Você está na página 1de 132

Módulo 2

Avaliação e
Terapia dos
Transtornos
Fonéticos
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Conteúdo Programático
• Avaliação da fala – Protocolos MBGR – Histórico e exame clínicos
• Protocolo de avaliação do frênulo lingual
• Etiologia das alterações de fala de origem músculo-esqueletal e
diagnóstico diferencial
• Alterações do frênulo lingual e seu impacto na fala
• Propostas de intervenção fonoaudiológica
• Etapas da terapia fonoaudiológica
• Estratégias, materiais terapêuticos e pistas auditivas, visuais e tátil-
cinestésicas para trabalhar ceceio anterior, ceceio lateral,
arquifonema {S}, r brando, grupos consonantais, arquifonema {R}
e imprecisão articulatória
• Princípios do Aprendizado Motor e sua aplicação na prática clínica
• Orientações à familia durante o tratamento
• Sugestão de bibliografia atualizada sobre o tema

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Prática clínica

“Onde um ensina, dois aprendem”


(Robert Heinlein)

“A melhor maneira de aprender é ensinar”


(Maria Montessori)
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Sugestão de materiais para a parte prática
ü Escova de dentes
ü Fio ou fita dental
ü Abaixadores de língua
ü Garrote grosso (pedaço de 4cm)
ü Rolha pequena
ü Elástico ortodôntico tamanho 5/16
ü Massageador facial
ü Micropore e Transpore (largura: 12mm)
ü Saleiro de plástico (preferencialmente) com bolinhas de
isopor ou papéis picados
ü Papel, tesoura e cola

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Declaro não ter relações
comerciais com as
empresas dos produtos
indicados

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Ø Desenvolvimento cognitivo e Abordagem:
fonológico adequado
Ø Sistema neurológico intacto Avaliação e terapia
Ø Estruturas envolvidas na
produção deste ato motor
devem estar intactas

Pacientes que apresentam


desenvolvimento cognitivo e/ou
neurológico típicos, podendo ter
alterações funcionais e/ou
ortodônticas
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Fala

• Fonética: estuda os sons da língua em sua


realização concreta, independente da função
linguística. Descreve os sons da linguagem
[fones] e analisa suas particularidades
articulatórias, acústicas e perceptivas.

• Fonologia: estuda os sons sob o ponto de


vista funcional, como elementos que integram
um sistema linguístico determinado. Unidade
da Fonologia é o fonema (//).
Histórico clínico
Obter dados da história clínica

Verificar as funções orofaciais na


situação espontânea (postura corporal,
postura habitual de lábios e de língua,
respiração, deglutição de saliva, fala,
presença de hábitos orais deletérios)

Queixa trazida e queixa do paciente


Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Avaliação da Motricidade
Orofacial

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Avalia a habilidade de produzir várias
repetições de padrões simples de
contrações e fornece informações sobre a
maturação e integridade neuromotoras
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Frênulo lingual ü Taxas de ocorrência: de 0,1 a 37% (8 a
12%)
ü Pequena prega de membrana mucosa que ü Tem caráter hereditário
conecta a língua ao assoalho da boca ü Mais comum no sexo masculino
ü Limitação total ou parcial dos movimentos: ü Pode ser diagnosticada na 22ª semana
anquiloglossia (anomalia oral congênita) de gravidez
ü Restos de tecido embrionário que localizam-se ü Ruptura espontânea ou alongamento
embaixo da língua não sofreram apoptose (morte por exercícios não é possível, nem
celular programada) total ou parcial migração dos pontos de fixação com o
crescimento craniofacial
ü Estudos histológicos na anquiloglossia:
fibras musculares entrelaçadas na
membrana mucosa, alta concentração
de fibras colágenas tipo I (presentes em
ligamentos e tendões), altamente
resistentes à tração, e fibras elásticas
agrupadas em feixes ao epitélio de
revestimento

Martinelli e Marchesan, 2019


É fácil avaliar o Frênulo Lingual?
Qual a posição da língua
recomendada para a
2020 avaliação do frênulo
lingual?
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Vídeo da entrevista da Dra. Irene Marchesan

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Classificação por meio da inspeção visual (antroposcopia)

Anquiloglossia leve

Anquiloglossia moderada

Anquiloglossia grave

Frênulo lingual fino

Frênulo lingual grosso


É uma alteração sistemática ou assistemática?

