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DISLEXIA

ALGUMAS DENIFIÇÕES
INTRODUÇÃO
Durante muito tempo os problemas de aquisição da língua escrita eram
relacionados ou aos métodos de ensino da escola, ou do
comportamento/capacidade dos alunos. Não havia estudos suficientes para
fazer uma relação com o aspecto neurológico. Assim, muitos alunos e
professores foram responsabilizados pelo fracasso da alfabetização e pelo
analfabetismo, pela evasão escolar e pela inabilidade em adquirir os
aspectos linguísticos.
A partir da década de 1970, porém, novos olhares, de estudiosos do
desenvolvimento humano e escolar, começaram a tratar separadamente os
problemas de aprendizagem. Havia os que tinham origem no ambiente, mas
muitos tinham origem neurológica, ainda desconhecida. Atualmente, com o
esforço de educadores e outros profissionais que lidam com os aspectos
linguísticos no cotidiano, muitas pesquisas estão em desenvolvimento para se
descobrir a causa e o tratamento dos sintomas dos distúrbios de
aprendizagem.
DEFINIÇÕES
Vejamos as diferentes definições segundo o site do Centro de Atendimento
Neurológico, Psicológico e Psiquiátrico (fonte: https://canpp.com.br/sindrome-
transtorno-doenca-e-disturbio-qual-a-diferenca/), de Florianópolis – SC:
 SÍNDROME: é uma condição médica que resulta num conjunto de sinais e
sintomas que caracterizam mais de uma doença que independem da causa e
da origem que as diferenciem. Seu nome vem do grego “syndromé” e significa
reunião. Geralmente, as síndromes são nomeadas com o nome da pessoa que
a pesquisou ou a sua geografia;
 DOENÇA: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doença é
considerada “ausência de saúde” com a alteração do estado de equilíbrio do
indivíduo com o meio ambiente, ou seja, é uma disfunção de um órgão, psique
e/ou organismo com sintomas específicos. Vem do latim “dolentia” com
sentido de padecimento;
 TRANSTORNO: é uma perturbação de ordem psicológica e/ou mental que
causa incômodo na pessoa devido a falha de estimulação na região frontal do
cérebro;
 DISTÚRBIO: é uma disfunção do Sistema Nervoso Central no cérebro que causa
desequilíbrio patológico por alguma alteração violenta de ordem natural.
OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM

Os problemas de aprendizagem podem ser ocasionados por uma


doença, por um transtorno (como o autismo), por uma síndrome (como
a de Down) ou um distúrbio como a dislexia, mas eles também podem
estar relacionados a uma (BRASIL, 2003):
 Dificuldade de aprendizagem: inadequação de rendimento, sem
déficit cognitivo, prejuízo sensorial, mental ou físico. Geralmente são
problemas de atenção, baixa autoestima, dificuldades de memória,
problemas linguísticos, atrasos motores;
 Deficiência Mental: incapacidade intelectual acentuada, geralmente
com algum grau de retardo mental e comprometimento cognitivo,
motor e social; isso causa um atraso no aprendizado e
desenvolvimento do aluno.
A DISLEXIA
Um dos distúrbios mais comuns é a Dislexia, uma inabilidade na leitura e na escrita, de
origem neurobiológica. Entre suas características mais comuns estão a dificuldade de
identificar e escrever letras, sílabas e palavras. O aluno troca as letras ao ler e escrever.
Por esse motivo, a fase da alfabetização se torna uma das mais difíceis da vida escolar
do disléxico.
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e
soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas
realizadas em vários países mostram que entre 5% e 17% da população mundial é
disléxica (ABD, 2020). Ao contrário do senso comum, a dislexia não é causada por má
vontade, preguiça ou desleixo do aluno, tampouco por alfabetização falha. Ela é uma
dificuldade de origem genética e hereditária, afetando a parte neurológica (ALVES,
CAPELLINI & MOUSINHO, 2011).
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe
multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições para um acompanhamento mais
efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de
cada indivíduo, levando a intervenção a resultados mais concretos.
SINAIS DA DISLEXIA NA PRÉ-ESCOLA
 Atraso na aquisição de linguagem;
 Dispersão e desatenção;
 Dificuldade em aprender rimas e canções;
 Dificuldade na coordenação motora fina e grossa;
 Dificuldade em copiar de livros e lousa;
 Desorganização geral;
 Confusão entre esquerda e direita;
 Dificuldade com dicionários, listas telefônicas, mapas, etc.;
 Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas;
 Dificuldade na memória de curto prazo, instruções, recados, etc.;
 Dificuldade em saber sequências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc.;
 Troca de letras na escrita;
 Problemas comportamentais como: timidez ou o contrário, tentando chamar a
atenção;
 Bom desempenho em provas orais.
O cérebro
do disléxico
 Fonte:
http://www.associacaoinspirare.
com.br/dislexia-regioes-
afetadas/
DISLEXIA
CARACTERÍSTICAS E SINTOMAS
DISTÚRBIO OU TRANSTORNO?
Existe atualmente uma grande variedade de estudos em relação à dislexia, sua origem
e seus sintomas. O próprio conceito tem sofrido variações nas últimas décadas, ora
sendo chamado de transtorno, ora de distúrbio de aprendizagem. Isso se deve ao fato
de que muitas áreas de estudos têm se dedicado às pesquisas sobre dislexia e também
a muitas traduções dos termos em várias línguas. No Brasil, tem se usado o termo
Distúrbio pela maioria dos estudiosos (MOJEN, BASSÔA & GONÇALVES, 2016).

Entretanto, o conceito de transtorno, recentemente, vem ganhando força no cenário


