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A DISLEXIA

Trabalho elaborado por: Ana Luísa Baltazar – N.º 2


ÍNDICE

 Índice ………………………………………………………………………………………. Página 2


 Definição ……………………………………………….………………………………… Página 3
 Etiologia ……………………………………………………………….…………………. Página 6
 Problemáticas Físicas / Psicológicas ………………………………………. Página 8
 Papel dos Educadores …………….……………………………………………. Página 11
 Disléxicos Famosos ………………………………………………….……….…. Página 14
 Associações e grupos de auto-ajuda ……………………………….…. Página 14
 Bibliografia ……………………………………………………………………..……. Página 15
 Acetatos ……………………………………………………………………... Páginas 16 a 21

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Definição

Dislexia: (do grego) dus = difícil, dificuldade; lexis = palavra.

Actualmente a definição mais consensual é a da Associação Internacional de


Dislexia (2002) e do National Institute of Child Health and Human Development –
NICHD:
“Dyslexia is a specific learning disability that is neurological in origin. It is
characterized by difficulties with accurate and / or fluent word recognition and by
poor spelling and decoding abilities. These difficulties typically result from a deficit
in the phonological component of language that is often unexpected in relation to
other cognitive abilities and the provision of effective classroom instruction.
Secondary consequences may include problems in reading comprehension and
reduced reading experience that can impede growth of vocabulary and background
knowledge. ... Studies show that individuals with dyslexia process information in a
different area of the brain than do non-dyslexics.”

Segundo Victor da Fonseca a dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem


da leitura e aquisição do seu mecanismo, em crianças inteligentes, escolarizadas,
sem quaisquer perturbações sensoriais e psíquicas já existentes (Fonseca, 1999).

A dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas


em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da população mundial é
disléxica.

Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má


alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socio-económica ou baixa
inteligência. Ela tem sido vista como uma condição hereditária devido a alterações
genéticas mas tal só acontece numa pequena percentagem de casos. Também é
caracterizada por apresentar alterações no padrão neurológico.

Esta dificuldade em ler e escrever tem sido muitas vezes erradamente interpretada,
como um sinal de baixa capacidade intelectual. Muito pelo contrário, muitos
disléxicos conseguem em certas áreas e em certos momentos da sua actividade,

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uma performance superior à média do seu grupo etário. Só se poderá diagnosticar
uma dislexia em crianças que apresentem pelo menos uma eficiência intelectual
dentro dos parâmetros normativos.

A dislexia, como dificuldade de aprendizagem, verificada na educação escolar, é um


distúrbio de leitura e de escrita que ocorre na educação infantil e no ensino
fundamental. Em geral, a criança tem dificuldade em aprender a ler e escrever e,
especialmente, em escrever correctamente sem erros de ortografia, mesmo tendo o
Quociente de Inteligência (Q.I) acima da média.

Nos EUA, a estimativa da prevalência da perturbação da leitura nas crianças com


idade escolar é de 4%. No entanto, outros autores referem percentagens entre 5 e
10%. Isto significa que um pouco menos de um estudante inteligente em cada dez
apresenta uma dislexia-disortografia mais ou menos importante. A perturbação da
leitura, isoladamente ou em combinação com a perturbação do cálculo ou da
escrita, aparece aproximadamente em 4 de cada 5 casos de perturbação da
aprendizagem.

Outros estudos referenciam que 40% dos irmãos de crianças disléxicas apresentam
de uma forma mais ou menos grave a mesma perturbação. Uma criança cujo pai
seja disléxico apresenta um risco 8 vezes superior à da população média. Constata-
se uma patente desproporção entre rapazes e raparigas disléxicas, segundo alguns
autores 70 a 80% dos sujeitos diagnosticados com perturbação da leitura são do
sexo masculino, ou seja, uma proporção de 8 a 9 rapazes para uma rapariga.

Principais manifestações da dislexia nas competências de leitura e escrita:


     
   DURANTE A INFÂNCIA:

— Atraso na aquisição da linguagem. Começou a dizer as primeiras palavras


mais tarde do que o habitual e a construir frases mais tardiamente;
— Apresentou problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento,
dificuldades em pronunciar determinados sons, linguagem ‘abebezada’ para
além do tempo normal;
— Apresentou dificuldades em memorizar e acompanhar canções infantis e a
rima das lenga-lengas;
— Dificuldade em se aperceber que os sons das palavras podem dividir-se em
bocados mais pequenos.

