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ALGUMAS DENIFIÇÕES
INTRODUÇÃO
Durante muito tempo os problemas de aquisição da língua escrita eram
relacionados ou aos métodos de ensino da escola, ou do
comportamento/capacidade dos alunos. Não havia estudos suficientes para
fazer uma relação com o aspecto neurológico. Assim, muitos alunos e
professores foram responsabilizados pelo fracasso da alfabetização e pelo
analfabetismo, pela evasão escolar e pela inabilidade em adquirir os
aspectos linguísticos.
A partir da década de 1970, porém, novos olhares, de estudiosos do
desenvolvimento humano e escolar, começaram a tratar separadamente os
problemas de aprendizagem. Havia os que tinham origem no ambiente, mas
muitos tinham origem neurológica, ainda desconhecida. Atualmente, com o
esforço de educadores e outros profissionais que lidam com os aspectos
linguísticos no cotidiano, muitas pesquisas estão em desenvolvimento para se
descobrir a causa e o tratamento dos sintomas dos distúrbios de
aprendizagem.
DEFINIÇÕES
Vejamos as diferentes definições segundo o site do Centro de Atendimento
Neurológico, Psicológico e Psiquiátrico (fonte: https://canpp.com.br/sindrome-
transtorno-doenca-e-disturbio-qual-a-diferenca/), de Florianópolis – SC:
SÍNDROME: é uma condição médica que resulta num conjunto de sinais e
sintomas que caracterizam mais de uma doença que independem da causa e
da origem que as diferenciem. Seu nome vem do grego “syndromé” e significa
reunião. Geralmente, as síndromes são nomeadas com o nome da pessoa que
a pesquisou ou a sua geografia;
DOENÇA: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doença é
considerada “ausência de saúde” com a alteração do estado de equilíbrio do
indivíduo com o meio ambiente, ou seja, é uma disfunção de um órgão, psique
e/ou organismo com sintomas específicos. Vem do latim “dolentia” com
sentido de padecimento;
TRANSTORNO: é uma perturbação de ordem psicológica e/ou mental que
causa incômodo na pessoa devido a falha de estimulação na região frontal do
cérebro;
DISTÚRBIO: é uma disfunção do Sistema Nervoso Central no cérebro que causa
desequilíbrio patológico por alguma alteração violenta de ordem natural.
OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
O aluno tem dificuldade para desenhar a letra, Troca P por B, M por N, R por S.
que acaba saindo “feia”, ilegível;
Não consegue utilizar o espaço da folha, saindo Junta ou separa sílabas de forma incorreta;
das linhas e margens; Fonte:
https://www.slideshare.net/LucieneVieira2/
disgrafia-75074928
Desenho da letra sem firmeza ou definição. Acrescenta ou retira letras ou sílabas das palavras. Fonte:
https://atividadeparaeducacaoespecial.co
m/inclusao-disgrafia-x-disortografia-
aspectos-importantes/
DISLEXIA
TAREFAS AVALIATIVAS
INTRODUÇÃO
A escola confunde oralização com leitura e também com leitura em voz alta.
Vejamos as diferenças:
• Oralização: é a atividade que permite constituir uma cadeia oral a partir do
escrito.
• Leitura: é a atribuição de um significado ao texto escrito: 20% de informações
visuais provenientes do texto; 80% de informações que provêm do leitor;
• Leitura em voz alta: é um comportamento de traduzir oralmente o que já foi
compreendido na leitura. É uma interpretação, uma tradução, onde o
significado está entre a boca e os olhos;
• Código: é o sistema abstrato de correspondência que a escola acredita poder
estabelecer entre a grafia de uma palavra e sua pronúncia, julgando que fará da
criança um leitor.
A AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
Um importante pesquisador russo, Lev Vygotsky, baseou sua teoria de desenvolvimento na explanação sobre
a importância da linguagem na construção do indivíduo como ser histórico e social. Na aprendizagem
humana a linguagem é fundamental, já que é através dela que adquirimos e compartilhamos conhecimento e
é ela que nos torna humanos.
