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Era um trabalho que parecia impossível e altamente letal: assassinar

o líder político proeminente da Força Blackburn. O assassino rebelde, Brice


Wilder, nunca esperava voltar para sua antiga vida, uma vez que saiu da
prisão. Afinal, foi o que o levou lá em primeiro lugar. Mas a promessa de
dinheiro e uma tarefa aparentemente impossível o fez mudar de ideia.
Jai Chastain, o líder da Força Blackburn, tinha um alvo em suas
costas e sabia que era uma questão de tempo para que seus inimigos
aparecessem. Depois de contratar Brice como um guarda-costas, ele cai duro e
rápido pelo o homem, apenas para descobrir que foi o único enviado para
matá-lo. Mesmo que a traição o tenha atingido duramente, Jai logo percebe
que Brice é a menor de suas preocupações quando o verdadeiro inimigo está lá
fora, pronto para tomar a bola.
É uma corrida contra o relógio e apenas uma pessoa vai ganhar
nesta batalha mortal. Brice pode proteger o que ele ama, eliminando a sua
maior ameaça? Ou será que esse bad boy assassino finalmente encontrou o
seu jogo?
Rebelde Mortal
Bad Boys Assassinos 1
Lexie Davis

Capítulo Um

Brice Wilder saiu da úmida Penitenciária de Blackburn com apenas


uma coisa em sua mente: Liberdade. Com um envelope de papel pardo na
mão, puxou uma lufada de ar fresco e se dirigiu para as portas, para o início
de sua nova vida. Seus olhos levaram um tempo para ajustar-se à luz do sol
brilhante e imediatamente avistou um sedan preto estacionado próximo a
saída lhe esperando. Com um suspiro, sabia quem era, mas não sabia o que
lhe custaria pegar uma carona.
Muita coisa mudou nos sete anos em que esteve preso. Tomou
muitas coisas por garantido, como roupas que realmente se encaixavam. Seus
músculos intumesceram em seu corpo maior, esticando as roupas que tinha
usado na prisão. Um zumbido alto soou enquanto os portões se abriam,
permitindo-lhe estar no lado de fora pela primeira vez em anos. Tirou um
momento para apreciar a liberdade, sentindo a intensa e revigorante sensação
de estar no controle de sua própria vida novamente.
Bem, até certo ponto.
Seu olhar focou na mulher com cabelos loiros e busto generoso, que
entrou no lado do motorista do sedan preto aguardando no estacionamento.
Bella Woods trabalhava para o seu pai e se esforçava em ser tão profissional
quanto podia na sua presença. Uma noite de bebedeira há muitos anos a tinha
deixado completamente envergonhada ao descobrir, da maneira mais difícil,
que não preferia mulheres em sua cama. Agora, ela não parecia muito
diferente. O seu terno de negócios ainda era cinzento e, provavelmente, feito
por algum designer que cobrava mais do que o salário de uma pessoa da
classe média. A loira tirou os óculos escuros de seu rosto e estreitou o olhar
em sua direção.
— Bella.
A mulher inclinou a cabeça para trás.
— Seu pai tem um trabalho para você.
Um trabalho.
Para uma pessoa normal, que não tinha sido contratada por um
tempo, isso poderia ter soado como uma grande notícia. Para ele, só enxergou
anos de prisão sendo adicionados à sua ficha criminal.
— Não, obrigado. — Moveu-se para desviar do carro.
— Ele pagará um milhão.
Isso o fez parar, encolhendo-se pela tentação maldita que era. Um
milhão. Parecia uma quantidade surreal. Virou-se lentamente, como se a
mulher tivesse algo mais na manga. Em vez disso, Bella ficou parada lá, nem
um pouco incomodada pela sua recusa.
— Entre no carro, Brice.