nacional. Um exemplo disso é o Relatório Técnico do Comitê de Especialistas do
Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS)16, onde a dislexia é
definida como um transtorno específico e persistente da leitura e da escrita, de origem
neurofuncional, caracterizado por um inesperado e substancial baixo desempenho da
capacidade de ler e escrever, apesar da adequada instrução formal recebida, da
normalidade do nível intelectual, e da ausência de déficits sensoriais (MOJEN, BASSÔA
& GONÇALVES, 2016, p.52/53).
O QUE É A DISLEXIA?
 Possui forte tendência genética, sendo a história familiar considerada um fator de
risco;
 É de origem neurobiológica, associado a diferenças funcionais no hemisfério
esquerdo;
 Supõe, como déficit primário, inabilidades do processamento fonológico;
 Envolve déficits na memória fonológica que limitam a capacidade de registrar,
armazenar e evocar informações verbais;
 É uma condição crônica que persiste até a vida adulta, podendo ter atenuações
pelo desenvolvimento de estratégias compensatórias ou evoluir para abandono da
escola e/ou distúrbios comportamentais;
 Ocorre em sujeitos que têm visão e audição normal ou corrigida e que não são
portadores de problemas psiquiátricos ou neurológicos graves que possam justificar
por si só as dificuldades.
(MOJEN, BASSÔA & GONÇALVES, 2016, p.53)
DIFICULDADES ESCOLARES
 Dificuldades nas habilidades linguísticas; Outras dificuldades que podem surgir
 Falta de interesse em livros impressos; da dislexia dizem respeito ao senso
de direção: lateralidade, noções de
 Dificuldade em seguir a história; espaço, pontos de referência, entre
 Dificuldade de memória imediata; outros.
Também ocorrem problemas com
 Problemas em fazer a relação grafema- coordenação motora fina, não
fonema; sabemos se isso é uma
 Dificuldades com sequências, com ordens consequência da dislexia, ou do
cronológicas; tratamento tardio para a mesma. A
criança disléxica também pode
 Disnomia: dificuldade com a fala e as
apresentar comprometimento visual,
palavras;
pelo esforço que sempre fez para
 Déficit de atenção; enxergar as letras ou outras
 Dificuldade na cópia de impressos e lousa. imagens.
Lidando com as inabilidades sociais na
escola:
Sequência de atividades que envolvem jogos e brincadeiras:
1. Propor jogos coletivos e com regras;
2. Iniciar com jogos/brincadeiras conhecidos pela criança;
3. Inserir novos jogos/brincadeiras;
4. Inserir jogos/brincadeiras com regras mais complexas;
5. Jogos/brincadeiras com raciocínio e tempo;
6. Iniciar competições (Com igualdade, trabalhando as vitórias e derrotas);
7. Jogos eletrônicos somente depois de treiná-la com jogos que precisa de
um parceiro ou rival (Físico);
8. Promover momentos em que sinta o prazer ou a necessidade de se
concentrar para melhorar ou vencer;
9. Incentive que ela jogue com outras crianças e te relate como foi ou se
possível, faça a observação.
Lidando com as inabilidades sociais na escola:
JOGO DAS RIMAS – LINK DO VÍDEO: https://youtu.be/Q4amOUhfsJ8
Disgrafia Disortografia

É um distúrbio relacionado à coordenação É um distúrbio relacionado à escolha das letras e


motora; palavras, ou seja, gramatical;

O aluno tem dificuldade para desenhar a letra, Troca P por B, M por N, R por S.
que acaba saindo “feia”, ilegível;

Não consegue utilizar o espaço da folha, saindo Junta ou separa sílabas de forma incorreta;
das linhas e margens; Fonte:
https://www.slideshare.net/LucieneVieira2/
disgrafia-75074928

Alterna a pressão no lápis/caneta para escrever, Confunde pontuação e acentuação;


oscilando entre fraco e forte;

Lentidão ao escrever Troca palavras parônimas (parecidas)

Desenho da letra sem firmeza ou definição. Acrescenta ou retira letras ou sílabas das palavras. Fonte:
https://atividadeparaeducacaoespecial.co
m/inclusao-disgrafia-x-disortografia-
aspectos-importantes/
DISLEXIA
TAREFAS AVALIATIVAS
INTRODUÇÃO

Durante as aulas, o professor alfabetizador pode promover algumas


atividades pedagógicas que tenham como finalidade avaliar se a
criança tem algum distúrbio de aprendizagem ligado à aquisição da
linguagem escrita, como a dislexia, por exemplo. Assim, o professor
pode fazer um planejamento adequado para ajudar a criança que
estiver tendo dificuldades e, se necessário, encaminhar para o
psicopedagogo fazer uma avaliação mais aprofundada.
A finalidade dessas atividades é a de contribuir para prevenir
possíveis disfunções ou dificuldades, para compensar ou corrigir
aquelas que tenham surgido e para potencializar e enriquecer o
desenvolvimento dos alunos. Antes de iniciar a alfabetização, por
exemplo, seria interessante investigar o nível de consciência
fonológica e escrita do aluno, como avaliação diagnóstica.
AVALIAÇÕES DIAGNÓSTICAS
• Atividades lúdicas iniciais: capazes de estabelecer vínculos
afetivos com as crianças, de modo a compreender suas
habilidades e dificuldades;
• Sensibilização e relaxamento: utilizar os recursos para o
relaxamento, propiciar momentos para o desenho,
manipulação de argila, jogos dramáticos, fantoches e outros
que permitam a expressão, a construção das próprias
histórias, etc.;
• Dinâmicas de grupo: devem permitir ao grupo a expressão, a
empatia, o contato com a diversidade, a identificação;
• Estratégias didáticas: com atividades pensadas, planejadas e
executadas para a recuperação dos conteúdos escolares que
foram avaliados como deficitários;
• Procedimentos de orientação de estudos: agenda, planilhas, Atividades para dislexia:
listas, planos, ajudar o aluno a se organizar para o ano letivo; https://blog.psiqueasy.com.br/20
• Tarefas: atividades prontas de identificação das letras, 18/05/18/exercicios-para-
preencher lacunas, nomear, etc. intervencao-da-dislexia/
OFICINAS DE LINGUAGEM
Além dessas tarefas citadas acima, o professor pode organizar oficinas
temáticas, nas quais irá oferecer conteúdo teórico de forma lúdica, e
assim, avaliar o desenvolvimento das habilidades e o conhecimento dos
alunos em relação ao tema. Por exemplo, as Oficinas de Linguagem, uma
proposta de pequenas situações de experiência de aprendizagem, feitas
em pequenos grupos de 3 a 5 crianças, com dificuldades homogêneas
para serem superadas.
Os participantes são selecionados de acordo com os seguintes critérios:
não apresentar indício de déficit cognitivo em teste de inteligência; ser
capaz de ler e escrever palavras formadas por sílabas simples, de
estrutura consoante-vogal, em teste de desempenho escolar; e
apresentar problemas de comportamento e indicativo de necessidade de
ajuda psicopedagógica na visão dos pais e professores, principalmente
em relação à escrita. As oficinas devem ser uma atividade extra-classe e
devem durar algumas semanas, o necessário para um trabalho mais
aprofundado. O professor deve dividir o tempo em etapas, de acordo
com os objetivos propostos. É um projeto de cada professor, que deve
contemplar as dificuldades de seus alunos em relação à leitura e à
escrita.
Os recursos usados para essas atividades incluem
uma variedade de fontes como livros de história,
enciclopédias, revistas, jornais, mapas e fotos; outras
fontes de informações acessíveis. O adulto mediador
oferece diretrizes para a atividade e assistência em
cada etapa do trabalho. Toda atividade escrita no
projeto é planejada como uma operação de três fases:
pré-escrita ou rascunho, revisão e escrita definitiva.
Alguns objetivos que podem ser propostos, analisando
as habilidades linguísticas, são:

