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Lobos de Stone Ridge 38

Fora da gaiola-Cupido não é o único


Que atira flechas.
Charlie Richards

Gideon Ruck era caçador com arco nos bosques em torno de Stone
Ridge com seu pai por quase duas décadas. Naquele tempo ele viu uma coisa
estranha ou três, mas ele sempre manteve a boca fechada. Afinal, ele acredita
que o que os animais fazem na natureza é seu próprio negócio. Além disso,
para quem ele contaria? Quando seu pai contrai uma gripe, ele começa a
temporada de caça sozinho. Sua primeira manhã fora, ele afunda duas flechas
no maior cervo que ele já viu, mas que ainda foge. Quando Gideon alcança
finalmente o animal ferido, ele não encontra um cervo preso com suas flechas,
mas um homem... um homem nu. Mesmo com o pânico passando por ele,
Gideon dá uma olhada no traseiro magro do desconhecido e sabe que não
poderia ir embora. Temendo as repercussões por atirar em algo diferente de
um cervo, ele o leva para casa. O homem diz que se chama Alejandro Lopez e
faz sua atração clara, juntamente com o desejo de encontrar uma
dessas coisas estranhas que Gideon viu. Gideon está pronto ou
mesmo disposto a virar sua vida de cabeça para baixo por um completo
estranho... mesmo que ele atirou acidentalmente?
Capítulo Um

—Você tem certeza que quer que eu vá sem você? — Gideon Ruck
perguntou, olhando para o pai. Ele não queria admitir isso em voz alta, mas
provavelmente era uma decisão sábia por parte de Damian Ruck. Seu pai não
parecia muito bem. —Eu posso esperar até você se sentir melhor. As caças
duram várias semanas.
Gideon não se importava de esperar alguns dias enquanto seu pai se
curava do vírus da gripe que tinha pego. Ele nunca tinha sido tão
entusiasmado com a caça quanto seu pai. A atividade tinha sido mais uma
maneira para ele se relacionar com ele... especialmente quando Gideon
percebeu que era gay, e saiu.
De fato, houve alguns anos da vida de Gideon onde seu pai mal tinha
falado com ele... exceto durante a temporada de caça.
—Não, não. — Seu pai retumbou. —Você vai. Saia antes que os
forasteiros assustem todos os cervos.
Gideon assentiu com a cabeça. Ele realmente deveria tê-lo conhecido
melhor. Ainda assim, ele se sentia melhor em oferecer. Embora Gideon nunca
tivesse considerado seu pai velho aos cinquenta e oito anos de idade, vê-lo
doente o fazia pensar no tempo e definitivamente colocar a vida em
perspectiva. Sua mãe tinha morrido três anos antes de câncer de
mama. Gideon queria estar lá pelo seu velho.
—Então eu vou para casa arrumar as coisas. — Gideon reclamou,
levantando-se do seu assento. —Vai ser um dia longo amanhã.
—Deixe-me saber como foi.
Gideon assentiu novamente enquanto caminhava para porta. Ele
agarrou o casaco e, ao puxá-lo, voltou-se para encarar o pai. Passando seu
olhar sobre o homem, onde ele se sentava em sua poltrona diante do fogo, ele
o avaliou.
Seu pai tinha um cobertor dobrado sobre as pernas, apesar de
Gideon ter feito uma fogueira. Uma xícara de chá meio cheia, provavelmente
morna, estava na mesa de apoio. Seu rosto estava vermelho, seu nariz
vermelho, e ele segurava um lenço na mão descansando em seu colo.
—Pare de me olhar como se eu estivesse esperando a morte. — Seu
pai estalou. —Vá para casa e prepare-se para caça. Eu estou bem.
Mal conseguindo manter uma cara séria, Gideon assentiu. —Sim,
senhor. — Respondeu ele. —Eu só odeio te ver doente, sabe?
—Bem, eu odeio estar doente. — Seu pai murmurou bruscamente. —
Agora vai.
Gideon riu suavemente, empurrando seus pés em suas botas. —Eu
vou te dar um resumo de como chato e frio foi quando eu chegar amanhã. —
Ele prometeu. —Descanse um pouco.
Com essa despedida, Gideon deixou a casa do seu pai. Olhou para a
esquerda e para direita, depois atravessou a rua deserta. Empurrando as mãos
nos bolsos, ele se amaldiçoou mentalmente por esquecer as luvas. Ele as
deixou secando na lareira em casa.
Pelo menos elas estarão secas para caçar amanhã.
Gideon curvou seus ombros e alongou seu passo. Embora ele
estivesse quase um centímetro do cobiçado 1,87, ele cobriu terreno
rapidamente. Retomando o ritmo, as caminhadas que iniciou três anos antes,
realmente ajudou a sua resistência e estava lentamente perdendo os pneus
sobressalentes que havia adquirido com seu trabalho sedentário de
contabilidade.
Tinha que realizar o último desejo da sua mãe antes morrer... para
ele de qualquer maneira. Ele não estava totalmente certo do que ela dissera ao
pai. Pedira-lhe que saísse do quarto e, a essa altura, só podia falar em voz
baixa. Tudo o que sabia era que o homem parecia absolutamente chocado,
mesmo quando ele assentia com a cabeça.
Ignorando as memorias do seu passado, Gideon se concentrou no
que ele tinha deixado de fazer para se preparar para a caça no dia
seguinte. Não conseguia pensar em nada. Todo seu equipamento já estava
embalado em sua caminhonete.
—Só falta o despertador. — Murmurou Gideon. —Hora de uma xícara
de chá de camomila e cama.
—Continua a falar consigo mesmo.
Parando no meio de sua caminhada, Gideon procurou na escuridão
enquanto enfiava as chaves entre os dedos. Apertou a mão com um punho e
perguntou; —Quem está aí?
—Ah, você já esqueceu minha voz? — Perguntou o homem enquanto
se separava da parede contra a qual ele estava encostado. Ainda encoberto na
escuridão, ele continuou com um tom rouco. —Aposto que você se lembra de
mim agora, sexy.
A mandíbula de Gideon se abriu quando uma fria camada de gelo
escorreu pela sua espinha. Ele deu um passo involuntário para trás quando o
homem finalmente se tornou visível na luz fraca da varanda. Apesar do seu
melhor esforço, ele ofegou.
Um homem que ele não tinha visto em mais de seis anos estava
diante dele.
—Carter James. — Murmurou Gideon. —O que você está fazendo
aqui?
Ele sentiu o calor de suas bochechas com o tom um pouco ofegante
da sua voz. Maldito homem, seu ex-namorado, fraude, mentira, saco de merda
de um bastardo, Carter James McCoy, ainda era tão quente como sempre. Com
seus 1,88 de pura massa masculina robusta estava diante dele e, por mais
frustrante que pareça, o homem ainda parecia tão bom quanto na faculdade...
talvez até melhor.
Maldito seja ele.
—Tão formal. — Carter James respondeu com sua voz ainda
ronronando. —Eu sou Jimmy para você, lembra?
Era o mesmo tom que Carter James tinha usado para deixar Gideon
tão malditamente quente... até que ele o viu usá-lo no menino twinks
brinquedo que ele tinha estado fodendo por trás das suas costas. Depois disso,
ele se agitou com raiva e se sentiu suavemente sujo.
Limpando a garganta, Gideon olhou para o homem. Quando ele
voltou para Stone Ridge depois de completar os cursos de contabilidade e os
exames necessários para ganhar a certificação CPC - Certificado Público de
Contabilidade em uma faculdade em Denver, ele nunca pensou que iria ver o
homem novamente. Ele certamente nunca pensou que o cara iria aparecer na
sua porta.
Gideon apertou os dedos nas chaves ainda mais, e o metal afundou
em sua palma. —Você não é Jimmy e nunca mais será. — Ele respondeu
bruscamente. —Talvez eu deva até chamá-lo de senhor McCoy.
—Não seja assim. — Pediu Carter James suavemente. —Eu vim até
aqui...
—Por quê? — Perguntou Gideon. —Por que você veio até
aqui? Nenhuma ligação. Nenhum email. Só... — Ele abriu os braços de maneira
dramática. —Olha você aqui. Certamente você sabe que não tenho nenhum
desejo de vê-lo.
Gideon realmente se sentia razoavelmente orgulhoso de si
mesmo. Ele finalmente expressou exatamente o que queria dizer quando
precisava dizer. Ele só desejou que tivesse o efeito desejado... ou seja, Carter
James partindo com o rabo entre as pernas.
Em vez disso, Carter James deu alguns passos mais perto. Com
expressão pensativa, quase implorando em seu rosto surpreendeu
Gideon. Pena que seu ex não soubesse como controlar suas palavras com tanta
facilidade.
—Por favor, eu vim porque preciso da sua ajuda. — Disse Carter
James. Ele estendeu a mão e agarrou o pulso de Gideon logo acima de onde
ele desaparecia em seu bolso. —Por favor? Pelos velhos tempos?
Afastando-se do seu ex-namorado, Gideon estalou; —Pelos velhos
tempos? Um chute da minha bota em seu traseiro seria mais adequado para
isso. — Caminhando ao redor do homem, ele espreitou através da grama alta
quando ele ordenou; —Saia a foda fora daqui.
Agradável! Dois para dois!
Gideon não tinha percebido que sua confiança tinha aumentado
tanto.
Doce.
Para a surpresa de Gideon, Carter James agarrou seu braço quando
ele se aproximou. —Por favor. Eu sinto muito por trair você. Realmente, sinto.
— Ele levantou um cartão. —Estou hospedado no Floral Gardens Cama e café
da manhã. Você vai pelo menos pensar em ouvir o meu pedido... o que eu
tenho a dizer?
Mesmo Gideon não era tão frio para zombar desse pedido. Pegando o
cartão do homem com a mão livre, ele murmurou; —Eu certamente não posso
prometer nada. — Então, ele se afastou do aperto de Carter James e se
apressou para porta da frente.
Gideon rapidamente encontrou a chave da porta da frente, pois ele só
tinha três chaves no anel, da sua caminhonete, a porta do seu escritório
alugado e sua porta da frente. Depois de abrir a porta, ele entrou. Quando se
virou, viu o ex-namorado empurrando as mãos nos bolsos da jaqueta e se
afastando sem olhar para trás.
Sacudindo a cabeça, Gideon fechou a porta e tirou o casaco. Ele
pendurou-o no gancho esquerdo, depois se sentou no banco debaixo dos
ganchos e tirou as botas. Elas ele colocou na prateleira do rack a direita.
Deixando suas meias no chão de madeira, Gideon foi para cozinha em
busca da sua xícara de chá.
No dia seguinte, sentado com a bunda sobre um banquinho coberto
de almofadas na sua árvore e do pai, Gideon tinha muito tempo para pensar.
Ele não podia acreditar na audácia de Carter James, aparecendo à sua porta
depois de seis anos. Por que diabos ele faria isso?
Depois que Gideon entrou em seu dormitório para encontrar Carter
James usando seu quarto como um motel barato, ele ficou furioso. O Twink
tinha saído, mas ele tinha visto a forma como Carter James murmurou, eu vou
chamá-lo. De repente, todas às vezes que Gideon tinha entrado em seu quarto
para encontrar Carter James esperando por ele e o cheiro de sexo já no ar fez
sentido.
Eu era um idiota.
Gideon ainda não podia acreditar que ele tinha sido tão ingênuo
quanto a acreditar em seu ex quando ele alegou que ele estava tão excitado
sentado na cama de Gideon esperando por ele que ele tinha batido uma
punheta lembrando dele.
Ok, certo.
Viva e aprenda.
O leve estalido de folhas chamou a atenção de Gideon. Ele congelou,
escutando, esperando uma repetição. Ele veio novamente, em algum lugar há
sua esquerda.
Deslizando o pedaço de carne seca que ele estava comendo no bolso,
Gideon espiou lentamente ao redor da floresta. Examinou a área, observando
árvores, arbustos e a grama verde molhada das chuvas de outono. Lentamente
inclinando-se para a esquerda, depois para a direita, tentando descobrir a
origem do ruído.
Finalmente, Gideon avistou. Um pelo marrom médio quase misturado
perfeitamente com as árvores. Ele criteriosamente discerniu onde o animal
terminava e as árvores começaram percebendo que o cervo era grande...
muito grande... E era um cervo.
Ele não conseguia se lembrar da última vez em que tinha visto um
com galhada de seis pontas tão de perto.
Gideon observou cervo por vários minutos enquanto lentamente,
cautelosamente, se caminhava em direção ao noroeste. Sua trilha se
continuasse a segui-lo, cruzaria dentro de vinte passos do cervo. Seria um tiro
fácil.
Retirou as luvas e verificou a posição de seu guarda-pulso, tudo
observando o animal. Tirando uma flecha da aljava que estava apoiada no seu
banquinho, bateu na corda do arco. Com infinito cuidado, ele começou a julgar
a velocidade e a direção do vento, o tamanho das quebras entre árvores e a
forma como as folhas se entrelaçavam.
Descobrindo o melhor tiro, Gideon esperou. Seu pulso batia em suas
veias com antecipação. Ele tomou longas respirações lentas, através de seu
nariz e através da sua boca, tentando controlar seus nervos.
Tão perto. Só mais dois passos. Um... dois... agora!
Gideon viu o tiro que ele queria e deixou sua flecha voar.
Imediatamente, sem sequer tirar seu foco do seu alvo, ele agarrou uma
segunda flecha e atirou. Ele a manteve firme, esperando e observando.
Uma das coisas que ele apreciava sobre a caça de arco era a falta de
ruído. Se ele errasse seu primeiro tiro, perdia seu alvo, o suave som de sua
corda de arco não iria enviar a sua presa em fuga. Em vez disso, ele teve uma
boa chance de um segundo tiro.
Sua primeira flecha bateu no cervo com um baque suave. O cervo se
sacudiu, soltando um grito suave. Ele cambaleou vários passos, em seguida,
fugiu correndo.
Gideon teve tempo suficiente para perceber que sua primeira flecha
não tinha acertado o coração do animal, mirou novamente e disparou a
segunda flecha. Infelizmente, o cervo virou para direita em vez de se lançar
para frente. A flecha perfurou no tronco do animal, fazendo-o berrar alto com
dor.
—Merda. — Gideon resmungou. Jogando a aljava sobre as costas e o
arco sobre o ombro, ele então perseguiu o cervo. —Nossa, espero que ele não
chegue longe.
Indo para onde achava que o animal estava de pé, Gideon procurou
sangue na área. Ele encontrou, várias piscinas pequenas de líquido vermelho,
a cor de um forte contraste com o ouro, laranja e marrom das folhas caídas.
Verificando a área, ele encontrou mais algumas gotas na direção que o animal
tinha fugido.
Gideon começou a seguir a trilha, obrigando-se há mover-se
rapidamente. Mais uma vez, agradeceu ao desejo moribundo da sua mãe... e
sua própria tenacidade para cumpri-lo. Ele subiu encostas íngremes, deslizou
para baixo na terraplanagem, e se apoiou sobre troncos de árvore derrubados.
Depois de quase uma hora, Gideon tinha notado pelos rastros do
cervo que ele estava retardando, ouviu o que soou como um gemido. Ele
parou, escutando. Quando o ruído não voltou, ele olhou para o rastro de
sangue mais uma vez. Ele notou que parecia vir da mesma direção em que ele
pensava que o gemido tinha vindo.
Rastejando para frente, Gideon olhou através das árvores. Ele viu
uma cor de bronze, mas não parecia ser pele. Franzindo o cenho, ele se
aproximou um passo lento e cuidadoso de cada vez. Finalmente, ele olhou
entre vários ramos e ficou boquiaberto.
Gideon não viu um cervo. Em vez disso, deitado de bruços em um
pequeno bosque estava um homem... um homem nu. Tinha a carne
bronzeada, os músculos magros e tonificados, e o traseiro mais bonito que
Gideon já viu. Até mesmo a cicatriz que se curvava acima do seu cóccix, logo
abaixo do lado direito da sua caixa torácica, não diminuía a beleza da parte de
trás diante dele.
Excitação guerreava com culpa. Seu pênis se contraiu até mesmo
quando sua boca secou. Ao lado do cara estava uma flecha, enquanto uma
segunda estava presa em seu punho direito onde estava nas folhas.
Sangue escorria de um pequeno buraco em sua coxa direita. Era o
líquido vermelho que escorria do lado esquerdo do tronco, logo atrás e debaixo
do braço esquerdo, que o assustava ainda mais. O buraco estava irregular, a
carne rasgada, fazendo parecer que a flecha tinha sido arrancada em um
ângulo estranho.
—Oh, porra. — Gideon sussurrou. —O que eu fiz?
Mesmo quando Gideon murmurou as palavras, ele repetiu seus tiros
em sua mente. Não havia nenhuma maneira no inferno que tivesse disparado
em qualquer coisa exceto um cervo. Ele certamente teria se lembrado se
tivesse visto um homem nu sexy.
Gideon de repente se lembrou das coisas estranhas que tinha ouvido
nos bosques, lobos uivando, não coiotes, exceto que não havia lobos na
área. Ao sair caminhando, ele tinha visto um tigre, um maldito tigre, brincando
com uma gazela jovem, e não de uma maneira que indicava que planejava
comê-lo. Inferno, ele já tinha visto um elefante uma vez.
Então, houve uma vez...
Gideon fechou essa linha de pensamento e focalizou no homem
diante dele. Havia coisas estranhas nesses bosques. Ele sabia disso. Não que
ele tivesse compartilhado suas suspeitas com outros.
—E agora, eu estou de pé ao lado de um.
Ainda assim, olhando para o homem ensanguentado, alguém em que
ele tinha disparado suas flechas, Gideon sabia que ele não podia simplesmente
deixá-lo. Ele passou o olhar pela floresta, procurando. Atravessando uma
árvore, tirou uma dúzia de folhas razoavelmente verdes de um carvalho
branco.
Gideon voltou para o homem e se ajoelhou ao lado dele. Depois de
colocar as folhas sobre a ferida do lado do homem, ele tirou o casaco, depois
do casaco sua camisa e finalmente a camiseta. Gideon usou uma faca no cinto
para cortar a camisa, então com um pouco de esforço deslizou a camisa sob o
corpo do homem, amarrou as folhas ao torso dele.
Depois de fazer algo semelhante na coxa do homem, Gideon puxou
para trás sua camisa e casaco. Ele olhou em volta, analisando o terreno, então
olhou para o homem novamente. De jeito nenhum ele era forte o suficiente
para carregá-lo.
Gideon olhou novamente ao redor, então começou a tarefa de fazer
uma maca rudimentar.
Capitulo Dois

Alejandro López nadou através de uma névoa de dor. Por instinto,


engoliu o gemido tentando escapar. Se concentrando onde doía, ele tentou
lembrar o que tinha acontecido com ele. Será que ele tinha recebido outra
surra de Stephan, o executor chefe do seu rebanho?
Espere isso não poderia estar certo. Ele tinha fugido de seu rebanho
duas semanas antes, depois que seu irmão mais velho, Saone, lhe tinha
deslizado uma mensagem sobre um alfa gay com uma matilha shifter
localizada no Colorado.
Saone era a única pessoa na terra que sabia que Alejandro era gay. A
única razão pelo qual ele contou a seu irmão foi porque o homem o pegou
saindo furtivamente de um bar com um homem. Seu irmão, evidentemente, o
seguiu e o viu no ato. Pelo menos, ele tinha visto o suficiente para saber o que
estava acontecendo. Para alívio de Alejandro, seu irmão não o interrompeu.
No rebanho de cervo de Alejandro, havia certas expectativas.
Especialmente para o filho do beta, Marion Lopez. Não era frequente um
rebanho de cervos ter uma beta fêmea, mas sua mãe era apavorante. Era a
única palavra para descrevê-la. Ela não tinha um osso materno em seu corpo.
E meu irmão se pergunta por que diabo eu não quero me aproximar
de uma mulher.
A memória da expressão chocada de Saone quando Alejandro tinha
compartilhado seus gostos tinha sido cômica. Seu irmão já tinha três filhos de
duas mulheres diferentes. Em seu rebanho, eles eram encorajados há...
aumentar os números do rebanho. A maioria estava feliz em fazê-lo, desde
que dormir ao redor era um passatempo agradável.
Infelizmente, Alejandro não conseguiu se excitar para nenhuma das
fêmeas no rebanho. Ele tentou. Até chegou a comprar pílulas que os homens
humanos costumavam usar para obter e manter uma ereção. Infelizmente, seu
metabolismo shifter tinha queimado ele muito rapidamente.
Quando Alejandro tinha sido ordenado a fazer um filho e não pôde,
ele tinha sido espancado, repetidamente. Ele pediu o conselho de Saone. Seu
irmão era um executor. Ele tinha acesso a informações que Alejandro não
tinha. Ele tinha lhe dado esperança com a notícia de que nem todos os shifters
tinham as crenças do seu próprio rebanho.
Alejandro juntou algumas centenas de dólares e fugiu do seu
rebanho. Ele tinha começado a pé, mas quando ele tinha visto Stephan na
mesma cidade que ele, vinte quilômetros ao norte das terras do rebanho, ele
percebeu que seu alfa devia tê-lo enviado. Parecia que seu alfa não o deixaria
sair.
Embalando suas duas mudanças de roupa, identificação e dinheiro
em uma mochila pequena, Alejandro tinha mudado para sua forma de
cervo. Ele havia tentado carregar a mochila na boca, mas isso tinha se
mostrado muito estranho. Em vez disso, ele descobriu que ele poderia pegar
uma alça com um de seus chifres e levá-lo dessa forma.
Alejandro lembrou-se de fazer um bom tempo. Ele tinha ficado longe
de cidades e vilas. Usando um mapa que tinha comprado em uma cidade que
tinha atravessado antes de avistar Stephan, ele tinha ido em direção a uma
pequena cidade do Colorado chamada Stone Ridge.
A informação de Saone dizia que era perto de onde vivia o alfa
gay. Seu irmão não tinha aprendido o nome do shifter quando ele ouviu
Stephan e José, o alfa do seu rebanho maldizer o fato de que um shifter
abertamente gay foi autorizado a liderar. Soane tinha dito a ele que ele era um
shifter lobo e tinha uma filha adotiva que era uma shifter gazela. Isso deu a
Alejandro esperança de que o lobo alfa, pelo menos, se encontraria com ele,
embora ele fosse um shifter cervo.
Isso levou Alejandro a descobrir o que tinha acontecido com ele.
Por que ele estava com tanta dor?
Alejandro se lembrou de ter chegado a Stone Ridge e viajado ao
redor dele. Ele estava procurando um lugar para mudar quando ele captou o
cheiro de outro shifter. Não tinha sido um lobo, tampouco, mas algo
mais. Felino, pensou ele.
Seguindo o cheiro, Alejandro se afastou da cidade. Ele adivinhou que
estava a uma dezena de quilômetros ao norte da cidade quando sentiu outro
perfume. Este tinha sido masculino e musky, e tinha atormentando seus
sentidos.
Ficou distraído.
Então, a dor. Algo o tinha esfaqueado seu lado. Ele se virou e fugiu só
para ter algo mais o golpeando no traseiro. Ainda assim, ele conseguiu
percorrer vários quilômetros antes que a dor e a perda de sangue o
obrigassem a parar.
Quando Alejandro olhou para seu corpo, viu duas flechas presas
nele. Gemeu mentalmente quando percebeu o que tinha acontecido.
Época de caça.
Deuses, como eu poderia esquecer?
Rezando para que as flechas não o machucasse enquanto ele
mudava, Alejandro mudou para sua forma humana. Ele precisava de suas
mãos para tirá-las. A flecha em sua perna tinha sido bastante simples de
remover, mesmo que tivesse doído como uma cadela.
A segunda flecha tinha terminado alguns centímetros abaixo e à
esquerda da sua omoplata. A colocação tinha dificultado a remoção, mas ele
tinha conseguido. A dor de arrancá-la o tinha feito desmaiar.
Depois disso, não havia nada.
Então, onde estou?
Percebendo que estava deitado de barriga sobre algo confortável,
Alejandro abriu uma pálpebra. Depois de piscar algumas vezes para se
concentrar, ele começou a observar seu entorno. Estava deitado numa cama,
um edredom verde o cobria até a cintura, e via móveis de quarto tradicionais,
uma mesa de cabeceira, uma lâmpada e um despertador.
Lentamente virando a cabeça, Alejandro espiou na outra
direção. Seus olhos se arregalaram e surpresa encheu-o. Um homem de
cabelos escuros estava sentado numa cadeira, que parecia ser da mesa de
uma sala de jantar. A cabeça do homem estava inclinada contra a parede, seus
óculos estavam torcidos em seu rosto, e um leve brilho de baba no canto de
seus lábios entreabertos. Roncos ressonantes escaparam-lhe.
De repente, Alejandro percebeu que nem toda sua dor estava em
suas costas e pernas. Um pouco do pulsar estava localizado em seu pau. Ele
inalou profundamente enquanto lutava para manter seus quadris imóveis,
lutando contra seu desejo inesperado de empurrar contra os lençóis macios.
Alejandro gemeu. O cheiro que permeava os lençóis onde sua cabeça
descansava fez sua ereção se contrair. Suas bolas rolavam em seu saco, e ele
fechou os olhos e cerrou os dentes.
Merda!
Que diabos?
Foi quando Alejandro percebeu que era o mesmo perfume que o tinha
distraído antes de ser atingido, mais muito mais concentrado.
—Oh meu Deus. — Murmurou Alejandro. —Ele é meu companheiro!
Sua voz despertou o homem. Ele bufou um pouco, então levantou a
cabeça. Imediatamente, ele moveu uma mão para seu pescoço enquanto ele
bocejava, deixando a respiração em um suave gemido.
Incerteza percorreu Alejandro. Ele moveu seus braços, com a
intenção de alavanca seus cotovelos. Dor rasgou suas costas, arrancando um
gemido da sua garganta enquanto ele congelava.
Pontos negros dançavam em sua visão.
—Whoa, hey agora. — Um tenor suave cantarolou em seu ouvido. —
Apenas relaxe, amigo. Deite de volta naa cama, ok? Você ainda não está em
condições de se mover.
Durante vários segundos, Alejandro apenas focou em controlar sua
resposta à dor em suas costas. Ele permitiu que o outro homem o colocasse
para baixo dos poucos centímetros que conseguira levantar. Então, virando o
rosto para o do outro homem, ele abriu as pálpebras que nem percebeu que
tinha fechado.
Ao ver a preocupação nos olhos cor de avelã olhando para ele, os
orbes um pouco distorcidos pelas lentes grossas que o homem usava,
Alejandro sorriu. —Hola, guapo1. — Ele murmurou, cumprimentando o homem
bonito. —Como es buena la Sensación de tus mano.
As sobrancelhas do homem franziram quando ele inclinou a cabeça
um pouco. Um segundo depois, ele lhe disse; —Oh, uh, eu não falo
espanhol. Uh. — Ele parou por um segundo, então gaguejou. —H... Habla
Inglês2?
Incapaz de se ajudar, Alejandro riu baixinho. Ele sorriu amplamente
quando respondeu afirmativamente, depois mudou para o inglês. —Si. Um
pouco. — Enquanto seu rebanho falava principalmente espanhol, havia
bastante deles que trabalhavam em cidades próximas e a maioria, inclusive
ele, precisavam de pelo menos uma habilidade rudimentar para se comunicar
em inglês. —Eu disse que gosto de como suas mãos se sentem.
Depois, passando o olhar por cima do seu companheiro de óculos, ele
admirou seus cabelos escuros desgrenhado, na altura dos ombros. Ele queria
passar os dedos por ele, e então usar a mão dele para guiar a boca do homem
até sua virilha. Apostava que a boca do macho se sentiria como o céu, ele
sentiu seu pênis pulsar e vazar pre sêmem sobre o lençol.
—Você é gay, guapo? — Alejandro perguntou sem rodeios. —Porque
eu quero foder você bem.
A mandíbula do homem se abriu, mesmo quando suas bochechas
coraram. —G... gay? — Ele respondeu. —Si... sim eu... — Ele estalou sua
mandíbula fechada, então franziu o cenho. —Que diabo? Eu te trago para casa

