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São Paulo
2010
Bragatto, E.L. ii
ii
Bragatto, E.L. iii
iii
Bragatto, E.L. iv
ORIENTADOR
CO-ORIENTADOR
iv
Bragatto, E.L. v
BANCA EXAMINADORA
Suplente:
v
Bragatto, E.L. vi
Albert Einstein
vi
Bragatto, E.L. vii
DEDICATÓRIA
vii
Bragatto, E.L. viii
viii
Bragatto, E.L. ix
AGRADECIMENTOS
ix
Bragatto, E.L. x
À Profa. Brasília Maria Chiari, por todos os ensinamentos durante o meu trajeto na
Fonoaudiologia.
À Profa. Ana Maria Schiefer, por ter despertado em mim o interesse e a dedicação pela
área da gagueira.
As pessoas que gaguejam, participantes da amostra deste estudo, por sua atenção e
disponibilidade.
x
Bragatto, E.L. xi
SUMÁRIO
xi
Bragatto, E.L. xii
DEDICATÓRIA............................................................................................................. VII
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... IX
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
3 MÉTODOS ................................................................................................................. 31
4 RESULTADOS ........................................................................................................... 36
5 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 63
6 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 86
7 ANEXOS .................................................................................................................... 89
ABSTRACT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
xii
Bragatto, E.L. xiii
LISTAS
xiii
Bragatto, E.L. xiv
Lista de tabelas
xiv
Bragatto, E.L. xv
xv
Bragatto, E.L. xvi
Tabela 29 - Análise do cluster calculada com base nas médias dos escores das
variáveis Informações Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na vida diária
e Qualidade de vida................................................................................................. 61
xvi
Bragatto, E.L. xvii
Lista de figuras
Figura 3: Análise dos perfis dos 3 clusters identificados, com bases nas variáveis
Informações Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na vida diária e
Qualidade de vida.................................................................................................. 62
xvii
Bragatto, E.L. xviii
Cols. - Colaboradores
xviii
Bragatto, E.L. xix
RESUMO
xix
Bragatto, E.L. xx
O objetivo deste estudo foi apresentar a tradução para a língua portuguesa do “Overall
Assessment of the Speaker’s Experience of Stuttering – Adults (OASES-A)”, um
instrumento baseado na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde - CIF (Organização Mundial da Saúde), e já validado nos Estados Unidos. Os
processos de tradução e tradução reversa foram realizados por especialistas, gerando
uma versão brasileira do OASES-A que possui equivalência semântica, conceitual,
cultural e idiomática. O OASES-A avalia o transtorno da gagueira pela perspectiva do
próprio sujeito que gagueja, em relação a informações gerais da gagueira, reações à
gagueira, comunicação nas situações diárias e o impacto da gagueira sobre a
qualidade de vida. Pode também ser usado com outros instrumentos clínicos de
avaliação fornecendo, assim, dados sobre o impacto da gagueira no individuo que a
manifesta. A versão adaptada para o português do OASES-A para avaliar sujeitos que
gaguejam tem por finalidade fornecer subsídios ao profissional especializado tanto
para avaliação quanto para terapêutica do sujeito que gagueja, propiciando um
tratamento mais eficaz e efetivo.
xx
Bragatto, E.L. 1
1 INTRODUÇÃO
1
Bragatto, E.L. 2
2
Bragatto, E.L. 3
3
Bragatto, E.L. 4
4
Bragatto, E.L. 5
1.1 Objetivos
5
Bragatto, E.L. 6
2 REVISÃO DA LITERATURA
6
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8
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gagueira, baseada no argumento de que a gagueira pode ser definida como esforço,
evitação e expectativa (Woolf, 1967); o “The Communication Attitude Scale” – S-Scale
(Erickson, 1969), originalmente desenvolvido por Erckson em 1969 e mais tarde
revisado e renomeado por Andrews e Cutler, em 1974, como “Modified erickson Scale
of Communication Attitudes – S-24”, pretendendo ser uma escala para caracterizar os
aspectos da gagueira distinguíveis da própria fala do indivíduo” (Andrews e Cutler,
1974); o “Speech Situation Checklist – SSC” (Brutten, 1973); o “Inventory of
Communication Attitude- ICA”, baseado na premissa de um modelo de tratamento que
reflete as atitudes de comunicação como sendo multidimensionais, tendo os
componentes afetivo, comportamental e o cognitivo para serem examinados(Watson,
1988); o “Self Efficacy for Adults Who Stutter Scale – SESAS” que pretende medir a
capacidade do sujeito adulto gago em adquirir e manter a fluência nas variadas
situações de fala (Ornstein e Manning, 1985); o “Subjective Screening of Stuttering
Severity – SSS”, desenvolvido por conta da disparidade entre os valores determinados
pelo ouvinte e a auto-percepção da experiência comunicativa da pessoa que gagueja,
sendo que os autores consideram que a mais importante opinião referente à satisfação
e habilidade de comunicação é aquela emitida pelo próprio falante (Riley e cols..,
2004).
11
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No domínio da saúde, o impacto das desordens foi descrito pelo ICDIH em termos
de: DEFICIÊNCIA - representa qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica; INCAPACIDADE - corresponde a qualquer
redução ou falta de capacidades para exercer uma atividade de forma ou dentro dos
limites considerados normais para o ser humano; DESVANTAGEM (HANDICAP) -
representa um impedimento sofrido por um dado indivíduo, resultante de uma
deficiência ou de uma incapacidade, que lhe limita ou lhe impede o desempenho de
uma atividade considerada normal para esse indivíduo, tendo em atenção a idade, o
sexo e os fatores sócio-culturais (World Health Organization, 2001).
12
Bragatto, E.L. 13
aprovada em 2001 (World Health Organization, 2001). Neste novo modelo, assume-se
uma posição neutra em relação à etiologia. Preocupa-se mais com a identificação do
que se constitui a saúde do que com o impacto das doenças sobre a pessoa. Assim
houve uma mudança da classificação de “conseqüência da doença”, proposta pelo
ICIDH, para a classificação dos “componentes da saúde”, proposto pela CIF (Moreno e
cols., 2006). Ao incluir uma lista de fatores ambientais que descrevem o contexto em
que o indivíduo vive, o estudo dos determinantes ou dos fatores de risco se tornou mais
fácil. O impacto das desordens foi descrito em termos de FUNCIONALIDADE - que
abrange todas as funções do corpo, atividades e participação; de INCAPACIDADE -
que abrange incapacidades, limitação de atividades ou restrição na participação.