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 NA IDADE ESCOLAR:

— Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita;


— Erros por dificuldades na descodificação grafema-fonema. Dificuldade em
compreender que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas;
— Bastantes dificuldades na leitura, com a presença constante de erros,
inventando palavras ao ler um texto;
— A velocidade da leitura é inadequada para a idade;
— Apresenta dificuldades na rima de palavras;
— Escrita com muitos erros ortográficos e a qualidade da caligrafia é bastante
deficiente;
— Salta linhas durante a leitura, na leitura silenciosa consegue-se ouvir o que
está a ler, acompanha a linha da leitura com o dedo;
— Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa (uma hora de
trabalho rende 10 minutos);
— Utiliza estratégias e truques para não ler. Não revela qualquer prazer pela
leitura;
— Distrai-se com bastante facilidade perante qualquer estímulo, parecendo que
está a "sonhar acordado";
— Os resultados escolares não são condizentes com a sua capacidade
intelectual;
— Melhores resultados nas avaliações orais do que nas escritas;
— Não gosta de ir à escola ou de realizar qualquer actividade com ela
relacionada;
— Confunde a direita e a esquerda;
— Apresenta "picos de aprendizagem", nuns dias parece assimilar e
compreender os conteúdos curriculares e noutros parece ter esquecido o que
tinha aprendido anteriormente;

Apesar das dificuldades, na escola revela ser bastante imaginativo e criativo, com
um bom raciocínio lógico e abstracto, podendo evidenciar capacidades acima da
média em determinadas áreas (desenho, pintura, música, teatro, desporto, etc.).  

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Etiologia

A etiologia da dislexia tem por base alterações genéticas, neurológicas e psico-


linguísticas. Estudos recentes apontam alguns cromossomas como responsáveis da
dislexia (e daí a questão da sua hereditariedade), estando agora as investigações
científicas centradas na identificação dos genes implicados nesta perturbação.
Encontram-se igualmente identificadas as regiões cerebrais responsáveis pelas
alterações psico-linguísticas observadas nas crianças com dislexia. Essas regiões
localizam-se no hemisfério esquerdo do cérebro e apresentam uma menor
activação das áreas cerebrais responsáveis pela descodificação fonológica, leitura e
escrita.

Existem diferentes versões de classificação da dislexia e das formas em que se


subdivide dependendo do ponto de vista do neurólogo, do psicólogo ou do
professor. A melhor aceite internacionalmente é a da classificação em dislexia
adquirida e dislexia do desenvolvimento.

Tipos de dislexia adquirida: profunda, superficial, central, semântica, auditiva e


visual.

Em todos os casos de dislexia adquirida, os especialistas contam com sinais


directos ou indirectos que suportem a sua opinião de que tais dificuldades são
causadas em parte por danos cerebrais. Os sinais directos são, por exemplo, os
danos físicos ou lesões cerebrais, e as evidências reveladas por uma operação ou
autopsia, ou quaisquer outros que mostrem que pudessem existir lesões cerebrais
ou hemorragia, como numa embolia. Os sinais indirectos consistem em padrões
irregulares num electro-encefalograma (EEG), reflexos anormais, ou dificuldades na
coordenação e orientação mão/olho, por exemplo.

A dislexia visual é a dificuldade para seguir e reter sequências visuais e para a


análise e integração visual de quebra-cabeças e tarefas similares. Esta dificuldade
caracteriza-se pela inabilidade para captar o significado dos símbolos da linguagem
impressa. Não está relacionado com problemas de visão, só com a inabilidade de
captar o que se vê. A maioria percepciona letras invertidas e percepciona também
invertidas algumas partes das palavras e tem problemas com as sequências. Este
tipo de dislexia é o mais fácil de corrigir. Por meio de exercícios adequados pode-se
aprender os signos gráficos com precisão e gradualmente aprender sequências.

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A dislexia auditiva é a dificuldade de discriminar os sons de letras, reconhecer
variações de sons, sequências de palavras, ordens e histórias. Esta é a forma de
dislexia mais difícil de corrigir e radica na inabilidade de perceber os sons separados
(descontínuos) da linguagem oral. A maioria dos disléxicos auditivos apresenta uma
audição normal. A sua faculdade discriminativa auditiva traz como consequência,
grandes dificuldades no ditado e na composição.