Afeta a fala como um


Ocorre em todo (e não sons
determinados sons isolados)
Exemplo: ceceio Exemplo: restrição de
lateral abertura de lábios
e/ou mandíbula

Distorção Imprecisão

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Adaptações/compensações na articulação
dos sons decorrente de anquiloglossia

• Imprecisão articulatória
• Velocidade aumentada
• Produção distorcida do [r] vibrante simples alveolar, do [l], [s] e [z]
• Alterações nos movimentos da língua: participação atípica das laterais da língua;
protrusão ou lateralização da língua (ápice para baixo); posição baixa na cavidade
oral
• Alterações nos movimentos da mandíbula (pequena abertura) e de lábios durante
a fala – atípicos
• Maior dificuldade de produção dos grupos consonantais com [l] e [r] (GC com r +
[t] e [d])
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni Martinelli e Marchesan, 2019
Alterações dento oclusais: o que esperar na
produção dos sons da fala?
• Mordida aberta anterior à projeção da língua para anterior
• Ausência dos incisivos anteriores: superiores, inferiores ou ambos à
projeção da língua para anterior
• Classe II de Angle à dorso da língua tende a permanecer
elevado
• Classe III de Angle à a língua tende a ficar no arco inferior
• Mordida cruzada unilateral à tendência de desvio de mandíbula
para o lado cruzado
• Ausência total de dentes à tendência a falar com a boca mais
fechada, maior uso dos lábios, língua baixa na cavidade oral
• Alteração do espaço intra-oral: dificulta o posicionamento da língua
para articular com precisão os sons
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Aumento das tonsilas
• Interposição lingual em [t], [d], [n], [l], [s], [z] e arq {S}
• Imprecisão
• Articulação trancada ou travada
Alterações de fala nos respiradores orais
• Imprecisão da fala
• Menor força na produção dos bilabiais
• Zona articulatória dos fones alveolares alterados
• Traço surdo X sonoro
• Distorções: ceceio anterior e lateral
• Nasalidade/oralidade

• Posicionamento da língua na cavidade oral: baixa ou


posteriorizada
• Tônus diminuído
• Obstrução da passagem de ar pelo nariz
• Acúmulo de saliva – baixa percepção da deglutição de
saliva Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Dentes, mordida e oclusão
• Ausência de elementos
dentários
• Apinhamentos
• Inclinação dos incisivos
superiores (lingualizados ou
vestibularizados)
• Alteração do espaço intra-
oral: dificulta o
posicionamento da língua
para articular com precisão
os fones
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Causas mais frequentes das imprecisões
• Velocidade de fala
• Próteses mal adaptadas
• Respiração oral
• Otites de repetição que levam a alterações de audição
• Quantidade de saliva inadequada
• Tônus
• Má oclusão
• Ansiedade, cansaço, depressão
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Causas mais frequentes das imprecisões

• Medicamentos
• Bebidas alcoólicas
• Falta de exigência do meio
• Pouca importância do interlocutor
• Articulação mais fechada dificultando a emissão correta
dos sons
• Origem neurológica

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Frênulo labial

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
O diagnóstico diferencial influencia
na conduta fonoaudiológica

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Ceceio
anterior

Dentição
decídua

Intervenção
precoce e
condições intra
orais

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Tratamento • o mais importante no tratamento da MO é
realizar o diagnóstico diferencial
• é essencial esclarecer as hipóteses
etiológicas da patologia; a cura do
transtorno depende da causa
• o especialista passa a tratar não somente o
sintoma, mas principalmente a causa do
transtorno
• individual ou em grupo; duração: de 30 a
45 min
• frequência: 1x ou 2x/semana
Reabilitar não significa SEMPRE curar, mas sim realizar novas
adaptações ou compensações, melhorando significativamente a
fala, embora não possamos curá-la totalmente quando a causa
permanecer.
Os estudos têm demonstrado que os exercícios motores orais
são eficazes nos casos de disfagia, apneia obstrutiva do sono e
transtornos neurológicos, mas não para fala.

Dra. Irene Marchesan


Os estudos de neuroimagem tem demonstrado que a ativação
das áreas corticais é diferentes para as tarefas de fala e não fala.

Chang S, Kenney MK, Loucks TMJ, Poletto CJ, Ludlow CL. Common neural substrates support speech and non-speech vocal tract gestures.
Neuroimage. 2009 August 1; 47(1): 314–325.
Dra. Irene Marchesan
• Não se deve utilizar movimentos que não imitem a fala, pois não são
efetivos para alterar os sons da fala.