• Compreensão da palavra falada;


• Expressão da palavra falada;
• Compreensão da palavra impressa (leitura);
• Expressão da palavra impressa (escrita).
Dificuldades em compreender o que se lê
No processo de investigação das dificuldades que o aluno enfrenta no período de
alfabetização, é importante que o professor se lembre dos seguintes detalhes: nem
todas as dificuldades em relação à leitura e/ou escrita são dislexias; as dificuldades
escolares podem estar relacionadas à maturação cognitiva e não a um distúrbio;
existem outros problemas de aprendizagem, além dos distúrbios, que devem ser
considerados e descartados antes de se supor os mesmos.
Continuando no processo de avaliação através das atividades, o professor deve fazer
uma avaliação da leitura em dois níveis:
• O nível geral de compreensão dos textos;
• A rapidez de compreensão da leitura e as habilidades expressivas.
Aprender a ler não é apenas passar os olhos por algo escrito, mas entender o
significado da escrita e formular um juízo sobre escrita. Não é apenas decodificar, é
interpretar, compreender. É, primeiramente, adivinhar, fazer uma inferência, criar um
sistema provisório que permite à criança antecipar o que está escrito, porque é capaz
de criar significado para uma palavra que jamais viu. A escola precisa sair da
alfabetização mecânica, para a promoção do letramento.
ORALIZAÇÃO E LEITURA

A escola confunde oralização com leitura e também com leitura em voz alta.
Vejamos as diferenças:
• Oralização: é a atividade que permite constituir uma cadeia oral a partir do
escrito.
• Leitura: é a atribuição de um significado ao texto escrito: 20% de informações
visuais provenientes do texto; 80% de informações que provêm do leitor;
• Leitura em voz alta: é um comportamento de traduzir oralmente o que já foi
compreendido na leitura. É uma interpretação, uma tradução, onde o
significado está entre a boca e os olhos;
• Código: é o sistema abstrato de correspondência que a escola acredita poder
estabelecer entre a grafia de uma palavra e sua pronúncia, julgando que fará da
criança um leitor.
A AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

Para acompanhar o processo de aquisição da leitura e da escrita pelo aluno, o


professor pode estabelecer algumas metas e tomar algumas atitudes, tais como
gravar os alunos lendo em voz alta para acompanhar a evolução da leitura
(individualmente, sem constrangimentos) e montar um diário para a criança fazer
a escrita livre, que deve ser trazido sempre que se julgar necessário.
Outra tarefa importante para avaliar a compreensão do texto, é apresentar o
mesmo, acompanhado de questões como:
• Perguntas sobre o significado de palavras do texto;
• Perguntas sobre significado de frases do texto;
• Desenho (expressão pictórica) sobre o tema do texto;
• Proposta de julgamento e apreciação do texto;
• Perguntas que avaliam a memorização e recordação;
• Perguntas para aferir o pensamento lógico do aluno: associação,
classificação, inferência, seriação ou seqüência, semelhanças e diferenças,
etc.
REFLEXÕES SOBRE A
LINGUAGEM
TIPOS, NÍVEIS, FUNÇÕES E FIGURAS DE LINGUAGEM
O SIGNO LINGUÍSTICO
A LINGUAGEM, COMO CONCEITO, É APRESENTADA POR MEIO DE
SIGNOS. O SIGNO LINGUÍSTICO É PARTE DA LINGUAGEM, ELE SE
CONSTRÓI COM A UNIÃO DE UMA IMAGEM MENTAL DO OBJETO/IDEIA AO
SEU SIGNIFICANTE (NOME) E SEU SIGNIFICADO (CONCEITO). O
LINGUISTA SUÍÇO FERDINAND DE SAUSSURE DESCREVEU A RELAÇÃO
ARBITRÁRIA ENTRE SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE NA CONSTRUÇÃO DO
SIGNO LINGUÍSTICO.

EXEMPLIFICANDO, AO PENSARMOS EM UMA CADEIRA (IMAGEM MENTAL,


QUE TEM COMO SIGNIFICADO LUGAR PARA SENTAR), PRECISAMOS DE
SONS QUE REPRESENTEM ESSA IDEIA, ESSE OBJETO, ENTÃO DAMOS
UM NOME, O SIGNIFICANTE, E A PARTIR DAÍ, SEMPRE QUE INVOCARMOS
UM, INVOCAREMOS AUTOMATICAMENTE O OUTRO. NA LINGUAGEM
VERBAL, REPRESENTAMOS OS OBJETOS E CONCEITOS ATRAVÉS DA
ESCRITA OU DA FALA DOS SIGNIFICANTES.
LINGUAGEM NÃO-VERBAL