Na dislexia profunda ou fonética encontram-se erros de tipo semântico, dificuldade


para compreender o significado das palavras, com adição de prefixos e sufixos,
maior facilidade para as palavras de conteúdo que para as de função.

Na dislexia fonológica, sobre a qual existem poucos trabalhos, encontram-se menos


erros que na profunda.

Na dislexia superficial as crianças revelam dificuldades dependendo da longitude e


complicação das palavras, como acontece a tantas crianças disléxicas.

A Dislexia do Desenvolvimento

Quando os médicos começaram a estudar as dificuldades na leitura, ditado e escrita


nas crianças que eram saudáveis e normais, tiveram que fazer distinção entre estas
crianças, e as vítimas de dislexia adquirida. Estes casos descreveram-nos como de
dislexia específica do desenvolvimento ou dislexia congénita. Estes termos mais ou
menos ambíguos empregam-se para indicar que as dificuldades destas crianças são
constitucionais e não produto de alguma incapacidade primária da mente ou dos
sentidos ou de falta de oportunidade educativa. A dislexia do desenvolvimento
sugere, não que se fale do desenvolvimento da dislexia, senão que pode existir um
atraso nalgum aspecto do desenvolvimento, alguma deficiência na maturação
neural, que ocasiona as dificuldades da criança. A dislexia congénita simplesmente
significa que a criança parece ter nascido com essas dificuldades.

O que diferencia a dislexia adquirida da dislexia do desenvolvimento parece ser na


maioria dos casos a ausência de danos cerebrais directos. Também difere da
primeira num aspecto fundamental: por dislexia adquirida entende-se que o
paciente já não consegue utilizar determinadas destrezas de que antes era capaz
ao passo que a criança que apresenta uma dislexia do desenvolvimento, tem
dificuldades para aprender essas ditas destrezas.

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Problemáticas físicas / psicológicas

Segundo vário autores, não se pode falar de dislexia (ou melhor... não se pode
fazer um diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes
de pelo menos um ano de escolaridade, pois anteriormente a esta idade erros
similares são banais pela sua frequência.
        
Quando a uma perturbação da leitura "ligeira" está associado um Q.I. elevado, a
criança pode estar ao nível dos seus companheiros durante os primeiros anos
escolares, e esta não se manifestar completamente antes do 4º ano de
escolaridade, ou mesmo posteriormente.

Para um correcto diagnóstico de uma perturbação da leitura e escrita é


indispensável recorrer à avaliação de profissionais experientes neste domínio.

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar,


indicam apenas um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. Os
mesmos sintomas podem indicar outras situações. Uma equipa multidisciplinar,
formada por Psicóloga(o), Fonoaudióloga(o) e Psicopedagoga(o) Clínica(o) deve
iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipa deve ainda garantir uma
maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer
de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o
caso.

Esta equipa deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o


diagnóstico de dislexia. Deverão ser descartados factores como défice intelectual,
disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congénitas e
adquiridas) e desordens afectivas anteriores ao processo de fracasso escolar.

Neste processo de Avaliação Multidisciplinar e Exclusão, é ainda muito importante


ouvir o parecer da escola, dos pais e conhecer o histórico familiar e de evolução da
criança (anamnese). Esta avaliação não só identifica as causas das dificuldades
apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por
meio de um relatório por escrito.

As repercussões da dislexia são muitas vezes consideráveis, quer ao nível do


sucesso escolar, quer ao nível do comportamento da criança, originando nestes dois

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domínios perturbações de gravidade variável, que importa reconhecer e evitar na
medida do possível.  
 
A criança disléxica é geralmente triste e deprimida pelo repetido fracasso nos seus
esforços para superar as dificuldades, outras vezes mostra-se agressiva e
angustiada. A frustração causada pelos anos de esforço sem êxito e a permanente
comparação com as demais crianças provocam intensos sentimentos de
inferioridade.
 
