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Dislexia: O que é, quais os sintomas e

como tratar
A Dislexia é um problema relativamente comum que afeta muitas pessoas no mundo todo e é
mais comumente detectada em crianças. Como ela está relacionada a uma dificuldade de
aprendizado durante o estudo, muitas pessoas tendem a confundi-la com preguiça ou falta de
interesse. Nem todo mundo sabe o que é a dislexia, quais são as suas causas, sintomas e nem
como essa doença pode ser tratada.

Se você também desconhece esse problema de saúde e quer saber mais sobre o assunto, então
continue lendo esse artigo e fique por dentro de todos os detalhes relacionados a esse problema
que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo.

O que é a Dislexia?
A dislexia consiste em uma dificuldade no aprendizado envolvendo a leitura, a escrita e a
soletração bem como as percepções das dimensões (espaciais e de tamanhos), dos lados
(esquerda e direita), no funcionamento da memória curta e na realização da matemática.

Os primeiros sintomas costumam ser notados durante os anos iniciais da alfabetização. Eles são
o indício de um transtorno neurológico de aprendizagem que vai resultar na dificuldade da
criança em decodificar os códigos que estão sendo passados a ela.

Como a dislexia é um problema que envolve a linguagem, o cérebro apresenta uma espécie de
obstáculo para receber e organizar as informações, especialmente as palavras lidas. Quando
outras pessoas leem as mesmas palavras, o disléxico compreende normalmente.

Agora que você já sabe o que é a dislexia, confira a seguir quais são os principais fatores que
desencadeiam essa doença.

Causas da Dislexia
Ainda não existe uma comprovação cientifica sobre o que causa especificamente a dislexia.
Mas, existem alguns fatores que podem contribuir para o surgimento desse problema de saúde.

O que se sabe atualmente é que ela é causada por um problema no desenvolvimento da criança
que atinge o cérebro.

E duas das possíveis causas para isso acontecer é a produção exagerada do hormônio
testosterona durante a gravidez e um fator de herança genética.

Sintomas da Dislexia

Pelo fato dos sintomas da dislexia aparecerem nos anos iniciais do estudo escolar da criança, é
comum que as pessoas confundam estes sintomas com uma dificuldade de aprendizado
comumente apresentado por algumas crianças nesta fase.
Por isso, é essencial que os pais e professores acompanhem de perto todas as fases do estudo da
criança e também procurem se inteirar mais sobre o que é a dislexia e como essa doença se
manifesta.

A dificuldade para aprender de uma criança com dislexia, ao contrário de uma dificuldade
normal de aprendizado, vai persistir com o tempo, ou seja, a criança vai apresentar uma lentidão
duradoura.

Alguns dos sintomas que podem aparecer em crianças entre dois e seis anos são: atraso no
desenvolvimento da linguagem, da atenção e da coordenação motora, dispersão, dificuldade
para aprender rimas, canções, o alfabeto e os números.

Após os seis anos, esses sintomas podem se repetir e ainda surgem alguns outros: dificuldade
em identificar palavras, na ortografia, em organizar e formar pensamentos, em reconhecer os
sons das palavras durante a leitura, desatenção, dentre outros.

Como a dislexia afeta a memória?


Crianças disléxicas normalmente apresentam uma deficiência que envolve a sua memória
operacional.

Alguns pesquisadores, inclusive, atribuem a dificuldade de ler e escreve das crianças com
dislexia a esse déficit de memória operacional. Isso porque a medida em que uma pessoa
aprende a ler e a escrever, ela passa a usar esse tipo de memória para fazer a associação entre as
letras e os sons correspondentes, constituindo assim palavras, que se combinam para formar as
frases.

Dessa forma, é possível entender que esses dois fatores estão interligados e quando há problema
em algum deles, consequentemente, o outro tende a não funcionar como deveria.

A princípio, esse detalhe pode até parecer inofensivo, mas com o passar do tempo, o
desenvolvimento da criança, principalmente no que se refere a atividades escolares e sua forma
de comunicação, acaba sendo drasticamente afetada.

Por isso, encontrar a melhor forma de tratamento, assim que o problema é percebido, torna-se
fundamental para a obtenção de um prognostico satisfatório.