NA LINGUAGEM NÃO-VERBAL, PORÉM, NÃO PRECISAMOS DA


ESCRITA DO SIGNIFICANTE PARA ENTENDERMOS A IDEIA, O
SIGNIFICADO DO OBJETO.
IMEDIATAMENTE PENSAMOS QUE O LOCAL TEM
ACESSIBILIDADE PARA DEFICIENTES, SEJA ESSE LOCAL UM
ESTACIONAMENTO, UM BANHEIRO OU UM TRANSPORTE.
PERCEBEMOS ENTÃO, QUE NO CASO DA LINGUAGEM NÃO-
VERBAL, A ESCRITA NÃO É NECESSÁRIA PARA A
COMUNICAÇÃO. OUTRO EXEMPLO IMPORTANTE É A
LINGUAGEM DE SINAIS: LIBRAS.
LINGUAGEM HÍBRIDA
A LINGUAGEM DO COTIDIANO TAMBÉM PODE APRESENTAR UM ASPECTO HÍBRIDO, OU SEJA, A
UNIÃO DO VERBAL COM O NÃO-VERBAL, POR EXEMPLO, NA CHARGE ABAIXO, DE EMIDIO, O
DISCURSO ESCRITO DO PAI SÓ FAZ SENTIDO COM A IMAGEM DO LIXO:
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
NÍVEIS DE LINGUAGEM
NÍVEL CULTO:
NEOLOGISMOS:
EU IREI AO BANCO. imagem 
NÍVEL COLOQUIAL:
REGIONALISMOS:
EU VO NO BANCO. tirinha abaixo
GÍRIAS:
E AÍ, MANO? TA DE BOA?
COMO FOI O ROLÊ ONTEM?
ESTRANGEIRISMOS:
Fonte: PASSEIDIRETO
Fonte: PASSEIDIRETO
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO/SINTAXE
NESSE TIPO DE RECURSO, A SINTAXE E SEUS TERMOS SÃO ALTERADOS EM
FUNÇÃO DO SENTIDO SEMÂNTICO.
- ANACOLUTO: INVERSÃO DE IDEIAS, MAS COM VÍRGULAS, PAUSA. ESSES
POLÍTICOS, NÃO SE PODE CONFIAR.
- ELIPSE: OCULTA TERMO OU PALAVRA. (NÓS) ESTÁVAMOS FELIZES.
- INVERSÃO OU HIPÉRBATO: TROCA TERMOS NA ORAÇÃO. TRISTE ESTAVA EU
ONTEM.
- PLEONASMO: REPETIÇÃO DESNECESSÁRIA. DESCEU LÁ EMBAIXO.
- POLISSÍNDETO E ASSÍNDETO: REPETIÇÃO OU AUSÊNCIA DE CONJUNÇÕES.
POLISSÍNDETO: ELE ANDAVA, OU CORRIA, OU JOGAVA, OU NADAVA, SEMPRE EM
ATIVIDADE. ASSÍNDETO: VIVIA CANSADA, (POIS) NÃO PRATICAVA ESPORTES.
- SILEPSE: CONCORDÂNCIA ENTRE IDEIAS E NÃO SINTÁTICA. O RIO DE JANEIRO
É (UMA CIDADE) SUJA.
FIGURAS DE SOM
SÃO FIGURAS MUITAS USADAS EM HISTÓRIAS DE HUMOR,
DE QUADRINHOS, INFANTIS, ELAS BRINCAM COM OS SONS,
REPRESENTANDO-OS E VALORIZANDO-OS.
• ONOMATOPEIA: SONOPLASTIA. GRRRR, VRUM, CRACK!
• ALITERAÇÃO: REPETIÇÃO DE SONS DE CONSOANTES.
VOZES VELADAS, VELUDOSAS VOZES.
• ASSONÂNCIA: REPETIR SONS DE VOGAIS. EU ME
ARRASTEI E TE ARRANHEI!
• PARANOMÁSIA: USO DE PARÔNIMOS (PALAVRAS
PARECIDAS NA GRAFIA E NA PRONÚNCIA). HOJE
DISPENSO A DESPENSA.
A LINGUAGEM COMO
ATIVIDADE CONSTITUTIVA
O homem não nasce humano, ele se constrói humano
Vygotsky
INTRODUÇÃO
Através da linguagem, a humanidade desenvolveu a comunicação, a troca de ideias e de experiências. Esse
instrumento é tão poderoso que foi e é por meio dele que adquirimos conhecimento, que temos acesso à
cultura, à arte, à diversão e ao lazer. A linguagem nos permite a expressão do que pensamos, sentimos e
vivemos. Graças à linguagem, podemos passar nossos saberes adiante, desencadear progresso e
compartilhar vivências.

Um importante pesquisador russo, Lev Vygotsky, baseou sua teoria de desenvolvimento na explanação sobre
a importância da linguagem na construção do indivíduo como ser histórico e social. Na aprendizagem
humana a linguagem é fundamental, já que é através dela que adquirimos e compartilhamos conhecimento e
é ela que nos torna humanos.

Quando falamos em desenvolvimento social do homem, a teoria psicológica mais utilizada nos estudos
educacionais é a desenvolvida por Vygotsky e seus colegas psicólogos russos, fundadores da Psicologia
Sócio-Histórica, ou Histórico-Social. Esses psicólogos são: Daniil Elkonin, Alexei Nicolaievich Leontiev e
Alexander Romanovich Luria. O grupo era chamado de “troika” (Wikipedia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cultural-hist%C3%B3rica).
A TEORIA DE LEV VYGOTSKY
Vygotsky e seus colegas estudavam as funções psicológicas superiores e o aprendizado humano,
unindo a psicologia com análises culturais, históricas e relacionando com o materialismo dialético, ou
seja, fortemente influenciados pelas teorias de Karl Marx e Friedrich Engels. Vale lembrar aqui do
contexto em que o grupo de psicólogos russos desenvolveu sua teoria: a União Soviética pós-
revolução russa de 1917, dominada pelo pensamento de Trotsky e Lênin, que buscavam implantar o
socialismo-comunismo defendido por Marx e Engels (SANTA & BARONI, 2014).
A proximidade entre o marxismo e as concepções advindas da teoria histórico-cultural pode ser
comprovada através da discussão acerca do conceito de trabalho, abordado por Marx e Engels e que foi
retomado por Vigotski a partir da ideia de mediação. A ação consciente do homem sobre o mundo,
mediada pelo uso de instrumentos, representou o passo decisivo em direção à gênese do caráter
genuinamente humano. Vigotski estendeu essa concepção de mediação ao uso de signos, que a
exemplo das ferramentas são criados pelas sociedades, agindo como transformadores da realidade
sociocultural (SANTA & BARONI, 2014, p. 2).
O aluno é um ser histórico, ele não chega à escola como uma folha de
papel em branco, ao contrário, traz muita bagagem e conteúdo,
construídos com sua família, sua comunidade e com a sociedade em
que vive. O professor precisa analisar esse conteúdo antes de iniciar
qualquer processo de ensino. Vygotsky afirma que o professor precisa
considerar três níveis de aprendizado do aluno (VYGOTSKY, 2002):

• Zona de Desenvolvimento Real: caracterizada pelo conteúdo que o


aluno já aprendeu;

• Zona de Desenvolvimento Potencial: é o conteúdo que o aluno tem


potencial para aprender, conteúdo previsto;

