há um
reconhecimento do papel central que as mãos negras desempenharam no país por
meio de alguns autores como Freyre, que imprime também em sua obra a
sensualidade, a ginga e malemolência do brasileiro. O corpo e o sexo passam a ter
um papel central o que justifica a forma que ainda hoje somos vistos no estrangeiro,
um paraíso sexual, consagrado a imagem com o carnaval e o samba.
Na Era Vargas começam os tombamentos de patrimônio, a criação de
símbolos de nacionalidade, a transição do ensino antes nas mãos da igreja católica,
os personagens, etc em contradição com a corrupção e truculência política que vai
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culminar na ditadura de Vargas influenciado por admiradores de regimes autoritários
vigentes na época como o nazismo e fascismo. Ditadura que ocorreu novamente em
64 e estendeu-se até 1979. Com a ausência do Estado, a prevalência da vontade
dos mais poderoso há a possibilidade de transgressão, e não cumprimento das
normas e leis, que fica conhecido como o “jeitinho brasileiro”.
O nacionalismo e populismo que inicia com Vargas continuam, e o processo
de urbanização e modernização na época de JK busca avançar ao interior do país
devido ao desequilíbrio regional. Cria-se estratégias para o problema da
concentração de terras, os grandes latifúndios se tornam obstáculos ao
desenvolvimento. Esse Brasil moderno se torna cada vez mais complexo com os
militares no poder para criar uma identidade brasileira. Novos movimentos como
hippie, tropicalista entre outros aparecem no cenário que se torna cada vez mais
plural e contraditório.
Todas as mudanças no país desde sua origem explicam o porquê de tantos
estigmas, preconceitos e estereótipos em nosso país.

Questão social e relações étnico-raciais no Brasil

A formação social brasileira foi marcada pela escravidão e isso gerou


profundas desigualdades e uma herança étnico racial marcada pelo racismo.
Embora tenha abolido a escravidão, não houve uma preocupação de uma inserção
dos negros na sociedade em condições adequadas. Embora tenha implementado as
cotas raciais para promover a educação e dar condições mais dignas à população
negra, ainda não se observou grandes transformações na vida econômica e social;
os negros permanecem sendo o maior número de violência policial, são a maioria no
sistema prisional, tem expectativa de vida menor que o homem branco, são mais
prováveis de ser assassinados, tem mais dificuldade de acesso a algumas
profissões, costumam ter índices maiores de analfabetismo que brancos, recebem
menos também em comparação com brancos, e mesmo com as lutas e resistências
ainda são precisos muitos movimentos para uma transformação satisfatória.

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A questão da colonização do Brasil

O texto aborda a ocupação do Brasil e seu povoamento como resultado de


pressão das potências européias, principalmente a França. Havia estrangeiros
(franceses) que comercializavam os produtos brasileiros e que vinham com suas
famílias para o país, um forte indício que desejavam se fixar aqui e isso era uma
ameaça a coroa portuguesa.

Não obstante havia também a motivação de expandir a fé católica na colônia,


mas principalmente aproveitar produtivamente o território. Portugal não oferecia
condições para a aplicação de capitais em seu território e, portanto para um
desenvolvimento capitalista muitos portugueses vieram para o Brasil.

Comparativamente os que aqui se estabeleciam, enriqueciam e viviam


honradamente e melhor do que em Portugal. A resistência indígena também era
muito melhor de se enfrentar do que as forças sociais que existiam no Reino pelos
proprietários de terras.

Racismo em 3 dimensões

Embora seja possível perceber o racismo operando na sociedade é difícil


identificar claramente sua dinâmica. Há três abordagens que visam explicitar como
opera o racismo: A primeira que enxerga um racismo baseado em concepções
ideológicas de raça que se atribui uma inferioridade natural a determinados
grupos,há um motivo para existir, a segunda abordagem que entende que há uma
precedência causal em certas atitudes e comportamentos preconceituosos e
discriminatórios e a terceira abordagem que acredita existir sistemas e estruturas
racistas.

O racismo pode não ser reflexo de uma ideologia imediata, mas resultado de
um processo de construção histórico. Se há sistemas e estruturas racistas, estes são
resultados de percepções equivocadas em relação à inferioridade de determinados
grupos, que foram reforçadas.

O autor revela a importância para a luta antirracista de uma concepção


tridimensional que engloba as três abordagens e integra sem colocar primazia em
nenhuma das dimensões.

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