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Faculdades Integradas de Fernandópolis – FIFE

Fundação Educacional de Fernandópolis – FEF

Curso de Fonoaudiologia

 
I.     IDENTIFICAÇÃO

Nome: MARIA FERNANDA FARIA GRANGEIRO.

Idade: 09 anos.                                      Sexo: FEMININO.

Naturalidade: Fernandópolis – SP.

Telefone: (017) 99732-6530

Responsável: PATRICIA CHRISTIANE FARIA GRANGEIRO.

Estagiária: FERNANDA DE SOUZA LIMA.

Supervisora Responsável: ANELISE NEGRÃO.

II.    QUEIXA

Paciente com nódulos vocais.

III.  ANAMNESE

 No dia 27 de abril de 2021, a paciente Maria Fernanda Faria Grangeiro,


compareceu à retomada do atendimento fonoaudiológico nas Clínicas
Integradas de Fernandópolis – FEF para dar continuidade à fonoterapia 
iniciada em 2020.

Foi realizado uma anamnese com a responsável, coletando dados


pessoais e as informações sobre a paciente, além de como se encontra o
quadro atual da criança.

A mãe relatou que a  gestação foi tranquila, e o desenvolvimento normal.


A anamnese foi voltada a queixa vocal, onde a responsável afirma que a
criança quando morava em Campinas já realizava atendimentos
fonoaudiológicos, mas que ao mudarem para Fernandópolis, demorou um
pouco para dar continuidade. 

A criança apresenta nódulos vocais com base na última


videolaringoscopia, tem consciência da alteração vocal e da necessidade em
melhorar, porém sem o acompanhamento da fonoaudiológico, não realiza os
exercícios em casa.
O diagnóstico foi realizado em 2017, porém desde pequena ela sempre
falava muito alto e com a qualidade vocal rouca .
Paciente afirma que se sente “tonta” quando fala muito, e que piora ao
final do dia, já que ela fala muito alto e forte com os irmãos em casa. Ela é
ansiosa, agitada e fala muito.
IV. AVALIAÇÃO:

AVALIAÇÃO VOCAL:

Na avaliação vocal da criança, foi gravado um trecho de fala


espontânea, e o TMF- Tempo máximo de fonação foi para /a/ = 5 segundos, /
i/ =5 segundos, /u/= 6 segundos, indicando possível escape aéreo à fonação e
o /s/= 6 segundos, /z/=5 segundos, com S sugestivos de falta de controle
expiratório à fonação e o Z  indicando falta de coaptação das pregas vocais,
sendo esses valores abaixo da normalidade.

A velocidade de fala é rápida, pois a paciente é bem agitada e ansiosa,


sempre querendo falar apressadamente.

Ela apresentou ritmo e melodia quando cantou o parabéns pra você, e


na contagem de números de 1 a 30, apresentou duração de 21 segundos.

Foi aplicado o protocolo de Índice de Desvantagem Vocal: 10 (IDV-10),


essa ferramenta produz um escore total único, calculado por somatória simples
das respostas de seus itens, podendo variar de 0 a 40 pontos, sendo 0 o
indicativo de nenhuma desvantagem e 40, de desvantagem máxima. Cada item
deve ser respondido em uma escala de 5 pontos, sendo 0 nunca e 4 sempre. A
paciente apresentou vários “as vezes” e relata querer conhecer sua voz
verdadeira, pontuando 12 pontos de escore.

A voz da paciente é rouca, com tonalidade mais grave, coordenação


pneumofonoarticulatória relativamente boa, porém acelerada quando ela está
ansiosa para fazer algo, e ressonância com qualidade. A respiração é correta
sendo um pouco acelerada quando quer contar algo rapidamente e a qualidade
de modulação existe entre som alto e baixo.

Na avaliação acústica da voz, se obteve resultados dentro dos padrões


de normalidade.

AVALIAÇÃO DE MOTRICIDADE OROFACIAL:

Paciente apresenta língua interpondo nos dentes, sendo aplicado um


protocolo para a avaliação do ceceio, utilizado uma lista de palavras para
avaliar a presença ou ausência do ceceio, assim como avaliar o tipo
encontrado. Foi realizado também uma avaliação da fala espontânea, por meio
de conversa informal e respostas a um roteiro prévio. A classificação da
paciente se dá como ceceio anterior (frontal).      

Foi aplicado o teste “ PRAXIAS ARTICULATÓRIAS E BUCOFACIAIS


(Hage,2003), que compreende provas de avaliação da articulação, lábios,
língua e face, em que a paciente teve resultados muito bons, classificando a
paciente como dentro da normalidade. 

