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TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA

PARA O TRANSTORNO
FONOLÓGICO

Prof. Dra. Adriana Limongeli Gurgueira


Distúrbio Articulatório X Transtorno Fonológico

• Distúrbio articulatório: dificuldade referente à produção


motora dos sons da fala ou à uma inabilidade em produzir certos
sons.

• Transtorno fonológico: dificuldade relacionada à maneira como


os sons são utilizados numa determinada língua (modo
contrastivo).

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Abordagem Tradicional

• Utiliza pistas visuais (movimentação da boca), auditivas


(bombardeamento) e proprioceptivas (gesto com mãos)

• Repetição exaustiva do som correto dentro de um


determinado contexto

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Abordagem Tradicional

Fonemas isolados

Posição inicial

Posição final

Posição medial

Frases

Fala Espontânea

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Abordagem Tradicional

• primeiras intervenções – produção física de fonemas isolados

• Ênfase –

• Colocação fonética -

• Moto-cinestésica

• estímulo

• sensório motor

• Discriminação

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COLOCAÇÃO FONÉTICA

•Intervenção focada nas propriedades fonéticas necessárias para a


produção e percepção acústica

• Premissa básica: o indivíduo não articula os sons corretamente por uma


colocação inapropriada dos articuladores e/ou por uma modificação
inapropriada da corrente de ar

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MOTO-CINESTÉSICA

• Manipulação externa dos articuladores

• Premissa básica: o movimento articulatório deve ser sentido e desenvolvido


com a sensibilidade muscular ou imagem cinestésica para monitoramento da
colocação correta na produção do som

• Utilização de pistas táteis para estabelecimento do som alvo (Ex: batidas


sobre o lábio superior para a pista do movimento de língua´na produção da
alveolar /t/)

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ESTÍMULO

• Associa aos erros de articulação dificuldades na percepção auditiva

• Treino auditivo antecede a produção de sons individual para estimular a

percepção sensorial do fonema

• Primeiro a produção do som isolado para depois ser integrado na fala

encadeada

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ESTÍMULO

• inclui

1. Treino perceptual sensorial

• Nomeação do som alvo usando pistas descritivas (associação do som: /s/ som da
cobra)

• Identificação da posição do som na palavra, frase ou sentença

• Estimulação auditiva usando o som alvo em várias atividades (trava-língua)

• Discriminação entre o som alvo e aquele utilizado pela criança

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ESTÍMULO

2. Eliciação do som

• Colocação do fonema

• Uso de espelho

• Desenhos da face

• Posicionamento estático da língua, dentes, lábios e véu

• Treino moto-cinestésico

• Aproximação do som

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ESTÍMULO

3. Estabilização da produção do som, seguindo a hierarquia articulatória.

• Produção isolada do som

• Produção em sílabas com o som alvo em posição inicial /si/, final /is/ e medial
/isi/

• Produção em palavras

• Produção em sentenças

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SENSÓRIO-MOTORA

• Premissa básica – um contexto de coarticulação poderia facilitar a produção

de uma consoante em outras posições

• Ex. para trabalhar o fonema alvo /s/ utilizou-se a palavra chave “book” antes

e depois do fonema para facilitar a produção.

• Não inclui treino auditivo ou produção isolada do fonema

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DISCRIMINAÇÃO

• Premissa básica – a habilidade em discriminar entre o som correto e o som


incorreto é o primeiro passo para a correção do som

• Controvérsias – tarefa que exige habilidades metalinguísticas (habilidade para


pensar e falar sobre a estrutura da palavra em oposição ao significado)
Crianças menores podem não ter habilidade para discriminar entre o som
correto e o incorreto.
(Monnin-1984)

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PRINCÍPIOS DE UMA TERAPIA FONOLÓGICA

GRUNWELL (1985)

1. O programa terapêutico baseia-se na avaliação e análise fonológica, as


quais definem os objetivos do tratamento

2. A terapia prevê a existência de padrões e regularidades na fala da


criança

3. A principal função dos padrões fonológicos é comunicativa (diferenças de


significado)

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PRINCÍPIOS DE UMA TERAPIA FONOLÓGICA

GRUNWELL (1985)

4. Tem por objetivo mudar os padrões fonológicos da criança (construção de um


sistema de contraste de sons mais adequado)

5. Estabelecer mudanças nos padrões das crianças por meio do emprego de classes
de fones e estruturas contrastivas

(Mota, 2001)

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Características de uma terapia fonológica segundo Stoel-Gammon e Dunn,1985.
(apud Mota, 2001)

1. Baseia-se na natureza sistemática da fonologia – os segmentos de sons não são


considerados como unidades isoladas, mas em relação ao modo como são usados
contrastivamente e como se combinam em diferentes estruturas.