1
Olá, bonito

2
Fala inglês?
depois de atirar em você duas vezes, e esse é o seu primeiro pensamento? De
foder? — Um olhar de confusão atravessou seu rosto. —É por causa da coisa
animal?
Alejandro parou de ouvir as perguntas do homem. Acertou-o que ele
estava permitindo que seus hormônios ofuscassem seu bom senso. Esse
homem era seu companheiro, ele era humano, e precisava ser tratado com
muito mais cuidado.
Engolindo em seco, pensou Alejandro com a rapidez com que sua dor
e hormônio inundando seu corpo permitiam. Respirou lenta e profundamente
enquanto permitiu que suas pálpebras fechassem. Suspirando, ele esfregou a
bochecha contra o lençol.
—Ah, eu entendo. — O homem sussurrou em seu ouvido. —Pensei
que estava sonhando, ou estava com dor. — Ele gentilmente traçou a ponta
dos dedos ao longo da coluna de Alejandro enquanto continuava; —Se você
me disser que tipo de pílulas para dor, pode dar a alguém como você, eu vou
buscá-las. Tenho aspirina ou ibuprofeno, uh, Advil e eu poderia ter
um naproxeno que sobraram de quando tive meus dentes do siso arrancados
no ano passado.
Alejandro soltou um suave suspiro. —Não vai funcionar em mim. —
Ele admitiu. Desde que o homem se referiu a sua coisa animal, e ele admitiu
ter atirado nele, ele imaginou que o homem saberia o porquê. Ele abriu a
pálpebra esquerda para poder olhar para o humano quando perguntou; —Qual
é o seu nome?
—Gideon. Gideon Ruck. — Disse o humano. Fazendo careta, ele
murmurou. — Eu sinto muito que eu atirei em você. Eu não sabia que você
era, uh... um deles. Você sabe?
—Você sabe sobre shifters? — Alejandro murmurou, olhando para
ele. —Você conheceu outras pessoas? — Normalmente, um shifter não se
revelava a um humano sem uma boa razão... como um tiro. —Irmão ou irmã
se casaram com um? Amigo de infância?
—Uh, não. — Gideon respondeu, balançando a cabeça. —Eu vou
verificar isso, ok? Você se rasgou muito arrancando a flecha do seu corpo. —
Seu rosto se transformou em um tom agradável de rosa enquanto falava,
mesmo que uma acre de culpa tingisse seu cheiro almiscarado. —Deus, eu
sinto muito.
Alejandro não sabia as palavras inglesas necessárias para acalmar o
humano. Ele realmente não saberia o que dizer de qualquer maneira. O que
um homem diz a uma pessoa que encravou longos cilindros de madeira em seu
corpo?
Então, bateu nele.
Estendendo a mão, Alejandro agarrou o pulso de Gideon. Ele apertou
suavemente enquanto oferecia ao homem um sorriso. —Eu sou Alejandro
Lopez. — Ele sussurrou. —Obrigado por ter me ajudado mesmo que eu seja
diferente de você. — Um pensamento o atingiu, e ele ofegou. —Você não
contou a ninguém, não é?
—Não! Não, claro que não. — Garantiu Gideon. —Eu poderia ser o
idiota caipira que atirou em você, mas isso foi só porque eu pensei que você
fosse um verdadeiro cervo. Eu não sabia que seu tipo poderia se transformar
em cervo. Pensei que fossem todos lobos e outros predadores. Você sabe?
Esperança encheu Alejandro. —Você os conhece? Os shifters lobos? —
Poderia o destino ter lhe entregado seu companheiro e o conhecimento de
quem o líder da matilha que ele precisava falar tudo ao mesmo tempo?
—Uh, não. — Gideon respondeu. Ele colocou a mão livre em cima da
que Alejandro tinha enrolado em seu pulso. Dando tapinhas leves, ele lhe
disse; —Eu só, uh, vi coisas. Vivi aqui toda a minha vida, e vi... é isso. Eu só
sei que há coisas lá fora. Criaturas como você. — Ele deu de ombros, seu olhar
deslizando para o lençol. —As histórias têm que vir de algum lugar, certo?
—Há muitas histórias? — Geralmente, as matilhas eram cuidadosas.
Isso é o que ele tinha ouvido de qualquer maneira. —Pessoas na cidade
suspeitam?
—Não, uh, não que eu saiba. Pelo menos, nenhuma que eu tenha
ouvido e ninguém me disse nada. — Gideon alegou. —Uh, se você deixar, vou
verificar suas ataduras agora.
—O que você quis dizer, então? — Perguntou Alejandro, enquanto
soltava a mão do seu companheiro. Ele não queria assustar o humano. —Que
histórias?
—Quero dizer, em geral. — Disse Gideon, levantando-se. —Histórias
sobre lobisomens, vampiros e demônios. — Ele deu de ombros, seu sorriso um
pouco irônico quando ele acrescentou. —Criaturas que saem à noite.
Alejandro zombou. —A maioria de nós não saem à noite. — Enquanto
ele observava Gideon se inclinar sobre ele e o sentiu começar a puxar o que
deveria ter sido um curativo em seu lado esquerdo, ele apertou os dedos no
lençol. Ele sibilou ao sentir uma espécie de fita puxando os finos cabelos em
sua pele. Em espanhol, ele murmurou; —Dioses, no puedo creer que me perdí
el início de la temporada de caza. Feromonas de apareamiento maldito. Qué
coño era el destino estaba pensando? 3

Como se ele não tivesse o suficiente em seu prato.


—Eu sinto muito. O que foi tudo isso? —Gideon perguntou
suavemente, suas mãos ainda trabalhando. —Estou machucando você?
Pergunta estúpida. Desculpe pela fita, mas eu não queria que o curativo
deslizasse.
Alejandro sentia uma dor muito pior. Mesmo que tivesse sido
agonizante, ele não teria admitido. A mistura de dor e excitação fez com que
fosse difícil se concentrar. Ele estava completamente certo de que era por isso
que ele deixou escapar suas próximas palavras.
—Você é meu companheiro, e suas mãos se sentem bem. Você cheira
incrível, e a única dor que eu sinto está em meu pau. — Ele gemeu, mas ele
não conseguiu se impedir de continuar. —Deuses, eu quero sentir você

3
Deuses, eu não posso acreditar que eu esqueci o início da temporada de caça. Feromonios de acasalamento idiota.
Que diabos estava o destino pensando?
pressionado contra mim. Sua pele contra a minha. Seu pau no meu
pau. Merda!

Capítulo Três

Gideon ficou boquiaberto. Ele não pode evitar. As palavras que saíam
da boca do homem eram... ok, elas foram algo que ele amou ouvir, mas como
ele poderia confiar nelas? A voz fortemente acentuada do sujeito, que ele
achava realmente sexy, estava ligeiramente arrasada, e seus profundos olhos
castanhos estavam amplamente dilatados de dor.
Mas, oh deuses, era tão tentador. Eu poderia subir na cama, colocá-lo
sobre seus joelhos, e, deuses, sua bunda é gloriosa!
Sabendo que ele não devia estar pensando assim, Gideon verificou
que o cobertor não tinha escorregado para além da parte inferior das costas do
homem. Sim. Alejandro, ele se lembrou. Seu nome era Alejandro, e pelo seu
sotaque e comentários, não parecia que ele era dali.
Gideon certamente teria se lembrado de vê-lo se fosse.
—Apenas relaxe. — Gideon murmurou, mais para si mesmo do que
para o outro cara. —Vamos nos preocupar com todas essas outras coisas
quando você estiver bem.
Claro, que isso não significava que Gideon não estaria pensando
nisso.
—Posso responder a todas as perguntas então. — Acrescentou
Gideon. Mesmo sabendo que estava divagando enquanto verificava a ferida,
ele não se incomodou em tentar parar. Sempre divagava quando estava
nervoso. —Eu tenho perguntas, e tenho certeza que você também as tem. Isso
realmente parece melhor do que eu pensava. Tive que colocar uns pontos aqui,
te disse isso? — Acrescentou. —Não se preocupe. Estão bem. Tem certeza de
que não pode tomar pílulas para dor? Droga, eu realmente sinto muito!
Assim que Gideon colocou novamente o curativo, Alejandro segurou
seu pulso. Desta vez, ele puxou levemente, colocando os dedos de Gideon em
sua boca. Segurando o olhar de Gideon, Alejandro sorriu para ele enquanto
beijava ligeiramente os nós dos seus dedos.
—Sem mais desculpas. — Murmurou Alejandro. Suas sobrancelhas
franzidas, e ele parecia concentrado em cada palavra. —Como um shifter, curo
mais rápido. Provavelmente teria curado muito bem na floresta, mas... com
sua ajuda, obrigado por sua ajuda.
Girando suavemente o pulso de Gideon, Alejandro continuou a
segurar seu olhar enquanto ele beijava a palma da mão, então até seu
pulso. Lá, ele sugou levemente. Quando raspou seu canino sobre a carne
sensível, fazendo com que os cabelos no braço de Gideon ficassem em pé, ele
ofegou.
Alejandro tirou a boca o suficiente para falar. —Tire suas roupas. —
Seu olhar varreu o corpo vestido de Gideon, com obvia apreciação em seus
olhos. —Deite-se comigo.
Gideon se viu tentado, tão tentado. —Eu... eu deveria estar limpando
suas feridas. — Ele respondeu, oferecendo um olhar hesitante. —Ainda tenho
sua coxa para verificar, e você deveria estar descansando.
Gemendo, Alejandro conseguiu virar para o lado quando soltou o
pulso de Gideon. Dor nublou seus olhos, mas ele ainda tirou o cobertor longe
de si mesmo. Descaradamente nu, ele agarrou seu pênis ereto e começou a se
acariciar.
A mandíbula de Gideon se abriu. Ele prendeu a respiração diante da
visão gloriosa. O homem era todo magro, mas com músculos, pele bronzeada
e partes do corpo perfeitamente proporcionais.
Quando Gideon limpou as feridas, ele fez o seu melhor para ignorar o
pênis flácido do homem. Tinha ajudado que uma vez que ele conseguiu colocá-
lo na cama, tinha-o posto em seu estômago, não que sua bunda não fosse
uma beleza. Agora, porém, Gideon não podia fazer nada além de olhar
fixamente para a virilha do homem.
Alejandro acariciou-se lentamente. Sua ereção era longa e esbelta,
talvez vinte e cinco centímetros, mas Gideon apostava que seria fácil colocar a
boca em volta da ponta larga. Observando o prepúcio do homem sexy se
movendo para frente e para trás, revelando sua cabeça molhada e fenda
aberta, ele lambeu os lábios com seu desejo de provar a carne vermelha
inchada.
—Posso gozar assim, olhando para você. — Disse Alejandro sem
rodeios. Ele lambeu os lábios, chamando a atenção de Gideon para sua
boca. —Este é o tipo de alívio para dor que você pode me oferecer.
Incapaz de dizer não a essa oferta, Gideon empurrou para baixo sua
calça de camuflagem. Ele a chutou, o movimento também tirou uma meia com
ela. Enquanto puxava a segunda meia, agarrou sua camisa de flanela e
hesitou. Sabendo que ele não era maravilhosamente tonificado como o macho
sexy na frente dele, lembrou-lhe do pequeno pneu sobressalente em volta da
sua barriga.
Ele realmente queria revelar isso?
—Deuses, não pare agora. — Murmurou Alejandro, quase
reclamando. —Tire tudo. Quero te tocar.
As palavras de Alejandro deram coragem a Gideon, que enquanto
observava as gotas de pré semen sentiu uma pressão em suas bolas. Ele
respirou fundo, então puxou sua camisa sobre a cabeça. A ponta de seus
óculos comprimia seu nariz, e após deixar cair a camisa no chão com uma
mão, endireitou a armação com a outra.
Abrindo os olhos, Gideon viu o brilho apreciativo nos olhos escuros de
Alejandro. Suas narinas estavam alargadas e sua boca aberta, sua língua
pressionando contra seu lábio inferior. Levantando a mão direita, ele acenou.
—Venha, guapo. — Alejandro sugeriu. —Monte na minha
cintura. Quero tocar suas bolas, sentir seu peso na palma da minha mão.
Gideon reprimiu um gemido enquanto se apressava a obedecer. Ele
não conseguia se lembrar de um amante olhando para ele como Alejandro.
Nem podia pensar em um tempo em que um homem declarasse seus desejos
tão abertamente, tão bruscamente.
Subindo na cama, Gideon passou a perna sobre a cintura de
Alejandro. Seu calcanhar empurrou contra a coxa do homem com o
movimento. O outro grunhiu, os olhos arregalados.
—Oh, oh, merda. — Gideon gritou. —Sinto muito!
—Disse sem desculpas. — Murmurou Alejandro enquanto balançava a
cabeça. Ele também agarrou a cintura de Gideon, segurando-o no lugar com
um aperto surpreendentemente forte. —Fique.
Gideon assentiu com a cabeça.
Olhando para baixo, viu que a ereção de Alejandro não tinha
diminuído nem um pouco. Ele praticamente conteve a respiração enquanto
observava e sentiu o outro homem passar os dedos de uma mão sobre seu
quadril até a virilha. Alejandro raspou as unhas nos pelos pubianos de Gideon,
arranhando a pele sensível debaixo dos cachos ondulados.
Arrepios percorreram por toda a carne de Gideon. Seus mamilos
estavam eriçados quando seu hálito pairava em seu peito. Quando Alejandro
abaixou a mão para cobrir suas bolas, ele gemeu suavemente. Suas pálpebras
deslizaram fechadas enquanto se deleitava com a sensação da mão do outro
homem na pele sensível do seu saco.
—A-Alejandro. — Gideon ofegou. —Oh.
Um zumbido baixo soou nos ouvidos de Gideon e levou um segundo
para perceber que veio dele.
—Já faz muito tempo, guapo? — Alejandro perguntou, sua voz
áspera. —Você está com fome?
—Sim, sim. — Admitiu Gideon. Engolindo em seco, ele finalmente
conseguiu perguntar; —O que é guapo?
—Bonito. — Alejandro sussurrou. —Você é um homem bonito,
Gideon. Meu belo homem agora.
Gideon sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir a declaração
possessiva. Ainda assim, com a mão do homem acariciando suavemente seus
testículos, ele rapidamente o dispensou. Em vez disso, ele apreciou a sensação
da palma do homem embalando-o. Quando Alejandro deslizou sua mão para
cima e envolveu seus dedos em volta do seu eixo, ele gemeu grosseiramente.
—Como esses ruídos. — Murmurou Alejandro. —Vou gostar disso
ainda mais.
Sentindo Alejandro pressionando-o para baixo, Gideon colocou seu
traseiro contra a virilha do homem. Ele grunhiu quando sentiu que as bolas do
outro homem pressionavam contra a sua própria e seus eixos deslizavam um
no outro. Para sua surpresa, enquanto Gideon observava, o homem agarrou
seu próprio prepúcio e puxou-o sobre suas duas cabeças.
A pele macia que esfregava sobre sua glande sensível arrancou um
gemido profundo dele. A pressão da ponta do pênis do outro homem
pressionando contra a sua quase fez seus olhos rolarem até a parte de trás da
sua cabeça. Nunca sentira nada parecido com isso.
Alejandro apertou a mão dele no quadril, incentivando-o a se
mover. —Mova-se contra mim. — Ele ordenou bruscamente. —Deuses,
agora. Mova-se.
O cérebro lento de Gideon fez a conexão do que ele precisava para
fazer o trabalho. Seu amante estava ferido... por sua própria mão. A nova
onda de culpa quase ofuscou seu prazer, mas Alejandro esfregou o polegar
sobre a coroa coberta de prepúcio.
Grunhindo, Gideon se inclinou sobre o homem. Ele colocou seus
dedos ao lado do torso do seu novo amante para empurrar. Então, mantendo a
maior parte do seu peso longe da virilha do outro homem, o que era difícil, já
que ele teria gostado de mais pressão em suas bolas, ele começou a balançar
os quadris.
—Ssiiiii. — Alejandro chiou, puxando para fora a palavra. —É uma
sensação boa, guapo. Pênis juntos. — Ele terminou suas palavras em um
zumbido. —Mais.
Gideon gemeu alto ao ouvir as palavras murmuradas de
Alejandro. Ele abriu a boca e fechou de novo. Grunhindo, aplicou um pouco
mais de pressão enquanto balançava mais rápido.
O pênis de Alejandro deslizou ao longo do seu próprio, estimulando a
veia inchada em todo o comprimento. Suas pontas batiam e empurravam
juntas, fazendo com que arrepios surgissem na pele de sua virilha. Era a
maneira como o saco de Alejandro deslizava contra o seu próprio, o que fazia
com que suas bolas formigassem e rolassem.
—Agora. — Alejandro rosnou. —Vou gozar. Vou cobrir seu pênis com
meu sêmen. — Enquanto falava, aumentou seu aperto em volta dos seus
eixos. Ele moveu a outra mão para segurar a bunda de Gideon, mergulhando a
ponta do dedo em sua entrada até que esfregou um dedo sobre seu
traseiro. —Você está pronto para gozar?
—Merda! — Gideon gemeu, seu corpo estremecendo com a
sobrecarga de estímulo. —Sim, oh sim. — Ele choramingou. Seu corpo se
sacudiu quando empurrou contra o dedo preparado para penetrar seu
traseiro. Fazia muito tempo que ele não tinha nada além de si mesmo ou de
seus brinquedos enterrados dentro dele. —Por favor.
—Gosto quando você implorar, guapo. — Alejandro rosnou. Seus
olhos escuros adquiriram uma luz feroz enquanto ele pressionava um dedo
seco na entrada de Gideon. Com precisão infalível, ele pressionou contra sua
glândula. —Goze para mim, companheiro.
Os olhos de Gideon se arregalaram quando seu corpo se enrijeceu.
Suas bolas puxaram e seu pênis jorrou mais pré sêmen. Um último puxão em
seu eixo fez seu orgasmo rolar sobre ele como uma onda quente e relaxante.
Seu corpo se sacudindo entre as mãos de Alejandro, Gideon gemeu
de prazer. Enquanto derramava seu sêmen, sentiu que os fluidos do outro
homem escorriam por cima da sua ponta, e então por seu pênis. Ele tremeu
com as sensações desconhecidas, revelando sua singularidade.
A mão de Alejandro deixou seu pênis para pousar em seu braço, e
Gideon foi com ele quando o puxou para baixo. A princípio, ele pensou que o
homem iria beijá-lo. Então, o macho deslumbrante encostou sua bochecha ao
longo do seu pescoço.
Inclinando a cabeça, Gideon cantarolou satisfeito no auge do seu
orgasmo. Quando ele sentiu seu novo amante lamber ao longo da sua carne,
ele suspirou. A sensação dos dentes de Alejandro raspando ao longo do seu
tendão, então afundando nele arrancou um suspiro surpreso, cheio de dor de
sua garganta.
Alejandro gemeu enquanto chupava a pele de Gideon.
Gideon estremeceu, lutando contra seu desejo de se afastar ante a
dor inesperada. Depois de alguns segundos, a dor mudou, transformando-se
em algo... mais. Um formigamento deslizou abaixo em seu peito, picando
através de sua pele e fazendo com que seus mamilos se elevassem. Ele sentiu
suas bolas puxar e apertar quando um orgasmo novo surgiu através dele.
Gemendo o nome de Alejandro, Gideon tremeu em sua posse. Ele
ofegou duramente, tentando recuperar o fôlego enquanto sua cabeça girava.
Pontos escuros dançaram através de sua visão, e flutuou em asas de êxtase.
A sensação de seu amante deslizando seus dentes livres causou
calafrios através dele. Engolindo com dificuldade, abriu os olhos que não tinha
percebido que tinha fechado. Ele soltou uma respiração suave quando sentiu
que seu pênis começava a suavizar.
Virando a cabeça um pouco, Gideon encontrou o olhar de Alejandro.
A expressão do homem só podia ser chamada de saciada, como um gato que
comeu o creme. Ele lambeu os lábios, parecendo tão malditamente satisfeito
consigo mesmo.
—Você tem um sabor incrível. — Murmurou Alejandro suavemente. —
Da próxima vez vou chupar seu pênis e beber sua semente.
Gideon ficou boquiaberto. —Da próxima vez?
Alejandro arqueou as sobrancelhas. Por um instante, incerteza
encheu seus olhos escuros e expressivos. Então, seu olhar se estreitou quando
um sorriso feroz curvou seus lábios.
Quando Alejandro pressionou contra a próstata de Gideon, ele
percebeu que o homem ainda tinha um dedo em sua entrada. Seus músculos
apertaram-se por instinto. O dedo do homem se afastou mais, e depois saiu
dele.
Um gemido de decepção saiu da garganta de Gideon.
—Você é um passivo natural. — Alejandro rugiu bruscamente, seus
olhos se estreitando. Ele massageou o ânus de Gideon enquanto continuava. —
Ama se sentir esticado, não é? Pergunto quanto tempo você está sem isso,
mas eu realmente não quero saber sobre seus amantes anteriores.
—Eu o deixei faz muito tempo. — Gideon murmurou, sentindo suas
bochechas corarem na massagem sensual, mesmo que ele desejasse que o
homem empurrasse de volta nele. Mesmo depois de gozar duas vezes, ele teria
aceitado alegremente os dedos de Alejandro em sua bunda. Quando o homem
colocou a ponta do dedo para dentro dele, ele gemeu, incapaz de se impedir,
admitiu; —E sim. Amo sentir minha bunda esticada. — Ele inclinou seus
quadris. —Oh, porra. Mais.
Apenas quando Gideon sentiu a ponta do dedo de Alejandro tocar sua
próstata, enviando formigamento através de sua virilha, ele ouviu o som
distinto do seu telefone celular.
Gemendo, Gideon estremeceu.
—Ignore-o. — Disse Alejandro bruscamente. —Quero continuar te
tocando.
—Não posso. — Respondeu Gideon, contrariado. —Esse é o toque do
meu pai. Ele está doente. — Explicou, afastando-se do seu novo amante.
Assim que Alejandro o soltou, ele imediatamente sentiu falta do toque do
homem. —Preciso ter certeza que ele está bem. — Então, lembrando-se das
palavras do seu pai na noite anterior, ele acrescentou com uma careta. —Ele
provavelmente vai querer saber como foi minha caça hoje.
Alejandro riu baixinho enquanto sorria para ele. —E o que você vai
dizer a ele?
—Que peguei um homem quente? — Gideon arriscou suavemente,
saindo da cama. Pegou as calças e tirou o celular do bolso da calça de
camuflagem. Quando seu amante não disse nada, ele apertou o botão de
atender no telefone e, vendo a inclinação incerta das belas sobrancelhas de
Alejandro, ele disse ao telefone; —Só um segundo, pai. — Colocando o
telefone de volta na coxa, pressionando o alto-falante contra sua calça, ele
encarou o homem nos olhos quando declarou. —Isso faz meu pai
desconfortável às vezes, mas ele sabe que sou gay. — Então, Gideon percebeu
que isso não poderia ser o problema. —Você está, uh, fora?
—É um pouco mais complicado do que isso. — Admitiu Alejandro
suavemente. Gideon percebeu que sua expressão deve ter traído seu
desapontamento, pois o outro homem continuou; —No meu mundo, bem...
Gideon não pôde deixar de ficar confuso com esse comentário, mas
ele acenou de qualquer jeito. —Descanse enquanto resolvo isso. — Quando ele
viu Alejandro abrir a boca para dizer ... algo, ele ergueu a mão. —Está tudo
bem. Temos muito o que conversar. — Ele encolheu os ombros. —Isso é só
mais uma coisa, certo?
Depois que Alejandro assentiu, Gideon se afastou dele. Com as calças
na mão e o telefone na outra, cumprimentou seu pai. —Olá pai. Como você
está se sentindo?
—Ainda melhorando, mas estava pior. — Seu pai alegou. —Com quem
você estava falando, filho? Está tudo bem? Como foi a caçada?
—Oh, sim. — Gideon assegurou. —Está tudo bem. Encontrei outro
caçador que se machucou no bosque, então minha caça foi um pouco curta. —
Disse ele ao pai, abrindo mão da verdade. —É com ele que eu estava falando.
—Oh, muito ruim. — Seu pai respondeu. —Ele está bem?
—Ele vai ficar. — Querendo tirar o foco do seu pai do seu convidado
inesperado, ele perguntou; —E você, pai? Você não está se sentindo melhor?
—Sinto que ainda preciso de mais dois dias de sono.
Alívio e culpa encheram Gideon. Alívio que seu pai não esperava que
se juntasse a ele na caça da manhã seguinte, e culpa porque ele não estava no
clima. Mesmo assim, ele teria aceitado. Olhando para o quarto, Gideon sabia
que ele tinha seu próprio problema para resolver.

