O estudo morfossintático refere-se à organização
estrutural da linguagem.
• Morfologia (que trata das formas das palavras)
• Sintaxe (que estuda as funções)
Põe em evidencia a origem social e cultural e
afirmam que é na interação social que se dão os
processos de aquisição da linguagem.
• A partir da competência lingüística que a criança
adquire ao longo do seu desenvolvimento, surge a
competência comunicativa, que é definido como a:
“totalidade do conhecimento que permite a um
falante produzir expressões estruturalmente bem-
formadas, precisas em suas referências e
adequadas ao contexto”.
(Schiefelbusch e Pickar, 1984)
• A psicolingüística atual coloca os aspectos
morfossintáticos no mesmo plano que as outras
dimensões da linguagem (A. Costa, 2003)
• Considera o contexto como mediador no
surgimento e desenvolvimento, detendo-se mais
nos usos (fins ou funções) que têm as estruturas
lingüísticas nos intercâmbios comunicativos.
• Parte desse processo depende da interação ativa
da criança com membros competentes da língua da
mesma comunidade de fala ou cultura.
• Halliday, 1982, associa determinados aspectos
gramaticais da linguagem às funções: heurística e
representativa, afirmando que a gramática surge
como um meio para organizar a armazenar sua
experiência
Os linguistas Del Rio e Vilaseca (1988) destacam
quatros etapas:
I. Pré-Linguagem
II. Primeiro desenvolvimento sintático
III. Expansão gramatical
IV. Últimas aquisições
–
• 0 aos 6 m. - vocalizações começam a adquirir
algumas características da Linguagem, (entonação,
ritmo ,etc.)
• 9 aos 10 m.- Pré-conversação: vocalização
respeitando os turnos conversação. A criança
vocaliza mais nos turno deixados pelos adultos.
• 11 aos 12m.- Compreende palavras familiares
suas vocalizações são mais precisas e controladas
quanto à altura tonal e intensidade, agrupa sons e
sílabas repetidas à vontade.
–
• 12 aos 18m.- Surgem as primeiras palavras
funcionais, observa-se sobreextensão-semântica
ex.: chama todos os animais de (“au-au”).
Aumento da compreensão e emissão de palavras.
• 18 aos 24m.- Surgem enunciados de dois
elementos, costumam fazer pausas entre as
palavras ex.:”mamãe//aqui”, “carro//papai”
Uso de orações negativas “não” isolado ou no
começo ou fim do enunciado • ( ‘que ‘não)/quer não;
(omi não)/dormir não
Surgem as primeiras interrogativas marcadas com
o quê? onde?
• 24 aos 30m.- “Fala telegráfica” omitem
artigos, preposições e flexões de gênero.
Surge sequências de três elementos(N-V-N)
Ex.:”nenê qué bincar”. (nenê quer brincar)
–
• 30 aos 36m. (de 2,6 – 3 anos) - A estrutura da
frase vai se tornando mais complexa com até
quatro elementos.
Surge as frases coordenadas (“mamãe não está e
papai não está”)
Uso de flexões de gênero e número.
Forma rudimentar do verbo ser e estar.
Surge pronome de primeira, segunda e terceira
pessoa.
Artigo definido” o”, “a”.
Advérbios de lugar.
• 36 aos 42 m. (3 – 3,6 anos)- Uso frequente da
conjunção e; surgem subordinadas com “mas, e
porque”.
Uso rudimentar do “ que” nas orações relativas • Já
integra a partícula “não” na estrutura das frases
negativas. Ex: A coleguinha não foi.
Os marcadores interrogativos tornam-se mais
complexos.
Uso correto dos auxiliares ser e ter permitem o uso
do tempo passado composto. Ex: “A boneca tinha
comido”
Surge frases rudimentares do futuro. Ex: “vou
pular”
• 42 aos 54m. (dos 3,6 – 4,6 anos) - As diversas
estruturas gramaticais vão sendo
complementadas: sistema pronominal, pronomes
possessivos, verbos auxiliares etc.
Observa-se diminuição de erros sintático e
morfológicos.
O domínio das preposições de tempo e espaço
aumentam muitas vezes não são utilizados de
forma correta.
Frases afirmativas, negativas e interrogativas cada
vez mais complexas
– • E não aparecem nos estudos de pesquisa as
• Aos 54 meses (4,6 anos) - a criança aprende
estruturas sintáticas mais complexas: • Passivas,
Condicionais, Circunstâncias
• Aos 5 anos - consegue o domínio do sistema
gramatical básico de uma língua.
• Aos 6 anos - usa os distintos feitos da língua
(adivinhações, piadas etc) e julgar a correta
utilização da sua própria linguagem.
Alguns aspectos de aquisição são mais tardios
como:
• Utilização correta e advérbios e pronomes de
espaço e tempo
• Aumento de pronomes possessivos.
• Uso da forma verbal mais-que-perfeito
condicional.
• Uso da concordância dos tempos verbais entre a
oração principal e a subordinada.
• Mudança da ordem habitual dos elementos das
frases, para dar ênfase.
• Uso correto das formas irregulares dos verbos
(Vila,1989)
• Surgimento precoce
• Aos 3 anos a criança já respeita as marcas de
gênero e número
• Uso do artigo definido ( o, os a, as) e indefinido
(um, uma, uns umas.)
(Muñoz, 1986)
• Aos 2 anos surge os pronomes pessoais “EU” e “
VOCÊ”.
• Aos 3 anos surge os pronomes de terceira pessoa
ELE, ELES, ELA, ELAS
• Aos 7 anos como anáfora (substituto de um
sintagma nominal anterior ou posterior)
Ex: Julia entregou-lhe a rosa.
(Gaya, 1972)
• Aos 4 anos já estão consolidadas ao preposições:
A, COM, DE, EM, e POR
• As preposições ENTRE, SEM (quase não são
usadas em crianças dos quatro aos sete anos.
preposições CONTRA, DESDE, e ATÉ.
(Gaya, 1972)
• São pouco utilizadas pelas crianças
• Dentre as coordenadas foram usadas “QUE, E,
MAS”
• Na Subordinativa - QUE, PARA QUE, PORQUE,
POIS e SE.
(Clemente, 1985)
• Os primeiros tempos verbais utilizados pelas
crianças são: IMPERATIVO e PRESENTE do
INDICATIVO.
• Depois vem o uso do tempo PASSADO
• E por último uso do FUTURO.
• Segundo Gaya, o tempo IMPERFEITO e INDEFINIDO
são usado por crianças com 4 ou 5 anos.
• Segundo o autor as ações futuras antes dessa
faixa etária frequentemente são expressas com o
presente. Ex: “ meu pai chega amanhã”
Aos dois anos surgem as marcas de gênero e
número. Os erros na marca de número
costumam referir-se à sua generalização a
substantivos não quantificáveis (água, areia, etc.)
ou a erros de concordância.