13
Bragatto, E.L. 14
FATORES PESSOAIS
• Afetivo
• Comportamental
• Cognitivo ATIVIDADES /
PARTICIPAÇÃO
ETIOLOGIA PRESUMIDA
FUNÇÕES DO CORPO
• Fluência da fala • Fala
14
Bragatto, E.L. 15
15
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Alm (2004) referiu que muitos indivíduos que gaguejam acreditam que sua
gagueira é influenciada por suas reações emocionais e que uma das formas de se
investigar os aspectos emocionais da gagueira é aferir as mudanças fisiológicas
associadas à ativação do ramo simpático do sistema nervoso autônomo. Para tanto,
realizou uma revisão crítica sobre a relação das emoções, gagueira e freqüência
cardíaca durante o evento da ansiedade antecipatória nos indivíduos gagos. A revisão
dos estudos psicofisiológicos indicou que em situações de estresse, muitos adultos que
gaguejam tendem a apresentar ansiedade antecipatória e a coativação do sistema
autônomo, com elevação dos batimentos cardíacos. Os autores desses estudos,
entretanto, enfatizam que o fato da modulação das emoções estar relacionada à
severidade da gagueira não implica necessariamente que os fatores emocionais sejam
causa de base da gagueira. O aumento da ansiedade estaria mais ligado às situações
de fala caracterizadas como experiências negativas de comunicação em eventos
anteriores, as quais quando se repetem provocam uma reação emocional
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Uma experiência a qual a pessoa que gagueja pode ser submetida e que interfere
tanto nos fatores pessoais e ambientais quanto nas atividades sociais é a vitimização
provocada pelo bullying. Mooney e Smith (1995), realizaram uma pesquisa com 324
adultos que gaguejavam, membros de uma associação inglesa de gagueira, para
verificar o bullying quanto à sua existência e frequência, seu tipo, conscientização dos
familiares/professores, medidas de intervenção e os possíveis efeitos causados pelo
bullying, a curto e longo prazos. Em resposta, 82% dos indivíduos consultados
referiram ter sofrido o bullying em algum período da vida escolar e que tal vitimização,
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Bragatto, E.L. 18
muito frequentemente, era relacionada à sua gagueira. Do total dos indivíduos que
havia sofrido o bullying, 11% relataram que a vitimização provocou um efeito negativo
na fluência de suas falas. Os autores concluíram que o bullying sofrido pelas crianças
muitas vezes provoca nelas um sentimento de vergonha e perda da autoconfiança,
inclusive prejudicando o rendimento escolar. Os estudantes que gaguejam podem
também experenciar um alto grau de vitimização, com efeitos que se prorrogam até a
fase adulta.
Furnham e Davis (2004) realizaram uma revisão dos métodos utilizados e dos
resultados encontrados nas pesquisas que investigaram os fatores afetivos e sociais da
gagueira, tanto sob o ponto de vista da pessoa que gagueja quanto da percepção do
ouvinte fluente, no período compreendido entre a pré-escola até a idade adulta. Os
autores relataram os achados das pesquisas passadas, os quais apontaram para a
formação de um estereótipo da pessoa que gagueja como sendo um indivíduo mais
nervoso, tenso, sensível, hesitante, introvertido e inseguro que os demais indivíduos
fluentes; a necessidade da inclusão de modelos multifatoriais que abranjam tais
aspectos psicossociais nos estudos de desenvolvimento e tratamento da desordem da
gagueira. Também apresentaram os vários métodos aplicados na psicologia social, que
visam investigar e indicar estratégias eficientes no acesso aos componentes social e
afetivo na gagueira. Finalmente, concluíram que os fatores sociais e emocionais
mostram-se cruciais no início e na manutenção da gagueira.
18
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Panico e cols. (2009) referiram que fala da pessoa que gagueja pode prejudicar a
recordação e compreensão do discurso ouvido pelo interlocutor. Os autores
comprovaram que indivíduos adultos fluentes, após ouvir narrativas familiares, não-
familiares e textos expositivos produzidos fluentemente e com diferentes graus de
disfluência, apresentaram diferentes perfomances nas modalidades de recordação
livre, perguntas com fornecimento de pistas, questões sobre compreensão da história
ouvida e sua percepção sobre o esforço mental demandado para as tarefas. As tarefas
envolvendo textos narrativos obtiveram melhores escores que aquelas envolvendo
textos expositivos. Apesar dos graus de familiaridade dos textos não comprometerem
sua compreensão, os escores foram maiores nos textos familiares. As amostras de
gravação de textos com disfluência exigiram um maior esforço mental em todos os
tipos de textos e níveis de familiaridade, e a gagueira teve uma maior influência na
recordação e compreensão de textos narrativos do que nos textos expositivos.
24
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escores dentro dos limites considerados normais para os riscos de saúde e não houve
diferença significante entre os dois grupos nem entre os sexos. Como esperado, o risco
de saúde eleva-se de acordo com o aumento da idade em ambos os grupos e, dentre
os gagos, 94% deles já havia recebido algum tratamento fonoaudiológico em uma fase
de sua vida. Já na aplicação do LAQ II, quando comparado os dois grupos, os gagos
apresentaram escores significativamente menores nos itens que englobavam a
vitalidade, funções sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Os autores
concluíram que baseados na avaliação pelo instrumento LAQ I, o grupo dos indivíduos
gagos não se encontrava socialmente em desvantagem, já que houve um perfil similar
em ambos os grupos, exceto pelo histórico da gagueira; na avaliação pelo instrumento
LAQ II, foi apontada uma desvantagem social em potencial para a pessoa que gagueja,
oriunda do constrangimento e frustração durante as interações sociais, o qual leva a
um prejuízo na qualidade de vida.
28
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29
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30
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3 MÉTODOS
31
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Participantes
Sexo
Total
Idade Feminino Masculino
(anos)
N % N % N %
De 18 a 22 1 14 6 86 7 100
De 23 a 27 1 25 3 75 4 100
De 28 a 32 3 75 1 25 4 100
De 33 a 38 1 33 2 67 3 100
Total 6 33 12 67 18 100
32
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Após a compilação dos dados, o escore por seção e o escore global são obtidos
pela combinação dos escores das 4 seções do instrumento, estes compostos pelas
somatórias de pontos correspondentes aos itens preenchidos pelo indivíduo divididos
pela somatória de itens completados. O resultado pode variar de 1,00 a 5,00. Na
interpretação do resultado da avaliação, compara-se o percentual encontrado com o
descrito no instrumento, ou seja, o impacto da gagueira sobre o falante é considerado:
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Bragatto, E.L. 34
leve 1,00 – 1,49; leve a moderado 1,50 – 2,24; moderado 2,25 – 2,99;
moderado a severo 3,00 – 3,74; severo 3,75 – 5,00.
34
Bragatto, E.L. 35
entendimento para cada umas das perguntas até o esgotamento das dúvidas. Nesta
etapa, algumas perguntas foram modificadas após a avaliação das respostas obtidas,
identificando-se possíveis diferenças que poderiam afetar os resultados globais
provenientes do instrumento, como por exemplo a classificação do escore final.
Aplicação do OASES-A
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Bragatto, E.L. 36
4 RESULTADOS
36
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Neste capítulo apresentamos os resultados deste estudo que teve como objetivo
apresentar a tradução do OASES-A – Overall Assessment of the Speaker’s Experience
of Stuttering – Adults para o Português brasileiro, bem como a sua aplicação em uma
população de adultos que gaguejam, brasileiros, discutindo os relatos subjetivos
desses indivíduos e verificando a possível contribuição do instrumento OASES-A nos
processos avaliativo e interventivo da gagueira.
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Sexo
Total
Anos de Feminino Masculino
estudo
N % N % N %
De 8 a 11 4 40 6 60 10 100
Acima de 11 2 25 6 75 8 100
Total 6 33 12 67 18 100
Anos de estudo
Total
Idade De 8 a 11 Acima de 11
(anos)
N % N % N %
De 18 a 22 4 57 3 43 7 100
De 23 a 27 2 50 2 50 4 100
De 28 a 32 1 25 3 75 4 100
De 33 a 38 2 67 1 33 3 100
Total 9 50 9 50 18 100
38
Bragatto, E.L. 39
Tabela 4 - Médias e desvios-padrão dos escores do OAES-A, nas variáveis Informações Gerais,
Reações à gagueira, Comunicação na vida diária, Qualidade de vida e no Impacto total, por sexo.