Em geral, os problemas emocionais surgem como uma reacção secundária aos
problemas de rendimento escolar. As crianças disléxicas tendem a exibir um quadro
mais ou menos típico, com variações de criança para criança, cujas reacções mais
características são:

— Reduzida motivação e empenho pelas actividades que implicam a


mobilização das competências de leitura e escrita, o que por sua vez
aumenta as suas dificuldades de aprendizagem;
— Recusa de situações e actividades que exigem a leitura e a escrita, devido
ao temor de viver novamente uma experiência de fracasso;
— Sintomatologia ansiosa perante situações de avaliação ou perante
actividades que impliquem a utilização da leitura e escrita;
— Sentimento de tristeza e de auto-culpabilização, podendo apresentar uma
atitude depressiva diante das suas dificuldades;
— Uma reduzida auto-estima e auto-conceito;
— Um sentimento de insegurança e de vergonha  como resultado do seu
sucessivo fracasso;
— Um sentimento de incapacidade, de inferioridade e de frustração por não
conseguir superar as suas dificuldades e por ser sucessivamente comparado
com os demais;
— Problemas comportamentais caracterizados por comportamentos de
oposição e desobediência perante as figuras de autoridade (pais,
professores, etc.), hiperactividade, défice de atenção, etc;
— Outras problemáticas poderão estar presentes como seja a enurese
nocturna, perturbação do sono,  etc.
        
Esta sintomatologia não permite por seu lado a natural concentração, interesse e
desejo de aprender, perturbando muitíssimo as condições de aprendizagem na
criança.

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Vários estudos documentam que a dislexia está algumas vezes associada a outras
perturbações co-mórbidas (presença de 2 ou mais diagnósticos diferentes). De
entre as mais frequentes destacam-se a Disortografia, Disgrafia, Discalculia e
Hiperactividade com Défice de Atenção.
        
 
DISORTOGRAFIA - Perturbação que afecta as aptidões da escrita, e que se traduz
por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em compor
textos escritos. As dificuldades centram-se na organização, estruturação e
composição de textos escritos, a construção frásica é pobre e geralmente curta,
observa-se a presença de múltiplos erros ortográficos e uma má qualidade gráfica.
É possível haver uma disortografia sem que esteja presente uma dislexia.
 
 
DISGRAFIA – Perturbação de tipo funcional na componente motora do acto de
escrever, que afecta a qualidade da escrita, sendo caracterizada por uma
dificuldade na grafia, no traçado e na forma das letras, surgindo estas de forma
irregular e disforme.
 
 
DISCALCULIA – É uma perturbação estrutural da capacidade matemática e da
simbolização dos números, é de carácter desenvolvimental (não resulta de uma
lesão cerebral ou de défices intelectuais) e caracteriza-se por dificuldades
específicas da aprendizagem que afectam a normal aquisição das competências
aritméticas, apesar de uma inteligência normal, estabilidade emocional,
oportunidades académicas e motivação.
 
 
HIPERACTIVIDADE – É uma Perturbação do Comportamento de base genética, em
que estão implicados diversos factores neurológicos e neuropsicológicos, que
provocam na criança alterações de atenção, impulsividade e uma grande actividade
motora, ocorrendo mais frequentemente e de um modo mais severo do que o
tipicamente observado noutras pessoas.
 

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Papel dos educadores

O estudo das dificuldades de leitura e escrita, em geral, e da dislexia, em


particular, vem suscitando desde há muito tempo o interesse de psicólogos,
professores, pediatras e outros profissionais interessados na investigação dos
factores implicados no sucesso e/ou insucesso educativo. A dislexia representa no
momento actual um grave problema escolar, para a qual todos os profissionais da
educação estão cada vez mais consciencializados.
 
As competências da leitura e escrita são consideradas como objectivos
fundamentais de qualquer sistema educativo, ao nível da escolaridade elementar, a
leitura e a escrita constituem aprendizagens de base e funcionam como uma mola
propulsora para todas as restantes aprendizagens. Assim uma criança com
dificuldade nesta área apresentará lacunas em todas as restantes matérias, o que
provoca um desinteresse cada vez mais marcado por todas as aprendizagens
escolares e uma diminuição da sua auto-estima.

É muito importante a tomada de consciência de que nem os pais, nem os


professores são responsáveis  por  esta  dificuldade específica de aprendizagem,
mas ainda mais que para além de não a deverem desvalorizar, existem alguns
factores que podem ajudar a ultrapassar as dificuldades e minorar as suas
repercussões:  

— Criação de estruturas de despiste e reeducação precoces.