Capítulo Quatro

Observando Gideon sair, exalando sua decepção, Alejandro queria


chutar sua própria bunda. Odiava ter desapontado seu companheiro.
Infelizmente, ele não sabia como iria cuidar do seu humano quando ele não
tinha um emprego ou o apoio do seu rebanho.
E não podia levá-lo para o sul. Seu rebanho nunca aceitaria meu
acasalamento. Inferno, sua mamãe provavelmente tentaria matá-lo, ele ou aos
dois.
Fazendo uma careta, Alejandro se forçou a sentar. Ele pegou lenços
da caixa na mesa de cabeceira e limpou-se. Ignorando o puxão em sua perna e
a punhalada de dor no lado esquerdo de suas costas, se inclinou e jogou os
lenços no lixo junto à cama.
Alejandro passou as pernas para o lado da cama. Ele deslizou a seus
pés, usando o lado da cama para se equilibrar. Cautelosamente, colocou seu
peso em sua perna direita, vendo se o seguraria.
Quando a dor atingiu sua coxa, Alejandro fez uma careta. Ele
caminhou em direção à porta do quarto que tinha um bom tamanho.
Inclinando-se sobre a abertura, ele espiou o que podia ver do espaço.
Na frente dele, havia um corredor. À direita, uma porta fechada não
deu nenhuma pista sobre o que estava além. A porta à esquerda estava aberta
e revelou o canto de uma pia, dizendo-lhe que era um banheiro. Uma dúzia de
corredores abriu-se em um espaço a frente, onde Alejandro viu as bordas de
alguns sofás, assim como uma lareira contra a parede distante.
Ao ver o tapete trançado e circular se espalhar pela lareira, a mente
de Alejandro imaginou ele e Gideon enrolados em cobertores e travesseiros,
desfrutando de vinho, queijo e biscoitos na frente de um fogo crepitante. Ele
sorriu para tal imagem mental, mesmo quando percebeu que nem sabia se seu
companheiro gostava de vinho. Ele era flexível. Qualquer bebida serviria, isso
seria só o tira-gosto.
Por enquanto, tudo o que Alejandro sabia era que Gideon caçava
cervos com um arco, tinham um pai doente, era um homem alegre e
orgulhoso, gostava de brincar e ele tinha o corpo mais gostoso que Alejandro
tinha tido o privilégio de tocar.
Gideon não era o que se chamava um homem tradicionalmente
bonito. Ele estava abaixo de um metro e oitenta de altura, era cabeludo com
cabelos castanhos claros compridos quase chegando aos ombros e olhos de
avelã ligeiramente vesgos atrás de seus óculos de aro preto. Ele até tinha um
pouco de peso extra, em volta da cintura.
Alejandro achava sexy cada centímetro do homem. Ele amava o peso
extra, permitindo-lhe muito para segurar sem medo de quebrar o humano. As
linhas em volta da sua boca e olhos lhe disseram que o cara sorriu e riu muito.
Inferno, mesmo o fato de que ele atendeu o telefonema do seu pai
em vez de desfrutar de outra rodada de sexo lhe disse algo. Ele era um
homem de família. Por alguma razão, quando viu a borda do sofá verde
escuro, ele poderia imaginar Gideon sentado lá com uma garotinha em seu
joelho.
Deuses, estou ficando à frente de mim.
Ainda assim, quando Alejandro mancou até o banheiro, ele não pôde
deixar de sorrir para ideia. Só porque nunca tinha gerado filhos pequenos com
fêmeas de seu rebanho não significava que não queria. Ele queria. Só nunca
tinha sido capaz de tê-los com uma mulher.
Agora, Alejandro se sentia grato por esse fato. Ele não tinha laços
com o rebanho que deixará para trás. Além do seu irmão, é claro. Esperava
poder voltar a ver Saone novamente.
Precisava ligar para ele. Deixá-lo saber que estava bem.
Primeiro Alejandro precisava verificar suas feridas. E tomar um
banho, ele pensou, olhando para o banheiro, surpreso. O espaço tinha sido
reformado recentemente. Não era muito grande, modesto, mas estava limpo,
com uma grande banheira com pés de garra, móveis de bronze escovado e
uma grande pia, espelho e armário com uma linha de gavetas do lado
esquerdo.
Incapaz de resistir ao fascínio da água quente, Alejandro rapidamente
removeu o curativo da sua perna. Ele inspecionou a ferida, olhando
atentamente as ataduras de borboleta. A pele ao redor da ferida era rosa e
parecia estar cicatrizando. Certamente coçava como se estivesse.
Alejandro virou as costas para o espelho, mas depois de passar
alguns segundos olhando por cima do ombro verificando o curativo, decidiu
não tentar removê-lo. Percebeu que Gideon tinha acabado de verificá-lo, ele
poderia olhar mais tarde. Eu disse a ele que tinha uma cura acelerada? Ele não
conseguia se lembrar.
Neste caso, seria muito útil.
Concentrando-se no chuveiro, Alejandro se equilibrou
cuidadosamente quando empurrou de lado a cortina de plástico. Ele torceu o
botão da direita e colocou a mão sob a torneira. Depois de alguns segundos,
sentiu a água começar a perder um pouco do seu frio. Então a água aqueceu
rapidamente, e ele soltou um grunhido apreciativo.
Alejandro virou o outro botão e ajustou a temperatura que
queria. Cuidadosamente, ele entrou na grande banheira. Movendo sua mão do
lado da banheira para parede, ele descansou parte do seu peso contra a
parede quando colocou seu corpo sob o spray.
Respirando fundo, Alejandro se virou para que seu lado não ferido
estivesse perto do spray. A água escorria pelo seu lado direito, depois pela
coxa. Ele murmurou enquanto a água pingava sobre seu ferimento.
Movendo-se, ele virou o peito em direção ao spray. Rapidamente
mergulhou sua cabeça, molhando seu cabelo, então se afastou um pouco. Ao
sentir a água escorregar pelas suas costas e ao longo do seu lado esquerdo,
ele estremeceu com a picada.
Fechando os olhos, Alejandro concentrou-se em absorver e aceitar o
desconforto. Depois de alguns momentos de torcer e girar seu corpo,
molhando sua carne danificada pela água que escorria, a dor pareceu
diminuir. Ele suspirou enquanto relaxava, curvando a cabeça e permitindo que
a água batesse contra seu pescoço e ombros, aliviando a tensão.
Assim que Alejandro derramou shampoo em seu cabelo e começou a
ensaboar com uma só mão, sentiu uma entrada fresca de ar. Isso fez com que
sua pele ficasse inchada, mas ele sorriu mesmo assim. Ouvindo o rangido de
uma tábua, ele sabia que seu amante tinha entrado.
—Uh, eu não sou médico, mas você tem certeza que deveria molhá-
los?
Ouvindo a preocupação hesitante na pergunta de Gideon, Alejandro
sentiu-se aquecido de uma maneira que a água quente simplesmente não
conseguia fazer. Ele sorriu quando começou a lavar os cabelos. Mesmo com
água derramando em seu rosto, ele ainda respondeu.
—Lavar minhas feridas e me certificar de que elas estão limpas só
pode ajudar na sua cura. — Disse Alejandro. —Mas não tentei remover a
bandagem nas minhas costas, então talvez os pontos fiquem razoavelmente
secos.
—Bom, uh, bom. — Gideon respondeu, parecendo incerto.
Alejandro sentiu-se tentado a pedir ao homem para se juntar a ele,
mas desde que sua coxa estava começando a pulsar novamente, ele achou
melhor não. Sabia que precisaria tirar o peso dela logo, então não seria capaz
de fazer o que queria com seu companheiro, de qualquer maneira. Eles
também precisavam conversar.
Em vez disso, Alejandro perguntou; —Seu pai? Ele está bem?
—Oh, sim. — Gideon confirmou. —Acho que ele só queria alguém
com quem conversar. Minha mãe faleceu alguns anos atrás e, bem, e acho que
ele fica solitário. — Parecia que o homem zombava antes de acrescentar. —Não
que ele admitiria isso.
—A maioria dos pais não admiti. — Concordou Alejandro. —Eles não
querem mostrar fraqueza.
—Uh, claro. — Gideon respondeu, embora não parecesse muito
certo. —Vou te encontrar algumas roupas. Tenho certeza de que eu... quem
diabos?
Alejandro inclinou a cabeça, percebendo que o som não soava mais
em sua cabeça. —Campainha?
—Sim, uh, deixe-me atender isso.
Um segundo mais tarde, Alejandro ouviu a porta abrir, sentiu uma
corrente de ar, então fechou novamente. Ele rapidamente desligou a água,
empurrou para o lado a cortina do chuveiro. Espiando pelo banheiro, viu uma
toalha pendurada na haste. Ele saiu da banheira e agarrou-a.
Depois de embrulhar a toalha em sua cintura, Alejandro coxeou até a
porta. Seu estômago roncou, mas ele fez o seu melhor para ignorá-lo. Não se
lembrava da última vez em que tinha comido nada além de verduras enquanto
estava na forma de cervo, mas...
—Eu disse a você. — Gideon estava dizendo, alto o suficiente para ser
ouvido através da porta. —Eu te disse, não estou interessado. Não em você.
Não em ver você. Nem em te ajudar.
—Por favor, Gideon. Realmente preciso que você mude de ideia. —
Suplicou uma voz chorona. —Eu sei que não nos separamos no melhor dos
termos, mas realmente quero que você...
Enquanto Alejandro ouvia as palavras do homem, uma raiva ciumenta
o encheu. Empurrando para trás sua dor, ele mal coxeava quando fez o seu
caminho para porta do banheiro. Ele a abriu e se moveu rapidamente pelo
corredor.
Rangendo os dentes, Alejandro pensou rapidamente em como
chegar. Ele nunca tinha reclamado abertamente ninguém antes. Este era seu
companheiro, entretanto.
Gideon é meu.
Chegando ao fim do corredor, Alejandro olhou para direita. Ele viu a
porta da frente aberta e a costa do seu amante. Gideon estava usando apenas
suas calças de camuflagem, nas quais Alejandro achava que sua bunda parecia
fantástica.
—Ei, guapo. — Alejandro chamou, engrossando seu sotaque um
pouco quando olhou de soslaio para seu amante. —Onde você disse que
estavam as roupas?
Alejandro fez questão de ignorar completamente o belo homem de
cabelos escuros parado na soleira da porta.
Gideon se virou e olhou para ele. Seu olhar percorreu Alejandro, que
apreciou a centelha de aprovação que ele vislumbrou nas profundidades de
seus olhos. As bochechas do seu amante coraram quando sua boca se abriu e
fechou uma vez, duas vezes.
Sorrindo amplamente, Alejandro pousou a mão na toalha presa na
cintura. Ele usou a espera para abaixar a frente apenas um pouco, enfiando o
polegar dentro da borda. Ao mesmo tempo, rosnou baixo em sua garganta.
—Você deveria fechar a porta, Gideon. — Insistiu Alejandro. Ele sorriu
amplamente enquanto acrescentava; —Ou você gostaria de começar um
incêndio?
—Sim, por favor. — Murmurou Gideon, soando quase no piloto
automático. Ele até mesmo começou a balançar a porta fechada.
Infelizmente, o cara de pé do outro lado não parecia muito satisfeito
por essa resposta. —Que diabos, Gid? — Ele estalou enquanto bateu a palma
da mão na porta, parando seu progresso. —Quem diabos é esse? Disseram que
você ainda estava solteiro. — O homem passou empurrando Gideon e entrou
na casa, deixando um rastro de lama.
Evidentemente, estava chovendo.
—Quem diabos é esse? — Perguntou o homem rude novamente.
Estreitando os olhos, Alejandro deu um passo à frente. Em vez de
oferecer sua mão, ele passou o braço em volta da cintura de Gideon e puxou-o
para o seu lado. —Eu sou Alejandro. — Disse friamente. —E você está
interrompendo o jantar. Você deveria sair.
As bochechas do homem coraram. Seus olhos se estreitaram. Ele
enrolou o lábio. Não parecia saber como responder a uma dispensa tão
flagrante, porque ele ficou congelado por alguns segundos, seus olhos se
alargando, depois se estreitando. Finalmente, pareceu se recompor.
—Só quem diabos você pensa que é falando? — O cara rosnou. —
Você não pode me mandar sair.
—O meu nome é Alejandro. — Respondeu ele suavemente, repetindo
seu nome. —Deixe-me saber quando sair. — Colocando um beijo no pescoço
de Gideon, ele sussurrou em seu ouvido. —Posso me livrar dessa bunda?
Então, talvez eu possa nos fazer o jantar?
Gideon inclinou a cabeça, oferecendo o pescoço. Então, ele pareceu
compreender. Olhou por cima do ombro para Alejandro, com surpresa em seus
olhos.
Repousando a mão sobre a de Alejandro, Gideon esfregou os
dedos. —Você realmente precisa sair, Carter James. Como você pode ver, meu
namorado e eu estamos tendo um encontro hoje à noite.
Quando Gideon deu um passo à frente, afastando-se dele, precisou
de cada pedaço de autocontrole que Alejandro tinha para soltá-lo.
—Deixe seus arquivos. — Declarou Gideon com firmeza. Apontando
para a mesa ao lado da porta, ele acrescentou; —Lá. No recipiente das
chaves. Deixe-o e vá embora.
O moreno, que usava um casaco comprido e calças agradáveis,
ligeiramente úmidas, aderindo a suas pernas, apertou sua mandíbula. O
homem pareceu engolir sua reação inicial, pois ofereceu um sorriso duro
enquanto assentia. Aproximou-se da porta.
—Bem. Este é o seu namorado, então? — Carter James perguntou,
acenando para ele com uma mão enquanto alcançava o bolso da jaqueta com a
outra. —Ele vai manter a boca fechada sobre meus arquivos confidenciais se
ele os vir?
Gideon zombou, seu tom saindo duro quando respondeu. —Ele é mais
confiável do que você. Deixe o maldito pen drive, Carter James. Ligo para você
amanhã se eu tiver a chance de olhar para ele.
—Se você tiver uma chance? — Perguntou o homem, incrédulo. —O
que quer dizer, se?
—Quero dizer, é temporada de caça. — Gideon respondeu. —Na maior
parte do dia estou caçando. À noite, normalmente tenho trabalho. — Ele
franziu o cenho para o homem enquanto continuava; —Eu tenho coisas para
fazer, você sabe. Uma vida. Não posso simplesmente largar tudo por você.
Enquanto Alejandro observava, Carter James apontou para ele e
grunhiu; —Mas você pode largar tudo por seu namorado?
—Sim. — Gideon respondeu sarcasticamente. Para o prazer de
Alejandro, seu companheiro continuou. —Ele é meu namorado, e quando
fazemos planos, ele realmente se apega a eles. — Colocando uma mão em seu
quadril, ele apontou a porta. —Vá em frente, Carter James.
Quase pareceu que ele disse o nome como uma advertência.
—Volte para sua cama e pequeno jantar.
Para o prazer de Alejandro, Carter James pareceu furioso, mas ele
obedeceu. Ele se virou e pisou fora da casa. Gideon agarrou a porta e fechou-a
atrás dele, trancando o fecho com a outra mão.
Por um segundo, Gideon ficou parado ali. Ele apoiou a testa na
porta. Golpeando a palma da mão na porta, sacudiu a cabeça.
Preocupado, Alejandro caminhou até ele. Ele descansou sua mão em
suas costas e esfregou levemente. —Você está bem? — Pensando que o
problema fosse ele, acrescentou; —Eu fiz algo errado.
Para surpresa de Alejandro, quando Gideon se virou e olhou para ele,
um grande sorriso dividiu seus lábios. —Ah, não, Alejandro. — Ele
respondeu. —Você fez tudo completamente certo. — Ele deu uma risada,
diversão iluminando seus olhos castanhos. —Merda, você viu a expressão dele?
— Gideon balançou a cabeça, e seu sorriso ficou torto. —Eu sei que é
mesquinho, mas adorei ver aquele olhar na cara do bastardo traidor.
Percebendo que ele tinha feito algo muito, muito certo, Alejandro
devolveu o sorriso de Gideon. —Estou contente por agradar.
Baixando a cabeça, Alejandro fez algo que nunca fizera antes no
Arizona. Ele capturou os lábios de Gideon e empurrou sua língua para
dentro. Dominando completamente a boca do seu companheiro, ele se deleitou
no gosto do homem, desfrutando do sabor masculino e almiscarado,
juntamente com a maneira agressiva como Gideon o beijou de volta.
Simplesmente perfeito!
Capítulo Cinco

Gideon gemeu na boca de Alejandro. Ele inclinou a cabeça e abriu a


boca, permitindo o homem tão profundamente quanto ele queria. Enrolou a
língua do seu amante com a sua, brincou com ela, entrelaçando-as.
Envolvendo os braços ao redor do corpo de Alejandro, Gideon acariciou suas
costas. Ele esfregou para cima, apreciando a sensação de sua carne dura e
lisa. Quando ele atingiu a beirada da atadura, lembrou-se onde ele tinha
encontrado o homem... e o fato que ele não era realmente um homem.
Também deve ter puxado a pele de Alejandro, pois ele se encolheu e
levantou a cabeça, terminando o beijo espetacular. Ocorreu a Gideon que
Alejandro parecia realmente pálido. Ainda assim, o homem conseguiu sorrir
para ele.
—Você realmente deveria ir se deitar. — Gideon incentivou. Seu
próprio estômago escolheu aquele momento para roncar, lembrando-o que não
tinha comido desde aquela tarde na clareira dos cervos. —Que tal se eu
trouxesse algo para comer?
Em resposta a sua declaração, o estômago de Alejandro roncou.
Gideon sorriu suavemente.
—Eu também. — Ele brincou, afastando-se dele. —Vamos voltar para
a cama.
Com o braço ao redor de Alejandro, Gideon guiou o homem de volta
pelo corredor. Ele foi voluntariamente, o que era um testemunho de como ele
estava cansado ou dolorido. Depois de deixá-lo de volta na cama, Gideon
cedeu ao impulso e deu um beijo em seus lábios.
Alejandro sorriu para ele quando Gideon se endireitou.
—Nunca beijei um homem antes. — Afirmou. —Como estou beijando
você.
—Isso é uma coisa boa. — Gideon respondeu, piscando. —Porque eu
adoro beijar. Grandes preliminares.
Sorrindo, mostrando os dentes brancos, Alejandro gemeu. —Vou me
lembrar disso.
Se afastando, da cama e da expressão de fome do outro homem,
Gideon limpou a garganta. Seu corpo sentia-se quente, e seu pênis estava
enchendo suas calças de camuflagem. Ele não podia acreditar no modo como
ele respondeu ao homem, como se ele fosse um adolescente sentindo atração
pela primeira vez.
Era muito confuso.
—Alguma coisa que você prefira? — Gideon perguntou, indo em
direção à entrada. Outro pensamento ocorreu a ele, vendo como o cara se
transformava em um cervo. —Ou qualquer coisa que você não possa comer?
Você é vegetariano?
Isso não seria uma pena? Gideon amava carne.
—Não, como carne. — Disse Alejandro. Obviamente, pegando a
direção dos pensamentos de Gideon, ele brincou. —Mesmo cervo.
Enquanto alívio o enchia, ele se perguntou exatamente como isso
funcionava.
—Então, comer carne de cervo não é, tipo, canibalismo para você?
Alejandro riu baixinho, seus olhos escuros brilhando.
—Eu sou um shifter, guapo. Não um cervo.
—Você vai me explicar isso? — Gideon perguntou. Seu estômago
roncou novamente, então ele continuou. —Enquanto jantamos, talvez?
Acenando com a cabeça, Alejandro disse; —Responderei qualquer
pergunta que você tiver.
Gideon assentiu, então foi para cozinha. Ele pegou os ingredientes
para sanduíches de peru grelhado e queijo, rapidamente fazendo quatro
sanduíches, cortando-os em diagonal, criando triângulos. Pegou uma lata de
batatas fritas, com baixo teor de gordura, e enfiou-a debaixo do braço.
Pegando o prato de sanduíches em uma mão, ele pegou duas bananas com a
outra e voltou para o quarto.
Quando Gideon chegou, viu que os olhos de Alejandro estavam
fechados. Sua respiração veio em movimentos lentos. Até mesmo seu rosto
parecia relaxado... por cerca de três segundos. Então, ele sorriu e abriu uma
pálpebra.
—Não estou dormindo, Gideon. — Sussurrou Alejandro. —Apenas
relaxando. Você tem uma cama confortável.
—É verdade. — Gideon tinha pago caro pelo colchão. —Você precisa
de ajuda para sentar?
Alejandro sacudiu a cabeça.
—Não. Eu consigo.
Quando Alejandro ajustou-se numa posição sentada, apenas fazendo
uma careta quando apoiou as costas na cabeceira da cama, Gideon virou para
o outro lado da cama. Ele colocou a comida, depois subiu sobre ela. Colocando
um calcanhar sob sua bunda, ele permitiu que a outra perna se deslocasse do
lado da cama.
—Aqui. — Gideon ofereceu, empurrando o prato de sanduíches para
ele. —Fique à vontade.
—Gracias. — Respondeu Alejandro, agradecendo enquanto pegava
um dos pedaços em forma de triangulo. —Uh, o que é?
—Peru grelhado e queijo. — Gideon disse a ele. —Você já comeu isso
antes?
Alejandro sacudiu a cabeça.
—Ainda não. — Então ele abriu a boca e deu uma grande mordida. O
pão grelhado rangeu em seus dentes. Ele gemeu, sorrindo enquanto
mastigava.
Gideon pegou um sanduíche e começou a comer. Quando Alejandro
deu uma segunda mordida, depois uma terceira para terminar o triângulo de
sanduíche, alívio o encheu. Ele sorriu quando o homem imediatamente pegou
um segundo pedaço.
Depois de comer seu sanduíche, Gideon abriu a lata de batatas fritas.
—Dói para se transformar em um cervo? — Ele perguntou
suavemente, tirando algumas batatas. —Você se lembra de qualquer coisa
quando é um bem... animal?
—Eu me lembro de tudo. — Disse Alejandro. —Eu ainda sou eu. Só
estou em outra forma, só isso.
Assentindo lentamente, Gideon comeu duas batatas fritas. Ele
mastigou pensativamente. Depois de engolir, ele calmamente refletiu;
—Então, você se transforma em um animal. Você ainda pode pensar
e raciocinar enquanto um cervo? — Vendo Alejandro assentir, Gideon não podia
deixar de perguntar. —Por que se transformar em um animal, então?
Alejandro parecia genuinamente confuso com a pergunta.
—Quer dizer, se você é consciente, como um ser humano, quando
você é um animal, então essa forma não é estranha para você? — Gideon
perguntou, tentando esclarecer seus pensamentos. —Então qual é o ponto
disso?
Sorrindo amplamente, Alejandro respondeu;
—Liberdade. É parte de mim. — Sua expressão se tornou um pouco
vaga enquanto ele olhava para comida que ele segurava. —Eu tenho sentidos
apurados. Posso ouvir melhor, cheirar melhor. E vou curar mais rápido
também. — Apontando para sua coxa, ele acrescentou. —Em um dia ou dois, o
buraco na minha coxa estará quase curado. Eu não vi a ferida nas minhas
costas, então eu não posso dizer sobre isso.
Gideon assentiu, sorrindo ironicamente para ele.
—Acho que foi uma pergunta tola, hein? Quero dizer. — Ele continuou
—É como perguntar por que um homem caça, eu suponho. É apenas parte de
algumas pessoas.
—Certo. — Concordou Alejandro. Pegou a banana e começou a
descascá-la. —E na maioria das vezes, você mal pode notar que somos
diferentes. Nós nos mantemos a nós mesmos ou nos escondemos à vista. —
Suas sobrancelhas franzindo, ele comentou. —Você sabe, você está levando
isso muito bem. Por que? E você disse algo sobre rumores mais cedo. O que
você quis dizer?
—Bem, eu moro aqui desde o dia em que nasci. — Explicou Gideon.
—Cresci bem nesta rua, na mesma casa onde meu pai ainda vive. A única vez
que não vivi aqui foi quando eu estava na faculdade.
Alejandro assentiu, com uma expressão de interesse enquanto
continuava a comer a banana.
—Eu tenho caminhado na maioria das trilhas locais nos últimos anos,
e eu conheço a área tão bem quanto qualquer outra pessoa além dos rangers.
— Disse Gideon, encolhendo os ombros. —Eu vi nas trilhas animais estranhos
que não deveriam estar lá fora. Eu não posso contar o número de vezes que eu
ouvi lobos uivando, mas não há nenhuma matilha relatada por aqui. — Ele riu
suavemente enquanto pensava em tudo o que ele tinha visto e ouvido. —Só...
coisas que me dizem que nem tudo é preto e branco como a maioria das
pessoas gostam de acreditar.
—Você já conversou com alguém sobre isso? Você sabe quem são os
shifters lobos?
Gideon podia ouvir a excitação na voz de Alejandro, então ele se
sentiu um pouco mal que ele teve que balançar a cabeça.
—Não, eu nunca disse nada sobre o que eu vi ou suspeito a ninguém.
— Pegando um triângulo de sanduíche, ele acenou distraidamente; —Quero
dizer, o que um animal faz na natureza é seu próprio negócio, sabe? Eu nunca
tive a intenção de mexer com eles.
A culpa inundou Gideon novamente enquanto olhava para seu pálido
hóspede.
—Eu, uh, eu meio que pensei que vocês se transformavam em
animais predadores. — Ele franziu a testa, lembrando-se de algo que ele tinha
visto uma vez. —Exceto talvez este animal que eu olhei as escondidas e
descobri que era uma gazela. Poderia ter sido um shifter. Ele estava brincando
com um tigre, então poderia ter sido um animal de estimação, também. Não
tenho certeza.
—Você viu um tigre brincando com uma gazela?
Enquanto Gideon percebeu como soou tolo, ele balançou a cabeça de
qualquer maneira.
—Juro por Deus.
—Eu ouvi que shifters vêm em muitos tipos de animais, desde
aranhas aos elefantes, então que uma gazela não está certamente fora da
equação.
Gideon sorriu amplamente.
—Vi algumas pegadas de elefante uma vez. Estava perto dessa
pequena cachoeira nas montanhas. —Disse ele. —A área é linda e isolada.
—Soa interessante. — Respondeu Alejandro, sorrindo. —Eu gostaria
de ver esse lugar. —Pegando a lata de batatas fritas, ele acrescentou. —Você
tem alguma ideia de quem são essas pessoas? Os outros shifters?
—Oh, não. — Gideon imediatamente respondeu. —Nunca pensei
nisso, sabe?
Inferno, Gideon tinha feito questão de não pensar nisso. Não era seu
mundo. Olhando para o rosto bonito de Alejandro e cabelos curtos, louro-cinza,
ele percebeu que poderia não ser mais o caso.
Bom Deus. Eu quero me envolver no mundo de Alejandro? Gideon
não estava tão certo disso.
—Se você tivesse que pensar sobre isso? — Alejandro pressionou, sua
voz suave. —Se você pensar sobre isso, você poderia talvez adivinhar?
Gideon deu uma mordida em um triângulo de sanduíche, ganhando
tempo quando ele pensava rapidamente. Olhando para o sanduíche,
mastigou... devagar. Ele nunca pensou sobre isso porque ele realmente não
gostava de pensar sobre as possibilidades.
Finalmente, depois de engolir, Gideon murmurou. —Acho que faria
sentido que algumas das pessoas que vivem nas montanhas mudassem. Quero
dizer, se você se transformar em um lobo e quiser correr com seus
companheiros lobos, a maneira de viver lá faria sentido. — Ele parou e pegou
uma banana, descascando-a, desfrutando a agradável fragrância da fruta
fresca. —E quanto a você, uh, você e seu povo? Eles vivem longe dos outros
onde você chama de casa?
Ao encontrar o olhar de Alejandro, Gideon procurou sua expressão.
Ele se perguntou sobre as sobrancelhas franzidas do homem e expressão
vazia. Estendeu a mão e tocou na perna do homem.
—Por quê? — Gideon não pôde deixar de ser um pouco curioso sobre
o homem. —Por que você veio até aqui? Você não tem um rebanho próprio?
—Acho que preciso contar um pouco da história sobre a dinâmica
shifter. — Murmurou Alejandro, a voz soando tensa. —Um grupo de shifter é
chamado de matilha, orgulho ou rebanho. Ele varia dependendo do tipo de
shifters nesse grupo. Eu deixei para trás um rebanho, porque eu sou gay.
Tenso, Gideon rosnou. —Sério? Então eles são idiotas intolerantes?
—Si. — Confirmou Alejandro, fazendo uma careta. —O alfa daqui é
gay.
—Há muitos gays por aqui. — Gideon refletiu devagar. Percebendo
que Alejandro tinha terminado os últimos dois triângulos de sanduíche, colocou
a tampa no recipiente de batatas. Vendo as sobrancelhas franzidas de
Alejandro, ele disse; —Você não vai ser incomodado, hum, se você sair, quero
dizer. Não por aqui.
—É bom saber. — Murmurou Alejandro. —Mas eu estou mais
preocupado com a forma como o meu velho rebanho vai retaliar se eu puder
convencer esta matilha me permitir ficar. — Olhando mais que um pouco
preocupado, ele murmurou: —Minha mãe é a beta do meu rebanho. Ela e o
alfa ordenaram que eu gerasse crianças com duas senhoras diferentes no
rebanho, mas... — Ele bufou. —Nunca consegui ficar duro para elas, mesmo
quando eu imaginei que elas fossem caras. — Ele soltou um suave suspiro
enquanto acrescentava; —Sempre quis filhos, no entanto.
—Sim, eu também. — Gideon respondeu distraidamente. Franzindo o
cenho, ele perguntou; —Uh, alfa e beta? São os seus líderes?
—Si. —Respondeu Alejandro. Ele começou a dizer algo em espanhol,
então parou e balançou a cabeça. —O alfa é o líder, e normalmente o mais
forte ou mais astuto dos membros de um rebanho. Ele faz as regras, e nós as
seguimos. O beta é a mão direita dele. Então, há os executores. — Explicou. —
O tamanho e a lealdade da matilha normalmente determinam quantos
executores existem.
—Então, é como uma minúscula nação que vive em segredo dentro
dos EUA?
Alejandro pareceu pensar nisso por um segundo. Assentindo com a
cabeça, encolheu os ombros quando declarou: —Trabalhamos em empregos,
pagamos impostos e vivemos tão longe e sob o... radar quanto podemos.
Gideon disse suavemente. —Eu posso entender o porquê.
Quando Alejandro assentiu, ergueu a mão para cobrir um bocejo. Ele
suspirou suavemente enquanto descansava sua cabeça contra a cabeceira da
cama. Suas pálpebras se fecharam.
Percebendo que o homem precisava descansar, não mais perguntas,
Gideon levantou-se da cama. Ele rapidamente reuniu tudo e, depois de
contornar a cama, colocou na mesa-de-cabeceira. Passando o braço pelos
ombros de Alejandro, ele o encorajou a deslizar para baixo e a reclinar sobre o
lençol.
—Descanse. — Gideon insistiu quando Alejandro abriu as pálpebras e
olhou para ele. —Você não disse, mais as feridas devem está doendo. Então
fique bem, assim eu não vou me sentir tão culpado.
Alejandro riu baixinho enquanto sorria para ele.
—Si, mi guapo pareja. — Ele murmurou, estendendo a mão e
agarrando seu pulso. —Ven a dormir conmigo.
Gideon bufou quando ele sorriu para Alejandro. —Eu não tenho
absolutamente nenhuma ideia do que você disse.
Soltando um longo suspiro, as pálpebras de Alejandro voltaram a
fechar-se. Sua mão se soltou.
—Venha dormir comigo. — Ele murmurou. —Quero saber que você
está perto enquanto durmo.
—Posso fazer isso. — Murmurou Gideon, silenciosamente satisfeito
com as palavras do seu amante. —Eu voltarei depois que eu limpar a cozinha.
— Por impulso, ele se inclinou e pressionou um beijo na têmpora do seu
amante. —Vá dormir.
Alejandro sorriu e soltou sua mão, enquanto sussurrava. —Depressa.
Não quero que você demore muito. — Suas sobrancelhas enrugaram, em
seguida, ele murmurou; —Preciso explicar companheiros em breve.
—Volto logo. — Gideon prometeu enquanto se afastava. Pegando os
pratos, foi à cozinha, onde passou os dez minutos seguintes limpando e
meditando sobre as palavras de Alejandro.
Companheiro? O que é isso?