Escores SEXO N Média Desvio t P
padrão
Informações Gerais Masculino 12 2,88 0,72 1,2 0,232
Feminino 6 2,57 0,34
Reações à gagueira Masculino 12 2,84 0,35 -1,3 0,218
Feminino 6 3,13 0,60
Comunicação nas situações Masculino 12 2,91 0,57 1,2 0,249
diárias Feminino 6 2,54 0,72
Qualidade de vida Masculino 12 2,55 0,89 0,0 0,977
Feminino 6 2,53 1,10
Impacto total Masculino 12 2,79 0,56 0,2 0,810
Feminino 6 2,72 0,60
Tabela 5 - Comparativo dos escores do OAES-A entre os sujeitos dos sexos masculino
e feminino, nas variáveis Informações Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na
vida diária, Qualidade de vida e no Impacto total.
Mann-Whitney
Sexo P
U
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Bragatto, E.L. 40
Tabela 6 - Médias e desvios-padrão dos escores do OAES-A, nas variáveis Informações Gerais,
Reações à gagueira, Comunicação na vida diária, Qualidade de vida e no Impacto total, por anos de
estudo.
Escores Anos de N Média Desvio t P
estudo padrão
40
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A. Informações gerais sobre sua fala. Sempre / Muitas vezes Às vezes Raramente / Nunca
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Tabela 12 – Correlações por ordem decrescente de significância, das questões mais correlacionadas
com o escore total para as menos correlacionadas com o escore total no protocolo OASES-A, para a
variável Informações gerais, segundo o teste de correlação de Spearman.
Escore Parte I
Spearman's rho Coeficiente
de Sig. (p) N
Correlação
C10- De forma geral, qual é sua impressão sobre grupos de auto-ajuda
ou de apoio para as pessoas que gaguejam? ,785(**) 0,001 15
C4- De forma geral, qual é sua impressão sobre as técnicas usadas para
falar fluentemente (por exemplo, técnicas aprendidas na terapia)? ,775(**) 0,001 15
A1- Com que freqüência você é capaz de falar fluentemente? ,737(**) 0,000 18
A4- Com que freqüência você utiliza técnicas, estratégias ou
ferramentas que aprendeu na terapia de fala? ,735(**) 0,001 16
C9- De forma geral, qual é sua impressão sobre as variações da sua
fluência de fala em diferentes situações? ,729(**) 0,001 18
C1- De forma geral, qual é sua impressão sobre sua habilidade para
falar? ,703(**) 0,001 18
C3- De forma geral, qual é sua impressão sobre o modo como você soa
quando está falando? ,697(**) 0,001 18
C7- De forma geral, qual é sua impressão sobre o programa de terapia
de fala que freqüentou mais recentemente? ,667(**) 0,009 14
B5- Qual o seu nível de conhecimento sobre os grupos de auto-ajuda ou
de apoio para as pessoas que gaguejam? ,605(*) 0,010 17
A2- Com que freqüência a sua fala soa “natural” para você (por
exemplo, como a fala de outra pessoa)? ,593(**) 0,010 18
B3- Qual o seu nível de conhecimento sobre o que acontece com a sua
fala quando você gagueja? ,514(*) 0,035 17
A3- Com que consistência você é capaz de manter a fluência de um dia
para o outro? ,494(*) 0,037 18
B4- Qual o seu nível de conhecimento sobre as opções de tratamento
para as pessoas que gaguejam? 0,459 0,056 18
C5- De forma geral, qual é sua impressão sobre sua habilidade para
usar as técnicas que aprendeu na terapia de fala? 0,459 0,085 15
C2- De forma geral, qual é sua impressão sobre sua habilidade para se
comunicar (por exemplo, transmitir a sua mensagem independentemente
da sua fluência)? 0,412 0,089 18
A5- Com que freqüência você diz exatamente o que quer mesmo
achando que poderá gaguejar? 0,394 0,106 18
B1- Qual o seu nível de conhecimento sobre a gagueira em geral? 0,380 0,120 18
C6- De forma geral, qual é sua impressão sobre você ser uma pessoa
que gagueja? 0,345 0,161 18
C8- De forma geral, qual é sua impressão sobre .ser identificado por
outra pessoa como gago / pessoa que gagueja? 0,300 0,226 18
B2- Qual o seu nível de conhecimento sobre os fatores que afetam a
gagueira 0,100 0,692 18
** Correlação significante a 0,01.
* Correlação significante a 0,05.
43
Bragatto, E.L. 44
44
Bragatto, E.L. 45
45
Bragatto, E.L. 46
46
Bragatto, E.L. 47
Tabela 16 - Correlações por ordem decrescente de significância, das questões mais correlacionadas
com o escore total para as menos correlacionadas com o escore total no protocolo OASES-A, para a
variável Reações à Gagueira, segundo o teste de correlação de Spearman.
Escore Parte II
Spearman's rho Coeficiente
de Sig. (p) N
Correlação
A6- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente deprimido? ,833(**) 0,000 18
A4- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você e sente isolado? ,768(**) 0,000 18
A8- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente constrangido? ,655(**) 0,003 18
A3- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente envergonhado? ,618(**) 0,006 18
A1- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente sem saída? ,611(**) 0,007 18
C3- O quanto você concorda ou discorda com estas afirmações? – “Se
eu não gaguejasse, seria muito mais capaz de alcançar meus objetivos
de vida” ,582(*) 0,011 18
A2- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente zangado? ,567(*) 0,014 18
B10- Com que freqüência você deixa que alguém fale por você? ,506(*) 0,032 18
A7- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente na defensiva? ,505(*) 0,033 18
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Bragatto, E.L. 48
B5- Com que freqüência você evita falar em certas situações ou com
certas pessoas? ,492(*) 0,038 18
A9- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente culpado? ,470(*) 0,049 18
A10- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente frustrado? 0,466 0,051 18
B7- Com que freqüência você não diz o que quer dizer (por exemplo,
evita ou substitui palavras, recusa-se a responder perguntas, pede algo
que não precisa porque é mais fácil de dizer)? 0,413 0,088 18
B6- Com que freqüência você sai de uma situação porque acha que
poderá gaguejar? 0,331 0,194 17
A5- Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência
você se sente ansioso? 0,277 0,265 18
B4- Com que freqüência você não mantém contato de olho ou evita
olhar para o seu ouvinte? 0,139 0,583 18
B8- Com que freqüência você utiliza pausas cheias (por exemplo,
“hum”, , “ahh”, pigarrear) ou muda algo na sua fala (por exemplo,
tonicidade) para parecer mais fluente (obs.: isto não se refere às
técnicas que você tenha aprendido na terapia)? 0,025 0,921 18
B2- Com que freqüência você sente tensão física quando fala
fluentemente? 0,004 0,986 18
B1- Com que freqüência você sente tensão física quando gagueja? -0,336 0,173 18
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Bragatto, E.L. 49
49
Bragatto, E.L. 50
50
Bragatto, E.L. 51
51
Bragatto, E.L. 52
Tabela 21 - Correlações por ordem decrescente de significância, das questões mais correlacionadas
com o escore total para as menos correlacionadas com o escore total no protocolo OASES-A, para a
variável Comunicação na Vida Diária, segundo o teste de correlação de Spearman.
Escore Parte III
Spearman's rho Coeficiente
de Sig. (p) N
Correlação
52
Bragatto, E.L. 53
53
Bragatto, E.L. 54
A. De forma geral, o quanto a sua Nada / Muito pouco Pouco Muito / Completamente
qualidade de vida é afetada
negativamente por / pela(s)...?
1. Sua gagueira 50% 17% 33%
2. Suas reações frente à gagueira 34% 39% 27%
3. Reação das outras pessoas frente a 33% 39% 28%
sua gagueira
B. De forma geral, o quanto a sua Nada / Muito pouco Pouco Muito / Completamente
gagueira interfere na sua satisfação
em se comunicar...?