Olhou em sua direção, realmente desejando recusar. Depois de todo
esse tempo apodrecendo em uma cela de prisão, estava determinado a mudar
de vida. Quando saísse de lá e ganhasse a sua liberdade novamente, não
voltaria para a vida que levava antes. Maldito seja o seu pai por tentá-lo com
um inferno de um monte de dinheiro. As porcarias de jogos mentais que o
homem jogava nunca deixavam de surpreendê-lo. Sabia qual era a sua
fraqueza e brincava com isso como queria.
Brice caminhou para o lado do passageiro e abriu a porta. Bella
sentou-se atrás do volante e o esperou ajeitar o seu grande corpo no pequeno
espaço. Uma vez que estava pronto, virou o carro para o outro lado e saiu,
seguindo um caminho em direção ao que Brice assumiu ser o complexo de seu
pai.
— Esse trabalho é bem difícil. Seu pai já esgotou todos os esforços
para pegar esse cara, mas o homem parece escorregar por entre os dedos o
tempo todo. Precisa de você, e por causa disso, está disposto a compensá-lo
fortemente por trazê-lo.
— Deixe-me adivinhar. É uma missão intergaláctica. — Rosnou a sua
resposta enquanto pensava sobre o esforço necessário para completar a
missão. Não tinha apreciado saltar de planeta em planeta para rastrear a
última caça. Seria estúpido seguir com isso, mesmo se o seu pai pagasse um
milhão.
— Não necessariamente. Apenas de alto perfil. — Fez uma parada ao
lado de um poste de rua e pegou uma pasta escondida no console. — O alvo é
Jai Chastain. Trinta e dois anos. Solteiro. Um político bilionário e influente nas
Forças Blackburn. Seu rival é Garnet Ardell, que quer vê-lo morto.
Aparentemente, Ardell estava querendo assumir o lado político da carreira de
Chastain, mas o homem é inteligente demais para isso, e consequentemente,
para nós.
Brice bufou.
— Quer dizer que o favorito do meu pai não foi capaz de chegar ao
seu alvo?
O favorito do seu pai. O pensamento de Andrew Walt fez Brice cerrar
os punhos. Não só o cara era um idiota que adorava armar confusão, também
era bom em fazer as pessoas pensarem ser algo que não era. Brice sabia que o
cara só andava pendurado em seu pai, no desejo de algum dia se transformar
no homem para assumir a empresa de assassinos. Com tantas pessoas
desejando a morte do outro, a confiança geralmente era algo raro. Brice não
entendia porque o seu pai confiava no babaca, mas sempre o observava como
um falcão quando estava ao redor. Não precisaria de muito esforço para ver
que queria Andrew Brice bem longe. Matá-lo seria uma opção. A prisão seria
outra.
— Não acho que realmente queira falar sobre ele. — Bella utilizou um
caminho diferente que conduzia para longe da rota normal ao complexo de seu
pai. — Além disso, não se trata de Andrew.
Brice bufou.
— Está protegendo-o? Deixe-me adivinhar. Vocês estão dormindo
junto?
A mulher o encarou com ódio em seus olhos.
— Você deve ter me considerado desesperada depois do que
aconteceu entre nós, mas estou longe de ser tão desesperada.
Sorriu. Gostava de Bella. Talvez, se as coisas fossem diferentes, os
dois teriam feito um time invencível. Fantasiou sobre ela para ver se tinha
alguma coisa lá. Tentou força-se a estar com a mulher para ver se isso
funcionaria. Mas fracassou e acabou de uma forma miserável. Terminou com
Bella fugindo nua de seu quarto, exceto por um fino lençol branco envolto em
torno de seu corpo, e Brice sentado nu em sua cama, se perguntando quanto
mais poderia estragar a sua vida.
Não foi uma surpresa saber que gostava de homens. Tinha mais a ver
com esgotar todos os esforços para ser o que seu pai queria que fosse. Ficar
com Bella teria deixado o seu pai orgulhoso. No entanto, isso simplesmente
nunca teria funcionado.
— Está sorrindo como se estivesse tramando alguma coisa. — Bella
comentou.
— Nada ainda. — Brice olhou para o conteúdo da pasta.