Capitulo Seis

Alejandro se enrolou ao redor do corpo de Gideon, se aconchegando


atrás dele. Ele acariciou a nuca do seu pescoço, desfrutando seu cheiro
inebriante. Com o braço esquerdo em volta do torso, passou suavemente os
dedos pelos cabelos do seu companheiro. Ele gostava da sensação dos cachos
suaves do homem.

Meu companheiro. Maldição.

Quais eram as probabilidades de encontrar seu companheiro aqui?


Sorrindo para si mesmo, Alejandro pressionou um beijo na nuca de
Gideon. Suas pálpebras se fecharam e permitiu que sua mente vagasse. Não
se lembrava da última vez em que se sentiu tão satisfeito.

Infelizmente, a bexiga de Alejandro não podia ser ignorada para


sempre. Ele deu mais um beijo no pescoço de Gideon, depois se afastou do
seu humano. Incomodado com a pressão sobre suas feridas, ele engoliu o
grunhido de dor que tentava escapar.

Alejandro forçou seu corpo para a vertical e balançou as pernas sobre


a cama. Usando uma mão no colchão para manter-se estável, ele se
levantou. Se endireitou, satisfeito por sentir só uma leve pontada em sua coxa
direita.

Dirigindo-se para fora do quarto, Alejandro ouviu Gideon murmurar.


—Eu deixei uma escova de dentes nova no balcão para você na noite passada.

Entendendo o pedido de silêncio, Alejandro engoliu o bufo e lhe deu


um. “Gracias” em vez disso.

Depois de usar as instalações e ser limpar, Alejandro voltou para o


quarto. Ele viu que Gideon também se levantara e estava revirando a gaveta
inferior de sua cômoda. Quando o homem se endireitou e se virou para
encará-lo, estendeu um moletom cinzento.

—Aqui. — Gideon sacudiu o pacote dobrado de tecido. —Esqueci de


pegar isso para você na noite passada. Me desculpe por isso.

Alejandro balançou a cabeça apesar de pegar a roupa oferecida. —


Não se preocupe com isso. — Ele sorriu amplamente, piscando para seu
amante, que estava fazendo um valente esforço para manter seu foco no rosto
de Alejandro. Ele achou isso muito...doce. —Além disso, eu durmo nu.

—Uh...

Rindo suavemente, Alejandro puxou o moletom. Quando se


endireitou, sorriu para o outro homem. —Você vai se acostumar com isso.

—O-ok. — Gideon balançou a cabeça uma vez, como se estivesse


tentando se tirar de... qualquer coisa. —Você quer que eu dê uma olhada na
sua coxa ou nas costas? Parece que você está se movendo muito bem.

—Minha coxa está quase boa. — Disse Alejandro, satisfeito com


isso. Sentir dor e mancar é uma droga. —Você pode tirar as bandagens das
minhas costas? — Ele pediu. —Preciso ver para julgar.

—Sim, claro. — Gideon concordou, passando por ele. Ele olhou para a
coxa enquanto o fazia, então olhou para cima para encontrar o olhar de
Alejandro, um olhar de admiração em seu rosto. —É incrível pensar que você
cura tão rápido de uma flecha em sua perna.

Assim que terminou de falar, o rosto de Gideon corou. Ele fez uma
careta enquanto se concentrava no chão. Sua culpa praticamente saia em
ondas.

Alejandro deu um passo e diminuiu o espaço entre eles. Envolvendo


os braços ao redor da cintura de Gideon, ele espalmou suas costas. Ele
deslizou as mãos para cima e para baixo, apreciando a suave carne sob seus
dedos.

—Sem desculpas. Eu já perdoei você. — Alejandro sussurrou a


lembrança antes de beijar os lábios de Gideon. —Eu vou ficar bem, meu
companheiro.

—Eu só penso no que poderia ter acontecido. — Gideon admitiu,


fazendo uma careta. —E se eu tivesse feito um tiro melhor? Você estaria
morto, e eu provavelmente estaria comendo você.

—Tente não pensar assim, guapo. — Alejandro pediu. Inferno, ele


certamente não queria pensar nisso. —Ponha isso para fora da sua
mente. Vamos.
Afastando-se de Gideon, Alejandro o soltou. Ele entrelaçou os dedos
de sua mão esquerda com a direita de seu companheiro, então levou-o para
fora da sala. Parando na entrada do banheiro, ele o soltou.

—Você tem café?

Gideon assentiu com a cabeça.

—Eu começo então. — Disse Alejandro ao seu amante. Depois de


outro beijo nos lábios de Gideon, porque ele realmente gostava da liberdade de
ser capaz de fazer isso, piscou e se dirigiu para sala da frente.

Alejandro ouviu a porta do banheiro perto dele. Ficando à vontade,


pegou o bule de café, depois revirou os armários. Encontrando abundância de
feijões enlatados, frutas e legumes, mas muito pouco deles eram frescos, ele
ergueu uma sobrancelha.

Evidentemente, seu companheiro não é um homem muito de


salada. Enquanto o povo de Alejandro não vivia de verdes como seus
companheiros de cervo, ele gosta de frutas e legumes. Ele teria que mostrar
ao seu amante como fazer uma salada fantástica e saborosa.

Para surpresa de Alejandro, ele avistou uma caixa de ovos batidos


estilo sudoeste. Ele puxou para fora e os colocou no balcão. Em seguida, ele
pegou um pacote de salsicha. Um olhar através da despensa revelou um
pacote de muffins ingleses.

Abrindo o pacote de salsicha, Alejandro o dividiu no meio. Ele colocou


uma parte em um saco selante que encontrou em um armário. A segunda
parte, ele cortou em quatro pedaços. Esses foram para um frigideira e
começou a cozinhar.

Alejandro remexeu a geladeira novamente. Encontrando um pedaço


de queijo, cortou em vários pedaços. Agarrou a manteiga e usou uma faca
para colocar um pouco em uma panela. Ele também roubou o tomate solitário
e cortou.
Colocando uma boa porção dos ovos batidos na frigideira preparada,
Alejandro verificou as salsichas. Ele as virou. Então, girando lentamente, se
perguntou onde seu companheiro guardava a torradeira. Não se lembrava de
vê-la na despensa ou em qualquer um dos armários.

—Uau, cheira bem aqui. — Disse Gideon, entrando na cozinha. —O


que você está fazendo? Posso ajudar?

—A torradeira, guapo. — Alejandro respondeu. —Onde está a


torradeira?

—Oh, na lavanderia. — Disse Gideon. Ele se virou e atravessou uma


porta para o que parecia ser algum tipo de vestíbulo. Ele voltou m pouco
depois com uma torradeira de quatro fatias, segurando-a. —Tenho pouco
espaço de armário, assim mantenho os equipamentos extras em outro lugar,
em umas prateleiras.

—Que tal você jogar alguns muffins ingleses aí. — Alejandro pediu,
apontando para o pacote no balcão. Ele começou a mexer e atiçar os ovos
semi cozidos. —A salsicha e ovos devem ficar prontos em breve, então
podemos fazer sanduíches.

—Yum. — Gideon respondeu entusiasticamente enquanto cortava


alguns muffins ingleses pela metade e os colocou na torradeira. Então ele foi
para outro armário e pegou vários pratos, grandes e pequenos. Depois de
colocá-los no balcão, ele se virou e descansou sua bunda contra ele. Ele cruzou
os braços sobre o peito, em seguida, limpou a garganta suavemente antes de
perguntar; —Então, uh, guapo você explicou. Uh, lindo, você disse. — Suas
bochechas coraram. —E companheiro? Você me chamou disso algumas vezes,
também.

Alejandro congelou e passou o olhar por Gideon. O plop dos ovos


caindo de sua espátula chamou sua atenção para eles. Ele terminou de vira-
los, e então verificou a carne.
Já que ambos precisavam de mais alguns minutos, Alejandro colocou
a espátula para baixo e descansou sua própria bunda no balcão. Ele sorriu para
Gideon, contemplando seu olhar expectativo. Segurando o olhar do seu
humano, ele tentou descobrir como explicar.

Rápido é melhor, acho.

—Mi pareja. Meu companheiro. — Começou ele lentamente. —Como


um shifter, eu vivo por várias centenas de anos. Mais do que quatrocentos e às
vezes até quinhentos. — Disse Alejandro. Vendo os lábios de Gideon se
separarem e sua expressão de surpresa, ele levantou a mão, pedindo
silêncio. —Então, para nos fazer companhia, o Destino concede a cada pessoa,
o que é seu complemento perfeito, a outra metade da sua alma, por assim
dizer. Isso é um companheiro, e você é isso para mim.

—Uh, ok. — Gideon respondeu, ficando sem palavras. Suas


sobrancelhas franziram e ele lambeu os lábios. —Então, uh, o que isso
significa?

O pop da torradeira chamou sua atenção, então Alejandro apontou


para ela. —Tire essas. — Ele piscou. —Shifters têm grandes apetites,
especialmente enquanto se curam, então eu definitivamente vou querer um
segundo. — Movendo o pote de manteiga mais perto do seu humano,
acrescentou. —Um pouco de manteiga sobre o meu, por favor.

—Claro, que sim. — Gideon respondeu, acenando com a cabeça. Ele


começou a trabalhar trocando os pedaços de muffin e espalhando manteiga
sobre eles. —Ainda me choca o fato de eu estar acreditando nisso, e se não
tivesse visto, não estou certo de que acreditaria...

—Eu entendo que isso é muito para absorver. — Alejandro


interrompeu o divagar Gideon. Voltando-se para as salsichas, ele as virou mais
uma vez. Em seguida, colocou queijo e diminuiu o fogo. —Estou extremamente
agradecido por você estar tão bem. — Enquanto desligava o fogo dos ovos,
olhou para Gideon enquanto ele admitia. —Alguns humanos realmente
enlouquecem.

—Localização e educação, acho. — Murmurou Gideon. Ele levantou os


olhos do muffin inglês em que estava trabalhando e encolheu os ombros. —Eu
disse que vi coisas estranhas.

Assentindo com a cabeça, Alejandro concentrou-se nos ovos. Ele usou


a ponta da espátula para cortá-los em pedaços bastante uniformes. Virando-se
para o prato com os muffins ingleses, ele o pegou, então passou a empilhar a
salsicha com queijo e os ovos em cada metade do prato, colocando a segunda
metade para fazer o topo.

Depois de confirmar que tudo que queimava estava longe do fogo,


Alejandro voltou-se para a pequena mesa redonda. Ele colocou o prato sobre
ela, então se sentou cuidadosamente na cadeira, certificando-se de que sua
coxa e costas estavam longe da madeira. Gideon se juntou a ele, carregando
pequenos pratos.

Gideon colocou um na frente de cada um deles. Ele moveu os


sanduíches para os pequenos pratos, em seguida, tomou o grande prato e
voltou-se para o balcão perto da torradeira. Pegando uma garrafa de ketchup e
um pote de salsa da geladeira, e voltou com eles.

Alejandro pegou seu próprio sanduíche, depois deu uma mordida. Ele
mastigou lentamente, apreciando a mistura de sabores enquanto observava
Gideon esguichar uma grande quantidade de ketchup em seu prato. Pegando
seu próprio sanduíche, mergulhou-o no condimento e depois deu uma
mordida.

Ao ver o sorriso feliz no rosto de Gideon, Alejandro engoliu em


seco. Ele estendeu a mão e apoiou a mão no braço do seu amante. Esfregando
levemente, ele novamente tentou explicar sobre os companheiros.

—Um paranormal, como eu, é programado para cuidar e agradar o


nosso companheiro, Gideon. — Disse Alejandro. Lembrando o comentário do
seu humano na noite anterior sobre seu ex-namorado, acrescentou. —Nós
nunca nos afastamos daquele alguém especial. Você é isso para mim. Preciso
encontrar o alfa local dos shifters e pedir permissão para ficar no seu
território... dessa forma posso ficar aqui com você. — Vendo a maneira como
Gideon arqueou as sobrancelhas, ele engoliu sua comida duro o suficiente para
fazer com que seu pomo de adão se movesse, Alejandro rapidamente
continuou. —Não vou negar. Só porque meu irmão é o único que sabe que sou
gay, isso vai mudar muito rapidamente.

—Você vai sair para mim?

Alejandro assentiu. —Si. — Ele confirmou. —Você é o meu


companheiro. Você é tudo para mim. — Ele repetiu. Levantando o sanduíche
até a boca, logo antes de tomar outra mordida, acrescentou. —Se quiser,
podemos namorar e posso convencê-lo, mas não se engane. Você é meu.

Gideon se concentrou em seu sanduíche, mergulhando-o novamente


no ketchup. Ele parecia olhá-lo com absoluta concentração. Suas sobrancelhas
estavam franzidas, e seus olhos escuros estavam um pouco vazios.

Esfregando as pontas dos dedos onde ele ainda estava tocando


Gideon, Alejandro engoliu sua comida. —Gideon. Eu sei que isso é muito para
aceitar, mas meu objetivo não é perturbar a sua vida. Não realmente. Eu quero
... — Ele esfregou a mão sobre a testa dele quando terminou. —Eu quero
compartilhar sua vida. Saber tudo sobre você. Agradar você. —Encontrando o
olhar de Gideon, acrescentou. —É instinto.

Gideon franzindo o cenho para ele certamente não era a resposta que
Alejandro esperava.

—Instinto, hein? — Repetiu Gideon. —Então, se o Destino tivesse


decidido que seu companheiro fosse outro cara, ou uma garota, talvez, então
você não estaria aqui tentando me cortejar com comida fantástica e ótimo
sexo?

—Ótimo sexo? — Repetiu Alejandro, sorrindo. Ele ouviu dizer que os


seres humanos muitas vezes ficam presos à coisa do destino escolheu.
Inclinando-se para perto do seu humano, estreitou seu olhar e deu a seu
amante um olhar apreciativo. —Guapo, você ainda não viu ótimo, mas você
vai. Agora que posso me mover corretamente, vou te deitar e adorar cada
centímetro do seu corpo. Vou chupar seu pau, beber seu sêmen, e encher o
seu traseiro. — Vendo o nariz de Gideon dilatar, ele sabia que sua escolha de
resposta estava funcionando. —Certo, o destino oferece uma mão amiga, mas
só para aumentar os nossos impulsos, nos ajudando a diminuir nossas
inibições quando esse alguém especial aparece. Você vai pensar sobre o
destino quando eu estou lambendo sua pele e mordiscando seus mamilos? Oh,
não, guapo. Você vai estar gritando meu nome.

As narinas de Gideon dilataram-se. Seu rosto parecia corado. O


perfume de sua excitação enchia o ar, superando o cheiro da comida. Os lábios
do homem se separaram quando ele ofegou suavemente.

Baixando a comida, Alejandro enxugou a mão na perna do seu


moletom emprestados. Ao mesmo tempo, ele deslizou pelo chão, para o lado
da cadeira de Gideon. Ele envolveu seus braços ao redor da cintura do seu
humano e acariciou a lateral do seu peito.

Alejandro murmurou seu apreço ao cheiro natural de Gideon. Ele


lambeu ao longo de sua pele, provando-o, fazendo o seu caminho para o
mamilo do homem. O peito debaixo de seus lábios se arqueou quando ele
sugou o botão com os lábios. Alcançando-o, apertou e rolou o segundo mamilo
de Gideon.

Ele recompensou seus esforços com um gemido gutural. Apoiou a


mão na cabeça de Alejandro, passando os dedos pelo cabelo. Quando ele
cravou as unhas em seu couro cabeludo, o movimento enviou formigamento
em seu pescoço.
Abaixando as duas mãos para a cintura de Gideon, Alejandro se
inclinou para mover sua boca para seu segundo mamilo. Ele lhe deu o mesmo
tratamento, chupando, lambendo e beliscando o botão distendido. Os sons que
seu amante fez, o gosto de sua pele e seu aroma terroso, tudo foi direto para
sua cabeça.

Sentindo seu pau latejando em seu moletom, Alejandro levantou a


cabeça o suficiente para perguntar. —Posso chupar seu pau, guapo? Aqui e
agora? Quero provar tudo de você. Diga que você será meu.

Ao analisar suas próprias palavras, Alejandro sabia que Gideon já era


dele. Ele tinha iniciado o processo de ligação bebendo seu sangue na noite
anterior. Ele não compartilhou isso com ele, no entanto. Para ele, isso era um
ponto discutível.

Gideon é dele.

—Que tipo de homem recusaria essa oferta. — Gideon respondeu


ofegante.

Ciúme, ao contrário de tudo o que Alejandro já sentiu antes, rasgou-


o. A própria ideia de Gideon permitindo que outro o tocasse o fez ver
vermelho. Inclinando a cabeça para trás, franziu a testa para o seu humano.

—Você é meu. — Alejandro reivindicou. —Meu companheiro. Nenhum


outro vai te tocar. Não permitirei. Você me ouviu?
Capítulo Sete

Gideon olhou para Alejandro. O brilho possessivo em seus olhos


castanhos fez com que o seu coração pulasse uma batida. Ele sentiu que
preocupação e prazer se espalhavam por ele igualmente.

Respirando fundo, Gideon manteve essa preocupação. Ele sabia que


poderia muito facilmente permitir que esse homem quente e sexy entrasse em
sua vida. Em uma terna idade, percebeu que tem uma personalidade mais
submissa do que os outros. Ele estava muito feliz apenas indo com o fluxo, e
certamente não era alguém que precisava ser o centro das atenções.

Noites tranquilas em casa é a sua ideia de um bom tempo.

Olhando para o olhar ardente de Alejandro, Gideon queria tanto


ceder. Ele precisava de tempo, no entanto. Até ele entender isso.

—Podemos terminar o café da manhã? — Gideon perguntou, sua voz


baixa e rouca com sua excitação. —Então, uh, eu vou limpar a cozinha
enquanto você descansa. Ou você precisa avisar alguém de onde você
está? Você mencionou um irmão?

Gideon lembrou-se de Alejandro dizendo algo sobre uma mãe,


também. Se ele tivesse sido expulso de seu rebanho por ser gay, um rebanho
onde sua mãe é a segunda no comando, não podia imaginar ele querendo falar
com ela em breve. Gideon sabia que não faria isso.

Alejandro assentiu lentamente. Enquanto o desapontamento ardia em


seus olhos, ele ainda oferecia um sorriso enquanto se afastava dele. Uma vez
que se aconchegou em seu assento, ele esfregou as mãos sobre as calças, em
seguida, pegou seu sanduíche descartado.
Gideon fez o mesmo. Começou a comer o agora sanduíche à
temperatura ambiente. Ainda estava absolutamente fantástico.

