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Podcast
Disciplina: Neuropsicologia da infância e adolescência
Título do tema: Transtornos de Aprendizagem
Autoria: Juliana Zantut Nutti
Leitura crítica: Fernanda Otoni

Olá, no podcast de hoje vamos saber sobre as possíveis causas e a


intervenção da dislexia. .

Não existe ainda, entre os pesquisadores da área, um absoluto consenso


sobre as causas da dislexia, pois ainda existem dúvidas sobre a existência de
uma causa exclusiva para esse distúrbio.

Existem defensores de que se trata de um problema genético e hereditário,


pois muitos indivíduos disléxicos apresentam, no mínimo, um familiar próximo
com as mesmas dificuldades.

Ainda nesta perspectiva, outros pesquisadores apontam para a existência de


mutações de cromossomos como causa do problema, especificamente os
cromossomas 6 e 15, assim como o cromossoma 2.

A incidência de dislexia parece ser maior em meninos do que em meninas, o


que pode estar relacionado com a maneira como os sintomas são
identificados, já que meninas apresentam, em geral, um comportamento mais
calmo do que os meninos e os sintomas da dislexia podem ser mais difíceis
de ser observados.

A Neuropsicologia afirma que a dislexia afeta as áreas do cérebro


responsáveis pela aprendizagem da leitura e da escrita, as quais seriam
resultantes de dificuldades no processamento e consciência fonológica.

estudos neurológicos e neuropsicológicos demostram que a área esquerda do


cérebro é a responsável pelo processamento da linguagem através de três
subáreas distintas:

- região frontal inferior, responsável pelo processamento dos fonemas


(vocalização e articulação das palavras);

- região parietal – temporal, que analisa a correspondência entre grafemas e


fonemas;

- a região occipital - temporal, que reconhece palavras e possibilita a leitura


rápida e automática.

O cérebro de indivíduos disléxicos apresentaria dificuldades em acessar as


áreas localizadas na parte posterior do cérebro, responsáveis pela análise de
palavras e pela automatização da leitura, utilizando mais à área de Broca
(localizada na área frontal inferior esquerda) e a outras áreas do lado direito
do cérebro, as quais fornecem as pistas visuais da leitura e escrita.

A dislexia, portanto, não seria o resultado de má alfabetização, desatenção,


desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência, apesar desses
fatores poderem intensificar os sintomas.

A dislexia pode ser dividida em: dislexia de desenvolvimento e adquirida e


ainda, em central e periférica.

Na dislexia central, ocorre o comprometimento do processamento linguístico


dos estímulos, ou seja, alterações no processo de conversão da ortografia
para fonologia.

Na dislexia periférica, ocorre o comprometimento do sistema de análise visuo


- perceptiva para leitura, havendo prejuízos na compreensão do material lido.

Crianças disléxicas apresentam um ritmo de trabalho mais lento que as não


disléxicos sendo esperado que não mantenham a performance de leitura de
um dia para o outro, por isso deve-se esperar o tempo certo e manter a
motivação da criança diante de suas dificuldades.

O método de alfabetização pode levar a uma dificuldade de aprendizagem,


que, na maioria dos casos, não se encaixa em aspectos mais específicos da
dislexia.

Os fundamentos da intervenção para a dislexia são: utilização do pensamento


na construção de palavras e textos e na representação de fonemas,
oferecimento de situações de escrita e leitura espontâneas, exploração das
funções da escrita, diferenciação entre língua falada e língua escrita.

Sempre é possível ensinar os disléxicos a processarem as informações


fonológicas com mais eficiência.

Não existe um tratamento padrão adequado a todas os indivíduos com


dislexia, e o recurso a uma intervenção individualizada deverá ser a
preocupação principal dos profissionais de reabilitação.

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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