• Zona de Desenvolvimento Proximal: é formada pelos conteúdos


elaborados pelo professor para levar o aluno do que ele já sabe para
o que ele pode aprender.
O conteúdo escolar deve estar sempre relacionado ao
contexto da escola e do aluno, caso contrário, não fará
sentido. O contexto também servirá para troca de
experiências, informações e dúvidas, pois para Vygotsky, não
há aprendizado sem interação social. Notamos então, que a
comunicação é fundamental para a assimilação do
conhecimento e para que esta comunicação se estabeleça, o
professor irá usar todos os recursos que a linguagem lhe
oferece.
Nessa teoria de aprendizagem, então, a escola deve estar
sempre atenta ao desenvolvimento da linguagem, do diálogo,
da comunicação, para promover a troca de experiências, de
vivências, sempre estimulando a socialização e a integração Vygotsky na Sala de Aula:
entre os alunos. O aluno, por sua vez, irá se expressar pela http://vygotskynoaprendizadoesc
oralidade, pela escrita, pela arte, enfim, pela ferramenta que olar.blogspot.com/2015/
melhor lhe aprouver.
LINGUAGEM CRIATIVA
Criativo vem de criação, portanto, quando falamos em uma linguagem criativa estamos
relacionando a comunicação aos atos de criar, construir, inovar. Vygotsky afirmou que a
criatividade é uma das funções psicológicas superiores, tão estudadas por ele, ou seja,
exercitar a criatividade é usar os aspectos mais complexos de nossa mente.
O homem, desde os primórdios da humanidade, usa sua engenhosidade para solucionar
problemas, construir ferramentas, mudar seus hábitos e se adaptar ao ambiente em que
vive. Sem a criatividade não haveria evolução, nem progresso. Sendo assim, a criatividade
está relacionada com a aprendizagem, já que ambas estão ligadas à adaptação.
Atualmente, a criatividade tem ganhado espaço no mercado de trabalho, já que muitas
empresas dependem de profissionais criativos para conseguirem ser competitivas e se
manterem assim. O contexto social atual nos mostra que ser criativo não depende de
superdotação, mas de habilidades especiais que podem ser despertadas e desenvolvidas
ainda na escola, tornando-se ferramentas importantes para o indivíduo se destacar na
sociedade.
A LINGUAGEM DA INTERNET
A linguagem criativa é muito usada e vista em propagandas e
nas redes sociais. Um exemplo bastante atual de criatividade
na comunicação são os memes: originada de mimesis,
imitação em grego. Ele se utiliza de imagens para produzir
humor ou emitir opiniões de forma satírica.
As redes sociais possuem uma série de recursos de
comunicação e de humor que não necessariamente usam a
língua escrita. Além dos memes, essas redes produzem frases,
vídeos e outros recursos que podem ser úteis na comunicação
com quem tem dificuldades com a linguagem escrita, como é
o caso dos disléxicos. Um exemplo disso são os emojis,
símbolos usados para expressar sentimentos, cumprimentos e
emoções sem usar palavras.
A ESCRITA EM CONSTRUÇÃO
Como aprendemos a ler e a escrever
INTRODUÇÃO

A aquisição da escrita e, consequentemente, da leitura, acontece muito


antes do período escolar da alfabetização. Ainda muito cedo, a criança
entra em contato com letras, números, símbolos e começa a elaborar
hipóteses com a linguagem verbal. A alfabetização e o letramento, então,
processos de aquisição da escrita e da leitura, se iniciam ainda na fase pré-
escolar.
O conceito de alfabetização vem sofrendo algumas mudanças nas últimas
décadas dentro e fora do Brasil. Alfabetizar é fazer com que a pessoa
consiga decodificar o código da escrita, podendo ler e escrever na língua
em que foi alfabetizada. O aluno consegue assim, dominar uma técnica
relacionada à gramática, à ortografia e ao léxico. A escola é responsável
pelo processo de alfabetização e como acreditamos que o letramento deva
ser oferecido junto a esse processo, acaba responsável por ele também,
porém, a escola não é o único lugar onde o letramento ocorre.
UMA NOVA FORMA DE ALFABETIZAR

Assim, atualmente, pensamos que os métodos de alfabetização


precisam considerar também o letramento. O método tradicional de
alfabetização, baseado na cartilha e na aprendizagem passiva do aluno
perde espaço para novas teorias que tornem a alfabetização mais
dinâmica, mais contextualizada e mais ativa. No método tradicional, a
alfabetização é mecânica, preparando o aluno para ler e escrever sem
refletir sobre o conteúdo. Embora consiga sucesso nisso, esse método
ainda produz muitos analfabetos funcionais.
Para que a alfabetização vá além da parte técnica e mecânica é preciso
que haja uma contextualização do conteúdo, por isso, o método sócio-
histórico pretende identificar aspectos relacionados à realidade do
aluno e ao contexto sociocultural no qual a escola está inserida. Sendo
assim, o ato de ensinar está intrinsecamente relacionado ao ato de
aprender. Vygotsky, que já mencionamos aqui, afirmava que a
alfabetização se iniciava antes de a criança ir para a escola, já que ela
usava a linguagem socialmente e assim desenvolvia processos mentais
que abririam caminho para adquirir a leitura e a escrita.
A TEORIA DE EMÍLIA FERREIRO

O aprendizado pré-alfabetização foi melhor investigado por Emília


Ferreiro, que era orientanda de Jean Piaget, biólogo suíço que
desenvolveu importantes teorias de desenvolvimento e aprendizagem.
Emília seguia, portanto, uma linha psicogenética e construtivista. A
teoria construtivista de Piaget defende que o ser humano aprende e se
desenvolve em um processo contínuo de adaptação e interação com o
meio e seus objetos. A partir da teoria de desenvolvimento cognitivo
de Piaget, Emília Ferreiro se aprofundou nos processos mentais
envolvidos na linguagem. Segundo Ferreiro (1989, apud Fernandes et
al., 2011, p.4),
A construção do código linguístico não se dá pelo cumprimento de
uma série de tarefas ou pelo conhecimento das letras e das sílabas,
mas pela compreensão do funcionamento desse código, mostrando que
os educandos têm idéias e hipóteses e, que as confrontam com sua
realidade e com as idéias de outras pessoas. A teoria de Emilia
Ferreiro é chamada Psicogênese da Língua Escrita e traz como centro
do processo de ensino aprendizagem não só o professor, mas também
o aluno.
Fases da aquisição da Escrita

Os estudos de Emilia com Ana Teberosky (1999) desviaram o foco da teoria de


alfabetização do professor para a criança. Sua teoria estudou os processos mentais
e as características envolvidas na fase que antecede a aquisição da leitura e da
escrita, assim como as ações envolvidas no decorrer do processo. Para as autoras,
a alfabetização passa por etapas, que se iniciam antes dela, vejamos:
• Pré-silábica: a criança não consegue relacionar as letras com os sons da língua
falada;
• Silábica: a criança tem sua própria interpretação da letra, não a relacionando
aos sons correspondentes;
• Silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de
algumas sílabas;
• Alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
Canal: Eu adoro ensinar - https://youtu.be/qOaxs1HuCTQ
O MÉTODO DE PAULO FREIRE

Como já sabemos, o letramento faz parte do processo


de alfabetização. Embora essa seja uma questão
muito comentada atualmente, já era preocupação do
educador Paulo Freire ao pensar em seus métodos de
ensino. Ele elaborou um método no qual as
experiências de vida dos alunos servem de base para
palavras geradoras de outras palavras e assim,
construir o conhecimento textual.
Para Freire, o processo de alfabetização precisava
incluir investigação, reflexão, questionamento,
crítica, sendo assim, alfabetizar não era só algo Quer conhecer o material desse
mecânico como decodificar letras, mas interpretar, método? Acesse o Acervo Paulo
compreender e intervir na realidade. Ao invés de usar
cartilhas, que além de serem um material para o Freire:
público infantil não era contextualizado, ele preferia http://acervo.paulofreire.org:808
usar palavras que estavam presentes no cotidiano dos 0/xmlui/handle/7891/3440
alfabetizados.
ETAPAS DO MÉTODO DE PAULO FREIRE