1. No geral 23% 39% 38%
2. No trabalho 6% 53% 41%
3. Nas situações sociais 22% 44% 34%
4. Em casa 55% 28% 17%
C. De forma geral, o quanto a sua Nada / Muito pouco Pouco Muito / Completamente
gagueira interfere no seu...?
1. Relacionamento com a família 55% 33% 11%
2. Relacionamento com os amigos 57% 44% -
3. Relacionamento com outras pessoas 39% 33% 28%
4. Relacionamentos íntimos 61% 17% 22%
5. Habilidade de viver em sociedade 28% 44% 28%
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Bragatto, E.L. 55
D. De forma geral, o quanto a gagueira Nada / Muito pouco Pouco Muito / Completamente
interfere com a sua...?
1. Habilidade de executar seu trabalho 64% 18% 18%
2. Satisfação com o seu trabalho 50% 31% 19%
3. Capacidade de progredir na sua 34% 22% 44%
carreira
4. Oportunidades educacionais 47% 24% 29%
5. Habilidade de ganhar tanto quanto 50% 19% 31%
sente que poderia
E. De forma geral, o quanto a gagueira Nada / Muito pouco Pouco Muito / Completamente
interfere no(a)...?
1. Seu senso de valor próprio ou auto- 50% 22% 28%
estima
2. Sua percepção global da vida 56% 22% 22%
3. Sua confiança em si próprio 61% 17% 22%
4. Seu entusiasmo pela vida 61% 22% 17%
5. Sua saúde geral e bem estar físico 72% 11% 17%
6. Seu vigor geral ou nível de energia 61% 17% 22%
7. Seu senso de direção e controle da 78% 6% 16%
sua vida
8. Seu bem estar espiritual 67% 22% 11%
55
Bragatto, E.L. 56
Tabela 27 - Correlações por ordem decrescente de significância, das questões mais correlacionadas
com o escore total para as menos correlacionadas com o escore total no protocolo OASES-A, para a
variável Qualidade de Vida, segundo o teste de correlação de Spearman.
Escore Parte III
Spearman's rho Coeficiente
de Sig. (p) N
Correlação
56
Bragatto, E.L. 57
57
Bragatto, E.L. 58
Tabela 28 - Valores das correlações lineares (r) entre os escores do OAES-A dos sujeitos da amostra,
nas variáveis Informações Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na vida diária e Qualidade de vida.
Variáveis Informações Reações à Comunicação Qualidade de
Gerais: gagueira: Escores nas situações vida: Escores
Escores diárias: Escores
58
Bragatto, E.L. 59
Figura 1: Distribuição das variáveis Informações Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na vida
diária e Qualidade de vida no Círculo de correlação Primeiro Plano Fatorial.
59
Bragatto, E.L. 60
Figura 2: Gráfico da distribuição da nuvem de pontos dos sujeitos da amostra para determinação dos
clusters, com base nas médias dos escores das variáveis Informações Gerais, Reações à gagueira,
Comunicação na vida diária e Qualidade de vida.
60
Bragatto, E.L. 61
Tabela 29 - Análise do cluster calculada com base nas médias dos escores das variáveis Informações
Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na vida diária e Qualidade de vida.
Reações à Comunicação
Informações Qualidade de
Cluster gagueira: nas situações
Gerais: Escore vida: Escore
Escores diárias: Escore
Média 3,37 3,11 3,30 3,33
Mediana 3,40 3,17 3,21 3,28
1
Desvio Padrão 0,56 0,27 0,38 0,31
N 7 7 7 7
Média 2,55 4,20 3,25 4,32
Mediana 2,55 4,20 3,25 4,32
2
Desvio Padrão - - - -
N 1 1 1 1
Média 2,39 2,69 2,38 1,81
Mediana 2,43 2,65 2,32 1,83
3
Desvio Padrão 0,31 0,26 0,49 0,39
N 10 10 10 10
Média 2,78 2,94 2,79 2,54
Mediana 2,60 2,83 2,79 2,32
Total
Desvio Padrão 0,63 0,45 0,63 0,93
N 18 18 18 18
Cluster 1 – refere-se ao agrupamento de indivíduos pontuados com médias superiores no OASES, com
escores de moderado e moderado a severo. Cluster 2 – refere-se ao agrupamento de um indivíduo,
pontuado com escore moderado no OASES. Cluster 3 – refere-se ao agrupamento de indivíduos
pontuados com médias inferiores no OASES, com escores de leve à moderado e moderado.
61
Bragatto, E.L. 62
A Figura 3 apresenta a análise dos perfis dos 3 clusters identificados, com bases
nas variáveis Informações Gerais, Reações à gagueira, Comunicação na vida diária e
Qualidade de vida.
4,5
Média dos escores nas variáveis do OASES - A
4,0
3,5
3,0
Informações Gerais
2,5
Reações à gagueira
2,0
I.C. 95 %
Situações diárias
1,5
Figura 3: Análise dos perfis dos 3 clusters identificados, com bases nas variáveis Informações Gerais,
Reações à gagueira, Comunicação na vida diária e Qualidade de vida.
Cluster 1 – refere-se ao agrupamento de indivíduos pontuados com médias superiores no OASES-A,
com escores de moderado e moderado a severo. Cluster 2 – refere-se ao agrupamento de um indivíduo,
pontuado com escore moderado no OASES-A. Cluster 3 – refere-se ao agrupamento de indivíduos
pontuados com médias inferiores no OASES-A, com escores de leve à moderado e moderado.
62
Bragatto, E.L. 63
5 DISCUSSÃO
63
Bragatto, E.L. 64
64
Bragatto, E.L. 65
65
Bragatto, E.L. 66
66
Bragatto, E.L. 67
O tempo médio gasto por cada indivíduo para preenchimento do OASES-A foi de
20 minutos, ou seja, semelhante àquele dos participantes da amostra da versão em
inglês. Levando-se em conta que o instrumento consta de um número total de 100
itens, podemos supor que esse tempo gasto é relativamente baixo e, portanto,
exeqüível de aplicação em serviços de saúde. Uma das razões que pode facilitar e
agilizar o preenchimento do OASES-A, apesar do elevado número de itens, é o fato de
ele ser compartimentado em 4 setores distintos (Informações Gerais, Reações à
Gagueira, Comunicações na Vida Diária e Qualidade de Vida) e esses, por sua vez,
67
Bragatto, E.L. 68
divididos em áreas específicas como, por exemplo, nas situações: gerais, em ambiente
de trabalho, sociais e em ambiente familiar. Tal forma de disposição dos itens direciona
o indivíduo a responder, em sequência, questões sobre o mesmo tópico, auxiliando-o
na concentração e evitando dispersões e/ou dúvidas. Um exemplo típico é a situação
de falar ao telefone, uma das maiores dificuldades referidas pelas pessoas que
gaguejam, onde a mesma questão é feita no setor III (Comunicação nas Situações
Diárias) por três vezes distintas: “O quanto é difícil para você se comunicar durante
estas situações? - Falar ao telefone no geral (questão A7) / Usando o telefone no
trabalho (questão B1) / Usando o telefone em casa (questão D1).
68
Bragatto, E.L. 69
69
Bragatto, E.L. 70
geral, qual é sua impressão sobre as variações da sua fluência de fala em diferentes
situações?”; C.1 - “De forma geral, qual é sua impressão sobre sua habilidade para
falar?”.