O homem em questão era bonito. O típico cara de negócios com
roupas extravagantes e cortes de cabelo caros. Não parecia um homem
inteligente o suficiente para escapar de uma tentativa de assassinato, mas
estava na política então isso realmente era autoexplicativo. Parecia rico o
suficiente para financiar uma série de crimes intergalácticos embora estivesse
muito longe de ser um chefe da máfia. Virou a página e encontrou fotos dos
atuais membros da equipe dele, seus correspondentes e assessores confiáveis.
Tudo o que encontrou pareceu tão sem noção quanto o seu suposto chefe.
— Diga-me novamente como esse cara escapou dos esforços de meu
pai?
Bella desacelerou o veículo até parar na frente de um grande
complexo que não estava ciente de onde ficava.
— Em todos os momentos, há pelo menos dez pessoas com o
homem. Quando está em uma festa, há dez pessoas. Quando está cumprindo
seus deveres políticos, há dez pessoas. Embora não seja difícil se infiltrar em
uma comitiva, é difícil capturá-lo porque ele usa chamarizes. Nossos homens
relataram que toda vez que fizeram um movimento, o alvo não era de fato o
alvo. O homem escapou sem nenhum vestígio e atirou todos nós de volta à
estaca zero.
— Nós? Ou seja, você?
Bella olhou para o complexo à frente.
— Fiz o meu melhor antes de solicitar que o considerassem.
Brice estreitou o olhar sobre o alvo. Um ato de desaparecimento não
era incomum. Chamarizes não eram incomuns. Lidou com vários casos em que
os dois estavam envolvidos.
— Tem certeza de que esse cara está por trás desse jogo com a
gente? — Perguntou Brice, sacudindo a fotografia com o polegar. — Não
acredito que esse homem seja assim tão inteligente ou tão experiente. Alguém
deve estar o protegendo.
— Quem? — Perguntou Bella.
Brice deu de ombros.
— Poderia ser qualquer um. — Colocou o arquivo de lado e olhou ao
redor. — Onde estamos?
A mulher respirou fundo.
— Sua casa. — Disse e virou-se para olhá-lo. — Embora não seja tão
luxuosa quanto à propriedade de seu pai, é bastante agradável. Ninguém irá
incomodá-lo. Já fiquei aqui algumas vezes por minha conta.
Apertou um botão na viseira e um grande muro de concreto na frente
deles começou a abrir, revelando uma entrada de automóveis. O lugar era
uma fortaleza. Brice observou.
— Meu pai quer que eu more em uma de suas casas? — Balançou a
cabeça. — Não, obrigado.
Abriu a porta quando o carro começou a se mover.
— Feche a porta, Brice. Vai gostar da ideia quando explicar tudo para
você.
Então trocou uma prisão por outra. Bateu a porta e seguiram por um
longo caminho que levava a uma mansão que faria qualquer famoso corar. Não
era a casa do seu pai, mas, como Bella tinha dito, era muito boa. A mulher
estacionou o carro na frente da casa e saiu.
— Agora que estamos aqui, derrame.
— A ideia que tivemos foi de você atrair o alvo para cá. — Ela
estendeu os braços. — Entrar em seu círculo através de seu carro de luxo e
seus maços de dinheiro. Talvez fazendo uma doação para sua campanha.
— Mas não tenho um carro de luxo e maços de dinheiro.
— Agora tem. — Apontou para a porta da frente. — Agora, você é o
senhor e mestre desta fortaleza. Um rico empresário que acabou de se mudar
para a Força Blackburn e quer se envolver na política.
Franziu a testa.
— Quem veio com essa ideia?
Ela hesitou.
— Andrew.
Bufou.
— Não, obrigado. Se vou fazer isso, farei do meu jeito.
— Não é uma má ideia.
— Não é a maneira como costumo trabalhar também.
Bella bufou.
