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Funções da Linguagem:

As funções da linguagem são ferramentas essenciais para a comunicação humana. Compreendê-


las nos ajuda a entender como a linguagem é usada em diferentes contextos.

Função Referencial: Transmite informações sobre a realidade.

Exemplo: "A capital do Brasil é Brasília."

Função Emo va: Expressa sen mentos e emoções do emissor.

Exemplo: "Estou muito feliz!"

Função Cona va: Influencia o comportamento do receptor.

Exemplo: "Feche a porta, por favor."

Função Fá ca: Inicia, mantém ou interrompe a comunicação.

Exemplo: "Alô?"

Função Metalinguís ca: Reflete sobre o próprio código linguís co.

Exemplo: "A palavra 'amor' tem vários significados."

Função Poé ca: Enfa za a forma da mensagem.

Exemplo: "Era uma vez uma linda princesa..."

Caracterís cas:

As funções da linguagem não são excludentes, podem coexis r na mesma mensagem.

A função predominante pode variar de acordo com o contexto.

Outras perspec vas:

Bakh n: A linguagem é um processo social.

Fine: A linguagem cria a realidade intera va.

Independência da linguagem em relação ao pensamento:

Evidências na psicologia do desenvolvimento.

Síndrome de Williams e transtornos específicos da linguagem.

Alterações da Linguagem Associadas a Estados, Condições ou Transtornos


Psicopatológicos
A linguagem é uma ferramenta complexa que nos permite comunicar pensamentos, sen mentos
e ideias. Ela pode ser afetada por diversos fatores, incluindo estados psicológicos, condições e
transtornos.

Alterações na Fluência da Fala:

Aceleração patológica da linguagem:


Logorréia: Fala rápida e excessiva, com dificuldade em interromper o fluxo de palavras. Comum
em mania, TDAH e ansiedade. Loquacidade é o aumento da fluência verbal sem qualquer
prejuízo da lógica do discurso. Em contraposição, na logorreia, há perturbação leve ou grave da
lógica e da organização do discurso.

Taquifalia: Fala acelerada, mas com clareza. Pode ser observada em ansiedade, mania e
intoxicação por drogas.

Pressão na Fala: Sensação de necessidade urgente de falar. Presente em mania, ansiedade e


psicose.

Len ficação patológica da linguagem:

Bradifasia: Fala lenta e arrastada. Há também, geralmente, latência (duração) aumentada entre
a pergunta que lhe fazemos e sua resposta. Em geral, a bradifasia está associada a quadros
depressivos graves, estados demenciais e esquizofrenia crônica ou com sintomas nega vos.

Alogia: Dificuldade em iniciar ou manter a fala. Comum em depressão, esquizofrenia e


demência. A alogia, ou discurso lacônico (laconic speech), é o empobrecimento da produção de
linguagem (e do pensamento), que se verifica pela diminuição da fluência verbal e pelo discurso
empobrecido. É sintoma principalmente da esquizofrenia, sendo considerado um sintoma de
po nega vo.

Mu smo: Ausência total da fala. Pode ser psicogênico (transtornos de conversão), orgânico
(lesões cerebrais) ou catatônico (esquizofrenia). O mu smo nas síndromes psicopatológicas é,
muitas vezes, uma forma de nega vismo verbal, de tendência automá ca a se opor passiva ou
a vamente às solicitações das pessoas no que concerne à resposta e à produção verbal. Nesse
caso, não há desejo, mo vação, drive ou intenção de se comunicar com os interlocutores por
outras vias de comunicação (gestos, escrita, comunicação alterna va).

Alterações na Compreensão e Expressão:

Dislexia: Cabe acentuar que o termo dislexia é mais u lizado para designar dificuldades de
linguagem em que há trocas de fonemas, tanto na fala como na leitura e na escrita. Pode haver,
nessa condição, dificuldades mais acentuadas na leitura, na aprendizagem da escrita ou, ainda,
na capacidade de soletrar.

Afasia: Perda parcial ou total da capacidade de compreender ou produzir linguagem. Causada


por lesões cerebrais.

Disartria: Dificuldade em ar cular palavras devido a problemas musculares ou neurológicos.

Agnosia: Dificuldade em reconhecer objetos, sons ou palavras.

Apraxia: Incapacidade de realizar movimentos propositais, incluindo a fala.

Alterações no Conteúdo da Fala

Delírios: Crenças falsas e irreais.

Alucinações: Percepções sensoriais sem es mulo real.