• Investigação: é uma fase de exploração do universo do aluno,


sua história, sua cultura, seus grupos sociais e suas tarefas
diárias, de forma a acumular informações úteis para a
formação do vocabulário e as palavras geradoras;
• Tematização: com as palavras geradoras escolhidas, os
educadores devem fazer uma contextualização dessas
palavras, ou seja, ao apresentar uma palavra nova, inseri-la
em uma situação cotidiana e que faça parte do ambiente do
aluno. Por exemplo, ao apresentar a palavra panela, o
professor mostra uma mulher cozinhando algum alimento;
• Problematização: o professor propõe reflexões sobre esse
contexto, usando o vocabulário aprendido, de modo a levantar
explorações de problemas e soluções possíveis, fazendo assim
da educação, algo transformador.
VISÃO PSICOAFETIVA NO
TRATAMENTO DA DISLEXIA
ABORDAGEM PSICOAFETIVA
Atualmente existem muitas abordagens no
tratamento da dislexia e uma delas é a visão
Psicoafetiva. Para essa abordagem, os problemas de
leitura e escrita causados pela dislexia envolvem
componentes emocionais e psicológicos.
Para essa linha, a personalidade da criança disléxica,
facilmente irritável e frágil emocionalmente, prejudica
a alfabetização. É uma abordagem polêmica, pois,
embora acreditemos que a dificuldade que o
disléxico enfrenta na escola cause prejuízos
emocionais e psicológicos, não podem ser
considerados a causa nem o único obstáculo da
dislexia.
HENRI WALLON
A educação formal, acadêmica, deve caminhar paralela a uma educação
emocional, isso já vem sendo salientado pela psicologia há algum tempo. A psicologia
nos apresenta estudos importantes sobre o desenvolvimento da nossa afetividade e a
relação desta com o aprendizado humano. Na educação, o maior expoente desse
assunto é o filósofo, médico e psicólogo francês Henri Wallon. Seus estudos contribuem
muito para a compreensão sobre a relação da afetividade com o desenvolvimento da
criança e do ser humano em geral. A teoria de Wallon ressalta que o aprendizado só é
completo se estamos com a parte motora, a cognitiva e a emocional em equilíbrio.
Wallon considera tanto aspectos hereditários como a influência do meio no processo
de aprendizado, desde muito cedo, a criança desenvolve as relações afetivas ao
mesmo tempo em que constrói a estrutura cognitiva. Para Wallon, os aspectos
cognitivo, motor e emocional são igualmente importantes no desenvolvimento humano
e somente esses aspectos em equilíbrio resultam em aprendizado real.
Etapas do Desenvolvimento Afetivo
• Impulsiva-emocional: surge no primeiro ano de vida da criança e é caracterizada
pelas interações afetivas;
• Sensória-motora e projetiva: vai até os 3 anos, é caracterizada pela exploração dos
espaços e dos objetos. Também surge o jogo simbólico e a linguagem;
• Personalismo: de 3 a 6 anos, é caracterizada pela formação da consciência e a
personalidade, pela intensificação das relações afetivas e sociais, adesão aos pares e
troca de ideias;
• Categorial: a partir dos 6 anos, o mundo da criança se amplia e ela passa a ter muita
curiosidade por objetos de conhecimento cada vez mais diversificados;
• Predominância Funcional: as ações hormonais desenvolvem o corpo e o pensamento
se torna mais complexo, a necessidade afetiva é preenchida com os pares e a
sexualidade começa a ser foco de interesse, existem muitos questionamentos nessa
fase o que origina muitos conflitos com a família e a escola.
https://youtu.be/-6vuFpW9dFs
Uma questão de equilíbrio
Para Wallon, a afetividade se manifesta de três formas: a emoção, o sentimento e a
paixão. Essas formas se manifestam desde o nascimento, mas se diferenciam e se
intensificam conforme algumas fases de desenvolvimento. (GALVÃO, 1995). A escola
tem por dever zelar pelo desenvolvimento e equilíbrio emocional de seus alunos para
que esses tenham um aprendizado efetivo e completo.
Sendo assim, quando estamos lidando com alunos disléxicos, é importante considerar o
aspecto emocional e psicológico dessa criança. É preciso, inclusive, um
acompanhamento terapêutico para que essa criança não tenha a autoestima
prejudicada, não se torne insegura e saiba lidar com fracassos e frustrações. Porém,
esse aspecto não é o único que deve ser trabalhado pela escola, já que temos um
distúrbio de origem neurológica e sem possibilidades de cura.
DISLEXIA E AFETIVIDADE
Alterações emocionais causadas
pela dislexia:
https://dislexia.pt/alteracao-
emocional/

Como interagir com o disléxico em sala de


aula:
https://www.dislexia.org.br/como-interagir-
com-o-dislexico-em-sala-de-aula/
PERSPECTIVA COGNITIVISTA
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E A DISLEXIA
O CONSTRUTIVISMO

O aspecto cognitivo se desenvolve em interação com meio, através das relações humanas
com os objetos do meio, com as outras pessoas e com o conhecimento histórico-cultural.
Para entendermos como a criança se desenvolve nesse aspecto, a teoria mais completa é
a do biólogo suíço Jean Piaget, o Construtivismo.
O construtivismo é uma corrente teórica considerada interacionista, ou seja, ela enfoca
aspectos genéticos e empíricos, considerando tanto a parte hereditária, como a influência
do meio sobre o aprendizado. Se formos pensar em uma aprendizagem universal, para
todos os seres vivos, veremos que os processos mais fundamentais da inteligência são de
natureza biológica, estão presentes em qualquer ser vivo.
Existe uma relação íntima entre os fundamentos fisiológicos e anatômicos e a inteligência.
Para Piaget, por exemplo, a inteligência é uma adaptação: herdamos um modo de
funcionamento intelectual, que nos permite uma relação com o meio e gera estruturas
cognitivas, ele é constante por toda a vida.
AS INVARIANTES FUNCIONAIS