Foi aplicado também o protocolo MBGR, possibilitando a avaliação e


compreensão das condições anatômicas e funcionais do sistema
estomatognático. Nele analisamos a história clínica que compreende:
identificação, queixas, antecedentes familiares e intercorrências;
desenvolvimento e dificuldades motoras; problemas de saúde e respiratórios,
sono e tratamentos realizados; aspectos ligados à alimentação desde a
amamentação até a alimentação atual; bem como sobre a mastigação,
deglutição, hábitos orais e também aspectos envolvendo a comunicação, fala,
audição, voz e escolaridade. Abrange ainda o exame miofuncional orofacial
que envolve: postura de cabeça e de ombros; medidas da face, movimento
mandibular e oclusão; análise facial; exame intraoral envolvendo bochechas,
língua, palato, tonsilas palatinas, dentes e oclusão; mobilidade, tonicidade e dor
à palpação; além das funções de respiração mastigação, deglutição, fala e voz.

Finalmente tem-se um resumo dos aspectos avaliados e os escores


esperados e alcançados, onde a paciente apresenta:

1-   POSTURA CORPORAL: Uma postura corporal normal de cabeça e


ombros simétrica.

2- MEDIDAS DA FACE, DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES E DA


OCLUSÃO: Segundo Cattoni,2003b, a face está na média para crianças da
idade, oclusão e movimentos mandibulares também conservados.

3-  EXAME EXTRAORAL: O tipo facial é o longo, tem proporção facial


simétrica, padrão reto, Nariz com ângulo obtuso, lábios adequados.

4-  EXAME INTRAORAL: As mucosas dos lábios, das bochechas, da


língua, do palato, tonsilas palatinas está ok,  apresenta dentição mista, sendo
10 dentes superior e 12 inferiores, a oclusão é a classe 1 de Angle, sendo ela
adequada também.  

5-   MOBILIDADE: Paciente tem a mobilidade adequada.

6-   SENSIBILIDADE:FUNÇÕES OROFACIAIS: A sensibilidade é muito


boa.

7-   TÔNUS: Normal.
8-   FUNÇÕES OROFACIAIS: a respiração é nasal, a possibilidade de
uso nasal é de 2 minutos e o fluxo nasal é simétrico. A mastigação é eficiente,
sendo que o padrão mastigatório é o bilateral alternado e tem preferência para
o lado direito. A deglutição está adequada, a fala tem dificuldades fonéticas
funcional, por conta do ceceio anterior, apresentando qualidade no
entendimento, velocidade e ritmo. A qualidade de sopro está ok e a voz tem
pitch grave e loudness fraco, sendo a voz rouca. 

V. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:

Paciente com nódulos vocais bilaterais e ceceio anterior.

VI.CONDUTA:

Após avaliação e comparação com relatórios anteriores, o paciente


retornará a terapia vocal de nódulos vocais e ceceio anterior.

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Estagiária responsável                                               Supervisor responsáve


Faculdades integradas de Fernandópolis

Fundação educacional de Fernandópolis

Planejamento terapêutico 2021

Modelo de Reabilitação: Proposta de Intervenção Fonoaudiológica


para Ceceio anterior e nódulos vocais.

IDENTIFICAÇÃO:
Nome: MARIA FERNANDA FARIA GRANGEIRO.
Idade: 09 anos.                                      Sexo: FEMININO.
Naturalidade: Fernandópolis – SP.
Telefone: (017) 99732-6530
Responsável: PATRICIA CHRISTIANE FARIA GRANGEIRO.
Estagiária: FERNANDA DE SOUZA LIMA.
Supervisora Responsável: ANELIZE NEGRÃO.

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:

Paciente com Nódulos vocais bilaterais e ceceio frontal (anterior).

OBJETIVO GERAL:

Proporcionar consciência vocal na criança quanto a disfonia infantil,


melhorando os hábitos vocais indevidos e reabilitar também o ceceio frontal
apresentado, a fim de qualificar e habilitar as funções alteradas.   

OBJETIVO ESPECÍFICO:

- Conscientização da alteração da paciente.

- Trabalhar relaxamento e alongamento.

- Trabalhar a respiração.

- Trabalhar a velocidade de fala.

- Exercícios de aquecimento vocal (Técnicas).

- Exercícios de postura de língua, tônus e lábios.

- Trabalhar leitura de frases e palavras.

- Trabalhar o ponto articulatório alterado.