— Bem, existem algumas demandas antes de trazer o contrato. Você
precisa limpar-se. Parece que acabou de sair da prisão e isso não o fará chegar
a qualquer lugar perto do alvo. Seu pai concordou em colocá-lo nesse trabalho
pela excessiva quantia de um milhão, mas o prazo é de dois dias. E também
solicitou que o deixe saber o seu paradeiro em todos os momentos.
Brice bufou.
— A minha contraoferta é, diga-lhe para cair fora e me deixar fazer o
trabalho.
Ela revirou os olhos e puxou o contrato em seu transmissor de acesso
instantâneo (AI). Começou a digitar o que assumiu ser a sua contraoferta e
esperou. Segundos depois, seu rosto passou de irritada para surpresa.
— Ele aprovou. — Disse entregando-lhe o dispositivo. — Assine.
Brice furou o seu dedo na pequena agulha ao lado do dispositivo e
pressionou o dedo sangrento na tela. Em poucos segundos, o dispositivo
transmitiu a sua assinatura de sangue ao seu pai. O contrato estava completo.
— Já que não tem nada, vou te dar um transmissor AI e lhe passar
uma cópia do contrato. — Bella colocou o dispositivo no bolso. — Devo
perguntar como está pensando em lidar com este problema?
Brice sorriu.
— Não.
O grande corredor da entrada estava decorado em marrom e
dourado. Não se importava com o lugar, mas odiou o fato de depender do seu
pai para qualquer coisa. Conhecendo-o, o homem descontaria o preço de sua
estadia de seu pagamento, de qualquer maneira.
— Bem, se não precisa de mim para mais nada, vou embora. O
transmissor estará aqui pela manhã.
Claro que estaria. Só podia imaginar como o dispositivo iria controlar
todos os seus movimentos. Seu pai nunca respeitava o contrato, e foi por isso
que concordou com os termos de Brice. Este era um jogo de cada um por si e
Brice nunca perdia.
****
Jai teve aquela sensação de novo. A mesma sensação que tinha tido
por quase um mês agora. Era mais do que o seu senso de paranoia habitual.
Estava convencido de que alguém o queria morto. Atirou as cobertas para trás
de sua cama luxuosa e esfregou os olhos enquanto estes se ajustavam à
escuridão no quarto. Algo simplesmente não parecia bem e seguiria o seu
instinto.
Ligou a luminária de cabeceira e piscou algumas vezes com a súbita
explosão de brilho. Ser paranoico não era o seu estilo normal, mas
simplesmente não conseguia afastar a sensação de estar sendo observado.
Levantou-se da cama e caminhou em direção ao grande e luxuoso banheiro
anexado ao seu quarto. As bancadas de mármore continham poucos pertences
pessoais como se a mansão que vivesse não fosse sua casa. Toda a sua vida
era um espetáculo e algo que tinha começado a se ressentir.
Virou a torneira e jogou água fria em seu rosto. Desde que fora eleito
como líder das Forças Blackburn, sabia que passaria noites sem dormir e horas
tentando impressionar pessoas de quem não gostava. Naquela época, gostou
de toda essa emoção. Hoje, simplesmente queria a sua antiga vida de volta,
uma que não estava sob o olhar atento de milhões. Ou, mais importante, uma
que não fizesse as pessoas terminarem mortas.
Respirando fundo, estendeu a mão para agarrar a toalha para secar o
seu rosto. Uma figura negra capturou a sua atenção segundos antes dele ser
empurrado contra a parede próxima. Dedos apertaram ao redor do seu
pescoço. Ele engasgou e lutou para respirar. O homem era enorme. Construído
como uma parede de tijolos e com olhos indiferentes. Jai tentou puxar os
dedos do seu pescoço.
— Quem te mandou? — Jai engasgou, tentando o seu melhor para se
soltar do aperto de aço do intruso. — Diga-me quem me quer morto.
A pressão diminuiu, mas seu hóspede indesejável não disse nada. Jai
estreitou os olhos, tentando ler a figura volumosa. Não havia nada que
chamasse atenção. O cara estava vestido de preto. Era grande. E tinha olhos
escuros. Poderia ser qualquer uma das enumeras pessoas que conhecia ou
com quem trabalhava. Poderia ser uma pessoa que o odiava do partido político
da oposição. Simplesmente não havia nenhuma resposta ali, não que pudesse
reconhecer.