Nas questões A.1, A.2 e A.3 (Tabela 9), que tratam da autopercepção da
capacidade em falar fluentemente, produzir uma fala que soe de forma natural e em
manter uma fluência na fala de um dia para o outro, respectivamente, é relevante o fato
de que mais da metade dos indivíduos da amostra referiram que conseguem isso
sempre/muitas vezes. Isso foi notado mesmo nos indivíduos classificados com grau de
severidade da gagueira moderado ou severo no protocolo SSI-3. No planejamento
terapêutico pode ser de grande valia a inclusão de atividades de automonitoração do
sujeito que gagueja, para que ele seja capaz de uma análise mais próxima da realidade
de sua própria fluência, comparando-a com a de outras pessoas fluentes ou que
gaguejam e com a dele mesmo, ao longo de todo processo. Tal procedimento pode
ajudar a evitar autoavaliações errôneas e/ou falsas expectativas, fatores que podem
prejudicar o bom desenvolvimento da terapia de fala.
70
Bragatto, E.L. 71
Nas questões C.1 - “De forma geral, qual é sua impressão sobre sua habilidade
para falar?” e C.2 - “De forma geral, qual é sua impressão sobre sua habilidade para se
comunicar (por exemplo, transmitir a sua mensagem independentemente da sua
fluência)?” da variável, observamos maiores escores atribuídos à habilidade em falar
comparados aqueles atribuídos à habilidade em se comunicar. Os dados encontrados
na tabela 11, referentes à variável “Informações Gerais”, indicam que os gagos têm
uma impressão mais negativa sobre sua habilidade para falar (33%) do que sobre sua
habilidade para se comunicar (11%). Os maiores escores obtidos no OASES-A,
atribuindo maior escore à dificuldade na habilidade para falar podem significar que o
sujeito que gagueja se sente mais prejudicado em nível da fala do que em nível da
comunicação, onde outros meios podem ser agregados à fala para transmissão da
mensagem, como por exemplo, a linguagem gestual. O índice sobe, no entanto,
quando questionados sobre ser identificado como pessoa que gagueja e sobre a
variação da fluência nas diferentes situações (Tabela 11 - questões C.8, C.9), onde tais
experiências foram referidas como sendo negativas por 50% dos indivíduos da
amostra.
71
Bragatto, E.L. 72
72
Bragatto, E.L. 73
C.6 - “O quanto você concorda ou discorda com estas afirmações? – “As pessoas
devem fazer tudo que podem para não gaguejar”; B.8 - “Com que freqüência você
utiliza pausas cheias (por exemplo, “hum”, , “ahh”, pigarrear) ou muda algo na sua fala
(por exemplo, tonicidade) para parecer mais fluente? (obs.: isto não se refere às
técnicas que você tenha aprendido na terapia)”; B.2 - “Com que freqüência você sente
tensão física quando fala fluentemente?”; B.1 - “Com que freqüência você sente tensão
física quando gagueja?”; B.3 - “Com que freqüência você apresenta piscar de olhos,
caretas, movimentos com as mãos etc. quando gagueja?”. Na mesma tabela, os
resultados apontaram uma correlação forte (coeficiente de correlação >070), nas
questões: C.10 - “O quanto você concorda ou discorda com estas afirmações? – “Eu
não tenho confiança nas minhas habilidades de fala”; C.8 - “O quanto você concorda ou
discorda com estas afirmações? – “Eu não falo tão bem quanto a maioria das pessoas”;
A.6 - “Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência você se sente
deprimido?”; A.4 - “Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência você
e sente isolado?”
O constrangimento foi o segundo fator mais citado, sendo referido por 33% dos
indivíduos (Tabela 13 – questão A.8), apresentando-se, portanto, além da ansiedade,
como um elemento relevante a ser analisado. Em seu trabalho sobre recuperação da
gagueira, Onslow e Packman (1999) alertaram para a relevância do constrangimento
dentre as reações apresentadas pela pessoa que gagueja e sugeriram que, além das
medidas comportamentais da ansiedade, também fossem incorporadas nas pesquisas
futuras outras medidas, como as de expectativa de constrangimento e coação social.
Vários autores sugeriram que os sentimentos e atitudes podem ser componentes
importantes da gagueira (Conture, 1993; Bloodstein, 1995; Blood e cols., 2001; Guitar,
73
Bragatto, E.L. 74
2006; Bloodstein & Ratner, 2008). Os sentimentos seriam as reações imediatas, como
as de medo, vergonha e constrangimento, frente às experiências negativas de falar
fluentemente. As atitudes demandariam da repetição de tais experiências ao longo do
tempo. Adotando-se essa hipótese ao analisarmos os resultados encontrados no
presente trabalho, podemos supor que os sentimentos de ansiedade e constrangimento
seriam cristalizados ao longo da repetição das experiências negativas de fala, e
transformados em atitudes. Isto pode ter sido uma das razões do alto percentual nas
questões sobre apresentar ansiedade e/ou constrangimento sempre ou muitas vezes,
concomitante a uma situação de fala disfluente
74
Bragatto, E.L. 75
75
Bragatto, E.L. 76
76
Bragatto, E.L. 77
durante a infância a figura dos pais imprime um caráter de autoridade e hierarquia que,
com o passar dos anos, vai cedendo espaço a uma maior liberdade de expressão e
equidade. Essa dinâmica familiar pode auxiliar na promoção de um maior diálogo e,
consequentemente, na redução do nível de estresse e na melhora da competência
comunicativa da pessoa que gagueja.
77
Bragatto, E.L. 78
gagueja. Falar em público, onde há um maior número de pessoas é uma das maiores
queixas referidas pela pessoa que gagueja (Blood e cols., 2001; Bloodstein, 1995;
Conture, 1993; Guitar, 2006; Bloodstein & Ratner, 2008).
Conversar ao telefone é uma das maiores queixas referidas pela pessoa que
gagueja (Blood e cols., 2001; Bloodstein, 1995; Conture, 1993;Guitar, 2006; Bloodstein
& Ratner, 2008). Porém, o OASES-A permite uma avaliação mais detalhada sobre o
assunto, já que questiona o uso do telefone em situações distintas. Os indivíduos da
presente amostra indicaram que falar ao telefone no trabalho apresenta algum grau de
dificuldade para 82% deles (Tabela 18 – Questão B.1), seguido de 66% quando a
78
Bragatto, E.L. 79
conversa ao telefone ocorre no dia a dia (Tabela 17 – Questão A.7). Porém, o índice
cai drasticamente para 28% quando se trata de falar ao telefone estando no ambiente
familiar (Tabela 20 – Questão D.1). Normalmente, no ambiente de trabalho interagimos
com pessoas de hierarquia superior e com clientes ou fornecedores, situação que é
referida pelas pessoas que gaguejam como sendo desconfortável. Isto talvez tenha
contribuído para que falar ao telefone no trabalho tenha alcançado o percentual de
dificuldade mais elevado.
79
Bragatto, E.L. 80
Avaliando as questões A.1, A.2 e A.3 da variável Qualidade de vida (Tabela 22),
cujos enunciados foram descritos acima, observamos que a maioria dos indivíduos da
amostra referiu algum grau de prejuízo. Porém, quando questionados sobre a própria
reação e a de outras pessoas frente à gagueira os índices se elevaram para 66% e
67%, respectivamente, indicando que as próprias reações e as reações do interlocutor
frente ao discurso disfluente são fatores que afetam muito a qualidade de vida. Estes
resultados também ratificam aqueles encontrados nas questões da variável “Reações à
gagueira”, revelando um dos handicapes provocados pela gagueira, que afetam
diretamente a qualidade de vida das pessoas que gaguejam. Além disso, reforça a
importância do trabalho de conscientização da sociedade sobre a gagueira, como já
vem sendo feito em campanhas de sensibilização e orientação por diversos
organismos da área da Fonoaudiologia.
