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Leia o texto atentamente :

“Nascer negro é consequência, ser negro é consciência”. Com as palavras do líder quilombola
Zumbi dos Palmares, nos direcionamos à celebração desta sexta-feira (20), o Dia da
Consciência Negra, mesma data em que o líder faleceu em 1695. E falar sobre essa data é
também uma forma de resgatar as lutas e homenagear as raízes do povo afro-brasileiro, até
mesmo na educação.
Instituído por meio da Lei 10.639 - que inclui obrigatoriamente no currículo oficial da rede de
ensino a História e Cultura Afro-Brasileira, assim como a indigena -, o Dia da Consciência
Negra é um assunto que pode ser cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
através da abordagem do tema racismo, direitos sociais, ca8 oontribuições materiais e
imateriais da população afro-brasileira, dentre outros, tal como versa a lei. Para o professor
de filosofia e sociologia Salviano Feitoza, a lei abre espaço no âmbito da educação para o
conhecimento produzido por esses grupos durante a história. “Isso abre espaço para quebrar
o modelo da história única, que compõe a nossa educação, que é marcada por uma
aparência de diversidade”, explicou o docente.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 50% da
população autodeclarada negra. O LeiaJá convidou o professor de história Hilton Rosas para
resolver cinco questões relacionadas aos assuntos que permeiam o Dia da Consciência Negra
na prova do Enem. Confira, a seguir, as resoluções feitas pelo docente:

1.A luta contra o racismo, no Brasil, tomou um rumo contrário ao imaginário nacional e ao
consenso científico, formado a partir dos anos 1930. Por um lado, o Movimento Negro
Unificado, assim como as demais organizações negras, priorizaram em sua luta a
desmistificação do credo da democracia racial, negando o caráter cordial das relações raciais
e afirmando que, no Brasil, o racismo está entranhado nas relações sociais. O movimento
aprofundou, por outro lado, sua política de construção de identidade racial, chamando de
“negros” todos aqueles com alguma asce ndência africana, e não apenas os “pretos”.
GUIMARÃES, A. S. A. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012. A estratégia
utilizada por esse movimento tinha como objetivo
A) Eliminar privilégios de classe.
B) Alterar injustiças econômicas.
C) Combater discriminações étnicas.
D) Identificar preconceitos religiosos.
E) Reduzir as desigualdades culturais.
2.Num país que conviveu com o trabalho escravo durante quatro séculos, o trabalho
doméstico é ainda considerado um subemprego. E os indivíduos que atuam nessa área são,
muitas vezes, vistos pelos patrões como um mal necessário: é preciso ter em casa alguém
que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e arrume a gaveta. Existe uma inegável
desvalorização das atividades domésticas em relação a outros tipos de trabalho. RANGEL, C.
Domésticas: nascer�o: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência
dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros, etc. Também para
trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do
século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos. CALAINHO, D.
B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro:
Casa da Palavra. A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava
um(a):
A) Expressão do valor das festividades da população pobre.
B) Ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
C) Estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa.
D) Elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano.
E) Instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social.
3.Na segunda metade do Século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da
população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e
livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era
pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos
africanos. SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para
ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. De acordo com o texto, um fator que
contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a:
A) Elitização de ritos católicos.
B) Desorganização da vida rural.
C) Redução da desigualdade racial.
D) Mercantilização da cultura popular.
E) Diversificação dos grupos participantes.
4.Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é
importante promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas
não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os
saberes, as línguas, as festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados
em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda contribuem fortemente na
formação do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo contingente de
população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria. MENEZES, S. A força da cultura
negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em:
www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015. Considerando a abordagem do texto, os bens
imateriais enfatizam a importância das representações culturais para a:
A) Construção da identidade nacional.
B) Elaboração do sentimento religioso.
C) Dicotomia do conhecimento prático.
D) Reprodução do trabalho coletivo.
E) Reprodução do saber tradicional.
5.De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é
correto afirmar que:
a) a colonização na América tropical era obra, sobretudo, da iniciativa particular.
b) o caráter da colonização portuguesa no Brasil era exclusivamente mercantil.
c) a constituição da população brasileira esteve isenta de mestiçagem racial e cultural.
d) a Metrópole ditava as regras e governava as terras brasileiras com punhos de ferro
e) os engenhos constituíam um sistema econômico e político, mas sem implicações sociais.
6. O antropologo brasileiro Darcy Ribeiro, em sua obra O Povo Brasileiro, afirma: “Nós, brasileiros,
somos um povo sem ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a
mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela, fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa
massa de nativos oriundos da mestiçagem viveu por séculos sem consciência de si, afundada na
ninguendade. Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros.”
a) A identidade nacional brasileira nasceu do encontro e mestiçagem entre diversos grupos
étnicos.
b) A miscigenação do povo brasileiro se deu fisicamente e principalmente no seu modo de ser
e agir.
c) A mestiçagem no Brasil foi um erro histórico e um obstáculo para a construção de uma
identidade nacional.
d) As identidades não são coisas com as quais nascemos, são formadas e transformadas no
interior das representações coletivas.
e) O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado, é herdeiro de um longo
processo acumulativo, que reflete o conhecimento e as experiências adquiridas pelas
numerosas gerações que o antecederam.

. Leia a receita apresentada a seguir.


TACACÁ
2 litros de tucupi temperado
4 dentes de alho
4 pimentas de cheiro
4 maços de jambu
1/2 kg de camarão
1/2 xícara de goma de mandioca
Sal a gosto
Modo de servir: muito quente, em cuias, temperado com pimenta.
Comer é um ato social, histórico, geográfico, religioso, econômico e cultural. O preparo dos
alimentos, a escolha dos ingredientes e a maneira de servir identificam um grupo social e
ajudam a estabelecer uma identidade cultural. Essa receita, “Tacacá”, comida muito apreciada
na culinária paraense, demonstra:
a) uma interação cultural, com a incorporação de ingredientes advindos de tradições culinárias
distintas.
b) um modo de preparo espontâneo, associado aos padrões culinários da colônia.
c) um modelo ritualista de servir, vinculado ao formalismo religioso africano.
d) um modo de utilizar os ingredientes provenientes do extrativismo, associado ao nomadismo
dos quilombos.
e) uma imposição de identidade cultural, pelo uso de produtos cultivados em áreas sertanejas.

8.segundo GILBERTO FREYRE , a miscigenação foi uma coisa boa para o BRASIL? Escreva um
pequeno texto dissertativo sobre o assunto.( 15 l)

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