Uma vez que Gideon engoliu, ele murmurou. —Obrigado pelo café da
manhã. Peço desculpas se não pareço grato. — Ele mergulhou seu muffin com
salsicha, ovo e queijo no ketchup novamente. Antes de dar outra mordida,
ofereceu um sorriso a Alejandro enquanto acrescentava. —Isto é realmente
delicioso.

—Ótimo. — Respondeu Alejandro, devolvendo seu sorriso. —Estou


feliz por você pensar assim.

Eles caíram em um pequeno silêncio constrangedor. Gideon comeu o


resto do seu café da manhã, e Alejandro se levantou e preparou um segundo
sanduíche. Quando ele perguntou a Gideon se queria outro, ele hesitou. Então,
percebendo que estava fazendo isso porque estava comparando sua a cintura
com os abdominais magros de Alejandro, e não com o que seu estômago
queria, assentiu.

—Sim, na verdade. Eu adoraria um segundo.

Isso lhe rendeu um sorriso radiante de Alejandro.

Gideon deve ter usado um olhar questionador de algum tipo, pois


quando o homem se sentou, ele sorriu amplamente enquanto colocava o
sanduíche no prato de Gideon.

—Cuidar da nossa outra metade está ligado a nós. — Alejandro


lembrou-lhe suavemente. Ele olhou significativamente para a virilha de Gideon
por um segundo antes um sorriso aparecer em seu rosto. —Enquanto eu
preferiria cuidar da ereção se contorcendo por trás dessa calça de pijama
macia, cuidar da sua fome física é igualmente importante para mim. — Quando
ele levou seu próprio sanduíche aos lábios, piscou e acrescentou. —Eu vou
cuidar de você de qualquer maneira que você me permitir.

—Uau. — Gideon murmurou. Franzindo o cenho, ele se mexeu em


seu assento desconfortavelmente antes de admitir. —Eu realmente não quero
ser cuidado. Quero... quero um parceiro. Eu quero ficar ao lado do homem que
é meu amante.

Alejandro mastigou lentamente, sua expressão era pensativa. Ele


começou a balançar a cabeça. —Entendo. — Seu sorriso apareceu irónico
quando falou. —Tenho certeza que não é um choque que eu nunca estive em
um relacionamento. Ver como minha mãe e meu pai interagiram não era um
exemplo saudável, então se você estiver disposto a me guiar, seja paciente
comigo, sei que posso aprender.

—Não quero mudar quem você é. — Gideon imediatamente


respondeu, olhando fixamente para a expressão suplicante do homem. —Eu
quero te conhecer.

—E eu também quero conhecer você, Gideon. — Respondeu


Alejandro, sorrindo amplamente, claramente satisfeito. —Posso fazer o jantar
para você esta noite? — Ele olhou por cima do ombro dele por alguns
segundos, então focou nele novamente, um leve rubor manchando suas
bochechas. —Vi sua lareira na noite passada e imediatamente pensei nos
piqueniques cobertos que poderíamos ter juntos nas noites frias e chuvosas.

Gideon sentiu-se tocado pela ideia. —Bem. — Ele começou com um


sorriso, lembrando-se de quando tinha verificado o tempo algumas noites
antes, enquanto se preparava para a caça. —Acho que vai chover esta noite.

—Então talvez eu vá até o merceeiro local para conseguir algumas


coisas para o nosso jantar. — Começou Alejandro. Ele fez uma pausa e se
concentrou na mesa enquanto se encolhia. —Uh, se você me emprestar alguns
dólares. Acho que preciso tentar lembrar onde deixei a mochila.

—Você trouxe uma mochila? — Gideon zombou, dando ao homem um


sorriso irônico. —Desculpa. Pergunta idiota. Você tem ideia de onde deixou as
suas coisas?
—Eh... — Alejandro inclinou a cabeça, claramente incerto.

—Que tal você pegar a minha caminhonete e dirigir durante à tarde.


— Gideon ofereceu. Inclinando-se para frente, perguntou. —Você pode dirigir,
certo?

Alejandro deu uma risadinha enquanto assentia com a cabeça. —


Si. Eu posso dirigir. — Seu sorriso iluminou seus olhos escuros, expressando
seu apreço. —Gracias, guapo.

Uma vez que Gideon terminou seu segundo sanduíche, ele limpou a
cozinha enquanto Alejandro observava. Alejandro se ofereceu para ajudar, mas
ele recusou, dizendo-lhe que, desde que ele tinha cozinhado, ele deveria
descansar. Ele colocou um copo de suco de laranja na frente de Alejandro, que
parecia muito satisfeito com a oferta.

—Você é um grande fã de frutas, hein? — Gideon perguntou,


colocando o último prato em sua pequena máquina de lavar louça. Vendo a
forma como Alejandro ergueu uma sobrancelha em uma pergunta silenciosa,
ele riu e pegou o tomate meio cortado. —Tomate no seu sanduíche.

Alejandro riu, o som era ronco e sexy. —Si. Talvez eu possa lhe
mostrar o prazer de frutas e verduras frescas.

Gideon sorriu maliciosamente. —Pode tentar.

Depois de usar a toalha de mão para secar sua bancada, Gideon


pendurou-o na alça para o forno. Ele se virou e olhou fixamente quando
Alejandro engoliu o último gole do seu suco. Concentrando-se nos músculos da
garganta do homem, observando o mexer do pomo de adão do homem, ele
encontrou-se com água na boca. Ele queria lamber aquela carne e sugá-la.

Esse pensamento lembrou a Gideon dos breves toques que eles já


haviam compartilhado. O homem o mordeu, e ele gozou com aquilo. O sangue
de Gideon correu para o sul, fazendo seu pênis meio-duro inchar.
Virando-se, Gideon concentrou-se nas poucas tarefas do trabalho que
pretendia fazer na noite anterior. Ele precisava encontrar o erro na tabela do
Excel que um cliente enviou por e-mail, que foi causada por algumas somas
calculadas incorretamente. Ele também precisava pegar os comprovantes que
um cliente diferente enviou e inseri-los em um arquivo do Excel para que
pudesse saber onde os recursos foram utilizados no orçamento.

Quando Gideon sentiu que estava no controle, se virou. Ele ofegou ao


ver Alejandro só dois passos atrás dele. Os lábios do homem estavam curvados
em um sorriso compreensivo.

—É difícil, encontrar e resistir a um companheiro. — Disse Alejandro,


sua voz suave. —A atração, o desejo de tocar, muitas vezes pode se ser quase
esmagadora.

Gideon assentiu, engolindo em seco. Soltando um suspiro, perguntou.


—Será que isso é sempre assim? Quero dizer, entre os companheiros?

Alejandro cruzou os braços sobre o peito, talvez em uma tentativa de


não tocar. Ele encolheu os ombros. —Quando concluirmos nosso vínculo, o
desejo esmagador vai diminuir. — Ele piscou quando seu sorriso se tornou
selvagem. — No entanto, sempre vamos desejar um ao outro.

—Sério?

—Si, mi pareja. — Alejandro ronronou. Ele piscou e riu suavemente.


—Sim, meu companheiro. — Girando, ele se afastou de Gideon. —Seu cheiro
me atrai. — Ele chamou por cima do ombro. —Tire essa bandagem, então se a
oferta de emprestar sua caminhonete ainda está aberta, vou dar-lhe algum
tempo sozinho.

Percebendo que Alejandro estava fazendo o seu melhor para dar-lhe


espaço para que pudesse envolver sua mente em torno de tudo, Gideon
assentiu. Ele seguiu o outro homem para o banheiro. Uma vez na área
iluminada, estendeu a mão e agarrou a borda da atadura. Gentilmente, ele a
puxou livre.

—Oh, uau. — Gideon murmurou, impressionado com o que viu.

—O que é? — Perguntou Alejandro, virando as costas para o


espelho. Ele esticou o pescoço e ergueu o braço, espiando a lateral de suas
costas. —Está infectado ou algo assim?

—Não, de forma alguma. — Gideon assegurou rapidamente. —


Realmente parece fantástico.

—Oh.

Descansando a mão no ombro nu de Alejandro, Gideon lutou contra


um arrepio ao sentir sua pele quente. —Não quis alarmar você. — Ele disse
como uma desculpa. —Eu só, nunca vi nada parecido. Você não estava
brincando sobre a sua espécie se curar rapidamente.

—Depois que nos acasalarmos, sua cura também vai melhorar. —


Disse Alejandro. —Vai ser mais difícil para você ficar doente, seus ossos vão
ficar mais duros e, possivelmente, até mesmo aprimorar os seus sentidos.

Gideon ficou boquiaberto. Sua mente ficou em branco por vários


segundos, em seguida, decolou. —Eu vou... espere, como assim nos
acasalarmos? — Franzindo o cenho, ele percebeu que não era a primeira vez
que o homem mencionou isso. —Por favor. Explique.

Alejandro olhou por cima do ombro para a ferida de novo, depois se


virou para encará-lo. —Se acasalar com um paranormal é... simplesmente isso.
Acasalar. Sexo e sangue. — Ele mordeu o seu lábio inferior por um segundo,
então acrescentou. —Por causa da nossa cura e metabolismo acelerados, não
podemos obter ou transmitir doenças humanas. Isso significa que quando nós
fodemos, não precisamos de preservativos. — Sua expressão ficou com fome
enquanto continuava rapidamente. —Então, quando gozar em você e beber
seu sangue, isso vai unir nossas vidas. Assim você viver tanto quanto eu.
Durante vários longos minutos, Gideon apenas se permitiu processar
aquelas palavras. —Você já me mordeu. — Ele murmurou suavemente.
Envolvendo seus braços ao redor do seu torso, esfregou sua mão direita para
cima e para baixo em seu braço esquerdo superior. A agitação o atravessou. —
Já estamos acasalados? Eu tenho uma escolha nisso?

—Si. — Alejandro respondeu rapidamente. Sua mandíbula apertou e


soltou enquanto passava uma mão pelo cabelo, depois esfregava a mesma
palma sobre o rosto. Ele soltou um suspiro, claramente lutando. —A ideia de
você não gostar de se acasalar é... difícil de... se pensar. — Ele sussurrou, sua
voz saindo quase áspera.

Inclinando a cabeça, Alejandro olhou para Gideon através de seus


cílios. Uma expressão quase torturada retorceu seus traços. Virando-se, apoiou
ambas as mãos no balcão.

—Por favor, tente entender, guapo. — Ele sussurrou com voz rouca. —
Alguns paranormais passam séculos sem encontrar seu companheiro. Para eu
encontrá-lo com apenas cinquenta e três anos, me sinto tão abençoado. — Ele
olhou para Gideon, então olhou para pia. —Si, você poderia ir embora. Vai...
ser doloroso para nós dois. Nós vamos sofrer por um longo tempo, mas você
vai se recuperar. — Suspirando, ele acrescentou. —Você por favor me dê uma
chance de cortejar você, Gideon? Você... você vai me dizer o que você está
procurando? O que eu posso fazer?

Gideon percebeu que tinha falado exatamente a coisa errada. De


alguma forma, ele conseguiu transformar o homem forte e sexy em uma
bagunça terrível e necessitada. Foi... estranhamente reconfortante, embora
errado em tantos níveis.

Alejandro nunca deveria ter que implorar.

Fechando os dois passos entre eles, Gideon abaixou-se sob o braço


de Alejandro e se inseriu entre o homem e o balcão. Ele apoiou as palmas das
mãos sobre o peitoral masculino, alto e magro e empurrou suavemente,
obrigando-o a retroceder um passo. Deslizando a mão esquerda para cima,
envolveu-a no pescoço do Alejandro.

—Sinto muito, Alejandro. — Murmurou Gideon, passando os dedos


pelo cabelo curto e loiro do seu amante. —Não foi isso que eu quis dizer. Deus,
desculpe. Sim. — Continuou ele. —Sim, para o nosso encontro hoje à
noite. Sim, para conhecê-lo. — Precisando de um pouco de leveza, ele sorriu e
acrescentou. —Sim, se você fizer algo para me irritar, eu vou te dizer e dar-lhe
uma chance de se redimir.

Alejandro puxou uma respiração superficial, então deixou para fora


em um estranho riso. As linhas de tensão em volta dos seus olhos e boca
aliviaram um pouco. Ele acenou com a cabeça enquanto puxava Gideon para
um abraço apertado.

Quando o homem mais alto mergulhou a cabeça e enfiou o rosto no


pescoço de Gideon, ele inclinou automaticamente a cabeça. Alejandro gemeu
suavemente antes de dar-lhe um beijo quente, úmido sugando o tendão do
seu pescoço. Arrepios percorreram o pescoço de Gideon, deixando seus
cabelos em pé.

Seu pau também respondeu. O sangue fluiu para o sul, fazendo com
que seu pau engrossasse e se alongasse. Suas bolas rolaram enquanto a base
de sua espinha formigava.

Alejandro murmurou alguma coisa em espanhol, e até Gideon


reconheceu a cadência de palavras malditas, mesmo quando sentiu que o
homem se afastava. —Quero tanto você. — Sorrindo para ele, acrescentou. —
Vou sair daqui. Encontrar as minhas coisas. Voltarei a tempo de fazer o jantar
e para o nosso encontro.

Enquanto Alejandro se afastava, Gideon assentiu. Ele observou o


homem sair do banheiro e virar-se para o quarto. Tomando algumas
respirações profundas, tentou lembrar a si mesmo que foi ele quem pediu um
tempo.

Mentalmente dizendo ao seu pau excitado para abaixar, Gideon foi


atrás de Alejandro. Encontrou o homem olhando fixamente em seu
armário. Sacudindo a cabeça, Gideon lembrou-se de que seu homem havia
chegado a sua casa nu.

—Deixe-me encontrar algo para você. — Disse Gideon, anunciando


sua presença. —Você é apenas uns centímetros mais alto do que eu, mas
pegue o cinto pendurado na parte de trás da porta lá. Você provavelmente vai
precisar dele.

Dez minutos depois, Gideon observou Alejandro sair pela porta


vestindo jeans e camisa de flanela e carregando as chaves. Ele percebeu que
poderia ser ingênuo permitir que um completo estranho pegasse sua
caminhonete, mas depois do que ele viu... ele tinha confiar que o homem
voltaria. Afinal, ele ia fazer o jantar.

Ele sorriu quando viu Alejandro em sua caminhonete saindo da


garagem, acenando para ele no processo. Sentindo-se estranhamente caloroso
e feliz, se virou e fechou a porta atrás dele. Ele avistou o pen drive jogado no
pote e, sua curiosidade o superou, o pegou.

Dirigindo-se ao escritório, Gideon colocou-o em sua mesa, depois se


acomodou atrás de seu laptop. Ele trabalhou firmemente, corrigindo a planilha
e inserindo os dados que precisava, só se levantando para uma xícara de chá
preto com sabor de hortelã. Eventualmente, após ter terminado o seu trabalho,
voltou seu foco para o pen drive.

Enquanto Gideon não tinha nenhum desejo de ajudar seu ex-


namorado, ele não podia deixar de pensar no que o havia levado a viajar por
todo esse caminho. Ele inseriu a unidade e abriu-a. Depois de um momento,
franziu o cenho.
—Bem, merda. — Gideon murmurou, franzindo a testa para a tela. —
Sua família é mais rica do que eu pensava, mas por que você me deu dados
bancários e números de conta em um pen drive?

Justo quando ele realmente estava começando a mergulhar nesse


inferno, Gideon sempre achou fascinante ver como outras pessoas gastam o
seu dinheiro, duas coisas aconteceram. Seu telefone tocou bem como sua
campainha. Levantando-se do seu assento e pegando seu telefone, ele
respondeu à chamada mesmo enquanto se movia em direção à porta do
escritório.

—Olá?

—Olá, Gideon?

A voz soava vagamente familiar, mas ele não sabia de onde. —


Sim? Quem é?

—Aqui é o Detetive Grady Stryker. Você está sentindo falta da sua


caminhonete?
Capitulo Oito

Alejandro dirigiu lentamente, consciente dos sinais de rua enquanto


vagava. Durante a primeira hora, ele percorreu as estradas da cidade. Ele
avistou o mercado local, uma loja de animais, um escritório imobiliário e o
escritório do xerife.
Quando ele viu a placa de “Bem Vindo a Stone Ridge”, Alejandro
diminuiu a velocidade e voltou. Ele parou no acostamento, estacionando em
frente a placa, olhando-a fixamente por um momento. Ele lutou para organizar
as ideias, examinando suas lembranças de viajar como um cervo por esse
caminho alguns dias antes.
Alejandro se lembrou de ter visto o sinal. Ele colocou a cabeça para
fora do bosque, parando para lê-la. Então voltou rapidamente para a floresta e
manteve-se distante da área.
Então, onde foi que eu deixei minhas coisas?
Ele queria uma lugar que estivesse fora do caminho, então haveria
um risco baixo de um estranho tropeçar nele. Ainda assim, queria que fosse
fácil o bastante para que pudesse encontra-lo novamente. Ele não queria ter
que procurar em toda a floresta por sua carteira de identidade e roupas.
Lembrando de mais de uma pedra sob seus cascos, Alejandro
percebeu que deixou suas coisas perto de uma estrada de serviço. Perguntou-
se se poderia encontra-la. Olhando para a floresta espessa fora da
caminhonete, ele percebeu que havia dezenas delas.
Alejandro retornou o veículo emprestado para estrada. Mais uma vez,
ele voltou e começou a examinar o lado esquerdo do caminho. Viu uma curva,
uma estrada de apenas duas pistas, mas que estava pavimentada. Isso
significava que tinha que levar a algum lugar. Várias casas, talvez.
Dirigindo por este caminho, Alejandro manteve os olhos abertos para
uma estrada de cascalho e um lugar para estacionar. Ele viu um, mas estava
no lado errado da estrada. Depois de quase dez minutos de andar, passando
por algumas casas ao longo do caminho, a estrada pavimentada deu lugar a
uma bifurcação, ambos os lados eram de cascalho.
Alejandro escolheu o lado esquerdo, e depois de alguns minutos,
estacionou seu veículo. Deixou as chaves sob o tapete do assoalho, depois de
outra olhada ao redor, tirou suas roupas e as colocou no assento. Rapidamente
mudou para sua forma de cervo e caminhou para a estrada e para dentro da
floresta.
Sua coxa lembrou-lhe que ele não seria capaz de correr por muito
tempo, e suas costas imediatamente começaram a arder. A dor lhe dizia que
seus movimentos estavam repuxando os pontos que Gideon tinha dado nas
suas costas para costurar a carne rasgada. Ele diminuiu a velocidade da
corrida, farejando o ar, procurando por qualquer coisa familiar.
Para seu alívio, Alejandro pegou sua própria trilha antes de ir mais
longe. Seu próprio cheiro era fraco, mas desde que ele estava se movendo
lentamente, procurando por qualquer sinal de shifters, ele foi capaz de segui-lo
facilmente. Pouco tempo depois, ele encontrou onde havia atravessado uma
estrada de exploração madeireira.
Uma árvore maciça derrubada que estava apodrecendo por alguns
anos raspou sua memória. Ele seguiu sua própria trilha e encontrou o tronco
da árvore com um nó e, diretamente abaixo disso, um buraco. Depois de
mudar para sua forma humana, ele alcançou dentro e sentiu ao redor.
Seus dedos pousaram na tela, que ele arrastou para fora. Ele abriu o
zíper, aliviado ao ver que tudo parecia estar intacto. Depois de fechá-lo de
novo, ele estendeu as correias para que fosse fácil de pegar em sua forma de
cervo.
Mover-se através da floresta como animal é muito mais rápido.
Só preciso me lembrar de ficar atento aos caçadores.
Depois de voltar para sua forma animal, Alejandro inclinou a cabeça.
Ele passou seu chifre direito através de uma correia, então fez o mesmo ao
segundo. Uma vez que ele pegou ambas as tiras, ele virou a cabeça,
arremessando a bolsa para que se pendurasse ao longo do seu pescoço.
Trotando de volta pelo caminho que tinha vindo, Alejandro cruzou
rapidamente a estrada e, a seguir, dirigiu-se para floresta. Ele pegou uma rota
direta para estrada de exploração a qual entrou, imaginando que alcançar a
estrada seria a aposta mais segura. Afinal, havia uma lei contra atirar próximo,
através, ou dentro de 6 metros de uma estrada pública.
Pelo menos eu acho que é algo assim.
Alejandro só esperava que aqueles que caçavam em torno de Stone
Ridge fossem cidadãos cumpridores da lei. Talvez um animal com um saco em
seus chifres também faria com que as pessoas ficassem boquiabertas de
surpresa, ao invés de interessadas em pegar sua arma. Ele poderia orar aos
deuses, de qualquer maneira.
Nota para si mesmo. Não correr por aí durante a temporada de caça.
Acabou de alcançar a estrada quando ouviu o primeiro uivo atrás
dele... E soou perto. Um segundo grito explodiu à sua esquerda. Um outro veio
bem à sua frente.
Pegando velocidade, Alejandro ignorou seu instinto natural de fugir
para a direita. Sua caminhonete emprestada estaria à esquerda. Desviando
das árvores, ele pulou rapidamente à esquerda até a estrada.
Mais uivos ecoaram em seus ouvidos.
A frequência cardíaca de Alejandro aumentou. Seu sangue bateu em
suas veias. Seus músculos gritavam enquanto forçava a si mesmo.
Eu tenho que alcançar o caminhão.
Embora fosse inteiramente possível que os lobos fossem shifters,
caso em que ele poderia voltar e conversar com eles, era igualmente provável
que o rasgassem antes que sequer conseguisse mudar.
De repente, o cheiro de sangue lhe fez cócegas nas narinas. Ele
percebeu que tinha conseguido arrancar os pontos que Gideon tinha costurado
em suas costas, reabrindo a ferida. Ele achou que podia sentir a sua vida
escorrendo pela sua lateral.
Infelizmente, Alejandro sabia que o cheiro de sangue só o tornaria
muito mais fácil de rastrear. De jeito nenhum ele ia despistar os lobos. Os
estalos no arbusto à sua direita disseram que pelo menos um de seus
perseguidores estava próximo.
Uma forma canina marrom pulou de uma moita à direita.
Perto demais.
O medo subiu por Alejandro, dando-lhe uma explosão de adrenalina.
Ele conseguiu acelerar, apenas evitando as dentadas do lobo. Seu coração
trovejou em seu peito enquanto ele despejou tanta energia em suas pernas
quanto possível.
Até mesmo a visão do veículo enferrujado e avermelhado não o
incutira com muita esperança. Aproximando-se cada vez mais da caminhonete,
ele percebeu que não havia como ter tempo para mudar e abrir a porta da
cabine. Não com... ele levou um segundo para olhar para trás dele, quatro
lobos em seu rabo.
Com uma explosão de velocidade e uma estocada, Alejandro entrou
no banco da caminhonete. Seus cascos deslizaram pela superfície por um
instante antes de alcançarem o revestimento de borracha preto. Graças aos
deuses que Gideon tinha um revestimento sobre o metal.
O movimento provavelmente inesperado rendeu-lhe apenas alguns
segundos, mas era o bastante para ele olhar ao redor e avaliar a situação. Dois
lobos eram grandes e pretos, um era um animal marrom médio e parecia ser
aquele que guiava a caça. Finalmente, havia uma besta cor de creme, que
parecia ser a menor e ficou um pouco para trás.
Quando um dos grandes animais negros saltou em direção ao banco
do caminhão, mal raspando a sua borda, Alejandro girou e chutou. Sua
pancada deixou um quadrado no peito do animal. A besta gritou enquanto caía
no chão.
Isso pareceu inculcar nos animais alguma cautela. Eles começaram a
cercar o veículo, ocasionalmente olhando para o animal marrom. Depois de um
momento, o cão de cor chocolate escuro trotou mais perto e inclinou a cabeça
para trás, abertamente farejando-o.
Assim como Alejandro observou os sinais reveladores de alguém
mudando, a ondulação da pele, o encurtamento dos pelos, o som dos músculos
e dos ossos estalando, as luzes de um veículo apareceram não muito longe.
Um segundo depois, o grito de uma sirene soou através da floresta, enquanto
luzes azuis e vermelhas brilhavam ganhando vida, apenas por um instante.
Alejandro não sabia o que fazer. Se ele fugisse, os lobos o
perseguiriam. Se ele ficasse, o policial atiraria nele?
O lobo shifter tirou sua escolha quando ele se endireitou e apontou
para ele. —Não temos nenhum shifter cervo por aqui, estranho. Quer nos dizer
por que você está nas terras da nossa matilha?
Alejandro ficou boquiaberto, até mesmo em forma de cervo,
enquanto olhava fixamente para o musculoso macho nativo americano. Seus
ombros eram largos, sua forma alta e magra, e músculos tonificados
ondulavam sob sua pele polida. Com seus cabelos negros muito longos, maçãs
do rosto altas e olhos castanhos penetrantes, ele realmente era um homem
deslumbrante.
Meu companheiro é mais quente.
—Carson! O que diabos está acontecendo? Por que há um cervo na
caminhonete de Gideon? Onde está Gideon? E por que diabos ele tem uma
bolsa em sua galhada?
Virando-se para o som da voz profunda, Alejandro avistou um
enorme macho loiro-pálido que deve ter saído do carro, caminhando em
direção a eles. Uma mão se apoiou na coronha de sua arma, enquanto a outra
foi enfiada no bolso de sua calça jeans. Seu olhar estava fixo em Alejandro, um
leve brilho de diversão visível em seus olhos azuis frios.
—Não estou certo, Grady. — Respondeu o nativo americano, que deve
ser Carson. —Eu só o convidei a mudar. — Ele cruzou os braços sobre o peito e
também voltou sua atenção para Alejandro. —Ele ainda não começou, pelo que
estou vendo.
—Bem, ele está cercado por lobos. — Grady apontou. —Cara, se
algum dos lobos for até você, eu vou atirar neles. — Ele sorriu amplamente. —
Como isso soa para te tranquilizar?
Foi então que o perfume de Grady chegou a Alejandro.
Shifter Gato. Lobos e gatos. Simplesmente ótimo!
Ainda assim, Alejandro sabia que não tinha realmente uma escolha.
Inclinando a cabeça, ele sacudiu a sacola. Levou mais tempo e mais sacudidos
de cabeça do que ele gostava, o que era típico, já que ele tinha um público.
Finalmente, lutando contra seu constrangimento, Alejandro mudou.
Em pouco tempo, Alejandro se endireitou, ignorando o frio nas solas
de seus pés. —Meu nome é Alejandro Lopez. — Ele alegou. —Estou procurando
o alfa da matilha. Eu não sei o nome dele. Meu irmão não sabia. — Ele franziu
o cenho enquanto olhava entre eles, então se concentrou em Grady e emendou
incertamente. —Alfa?
Cruzando os braços sobre o peito e descansando o quadril contra o
capô da caminhonete, Grady resmungou; —Matilha estaria correto.
Carson descansou o antebraço ao lado do banco da caminhonete de
Gideon. Seus lábios se curvaram em um sorriso irônico quando ele declarou; —
Eu sou Carson Angeni, executor da matilha de lobos Stone Ridge. Por que está
aqui, Alejandro? De que manada você vem?
—A manada de Bowen no Arizona. — Respondeu Alejandro, aliviado
que o executor de lobos estivesse fazendo perguntas em vez de simplesmente
derrubá-lo e capturá-lo. Antes que pudesse dizer mais, os lábios de Carson se
curvaram e seus olhos se estreitaram. Alejandro fez uma careta. —Vejo que já
ouviu falar a respeito.
—Eu ouvi. — Confirmou Carson. —E não posso dizer que gosto do
estilo de liderança daquele alfa.
—É uma maneira muito amável de dizer que ele é um alfa inflexível,
controlador e intolerante. — Alejandro comentou. Colocando sua bunda no lado
oposto da caminhonete para onde o lobo shifter se inclinou, ele tirou seu peso
de sua coxa exausta, ainda em cura. Ele esfregou o músculo ao redor da ferida
quando acrescentou; —O alfa Jose Bowen está preocupado com os números do
rebanho, então ele determinou que eu colaborasse com a procriação da raça,
mas, uh, eu sou gay, então... — Ele fechou a boca, achando que tinha
explicado o bastante.
—Então, você está buscando um santuário. — Carson terminou para
ele. —E a proteção para não ser arrastado de volta pelo seu... — Ele estreitou
os olhos. —Lopez. O beta daquele rebanho é Marion Lopez. A sua mãe?
—Exato.
Carson zombou. —Não admira que tenha fugido.
Esperança encheu Alejandro. O shifter lobo não parecia ser um
babaca, especialmente para um executor. Talvez ele fosse mais parecido com
seu irmão, alguém que realmente se importava com a matilha e usava sua
posição para ajudar, diferente de Stephan, que encarava sua posição de
executor como uma viagem de poder.
—Não precisamos de ladrões por aqui, gays ou não. — Grady rosnou,
olhando para ele.
—Ladrão? — Carson questionou.
Ao mesmo tempo Alejandro falou; —Não sou ladrão.
—Então, explique a caminhonete, Aí. — Grady grunhiu. —Esta é a
caminhonete de Gideon Ruck. — Virando para Carson. —Aquela senhora
velhinha Prior viu esse cara dirigindo pela cidade e chamou.
Carson lançou um olhar duro para Alejandro. —Você roubou a
caminhonete de Gideon?
—Eu disse que não sou ladrão. — Rosnou Alejandro, apenas
engolindo sua vontade de zombar do shifter gato. —Gideon me emprestou,
gato.
—Ele sabe? — Gritou. —Então, se eu ligasse para ele agora, ele diria
que te conhece?
—Si. — Alejandro vociferou com veemência. Estava na ponta da
língua para... ah, inferno. —Gideon é meu companheiro. Nós nos conhecemos
ontem.
—Gideon Ruck é um caçador de arco e flecha. — Carson meditou,
olhando sua coxa. —Foi ele quem te acertou? Posso sentir o cheiro do sangue
das suas costas. — Ele ofereceu um sorriso irônico enquanto olhava para o
lobo negro sentado perto. O segundo, um lobo preto um pouco maior, lambeu
o peito do primeiro. —O cheiro do seu sangue nos deixou um pouco agitados,
junto com a adrenalina de uma boa perseguição. — Ele riu suavemente quando
admitiu. —Levou alguns minutos para perceber que você não era apenas um
animal muito grande e suculento.
Com inquietação rolando através dele, Alejandro esfregou a parte de
trás do seu pescoço onde os cabelos em sua nuca estavam em pé. Olhou por
cima do ombro. Ao ver o lobo creme sentado a cinco metros atrás dele, com a
língua pra fora, ele ficou tenso.
—Fique calmo. — Carson retumbou. —Stephani não vai te pegar a
menos que seja ordenada. Ela está em treinamento. — Ele franziu o cenho
quando mais uma vez acenou com a cabeça para a ferida. —Gideon fez isso?
—Si. — Confirmou Alejandro. —Colocou duas flechas em mim antes
de perceber que eu era um shifter. Ele me levou para casa e cuidou de mim. —
Ele sorriu para memória.
—Não sabia que Gideon sabia sobre shifters. — Carson murmurou,
claramente um pouco preocupado. —Gostaria de saber como ele descobriu.
—Você tem uma matilha grande, assim eu ouvi. — Alejandro
assinalou. Ele hesitou um instante, então acrescentou; —Ele disse que viu
coisas... coisas que eram difíceis de explicar. Pegadas de elefante, um tigre
brincar com uma gazela. Ouviu lobos, mas nenhum lobo deveria estar ali.
Carson assentiu, sua expressão parecia pensativa.
—Alô, Gideon?
Grady falando o nome do seu companheiro atraiu a atenção de
Alejandro. Ele percebeu que o shifter gato estava ao telefone. Evidentemente,
o homem tinha toda a intenção de verificar a história de Alejandro.
Devido à audição ampliada de shifter de Alejandro, ele facilmente
ouviu a resposta cautelosa de Gideon. —Sim? Quem é?
—Aqui é o detetive Grady Stryker. Você está sentindo falta da sua
caminhonete?
—Não.
—Você tem certeza? — Grady pressionou. —Está dizendo que está em
sua casa?
—Oh, não. — Gideon respondeu. —Eu o emprestei a um amigo. — Ele
riu enquanto acrescentava; —Alguém relatou isso? Acho que devia ter
imaginado. Cidade pequena e tudo mais...
—Um amigo? — O detetive olhou para Alejandro suspeitosamente
enquanto tirava a palavra, parecendo duvidoso.
Para o alívio de Alejandro, Gideon esclareceu dizendo; —Bem, ele
pode ser mais que um amigo. — Seu tom parecia apenas um pouco
envergonhado. —Ainda estamos descobrindo coisas.
—E você emprestou sua caminhonete para ele?
—Sim. Ele tinha alguns recados para dar. — A voz de Gideon parou
por um segundo, e durante esse tempo Grady deu a Alejandro um olhar de
olhos estreitos. —Está tudo bem, detetive? Alejandro está bem?
—Sim. — Grady respondeu imediatamente. —Só queria confirmar que
sua caminhonete não tinha sido roubada.
—Oh, ok, bem, não foi. — Gideon confirmou. —Olha, eu tenho
alguém na porta, e eles estão ficando um pouco insistentes. Se não houver
mais nada, você... uma batida ruidosa soou através da linha. — Gideon gritou.
—Que porra você está fazendo?
—Gideon? — Grady chamou. —Você está bem? Gideon? — Quando
ele não recebeu nenhuma resposta, ele rosnou. —Merda. — Em voz baixa e
correu para a porta ainda aberta do seu carro.
—O que aconteceu? — Gritou Alejandro. —O que está acontecendo?
—Não sei. — Respondeu Grady. —Vou averiguar.
Alejandro saltou para a borda da caminhonete, ignorando o cascalho
mordendo seus pés quando ele pousou no chão. Quando ele abriu a porta e se
preparou para entrar, Carson agarrou seu braço. Olhando para o homem e o
agarre que tinha no braço, Alejandro tentou se afastar.
Carson o deixou ir, mas não antes de alcançá-lo e pegar seu jeans. —
Vista, depois siga o carro de Grady. Não faz sentido alarmar os habitantes
locais. — Pisando para trás, ele acrescentou; —Vou notificar ao alfa que você
está na área. Manteremos contato.
Quando Alejandro empurrou as pernas para dentro da calça jeans e
as fechou, deu um aceno de cabeça. —Gracias.
Alejandro pegou as chaves sob o tapete, subiu na cabine e empurrou
a chave na ignição, dando partida na caminhonete. Enquanto ele se afastava
depois de Grady, ele olhou no espelho retrovisor. Carson se fora, e em seu
lugar estava o lobo castanho.
Enquanto ele observava, os quatro se viraram e desapareceram na
floresta.
Capítulo Nove

