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INTERVENÇÃO

FONOAUDIOLÓGICA
NOS TRANSTORNOS
FONOLÓGICOS
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
NOS TRANSTORNOS FONOLÓGICOS
MOTIVAÇÃO
CRIATIVIDADE

PARTICIPAÇÃO DA AVALIAÇÃO
FAMÍLIA AUDITIVA

VISITA À ESCOLA
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
NOS TRANSTORNOS FONOLÓGICOS

• ANAMNESE DETALHADA
• CONHECER A PRONÚNCIA DA COMUNIDADE
QUE A CRIANÇA ESTÁ INSERIDA
• ENCAMINHAMENTOS NECESSÁRIOS
(ORL, EXAMES AUDIOLÓGICOS)
• AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM ORAL E
COMPREENSIVA
• PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO
BASES DE UMA TERAPIA
FONOLÓGICA
Grunwell (1985) postula alguns princípios:

1) Planejamento Terapêutico baseado numa avaliação e


análise fonológica da fala do paciente;
2) Existem padrões e regularidades na fala do paciente;
3) Diferenças entre os segmentos de sons e estruturas
assinalam diferenças de significado;
4) Introduzir mudanças nos padrões da criança por meio
de estruturas constrastivas.
BASES DE UMA TERAPIA
FONOLÓGICA
REORGANIZAÇÃO
COGNITIVA

PACIENTE

CONTRASTES
APRENDIZAGEM
DE FONOLÓGICA
SIGNIFICADOS
BASES DE UMA TERAPIA
FONOLÓGICA
Stoel- Gammon e Dunn (1985):

1. O tratamento estará dirigido para uma classe de sons


(ponto, modo, sonoridade) ou para um tipo de
estrutura da palavra.
2. As unidades linguísticas são a base do tratamento:
contrastes, traços distintivos, processos fonológicos.
3. Meta final: generalização
BASES DE UMA TERAPIA
FONOLÓGICA
• Variabilidade deve ser enfocada: produções corretas,
proporcionando generalizações;
• Sistema de constrastes deve ser expandido para
aumentar a capacidade comunicativa da criança;
• Planejar o uso das consoantes, na posição a ser
trabalhada;
• Se possível, seguir a sequência do desenvolvimento
fonológico normal;
• Iniciar pelos processos que mais interferem na fala do
paciente.
PROCESSOS FONOLÓGICOS
NA TERAPIA

MODELOS TRADICIONAIS DE TERAPIA


ARTICULATÓRIA
PROCESSOS FONOLÓGICOS X MODELOS TRADICIONAIS

PONTOS EM COMUM DIFERENÇAS

- Percepção: tornar a - Processos fonológicos:


criança consciente das promover o
características desenvolvimento
perceptuais do som- fonológico inteligível.
alvo. Analisar a organização
- Produção: realizar um fonológica do paciente.
número suficiente de
produções corretas do - Terapia Articulatória:
som –alvo até que a Aperfeiçoa fonemas
criança generalize. isolados, um de cada vez.
SELEÇÃO DE PROCESSOS FONOLÓGICOS
PARA O TRATAMENTO
Edwards (1983) sugere algumas linhas gerais para escolha
dos processos fonológicos a serem trabalhados:
1- Escolher processos que sejam facilmente remediados;
que aparecem em contextos específicos, que a criança já
possui o fonema no seu inventário fonético.
2- Fonemas que comprometem a inteligibilidade de forma
significativa.
3- Processos que afetam fonemas que surgem mais cedo
no processo aquisitivo normal.
SELEÇÃO DOS SONS-ALVO

Edwards (1983) sugere os seguintes critérios:

1. Escolher sons-alvo que façam parte do inventário fonético.


2. Escolher sons que motivem a criança
3. Sons que melhorem a inteligibilidade
4. Sons que ocorram com maior frequência
5. Sons que são adquiridos mais cedo
6. Sons que a criança sinta maior necessidade em melhorar
7. Sons mais fáceis de produzir em determinada posição.
SELEÇÃO DOS SONS-ALVO

Elbert e Giuret (1986) sugerem critérios baseados em leis


implicacionais, pelas quais seria possível prever que sons
irão se desenvolver se outros forem ensinados:

Exemplo: a criança não produz [s] e [z] corretamente


Tratamento: ensinar a produção do [z]
Previsão: a produção do [s] melhorará
SELEÇÃO DOS SONS-ALVO

Elbert e Giuret (1986)

Exemplo: a criança não produz [k] e [g] corretamente


Tratamento: ensinar a produção do [g]
Previsão: a produção do [k] melhorará
SELEÇÃO DOS SONS-ALVO

Elbert e Giuret (1986)

Exemplo: a criança não produz [s] e [r] FSDP


Tratamento: ensinar a produção do [r] em FSDP
Previsão: a produção do [s] em FSDP melhorará
SELEÇÃO DOS SONS-ALVO

Elbert e Giuret (1986)

Exemplo: a criança não produz [r] em nenhuma posição


Tratamento: ensinar a produção do [r] em FSDP
Previsão: a produção do [r] em ISDP e FSDP melhorará
SELEÇÃO DAS PALAVRAS-ALVO