- Orientação e exercícios para realizar em casa.

DESENVOLVIMENTO:

OBJETIVO ESPECÍFICO 1: Conscientização da alteração da paciente.

Estratégia 1: Por meio de um livro chamado “disfonia infantil”, será


realizado a leitura da história de modo a conscientizar a criança dos perigos do
mau uso vocal, assim como, identificar como a voz é produzida, quais são os
órgãos presentes nesse processo e o que pode acontecer com eles caso se
utilize a voz de maneira errada. Será apresentado em folha de papel A4 o livro,
sendo realizada a leitura junto da paciente, respondendo as atividades e
colorindo o livrinho.

Estratégia 2: Após esse processo descrito acima, se iniciará a


realização dos exercícios presentes no livro, definindo a quantidade de vezes
que cada exercício será realizado e o modo.

Estratégia 3: Em seguida, o aplicador deve apresentar uma imagem


para recortar e montar dos órgãos da fala e da voz (cérebro, diafragma, pregas
vocais, pulmões, lábios, língua, boca, nariz, entre outros), de modo que a
paciente saiba as suas funções e importância deles.

Estratégia 4: Por meio de desenhos e jogos da memória será mostrado


o que é certo e o que é errado para a voz, de modo que conscientize a criança
a manter os hábitos corretos com sua voz.

OBJETIVO ESPECÍFICO 2: Trabalhar relaxamento e alongamento.

Estratégia 1: Por meio de figuras e orientação do terapeuta será


trabalhado o alongamento do corpo, com alongamento de braços e ombros,
exercícios de rodar os ombros para os dois lados e um de cada vez, realizar os
movimentos de cabeça (o movimento do não, do sim e do talvez) e exercícios
de bocejar.

Estratégia 2: Trabalhar exercícios como a vibração de lábios (brrrr),


imitando o som de uma moto, ou carro, utilizando figuras.

Estratégia 3: Treino de vibração de língua (trrrr), por meio de figuras


com um telefone.

Estratégia 4: Trabalhar o som do Z e do S, por meio de desenhos,


alternado ou de forma ascendente ou descendente.

Estratégia 5: Trabalhar o treino do som F e V, afim de melhorar o tempo


fonatório.

Estratégia 6: Treino da articulação com PA- TA- KA, trabalhando por


meio de figuras, a articulação rápida e nítida desses fonemas.
OBJETIVO ESPECÍFICO 3: Trabalhar a respiração.

Estratégia 1: Trabalhar a respiração com técnica de cheirar uma flor e


assoprar uma vela, de modo a tornar esse momento muito relaxante de
tranquilo.

Estratégia 2: Por meio de figuras, realizar a inspiração pelo nariz e


expiração pela boca, treinar inspirando duas vezes e expirando duas vezes,
puxar o ar e segurar por 5 segundos, dentre outros.

Estratégia 3: realizar uma brincadeira lúdica com bexigas, imitando os


pulmões e sua função no corpo humano e na voz.

OBJETIVO ESPECÍFICO 4: Trabalhar a velocidade de fala.

Estratégia 1: Por meio de figuras será trabalhado a fala mais lenta, com
uma tartaruga para representar essa fala calma.

Estratégia 2: Com uma lista de palavras a paciente ira repetir as


palavras.

Estratégia 3: Por meio de frases, a paciente ira treinar a fala e leitura de


palavras com som alvo.

OBJETIVO ESPECÍFICO 5: Exercícios de aquecimento vocal


(Técnicas).

Estratégia 1: por meio da técnica de movimentos corporais com sons


facilitadores.

Estratégia 2: por meio da técnica de movimentos cervicais.

Estratégia 3: por meio da técnica de rotação de ombros.

Estratégia 4: por meio da técnica do bocejo- suspiro.

Estratégia 5: por meio da técnica de voz salmodiada.

Estratégia 6: por meio da técnica de sons vibrantes.

Estratégia 7: por meio da técnica do “b” prolongado.

OBJETIVO ESPECÍFICO 6: Exercícios de postura de língua, tônus e


lábios.

Estratégia 1: Exercícios de língua - Colocar ponta da língua na


comissura labial esquerda, colocar a ponta da língua na comissura labial
direita, estalar a língua, empurrar a língua contra a bochecha esquerda e
oferecer resistência com a espátula, empurrar a língua contra a bochecha
direita e oferecer resistência com a espátula,  protrair a língua, língua para
dentro e para fora, língua para cima e para baixo, língua  para a direita e a
esquerda, língua  ao redor dos lábios, como se fosse limpar a boca suja de
sorvete, segurar por 1 minuto uma bala sobre a língua.