Gideon recuou, olhando furiosamente para os três homens que


espreitavam na soleira da porta.
—Que porra você está fazendo? — Ele enfiou o telefone no bolso
enquanto continuava; —Quem diabos são vocês? — Se ele tivesse sorte, eles
não notariam o movimento. Afinal, estava no telefone com um detetive local.
—Saiam da minha casa.
—Oh, não, amigo. — Disse o loiro do meio que foi o segundo a entrar.
—Você precisa ajudar meus meninos e eu, como se estivesse ajudando o nosso
amigo Carter James.
—Boa merda. — Murmurou Gideon, franzindo o cenho. —Todo mundo
precisa da minha ajuda. — Elevando a voz um pouco, ele declarou; —Eu não
ajudei Carter James. Ele é um idiota.
—Aww, não seja assim. — O homem zombou, enrolando seu lábio.
Seus olhos se estreitaram, brilhando perigosamente. —Meu homem aqui o viu
deixar o pen drive com você. — Ele afirmou. Arqueando o queixo para o cara
corpulento de cabelo castanho à sua direita, então apontou o polegar para a
tigela. —Disse que ele colocou lá naquela tigela.
De repente, Gideon desejou que estivesse caçando. Congelando suas
bolas em um stand de cervo, à espera de algo que talvez nunca poderia
acontecer, soou bem naquela hora. Ele poderia comer uma carne seca e
desfrutar do cheiro inebriante de pinho fresco e úmido.
—Eu levei para o meu escritório. — Gideon começou lentamente,
passando seu olhar sobre seus convidados não convidados. Ele notou as
protuberâncias de armas sob suas jaquetas. —Eu posso pegar para você.
—Não, Gideon. — O líder louro ronronou. —Você tem que fazer o que
você ia fazer por ele, vê?
Droga. Isso teria sido muito fácil.
Gideon franziu as sobrancelhas. Ele não precisava se esforçar muito
para parecer confuso.
—Eu, uh, me recusei, nem mesmo falei com Carter James. — Disse
ele. Enquanto odiava admitir ignorância, não sentia como se tivesse uma
escolha. —Ele não é meu amigo.
—Isso não é o que ele disse. — O homem declarou, seus olhos se
estreitando. Ele inclinou a cabeça e acrescentou; —Ele falou como se fossem
melhores amigos. Um amigo que faria qualquer coisa por ele.
Gideon não tinha ideia por que Carter James os faria acreditar nisso.
—Veja. Eu não sei quem você é ou porque Carter James diria algo
assim. Demônios, não nos falamos há mais de seis anos. — Continuou ele,
franzindo a testa, irritado. —Não desde que eu peguei sua bunda me traindo
na cama com um outro homem. Carter James é o último homem na terra que
eu gostaria de ajudar.
Enquanto falava, puxava pela memória onde tinha deixado suas
armas. Ele tinha uma espingarda no armário, mas isso era à esquerda do
homem magro, de cabelos negros à esquerda do loiro. Ele também tinha um
revólver carregado para quando ia fazer caminhadas, exceto que não
conseguia se lembrar de onde tinha deixado da última vez. Seu rifle, por outro
lado, estava em uma prateleira na lavanderia.
Como posso chegar a isso?
O homem loiro bufou.
—Você é um fada. Agora faz sentido. — Ele deu uma cotovelada ao
homem de cabelos negros e esbelto à sua esquerda, depois olhou para Gideon
com um olhar de desprezo. —Spiggy aqui diz que Carter é uma boa foda. Você
é uma boa foda, amigo? Eu normalmente não fodo com caras, mas para você…
— Ele franziu os lábios e soprou um beijo falso. — Talvez eu faça exceção,
hein?
—Olhe. — Começou Gideon, ignorando que o homem o chamara de
fada. Ele certamente tinha sido chamado de coisa pior. —Por que você não me
diz o que está procurando naquele pen drive, e eu vou tentar te ajudar, hein?
— Ele apontou para porta atrás do trio e acrescentou; —Eu suponho que você
queira fechar a porta. Está frio, e não posso me dar ao luxo de aquecer o
bairro.
Gideon não queria se envolver demais em qualquer confusão que
Carter James tivesse trazido à sua porta. Ele também não tinha intenção de se
deitar com aquele homem, tampouco. Só precisava ganhar um pouco de
tempo.
Enquanto o homem de cabelos negros fechava a porta, o moreno
franziu o cenho para Gideon. Ele ergueu a mão direita, com a palma para cima,
e fez um gesto com os dedos.
—Entregue o telefone primeiro.
—O telefone? — Vale a pena tentar. —Que telefone?
O grande homem enrolou o lábio enquanto olhava para ele.
—Você não quer brincar comigo. Eu vi quando você o colocou em seu
bolso.
Sim. Muito bom para ser verdade.
—Desculpe, cara. — Gideon respondeu, estendendo a mão em seu
bolso. Ele apertou o botão de desligar em seu telefone para desconectar a
chamada… apenas no caso de Grady ainda estiver conectado. —Apenas um
pouco nervoso. — Ele afirmou, puxando o telefone para fora e entregando-o.
Apesar do seu melhor julgamento, ele murmurou. —Não é todo dia que tenho
bandidos batendo em minha porta.
—Bandidos? Naw, amigo. — O líder brincou, andando em sua direção.
—Eu sou um empresário que não quer perder uma oportunidade de uma vida.
— Então, sua expressão endureceu. —Além disso. McCoy me deve dinheiro. Ele
me prometeu uma fatia. Em vez disso, ele corre para você.
—E eu ainda não sei por que. — Gideon lembrou, levantando as mãos
para ambos os lados do seu corpo em rendição. —Já lhe disse isso. Por favor, o
que você está procurando? Eu tenho um negócio de contabilidade privada.
Nada muito emocionante.
Isso parecia ser a coisa errada a dizer… ou talvez a coisa certa.
Quando os lábios finos do homem se enrugaram em um sorriso enorme para
exibir seus dentes brancos, Gideon tem um sério caso de arrepios. As palavras
do homem não o fizeram se sentir muito melhor.
—Você é um contador, amigo. Perfeito! Eu preciso de um contador. —
Disse o homem animadamente. —É por isso que McCoy trouxe os arquivos
bancários para você. Ele sabe que você pode encontrar dinheiro para ele.
Confuso, Gideon acompanhou a orientação do homem enquanto o
conduzia ao escritório.
—Encontrar dinheiro para ele? — Perguntou Gideon. —Sua família é
rica. Ele não precisa encontrar dinheiro. Carter James tem um fundo de
reserva considerável.
O estranho riu friamente.
—Ele tem. Mas não mais. — Seu sorriso se tornou cruel quando ele
lhe deu um olhar estreito. —Perdeu um pouco a cabeça. Agora ele precisa
pagar o pato.
Gideon olhou para o homem por um momento, mas então o atingiu.
—Jogos de azar? — Perguntou ele suavemente. —Carter James se
afundou em jogatina?
Mesmo enquanto falava, lembrou-se das duas vezes que seu ex-
namorado o levara para ver as corridas. Carter James estava tão interessado
nisso. Ele conhecia as informações sobre cavalos, condição da pista, até
mesmo os criadores e instrutores.
Na época, Carter James só tinha jogado uns cem dólares em uma
corrida. Enquanto Gideon o considerava absolutamente louco, ele sabia que
não fora apenas uma gota no balde a que seu ex tinha acesso. Parecia que o
homem havia perdido o controle.
Gideon nunca tinha entendido o objetivo de jogo. Ele podia pensar
em tantas coisas mais importantes para gastar seu dinheiro em… como
munição ou pontas para flechas. Inferno, em seu livro, um bife de T-bone
fresco grelhado apenas era uma das melhores maneiras de gastar cinquenta
dólares do que adivinhar qual cavalo ide raça ria ganhar uma corrida..
Cada um na sua.
Também não precisava ser um gênio para descobrir o que Carter
James e esses caras queriam. Era o sujeito um apostador profissional e seu
tagalongs os cobradores? Inferno se Gideon soubesse. Ele certamente nunca
teria se envolvido com essas pessoas.
—Então, eu devo descobrir como transferir uma certa quantidade de
dinheiro das contas da família de Carter James… — Gideon refletiu quando ele
se sentou atrás do seu computador. —Para a sua?
—Pensei que você não soubesse o que precisávamos. — Comentou o
convidado não convidado, com os olhos entrecerrados. —Agora, de repente?
Gideon zombou.
—Eu posso ser apenas um caipira vivendo nas montanhas, mas eu
não caí do caminhão de nabo na última terça-feira. — Ele respondeu com um
sorriso afetado. Dividindo seus lábios em um largo sorriso, ele forçou seu tom
a ficar jovial. —Eu assisto reality TV.
—Uh huh. — O sujeito respondeu, não soando convencido. —Então,
vá lá, então. — Ele disse, apontando para o computador. —Encontre meu
dinheiro.
Assentindo lentamente, Gideon ligou seu laptop. Ele levou seu tempo,
aceitando a varredura que ele estava adiando por meses.
—Só um segundo. — Murmurou. —Carregar leva um minuto ou dois.
Varreduras de segurança e outras coisas para esses tipos de programas.
—Deus, eu deveria ter trazido meu próprio técnico. — O homem
resmungou. —Se apresse.
Gideon assentiu como se concordasse. Ele estendeu a mão para a
maçaneta da gaveta superior direita de sua mesa, com a intenção de pegar
uma caneta e um bloco de papel. Quando o cara estalou.
—O que você está fazendo? — Gideon ergueu as sobrancelhas.
—Apenas pegando um bloco de papel e uma caneta. — Gideon disse
a ele. —Isso me ajuda a classificar através de números e contas se eu posso
anotar certas coisas. Acelera as coisas para mim. Você disse rápido, certo?
—Sim. — O cara respondeu cautelosamente, prolongando a palavra.
—Sim eu disse.
—Ok então. — Gideon murmurou. —Preciso da minha caneta e papel.
Uma vez que o homem deu um aceno de cabeça, Gideon abriu a
gaveta. O espaço estreito era uma gaveta padrão, exceto que tinha um pedaço
de madeira ao longo do topo que cobria três quartos do espaço. Poderia ser
deslizado para frente para ser usado como uma escrivaninha, ou deslizado
para trás para acessar o espaço da gaveta.
Gideon empurrou a corrediça de madeira para trás para acessar a
gaveta e puxou o bloco de papel. Colocou-o sobre a mesa, depois estendeu a
mão na gaveta para buscar uma caneta. O brilho da luz no metal fez com que
ele parasse.
Seus lábios apertaram por um instante antes que ele pudesse se
lembrar de permanecer relaxado. Sua respiração acelerou. Ele percebeu que
acabara de encontrar o revólver carregado com balas .357.
Isso faria uma bagunça se atirasse em alguém tão perto.
Pegando sua caneta, Gideon deslizou a tampa de madeira na maior
parte para a frente novamente. Ele puxou seu bloco de papel para a peça de
madeira e colocou a caneta em cima dela. Então voltou sua atenção de volta
para seu laptop enquanto lutou para decidir o que fazer.
Gideon começou a digitar. Ele puxou arquivos. Verificou trilhas de
dinheiro e declarações. Fez algumas notas.
—Então, alguma ideia, amigo? — Perguntou o loiro pouco depois,
interrompendo sua concentração. —Você pode pegar meu dinheiro?
—Bem. — Gideon começou, então parou quando um pensamento o
atingiu. —Bem, você não me disse o quanto Carter James lhe deve.
O cara voltou sua atenção para ele. Em algum momento, enquanto
Gideon estava concentrado em sua tela e em suas anotações, o homem tinha
cruzado até a porta. Agora, ele estava parado nela, apoiado no batente.
Resmungando, o loiro zombou dele.
—Quero tudo. — Declarou. —Eu quero que você transfira cada
centavo que você possa para minha conta.
—Uh… — Gideon extraiu a palavra. Ele propositadamente apagou seu
rosto. —Espera. O que?
Gideon esperava essa resposta. Ainda assim, não estava totalmente
certo o que fazer sobre isso, no entanto. Como ele poderia sair disso? Agora
tinha acesso a uma arma, ele realmente queria isso?
Apenas como último recurso.
Enquanto Gideon estava aberto sobre ser um caçador e não teve
nenhum problema eviscerando, limpando ou esfolando um animal, ele nunca
tinha virado uma arma para um ser humano. Ele poderia puxar o gatilho? Não
fazia ideia.
—Depressa, porra, amigo. — Grunhiu o homem, obviamente cansado
de esperar. —Eu quero meu dinheiro.
Gideon balançou a cabeça, percebendo que seu tempo para decisão
estava chegando ao fim.
—Uh, sim, claro. — Ele murmurou, olhando para ele e encurvando
seus ombros. Qualquer coisa para expressar submissão. Ele podia adivinhar o
que fazer. —Eu estou, uh, vou precisar de sua conta e números de…
O loiro se aproximou, puxando um pequeno caderno espiral do bolso
traseiro. Ele abriu, abriu uma página e colocou-a sobre a mesa. Com o dedo
indicador, apontou para algumas cadeias de números no meio da página.
—Mande-o para esta.
Assentindo novamente, Gideon concentrou-se nos números. Olhou
para a tela e lambeu os lábios. Um formigamento frio de medo escorreu por
sua espinha, fazendo tremer as mãos. Ele ergueu os dedos do teclado,
apertando-os e abrindo-os.
—Qual é o problema?
Gideon olhou para o homem. Ele limpou a garganta e se mexeu
desconfortavelmente em seu assento. Esfregando as mãos sobre seu rosto, ele
bufou um suave suspiro.
—Isso é ilegal. — Gideon sussurrou, tentando descobrir como ganhar
mais tempo. —Uh, não tenho certeza, eu, uh…
Ele se perguntou quanto tempo poderia protelar.
O estranho enfiou a mão na jaqueta.
OK. Não muito.
—Ei, onde você guarda o seu café?
A pergunta de um dos homens captou não apenas a atenção de
Gideon, mas também a do louro.
—Diga a ele que está no armário sobre a cafeteira. Lado esquerdo.
Assim que o homem se afastou para obedecer a sua instrução,
Gideon empurrou o controle deslizante de madeira de volta para chegar à
gaveta interna. Ele agarrou a coronha do seu revólver, usando seu polegar
para retirar a trava do protetor do coldre, liberando-o. Puxando para fora, ele
se recostou em sua cadeira quando ele nivelou a arma para o homem.
Quando o cara se virou para encará-lo, seu olhar se agarrou à arma.
—Aww, agora por que você tem que ir e fazer uma coisa como essa,
amigo? — Seu tom se tornou baixo e médio. Seus olhos se estreitaram, e seus
lábios se curvaram. —Você poderia se machucar.
—Eu te disse. Eu não sou um caipira idiota. — Gideon murmurou
bruscamente. —Tenho as armas para provar isso, e sei como usá-las. Você se
lembra da cabeça de cervo pendurada sobre a lareira? — Ele estreitou os olhos
e empurrou o queixo para o quarto da frente. —Eu atirei naquele cervo, e eu
felizmente vou atirar em você, também, se você não sair da minha casa.
O loiro olhou para ele, e Gideon rezou há Deus que, se ele precisasse,
ter as bolas para puxar o gatilho.

