Você está na página 1de 3

Treinamento Auditivo Informal - Tpac

TREINAMENTO AUDITIVO
- Programação de treinamento intensivo e estímulos específicos para atingir determinado alvo, usando técnicas adaptadas para
rapidamente melhorar o processamento auditivo.
- Processamento auditivo é comportamento aprendido.
- É necessária uma intervenção rápida, por meio de programas baseados no treinamento auditivo e na melhora do sinal acústico, além
do emprego de estratégias de linguagem, cognitivas e metacognitivas, os quais promoverão a plasticidade e reorganização cortical.

NEUROPLASTICIDADE
- Engloba as modificações que podem ocorrer na atividade neuronal, devido à prática de uma habilidade ou exposição frequente a um
estímulo.
- A plasticidade funcional do sistema nervoso central, bem como períodos críticos de maturação do SNC, são subsídios para a defesa
da importância de implantar programas de intervenção, baseados no treinamento auditivo.

DIFERENÇA ENTRE TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO E INFORMAL


Acusticamente controlado (Bottom-Up) -> realizado em cabine acústica
Informal (Top-Down) -> Tarefas baseadas em linguagem, que empregam estímulos verbais, com o mesmo objetivo.

TREINAMENTO AUDITIVO INFORMAL


- Consultório, em casa com os pais, na escola com os professores.
(Não disponibilidade de equipamentos sofisticados)
- Oferece substancial oportunidade para a generalização de novas estratégias e habilidades aprendidas. Fornece uma ampla variedade
de treinamento auditivo de estímulos, contextos e tarefas, todas que fomentam a generalização das habilidades.
- Pelo fato deste programa pode ser empreendido m casa e na escola, permite a prática adicional que promove domínio e
generalização de habilidades e maximiza a eficácia do programa de tratamento.

COMO ESTES PACIENTES CHEGAM AO CONSULTÓRIO?


- Frequentemente interpretam mal o que lhe é dito;
- Sempre pedem para repetir o que foi dito;
- Apresentam respostas lentas ou atrasadas para os estímulos da fala;
- Tem dificuldade para aprender via canal auditivo;
- Dificuldade para ouvir em ambientes ruidosos;
- Dificuldade para ouvir em situação de grupo;
- Tempo de atenção reduzido;
- Ansiedade ou estresse, quando em tarefas auditivas;
- Facilmente distraídos;
- Dificuldade para obedecer a ordens ou direções (instruções);
- Parecem ouvir, mas não entendem o que a pessoa diz;
- Dificuldade para lembrar o que foi dito;
- Apresentam habilidades de fala e linguagem ruins;
- Apresentam habilidades fonológicas, de discriminação dos sons da fala e de leitura ruins;
- Apresentam discrepância entre sua performance para atividades verbais e não-verbais;
- Baixa auto-estima
- COM O RESULTADO DO EXAME

ASPECTOS IMPORTANTES NA INTERVENÇÃO


-> Modificação ambiental
- Posição do aluno em sala de aula
- Tamanho da classe
- Nível de ruído ambiental
- Local que realiza as tarefas escolares em casa

-> Utilização de estratégias compensatórias


- Falar olhando para a criança
- Chamar a criança pelo nome;
- Falar com o ritmo contendo pausas, articulação clara, apresentar uma idéia de cada vez;
- Garantir que a criança compreendeu as solicitações, pedindo que as repita;

-> Terapia propriamente dita

OBJETIVO DA TERAPIA
Propiciar à criança a oportunidade para aprender a escutar e a processar os estímulos verbais para que possa compreender a
conversação em diferentes situações e ambientes.

PRIMEIRO PASSO
-> As habilidades alteradas devem ser hierarquizadas:
Treinamento Auditivo Informal - Tpac
- Detecção, sensação sonora, discriminação, localização, reconhecimento, compreensão, atenção e memória.
Obs: 1- Atenção e memória devem ser constantemente trabalhadas por permearem todas as outras habilidades.
2- É difícil trabalhar uma única habilidade isolada.
-> Trabalhar sons verbais e não-verbais

-> Iniciar com atividades menos complexas até chegar nas mais difíceis. (a complexidade das tarefas podes ser manipulada por meio
da introdução de sons competitivos.