— Pode pelo menos me dizer quem é o meu inimigo.
Os dedos o soltaram e o doce e abençoado oxigênio fluiu de volta
para os pulmões de Jai. Dobrou-se tentando recuperar o fôlego enquanto o
homem ficava ali o olhando.
— Você quer dinheiro pelas respostas?
A figura volumosa cruzou os braços sobre o peito.
— Fale comigo caramba!
O homem agarrou um punhado do cabelo de Jai e puxou sua cabeça
para trás.
— Se fosse você, contrataria um guarda-costas. Sua segurança é
fodida.
Tão rápido quanto apareceu, o homem foi embora. Jai respirou fundo
e piscou algumas vezes. O sentimento não chegou a ir embora. Ainda
suspeitava que alguém o quisesse morto, mas não sabia quem. Esfregou a
garganta e desligou a luz do banheiro.
O quarto estava em silêncio, nenhum vestígio do intruso em qualquer
lugar. Olhou em volta procurando o local de entrada e não o achou. Não ouviu
nenhuma porta abrir ou fechar quando apareceu e nem quando partiu. Talvez,
se um homem mascarado conseguiu entrar em sua casa e passar por sua
suposta equipe de segurança, então a sua segurança era realmente fodida.
Como diabos isso aconteceu?
Melhor ainda, o que faria sobre isso?
Jai abriu a porta e foi encontrar o seu chefe de segurança que estava
trancado na sala de jantar, jogando pôquer com alguns membros de sua
equipe de segurança. Jai estava lívido.
— O que diabos estão fazendo aqui?
Todos o olharam e imediatamente se levantaram. Jai olhou para o
chefe da sua segurança, ofegando como um touro pronto para atacar.
— Você estava dormindo. A casa está segura. Não tínhamos nada pra
fazer.
Jai lhes deu uma risada sem humor.
— A casa está segura? De verdade? Então como diabos algum intruso
mascarado acabou de entrar no meu quarto e quase me estrangular até a
morte alguns minutos atrás?
Apontou para o seu pescoço, onde as marcas vermelhas do ataque
ainda permaneciam. Todos na sala arregalaram os olhos. Algumas maldições
preencheram o silêncio enquanto Jai esperava por uma resposta.
— Nós vamos fazer uma varredura no perímetro. — O chefe de
segurança começou a latir ordens e os homens dispersaram. — Sinto muito,
senhor. Isso definitivamente não vai acontecer de novo.
— Quero que me encontre um guarda-costas. Alguém para ficar
comigo de dia e de noite. Não quero algum imbecil inexperiente com uma
arma. Quero alguém que saiba o que diabos esta fazendo e que seja letal. —
Jai passou a mão pelo cabelo. — Você me entendeu?
— Sim senhor.
— Vou tentar dormir um pouco na porra do bunker1. Não me
incomode.
Jai se viu caminhando para o único lugar dentro da casa que se sentia
seguro. Poucas pessoas sabiam sobre o bunker e estava confiante de que com
todas as precauções e tecnologia avançada colocada na fabricação dele, levaria
algo como uma bomba nuclear para violar a coisa maldita. E não tinha
realmente certeza se isso faria algum dano.
Entrou no local e acendeu as luzes enquanto fechava e trancava a
porta de aço atrás dele. Sabia que o sono não viria, então encontrou um papel

1
Esconderijo subterrâneo que contém tudo o que alguém precisa para sobreviver.
e caneta e estabeleceu-se no sofá na sala de estar. Gastar o seu tempo
tentando descobrir quem o queria morto parecia a coisa lógica a fazer. Se iria
tentar permanecer vivo, precisava saber quem era o seu inimigo e como
eliminá-lo rapidamente.

