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registo adequado da voz, assim como a correcção dos fonemas mal emitidos e aquisição dos
inexistentes.
c) Dislalia orgânica: as perturbações da articulação, cuja etiologia é devida a malformações
dos órgãos da fala (lábios, língua, palato…) são conhecidas por disglosias ou dislálias
orgânicas.
d) Dislalia funcional: consiste numa alteração devida ao mau funcionamento dos órgãos
articulatórios, sem que exista qualquer causa orgânica.
Entre os factores etiológicos que podem originar dislálias funcionais, podemos referir:
Insuficiência controlo psicomotor.
Dificuldades de discriminação auditiva.
Deficiência intelectual.
Perturbações espacio-temporais.
Factores diversos relacionados com o meio ambiente (familiares, ambientais…).
Disglosias
São perturbações na articulação dos fonemas (substituições, omissões, distorções,
acrescentamentos) devido a lesões físicas ou malformações dos órgãos periféricos da fala.
Causas podem ser diversas. Consoante o órgão afectado assim podemos falar de:
a) Disglosias labiais: lábio leporino, freio labial superior, fenda do lábio inferior, paralisia
facial, macrostomia, feridas labiais, nevralgia do trigémeo.
b) Disglosias mandibulares: ressecção dos maxilares, atresia mandibular, disostosis
maxilofacial, hereditariedade.
c) Disglosias dentais: próteses, ortodôncia.
d) Disglosias linguais: glossectomia macroglosia, paralisia da língua
e) Disglosias do palato: fenda palatina, palato em ogiva, perfurações palatinas, palato curto.
Disartrias
São perturbações da articulação e da palavra devido a lesões no SNC, que afectam a articulação
de todos os fonemas em cuja emissão intervém a zona lesionada. O caso mais grave é a anartria
ou incapacidade para articular os fonemas das palavras.
Em função das lesões do SNC podemos distinguir as seguintes formas de disartria:
a) Disartria flácida: localiza-se a nível do neurónio motor inferior, provocando uma serie de
dificuldades como afecção da língua, hipernasalação, respiração arquejante, diminuição
dos reflexos musculares. A nível linguístico as principais alterações encontram-se na
fonação, ressonância e prosódia.
b) Disartria espástica: a sua localização centra-se no neurónio motor superior e as principais
manifestações são a espasticidade, alterações emocionais, lentidão da fala, alterações
respiratórias. A prosódia e a articulação aparecem especialmente alteradas.
c) Disartria atáxica: localiza-se no cerebelo. As suas principais manifestações serão os
movimentos imprecisos, alterações da marcha e do equilíbrio, alterações prosódicas,
fonemas prolongados. A fonação, a prosódia e a articulação estão alteradas.
d) Disartria hipocinetica: a lesão situa-se no sistema extrapiramidal, manifestando-se por
movimentos lentos, limitados e regidos.
e) Disartria hipercinetica: localiza-se no sistema extrapiramidal, apresentando movimentos
involuntários e evidentes alterações linguísticas a nível da fonação, ressonância, prodódia
e articulação.
Alterações da linguagem
Vamos falar de três perturbações fundamentais:
1. Mutismo
Esta perturbação consiste no total desaparecimento da linguagem, de forma repentina ou
progressiva. Pode seguir-se a um forte choque emocional, ser de tipo histérico, provocado por
doença laríngea ou aparecer em certos dias.
Mutismo neurótico: trata-se, na maioria dos casos, de um mutismo parcial ou electivo
associado frequentemente a outras manifestações. Se persistir para além dos seis anos
provoca limitações importantes, tanto a nível escolar como social. O mutismo total é
raro.
Mutismo psicótico: quando a criança tem entre 3 e 6 anos o seu quadro clínico
assemelha-se ao de uma criança autista. Pode ser provocado por um incidente febril ou
por um afastamento do meio a que está habituada.
Geralmente, a afasia tem sido definida (Nieto, 1990) como um problema de linguagem
provocado por uma alteração no hemisfério cerebral, cuja função principal é o processamento do
código linguístico.
As crianças com esta perturbação têm dificuldade na sequencialização de estímulos ou
acontecimentos encadeados.
Ao falarmos desta perturbação nas crianças podemos estabelecer uma distinção entre a afasia
adquirida e afasia congénita, que seria a afasia antes da linguagem.
A afasia de desenvolvimento ou disfasia (seja expressiva ou receptiva), pode ser limitada pelas
seguintes características:
Dificuldades para interpretar a linguagem verbal.
Descoordenação motora geral.
Fala difícil de entender.
Linguagem telegráfica, ecolália.
Hemiplegia (ocasionalmente).
O atraso da fala pode variar em função da patologia orgânica.
Apresentamos a classificação mais tradicional, tendo em conta as áreas afectadas:
a) Afasia sensorial ou receptiva: a lesão situa-se na zona de wernicke. Os indivíduos que
sofrem deste tipo de afasia não compreendem o significado das palavras, mas podem
falar, embora com dificuldade.
b) Afasia motora ou expressiva: a lesão verificada na zona de Broca. Neste caso, o indivíduo
compreende o significado das palavras, mas não pode expressar-se
c) Afasia mista: trata-se de uma lesão extensa que afecta tanto as áreas motoras como as
áreas receptivas da linguagem.