80
Bragatto, E.L. 81
A gagueira foi citada pelos indivíduos da amostra como um fator que interfere
muito/completamente em quesitos intimamentes ligados à qualidade de vida. A auto-
estima foi citada por 28% dos indivíduos, a auto-confiança por 22%, o entusiasmo pela
vida por 17%, a saúde geral e bem estar físico por 17% e o vigor geral por 22% (Tabela
26 – Questões E.1, E.3, E.4, E.5, E.6). O resultado da presente pesquisa concorda
com a proposta de que a gagueira pode afetar mais do que apenas a habilidade da
pessoa em produzir uma fluência apropriada, sendo a qualidade de vida um importante
fator a ser considerado por sua característica multidimensional (Yaruss e Quesal, 2004;
81
Bragatto, E.L. 82
Yaruss e Quesal, 2006; Andrade e cols., 2008; Yaruss, 2007; Craig e cols. 2009;
Bricker e cols., 2009a; Bricker e cols., 2009b; Cummins, 2010, Yaruss, 2010).
82
Bragatto, E.L. 83
clusters não muito bem separados, embora detectados como um único cluster. As
médias e medianas dos três clusters indicam que o cluster 1 (n = 7) pode ser
identificado como o das médias e medianas com maiores valores, que o cluster 2 (n =
1) é o mais claramente distinto dos outros, e que o cluster 3 (n = 10) é o das médias e
medianas com menores valores (Tabela 29 e Figura 3):
83
Bragatto, E.L. 84
84
Bragatto, E.L. 85
A medição de fatores como qualidade de vida tem uma relevância como meio de
monitorar e avaliar o impacto de intervenções de saúde numa população (Yaruss,
2010). A partir dessas reflexões, fica em aberto a possibilidade de análises e
inferências que enfoquem outros aspectos além dos que aqui foram desenvolvidos, a
caminho de mais experiências que possam representar maiores avanços. A
continuidade deste estudo é imprescindível, pela obtenção de sua validade e
fidedignidade e também normatização quanto as variáveis idade, sexo e escolaridade.
Espera-se que o OASES-A aqui traduzido e adaptado supra, de modo inicial, a
obtenção desses novos parâmetros propostos pela OMS e auxilie outros
pesquisadores engajados na linha preconizada pela CIF.
85
Bragatto, E.L. 86
6 CONCLUSÕES
86
Bragatto, E.L. 87
não houve dificuldade nas etapas de tradução da versão original do OASES-A para
o português brasileiro. As comparações entre a tradução e a tradução reversa
resultaram em apenas uma alteração de equivalência conceitual e nenhuma de
equivalência cultural. As adaptações se concentraram nas equivalências semântica
e, principalmente, na idiomática;
87
Bragatto, E.L. 88
88
Bragatto, E.L. 89
dentre as 4 variáveis.
7 ANEXOS
89
Bragatto, E.L. 90
ANEXO I
90
Bragatto, E.L. 91
91
Bragatto, E.L. 92
92
Bragatto, E.L. 93
93
Bragatto, E.L. 94
-------------------------------------------------
Assinatura do
Data / /
participante/representante legal
-------------------------------------------------------------------------
Assinatura da testemunha Data / /
-------------------------------------------------------------------------
Assinatura do responsável pelo estudo Data / /
94
Bragatto, E.L. 95
ANEXO I I
95
Bragatto, E.L. 96
1. How often are you Quantas vezes você é 1. How many times are Com que freqüência
able to speak fluently? capaz de falar you able to speak você é capaz de falar
fluentemente? fluently? fluentemente?
2. How often does your Quantas vezes sua fala 2. How many times do Com que freqüência a
speech sound “natural” soa natural para você your speech sound sua fala soa “natural”
to you (i.e., like the (por exemplo, como a “natural” to you (i.e., para você (por
speech of other fala de outra pessoa)? like the speech of other exemplo, como a fala
people)? people)? de outra pessoa)?
3. How consistently are Quão consistente você 3. How consistently are Com que consistência
you able to maintain é na manutenção de you able to maintain você é capaz de
fluency from day to sua fluência de um dia fluency from day to manter a fluência de
day? para o outro? day? um dia para o outro?
4. How often do you Quantas vezes você 4. How many times do Com que freqüência
use techniques , usa técnicas, you use techniques , você utiliza técnicas,
strategies, or tools you estratégias ou strategies, or tools you estratégias ou
learned in speech ferramentas que você learned in speech ferramentas que
therapy? aprendeu na terapia de therapy? aprendeu na terapia de
fala? fala?
5. How often do you Quantas vezes você 5. How many times do Com que freqüência
say exactly what you diz exatamente o que you say exactly what você diz exatamente o
want to say even if you quer dizer mesmo que you want to say even if que quer mesmo
think you might stutter? ache que poderá you think you might achando que poderá
gaguejar? stutter? gaguejar?
B. How Quanto você sabe B. How much do you Qual o seu nível de
knowledgeable are sobre…? know about...? conhecimento
you about...? sobre...?
2. Factors that affect Fatores que afetam a 2. Factors that affect Os fatores que afetam
stuttering gagueira stuttering a gagueira
3. What happens with O que acontece com a 3. What happens with O que acontece com a
your speech when you sua fala quando você your speech when you sua fala quando você
96
Bragatto, E.L. 97
C. Overall, how do De forma geral, como C. Overall, how do De forma geral, qual é
you feel about…? você se sente you feel about…? sua impressão
sobre…? sobre...?
1. Your speaking ability Sua habilidade para 1. Your speaking ability Sua habilidade para
falar falar
2. Your ability to Sua habilidade para se 2. Your ability to Sua habilidade para se
communicate (i.e. to comunicar (por communicate (i.e. to comunicar (por
get your message exemplo, transmitir a get your message exemplo, transmitir a
across regardless of sua mensagem across regardless of sua mensagem
your fluency) independentemente da your fluency) independentemente da
sua fluência) sua fluência)
3.The way you sound O modo como você 3.The way you sound O modo como você
when you speak soa quando você fala when you speak soa quando está
falando
5.Your ability to use Sua habilidade para 5.Your ability to use Sua habilidade para
techniques you learned usar as técnicas que techniques you learned usar as técnicas que
in speech therapy aprendeu na terapia de in speech therapy aprendeu na terapia de
fala fala
6. Being a person who Ser uma pessoa que 6. Being a person who Você ser uma pessoa
stutters gagueja stutters que gagueja
7. The speech therapy O programa de terapia 7. The speech therapy O programa de terapia
program you attended de fala que você program you attended de fala que freqüentou
most recently freqüentou mais most recently mais recentemente
recentemente
8. Being identified by Ser identificado por 8. Being identified by Ser identificado por
other people as a outras pessoas como other people as a outra pessoa como
stutterer/person who gago/pessoa que stutterer/person who gago / pessoa que
stutters gagueja stutters gagueja
10. Self-help or support Grupos de auto-ajuda 10. Self-help or support Grupos de auto-ajuda
97
Bragatto, E.L. 98
groups for people who ou de apoio para groups for people who ou de apoio para as
stutter pessoas que gaguejam stutter pessoas que gaguejam
Section II: Reactions Seção II: Reações à Section II: Reactions Seção II: Reações à
to Stuttering gagueira to Stuttering gagueira
A. When you think Quando você pensa A. When you think Quando você pensa
about your stuttering, sobre sua gagueira, about your stuttering, sobre a sua gagueira,
how often do you quantas vezes você how often do you com que freqüência
feel...? (Note:, please se sente...? (Obs.: por feel...? (Note:, please você se sente...?
complete both columns favor, complete ambas complete both columns (Obs.: por favor,
in this section) as colunas dessa in this section) complete as duas
seção) colunas neste item)
B. How often do Quantas vezes B. How many times Com que freqüência
you...? você…? do you...? você...?