Capítulo Dois

Brice entrou pelas portas da casa de Jai Chastain completamente


consciente do seu entorno. Depois de entrar e testar a segurança na noite
anterior percebeu que era quase demasiado fácil chegar perto do alvo. Se ele
pôde violar a segurança sem muito esforço, porque Bella e Andrew não
conseguiram? Ambos eram assassinos muito competentes. Sabia que Andrew,
mesmo tão idiota quanto era, poderia ter violado a segurança com uma venda
nos olhos. Isso por si só, acionou os alarmes na mente de Brice e estava
determinado a descobrir o porquê.
— Seu currículo é impressionante, Sr. Steel. Seu serviço nas Forças
Especiais Blackburn como soldado letal, em operações clandestinas, é
exatamente o que procuramos. Você recentemente começou sua própria
agência de proteção, mas tenho que dizer, alguns de seus antigos clientes
recomendaram seus serviços. — Atticus Mueller era o chefe da segurança de
Chastain, e Brice sabia, sem dúvida, que o homem tinha pouca experiência e
ainda menos compreensão do que diabos estava acontecendo. Outra bandeira
vermelha no radar de Brice.
— Na minha profissão, um cliente feliz é sempre a meta.
Toda a história de fundo era um embuste. A única vez que serviu foi
quando o seu pai o obrigou... E estava disposto a apostar que foi a pior coisa
que as forças especiais experimentaram. Os clientes eram antigos
companheiros de cela, se passando por pessoas de alto perfil. Era muito fácil
criar uma mentira e ainda mais fácil fazer aqueles que necessitavam dela
acreditar.
— O senhor Chastain está em seu escritório. Ele gostaria de
entrevistá-lo pessoalmente. — Ele o conduziu por grandes portas de madeira
com entalhes. Brice ficou pacientemente esperando enquanto o homem batia
sobre a madeira e esperava por uma resposta.
— Pode entrar. — Atticus sorriu e se afastou.
Brice entrou no escritório e fechou a porta atrás dele. Com toda a
pesquisa que fez, percebeu que a força política de Garnet Ardell era fraca.
Estando preso nos últimos anos, perdeu todo o contato com a política do
planeta. Aparentemente Ardell ia ganhar, mas Chastain apareceu no último
minuto e roubou-lhe a vitória. Isso o irritou, porque Chastain era suposto ser
uma isca, mas o pessoal da Força Blackburn gostou mais dele. Isto provocou a
necessidade de Ardell eliminá-lo e intervir para ocupar o lugar do seu principal
rival.
— Senhor Steel. — Chastain acenou para o lugar vago em seu
escritório. — Sente-se.
Brice sentou-se. Ele tinha se arrumado bem para a entrevista. Fazia
muito tempo... Desde que tinha usado um terno, mas encontrou um que lhe
coube e embora se sentisse estranho, o fazia parecer distinto.
— Minha equipe diz que você é o melhor que este planeta tem para
oferecer em termos de conhecimento em segurança e força letal. Isso é
verdade?
Brice encontrou seu olhar. Apesar de Chastain parecer não ter
dormido muito, tinha uma faísca em seus olhos que não podia ser confundida
com nada além de medo. Ele temia por sua vida e tinha todos os motivos para
isso.
Brice lambeu os lábios.
— Eu sou.
— Entende que o trabalho implicará que esteja comigo a cada
segundo do dia? Pode lidar com isso? A maioria dos oficiais das forças
especiais são seres solitários. Tenho uma vida agitada e envolve falar com
muitas pessoas diferentes em um determinado momento.
— Posso aguentar qualquer coisa que jogar no meu caminho.
— Pode lidar com um assassino tentando me matar? Não tenho uma
excelente descrição dele, mas é grande, é mau e é mortal.
Brice sorriu por dentro. Se ele soubesse.
— Não tenho medo de algum assassino estúpido.
Jai olhou para ele.
— Fala assim porque se garante ou é apenas uma atitude arrogante?
Minha vida está em perigo e não preciso de um idiota que não seja capaz de
fazer algo porque nem tem ideia do que seja.