2. É marcada por atividades conceituais e não apenas motora – relacionado com as unidades
lingüísticas que são a base do tratamento (contrastes, traços distintivos, processos
fonológicos). As crianças não tem o conhecimento de que os sons contrastam significado.

3. Tem como meta final a generalização – habilidade de produzir fonemas e palavras não
treinadas que apresentam o traço ou fonema alvo.

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Aspectos Básicos:

Conscientização das características perceptuais do som-


alvo

PERCEPÇÃO

Realização de um nº suficiente de produção correta do


som-alvo até o uso consistente na fala espontânea.

PRODUÇÃO

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Abordagem Fonológica

Objetivo principal da intervenção fonológica

Reduzir a ocorrência de homônimos e, como


conseqüência, aumentar a distinção fonêmica dentro do
sistema fonológico da criança.

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Abordagem Fonológica

• A criança deve aprender que um som que ela fala no lugar de outro
resulta em uma falha comunicativa pois, torna difícil seu
entendimento pelo ouvinte.
EX: criança fala /f/ para /f/ e para /v/.

HOMÔNIMO : VACA = FACA


FACA = FACA

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Abordagem Fonológica

1. Investigar o que a criança sabe sobre o sistema fonológico

- Sons que consegue produzir

- Sons que não consegue produzir

- Em quais estruturas silábicas

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Abordagem Fonológica

2. Verificar o que ela precisa aprender para se tornar um falante


eficiente da língua

- Obter uma amostra representativa dos sons da fala (posição inicial,


medial e final)

- Especificar os processos fonológicos representados por cada uma das


alterações do som alvo

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Abordagem Fonológica

3. Desenvolver um programa efetivo de terapia

 Associação a pistas auditivas e cinestésicas (o que possibilita que ela tenha


auto-monitoramento posteriormente)

 As crianças têm um papel ativo na aquisição de seu sistema fonológico

 Aprendizado do som de maneira correta e consistente

 As crianças tendem a generalizar os sons alvo aprendidos para outras


produções

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Seleção dos processos segundo Edwards

 Processos facilmente tratados

 Aparecem em contextos específicos da palavra

 Ocorrem em menor frequência

 Envolvem fonemas que a criança possui no inventário fonético ou

 São facilmente estimuláveis


(Mota, 2009)

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Seleção dos processos segundo Edwards

 Processos importantes para a criança

 que contribuem para a ininteligibilidade de fala

 Produzem grande nº de homônimos

 Processos idiossincráticos

 Que surgem mais cedo no processo aquisitivo normal

(Mota, 2009)

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Seleção dos processos:

Hodson e Paden (1983):

 Processo deve ocorrer no mínimo 40% das possibilidades dos contextos testados

 4 níveis relacionados a inteligibilidade

 0 - ininteligível, exceto através de gestos – omissão de plosivas, fricativas e líquidas

 1 – essencialmente ininteligível –omissão de sílaba, obstruíntes iniciais e finais,


anteriorização e posteriorização

 2 – algumas vezes ininteligível – redução do encontro consonantal, eliminação da


estridência, plosivação e semivocalização de líquidas

 3 – geralmente inteligível – distorções, africação, sonorização e dessonorização

Mota, 2009
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Seleção dos sons alvo:

Edwards (1983):

 Escolher sons que façam parte do repertório fonético da criança

 Escolher sons para os quais a criança é estimulável

 Escolher sons que possam melhorar a inteligibilidade

 Escolher sons que ocorram com frequência

Mota, 2009

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Seleção dos sons alvo:

Edwards (1983):

 Escolher sons que são adquiridos mais cedo

 Escolher sons importantes para a criança (sons que podem causar algum
constrangimento caso ela os utilize incorretamente)

 Escolher sons que são relativamente fáceis de produzir na posição em


questão.