• Contexto fonético: selecionar palavras nas quais não


apareça mais de 1 dificuldade fonética.
• Palavras de realização fácil
• Palavras mono ou dissílabas
• Estrutura CV
• Produção dos sons-alvo são facilitadas em sílabas
acentuadas
• Palavras significativas para a criança
GENERALIZAÇÃO

Caracterizado pela ampliação da produção e uso correto


dos fonemas-alvo treinados em outros contextos ou
ambientes não-treinados.

a) Componentes Estruturais da Generalização


b) Componentes Funcionais
GENERALIZAÇÃO
a) Componentes Estruturais da Generalização

• Itens não utilizados no tratamento


Criança produz os fonemas-alvo em palavras que não
foram treinadas nas sessões terapêuticas.
• Outra posição na palavra
A criança generaliza o uso tanto no início de palavra, como
no final da sílaba, no meio da palavra.
Rato > tambor > carro
GENERALIZAÇÃO
a) Componentes Estruturais da Generalização

• Outras Unidades Linguísticas


Quando a criança consegue generalizar a produção correta
dos fonemas em níveis linguísticos mais complexos.
Palavras> sentenças> conversação
• Dentro de uma classe de som
A criança aprende por exemplo, a fricativa [f] e inicia a
realização das demais fricativas espontaneamente.
GENERALIZAÇÃO
a) Componentes Estruturais da Generalização

• Outras Classes de Sons


Mais complexa essa generalização, pois ocorre quando a
criança aprende determinado fonema e estende esse
aprendizado a outras classes de sons.

• Outras situações – fora do ambiente terapêutico


GENERALIZAÇÃO
a) Componentes Estruturais da Generalização

• Baseada em Relações Implicacionais


Leis Implicacionais Exemplos
Aquisição de um contraste qualquer em um Constraste de sonoridade:
par de obstruintes, possibilita o [s] x [z] generaliza para outros pares
aprendizado desse contraste em outros
pares.

Aquisição de um som em determinada Aquisição do [r] em FSDP pode levar à


posição, leva à generalização em outras aquisição do [r] em ISDP, FSDP e no
posições encontro consonantal.
GENERALIZAÇÃO
a) Componentes Funcionais
Visão construtivista da Generalização. Variáveis
analisadas:
• maturidade linguística
• conhecimento que tem sobre o sistema fonológico
• funcionamento cognitivo
• Habilidades motoras da criança

Como a criança incorpora as produções corretas dos


fonemas é um processo único para cada criança e
bastante variado.
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

MODELO DE
CICLOS

MODELO DE
METAPHON CICLOS
MODIFICADO

OPOSIÇÕES PARES
MÁXIMAS MÍNIMOS
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• MODELO DE CICLOS ( Hodson e Paden, 1983)

Ciclos são períodos de tempo durante os quais


todos os padrões fonológicos que necessitam de
tratamento são estimulados em uma ordem determinada.
Termina um ciclo e começa outro mais complexo.
Duração de cada ciclo: 3 a 5 semanas ou 15 a 16
semanas. Depende da gravidade do transtorno fonológico
e número de sessões por semana.
Sessão: 45 minutos, 1x por semana
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• MODELO DE CICLOS

Estimulação:
a) Bombardeamento Auditivo: amplificação
b) Tátil
c) Visual

Produção:
Escolher as palavras a serem trabalhadas em cada sessão.
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• MODELO DE CICLOS – ESTRUTURA DA SESSÃO

A) Escolher o som mais “estimulável” à criança;


B) Cartões: contendo as palavras-alvo da sessão. Palavra escrita e
desenho feito pela criança;
C) Bombardeamento auditivo de 15 palavras com o som-alvo;
D) Utilização de jogos e prática da produção;
E) Pistas táteis e modelo dado pelo terapeuta;
F) Criar situações de conversação
G) Sondagem para o próximo som-alvo
H) Bombardeamento auditivo ao final da sessão
I) Treinamento em casa das mesmas palavras
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA
• MODELO DE CICLOS MODIFICADO ( Tyler, Edwards, Saxman, 1987)

a) Sessões: 2x na semana
b) Duração de cada ciclo: 3 semanas
c) Cada semana focaliza 1 processo fonológico
d) Duração da sessão: 50 minutos
e) Escolher 2 sons-alvo que sofrem o processo fonológico e cada um
deles é trabalhado durante 1 sessão terapêutica.
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA
• MODELO DE CICLOS MODIFICADO
Final do 1º ciclo:
Sondagem com os sons-alvo em palavras diferentes das sessões.
Se a criança acertar mais de 50% dos sons –alvo:
- repete-se o ciclo com os sons-alvo em sentenças

Se a criança acertar menos de 50% dos sons –alvo:


- Os sons-alvo ou processos fonológicos serão trocados na repetição do
ciclo

Palavras- alvo:
10 palavras escolhidas cuidadosamente (avaliar ambiente fonético, evitar
assimilações e outros fonemas que a criança tenha dificuldade fonética)
Pistas visuais, táteis e auditivas: sendo retiradas aos poucos
Participação da família em casa
Sondagem: nomeação de 6 figuras isoladas (sem uso da repetição)
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA
• PARES MÍNIMOS (Saben e Ingham, 1991)

São palavras que diferem em apenas um fonema.