Brice viu a frustração. Viu a intensidade da expressão de Jai. Medo
fazia um monte de coisas malucas para as pessoas, e o medo da morte
multiplicava isso por dois milhões.
— Tenho certeza de que posso protegê-lo de qualquer um ameaçador
o bastante que queira matá-lo.
— Levaria um tiro por mim?
Brice olhou nos olhos dele. Tranquilidade era necessária neste
momento.
— Sim.
— Por que devo contratar você?
Ele odiava as perguntas. O papel sempre exigia tortura mental e Jai o
entrevistando era como tortura mental. Não gostou de ter sua capacidade
questionada. Também não gostou de ser testado. O homem claramente tinha
razão para fazer perguntas, mas Brice odiava respondê-las.
— Sou bom no que faço e você precisa de mim.
O homem tinha um olhar de desdém no rosto.
— Eu preciso de você?
Brice assentiu com a cabeça.
— Não encontrará ninguém neste planeta que pode parar seus
assassinos além de mim. Acho que deve me contratar só por esse motivo.
— Você é um babaca arrogante. O que o faz tão especial que pode
parar assassinos desconhecidos?
— Sou mais esperto do que eles são, e tenho mais experiência
caçando e matando pessoas, que esses amadores atrás de você. Sou sua única
esperança de sobrevivência. Por isso, acho que deve me contratar.
Jai esperou alguns segundos antes de finalmente desviar o olhar.
— Se o contratar, espero que se mude imediatamente.
— A maioria dos caras oferece me pagar uma bebida antes, mas em
seguida vou transferir minhas coisas para sua casa.
— Espero que durma no meu quarto. — Insegurança emanava de Jai
em ondas. Brice pressentia que pedir a um homem para dormir no quarto dele
não era uma coisa normal para um político bilionário fazer. Só deixou Brice
mais interessado no homem, e com certeza pretendia descobrir tudo sobre os
aspectos de sua vida privada, assim que conseguisse o emprego. — Se isso o
deixa desconfortável, então preciso achar outra pessoa para ser meu guarda-
costas.
— Se queria um amigo de foda, por que não disse logo? Trabalho
como amante. — Brice sorriu para o choque na face de Jai. O homem parecia
completamente ofendido e ainda que curioso ao mesmo tempo. Isto estava
ficando cada vez mais divertido.
— Não quis dizer isso. — Ele finalmente disse.
Brice riu.
— Relaxe. Assim que estiver trabalhando, não terá nada além da
política para se preocupar.
— Por alguma razão, acredito em você quando diz isso.
Brice piscou para ele.
— Isso significa que estou contratado?
Jai engoliu em seco. O homem realmente teve uma noite difícil. As
impressões de onde os dedos de Brice tinham marcado sua garganta se
destacavam fortemente contra a palidez da camisa branca enrugada. Seu
cabelo estava uma bagunça, como se tivesse passado os dedos através dele
por muito tempo. Apesar de tudo, parecia totalmente e completamente
gostoso.
— Sim, está contratado. Começa imediatamente. — Jai respirou
fundo. — Por favor, fale com Atticus e conheça nosso sistema de segurança.
Se tiver alguma ideia para contribuir e tornar este lugar mais seguro, por
favor, compartilhe.
Brice assentiu com a cabeça.
— Vou ver o que posso fazer.
Ele foi em direção à porta. Agora que estava dentro, precisava
descobrir o que realmente estava acontecendo antes que completasse a tarefa.
Por alguma razão, não achava que tudo o que Bella tinha dito era
completamente verdade. Não era incomum mentir na sua profissão, mas
queriam que ele voltasse muito desesperadamente. Deram-lhe um trabalho
que parecia aparentemente impossível para alguns dos melhores assassinos
em campo, e Brice violou a segurança muito facilmente à primeira vez. Nada
foi acrescentado desde então, na realidade esse cara deveria ter morrido muito
antes que Brice fosse libertado da prisão.