Mota, 2009

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Escolha das palavras-alvo:

 contexto fonético da palavra deve ser considerado

 Posição que som-alvo ocupa na palavra ou na sílaba

 algumas posições são mais fáceis ou preferidas pela criança

 Sons adjacentes ao som–alvo na palavra

 quanto menores os ajustes de produção entre o som alvo e os sons adjacentes


mais fácil é o contexto

(Mota, 2009)

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Escolha das palavras-alvo:

 contexto fonético da palavra deve ser considerado

 Número de sons-problema no contexto

 única dificuldade fonética ou fonológica presente na palavra deve ser o som


alvo

 Quantidade de outros sons ou sílabas no contexto

 palavras de fácil realização, sem estruturas silábicas difíceis ou nº muito


grande de sílabas

 Preferência por palavras mono ou dissilábicas, estrutura Consoante-Vogal (CV) e


com sons de fácil realização

(Mota, 2009)

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Escolha das palavras-alvo:

 Significado e significância das palavras

 Palavras conhecidas da criança

 Quanto mais desconhecido é o significado da palavra maior chance de erro

 Palavras com significado afetivo para a criança

 Nomes: da própria criança, dos pais, irmãos, amigos, animais de estimação, da atividade
preferida, do time de futebol

(Mota, 2009)

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Escolha das palavras-alvo:

 Potência comunicativa da palavra

 Palavras conhecidas da criança

 Quanto mais funcional for a palavra maior possibilidade de generalização

 Verbos e conjunções além dos substantivos devem fazer parte das palavras selecionadas

(MOTA, 2009)

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Fatores favoráveis para a produção dos fonemas fricativos do
Português (adaptado de Oliveira, 2002)

Quanto à tonicidade da sílaba

Pretônica Tônica Postônica Exemplos

/f/ X ‘garrafa’

/v/ X ‘vovó’

/s/ X ‘massa’

/z/ X ‘zumbido’

// X ‘bicho’

// X ‘girafa’

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Fatores favoráveis para a produção dos fonemas fricativos do
Português (adaptado de Oliveira, 2002)
Quanto aos contextos precedente e seguinte à fricativa

Vogal precedente Exemplos Vogal seguinte Exemplos


/f/ /e/ elefante //-/i/-//-/e/ ‘foto’ – ‘golfinho’ ‘café’ – ‘feio’

/v/ //-/o/ - arq {R} ‘malvada’ – ‘ovo’ – ‘cerveja’ /u/-// // ‘vulcão’ – ‘vela’
‘volta’
/s/ // ‘nessa’ /e/ ‘seis’
/z/ //-/i/-/u/-/o/ ‘pauzinho’ – ‘preciso’ /e/-/a/-/o/- vogal ‘azeite’ – ‘mesa’ – ‘tesoura’ –
‘blusão’ – ‘cozinha’ nasal-/u/ ‘televisão’ – ‘azul’

// /i/-/u/-/a/-/e/ ‘bicho’ – ‘bruxa’ ‘borracha’ – /o/ ‘cachorro’


‘fechou’
// Vogal nasal ‘anjo’ /u/ ‘Juca’

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Fatores favoráveis para a produção dos fonemas fricativos do
Português (adaptado de Oliveira, 2002 e 2003)

Quanto à posição na palavra

Onset absoluto Onset medial Exemplos

/f/ X ‘café’

/v/ X ‘cavalo’

/s/ X ‘massa’

/z/ X ‘zebra’

// X ‘cachorro’

// X ‘janela’

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Fatores favoráveis para a produção dos fonemas líquidos do Português
(Mezzomo e Ribas, 2004)

Quanto à tonicidade da sílaba

Pretônica Tônica Postônica Exemplos

/l/ X X ‘lapis’ – ‘gelado’ – ´bala’

// X ‘espelho’

// X ‘careta’

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Fatores favoráveis para a produção dos fonemas líquidos do Português
(Mezzomo e Ribas, 2004)

Quanto aos contextos precedente e seguinte

Vogal precedente Exemplos Vogal seguinte Exemplos

/l/ /a/-// ‘bala’ – ‘vela’ /a/-/i/-/u/ ‘lata’ – ‘limão’ – ´lua’


‘bola’ – ‘galinha’ – ‘maluco’

// /i/-/e/ ‘trilho’ – ‘telha’ /a/ ‘telhado’

// /i/ ‘vira’ /i/ ‘perigo’

No caso do //, ‘siri’ por exemplo é uma palavra extremamente facilitadora para o seu surgimento.