• Não há som que requeira levantar a ponta da língua até o nariz ou


inflar as bochechas, por exemplo.

• Os movimentos orais são irrelevantes para os movimentos de fala,


não sendo efetivos como técnica de terapia.
Lof GL. Logic, Theory and Evidence Against the Use of Non-Speech Oral Motor Exercises to Change Speech Sound
Productions. ASHA, 2006.

• O trabalho com movimentos da língua não serve para ensinar


fonemas específicos, mas sim para ensinar a língua a se mover
independentemente da mandíbula, por exemplo, nos casos que
exista dificuldade no controle motor oral. Marshalla, 2007
Dra. Irene Marchesan
Exercício de língua + ex. de lábio + fala
Treino das praxias não verbais: para
melhorar o controle motor da fala
Ensinar o paciente a produzir o som correto

Observar a sua própria fala


Princípios da
Terapia de Fala
Comparar a sua fala com a de outras pessoas

Aprender a zona articulatória (ponto)

Bombardeio auditivo e visual

Paciente conseguir emi>r correta e incorretamente


Marchesan e
Martinelli, 2019 Automatizar o som trabalhado
Desenvolvimento da percepção

• objetivo: levar o paciente a


perceber as compensações que
utiliza durante a fala
• paciente deve desenvolver a auto-
observação e a auto-percepção
• recursos: espelho, fotos, filmes

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Detetive da Fala
ü Como falamos? Mexemos quais estruturas?
ü Qual a participação da língua? E quais são os
movimentos?
ü Qual a participação dos lábios? E quais são os
movimentos?
ü Qual é a velocidade da sua fala? E dos seus familiares?
ü Todos na sua casa falam corretamente?
ü Qual a importância da respiração para falar?
ü Acumula saliva na sua boca quando está falando?
ü Precisamos engolir a saliva enquanto falamos?
ü Qual a importância das pregas vocais para falar?

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Conscientização do quadro
• Objetivo: levar o paciente a compreender sobre o seu transtorno da fala
• Passar informações sobre o funcionamento das estruturas do sistema
estomatognático durante a fala
• Abordar os problemas associados e as consequências dos transtornos
diagnosticados
• É a base da fonoterapia atual
• Sem conscientização as mudanças são mais difíceis
• Paciente e família devem estar envolvidos no tratamento

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Fábrica de Voz
Link Youtube
www.superduperinc.com
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
www.fonologia.org
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Consciência fonoarticulatória

Qual boca está fazendo esse som?


Qual som faz essa boca?

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Role play
Aprendizagem da função (fala)
Objetivo: realizar de forma consciente e dirigida a função (fala)

Bombardeio fonológico
Produção - Sequência para trabalhar:
• Som isolado
• Com vogais - estimulabilidade
• Em palavras simples (posição inicial)
• Em palavras complexas (posição inicial)
• Na sílaba tônica
• Em frases
• Em textos (leitura oral), trava-línguas e músicas
• Nomeação rápida
• Na fala/discurso espontâneo/sequência logicotemporal/jogos
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Ceceio anterior (com ou sem distorção)
e interposição de língua nos fones
linguo alveolares
• A partir da dentição mista (nascimento dos 1os
molares permanentes e troca dos incisivos)
• Demonstração na fala do terapeuta (exagero visual) -
relacionar com onomatopeia
• Conscientização da região oral/alerta oral e treino
motor (exercícios de retração, afilamento e elevação
de língua, se necessário)
• Zona articulatória – propriocepção
• Produção Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Alerta oral

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Ceceio anterior (com ou sem
distorção): [s] e [z]
• Pistas visuais:
• Imitar o gesto articulatório do terapeuta; observar dos familiares e da
própria criança
• Observar-se no espelho
• Analisar filmagens do terapeuta, de familiares e da própria criança
• Utilizar desenhos do gesto articulatório (consciência fonoarticulatória)
• Mostrar posição de lábios (sorriso) e de língua (intraoralmente)
• Mostrar fluxo de ar (no saleiro com bolinhas de isopor, com um papel)

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Ceceio anterior (com ou sem
distorção): [s] e [z]

• Pistas auditivas:
• Emitir os fones com as mãos em concha e/ou obstruindo os condutos
auditivos
• Utilizar estetoscópio e/ou microfone e/ou telefone de cano
• Escutar gravações do fone alvo

Fone [z]: há diferença acústica (sonoridade)!