Quando falamos em desenvolvimento social do homem, a teoria psicológica mais utilizada nos estudos
educacionais é a desenvolvida por Vygotsky e seus colegas psicólogos russos, fundadores da Psicologia
Sócio-Histórica, ou Histórico-Social. Esses psicólogos são: Daniil Elkonin, Alexei Nicolaievich Leontiev e
Alexander Romanovich Luria. O grupo era chamado de “troika” (Wikipedia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cultural-hist%C3%B3rica).
A TEORIA DE LEV VYGOTSKY
Vygotsky e seus colegas estudavam as funções psicológicas superiores e o aprendizado humano,
unindo a psicologia com análises culturais, históricas e relacionando com o materialismo dialético, ou
seja, fortemente influenciados pelas teorias de Karl Marx e Friedrich Engels. Vale lembrar aqui do
contexto em que o grupo de psicólogos russos desenvolveu sua teoria: a União Soviética pós-
revolução russa de 1917, dominada pelo pensamento de Trotsky e Lênin, que buscavam implantar o
socialismo-comunismo defendido por Marx e Engels (SANTA & BARONI, 2014).
A proximidade entre o marxismo e as concepções advindas da teoria histórico-cultural pode ser
comprovada através da discussão acerca do conceito de trabalho, abordado por Marx e Engels e que foi
retomado por Vigotski a partir da ideia de mediação. A ação consciente do homem sobre o mundo,
mediada pelo uso de instrumentos, representou o passo decisivo em direção à gênese do caráter
genuinamente humano. Vigotski estendeu essa concepção de mediação ao uso de signos, que a
exemplo das ferramentas são criados pelas sociedades, agindo como transformadores da realidade
sociocultural (SANTA & BARONI, 2014, p. 2).
O aluno é um ser histórico, ele não chega à escola como uma folha de
papel em branco, ao contrário, traz muita bagagem e conteúdo,
construídos com sua família, sua comunidade e com a sociedade em
que vive. O professor precisa analisar esse conteúdo antes de iniciar
qualquer processo de ensino. Vygotsky afirma que o professor precisa
considerar três níveis de aprendizado do aluno (VYGOTSKY, 2002):
O aspecto cognitivo se desenvolve em interação com meio, através das relações humanas
com os objetos do meio, com as outras pessoas e com o conhecimento histórico-cultural.
Para entendermos como a criança se desenvolve nesse aspecto, a teoria mais completa é
a do biólogo suíço Jean Piaget, o Construtivismo.
O construtivismo é uma corrente teórica considerada interacionista, ou seja, ela enfoca
aspectos genéticos e empíricos, considerando tanto a parte hereditária, como a influência
do meio sobre o aprendizado. Se formos pensar em uma aprendizagem universal, para
todos os seres vivos, veremos que os processos mais fundamentais da inteligência são de
natureza biológica, estão presentes em qualquer ser vivo.
Existe uma relação íntima entre os fundamentos fisiológicos e anatômicos e a inteligência.
Para Piaget, por exemplo, a inteligência é uma adaptação: herdamos um modo de
funcionamento intelectual, que nos permite uma relação com o meio e gera estruturas
cognitivas, ele é constante por toda a vida.
AS INVARIANTES FUNCIONAIS
Essas estruturas, chamadas Invariantes Funcionais, são o princípio da inteligência, e não são
engessadas. Elas estão em constante funcionamento e evolução, através dos processos de
Organização e Adaptação. A adaptação é o intercâmbio entre o meio e o indivíduo que resulta
em uma modificação do organismo e do objeto assimilado. Dentro da adaptação existem dois
processos: a Assimilação e a Acomodação (FLAVELL, 1996).
A assimilação é o processo pelo qual um objeto do meio é modificado pelo organismo. A
acomodação é o processo pelo qual o organismo se adapta ao objeto. São dois lados de uma
mesma moeda, contrários, mas indissolúveis. Por exemplo: a alimentação, enquanto mastigamos
o alimento (assimilação), a nossa salivação inicia o processo de digestão, que irá absorver os
nutrientes (acomodação), ou seja, não há como mastigar sem digerir, são indissociáveis.