Estratégia 2: Exercícios de lábios -  Articular “iu” bem exagerado 6


vezes, realizar o mesmo exercícios acima, porém sem som, bigode com lápis,
levar o bico fechado para a esquerda, levar o bico fechado para a direita,
produzir beijo, assoprar no canudinho, nos apitos  e garrafinha, fazer bico
fechado e sorriso, dentre outros exercícios.

Estratégia 3: Exercícios diversos de motricidade orofacial – pintura


assoprando com tinta e canudinho, encher de ar a bochecha direita, encher de
ar a bochecha esquerda, encher bexigas, assoprar língua de sogra, assoprar
canudinho, sugar liquido pelo cateter, soprar bolhas de sabão e apagar a vela.

Estratégia 4: Por meio de um dado com os exercícios de motricidade


orofacial, será trabalhado as brincadeiras de assoprar bolhas, assoprar a vela,
assoprar apitos, respirar pelo nariz e soltar pela boca, falar lista de palavras
com som escolhido e assoprar língua de sogra.

Estratégia 5: Por meio de copos plásticos, a paciente ira encher a


bexiga e pegar os copos sem auxilio das mãos.

Estratégia 6: Por meio pompons, a paciente iram com um canudo pegar


eles e levar até um pote especifico sem a ajuda das mãos, e sim, apenas com
a força da sucção.

OBJETIVO ESPECÍFICO 7: Trabalhar leitura de frases e palavras.

Estratégia 1: Por meio de palavras e figuras, a paciente ira nomear e


praticar em frente ao espelho as palavras selecionadas.

Estratégia 2: Com um jogo de trilha, a paciente irá jogar o dado e


nomear a palavras com o som escolhido em voz alta.

Estratégia 3: Por meio de dados com palavras e frases, a paciente


treinara a pronuncia correta.

OBJETIVO ESPECÍFICO 8: Trabalhar o ponto articulatório alterado.

Estratégia 1: Com uma espátula e creme de avelã, será passado nos


lábios da paciente um quantidade e pedido para ela tentar não colocar a língua
no creme de avelã, quando pronunciar as palavras pré-selecionadas.

Estratégia 2: Com um copo de plástico e bolinhas de isopor, será


trabalhado a pronuncia correta do S ou do Z,sem o escape de ar.
Estratégia 3: Com espelho e intervenção do terapeuta, será trabalhado
o ponto articulatório correto.

OBJETIVO ESPECÍFICO 9: Orientação e exercícios para realizar em


casa.

Estratégia 1: Será entregue para a paciente um caderninho com as


atividades que podem ser realizadas em casa.

Estratégia 2: Por meio de vídeos e fotos, será explicado para o


responsável a alteração presente e como podemos ajudá-la a melhorar.
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Estagiária responsável                                               Supervisor responsável

Faculdades integradas de Fernandópolis


Fundação educacional de Fernandópoli

IDENTIFICAÇÃO:
Nome: MARIA FERNANDA FARIA GRANGEIRO.
Idade: 09 anos. Sexo: FEMININO.
Naturalidade: Fernandópolis – SP.
Telefone: (017) 99732-6530
Responsável: PATRICIA CHRISTIANE FARIA GRANGEIRO.
Estagiária: FERNANDA DE SOUZA LIMA.
Supervisora Responsável: ANELISE NEGRÃO.
Hipótese diagnostica: Paciente com Nódulos vocais bilaterais e ceceio frontal
(anterior).
 
  
Devolutiva Fonoaudiológica - 2021
 
 A paciente Maria Fernanda Faria Grangeiro, esteve em terapia
Fonoaudiológica, das 15 ás 16 horas, nas terças-feiras, na Clínica Integrada de
fonoaudiologia da Fundação Educacional de Fernandópolis, onde foram
trabalhados aspectos para a reabilitação da disfônia infantil, sendo observando
também que a paciente apresenta um ceceio anterior, e mediante isso foram
trabalhadas estratégias para a adequação da postura da língua, porém a
paciente ainda apresenta a necessidade de dar continuidade a terapia
fonoaudiológica no próximo semestre.
O responsável foi orientado a aguardar o contato da Clínica Integrada de
Fonoaudiologia da Fundação Educacional de Fernandópolis para retorno da
atividade ou para pegar nova guia para atendimento. 
 
 
 

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Estagiárias Responsáveis                         Supervisora Responsáveis
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Responsável pelo paciente

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