Capítulo Dez

—Solte-me. — Grunhiu Alejandro, tentando soltar seu braço de


Grady.
—Então você quer entrar lá como um idiota e fazer com que você e
Gideon sejam mortos? — Grady retrucou, puxando-o para perto. —Ninguém
morre no meu turno.
—Eu não preciso de sua permissão de merda. Eu preciso chegar até
meu companheiro!
—Eu sei que você quer. Compreendo sua necessidade. — Grady disse
a ele, seus olhos azuis duros segurando seu olhar. —Eu realmente sei.
Quando Grady estacionou sua caminhonete algumas casas abaixo da
casa de Gideon, Alejandro quase não se manteve parado. Seu instinto, no
entanto, disse-lhe para ficar com o grande shifter gato. Quando eles se
esquivaram e vigiaram a casa do seu companheiro, o detetive imediatamente
apontou a protuberância das armas de fogo dos estranhos em seus casacos.
Alejandro olhou para Grady. Depois de tomar várias respirações
profundas e lentas, ergueu uma sobrancelha em silêncio. Ele sabia que o
homem estava certo. Correndo de cabeça para uma situação que ele não
entendia, apenas com sua maior força e reflexos como sua única arma, não
ajudaria ninguém.
—Qual é o seu plano?
Grady olhou para a casa.
—Semelhante ao seu, na verdade. — Disse a ele, sua voz profunda e
calma. —Você dirige a caminhonete de Gideon para garagem. Caminhe como
se fosse o dono do lugar. — Ao encontrar o olhar de Alejandro, Grady sorriu
amplamente. —A única diferença é que eu estarei com você, e eles não
saberão que estou escondido.
—Dois contra três são as melhores probabilidades. — Murmurou
Alejandro, acenando com a cabeça. —O que eu digo?
Resmungando, Grady virou-se e caminhou para caminhonete
emprestada de Alejandro.
—“Querido, estou em casa?”
Alejandro balançou a cabeça enquanto o seguia. Subindo atrás do
volante, ele enfiou a chave na ignição. Grady subiu na cabine do outro lado.
—E a sua caminhonete? — Perguntou Alejandro mesmo quando ele
ligou o veículo.
—Deixe aqui. Vou pegá-la mais tarde. — Grady disse a ele. —Então,
seu companheiro atirou em você. Isso deve ter sido um chute no ego.
—Não tanto quanto você pensaria. — Alejandro respondeu enquanto
dirigia a caminhonete em direção à casa de Gideon. —Afinal... — Ele
continuou. —Ele me levou para casa e cuidou de mim… muito bem.
Grady riu, acenando com a cabeça.
Alejandro não se incomodou em responder. Ele estava muito
concentrado em voltar para Gideon. Eles estavam estacionados na rua, então
não demorou muito. Ele sentiu gotas de suor se formarem em suas têmporas
quando guiou a caminhonete para entrada de automóveis e estacionou-o na
garagem.
Rapidamente, Alejandro saiu do veículo. Ele manteve os olhos abertos
quando rodeou o lado da casa, andando rapidamente para porta da frente.
Quando ele tentou girar a maçaneta, encontrou trancada.
Inserindo uma chave provável na fechadura, havia apenas algumas
opções, Alejandro virou a maçaneta. Ele olhou para a sala enquanto gritava;
—Onde você está, guapo? — Imediatamente avistou o homem de
cabelos castanhos que estava na cozinha, mas ele continuou com seus gritos
mesmo assim, acrescentando; —É melhor você se vestir, mi pareja. Temos um
convidado.
—Você já tem convidados. — Disse o homem de cabelos escuros na
cozinha. Ele tinha uma arma na mão e apontou quase casualmente para eles.
—Entrem.
Alejandro deu um passo à frente, levantando as mãos no gesto
universal de rendição.
—Whoa, camarada. — Ele disse calmamente. —Eu não quero briga
com você.
Ouvindo Grady fechar a porta atrás de si, Alejandro olhou por cima
do ombro para o homem. Os olhos azuis gelados do sujeito pareciam calmos,
relaxados. Ele usava um sorriso reconfortante.
—Calma, amigo. — Grady ronronou, baixo e profundo, como apenas
um gato shifter poderia fazer. —Há algo que possamos fazer por você?
Enquanto Grady falava, ele apoiou a mão direita, a escondida do
ponto de vista do atirador, contra uma pequena parte das costas de Alejandro.
Mal resistindo ao instinto de pular para frente. O movimento não só lembrou a
Alejandro que o detetive estava armado, mas que ele já estava segurando a
arma.
—Há algo que você pode fazer por mim. — Gideon rosnou,
aparecendo no corredor, empurrando um segundo homem na frente dele. Ele
carregava um revólver na mão, e estava apontando para a cabeça do homem.
—Agora, amigo. — Ele zombou sarcasticamente. —Você pode abaixa
a arma que está apontando para o meu namorado.
Alejandro adorava ser chamado de namorado por Gideon. Entretanto,
não gostou da aparência do pistoleiro de cabelos negros atrás do seu
companheiro. Evidentemente, ele estava no banheiro e Gideon não sabia.
—Opa. — O homem declarou. —Você se esqueceu de mim? — Ele riu
cruelmente quando agarrou a arma de Gideon. —Você me dê isso aqui. — Ele
ordenou, tirando a arma da mão de Gideon. Olhou para Alejandro e Grady. —
Vocês dois, vão até a cozinha.
Grady aplicou uma suave pressão às costas de Alejandro, mantendo a
arma escondida mesmo quando o incitava a se mover.
—Ei, Kane. — O homem que pegou a arma de Gideon falou. —Esse
café está pronto?
—Ainda não. — Respondeu Kane. —A cafeteira desse cara é
fodidamente lenta.
Quando os homens fizeram a troca, o homem loiro que Gideon estava
apontado a arma, girou, fechou a mão em um punho e bateu-a na mandíbula
de Gideon. A cabeça dele girou à esquerda, seguido por seu corpo e esbarrou
na parede, deslizando até ficar de joelhos.
—O que pensou em apontar uma arma para mim? — Ele rosnou,
então cuspiu nele.
O homem de cabelos negros riu.
A raiva instintiva surgiu através de Alejandro. Ele pulou para o
homem, aproveitando o fato de que ele estava focado em Gideon. Mesmo
sabendo que era um tiro barato, ele bateu o punho no rim do homem.
O cara gemeu e curvou, arqueando as costas enquanto caia nos
joelhos.
Alejandro agarrou o cabelo curto e loiro do homem, segurando sua
cabeça com ambas as mãos. Forçando o homem a inclinar a cabeça para trás
com uma mão, expondo sua garganta, ele agarrou seu queixo com a outra.
Levou todo o controle de si mesmo para parar de apertar o pescoço do homem
ali mesmo.
A ponta de algo contra a sua têmpora também ajudou a aliviar seu
desejo. Ele virou a cabeça apenas um pouco, então pode olhar para o humano
apontando a arma para ele. Apertando seu domínio sobre o homem que devia
ser o líder, ele rosnou suavemente.
—Você atira na minha cabeça, meu reflexo me faz estalar o pescoço
dele. — Advertiu Alejandro, curvando o lábio. —Isso é o que você quer?
—Que tal eu atirar em você na perna? Só para você saber que estou
falando sério. — Abaixando o alvo, ele apontou para a virilha de Alejandro. —
Ou talvez eu exploda outra coisa que você gosta.
—Que tal você abaixar sua arma, amigo. — Grady ordenou atrás de
Alejandro. —Você é o último homem em pé. Tem certeza que quer sair
lutando?
Enquanto Alejandro não podia ver Grady de sua posição, mas pelas
palavras do gato shifter, ele supôs que o homem havia neutralizado o sujeito
que estivera na cozinha.
—Se eu pegar apenas um de vocês, eu ganho. — Respondeu o cara.
—Que tal eu fugir, então ninguém fica ferido?
Alejandro não gostou dessa ideia.
Evidentemente, Grady pensou em linhas semelhantes.
—Naw, eu não penso assim. — Ele disse se aproximando. —Se eu
deixá-la ir agora, você vai voltar com mais de seus amigos idiotas.
—Que tal você soltar sua arma ou vou começar a colocar buracos em
seu corpo.
Alejandro espreitou atrás do atirador. Ele viu Gideon de pé na entrada
do quarto no final do corredor, segurando seu arco. Com uma flecha pronta,
apontou o projétil para o homem de cabelos negros.
O sujeito olhou por cima do ombro dele e bufou.
—O que você acha que vai fazer com essa coisa, hein? — Ele zombou,
claramente não vendo Gideon e seu arco como uma ameaça.
—Ser atingido por uma flecha dói. — Avisou Alejandro. —Você pode
confiar em mim sobre isso.
—Assim como ser atingido por uma bala. — O homem rosnou.
Enquanto falava, ele balançou o braço segurando a arma em direção a Gideon.
Suas intenções eram claras por suas próximas palavras. —Deixe-me te
mostrar.
Alejandro empurrou as mãos, estalando o pescoço do homem loiro
que ele segurava. Um segundo depois, deixou cair o homem e fez uma
estocada para o outro homem. Ele ouviu o brilho de uma corda e soube que
seu amante tinha disparado.
A flecha de Gideon bateu na carne com um baque doentio. O homem
de cabelos negros gritou e tropeçou. Ele começou a disparar, bang, bang, bang
ecoando nos ouvidos sensíveis de Alejandro quando seu corpo bateu contra o
homem.
Fogo queimava pelo lado esquerdo de Alejandro, dizendo-lhe que
nem todos os disparos selvagens haviam falhado. O medo por seu
companheiro frágil e humano fez com que seu controle sobre sua força
deslizasse. Ele agarrou o pulso do homem e apertou. O humano gritou mais
uma vez enquanto Alejandro sentia os ossos triturarem sob seu aperto.
—Calma, Al. — Gritou Grady da direita. —Acabou.
—Alejandro. — Gritou Gideon, caindo de joelhos ao lado dele. Ele
apoiou uma mão nas costas de Alejandro, esfregando levemente. Com a outra
mão, ele enfiou dentro de sua jaqueta e deslizou contra o seu peito. —Calma,
Alejandro. Apenas relaxe. Respire para mim e deixe-o ir.
Fazendo o que Gideon pediu, Alejandro sugou uma respiração
profunda. Ele deixou escapar um gemido enquanto aliviava seu aperto e se
endireitava. A queimadura em seu lado retornou com força total, e ele sibilou
através dos dentes cerrados.
Alejandro voltou sua atenção para Gideon e passou o olhar por ele.
Ele pegou seu rosto pálido, seus lábios entreabertos e a preocupação em seus
expressivos olhos castanhos atrás de seus cílios negros. O próprio olhar de
Gideon parecia sair do rosto de Alejandro para seu lado e para trás novamente.
Chegando até seu amante, Alejandro gentilmente segurou sua
mandíbula. Alívio o encheu quando Gideon não se afastou. Em vez disso, ele
parecia relaxar, as linhas de estresse aliviando de suas feições.
—Você está bem? — Gideon sussurrou a pergunta, acariciando uma
de suas palmas. Ele mordeu o lábio inferior enquanto seu olhar se concentrava
no lado de Alejandro novamente, e suas sobrancelhas franzidas. —Droga, você
está ferido novamente. Merda!
Alejandro olhou para o lado esquerdo, notando sua lesão. Agora, a
fraca sensação de queimação fazia sentido.
—É apenas um arranhão. — Ele tranquilizou seu amante, usando um
polegar debaixo do queixo para retornar o foco de seu companheiro para seu
rosto. Olhando para os olhos do outro homem, ele sorriu para ele. —Mi pareja,
estou bem.
—Estou cansado de vê-lo sangrando.
Sorrindo ante a admissão de seu amante, uma onda de afeição rolou
através de Alejandro.
—Oh, guapo. — Ele cantarolou. —Estou bem em sangrar um pouco se
isso mantém você fora do caminho do perigo.
—Como você sabia que eu estava em apuros, afinal?
Alejandro se inclinou para beijar os lábios de Gideon, só porque
podia, antes de responder.
—Eu estava com Grady quando ele te ligou.
—Falando nisso. — Gritou Grady, invadindo seu momento. —Eu
chamei meu parceiro, detetive Lyle Sullivan. Ele está a caminho daqui para me
ajudar a limpar esta confusão.
O detetive focou em Gideon.
—Você quer me dizer o que diabos esses caras estão fazendo aqui? —
Ele apontou para o loiro cujo pescoço Alejandro tinha quebrado. —Porque eu
reconheço aquele como Jeffe Luis, o homem tem conexão com vários
desaparecimentos, bem como uma série de outras relações obscuras.
—Ele estava aqui por causa do meu ex-namorado, Carter James
McCoy. — Gideon alegou. —Ele se meteu em problemas com o jogo.
—Bem, esses caras não vão a lugar nenhum. — Disse Grady
secamente. —Vamos deixar seu garoto limpo e você pode me contar tudo
sobre isso. — Ele bufou. —Talvez deva tirar a flecha da coxa deste aqui.
Ouvindo Gideon concordar e permitindo que Grady o ajudasse a se
levantar, Alejandro olhou ao redor do espaço. Ele viu que o enorme homem de
cabelos castanhos que Grady tinha ido atrás estava inconsciente e algemado.
O loiro estava morto pela própria mão de Alejandro, o humano de cabelos
negros estava inconsciente, provavelmente devido ao seu pulso esmagado,
bem como a flecha perfurando sua perna.
—Vamos, uh, vamos coletar todas as armas, primeiro, hein? —
Alejandro sugeriu, pegando um revólver.
—Esse é meu. — Gideon reclamou, estendendo a mão.
Balançando a cabeça, Alejandro entregou.
Quando se certificaram de que os três atacantes, mesmo os mortos,
não tinham mais armas, o detetive Lyle Sullivan havia chegado.
Alejandro teve um momento de preocupação quando Lyle parou
diante dele e o cheirou abertamente. Seus olhos haviam deslocado, a fenda
virando vertical, reptiliana. Suas narinas tinham queimado, e ele cantarolava.
Então, ele sacudiu a cabeça e zombou.
—Desculpe, cara. — Lyle disse, sorrindo ironicamente. —Você, uh,
não tenho certeza o que você é, mas você cheira bem.
—Uh, obrigado?
Lyle deu um aceno de cabeça, sua expressão um pouco
envergonhada por alguns segundos. Então, ele olhou em volta na confusão.
Voltando seu foco para Grady, ergueu uma sobrancelha.
—Que diabos aconteceu, Grady?
No momento em que Gideon limpou a ferida de Alejandro, que
acabou por ser um ferimento superficial, seu companheiro havia terminado
com sua história. Ele explicou sobre o seu ex e o pen drive, que Grady tinha
pego como prova. Ele contou sobre a visita inesperada dos bandidos e seu
desejo de transferir os fundos das contas familiares de Carter James para suas
próprias contas no exterior.
Grady zumbiu suavemente, balançando a cabeça.
—Um bando de idiotas trazendo problemas para nossa cidade. —
Resmungou ele, um rosnado em sua voz. — Que cara indigesto é esse Carter?
Acho que quero falar com ele.
Quando Gideon disse a ele e Grady anotou a informação, o telefone
de Grady tocou. Ele pegou e respondeu. Depois de alguns segundos, seus
olhos se estreitaram e ele se concentrou em Alejandro, rosnou novamente.
—Entendi. Vou avisá-lo. — Então, Grady desligou o telefone e franziu
a testa para Alejandro. —Desde que Gideon atirou em você na forma de cervo,
eu vou adivinhar que ele sabe certas coisas sobre nós. — Quando Alejandro
acenou com a cabeça uma vez, Grady disse a ele; —Era Carson. Há um aviso
do seu rebanho. Eles estão procurando por você, alegando que sua
companheira escolhida não consegue localizá-lo, teme que você tenha sido
sequestrado, ela diz.
Quando Alejandro ficou boquiaberto, Grady levantou as palmas das
mãos.
—Hey, apenas o que me foi dito. Se você quiser pedir por santuário,
precisa de um vínculo. — Ele olhou intensamente para Gideon. —Caso
contrário, você deve ficar por um determinado tempo.
Alejandro sentiu o sangue em suas veias congelar. O medo deslizou
por ele. A sensação era muito mais potente do que qualquer outra causada
pelo enfrentamento contra os pistoleiros.
Seu rebanho o havia encontrado.

Capítulo Onze

Gideon viu Lyle arrastar o corpo do louro pela porta, enquanto Grady
falava com Alejandro. Quando se virou para olhar para a dupla, desejou ter
prestado mais atenção. Seu amante parecia pálido, ainda mais do que depois
de ter sido acertado com as flechas.

Caminhando até aonde estava Alejandro, Gideon deslizou sua mão


em seu amante. Por um instante, o homem não respondeu. Então, ele
entrelaçou seus dedos com os dele e segurou firmemente. Na verdade, tinha
apertado demais.

Gideon ergueu os dedos entrelaçados. Ele apertou e deu beijos na


mão do seu amante. —Calma. — Ele insistiu, esfregando a mão livre na parte
de trás da mão do outro homem. —Relaxe. Diga-me o que se passa. — Ele
olhou para Grady, que fez uma careta e se virou. Concentrando-se em
Alejandro, agarrou a mandíbula do homem entre o polegar e o indicador. Uma
vez que seu amante encontrou seu olhar, ele ordenou. —Alejandro, fale
comigo.

—Meu rebanho sabe onde estou.

Gideon franziu o cenho. —Como poderiam saber isso?

Quando Alejandro apenas balançou a cabeça, Gideon olhou por cima


do ombro. Ele percebeu que estava tão concentrado em seu amante chateado,
que nem sequer havia notado que Grady e Lyle tinha partido. Voltando sua
atenção para Alejandro, ele ergueu os dedos dos pés e deu um selinho nos
lábios dele, e depois, ele beliscou o lábio inferior do homem. Isso pareceu
acordá-lo.

Alejandro sugou uma respiração rápida pelo nariz. Seu braço livre se
aproximou da cintura de Gideon, e ele o puxou para perto. Ele enfiou as mãos
entre os peitos enquanto inclinava a cabeça, e aprofundava o beijo.

Gideon abriu rapidamente, aceitando o apelo de Alejandro. Sentindo-


o trabalhar em torno de seus dentes, ele lambeu a língua do seu amante.
Quando ele chupou a língua, o outro homem deu um gemido.

Mesmo Gideon sentido seu pênis inchar e subir, ele sabia que este
não era o momento... não importa o quanto seu pênis queria se enterrar no
corpo do seu companheiro. Ele deu mais um beijo, e usou sua mão livre para
afagar suavemente as costas do seu amante. Quando seus lábios se
separaram, ele sentiu o suave suspiro de Alejandro, a respiração movendo-se
contra seus lábios, mesmo antes de ouvi-la.

—Fale comigo. — Gideon encorajou, sussurrando suas palavras. —


Por favor, me diga de que jeito posso ajudar. Por que é um problema que seu
rebanho sabe onde você está?

Afinal, Alejandro era um adulto. Cinquenta e três anos de idade, disse


ele, o que Gideon achou um pouco estranho, mas ele estava tentando aceitá-
lo. O que era mais um pouco de estranheza? Por que o homem deve temer sua
mãe e algum alfa?

—Eles podem pedir ao Alfa Declan para me manter aqui como um


desonesto. — Murmurou Alejandro suavemente. —Então, eles podem me
pegar e me levar de volta ao Arizona.

—Bem, isso não está certo. — Gideon estalou, enrijecendo no abraço


do seu amante. —Você é um homem adulto. Você deve ser capaz de ir vir para
onde quer que você queira! — Que tipo controlador que compunham os líderes
dessa maldita manada de merda? Espere. O que Alejandro tinha dito? —
Espere, Declan? Declan McIntire... o que é responsável pelo parque? Ele é o
alfa por aqui?

—Sim, eu encontrei um cara chamado Carson hoje, enquanto


recuperava minha mochila. — Explicou Alejandro, olhando para porta. Quando
Gideon seguiu sua linha de visão, ele viu uma pequena mochila. —Ele disse
que ele é o executor da matilha e estava indo para notificar o alfa que estou
aqui e que estou alegando que você é meu companheiro. — Quando ele falou,
suas bochechas adquiriram um tom um pouco rosa. —Provavelmente é por isso
que chamou Grady. — Suas sobrancelhas franziram quando ele acrescentou; —
É bom que ele me avisou.

Gideon bufou até mesmo quando ele acenou com a cabeça. —Droga.
Carson Angeni. Eu deveria saber. Ele é um guarda-florestal também. — Disse
ele a seu amante. —Eu os chamo quando estou me preparando para
temporada de caça. Eles dão um resumo sobre áreas onde posso caçar e
aonde estão animais perigosos. — Ele sorriu de si mesmo. —Deus, eu deveria
saber que eles estariam envolvidos.

Os guardas-florestais principais da área eram shifter lobo. Vai saber.


Isso certamente deu uma vantagem em manter o controle da floresta. Eles
poderiam apenas se transformar em um lobo e correr ao redor da área.
Quantas outras pessoas ao redor são shifter lobo? Ou shifter em geral? Espere
um minuto. De repente, os comentários de Grady e Lyle fizeram um pouco
mais de sentido.

—Os detetives também são lobos shifters?

—São shifters. — Confirmou Alejandro. —Mas não lobos. Grady é um


gato de algum tipo, e eu não reconheci o cheiro do animal de Lyle. Algo igual
réptil, eu acho, mas não sei dizer o quê.

—Está bem, está bem. Estranho, mas tudo bem. — Gideon


murmurou, tirando esses pensamentos da sua mente. Essa não era a questão
naquele momento. —Então, como vamos parar a sua mãe e alfa? Será que eu
ser seu companheiro ajuda em tudo? Era disso que Grady estava falando no
final?

—Se estivéssemos acasalados, sim. — Respondeu Alejandro,


parecendo pensativo. —Mas nós não somos. Nós tínhamos decidido levar as
coisas devagar. Conhecer um ao outro. — Ele continuou suavemente. Sua
expressão apareceu torturada por um instante, enquanto acrescentava; —
Tenho que ir embora, só por alguns dias. Ao se encontrar com o olhar de
Gideon, ele perguntou; —Férias? Podemos ir a algum lugar por um tempo. Eu
ouvi que em Jackson Hole tem fontes termais. Isso seria bom, si? Sai dessa
chuva?

Estava na ponta da língua de Gideon concordar... exceto. —Meu pai


está doente. — Lembrou seu amante. —Eu realmente não posso.

Vendo a expressão desapontada de Alejandro, contudo, compreensiva


o coração de Gideon se aqueceu. Deus, o homem era verdadeiramente
perfeito. Não podia imaginar um homem mais maravilhoso. E se ele pudesse
se transformar em um cervo? Tinham séculos para se conhecerem..., mas só
se o homem estivesse aqui, com ele.

—Eu tenho uma ideia melhor. — Gideon afirmou, afastando-se do seu


amante. —Vai acender fogo na lareira. — Ele insistiu, empurrando o homem
em direção à lareira. —Vou pegar algumas coisas.

Alejandro deve ter adivinhado o que ele pretendia. Gideon só deu um


passo antes do seu amante agarrar seu pulso. —Espere. — Ele pediu
suavemente. —Você não tem que fazer isso.

Gideon sorriu para o seu amante. Ele olhou para baixo onde ele
estava segurando, então olhou para seu rosto sério. Rindo baixinho, ele
murmurou; —Oh, Alejandro. Isso não é um problema de qualquer maneira. —
Ele piscou, então ronronou. —Na verdade, eu acho que ambos vamos gostar,
muito. — Então ele suavemente agarrou seu amante e puxou suavemente,
aliviando a mão do homem. Soltando-o. Ele deu outro passo para longe do
homem quando apontou para a lareira novamente e ordenou; —Acende o fogo.

Sem esperar para ver se Alejandro obedecia, Gideon virou-se e foi


para o quarto. Hesitou apenas um instante, depois despiu-se, deixando suas
roupas em uma pilha no chão. Depois de agarrar o lubrificante da gaveta, ele
olhou para a caixa de preservativos. Ele logo saberia como era sentir seu
amante nu, e não havendo nada entre ele e o pênis de Alejandro. Seu sangue
fluiu para o sul com esses pensamentos.

Gideon abriu o lubrificante e derramou em seus dedos. Ele segurou


seu comprimento que rapidamente se levantou, levando sua ereção a plena
excitação. Mordendo o lábio para conter seu gemido de prazer, ele pensou em
como sentia a mão de Alejandro em cima dele.

Quando as bolas de Gideon rolavam e formigavam, ameaçando


explodir, ele se soltou. Ele usou seu polegar para fechar a tampa do
lubrificante enquanto pegava a colcha da cama com a outra mão. Jogando-a
sobre seu ombro, voltou para sala.

Ele viu Alejandro agachado diante da lareira. Uma chama estalou, e


ele pareceu estar alimentando a chama com pequenos gravetos, ajudando-a a
crescer. Ele levou um momento apenas para admirar a forma magra do homem
e a bunda sexy. Seu pênis se agitou, e ele teve que morder o lábio para conter
um gemido de aprovação. Ele jogou o tubo de lubrificação em um sofá
próximo, logo rapidamente espalhou o edredom. Pegando algumas almofadas
dos seus sofás, ele as jogou no edredom. Quando Gideon caminhou para
janela da frente e fechou as cortinas, um suave sorriso chamou sua atenção.
Olhando por cima do ombro, viu que agora tinha a atenção de Alejandro. O
olhar de fome do seu amante percorreu-o, focando-se principalmente em seu
traseiro.

Terminando com as cortinas, Gideon lentamente se virou. —Está


vendo algo que gosta?

O ruído que saiu de Alejandro, combinava com a forma que ele


pressionou o calcanhar da palma da mão na protuberância maciça atrás de sua
cueca, tinha sido resposta mais do que suficiente. Gideon zuniu, sorrindo.
Maldição, mas ele amava essa resposta. Ele não conseguia se lembrar de curtir
tal excitação com outro homem. Estava sentindo tão poderoso, apreciado,
desejado. Era emocionante, e adorava. Ele queria mais. Alcançando para baixo,
Gideon agarrou seu pênis, ele começou com movimento lento. Ao fazê-lo, ele
se aproximou, rolando os quadris. Ele observou os olhos de Alejandro se
arregalarem e sua língua passou por seu lábio inferior.

—Acendeu o fogo? — Gideon perguntou com voz rouca.

—Fo-fogo? — Alejandro gaguejou, seu olhar cravado no pênis de


Gideon.

Rindo baixinho, ele apertou. —É bom te deixar sozinho por alguns


minutos?

Alejandro olhou para o fogo e voltou a concentrar-se em Gideon. —Si.


O fogo é bom, mi pareja. — Afirmou.

—Ótimo. — Murmurou Gideon, parando antes de Alejandro se


agachar. —Porque eu tenho algo duro com sabor de morango que precisa da
sua atenção.

Alejandro piscou. Seu olhar se ergueu para o rosto de Gideon quando


um amplo sorriso dividiu seus lábios. —Aromatizado de morango. — Ele
perguntou enquanto descansava sua mão direita no quadril de Gideon.

Gideon revirou os olhos, depois se concentrou no rosto sorridente de


Alejandro. —Sim, isso soou melhor na minha cabeça. — Ele apontou para o
sofá e o lubrificante. —Morango.

—Ainda bem que adoro morangos. — Afirmou Alejandro. Então ele


abriu a boca, inclinou-se para frente, e estendeu a língua. Ele passou o
apêndice ao longo da ereção de Gideon, da raiz à ponta. —Mmm. — Ele
cantarolou, sorrindo para ele. —Delicioso.

Antes que Gideon pudesse dar uma resposta, Alejandro se ajoelhou.