— Consultas multidisciplinares para avaliação compreensiva de casos.
— Formação de professores numa pedagogia específica.
— Meios de informação sobre estruturas de apoio a alunos com dislexia.

Aqui estão alguns sinais de alerta que pais e professores devem de ter em atenção
quando suspeitam da existência de problemas nas competências de leitura e escrita
nos seus filhos ou alunos:

— Dificuldades na linguagem oral;


— Vocabulário pobre;
— As crianças com dislália;
— Não associação de símbolos gráficos com as suas componentes auditivas;

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— Dificuldades na discriminação de fonemas (vogais e consoantes);
— Dificuldades em seguir orientações e instruções;
— Dificuldades de memorização auditiva;
— Deficiência de memória de curto prazo;
— Problemas de atenção;
— Problemas de lateralidade;
— Alterações na relação figura-fundo;
— Tendência à inversão;
— Conflitos emocionais;
— Lesão cerebral;
— O meio social.

Podem ainda ser indicadores de dificuldades os seguintes comportamentos:

— A criança movimenta os lábios ou murmura ao ler;


— A criança movimenta a cabeça ao longo da linha;
— A leitura silenciosa é mais rápida que a oral;
— A criança segue a linha com o dedo;
— A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa;
— A criança demonstra excessiva tensão ao ler.

De qualquer modo, haverá sempre:

— Dificuldades com a linguagem e escrita ;


— Dificuldades em escrever;
— Dificuldades com a ortografia;
— Lentidão na aprendizagem da leitura.

E haverá muitas vezes :

— Disgrafia (letra feia);


— Discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de
símbolos e de decorar tabuada;
— dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
— dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de
tarefas complexas;
— dificuldades para compreender textos escritos;
— dificuldades em aprender uma segunda língua;
— Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças subtis de grafia:
a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u etc;

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— Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com
diferente orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e;
— Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e,
cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f;
— Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-
mos; sal-las; pal-pla.

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Disléxicos famosos
 

Agatha Christie Julio Verne


Albert Einstein Leonardo da Vinci
Alexander Graham Bell Louis Pasteur
Anthony Hopkins Magic Johnson
Beethoven Mozart
Ben Johnson Pablo Picasso
Bill Gates Steven Spielberg
Franklin D. Roosevelt Thomas Edison
Fred Astaire  Tom Cruise
Galileo Van Gogh
Harrison Ford Walt Disney
Jack Nicholson Winston Churchill,
John Lennon entre muitos outros...

Associações ou grupos de auto-ajuda

APDIS – Associação Portuguesa de Dislexia


Sede:   Rua Gil Vicente 138 -  4ooo Porto
Telefone: 225 573 420-ext.227
Fax: 225 508 485

Bibliografia

14
ELLIS, Andrew W. (1995). Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva.

GARCÍA, Jesus Nicasio. (1998). Manual de dificuldades de aprendizagem:


linguagem, leitura, escrita e matemática.

HOUT, Anne Van, SESTIENNE, Françoise. (2001). Dislexias: descrição, avaliação,


explicação e tratamento.

MARTINS, Vicente. (2002). Linguística Aplicada às dificuldades de aprendizagem


relacionadas com a linguagem: dislexia, disgrafia e disortografia. Disponível na
Internet: http://sites.uol.com.br/vicente.martins/

MONTEIRO, José Lemos. (2002). Morfologia portuguesa.

RODRIGUES, Norberto. (1999). Neuro-linguística dos distúrbios da fala.

Definição

15
Dislexia: (do grego) dus = difícil, dificuldade; lexis =
palavra.

“A dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem


da leitura e aquisição do seu mecanismo, em crianças
inteligentes, escolarizadas, sem quaisquer perturbações
sensoriais e psíquicas já existentes.”

A dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de


aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que
cerca de 10 a 15% da população mundial é disléxica.

A dislexia não é resultado de má alfabetização, desatenção,


desmotivação, condição socio-económica ou baixa
inteligência.

Outros estudos referenciam que 40% dos irmãos de


crianças disléxicas apresentam de uma forma mais ou
menos grave a mesma perturbação. Uma criança cujo pai
seja disléxico apresenta um risco 8 vezes superior à da
população média. Constata-se uma patente desproporção
entre rapazes e raparigas disléxicas, segundo alguns
autores 70 a 80% dos sujeitos diagnosticados com
perturbação da leitura são do sexo masculino, ou seja, uma
proporção de 8 a 9 rapazes para uma rapariga.

