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1. Dislexia
No cérebro de um leitor típico há um deposito de palavras armazenadas conhecido com
léxico que reconhece as palavras familiares (sendo denominado de sistema semântico).
Inclusive as não familiares são decodificadas pelo léxico, por de um processo de analogia léxica.
Nas pessoas Disléxicas, por falhas nas conexões cerebrais, o funcionamento cerebral não ocorre
assim. É utilizada somente a área cerebral que processa fonemas, enquanto a área responsável
pela análise das palavras permanece inativa, o que dificulta a diferenciação de fonemas e silabas
(GABANINI e WAJNSZTEJN, 2009 apud PEREIRA et al., 2010).
Desse modo, a Dislexia é definida pela presença de um déficit no desenvolvimento do
reconhecimento e compreensão de textos escritos. São características: leitura oral lenta, com
omissões, distorções e trocas de palavras, com correções, interrupções, bloqueios e
dificuldades na compreensão da leitura. Ainda, segundo definição adotada pela IDA –
International Dyslexia Association, é considerada um transtorno específico de aprendizagem de
origem neurobiológica. Rotta e Pedroso (2006 apud PEREIRA et al., 2010, p. 25-26),
apresentam que a Dislexia se divide em 3 (três) tipos:
1. Dislexia disfonética: a criança tem dificuldades para ler palavras não-familiares. Começa
a ler e em seguida tenta adivinhar algumas palavras, considerando partes delas. Na leitura
e na escrita comete erros como inversões, omissões, ou agressão de fonemas ou de
sílabas;
2. Dislexia diseidética: a criança tem dificuldade para realizar a leitura global, para
perceber palavras inteiras. A leitura é lenta e feita de forma soletrada. As falhas na
acentuação e as inversões de letras são os erros mais comuns na escrita;
3. Dislexia mista: caracterizada por alterações associadas das duas formas anteriores em
diferentes combinações e intensidades.
É uma dificuldade em identificar, compreender e reproduzir os símbolos, o que origina
problemas na aprendizagem da leitura e da ortografia.
A criança atingida pela dislexia tem dificuldade em aprender a ler e, sobretudo, não chega
a ler bem. Confunde as letras de forma parecidas (p, q; b, d), inverte letras no meio das sílabas
(par torna- se pra, bor transforma-se em bro) ou nas palavras omite letras (comboio dá
coboio) ou mesmo sílabas (o disléxico esquece muitas vezes o princípio das palavras). A análise
dos sons é por vezes má (confusão do s e z, particularmente), sobretudo quando se trata de sons
complexos. Todas estas alterações podem modificar radicalmente a estrutura das
palavras: assim, quando um desléxico lê um texto, pode chegar a substituições completas,
dizendo uma palavra em vez de outra, ou chegar a suprimir mais ou menos
voluntariamente palavras difíceis de decifrar.
Os disléxicos apresentam sempre, num grau variável, um conjunto de perturbações
complexo que ultrapassa largamente a disortografia por si só, embora este chame mais a
atenção, como é evidente, pelas suas repercussões escolares:
Perturbações de orientação do esquema corporal e da lateralidade: os disléxicos têm
geralmente uma má imagem do próprio corpo que se pode notar pelos desenhos que
fazem de bonecos, e má representação da sua projecção no espaço; distinguem mal os
vários elementos de uma figura complexa.
Perturbações de análise dos sons: má apreciação de natureza dos vários fonemas e má
retenção da ordem de saída desses elementos quando da audição da palavra.
Perturbações do ritmo: incapacidade de reprodução de um ritmo determinado e de
um certo número de ruídos. Ora, os diversos elementos da palavra não são todos
emitidos com a mesma força articulatória, o que cria um certo ritmo na cadeia dos sons
falados, ritmo que a criança disléxica terá dificuldade em notar e em analisar.
Atraso da fala: frequentemente encontra-se nos antecedentes de um disléxico.
Perturbações caracteriais e afectivas: dificuldades afectivas nos primeiros anos de
vida encontram-se quase nos antecedentes dos disléxicos, mais tarde, na idade escolar.
Estas crianças vivem numa situação de insucesso e são alvos da repreensão dos pais e dos
professores, donde resulta um ciclo vicioso: as perturbações da personalidade engendram
a dislexia e esta agrava as anomalias caracteriais, criando mesmo novas anomalias.
1.1. Causas da Dislexia
Os factores hereditários desempenham o seu papel, embora inconsciente: há famílias
inteiras de disléxicos. Nos gémeos verdadeiros, a dislexia atinge simultaneamente as duas
crianças, o que tende a confirmar a importância do factor genético.
O sexo é também um factor importante: 75% dos disléxicos são rapazes.
A inteligência não desempenha senão um papel secundário ou mesmo nulo: muitos
disléxicos têm um nível de inteligência superior à média.
A educação demasiado precoce durante a maturação motriz, intelectual e social da
criança favorece o aparecimento da dislexia.