Ele afastou a mão de Gideon longe da base do seu pênis, em seguida,
substituiu por sua própria. Inclinando o pênis em direção à boca dele, ele abriu
e engoliu até a raiz.

Gemendo, Gideon estremeceu quando o fogo irrompeu em sua


virilha. Sua pele formigava, e arrepios estava em torno de suas coxas. Quando
Alejandro recuou, chupando forte, suas bolas rolaram agradavelmente.

Alejandro começou um ritmo constante. Ele balançou para cima e


para baixo, sugando, então enterrando seu rosto em seu pubes. Ele colocou a
cabeça do pênis de Gideon em sua garganta e engoliu em volta dele,
massageando sua cabeça inchada.

Gideon sentiu-se balançar com sensações inebriantes queimado


através do seu sangue. Pontos negros dançavam em sua visão. Gemendo,
agarrou o ombro de Alejandro com a mão pegajosa em uma tentativa de
estabilizar-se. Enfiando os dedos de sua outra mão no cabelo de Alejandro, ele
sentiu suas bolas apertarem, e depois seu pênis começou a vasar pré sêmen.

Quando Alejandro afrouxou seu pênis, seus lábios levemente


chupando a cabeça, Gideon gemeu áspero. Quando Alejandro deixou seu pênis
todo molhado, ele girou em volta, fazendo com que o seu corpo ficasse
sensível.

Gideon soltou. —Por favor. — Ele encontrou o olhar de Alejandro


enquanto seu amante olhava para ele através de seus cílios. —Deus, estou tão
perto. Precisa gozar.

Segurando o olhar de Gideon, Alejandro abriu os lábios um pouco


mais e pegou a cabeça. Ele usou sua língua para fazer cócegas no tecido
enrugado sob a coroa. Soltando a base do seu pênis, ele moveu a mão para as
bolas de Gideon.

Quando Alejandro apertou suas bolas, Gideon deixou de respirar. Seu


amante acariciou suavemente elas, que estava hipersensível, criando as
sensações mais deliciosas, que percorreram sua espinha. Ele arqueou,
estremecendo com força enquanto seu pênis inchava e escorria na boca de
Alejandro.

—A-Alejandro!

Em resposta ao grito estrangulado de Gideon, Alejandro soltou seu


quadril. Ele estendeu a mão e agarrou seu mamilo, apertando e rolando o
nódulo distendido. Seu peito se encheu de sangue, que rapidamente fluiu para
o sul. Inundou sua virilha, e suas bolas apertaram.

Gideon gritou o nome de seu amante quando e gozou. Seus olhos


rolaram para parte de trás de sua cabeça quando endorfinas embriagantes
correram sobre ele. Ele gemeu sem querer, seu corpo tremendo e sacudindo
enquanto seu sêmen jorrou dele em explosões duras.

Alejandro continuou a sugá-lo, criando réplicas poderosas. Seu corpo


tremia, arrepios percorrendo-o. Ele sugou uma respiração dura enquanto
flutuava em nuvens de endorfinas.

—Mmm, mas essa expressão parece fantástica com você. — Disse


Alejandro. —Venha aqui e deixe-me colocá-la em você novamente. Deite.

Encontrou-se deitado de bruços sobre o edredom. Seu amante


empurrou algumas almofadas sob sua virilha. Virando a cabeça, Gideon
observou Alejandro se levantar e tirar as roupas. Ele pegou o lubrificante do
sofá e voltou ao seu lado. Gideon lambeu os lábios ao ver Alejandro se
aproximar.

—Deus, você é lindo. — Gemeu Gideon, sua bunda apertando com


um novo tipo de necessidade. —Quero isso em mim.

Alejandro gemeu bruscamente. —Oh, eu vou colocá-lo em você. —


Ele grunhiu, sua voz profunda e áspera com desejo. Ajoelhando-se entre as
coxas de Gideon, ele usou seus joelhos para empurrar as pernas mais
afastadas enquanto o clique do lubrificante sendo aberto atingia os ouvidos de
Gideon. Um segundo depois, Alejandro afirmou; —Eu vou colocá-lo aqui. —
Quando ele empurrou um dedo profundamente em Gideon. Com precisão
infalível, ele pregou a próstata de Gideon.

Gideon se arqueou na penetração feliz, gemendo sem querer. —


Simm. — Ele sibilou. —Mais.

Alejandro não decepcionou. Ele puxou o dedo parcialmente livre, em


seguida, adicionou um segundo, empurrando-o profundamente no ânus de
Gideon uma vez, duas vezes. Com cada movimento ele batia, empurrando e
cutucando sua glândula, enviando fogo estimulante através do seu corpo.
Suspirando, Gideon desejou que seu corpo relaxasse, para receber os dedos do
seu amante em seu corpo. Ele queria mais, muito mais. Ele queria tudo.
Capítulo Doze

Alejandro deslizou os dedos dentro e fora do ânus de Gideon. Os


músculos agarravam seus dedos, massageando-os, apertando-os com
fome. Seu pênis se contorceu e vazou da visão quente.

—Oh, inferno, sim. — Rosnou Alejandro bruscamente. —Quero


aqui, guapo. — Deslizando os dedos, ele empurrou um terceiro ao lado dos
outros. —Quero sentir você apertando o meu pau.

—Faça, Alejandro. — Implorou Gideon.

Olhando por cima do ombro, ele encontrou o olhar de Alejandro. Seus


belos olhos castanhos estavam amplamente dilatados pela luxúria, e o cheiro
de sua excitação perfumava o ar.

—Quero sentir seu longo pau me perfurando. — Gideon pediu


roucamente. Ele piscou algumas vezes e pareceu para Alejandro que o olhar de
seu amante parecia recuperar o foco antes de sussurrar; —Encha-me,
companheiro. Faça-me seu.

Gemendo com voz rouca, Alejandro agarrou a base do seu pênis. Ele
apertou firmemente enquanto rolava suas bolas. Uma vez que ele se sentiu de
volta no controle, ele afastou os dedos do seu amante.

Alejandro rapidamente alisou seu pau e agarrou na base. Usando a


outra mão para cobrir a bunda de Gideon e abrir suas bochechas, ele
posicionou sua cabeça de pau contra a estrela de Gideon, esticando e
esticando. Ele pressionou levemente, deleitando-se com a visão de sua cabeça
alargada esticando os músculos.

Com o peito arfando, Alejandro cutucou e provocou, não só ele, mas


seu amante. A forte construção de antecipação causou chiado no sangue em
suas veias. Demorou um pouco de autocontrole para evitar apenas bater no
corpo de seu companheiro e o foder profundamente.

O rosnado de Gideon atraiu a atenção de Alejandro para seu rosto. Os


olhos do seu humano estavam estreitados, brilhando com uma intenção
feroz. As linhas do seu amante estavam tensas e os ombros apertados.

—Afunde seu pau bem fundo, Alejandro. — Gideon exigiu


grosseiramente. —Faça isso agora, antes de eu tomar o assunto em minhas
próprias mãos.

Enquanto a curiosidade de Alejandro estava picando, o que seu


amante faria se continuasse a provocá-lo, ele não queria que seu companheiro
sentisse que devia implorar. —Basta sentir a sensação de nós, mi pareja. — Ele
rugiu. —Amo a sensação de seus músculos lisos deslizando através da cabeça
do meu pau. — Enquanto ele falava, Alejandro aumentou a sua pressão.

Gideon gemeu profundamente em sua garganta enquanto Alejandro


empurrava. Seu ânus se abriu, e seu canal engoliu sua coroa. Doce, quente, a
pressão envolveu ele, enviando formigamento ao longo do seu comprimento e
fazendo suas bolas apertar.

Alejandro fez uma pausa, engolindo em seco. Entre o gosto


persistente do esperma saboroso do seu amante em sua língua e a pressão
requintada em sua coroa, lutou. Toda a sua virilha sentia-se como se estivesse
em chamas, e nem sequer estava totalmente envolvido.

Obviamente, cada vez mais impaciente, Gideon arqueou as costas e


se balançou na direção dele. A jogada deslizou vários centímetros do pau de
Alejandro em sua bunda. Gideon apertou-se ritmicamente, massageando-o.

Seu controle se despedaçou.

Gemendo profundamente, Alejandro empurrou... E continuou


empurrando. Ele se afundou profundamente no corpo do seu amante. O calor e
a pressão o envolveram, fazendo com que formigasse e entrasse em erupção
ao longo do comprimento sensível do seu pênis.

Uma vez enterrado ao máximo, suas esferas pressionadas contra a


bunda de Gideon, Alejandro pausou. Ele emitiu um suspiro trêmulo.
Aproximando-se do seu amante, esparramando-se sobre suas costas, ele
colocou sua mão esquerda por seu ombro, descansando seu peso sobre
ele. Ele envolveu um braço sob ele, segurando seu peito.

—Gideon. — Alejandro ronronou, acariciando sua nuca. —Tão


perfeito.

—Seria mais perfeito se você se movesse. — Gideon virou o rosto,


franzindo o cenho para ele por cima do ombro.

Rindo baixinho, Alejandro encontrou seu olhar. E sorriu para ele. —


Oh, guapo. — Ele rugiu. —Vamos trabalhar em sua paciência.

Então Alejandro começou a se mover. Ele aliviou seus quadris para


trás, deslizando seu pênis quase para fora. Estremecendo com a ondulação do
músculo ao longo de seu comprimento, ele fez uma pausa e se divertiu com a
sensação por alguns segundos. Então, mudando de direção, afundou de volta
em seu amante.

Na segunda entrada, Alejandro encontrou a próstata de Gideon. Seu


humano gemeu sob ele, se contorcendo e sacudindo. Tomando nota da
resposta do seu amante, ele fez questão de atingir esse ponto em cada
golpe. Ele inclinou a cabeça e começou a chupar o pescoço do seu amante.

Gideon pareceu desarmar-se sob ele. Ele estendeu as pernas mais


largas, colocando os joelhos sob ele, e balançou em cada um dos ataques de
Alejandro. Gargalhadas de prazer saíram dele. Enrolou os dedos no edredom
para alavancar, enquanto palavras balbuciadas de louvor lhe escapavam.

—É isso mesmo. — Disse Alejandro, acelerando. —Diga-me quanto


você gosta do meu pau na sua bunda, mi pareja. — Beliscando e chupando o
pescoço do seu companheiro, ele trabalhou uma marca quando ele murmurou.
—Vou enterrá-lo aqui mais e mais. Ficar aqui por horas. Fazer você gozar mais
e mais.

—Siiiiiim. — Gideon sibilou. —Amo essa ideia. Amo como você se


sente profundamente enterrado em mim. — Ele apertou seu canal, ordenhando
o pau de Alejandro. —Vou fazer você desejar sempre a minha bunda.

Alejandro não disse a Gideon que já o tinha feito. Ele já não tinha o
fôlego para fazê-lo. Com cada aperto dos músculos da bunda de Gideon em
seu comprimento, suas bolas rolaram e puxaram mais apertadas. Seu orgasmo
o ameaçava.

Esfregando a palma da mão sobre o peito de Gideon, Alejandro


beliscou primeiro um mamilo, depois o segundo. Saboreava cada vez que a
respiração do seu companheiro se agarrava e apreciava os gemidos que
escapavam. Deslizando a mão para baixo, raspando as unhas pelo caminho do
tesouro, ele alcançou sua virilha. Depois de puxar levemente seus pelos
pubianos grossos, ele envolveu os dedos em torno do comprimento do seu
amante.

Com o tempo, Alejandro agarrou o pênis de Gideon. Ele passou a


ponta dos dedos sobre a cabeça que chorava a cada golpe. Em cada golpe,
raspou ligeiramente suas unhas sobre a esfera do seu saco.

Não demorou muito, o que foi bom, porque ele estava correndo de
encontro com seu próprio orgasmo.

—A-Alejandro! — Gideon gritou. Ao mesmo tempo, que seus


músculos apertaram o pau de Alejandro.

O som de Gideon gritando seu prazer misturado com o cheiro do seu


suor, o som de seus corpos batendo juntos, e o aperto em seu pau.

Ele nunca tinha experimentado algo tão requintado.


Alejandro caiu sobre a borda. Ele moveu seu punho do pau de Gideon
até a cintura dele, puxando sua bunda contra ele enquanto enterrava seu pau
o mais profundamente que podia. Gemeu de prazer, sentiu suas bolas puxarem
para cima, inundando o ânus do seu amante com seu sêmen em pulsos
embriagadores, induzindo a felicidade.

À medida que sua necessidade de gozar se aliviava, outro desejo


surgiu através dele. Abrindo a boca, Alejandro apertou os dentes em torno do
ponto em que o pescoço de Gideon se encontrava em seu ombro. Ele afundou
os dentes em sua carne, reafirmando sua reivindicação.

Gideon enrijeceu por um instante enquanto o sangue escorria pelos


dentes de Alejandro. Assim que ele sugou levemente, seu companheiro gemeu
profundamente. Ele estremeceu no aperto de Alejandro e seus músculos
ondularam ao longo do seu comprimento.

Alejandro bebeu vários bocados do fluido vital de Gideon antes de


libertar os dentes. Lambendo a ferida, ele selou a carne aberta. Ele engoliu as
últimas gotas do saboroso fluido do seu amante enquanto zunia, saciado e
repleto.

Zumbindo suavemente, Alejandro deitou ao seu lado. Ele manteve


seu pênis semiduro enterrado dentro de Gideon, só porque ele
podia. Pressionando um beijo na nuca do seu companheiro, ele zumbiu.

Não foi até que Alejandro agarrou a mandíbula de Gideon e o incitou


a virar a cabeça para um beijo que ele percebeu que seu amante tinha
desmaiado de prazer.

O encheu presunção, Alejandro relaxou consolado, segurando seu


amante próximo. Ele atearia o fogo mais tarde. Agora, ele queria segurar seu
amante.

****
—Bem, eles estão a caminho. — Disse Alejandro a Gideon. Ele
observou as sobrancelhas do seu amante franzindo onde ele estava sentado na
mesa da cozinha. —Você está bem?

Gideon levantou o olhar de onde olhava a xícara de café embalada


entre as palmas das mãos. Seus lábios se curvaram em um sorriso irônico. —
Desculpa. Só pensando no meu pai. Preciso levar mais remédios para ele está
noite.

Alejandro hesitou um instante e perguntou; —Posso ir? Posso


conhecê-lo? — Vendo o modo como as sobrancelhas de Gideon arqueavam-se
em óbvia surpresa, ele acrescentou; —Isso seria bom?

Com um amplo sorriso curvando os lábios, Gideon assentiu. —Sim. —


Ele confirmou. —Sim, absolutamente. — Suas bochechas tomaram um rosa
pálido quando ele acrescentou. —Eu não perguntei por que não achei que
você, uh, bem, que você estava pronto.

—Provavelmente não. — Admitiu Alejandro, encolhendo os


ombros. Ele se sentou na cadeira à esquerda de Gideon, estendeu a mão e
pegou sua mão. —Mas eu preciso começar em algum lugar. Seu pai vai ficar
bem com isso? — Então, ele franziu a testa quando ele acrescentou; —Quero
dizer um namorado, não um shifter. Você não pode contar a ele sobre nós,
você sabe.

Gideon assentiu instantaneamente. —Oh, sim, não. Eu não vou dizer


a ele. — Estendendo a mão, apoiou a mão sobre a de Alejandro. —E quanto a
nós? Bem, provavelmente levará um pouco de tempo. Ele sabe que sou gay,
mas saber disso e me ver com alguém, bem, são duas coisas diferentes. Você
sabe?

—Sim. — Concordou Alejandro. Ele virou a mão e juntou os dedos. —


Eu não quero criar problemas para você com ele.
Sacudindo a cabeça, Gideon lhe sorriu calorosamente. —Não. Essa
não é sua preocupação. — Ele olhou em direção ao seu café, então se
concentrou em Alejandro. —Você acha que eu deveria fazer café fresco? Para
os nossos convidados, quero dizer?

Alejandro olhou para o balcão, vendo que a jarra estava meio


cheia. —Certo. Não pode machucar. — Quando Gideon se moveu para se
levantar, ele apertou sua mão e balançou a cabeça. —Sente-se, guapo. Eu
faço. — Disse ele, levantando-se da cadeira. Depois de beijar seus lábios, ele
foi para a cozinha.

Depois de iniciar um café fresco, Alejandro agarrou uma esponja e


começou a limpar os balcões. Ele tinha acabado de começar a esvaziar a
máquina de lavar louça, que não tinha muito dentro, quando sentiu os braços
de Gideon envolvê-lo por trás. Seu companheiro deu um beijo em sua nuca
enquanto esfregava as mãos sobre o peito.

—Você está nervoso. — Murmurou Gideon. —Eu também, mas isso


não vai ajudar.

—Si, mas é algo a fazer com as minhas mãos. — Alejandro admitiu,


olhando por cima do ombro e aceitando um beijo estranho do seu
companheiro.

—Se você precisar de algo para fazer com suas mãos, venha me
ajudar a preencher esses buracos de bala na parede.

Rindo baixinho, Alejandro assentiu. —Si.

Eles passaram os próximos vinte minutos misturando massa e


aplicando-a aos meia dúzia de buracos que o intruso colocara nas paredes de
Gideon. Eles encontraram um pouco de sangue, mas em pisos de madeira, era
fácil de limpar. Acabaram de completar a tarefa quando o som dos veículos
chegando chegou a seus ouvidos.

—Vá ficar ao lado da lareira. — Ordenou Gideon, enxugando as mãos


numa toalha. —Vou convidá-los para entrar.

—Não gosto da ideia de que não estou ao seu lado. — Replicou


Alejandro.

—Eu não quero que eles apenas tentem agarrá-lo na porta. — Gideon
explicou. —Dessa forma, eles têm que entrar. Além disso, eles não podem
afirmar que você está tentando escapar se você estiver encostado na lareira ou
sentado no braço do sofá ou algo assim.

Enquanto Alejandro não gostava do plano, ele concordou com o


pensamento do seu companheiro. Ele cruzou até a lareira e se agachou diante
dela. Enquanto acrescentava outro tronco ao fogo, ouviu o som da campainha.

Endireitando-se e virando, Alejandro observou Gideon atravessar a


porta e abri-la. Um homem afro-americano alto, de ombros largos estava à
porta. Carson flanqueou seu lado esquerdo enquanto um homem caucasiano
de cabelos escuros flanqueou sua direita.

—Declan. — Cumprimentou Gideon. —Bom te ver de novo. Por favor


entre.

Alejandro observou o afro-americano que devia ser Declan. Ele sorriu


amplamente para Gideon, mostrando até dentes brancos. Estendeu a mão e
ofereceu-a a ele.

—É bom vê-lo de novo, também. — Disse Declan, sua voz profunda


balançando um pouco com um sotaque irlandês. Quando Gideon pegou a mão
oferecida por Declan, o lobo o puxou para um abraço de um braço. Apenas a
audição superior de Alejandro permitiu que ele entendesse as próximas
palavras de Declan. —Bem-vindo ao mundo paranormal, Gideon. — Então, o
lobo alfa o soltou. —Posso apresentar um colega guarda florestal e meu beta,
Shane Alvaro, e você já conhece meu executor, Carson Angeni.

Gideon assentiu com a cabeça. —Sim, bom vê-lo novamente, Carson.


— Ele cumprimentou, dando um passo para trás enquanto os chamava para
entrar. —Entre. Vocês querem uma xícara de café? Está fresco.

—Sim. — Concordou Declan. —Uma xícara de café soa ótimo. Preto


para mim. Shane gosta de um pouco de leite, e Carson também toma preto. —
Ele parou no vestíbulo, seus companheiros se movendo para continuar a
flanqueá-lo. Declan apontou para o trio que se seguiu. —Este é o Alfa Jose
Bowen, a sua beta Marion Lopez, e o executor Stephan DeSoto. Eles estão aqui
para ver seu companheiro, e eu não sei como eles tomam seu café. — Ele se
virou para ele. —Então você é Alejandro?

—Si. — Alejandro confirmou, caminhando mais perto até que ele


parou no meio da sala de estar. —Alfa Declan, Alfa Jose. — Ele cumprimentou,
inclinando a cabeça em deferência a seus títulos. —Mãe.

Alejandro voltou sua atenção para Gideon, que estava passando perto
dele para dirigir-se para cozinha. Agarrou a mão do seu amante, puxou-o para
perto e plantou um beijo rápido nos lábios do seu amante surpreendido antes
de dizer; —Minha mãe gosta do seu café com quatro colheres de açúcar. O alfa
prefere o seu com um toque de leite, e executor Stephan toma-o preto.

Gideon assentiu com a cabeça. —Ok. Eu vou cuidar disso. — Ele se


virou para todos e acrescentou; —Olha, eu não sei bem de etiqueta, mas eu
tenho vizinhos intrometidos. Cidade pequena e tudo mais, então se vocês não
querem que eles possivelmente ouçam, vocês poderiam fechar a porta, por
favor?

—Como se atreve a introduzir esse ser humano como seu


companheiro, Alejandro. — Sua mãe rosnou em espanhol, curvando seu
lábio. —Venha pra cá. É hora de ir.

Ao ver a sobrancelha erguida de Gideon, Alejandro deu de


ombros. Em inglês, ele respondeu à pergunta do seu amante. —Desculpe, mi
pareja. Ela não aprova.

—Sabíamos que ela não iria. — Gideon respondeu, sorrindo


tristemente. —Ainda temos esperança de que meu pai seja mais
compreensivo.

Quando Marion voltou a falar com ele em espanhol, Alejandro ergueu


a mão e fez algo que nunca tinha feito antes. Ele a cortou no meio da frase. —
Mãe, por favor. — Disse. —Pelo bem de todos, inglês, por favor.

—Você realmente não deveria interromper sua beta, Alejandro. —


Rosnou José friamente, seus olhos escuros se despertando com desprezo. —
Você desperdiçou o suficiente do tempo de todos. É hora de ir. — Enquanto
parecia a última coisa que ele queria fazer, ele ofereceu a Gideon um sorriso
legal. —Obrigado pela oferta de hospitalidade, mas estamos aqui apenas para
pegar o nosso membro ausente. Não há tempo para café.

Alejandro deixou escapar um fôlego lento, depois afirmou; —Alfa


José, eu fui abençoado pelo Destino. Gideon Ruck é meu companheiro. Nós nos
unimos. — Ele forçou um sorriso enquanto envolvia seu braço ao redor do seu
humano quando tudo que ele realmente queria fazer era puxar seu amante
atrás dele. —Não irei a nenhum lugar sem ele, e seus negócios e sua casa
estão aqui.

Voltando sua atenção para Declan, ele curvou a cabeça


respeitosamente quando declarou; —Eu tinha planejado te procurar, mas ... Os
acontecimentos atrapalharam. — Alejandro olhou para Gideon e lhe deu um
sorriso, depois se concentrou em Declan. —Eu gostaria de pedir um santuário
enquanto eu descubro minha vida com meu companheiro.

—Teremos que nos sentar mais tarde juntos, Alejandro. — Respondeu


Declan, com um sorriso sereno. —Mas sob as circunstâncias, eu lhe concedo
asilo temporário. Eu vi a sua mordida no ombro de Gideon, depois de
tudo. Parabéns. Você não poderia ter encontrado um homem melhor do que
Gideon.

Alfa José rosnou baixo em sua garganta enquantoo executor Stephan


zombava. Beta Marion enrolou os lábios e sibilou; —Você não é meu filho.

—O concelho vai ouvir isso. — Disse o Alfa José rosnando para


Declan, claramente zangado, mas sabendo que não tinha o direito de forçar
Alejandro a ir com ele. —Tenho certeza de que estarão muito interessados na
notícia de que você recrutou outro membro de outro rebanho. — Seu sorriso se
tornou cruel quando ele acrescentou; —Mas ele não é um alfa. Ele nunca vai
me derrubar. Com esse tiro de despedida, o Alfa José e seu povo saíram da
casa.

—Bem, isso foi tão bem quanto se podia esperar. — Comentou o Alfa
Declan. Ele se aproximou de uma cadeira e se esparramou nela. Sorrindo para
Gideon, ele perguntou; — Que tal aquele café, Gideon?

—Sim, claro. — Acrescentou Gideon, afastando-se de Alejandro.

Alejandro observou por um momento enquanto começava a preparar


xicaras para todos.

—Agora, Alejandro. — Disse Declan, redigindo sua atenção. —Venha


sentar-se. — Ele ordenou suavemente, apontando para o assento em frente a
sua cadeira. —E diga-me tudo sobre você.

Aliviado pela maneira relaxada do lobo alfa, Alejandro notou Carson


sorrindo para ele enquanto se acomodava ao lado no segundo pequeno sofá. O
beta caminhou para cozinha e começou a ajudar com o café, falando sobre
grãos de café e moedores e outras merdas mundanas.

Sentindo-se como se sua vida tivesse sido virada de cabeça para


baixo do melhor modo possível, Alejandro se acomodou no sofá e começou a
dizer ao Alfa Declan um pouco sobre si mesmo e seu rebanho.

O alfa foi educado, interessado e relaxado. Quando Gideon lhe trouxe


café, ele agradeceu-lhe com palavras e um sorriso, depois de provar sua
bebida, cantarolou e assentiu, como qualquer amigo. Ele até provocou Shane
sobre como era melhor do que o da sua esposa, que respondeu dizendo ao alfa
para se calar, e o alfa só riu!

Quando Gideon se estabeleceu ao lado dele, Alejandro se viu


relaxando. Pela primeira vez em... décadas, ele tinha encontrado uma
casa. Com seu novo companheiro ao seu lado, ele estava ansioso para torná-lo
uma família.

Voltando sua atenção para Gideon, Alejandro cutucou seu ombro com
o dele e sussurrou em seu ouvido; —Então, caçaremos de manhã? Talvez com
o seu pai, se ele estiver bem o suficiente?

Gideon sorriu largamente para ele e assentiu. —Sim. Caçaremos


manhã.

FIM

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