1. Experience physical Sente tensão física 1. Experience physical Sente tensão física
tension when stuttering quando gagueja tension when stuttering quando gagueja
2. Experience physical Sente tensão física 2. Experience physical Sente tensão física
tension when speaking quando fala tension when speaking quando fala
fluently fluentemente fluently fluentemente
3. Exhibit eye blinks, Apresenta piscar de 3. Exhibit eye blinks, Apresenta piscar de
facial grimaces, arm olhos, caretas, facial grimaces, arm olhos, caretas,
movements, etc. when movimentos com as movements, etc. when movimentos com as
stuttering mãos etc. quando stuttering mãos etc. quando
gagueja gagueja
4. Break eye contact or Interrompe o contato 4. Break eye contact or Não mantém contato
avoid looking at your de olho ou evita olhar avoid looking at your de olho ou evita olhar
listener para o seu ouvinte listener para o seu ouvinte
5. Avoid speaking in Evita falar em certas 5. Avoid speaking in Evita falar em certas
certain situations or to situações ou com certain situations or to situações ou com
98
Bragatto, E.L. 99
6. Leave a situation Sai de uma situação 6. Leave a situation Sai de uma situação
because you think you porque acha que because you think you porque acha que
might stutter poderá gaguejar might stutter poderá gaguejar
7. Not say what you Não diz o que quer 7. Not say what you Não diz o que quer
want to say (e.g., avoid dizer (por exemplo, want to say (e.g., avoid dizer (por exemplo,
or substitute words, evita ou substitui or substitute words, evita ou substitui
refuse to answer palavras, recusa-se a refuse to answer palavras, recusa-se a
questions, order responder perguntas, questions, order responder perguntas,
something you do not pede algo que não something you do not pede algo que não
want because it is precisa porque é mais want because it is precisa porque é mais
easier to say fácil de dizer) easier to say fácil de dizer)
8. Use filler words or Utiliza pausas cheias 8. Use filler words or Utiliza pausas cheias
starters (e.g., “um”, (por exemplo, “hum”, , starters (e.g., “um”, (por exemplo, “hum”, ,
clearing throat), or “ahh”, pigarrear) ou clearing throat), or “ahh”, pigarrear) ou
change something muda algo na sua fala change something muda algo na sua fala
about your speech (por exemplo, about your speech (por exemplo,
(e.g., use an accent) to tonicidade) para (e.g., use an accent) to tonicidade) para
be more fluent (Note: parecer mais fluente be more fluent (Note: parecer mais fluente
this does not refer to (obs.: isto não se refere this does not refer to (obs.: isto não se refere
techniques you may às técnicas que você techniques you may às técnicas que você
have learned in tenha aprendido na have learned in tenha aprendido na
therapy.) terapia) therapy.) terapia)
10. Let somebody else Deixa que alguém fale 10. Let somebody else Deixa que alguém fale
speak for you por você speak for you por você
1. I think about my Eu penso sobre minha 1. I think about my Eu penso sobre minha
stuttering nearly all the gagueira quase o stuttering nearly all the gagueira quase o
time tempo todo time tempo todo
2. People´s opinions A opinião das pessoas 2. People´s opinions A opinião das pessoas
about me are based sobre mim é baseada about me are based sobre mim é baseada
primarily on how I principalmente em primarily on how I principalmente em
speak. como eu falo speak. como eu falo
3. If I did not stutter, I Se eu não gaguejasse, 3. If I did not stutter, I Se eu não gaguejasse,
would be better able to seria muito mais capaz would be better able to seria muito mais capaz
achieve my goals in life de alcançar meus achieve my goals in life de alcançar meus
objetivos na vida objetivos de vida
4. I do not want people Eu não quero que as 4. I do not want people Eu não quero que as
to know that I stutter pessoas saibam que to know that I stutter pessoas saibam que
eu sou gago eu sou gago
99
Bragatto, E.L. 100
7. People who stutter As pessoas que 7. People who stutter As pessoas que
should not take jobs gaguejam não should not take jobs gaguejam não
that require a lot of deveriam ter trabalhos that require a lot of deveriam trabalhar em
speaking. que necessitem de speaking. áreas que necessitem
muita fala de muita fala
8. I do not speak as Eu não falo tão bem 8. I do not speak as Eu não falo tão bem
well as most other quanto a maioria das well as most other quanto a maioria das
people. pessoas people. pessoas
9. I cannot accept the Eu não posso aceitar o 9. I cannot accept the Eu não posso aceitar o
fact that I stutter. fato de que sou gago fact that I stutter. fato de que sou gago
10. I do not have Eu não tenho confiança 10. I do not have Eu não tenho confiança
confidence in my em minha habilidade confidence in my nas minhas habilidades
abilities as a speaker. como falante abilities as a speaker. de fala
A. How difficult is it O quanto é difícil para A. How difficult is it O quanto é difícil para
for you to você se comunicar for you to você se comunicar
communicate in the durante estas communicate in the durante estas
following general situações gerais? following general situações gerais?
situations? situations?
1. Talking with another Conversar com outras 1. Talking with another Conversar com outras
person “one-on-one” pessoas “cara a cara” person “one-on-one” pessoas “cara a cara”
2. Talking while under Conversar quando está 2. Talking while under Conversar quando está
time pressure sob pressão pelo time pressure sob pressão pelo
tempo pouco tempo
5. Talking with people Conversar com 5. Talking with people Conversar com
you do know well (e.g., pessoas que você you do know well (e.g., pessoas que você
friends) conhece bem (por friends) conhece bem (por
exemplo, os amigos) exemplo, os amigos)
100
Bragatto, E.L. 101
6. Talking with people Conversar com 6. Talking with people Conversar com
you do not know well pessoas que você não you do not know well pessoas que você não
(e.g., strangers) conhece bem (por (e.g., strangers) conhece bem (por
exemplo, estranhos) exemplo, estranhos)
B. How difficult is it O quanto é difícil para B. How difficult is it O quanto é difícil para
for you to você se comunicar for you to você se comunicar
communicate in the durante estas communicate in the durante estas
following situations situações no following situations situações no
at work? trabalho? at work? trabalho?
1. Using the telephone Usando o telefone no 1. Using the telephone Usando o telefone no
at work trabalho at work trabalho
3. Talking with co- Falando com 3. Talking with co- Falando com
workers or other people colaboradores ou workers or other people colaboradores ou
you work with (e.g., outras pessoas que you work with (e.g., outras pessoas que
participating in trabalham com você participating in trabalham com você
meetings) (por exemplo, meetings) (por exemplo,
participando de um participando de um
congresso) congresso)
5. Talking with your Falando com o seu 5. Talking with your Falando com o seu
supervisor or boss supervisor ou chefe supervisor or boss supervisor ou chefe
C. How difficult is it O quanto é difícil para C. How difficult is it O quanto é difícil para
for you to você se comunicar for you to você se comunicar
101
Bragatto, E.L. 102
D. How difficult is it O quanto é difícil para D. How difficult is it O quanto é difícil para
for you to você se comunicar for you to você se comunicar
communicate in the durante estas communicate in the durante estas
following situations situações em casa? following situations situações em casa?
at home? at home?
1. Using the telephone Usando o telefone em 1. Using the telephone Usando o telefone em
at home casa at home casa
5. Taking part in family Tomando parte nas 5. Taking part in family Tomando parte nas
discussions discussões em família discussions discussões em família
Section IV: Quality of Seção IV: Qualidade Section IV: Quality of Seção IV: Qualidade
Life de vida Life de vida
A. How much is your De forma geral, o A. How much is your De forma geral, o
overall quality of life quanto a sua overall quality of life quanto a sua
negatively affected qualidade de vida é negatively affected qualidade de vida é
by…? afetada by…? afetada
negativamente por / negativamente por /
102
Bragatto, E.L. 103
pela(s)...? pela(s)...?