Trocar letras é um dos principais sintomas da


dislexia
Ler “cola”, em vez de “gola”. Confundir “p” com “b”, ou “t” com “d”. Essas são
situações comuns a quem tem dislexia, distúrbio complexo que acaba de ganhar uma
causa provável. Segundo um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal
Society B, a causa do problema estaria nos olhos.
De acordo com o estudo, enquanto indivíduos não disléxicos têm as células receptoras
de luz assimétricas nos dois olhos, nos disléxicos, essas células são simétricas, o que
poderia ser a causa da confusão na hora de identificar letras e palavras.
Atualmente a dislexia é tratada como um distúrbio neuro-oftalmológico.
Viver com dislexia

“O cérebro sempre tem um olho dominante. Quando a pessoa vai ler uma palavra, ela
usa o olho dominante, enquanto o outro olho ajuda a fazer o reconhecimento. Nas
pessoas disléxicas os dois olhos são dominantes e isso confunde a pessoa”, explica
Geraldo Canto, oftalmologista da Clínica Canto, de Curitiba.

Como detalha Keila Monteiro de Carvalho, professora de oftalmologia da Universidade


Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da direção do Conselho Brasileiro de
Oftalmologia (CBO), “os sinais mais comuns da doença incluem déficit no aprendizado
da linguagem, leitura devagar, dificuldade em se comunicar e também de associar as
letras aos sons que representam, tendo dificuldade em entender e memorizar conteúdos
de leitura”. Além desses problemas, ela afirma que inversões, omissões ou substituição
de letras e/ou sílabas em palavras, seja lendo ou escrevendo, também são muito comuns.

Em todo o mundo, estima-se que 700 milhões de pessoas sofram com a dislexia.
Proporcionalmente isso significa um a cada dez habitantes. A condição dificulta a
aprendizagem e pode ser a causa de um desempenho escolar abaixo do normal em
várias idades. A oftalmologista diz que “até que os pais ou a escola identifiquem os
sinais, a criança pode sofrer preconceitos, já que o distúrbio pode ser confundido com
falta de interesse, má vontade do aluno, ou ainda sinal de comprometimento da
inteligência – que não é o caso”.

Atualmente o tratamento desse distúrbio é feito com uma equipe multidisciplinar, com
pedagogos, fonoaudiólogos e, às vezes, psicopedagogos. Canto defende que também é
importante garantir que o indivíduo em questão não tem outros problemas
oftalmológicos que possam ser dificuldades adicionais à dislexia, como miopia,
astigmatismo ou hipermetropia.

O que muda com a nova descoberta?

Não é a primeira vez que pesquisas científicas relacionam o distúrbio a um problema


fisiológico nos olhos. Entretanto, ainda não é possível cravar que essa seja a única
causa. “Não há uma resposta exata na literatura médica a respeito da causa, pois é um
distúrbio complexo que envolve mais de uma especialidade”, afirma Keila.
A cura para quem sofre com as consequências do problema também está longe de ser
encontrada. Canto afirma que, “nesse trabalho, encontraram evidências de que essa pode
ser uma linha de pesquisa futura. Isso talvez seja promissor para novas pesquisas. Mas,
na prática, por enquanto, isso não muda nada. É uma esperança, mas de muito longo
prazo”.

Para Keila, o estudo publicado em outubro deste ano é um passo importante rumo a
novos tratamentos, mas não pode ser encarado como definitivo. “O trabalho é muito
interessante, mas ainda está no estágio de embrião. É necessário continuar a linha de
pesquisa para ter aplicação prática da descoberta e termos, de fato, prova científica. É
um problema complexo, então não há uma expectativa de “cura”, mas sim de melhoria.”
Como tratar a Dislexia
Se você perceber que seu filho apresenta alguns dos sintomas descritos acima, o recomendado é
procurar a orientação de um médico pediatra. Ele provavelmente fará uma investigação
detalhada para identificar as possíveis causas para a dificuldade de leitura e demais sintomas
apresentados pela criança.

O tratamento deve ser feito de maneira multidisciplinar envolvendo médicos, psicopedagogos ,


psicólogos e fonoaudiólogos para permitir que a criança aprenda a lidar bem com as próprias
dificuldades.

É importante que os pais estejam atentos ao desenvolvimento da criança para que consigam
notar os possíveis sintomas da dislexia e procurem a orientação de profissionais para
conseguirem conviver bem e de forma saudável com o problema.

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