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Igualdade entre homens e

mulheres
Aula de Filosofia – 2ª série do E. M.
Marie De Gouze e a declaração dos
direitos da mulher e da cidadã
 Habilidade: (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos
de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando
formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e
identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o
respeito às diferenças e às liberdades individuais
Marie De Gouze e a declaração dos
direitos da mulher e da cidadã
• Pseudônimo: Olympe de Gouges
• Antiescravagista.

 Dramaturga, ativista e abolicionista francesa


 (1748-1793).
 “[...] mulher tem o direito de subir ao patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio
desde que as suas manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida pela
lei.”
 Texto: Marie Gouze, dita Olympe de Gouges. Declaração dos direitos da mulher e da cidadã.1791. Biblioteca Virtual e Direitos
Humanos. Universidade de São Paulo (USP).
 Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-
Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-dos-direitos-da-mulher-e-da-cidada-1791.html Imagem:
Alexander Kucharsky. Marie Gouze, dita Olympe de Gouges. Coleção particular. Wikimedia Commons.
 Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olympe_de_Gouges.png Acessos em: 30 ago. 2021.
Marie De Gouze e a declaração dos
direitos da mulher e da cidadã
 “Os representantes do povo francês, reunidos em Assembleia Nacional,
tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos
direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da
corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos
naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta
declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes
lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; [...] a fim de que
as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios
simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da
Constituição e à felicidade geral.”
Marie De Gouze e a declaração dos
direitos da mulher e da cidadã
 PREÂMBULO

 Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam


constituir-se em uma assembleia nacional. Considerando que a ignorância,
o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas causas das
desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma
declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.

 Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do


corpo social seus direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao
ser comparado com o fim de toda e qualquer instituição política, os atos de
poder de homens e de mulheres devem ser inteiramente respeitados; e,
que, para serem fundamentadas, doravante, em princípios simples e
incontestáveis, as reivindicações das cidadãs devem sempre respeitar a
constituição, os bons costumes e o bem-estar geral.
Marie De Gouze e a declaração dos
direitos da mulher e da cidadã
Artigo 1: A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As
distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum.
Artigo 2: O objeto de toda associação política é a conservação dos direitos
imprescritíveis da mulher e do homem. Esses direitos são a liberdade, a
propriedade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão.
Artigo 16: Toda sociedade em que a garantia dos direitos não é
assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem
Constituição. A Constituição é nula se a maioria dos indivíduos que
compõem a nação não cooperou na sua redação.
Artigo 17: As propriedades são de todos os sexos juntos ou separados;
para cada um deles, elas têm direito inviolável e sagrado. Ninguém pode ser
privado delas como verdadeiro patrimônio da natureza, a não ser quando a
necessidade pública, legalmente constatada, o exija de modo evidente e
com a condição de uma justa e preliminar indenização.
Marie De Gouze e a declaração dos
direitos da mulher e da cidadã
 Conclusão: Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar
em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O poderoso
império da natureza não está mais envolto de preconceitos,
de fanatismos, de superstições e de mentiras. A bandeira da
verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da
usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e
teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os
seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se injusto em
relação à sua companheira.
Igualdade entre homens e mulheres em
Marie de Gournay
 MARIE DE GOURNAY
 Filósofa, tradutora e escritora francesa (1565-1645).
• Protofeminista (O termo protofeminismo é, às vezes, aplicado a uma
pessoa que defendia valores semelhantes aos atuais valores feministas em
uma época em que o termo "feminista" ainda era desconhecido, ou seja,
antes do século XX. No entanto, a utilidade do termo protofeminista é
rejeitado por alguns estudiosos modernos.)

• “Igualdade entre homens e mulheres” (1622).