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Fatores favoráveis para os fonemas em sílaba CVC (final de sílaba)
(Mezzomo 2004)

/s/ Coda final Exemplos Coda medial Exemplos

Tonicidade postônica ‘lápis’ tônica pista

Vogal precedente /a/-/e/-/o/ ‘duas’ /a/-/e/-// ‘ pasta’ ‘escrever’


‘três’ ‘empresta’
‘arroz’

Nº de sílabas dissílabas ‘nariz’ dissílabas ‘cascão’

Consoante seguinte Não se aplica alveolar ‘história’

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Fatores favoráveis para os fonemas em sílaba CVC (final de sílaba)
(Mezzomo 2004)

// Coda final Exemplos Coda medial Exemplos

Tonicidade tônica ‘secador’ tônica ‘morde’

Vogal precedente /a/-/e/ ‘colar’ – ‘revólver’ //-/i/ ‘perna’ – ‘circo’

Nº de sílabas Trissílabas ‘açúcar’ dissílabas ‘carta’

Consoante seguinte Não se aplica velar ‘barco’

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Fatores favoráveis para os fonemas em sílaba CCV (final de sílaba)
(Ribas, 2004)

Grupo com/l/ Exemplos Grupo com// Exemplos

Vogal /a/ Vogais /i/-/u/-/a/


‘zebra’
‘Planta’
Plosivas labiais surdas Sons labiais sonoros ‘abre’
‘Planeta’
Onset absoluto Onset medial ‘cobra’
‘Placa’
‘livro’
Sílaba postônica

Vogal precedente
‘podre’
preferencial /o/

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Generalização

• O som alvo treinado pode aparecer em palavras não treinadas

• Pode aparecer em posições silábicas diferentes nas palavras não


trabalhadas

• O som treinado passa a ser usado em unidades maiores como frases e fala
espontânea

• A quantidade e a extensão da generalização é variável de criança para


criança

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Diferentes tipos de intervenção

1. Pares Mínimos com oposição mínima

2. Pares Mínimos com oposição máxima

3. Modelo Metaphon

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Pares Mínimos com Oposição Mínima

OBJETIVO PRINCIPAL

Mostrar pares de sons que ilustrem a oposição distintiva

REDUÇÃO DE HOMÔNIMOS

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Pares Mínimos com Oposição Mínima

• Contrasta um menor número de oposições

• Compara o som produzido incorretamente com seu par, respeitando-se a


classificação de PONTO, MODO e SONORIDADE

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Pares Mínimos com Oposição Mínima

PONTO

Pico X Tico

Sapa X Chapa

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Pares Mínimos com Oposição Mínima

MODO

Cela
X Tela

X
Roda Rosa
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Pares Mínimos com Oposição Mínima

SONORIDADE

X
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Pares Mínimos com Oposição Máxima

OBJETIVO PRINCIPAL

Mostrar pares de sons que ilustrem a oposição distintiva

REDUÇÃO DE HOMÔNIMOS

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Pares Mínimos com Oposição Máxima

• Contrasta um maior número de oposições possível

• Compara o som produzido incorretamente com um som


que a criança já possua em seu inventário

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Pares Mínimos com Oposição Máxima

• Permite que a criança selecione as dimensões mais relevantes


para o seu sistema fonológico e transfira esses itens
aprendidos para novas situações de seu cotidiano, o que resulta
numa ampla generalização

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Pares Mínimos com Oposição Máxima

Foto Moto

X
Ponto
Modo
Sonoridade

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Pares Mínimos com Oposição Máxima

Chave Nave

X
Ponto
Modo
Sonoridade

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O MODELO METAPHON
Consciência metalinguística

• Consciência da natureza ou da função da linguagem

• Desenvolve-se concomitantemente à própria linguagem

• Influencia positivamente o desenvolvimento fonológico

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Consciência metalinguística
• Consciência dos segmentos linguísticos desenvolvem-se
progressivamente:

• Identificação de sílabas

• Unidades intra-silábicas como onset e rima

• Fonemas

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TERAPIA METAPHON
• FINALIDADES:

• Desenvolver a consciência do contraste natural dos sons da fala

• Consciência que esses contrastes transmitem significado

• Consciência de que a ordem dos sons pode variar na palavra

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TERAPIA METAPHON
• CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

• Prepara a criança com informação específica sobre a natureza do


contraste alvo e

• Sobre como contrastes semelhantes podem ser realizados

• Facilita a mudança gradual do sistema fonológico por meio da participação


da criança como solucionador ativo do problema.