Certos métodos de aprendizagem da leitura e da escrita agravam a dislexia em
indivíduos já com predisposição. Os métodos globais e semiglobais, sobretudo se não são
bem aplicáveis (nas aulas sobrecarregadas, em particular), devem ser banidos logo que
haja a mais pequena suspeita de dislexia.
Os factores socioculturais desempenham um papel importante na explicação de recente
e apreciável aumento da incidência da dislexia na população escolar.
2. Disgrafia
Segundo Simaia Sampaio (2014): Psicopedagoga e especialista em Neuropsicologia da
Aprendizagem, “a disgrafia, também chamada de letra feia, acontece devido a uma incapacidade
de recordar a grafia da letra. Quando a criança escreve, tenta recordar e acaba por escrever muito
lentamente, e assim unindo inadequadamente as letras, tornando-as ilegível. Esse distúrbio não
está associado a nenhum tipo de comprometimento intelectual. O que quer dizer que uma pessoa
disgráfica tem total capacidade intelectual, assim como pode ter uma ótima leitura”.
Dessa forma, essa disfunção altera a escrita e afeta a forma e/ou o significado da grafia. A
pessoa disgráfica acaba por tendo dificuldade no ato de escrever, provocando uma grafia confusa
e cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com
letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas, afirma Simaia.
A pessoa disgráfica apresenta também uma série de outros sinais que dificultam o desenho
das letras, e que por sua vez também causa esse tipo de problema. Entre estes sinais encontram-
se uma postura incorreta do material a ser utilizado, que inclui a forma de segurar o lápis, a
pressão insuficiente sobre o papel, e também um ritmo muito lento ou excessivamente rápido.1
(BASTOS, 2013. p. 1)
Dessa forma, o tratamento inadequado na formação de alunos nos anos iniciais é capaz de
estragar toda uma vida escolar e consequentemente o seu futuro, a vida social e profissional. As
dificuldades de aprendizagem da leitura e/ou escrita podem ser explicadas como uma disfunção
do processamento sequencial, em que ocorrem falhas nos processos de conversão grafema-
fonema/fonema-grafema e de sequenciação grafêmica e fonêmica (Péres-Alvares e Timoneda-
Galbart, 2000).
A Disgrafia é um distúrbio da expressão escrita que compromete a caligrafia, a capacidade
de realizar cópias ou a capacidade para grafar a sequência de letras em palavras comuns
(CIASCA et al., 2003 apud PEREIRA, 2010). Para os profissionais adquirirem conhecimentos
detalhados acerca desta singularidade, faz-se necessário o estudo em trabalhos internacionais.
Todavia, os estudos mostram que não há certeza se os dados obtidos podem ser aplicados ao
Brasil, devido adversidades de realidades.
Disgrafia é o distúrbio da palavra escrita que se caracteriza por uma leve incordenação
motora, apresentando a mesma letra com movimentos diferentes e escrita confusa, sendo assim
chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao
tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as
letras, tornando a letra ilegível.
Dessa forma, algumas crianças com disgrafia possuem também uma disortografia
amontoando letras para esconder os erros ortográficos. A disgrafia, porém, não está associada a
nenhum tipo de comprometimento intelectual.
Para Garcia (1998), a disgrafia é uma dificuldade no desenvolvimento da escrita, mas só se
classifica como tal quando, por exemplo, a qualidade da produção escrita mostra-se muito
inferior ao nível intelectual de quem a produz. Quanto as outras dificuldades, a escrita ruim vem
associada a um baixo nível intelectual. Além disso, o mesmo autor também afirma que a
disgrafia geralmente apresenta-se com outras alterações superpostas como transtornos do
desenvolvimento na leitura, transtornos no desenvolvimento matemático, transtornos de
habilidades motoras e transtornos de condutas de tipo desorganizado.
De acordo com (Ajuriaguerra, 1980), disgrafia é uma deficiência na qualidade do
traçado gráfico que não deve ter uma causa “déficit” intelectual e/ou neurológico. Fala-se,
portanto, de crianças de inteligência média ou acima da média, que por vários motivos
apresentam uma escrita ilegível ou demasiadamente lenta, o que impede um desenvolvimento
normal da escolaridade.
Dessa forma entende-se que a disgrafia afeta em geral crianças em idade de alfabetização.
Até as três primeiras séries é normal que as crianças façam confusões ortográficas, pois os
sons e palavras impostas ainda não são dominados por elas. Para tanto, é preciso cuidado e
atenção, caso ainda aconteça essas trocas ortográficas com o tempo.
3. Referências bibliográficas
COSTA, S.F.P. Dificuldades de Aprendizagem. Revista Profissão Docente, Uberaba – SP, v.11, n.
23, p. 154-57, Jan/Jul, 2011
BRITO, D. R. (2014). Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de
aprendizagem. Artigo sobre distúrbios de aprendizagem.
DOMINGUES, C. S. (2010). Dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia: diagnóstico e
intervenção psicopedagógica. Monografia apresentada ao Curso de Pós- Graduação em
Psicopedagogia Clínico-Institucional, Vila Velha-ES.