Além da adaptação existe a Organização, pela qual a estrutura mental ajusta o novo
conhecimento ao já existente. Os processos mentais estão em ação o tempo todo. Cada
informação nova a que temos acesso causa um desequilíbrio em nossas estruturas mentais e elas
desencadeiam os processos de adaptação e organização para se ajustar ao novo
conhecimento. Assim, construímos o conhecimento tijolo a tijolo, assentando os novos aos mais
antigos, criando um bloco firme e bem fundamentado, daí o nome: construtivismo.
ASSIMILAÇÃO ACOMODAÇÃO
DESEQUILÍBRIO E EQUILÍBRIO
https://youtu.be/wFD_YlChtko
Assimilação e Acomodação:
https://pt.slideshare.net/manoelasaqua/desenvolvimento-cognitivo-piaget
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
ESCOLAR ATUAL tem sido bastante trabalhosa, já que além de atender muitos alunos, estes
também apresentam ritmos de aprendizagem diferenciados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 afirma que todas as
crianças entre 4 e 17 anos devem estar matriculadas e frequentando a
escola. Sendo assim, existe uma grande quantidade e variedade de alunos
que a escola recebe, os educadores então, identificam dificuldades e
problemas de vários níveis que interferem no progresso de alguns alunos.
Antes de se encaminhar para uma intervenção, o educador precisa
observar bem a criança. No caso da dislexia, se atentar para dificuldades
em ler e escrever o que se pede.
Quanto aos problemas de aprendizagem, existem os que podem ser
resolvidos dentro da escola, já que estão ao alcance desta, porém,
existem outros que fogem da responsabilidade da mesma e precisam
de uma intervenção que envolva não só um diagnóstico, mas o
tratamento de uma equipe multidisciplinar. Essa possibilidade de
tratamento, porém, é algo bem recente. Até o século XX, muitas
crianças com dificuldades simples de aprendizado, acabaram
estigmatizadas e ridicularizadas por falta de conhecimento científico
OS PROBLEMAS sobre os distúrbios de aprendizagem.
DIDÁTICAS PARA Usar o lúdico: a escola deve contar com as atividades lúdicas para
estimular o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos;
Fonte: https://anjoseguerreiros.blogs.sapo.pt/871274.html
INTERVENÇÕES PARA
DISLEXIA EM SALA DE
AULA
LER É MAIS QUE DECODIFICAR
Durante nossas práticas cotidianas usamos a leitura e a escrita em muitas situações, por
isso esse exercício da língua deve ser oferecido também pela escola. Essas situações
sociais da leitura e da escrita devem ser trabalhadas durante o processo de
alfabetização para dar significado ao mesmo. Através da leitura aprendemos coisas
novas, ampliamos os conhecimentos, raciocinamos, refletimos, enfim, usamos diversos
processos mentais. Sem a leitura, nossa produção textual fica restrita, pois a
fundamentação para essa produção é toda construída através da leitura.
Sendo assim, trabalhar com uma criança disléxica é mostrar a ela que adquirir e usar a
linguagem, vai muito além de códigos e para isso, o trabalho com a leitura deve ser
inserido, desde muito cedo, com as crianças.
FAMILIARIZAR-SE COM OS TEXTOS
ESCRITOS
• Ler para as crianças vários tipos de textos, de diversas
fontes, como jornais, sites, redes sociais, revistas,
quadrinhos, etc. Além dos livros, a criança precisa entender
que existem outras possibilidades de leitura;
• Mostrar os livros aos alunos e conversar sobre o que eles Quer aprender a montar um Cantinho de leitura?
Acesse: https://blog.mooui.com.br/como-montar-
pensam sobre a escrita e o conteúdo do mesmo, para um-cantinho-da-leitura/amp/
conhecer as hipóteses da criança sobre a escrita;
https://youtu.be/R0wD4ODe-hE