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Ceceio anterior (com ou sem
distorção): [s] e [z]
• Pistas táteis-cinestésicas:
• Sentir o fluxo de ar
• “Marcar” a zona articulatória com o abaixador de língua ou com cerdas
de escova de dente
• Paciente deve desenvolver a habilidade de “segurar” a língua atrás dos
dentes

Para fone [z]: sentir a diminuição de fluxo do ar na mão, quando


comparado ao fone [s] + colocar a mão do paciente na laringe do
terapeuta e na própria laringe para perceber a vibração das pregas
vocais
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Retração exagerada da língua

Contração: isotônica ou isométrica


Músculos: supra-hióideos e pterigóideo lateral, infra-hióideos, milo-
hióideo, estiloglosso, intrínsecos da língua (m. longitudinal inferior e
vertical), hioglosso
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Postura corporal
Sentado nos ísquios
Pés apoiados no chão
Maior distância entre ombros e orelhas
Ángulos de 90º (quadril, joelhos e
tornolezos)

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Fonoaudióloga Paula Moura / CRFª: 16.524. Atividade com Fonemas!

Figuras que contém grupos consonantais com /l/.

Utilização das pranchas:


Treino de palavras
Treino de frases
Treino de memória
Treino de nomeação rápida (as
figuras/estímulos se repetem)
Jogo das metades
Bingo/loto
Dominó
Etc.... Placa, planeta, planta, diploma, pluma, nublado, drible, bíblia, bloco, blusa, flauta, flamingo, flecha, fliperama, beija-flor, classe, bicicleta, picles,
clips, piscina, gladiador, globo, iglu, dupla, pluto, atleta, chiclete, explosão, teclado, triciclo.
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
io
Fim íc
In

Jogo do
SAL
Sapo

6
www.carolfonoterapia.com

2
Volte
Volte 6 casas
1 1casa
Avance
5 casas

@fonoterapia_
www.fonoterapiacomrafaneves.com

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Ceceio lateral [s] e [z]
• Sempre trabalhar (qualquer idade)
• Demonstração na fala do terapeuta (exagero visual)
- relacionar com onomatopeia
• Conscientização da região oral/alerta oral e treino
motor (exercícios de retração, afilamento,
abaixamento do dorso da língua, se necessário)
• Pressionar as bochechas contra os dentes
posteriores, para evitar o escape de ar lateral
• Zona articulatória – propriocepção
• Produção
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Mioarquitetura da língua
Agem em conjunto e possuem suporte próprio, sendo que a contração
das fibras longitudinais é estabilizada pelas fibras verticais e
transversas e vice-versa. O movimento das laterais da língua requer
suporte da parte medial. O movimento da parte anterior da língua
depende do apoio da base.

Sanders e Mu, 2013; Martinelli e Marchesan,


2017; Martinelli e Marchesan, 2018, 2019
Afilamento de língua

Cuidado com
a língua para
baixo

Língua
de EVA
língua larga/língua fina

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


De 4 séries de 15 movimentos, de atrás para frente,
com pausa de 30 segundos entre as séries, com
duas escovas de dentes (Felício, 2020)
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Sucção da língua no palato
Variações:
1. abrindo e fechando a boca;
2. escorregar a língua sugada para trás e estalar:
abaixar o osso hióide

Contração: isotônica/isométrica
Músculos: supra-hióideos e
pterigóideo lateral, infra-
hióideos, palatoglosso,
estiloglosso, hioglosso, todos
intrínsecos da língua

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni - CPF 250.155.258-00


Arquifonema {S}
Fonoaudióloga Paula Moura / CRFª: 16.524. Atividade com Fonemas!

Figuras que contém o arquifonema /S/ no início, meio e final das palavras.

Astronauta, castelo, máscara, pasta, sacolas, escova, esquilo, esqueleto, espelho, espantalho, escorregador, isqueiro, isca, disco voador, arco-íris,
ostra, posto, mosca, poste, óculos, fantasma, vestido, surfista, raiz, fusca, bolhas, dois, juiz, escada, ônibus.