Essas estruturas, chamadas Invariantes Funcionais, são o princípio da inteligência, e não são
engessadas. Elas estão em constante funcionamento e evolução, através dos processos de
Organização e Adaptação. A adaptação é o intercâmbio entre o meio e o indivíduo que resulta
em uma modificação do organismo e do objeto assimilado. Dentro da adaptação existem dois
processos: a Assimilação e a Acomodação (FLAVELL, 1996).
A assimilação é o processo pelo qual um objeto do meio é modificado pelo organismo. A
acomodação é o processo pelo qual o organismo se adapta ao objeto. São dois lados de uma
mesma moeda, contrários, mas indissolúveis. Por exemplo: a alimentação, enquanto mastigamos
o alimento (assimilação), a nossa salivação inicia o processo de digestão, que irá absorver os
nutrientes (acomodação), ou seja, não há como mastigar sem digerir, são indissociáveis.
Além da adaptação existe a Organização, pela qual a estrutura mental ajusta o novo
conhecimento ao já existente. Os processos mentais estão em ação o tempo todo. Cada
informação nova a que temos acesso causa um desequilíbrio em nossas estruturas mentais e elas
desencadeiam os processos de adaptação e organização para se ajustar ao novo
conhecimento. Assim, construímos o conhecimento tijolo a tijolo, assentando os novos aos mais
antigos, criando um bloco firme e bem fundamentado, daí o nome: construtivismo.
ASSIMILAÇÃO ACOMODAÇÃO

DESEQUILÍBRIO E EQUILÍBRIO
https://youtu.be/wFD_YlChtko
Assimilação e Acomodação:
https://pt.slideshare.net/manoelasaqua/desenvolvimento-cognitivo-piaget
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

 Período Sensório-Motor (0-2 anos): fase de imitação, de exercício


dos reflexos, a criança desenvolve a linguagem, é egocêntrica;
 Período Pré-Operacional (2-6 anos): a criança inicia o processo de
socialização e exercita o jogo simbólico, o faz-de-conta;
 Período Operacional Concreto (7-12 anos): período das operações
mentais concretas, aprende a lógica, conceitos de número, de
tempo, de reversibilidade. Existe um material de apoio ao
professor, chamado “Caixa de Piaget”, na qual encontramos
provas operatórias desenvolvidas por ele para analisar em qual
Quer saber como aplicar as
período a criança se encontra; provas piagetianas? Acesse:
https://atividadeparaeducacao
 Período Operacional Formal (a partir dos 12 anos): início do especial.com/inclusao-como-
pensamento lógico-dedutivo, a criança começa a entender e aplicar-as-provas-operatorias-
criar pensamentos formais, abstratos, teorias mais complexas. de-piaget/
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MORAL

 Anomia: a criança não entende o


conceito de regras, geralmente até
dois anos;
 Heteronomia: a criança obedece a
regra por medo do castigo e/ou
autoridade;
 Autonomia: quando crescemos,
com a maturação cognitiva,
passamos a compreender o sentido
das regras e a obedecê-las por
consciência.
O Construtivismo na prática

A Professora Lícia Araújo explica as


contribuições do Construtivismo para a
Educação.
https://youtu.be/KSI1TePmBFA
A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Outra teoria importante da área de estudos cognitivos é a da Teoria da


Aprendizagem Significativa. Para o psicólogo americano David
Ausubel, a aprendizagem deve fazer sentido para quem aprende. O
conteúdo ensinado deve ter alguma relação com a realidade do
aluno e também com o que este já aprendeu. O ensino deve enfocar a
formação de novos conceitos, quando as crianças ainda estão na
Educação Infantil, utilizando organizadores prévios, temas introdutórios
para familiarizar a criança com o novo conceito.
Esses organizadores irão captar o interesse da criança para o assunto
que será abordado pelo professor. A aprendizagem, então, é
construída conteúdo após conteúdo, sempre os relacionando entre si e
com o que a criança já conhece, tudo deve fazer sentido. Para se
alcançar esse sentido, o material didático deve ser significativo para o
aluno, e este, deve manter o foco na aprendizagem, manter o
interesse. A avaliação deve ser feita propondo atividades práticas e
resolução de problemas.
A DISLEXIA EM SALA DE AULA
COMO IDENTIFICAR E SANAR O PROBLEMA DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
ESCRITA
O professor alfabetizador enfrenta um grande desafio ao tentar ensinar a
língua escrita aos alunos com dislexia, porém, as dificuldades escolares
desse aluno se iniciam antes de ele entrar no processo de alfabetização
oficialmente, aos 6 anos. Desde o momento em que precisa se comunicar
através da língua oral, a criança com dislexia vai apresentar problemas e
estes podem perseverar até a vida adulta caso não haja intervenção
adequada. Nesta aula, iremos descrever as estratégias que devem ser
usadas na escola para ensinar alunos com dislexia, da Educação Infantil,
até o Ensino Médio.
No cotidiano escolar, podemos notar que muitas crianças têm problemas
para aprender, para se adaptar, para se sentir integradas e acolhidas.
O CONTEXTO Atualmente, a escola tem tentado ensinar, de modo justo, a todos os alunos
que recebe. Porém, com a grande diversidade do seu público, essa tarefa

ESCOLAR ATUAL tem sido bastante trabalhosa, já que além de atender muitos alunos, estes
também apresentam ritmos de aprendizagem diferenciados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 afirma que todas as
crianças entre 4 e 17 anos devem estar matriculadas e frequentando a
escola. Sendo assim, existe uma grande quantidade e variedade de alunos
que a escola recebe, os educadores então, identificam dificuldades e
problemas de vários níveis que interferem no progresso de alguns alunos.
Antes de se encaminhar para uma intervenção, o educador precisa
observar bem a criança. No caso da dislexia, se atentar para dificuldades
em ler e escrever o que se pede.
Quanto aos problemas de aprendizagem, existem os que podem ser
resolvidos dentro da escola, já que estão ao alcance desta, porém,
existem outros que fogem da responsabilidade da mesma e precisam
de uma intervenção que envolva não só um diagnóstico, mas o
tratamento de uma equipe multidisciplinar. Essa possibilidade de
tratamento, porém, é algo bem recente. Até o século XX, muitas
crianças com dificuldades simples de aprendizado, acabaram
estigmatizadas e ridicularizadas por falta de conhecimento científico
OS PROBLEMAS sobre os distúrbios de aprendizagem.

DE A escola era padronizada de tal forma que alunos que não se


adaptassem aos métodos tradicionais de ensino acabavam

APRENDIZAGEM reprovados e em algum tempo abandonavam os estudos. A partir de


1980, a Psicopedagogia começa a trabalhar com uma visão global da
aprendizagem e seus decorrentes processos. Atua desde então,
frente aos casos mais frequentes de problemas de aprendizagem, tais
como: disgrafias, discalculias, dislexias, hiperatividades, que sempre
causaram estigmas aos estudantes, considerados “incapazes para
aprender”.
 Usar as metodologias ativas: o método tradicional de ensino não dá
conta de ensinar alunos com problemas de aprendizagem, eles
precisam que os conteúdos sejam aplicados de forma ativa, ou seja,
com atividades práticas e significativas. Alfabetizar com cartilhas não
costuma dar certo com alunos com dislexia, portanto, novos métodos e
novas práticas precisam ser adotados;
 Atentar para o aspecto individual: cada aluno precisa ser
acompanhado individualmente, pelo menos nas avaliações, com tarefas
e provas adaptadas. O aluno disléxico precisa de um ledor para sua
ESTRATÉGIAS prova. Além disso, o progresso avaliado não deve ser comparado ao dos
outros alunos;

