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Disglosias
São perturbações na articulação dos fonemas (substituições, omissões, distorções,
acrescentamentos) devido a lesões físicas ou malformações dos órgãos periféricos da fala.
Causas podem ser diversas. Consoante o órgão afectado assim podemos falar de:
a) Disglosias labiais: lábio leporino, freio labial superior, fenda do lábio inferior, paralisia
facial, macrostomia, feridas labiais, nevralgia do trigémeo.
b) Disglosias mandibulares: ressecção dos maxilares, atresia mandibular, disostosis
maxilofacial, hereditariedade.
c) Disglosias dentais: próteses, ortodôncia.
d) Disglosias linguais: glossectomia macroglosia, paralisia da língua
e) Disglosias do palato: fenda palatina, palato em ogiva, perfurações palatinas, palato curto.
Disartrias
São perturbações da articulação e da palavra devido a lesões no SNC, que afectam a articulação
de todos os fonemas em cuja emissão intervém a zona lesionada. O caso mais grave é a anartria
ou incapacidade para articular os fonemas das palavras.
Alguns destes sintomas costumam aparecer cedo (por volta dos três anos) e com processos
diferentes de desenvolvimento de individuo para individuo.
A verdadeira gaguez poderá situar-se por volta dos dez anos, pelo que se torna aconselhável
uma intervenção da terapeuta da fala, com implicação da família na terapia.
Os factores etiológicos determinantes de uma tensão espasmódica da fala são múltiplos, pelo
que as diferentes teorias explicativas da gaguez – orgânicas, neuroses, ansiedade e
aprendizagem.
Numa perspectiva sintomatologia podemos diferenciar três tipos de gaguez:
Gaguez clónica, com repetições silábicas e ligeiros espasmos repetitivos.
Gaguez tónica, com bloqueios iniciais e fortes espasmos.
Gaguez mista, que apresenta a sintomatologia das duas anteriores.
Nesta perturbação da fala, a intervenção terapêutica deve incidir na formação de frases curtas e
simples emitidas lenta e ritmicamente.
Alterações da linguagem
Vamos falar de três perturbações fundamentais:
1. Mutismo
Esta perturbação consiste no total desaparecimento da linguagem, de forma repentina ou
progressiva. Pode seguir-se a um forte choque emocional, ser de tipo histérico, provocado por
doença laríngea ou aparecer em certos dias.
Mutismo neurótico: trata-se, na maioria dos casos, de um mutismo parcial ou electivo
associado frequentemente a outras manifestações. Se persistir para além dos seis anos
provoca limitações importantes, tanto a nível escolar como social. O mutismo total é
raro.
Mutismo psicótico: quando a criança tem entre 3 e 6 anos o seu quadro clínico
assemelha-se ao de uma criança autista. Pode ser provocado por um incidente febril ou
por um afastamento do meio a que está habituada.
Abandono familiar
Separações, insultos, morte de um membro da família.
Défices linguísticos.
2. Variáveis socioculturais:
Falta de estruturação linguística.
Baixo nível sociocultural
Situações de bilinguismo mal integrado.
Outras variáveis:
Factores hereditários e outros.
3. Afasias
São perturbações de origem cerebral em que se verifica uma dificuldade ou incapacidade para a
linguagem verbal ou escrita, sem que haja lesão das vias auditivas ou motoras implicadas na
fonação; a expressão compreensão linguística está, em maior ou menor grau, afectadas.
Geralmente, a afasia tem sido definida (Nieto, 1990) como um problema de linguagem
provocado por uma alteração no hemisfério cerebral, cuja função principal é o processamento do
código linguístico.
As crianças com esta perturbação têm dificuldade na sequencialização de estímulos ou
acontecimentos encadeados.
Ao falarmos desta perturbação nas crianças podemos estabelecer uma distinção entre a afasia
adquirida e afasia congénita, que seria a afasia antes da linguagem.
A afasia de desenvolvimento ou desfazia (seja expressiva ou receptiva), pode ser limitada pelas
seguintes características:
Dificuldades para interpretar a linguagem verbal.
Descoordenação motora geral.
Fala difícil de entender.
Linguagem telegráfica, ecolália.
Hemiplegia (ocasionalmente).