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


R brando/flape alveolar
• A partir dos 4 anos
• Treino auditivo – relacionar com onomatopeia (fala do terapeuta)
• Discriminação r brando X [l]
• Conscientização da região oral/alerta oral e treino motor, se necessário
(exercícios de ponta/parte anterior de língua, estalos, elevação,
vibração)
• Movimentação rápida do ápice/porção anterior da língua- t e d,
pededeca, etc…), com dissociação língua-mandíbula
• Zona articulatória
• Mais fácil com a vogal i
• Massageador facial
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
R brando/flape alveolar
Pistas visuais:
• Imitar o gesto articulatório do terapeuta; observar dos familiares e da
própria criança (movimento de elevação do ápice/parte anterior da
língua + vibração rápida)
• Observar-se no espelho
• Analisar filmagens do terapeuta, de familiares e da própria criança
• Utilizar desenhos do gesto articulatório (consciência fonoarticulatória)

Pistas auditivas:
• Emitir os fones com as mãos em concha e/ou obstruindo os
condutos auditivos
• Utilizar estetoscópio ou microfone ou telefone de cano
• Escutar gravações do fone alvo
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
R brando/flape alveolar

• Pistas táteis-cinestésicas:
• “Marcar” a zona articulatória com o abaixador de língua ou com cerdas
de escova de dente
• Solicitar ao paciente que emita o fone [l] e o terapeuta coloca o
abaixador de língua acoplado ao massageador
• “Dobrar” o ápice/porção anterior da língua contra os dentes
• “Tremer” o ápice da língua contra os dentes, protruindo discretamente
• Treinar movimentos rápidos do ápice da língua, emitindo sílabas com
[d] e [t], por exemplo (tede, pedede, pededeca….)

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Tiririririririririm.... Tiririririririririm....
Variação: alterar a vogal
@fonoluisastefano
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
r brando

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Trilhas: r brando

sereia coroa Jogo do Carol xerife


cadeira
beira Pirata arara careta
x

pirulito

xícara madeira x
amora
farofa
zero
urubu coruja
caro canguru
âncora x perigo
careca
x x @fonoterapia_

barata
Isadora

x Fonte: Rafaella Neves

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Grupos consonantais e arquifonema {R}

• A partir dos 4 anos e 6 meses


• Trabalhar primeiro o grupo consonantal com L
• Discriminação pato x prato – pato x parto
• Paciente precisa já produzir corretamente r brando e l
• Conscientização da região oral/alerta oral e treino motor
(estalos, elevação, movimentação rápida de ponta/terço anterior
de língua: te re, pe re, di ri, etc…)
• Zona articulatória

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Grupos consonantais e arquifonema {R}
• Lentificar o tempo de emissão e aos poucos aumentar a
velocidade da produção da co-articulação
• Exemplo: para – para – para – para – PRA - PRATO
golo – golo – golo – golo – GLO - GLOBO

• Verificar qual vogal foi mais fácil (r brando); geralmente


trabalhar antes os grupos consonantais anteriores (p,b)
• Grupos consonantais com T e D podem ser mais difíceis
• Arquifonema {R}: incluir a semivogal “I” breve e depois retirar

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Gearte

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Grupo consonantal com R

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Memória, loto, dominó, lince, trilhas

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Fonte: Fonológica
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Grupo consonantal com R
Fonoaudióloga Paula Moura / CRFª: 16.524 - Atividade com Fonemas!
Figuras que contém grupos consonantais com /r/.

Brasil, abridor, brinco, brócolis, bruxa, prato, prédio, presente, príncipe, professora, trator, estrela triângulo, troféu, trufa, dragão, padre,
dromedário, crachá, cristal, microfone, cruz, grama, gravata, tigre, franja, freira, refrigerante, frutas, livros, igreja, prego, cobra, trevo, pedra.
Imprecisão articulatória

• Percepção e conscientização
• Treino muscular, se necessário
• Velocidade de fala
• Saliva – trabalho com deglutição
• Abertura da boca e movimento labial (rolha) +
lista de palavras com fonemas bilabiais em
posição inicial (p, b, m) – articulação exagerada

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


“Exercitador Labial”

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni - CPF 250.155.258-00


Posição habitual de lábios: sequência
de exercícios

Micropore Transpore

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni - CPF 250.155.258-00


Controle remoto da deglutição
de saliva

(Silva e Morini, 2014;


Hernandez et al, 2017; Silva et al., 2017)