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TERAPIA METAPHON – Aplicação Prática

• 2 fases:

• FASE I – facilitar o conhecimento da natureza contrastiva dos


fonemas (consciência fonológica)

• FASE II – demonstrar a importância desses contrastes para uma


comunicação efetiva (consciência comunicativa)

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TERAPIA METAPHON – FASE I

• 4 níveis

• Conceito

• Som

• Fonema

• Palavra

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TERAPIA METAPHON – FASE I

CONCEITO

• Desenvolver um vocabulário sobre o contraste em questão compartilhado


entre criança e terapeuta

• Termos comprido/curto para o contraste fricativa/plosiva (Atividade:


pregar rabos compridos e curtos nos gatos)

• Barulhento /silencioso para o contraste sonoro/surdo

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TERAPIA METAPHON – FASE I

SOM

• Traços do contraste em questão em sons não verbais

• Atividades:

• sopro comprido e curto em uma flauta

• Vibração com e sem barulho

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TERAPIA METAPHON – FASE I
FONEMA

• Compreensão do contraste em questão é transferida para os sons da fala

• Produção espontânea de sons constrativos da fala

• Introdução de cartões ilustrativos com figuras referentes ao contraste


para auxiliar a criança a produzir um determinado som

• Cartão com a frente de uma casa – som anterior (bilabial ou alveolar)


deve ser produzido ao invés de um som posterior (velar)

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TERAPIA METAPHON – FASE I

PALAVRA

• A criança é apenas ouvinte

• A criança deve ouvir palavras com contrastes mínimos e dizer se a palavra ouvida
inicia com som barulhento (sonoro) ou silencioso (surdo)

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TERAPIA METAPHON – FASE II

A criança deve indicar a distinção entre as figuras que representam um par mínimo

• seleciona-se uma figura que contenha um membro do par mínimo

• o falante nomeia a figura

• ouvinte indica qual das palavras do par ele ouviu apontando para um cartão resposta

• coloca-se o cartão do falante em atividades do tipo fase I:

Se a criança fez a distinção entre bola e gola, o cartão poderia ser comparado à frente ou
ao fundo de uma casa (zona de articulação /b/ e /g/).

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TERAPIA METAPHON – FASE II

ESTÁGIO FINAL – NÍVEL DE SENTENÇA

• Os pares mínimos são colocados em uma sentença:

• HOJE O DIA ESTÁ …………….?

(a criança deve completar com quente ou pente)

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TERAPIA METAPHON – FASE II

OBJETIVOS DA FASE II:

• transferência do conhecimento metafonológico adquirido na fase I para situações reais


de comunicação

• construir a consciência de que a produção pode não estar refletindo a intenção


comunicativa

• desenvolver a consciência de que é possível alterar ou reparar a produção para que a


comunicação possa ser mais efetiva.

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ATIVIDADES

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Atividades
 Atividades de discriminação auditiva:

- jogar a bola no cesto cada vez que ouvir o “motor”

- derrubar os pinos do boliche sempre que escutar o som que “explode”

 Atividades para alteração na regra fonológica:

- jogo de memória

- trilha

- dominó

- boliche: nomear as figuras dos pinos

- descrever o que é
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Atividades

 Atividades para alteração na regra fonológica (cont):

- formar frases / história com as figuras


- eu fui à lua e levei....
- separar as figuras com determinadas características das outras
- qual palavra começa igual a .....

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Sites de desenhos e atividades

• http://www.smartkids.com.br/desenhos-para-colorir/
• Jogos360.com.br
• http://www.sol.eti.br/infantil/alfabetizacao_para_imprimir.html
• http://www.imagem.eti.br
• http://mundinhodacrianca.blogspot.com.br/
• http://www.soportugues.com.br/secoes/jogos.php
• https://wordwall.net/

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http://www.ctsinformatica.com.br/
 Pedro na Casa Mal-Assombrada – Treinamento das Habilidades de Processamento
Auditivo.
 Escuta Ativa – Avaliação e Treinamento Auditivo Neurocognitivo
 Memomusic – Treinamento Auditivo Musical
 FonoSpeak 3 - aquisição, treinamento e automatização dos fonemas.
 Desafios dos fonemas – treinameto e automatização dos fonemas
http://www.casadofonoaudiologo.com.br/
http://www.ideajogos.com.br/
http:// www.afinandoocerebro.com.br
http://www.estilingua.com.br
https://www.lexicomix.com/
https://fofuuu.com.br/app/fono/
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 MONNIN, L.M. Speech Sound Discrimination Testing and Training: Why? Why not?
In:Winitz, H. Treating Articulation Disorders. Baltimore, University Park Press, !984.
(Cap. 01)

 MOTA, H.B. – Fonologia: Intervenção. In Tratado de Fonoaudiologia. Fernades,


F.D.M; Mendes, B.C.A.; Navas, A L.G.P. (Org.). 2ª ed. São Paulo, Roca, 2009.
(Cap. 30)

 MOTA, H.B. – Terapia Fonoaudiológica para os Desvios Fonológicos. Rio de Janeiro,


Revinter, 2001.

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