Algumas manifestações da dislexia na leitura e na escrita:

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DURANTE A INFÂNCIA:

— Atraso na aquisição da linguagem;


— Linguagem ‘abebezada’ para além do tempo normal;
— Dificuldade em memorizar canções infantis e rimas.

 NA IDADE ESCOLAR:

— Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura


e escrita;
— Erros na leitura, inventa palavras ao ler um texto;
— A velocidade da leitura é inadequada para a idade;
— Muitos erros ortográficos e caligrafia deficiente;
— Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha da
leitura com o dedo;
— Confunde a direita e a esquerda.

Apesar das dificuldades, na escola revela ser bastante


imaginativo e criativo, com um bom raciocínio lógico e
abstracto, podendo evidenciar capacidades acima da média
em determinadas áreas (desenho, pintura, música, teatro,
desporto, etc.).

Etiologia

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A etiologia da dislexia tem por base alterações genéticas,
neurológicas e psico-linguísticas.

A classificação da dislexia e das formas em que se


subdivide dependem do ponto de vista do neurólogo, do
psicólogo ou do professor:

 Dislexia adquirida

 Dislexia do desenvolvimento

Tipos de dislexia adquirida: profunda, superficial, central,


semântica, auditiva e visual.

Em todos os casos de dislexia adquirida, os especialistas


contam com sinais directos ou indirectos que suportem a
sua opinião de que tais dificuldades são causadas em parte
por dano cerebral.

A dislexia específica do desenvolvimento ou dislexia


congénita define-se por atraso nalgum aspecto do
desenvolvimento, alguma deficiência na maturação neural,
que origina as dificuldades da criança. A dislexia congénita
significa que a criança parece ter nascido com essas
dificuldades.

Problemáticas físicas / psicológicas

 Diagnóstico

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 Avaliação
 Equipa multidisciplinar (Psicólogo, Fono-audiólogo e
Psico-pedagogo Clínico, Neurologista, Oftalmologista)
 Parecer da escola, dos pais e conhecer o histórico
familiar e de evolução da criança (anamnese).

A criança disléxica é geralmente triste e deprimida, pode


demonstrar agressividade, angústia e sentimentos de
inferioridade.

Reacções mais características:

 Reduzida motivação
 Temor do fracasso
 Tristeza e auto-culpabilização
 Reduzida auto-estima e auto-conceito
 Comportamentos de oposição e desobediência
 Hiperactividade, défice de atenção
 Enurese nocturna, perturbações do sono
 Disortografia, Disgrafia, Discalculia

Papel dos educadores

19
É muito importante a tomada de consciência de que nem os
pais, nem os professores são responsáveis  por  esta
dificuldade específica de aprendizagem, mas ainda mais
que para além de não a deverem desvalorizar, existem
alguns factores que podem ajudar a ultrapassar as
dificuldades e minorar as suas repercussões:  

— Criação de estruturas de despiste e reeducação


precoces.
— Consultas multidisciplinares para avaliação de casos.
— Formação de professores numa pedagogia específica.
— Meios de informação sobre estruturas de apoio a
alunos com dislexia.

Sinais de alerta:

— Dificuldades com a linguagem e escrita ;


— Dificuldades em escrever;
— Dificuldades com a ortografia;
— Lentidão na aprendizagem da leitura;
— Confusão entre letras, sílabas ou palavras:

a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u, etc;

b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e;

d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f;

Disléxicos famosos

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Agatha Christie Julio Verne


Albert Einstein Leonardo da Vinci
Alexander Graham Bell Louis Pasteur
Anthony Hopkins Magic Johnson
Beethoven Mozart
Ben Johnson Pablo Picasso
Bill Gates Steven Spielberg
Franklin D. Roosevelt Thomas Edison
Fred Astaire  Tom Cruise
Galileo Van Gogh
Harrison Ford Walt Disney
Jack Nicholson Winston Churchill,
John Lennon entre muitos outros...

Associações ou grupos de auto-ajuda

APDIS – Associação Portuguesa de Dislexia


Sede:   Rua Gil Vicente 138 -  4ooo Porto
Telefone: 225 573 420-ext.227
Fax: 225 508 485

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