Ecolalia: Repe ção automá ca de palavras ou frases ditas por outras pessoas. Ela é encontrada
principalmente na esquizofrenia, sobretudo quando há sintomas catatônicos; nos transtornos
neurocogni vos, em especial nas demências; nos transtornos do espectro au sta (TEAs); e em
algumas deficiências intelectuais, geralmente graves ou profundas (Foxx; Faw, 1990)

Perseveração Verbal: Repe ção persistente de palavras, frases ou ideias ou trechos de frases,
de modo estereo pado, mecânico e sem sen do, o que indica lesão neuronal, par cularmente
das áreas cerebrais pré-frontais (mas não apenas). A perseveração da linguagem pode ser da
linguagem falada ou escrita. Ela ocorre nas demências de Alzheimer e vascular, em lesões do
hemisfério direito em conjunto com heminegligência, nas afasias e em quadros pós-trauma
craniencefálico.

Neologismos: Criação de palavras novas e sem significado.

Tangencialidade: Desvio do tópico da conversa.

Incoerência: Falta de lógica e organização no discurso.

Alterações na Voz

Gagueira: A gagueira (tartamudez ou disfluência da fala) é considerada pelo DSM-5 um


transtorno da comunicação, mais especificamente da fluência normal e do padrão temporal da
fala. A fluência da fala implica uma fala con nua e suave, sem interrupções abruptas. Na
gagueira, há perturbação da fluência normal, com descon nuidade no fluxo da fala e repe ções
de sons e sílabas.

Monotomia: Tom de voz monótono e sem expressão.

Disfonia: Alteração no mbre da voz. Disfonia (rouquidão) é o termo u lizado para a perturbação
da qualidade da voz humana, que em geral se traduz por rouquidão, restrição do desempenho
vocal e vocalização tensa ou con da. As disfonias envolvem a intensidade da voz, sua altura
(frequência, aguda ou grave) e o esforço empreendido para produzi-la. A condição pode ter um
impacto nega vo para o paciente, prejudicando a naturalidade na produção da fala e
dificultando a comunicação.

Afonia: A afonia (ou disfemia) se caracterizasse pela perda, mais ou menos abrupta, da voz, de
modo geral, sem causa neurológica ou laríngea (com exceções que serão abordadas adiante). Ela
eclode, com maior frequência, após um evento de vida estressante no qual o indivíduo fica
totalmente sem voz. Há intenção de se comunicar, mas a voz “não sai”. É, então, denominada
afonia conversiva ou histérica e está relacionada a fatores de personalidade vulnerável
(tendência à conversão), estados emocionais intensos e graves conflitos inconscientes ou
conscientes.

Alterações na Comunicação Não Verbal

Evitação de contato visual: Pode indicar ansiedade, depressão ou desconfiança.

Expressões faciais incongruentes: Emoções faciais não condizentes com o conteúdo da fala.

Ges culação excessiva: Pode indicar agitação, ansiedade ou mania.

Postura rígida ou tensa: Pode indicar ansiedade, medo ou hos lidade.

Relação com Estados, Condições e Transtornos

Essas alterações da linguagem podem ser causadas por diversos fatores, incluindo:
Transtornos Mentais: Depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtornos do
desenvolvimento, demências, etc.

Doenças Neurológicas: Acidente vascular cerebral, tumores cerebrais, epilepsia, etc.

Traumas Cranianos: Lesões cerebrais causadas por acidentes ou quedas.

Intoxicação por Substâncias: Álcool, drogas, medicamentos, etc.

Deficiências Sensoriais: Surdez, cegueira, etc.

Diagnós co e Tratamento:

O diagnós co das alterações da linguagem é feito por uma equipe mul disciplinar, incluindo
médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e neuropsicólogos. O tratamento depende da causa
subjacente e pode incluir terapia fonoaudiológica, psicoterapia, medicação e outras
intervenções.

Exemplos:

Um paciente com esquizofrenia pode apresentar discurso desorganizado, alucinações audi vas
e delírios.

Uma pessoa com depressão pode ter fala lenta, monotonia e dificuldade em encontrar palavras.

Um indivíduo com ansiedade pode falar rápido, ter pressão na fala e apresentar tremores na voz.

Observações:

As alterações da linguagem podem ser um sintoma importante de diversos estados, condições e


transtornos psicopatológicos. A avaliação por uma equipe mul disciplinar é essencial para o
diagnós co e tratamento adequados. O tratamento precoce pode ajudar a melhorar a
comunicação

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