TERAPIA
Identificar as habilidades alteradas -> Selecionar as estratégias apropriadas -> Monitorar a eficácia da intervenção.
-> Habilidades: detecção auditiva, sensação sonora/discriminação auditiva

-> Localização sonora:


Material sugerido: CHOCALHO
- Paciente de olhos vendados
- Apontar na direção em que ouvir o som
- Em casa – quando ouvir um som tentar identificar de qual lado que ele veio

-> Sons não-verbais:


- Sons de animais, meios de transporte, eletrodomésticos, instrumentos musicais
- Figuras correspondentes

-> Sons verbais:


- PA TA CA
- TA CA PA
- CA TA PA

-> Atenção e discriminação auditiva:


- Jogo de perguntas e respostas: O cachorro late? Sim Não
- Descobrir a palavra errada nas frases: Adoro comer arroz, feijão e fatata frita.
- Ler um texto e solicitar que a criança bata palmas para uma determinada palavra.
- Ler um texto e solicitar que a criança bata palmas para as palavras iniciadas com um fonema específico;
- Selecionar dois fonemas e solicitar que ela bata uma palma para um fonema e duas palmas para o outro;
- Ouvir uma música e apontar para as figuras quando ouvir as palavras correspondentes.

-> Discriminação auditiva:


Apresentar oralmente pares de palavras e solicitar que o paciente repita.

-> Memória auditiva:


- Memória seqüencial de palavras
- Jogo “fui ao zoológico e i um macaco...”
- Ler uma historia e solicitar que a criança vá desenhando o conceito principal de cada segmento lido. Recontar.
- Perguntar se lembra o nome da historia lida na sessão anterior.
- Jogo da memória com figuras e palavras, com figuras das historias trabalhadas.

-> Figura fundo auditiva


- Pode-se introduzir, gradualmente, ruídos competitivos
Obs: Importante usar essa estratégias uma vez que a criança no contexto escolar está constantemente exposta a ruídos que competem
com a fala do professor.

-> Uso do computador e fones de ouvido


A reabilitação informal pode ser beneficiada com o uso de programas de computador uma vez que indivíduos com TPAC necessitam
de diversos estímulos auditivos para exercitar as habilidades auditivas.

IMPORTANTE
- Motivação do paciente
- Diversificar estratégias
- Colaboração dos pais e da escola
- Realizar atividades em casa
- Reavaliar sempre as estratégias

É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DA TERAPIA


- Aumentar a consciência fonológica;
- Desenvolver a habilidade do ritmo;
- Aumentar a capacidade de compreender em situações de escuta difícil;
- Aumentar a capacidade de memorizar informações auditivas;
- Desenvolver a capacidade de síntese para que haja coordenação entre as habilidades auditivas e outras modalidades sensoriais;
Treinamento Auditivo Informal - Tpac
- Minimizar os impactos do distúrbio do processamento auditivo na comunicação, aprendizado e funções sociais.

Além das mudanças comportamentais que podem ser observadas após a realização do treinamento auditivo há evidencias de que
podem ocorrer mudanças em nível cerebral após a realização de treinamento auditivo.

VANTAGENS X DESVANTAGENS
- ACUSTICAMENTE CONTROLADO
Tratamento acústico
Controle da intensidade relação sinal-ruído
Estimulação auditiva mais intensa
A estimulação pode ser maior numa orelha do que na outra em casos de assimetria no desempenho auditivo
Custo elevado
- INFORMAL
Baixo custo
Tem potencial mais abrangente
Melhora das habilidades de linguagem e auditivas
Favorece a generalização de habilidades
Acústica pobre
Não há controle da relação sinal-ruído

A ASSOCIAÇÃO DAS DUAS FORMAS DE TRATAMENTO PROMOVE UM MAIOR BENEFÍCIO AO SISTEMA


AUDITIVO E CONTRIBUI DE UMA FORMA MAIS DINÂMICA NOS CASOS DE DISTÚRBIOS DE LINGUAGEM E
APRENDIZAGEM.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
- A terapia informal, embora ainda pouco divulgada, esta ganhando notoriedade pela facilidade em ser utilizada na prática clínica;
- É possível trabalhar outros aspectos da linguagem alterados e não só as habilidades auditivas;
- Atualmente existem recursos tecnológicos que podem ser associados à terapia informal;
- É importante realizar o reteste depois de um tempo de terapia para verificar a sua eficácia.

Você também pode gostar