2. Your reactions to Suas reações frente à 2. Your reactions to Suas reações frente à
your stuttering gagueira your stuttering gagueira
3. Other people’s Reação das outras 3. Other people’s Reação das outras
reactions to your pessoas frente a sua reactions to your pessoas frente a sua
stuttering gagueira stuttering gagueira
B. Overall, how much De forma geral, o B. Overall, how much De forma geral, o
does stuttering quanto a sua does stuttering quanto a sua
interfere with your gagueira interfere na interfere with your gagueira interfere na
satisfaction with sua satisfação em se satisfaction with sua satisfação em se
communication…? comunicar...? communication…? comunicar...?
3. In social situations Nas situações sociais 3. In social situations Nas situações sociais
C. Overall, how much De forma geral, o C. Overall, how much De forma geral, o
does stuttering quanto a sua does stuttering quanto a sua
interfere with your...? gagueira interfere no interfere with your...? gagueira interfere no
seu...? seu...?
D. Overall, how much De forma geral, o D. Overall, how much De forma geral, o
does stuttering interfere quanto a gagueira does stuttering interfere quanto a gagueira
with your…? interfere com a with your…? interfere com a
sua...? sua...?
2. Satisfaction with Satisfação com o seu 2. Satisfaction with Satisfação com o seu
103
Bragatto, E.L. 104
E. Overall, how much No geral, quanto a E. Overall, how much De forma geral, o
does stuttering gagueira interfere does stuttering quanto a gagueira
interfere with your...? com o seu...? interfere with your...? interfere no(a)...?
1. Sense of self-worth Senso de valor próprio 1. Sense of self-worth Seu senso de valor
or self-esteem ou auto-estima or self-esteem próprio ou auto-estima
2. Overall outlook on Sua percepção global 2. Overall outlook on Sua percepção global
life da vida life da vida
4. Enthusiasm for life Seu entusiasmo pela 4. Enthusiasm for life Seu entusiasmo pela
vida vida
5. Overall health and Sua saúde geral e 5. Overall health and Sua saúde geral e
physical well-being bem estar físico physical well-being bem estar físico
6. Overall stamina or Seu vigor geral ou 6. Overall stamina or Seu vigor geral ou
energy level nível de energia energy level nível de energia
7. Sense of control Seu senso de controle 7. Sense of control Seu senso de direção
over your life sobre sua vida over your life e controle da sua vida
8. Spiritual well-being Seu bem estar 8. Spiritual well-being Seu bem estar
espiritual espiritual
104
Bragatto, E.L. 105
ANEXO I I I
105
Bragatto, E.L. 106
Amostra
Nome: _____________________________ XX
Idade:_____ Sexo: M F Data: : 00/00/00
Instruções: Este teste consiste de 4 partes que examinam diferentes aspectos da sua experiência sobre
gagueira. Por favor, complete cada item circulando o número apropriado. Caso um item não se aplique a
você, deixe-o em branco e passe para o item seguinte.
A. Informações gerais sobre sua fala. Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca
B.Qual o seu nível de conhecimento sobre...? Extremo Alto Médio Baixo Nenhum
1. A gagueira em geral 1 2 3 4 5
2. Os fatores que afetam a gagueira 1 2 3 4 5
3. O que acontece com a sua fala quando você gagueja 1 2 3 4 5
4. As opções de tratamento para as pessoas que gaguejam 1 2 3 4 5
5. Os grupos de auto-ajuda ou de apoio para as pessoas que 1 2 3 4 5
gaguejam
C. De forma geral, qual é sua impressão sobre...? Muito Positiva Neutra Um pouco Muito
Positiva Negativa Negativa
106
Bragatto, E.L. 107
A. Quando você pensa sobre a sua gagueira, com que freqüência você se sente...? (Obs.: por favor, complete as duas
colunas neste item)
C. O quanto você concorda ou discorda com estas afirmações Discordo Discordo Neutro Concordo Concordo
muito um pouco um pouco muito
107
Bragatto, E.L. 108
A. O quanto é difícil para você se comunicar durante estas Nenhuma Não Um pouco Muito Extremamente
situações gerais? Dificuldade muito difícil difícil difícil difícil
B. O quanto é difícil para você se comunicar durante estas Nenhuma Não Um pouco Muito Extremamente
situações no trabalho? Dificuldade muito difícil difícil difícil difícil
C. O quanto é difícil para você se comunicar durante estas Nenhuma Não Um pouco Muito Extremamente
situações sociais? Dificuldade muito difícil difícil difícil difícil
D. O quanto é difícil para você se comunicar durante estas Nenhuma Não Um pouco Muito Extremamente
situações em casa? Dificuldade muito difícil difícil difícil difícil
108
Bragatto, E.L. 109
A. De forma geral, o quanto a sua qualidade de vida é afetada Nada Muito pouco Pouco Muito Completamente
negativamente por / pela(s)...?
1. Sua gagueira 1 2 3 4 5
2. Suas reações frente à gagueira 1 2 3 4 5
3. Reação das outras pessoas frente a sua gagueira 1 2 3 4 5
B. De forma geral, o quanto a sua gagueira interfere na sua Nada Muito pouco Pouco Muito Completamente
satisfação em se comunicar...?
1. No geral 1 2 3 4 5
2. No trabalho 1 2 3 4 5
3. Nas situações sociais 1 2 3 4 5
4. Em casa 1 2 3 4 5
C. De forma geral, o quanto a sua gagueira interfere no seu...? Nada Muito pouco Pouco Muito Completamente
D. De forma geral, o quanto a gagueira interfere com a sua...? Nada Muito pouco Pouco Muito Completamente
E. De forma geral, o quanto a gagueira interfere no(a)...? Nada Muito pouco Pouco Muito Completamente
109
Bragatto, E.L. 110
Instruções para os Clínicos. Calcule os Escores de Impacto para cada uma das 4
partes do OASES-S primeiro somando o número de pontos em cada parte (a) e depois
pela contagem do número de itens completados em cada parte (b). Divida o número
total de pontos (a) pelo número de itens (b) para obter o escore de impacto. Os escores
de impacto variarão de 1.0 à 5.0. Determine os Graus de Impacto de cada parte
baseado nos escores de impacto da tabela no final da página. Se houver alguma
dúvida, entre em contato com J. Scott Yaruss, PhD, pelo site jsyaruss@pitt.edu.
Amostra
Nome: _________________________ XX
Idade:_____ Sexo: M F Data: : 00/00/00
110
Bragatto, E.L. 111
8 REFERÊNCIAS
111
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119
Bragatto, E.L. 120
ABSTRACT
120
Bragatto, E.L. 121
The objective of this study was to translate and adapt to Portuguese the “ Overall
Assessment of the Speaker’s Experience of Stuttering - Adults – Adults (OASES-A),
an instrument based on the International Classification of Functioning, Disability,&
Health-ICF(World Health Organization), which has already been validated in the United
States of America. The process of translation and back-translation was carried out by
specialists who respected semantic, conceptual, cultural and idiomatic characteristics.
The OASES-A assesses stuttering from the perspective of the stutterer himself
including communicative difficulty and impact on quality of life. The adapted to
Portuguese version of the OASES –A for available people who stuttering intended
provide the specialists informations about stutters avaliation and terapy in order to
provide them with a more effective treatment.
121
Bragatto, E.L. 122
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
122
Bragatto, E.L. 123
Rother E T, Braga MER. Como elaborar sua tese: Estrutura e referências. 2ª ed. rev. e
ampl. São Paulo:2005.
123