• “Queixas de mulheres” (1626).
Igualdade entre homens e mulheres em
Marie de Gournay
Igualdade entre homens e mulheres em
Marie de Gournay
 “A maioria dos que defendem a causa das mulheres contra essa orgulhosa
preferência que os homens atribuem a si mesmos reenvia esta preferência
em direção às mulheres. [...] eu fico contente apenas em igualá-las aos
homens: a natureza se opõe a olhar tanto para a superioridade quanto para
a inferioridade. [...] se as mulheres chegam menos frequentemente que os
homens aos graus de excelência, é de admirar que a falta de boa instrução
[...] não as impeça de chegar pelo menos a algum lugar.”
 “[...] o animal humano não é homem nem mulher, pois os sexos foram feitos
não unicamente, mas secundum quid, como fala a escolástica; o que quer
dizer, somente para a procriação. A única forma e diferença deste animal
consiste só na alma humana. [...] não há nada mais parecido com um gato
na janela do que uma gata. O homem e a mulher são tão unos que, se o
homem é mais que a mulher, a mulher é mais que o homem.”
Problematização

 Você já presenciou ou vivenciou situações nas quais as


diferenças e desigualdades entre homens e mulheres
levaram a ações discriminatórias? Se sim, quais? O que
sentiu?
 Em sua percepção, somos definidos por nosso corpo e
nosso pensamento ou pela sociedade? Justifique e
exemplifique.
 Quem determina os papéis do homem e da mulher na
sociedade? Quais as consequências dessa
determinação?
A desigualdade expressa em leis

 DECRETO-LEI Nº 3.199, DE 14 DE ABRIL DE 1941

 Artigo 54:

 Às mulheres não se permitirá a prática de desportos


incompatíveis com as condições de sua natureza,
devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos
baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do
país.
O segundo sexo (1949)

 Simone de Beauvoir (autora)

• A condição da mulher não decorre de diferenças naturais, mas de fatores


sociais (impostos pelos homens e aceitos pelas mulheres).

• Tanto homens quanto mulheres têm sua condição determinada pela


sociedade, por “marcas sociais”.

 A superação dessa condição só pode ocorrer pela via política, pela união
e pelo engajamento das mulheres na luta não contra os homens, mas
contra o machismo.
A luta expressa em leis

 Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006

• Disposições preliminares
 Art. 1º – Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência
doméstica e familiar contra a mulher [...], e estabelece medidas de
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.

 Art. 2º – Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação


sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006

 Art. 3º – Serão asseguradas às mulheres as condições para o


exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária.

 § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os


direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e
familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

 § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições


necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Verdadeiro ou Falso

 ( ) De acordo com Olympe de Gouges, a desigualdade entre homens e mulheres


não decorre apenas do menosprezo e da ofensa aos direitos da mulher, mas
também da ignorância de que tais direitos são os mesmos que os dos homens.

 ( ) Para Olympe de Gouges, a lei suprema (Constituição) perde sua soberania


quando não é redigida com a cooperação da maioria dos indivíduos.

 ( ) A lei é um instrumento que só pode contribuir para a superação da injustiça e


da desigualdade. Nesse sentido, não cabe aos cidadãos questioná-la ou refazê-la.

 ( ) Segundo Simone de Beauvoir, a mulher também tem um papel em sua


condição desigual na sociedade.

 ( ) O que a mulher é, o é somente por sua condição natural.


Verdadeiro ou Falso

 ( V ) De acordo com Olympe de Gouges, a desigualdade entre homens e mulheres não


decorre apenas do menosprezo e da ofensa aos direitos da mulher, mas também da
ignorância de que tais direitos são os mesmos que os dos homens.

 ( V ) Para Olympe de Gouges, a lei suprema (Constituição) perde sua soberania quando
não é redigida com a cooperação da maioria dos indivíduos.

 ( F ) A lei é um instrumento que só pode contribuir para a superação da injustiça e da


desigualdade. Nesse sentido, não cabe aos cidadãos questioná-la ou refazê-la.

 ( V ) Segundo Simone de Beauvoir, a mulher também tem um papel em sua condição


desigual na sociedade.

 ( F ) O que a mulher é, o é somente por sua condição natural.

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