DIDÁTICAS PARA  Usar o lúdico: a escola deve contar com as atividades lúdicas para
estimular o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos;

A DISLEXIA  Investir em tecnologias: muitos programas de computador têm sido


desenvolvidos para auxiliar pessoas com problemas de aprendizagem.
Também há aplicativos e recursos de tecnologia de assistiva, materiais
didáticos adaptados, atividades digitalizadas, entre outros;
 Criar uma rede de apoio: através de grupos em redes sociais, a escola
pode criar uma rede de troca de informações e ideias, que envolva
pais, professores, psicopedagogos e gestores.
 Programas tutoriais: existem muitos vídeos na internet
ensinando a fazer todo tipo de coisas, como cozinhar,
consertar objetos, fazer artesanato. Com os conteúdos

USO DE acadêmicos não é diferente, existem muitos tutoriais


ensinando as matérias que são aprendidas na escola. A

TECNOLOGIAS vantagem dos tutoriais é o fato de o computador poder


apresentar o material com outras características que não são
permitidas no papel como a animação, sons e a possibilidade
de interação;
 Programa de exercício e prática: os programas de
exercício e prática são utilizados para revisar o material visto
em classe principalmente o que envolve memorização e
repetição, como o vocabulário. A vantagem desse tipo de
programa é o fato do professor dispor de uma infinidade de
exercícios que o aprendiz pode resolver de acordo com o
seu grau de conhecimento e interesse;
 Jogos de Alfabetização: é um recurso que une o aspecto
lúdico e a aprendizagem, ou seja, através das atividades
eletrônicas didáticas, o aluno aprende e se diverte.
DICAS
Melhores aplicativos para disléxicos:
https://www.dislexclub.com/categoria/aplicativos-para-
https://youtu.be/ajmv8FOWc-s dislexicos/
 Prestar atenção diária a esses alunos, atentando-se às suas
dificuldades, auxiliando-os sempre que possível;
 Adotar um método flexível de ensino, que valorize as
habilidades dos alunos, principalmente a oralidade;
 Adotar avaliações adaptadas aos alunos com dislexia que
valorizam as outras habilidades;

COMO DEVO  Estar sempre atualizado sobre atividades e práticas


pedagógicas adequadas para a dislexia, principalmente na
TRATAR MEU fase de alfabetização;

ALUNO  Não estigmatizar, nem humilhar, nem repreender


excessivamente alunos com dificuldades, devemos
DISLÉXICO? lembrar que a criança não tem culpa do distúrbio;
 Manter o psicopedagogo e a família informados sobre o
rendimento do aluno;
 Acolher e motivar o aluno com dificuldade, mostrando a
ele que pode ensiná-lo e que ele é capaz de aprender.
Formas de identificar e intervir na dislexia:
https://www.unasp.br/ec/sites/revistaescolaadvent
ista/como-lidar-com-dislexia-em-sala-de-aula/

Fonte: https://anjoseguerreiros.blogs.sapo.pt/871274.html
INTERVENÇÕES PARA
DISLEXIA EM SALA DE
AULA
LER É MAIS QUE DECODIFICAR

Durante nossas práticas cotidianas usamos a leitura e a escrita em muitas situações, por
isso esse exercício da língua deve ser oferecido também pela escola. Essas situações
sociais da leitura e da escrita devem ser trabalhadas durante o processo de
alfabetização para dar significado ao mesmo. Através da leitura aprendemos coisas
novas, ampliamos os conhecimentos, raciocinamos, refletimos, enfim, usamos diversos
processos mentais. Sem a leitura, nossa produção textual fica restrita, pois a
fundamentação para essa produção é toda construída através da leitura.
Sendo assim, trabalhar com uma criança disléxica é mostrar a ela que adquirir e usar a
linguagem, vai muito além de códigos e para isso, o trabalho com a leitura deve ser
inserido, desde muito cedo, com as crianças.
FAMILIARIZAR-SE COM OS TEXTOS
ESCRITOS
• Ler para as crianças vários tipos de textos, de diversas
fontes, como jornais, sites, redes sociais, revistas,
quadrinhos, etc. Além dos livros, a criança precisa entender
que existem outras possibilidades de leitura;

• Mostrar os livros aos alunos e conversar sobre o que eles Quer aprender a montar um Cantinho de leitura?
Acesse: https://blog.mooui.com.br/como-montar-
pensam sobre a escrita e o conteúdo do mesmo, para um-cantinho-da-leitura/amp/
conhecer as hipóteses da criança sobre a escrita;

• Trabalhar as situações reais de uso da escrita e da leitura


dentro do contexto escolar, como lista de compras, nomes,
números de telefone, etc. Fonte: https://www.lojamaria.com.br/5-ideias-
usando-e-v-a-para-decorar-uma-brinquedoteca/
GOSTAR DA LÍNGUA ESCRITA
• Comparar a escrita dos livros com as do caderno, explorando
as formas das letras, da linguagem, dos conteúdos;
• Estudar as histórias em todas suas representações como
desenhos, quadrinhos, narrativas, crônicas, contos, fábulas. O
professor deve explicar ao aluno as características de cada um
dos materiais, por exemplo, os elementos da narrativa
(personagens, cenário, ações, etc.), dos quadrinhos (balões,
onomatopeias, sequência de leitura, etc.);
• Produção de textos em cartolina, caderno de desenho e papel DANI BASSI conta histórias infantis de
sulfite, explorando o uso de imagens, figuras e letras no mesmo forma lúdica e com uma
espaço; expressividade incrível, veja o vídeo e
visite o canal!
• Conhecer as preferências de leituras dos alunos e deixar que https://youtu.be/jB_atyPJ60A
ele fale sobre essas preferências.
COMO FAZER AS INTERVENÇÕES
A criança vai dizer oralmente o
nome do objeto desenhado e em
seguida, com a ajuda do
professor, identificar letra por
letra, as que compõem a palavra.

O professor deve perguntar qual


letra está faltando e deixar que o
aluno reflita um pouco. Em
seguida, como o aluno disléxico
pode ter a dificuldade em saber
qual a letra que falta, o professor
deve mostrar essa letra e ler
para o aluno a palavra completa.
INTERVENÇÕES
https://youtu.be/igXaP2Xgr3U
Quer mais material
para reforçar o
aprendizado do seu
aluno? Olhe esse
site:
https://blog.psique
asy.com.br/2018/05
/18/exercicios-
para-intervencao-
da-dislexia/

https://youtu.be/R0wD4ODe-hE

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