Exemplo: bato x gato
[b] e [g] diferem no ponto articulatório.

Coloca para a criança um desafio: se produzir o fonema errado,


haverá a quebra na comunicação.

Pode trabalhar o modelo de pares mínimos aliado ao Modelo de


Ciclos.
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• OPOSIÇÕES MÁXIMAS (Gierut, 1992)

Utiliza o contraste de 2 palavras que diferem em apenas 1 fonema.


Porém estes fonemas podem diferir em pelo menos 3 dimensões.

- Número de traços distintivos que diferenciam os fonemas


Exemplo: “chapa” x “mapa”
Diferem em [soante], [contínuo], [voz], [coronal] [anterior]

- Fonemas conhecidos e desconhecidos para a criança.


MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• METAPHON ( Dean e Howell, 1986)


Utilização da consciência metafonológica.

a) A terapia deve basear-se em uma avaliação linguística precisa e


detalhada.
b) Focalizar as mudanças fonológicas por meio da consciência
metafonológica
c) Maximizar as oportunidades de aprendizagem oferecidas à
criança.
d) Criança tem participação ativa na intervenção.
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• METAPHON

e) Conscientizar a criança o modo pelo qual os sons contrastam;


Esses contrastes transmitem significado;
A ordem dos sons podem variar nas palavras.

f) Vocabulário utilizado na sessão é construído de acordo com o


conhecimento da criança. Conceito de som/palavra/frases.
MODELOS DE TERAPIA FONOLÓGICA

• METAPHON
FASE 1 – Consciência Fonológica FASE 2 – consciência comunicativa.

Nível 1: conceito – vocabulário a ser - Consolidação da Fase 1 com tarefas de


utilizado. Comprido/curto percepção de pares mínimos.
(fricativa/plosiva) ; barulhento/silencioso
(sonoros /surdos) - Pares mínimos inseridos em
sentenças.
Nível 2: som (sons verbais e não verbais) - “Hoje o dia está.......”
(quente / pente)
Nível 3: fonema. Terapeuta e criança
produzem cartões ilustrativos, com figuras - Situações reais de comunicação
referentes aos fonemas em questão.

Nível 4: palavra. A criança é ouvinte.


Terapeuta fala uma palavra que inicia com
um som “barulhento” ou “silencioso”. A
criança deve julgar o som.
CASOS CLÍNICOS

Paciente: M.C.B.G
DN: 28/04/2008
Idade: 9 anos e 2 meses
Tratamento com fono desde 3 anos de idade.
Iniciou o 4º atendimento fonoaudiológico, sob minha responsabilidade em Abril
de 2016.
Queixa: Alteração na fala, substituições e omissões fonêmicas.
Audição: normal
Visão: normal
Antecedentes familiares para transtornos de linguagem: irmão e pai com atraso
de linguagem (4 anos)
PAC -Alterações nas habilidades auditivas:
a) Atenção Seletiva
b) Figura-fundo para sons –verbais
c) Fechamento auditivo
d) Ordenação Temporal
e) Discriminação e Reconhecimento de Padrão de Frequência
f) Análise e Síntese binaural
CASOS CLÍNICOS

VÍDEO MARIA 1
CASOS CLÍNICOS

VÍDEO MARIA 2
CASOS CLÍNICOS

VÍDEO MARIA 3
CASOS CLÍNICOS

VÍDEO MARIA 4
CASOS CLÍNICOS

Paciente: M.E.S.
DN: 21/01/2011
Idade: 6 anos e 6 meses
Queixa: Alteração na fala
Criança fala rápido e o discurso fica ininteligível
Dificuldade na memória
Fala infantilizada
Dificuldade em narrar situações do dia-a-dia
Audição: normal
Visão: normal
PAC: não realizou, mas foi encaminhado.
Avaliação neuropsicológica: não realizou, mas foi encaminhado.
CASOS CLÍNICOS

Vídeo miguel 1
CASOS CLÍNICOS

Vídeo miguel 2
CASOS CLÍNICOS

Paciente: R.N.F.
DN: 08/11/2012
Idade: 4 anos e 7 meses
Início do tratamento: Julho de 2015
Queixa: Atraso significativo na fala
Família suspeita de TEA
Não come arroz, feijão, carne, macarrão, salada.
Linguagem: começou a falar com 2anos e 4 meses (mamã e papa)
CARS: resultado normal
Neurologista: acompanhamento devido à agitação da criança e
suspeita inicial de TEA.
Atualmente: Toma Risperidona para melhorar a agitação, descartado o
TEA
Transtorno Fonológico e Infantilização da fala.
CASOS CLÍNICOS

Vídeo rafa 1 – interv abril 2017


CASOS CLÍNICOS

Vídeo rafa 1 – jogo da memória

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