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Velocidade de Fala

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Cantar uma música conhecida
emitindo somente o fone alvo
e/ou a sílaba trabalhada

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Trava línguas
Automatização da Fala

• objetivo: transferir o que foi aprendido em terapia para o cotidiano;


inserir e manter na vida diária uma determinada função até que ela
se torne automática, isto é, o cérebro não precisar prestar atenção
para realizá-la
• automonitoramento por parte do paciente + condições adequadas do
sistema estomatognático
• recursos: lembretes
• Orientação à família e Escola

Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni


Orientação aos Pais, cuidadores e
professores
ü Emitir as palavras de forma bem articulada, com modelo correto
ü Reduzir a velocidade de fala
ü Respeitar a troca de turnos; dar espaço para a criança falar
ü Olhar para a criança ao conversar, para que ela possa visualizar o
gesto articulatório.
ü Falar com entonação acentuada (fone alvo)
ü Prolongar e enfatizar o som alvo (sílaba tônica)
ü Quando a criança falar errado, parafrasear o que ela disse,
emitindo corretamente a(s) palavra(s)
ü Não solicitar que a criança repita o fone ainda não trabalhado
Envolvimento dos pais ou cuidadores: treino e reforço positivo!
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Princípios do Aprendizado Motor
É um conjunto de processos associados à prática e leva mudanças permanentes na
capacidade de movimento.

Aprendizagem e treinamento de tarefas motoras padronizadas podem melhorar o


desempenho motor oral e produzir neuroplasticidade (capacidade do cérebro de se
organizar ou passar por mudanças estruturais e funcionais).

Envolve: planejamento, execução e correção (cerebelo: compara as


características do movimento em execução com o plano motor prévio e promove as
correções necessárias).
São necessários treino e repetição de um determinado movimento, para alcançar
precisão dos grupos musculares envolvidos, rapidez na execução e exatidão do
movimento.
SNC: avalia o movimento, sua organização e executa correções.
Felício, 2020; Padovani, 2022
Fatores para Aprendizagem motora
1. Fornecer informação prévia à prática
instrução verbal (o que fazer)
demonstração (como fazer) – ajuda no plano de ação e atua como referência
para a correção durante a prática

2. Estabelecimento de metas (genéricas ou específicas, de longo ou curto prazo)

3. Formas de correção após a prática; resultado do movimento precisa ser


verificado e comparado ao resultado do movimento e as informações sobre a
execução: feedbacks (participação ativa do aprendiz)

4. Prática propriamente dita: mental e física


mental: imaginar a realização de uma habilidade motora; auxilia na formação
da imagem motora
física: execução propriamente dita Padovani, 2022; Andrade, 2020
Aprendizagem Motora
Plano de Ações Estratégicas
Bloco 1 - Apoio
P= paciente
T= terapeuta T corrige após
4s, para que o
P repete a meta sistema de
3X com pausa de controle interno
P repete a meta 4s do P atue
sozinho, após o
P e T executam estímulo
juntos a ação
proposta
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni Andrade, 2020
Plano de Ações Estratégicas
Bloco 2 – Estímulo com pausa

P= paciente T corrige após


T= terapeuta 4s, para que o
P repete a meta sistema de
sozinho 3X com controle interno
T produz o 4s de pausa do P atue
estímulo, espera
4s e pede para P
produzir o
estímulo Andrade, 2020
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Plano de Ações Estratégicas
Bloco 3 – Sem estímulo

P= paciente
T= terapeuta T corrige após
4s, para que o
P repete a meta sistema de
sozinho, 3X com controle interno
P produz o pausa de 4s do P atue
es+mulo
sozinho
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni Andrade, 2020
Neuroplasticidade cerebral
Capacidade do cérebro de se organizar ou passar por mudanças
estruturais e funcionais.

Aprendizagem e treinamento de tarefas motoras padronizadas podem


melhorar o desempenho motor oral e produzir neuroplasticidade.
(Felício, 2020)
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni - CPF 250.155.258-00
Todos os direitos reservados - Dra. Débora Cattoni
Sobre a Autora:
Dra. Débora Martins Cattoni
Especialista em Motricidade Orofacial, Mestre e Doutora em Ciências pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, Professora de CEFAC – Saúde e Educação,
Membro da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Membro Fundador da Associação
Brasileira de Motricidade Orofacial.

debora_cattoni

Débora Cattoni

Você também pode gostar