Se essa realmente fosse a intenção verdadeira de qualquer maneira.
Descobriria de uma maneira ou de outra. Precisava se preparar para
o que possivelmente poderia passar a limpo.

****
Merda. Droga. Foda-se tudo para o inferno. Jai fechou a porta de sua
sala e respirou fundo. Disse a equipe para encontrar o melhor guarda-costas
do planeta e lhe trouxeram um modelo de merda. Um modelo muito musculoso
que parecia ter encarado a morte algumas vezes. Foda-se. Jai passou a mão
sobre a cabeça enquanto tentava se acalmar. Não precisava ficar atraído pelo
seu guarda-costas. Precisava se concentrar no que estava acontecendo em sua
vida.
A noite provou ser completamente inútil na tentativa de descobrir
quem o queria morto. Ele tinha muitos inimigos e não amigos que
preencheriam uma lista nada curta. Desde os rivais políticos até ao pessoal do
Blackburn que fazia parte da parte da oposição. Pode ser qualquer um.
Ele sentou em sua cadeira e pegou os relatórios dos últimos meses.
As pessoas na sua folha de pagamento não deviam estar na lista, mas Jai não
confiava em ninguém. Não pensou que alguém que trabalhava próximo a ele
precisaria contratar alguém para matá-lo. Aparentemente, já teriam feito
pessoalmente, se fosse esse o caso. Não parecia um trabalho interno então
começou a olhar para as pessoas de fora.
Foi onde os números aumentaram consideravelmente.
Contratar alguém para matá-lo, na verdade, queria dizer que a
pessoa tinha que lucrar com sua morte de alguma forma. Este era o atributo
chave que o aturdiu. Havia muitas pessoas que o queriam morto, mas quem
lucraria mais com isso?
Ele esfregou a mão sobre o rosto e olhou para sua tela de
computador. Matá-lo poderia colocar Ardell Garnet na parte superior do quadro
de líderes da corrida política, mas a única coisa que tinha que fazer era ganhar
a próxima eleição. Ele não assumiria automaticamente após a morte de Jai.
Ainda teria que conquistar as pessoas da Força Blackburn e eles eram um
público difícil.
A dor batendo em seu crânio sugeriu que precisava de uma pausa.
Com seu novo guarda-costas, sentiu-se um pouco mais relaxado. Ele tinha
toda a confiança que Brice trataria de tudo o que precisava ser organizado.
Pelo menos esperava que fosse o suficiente para realmente dormir na própria
cama.
Fechou seu escritório e subiu para o quarto. Tudo parecia tão
tranquilo que só o deixava mais desconfiado. Esqueceu-se de dar a Brice um
tour pela casa, mas achou que Atticus cuidaria disso. Tirou sua camisa e calça
e foi para a cama. A porta estava fechada, as janelas também e o quarto
aparentemente seguro.
Então porque não se sentia da mesma maneira?
Mesmo com um guarda, não queria se sentir como uma criança
precisando de alguém para cuidar de cada movimento seu. Não queria precisar
que Brice viesse para a cama com ele quando quisesse dormir. Fechou os
olhos e pensou sobre o homem bonito como um modelo. De onde será que ele
veio que foi tão abençoado com aquele aspecto. Talvez fosse geneticamente
alterado. Não havia qualquer homem, em qualquer planeta, que parecesse tão
bom, então tinha que ter alguma coisa muito diferente sobre ele.
Algo era definitivamente atraente demais sobre ele.
Jai suspirou. Não era extremamente profissional pensar em um
empregado de maneira sexual. Ele já tinha escândalos suficientes em sua vida,
sem adicionar mais isso. Mas se permitiu se distrair com a ideia por alguns
segundos. Brice tinha um corpo grande e lábios perfeitamente beijáveis. Tinha
um ar que sugeria dominação que só deixou Jai mais ligado. Seu pau
endureceu ao pensar em Brice o dominando na cama. Não era do tipo me
amarre, como gostavam algumas pessoas, mas definitivamente gostava de
sexo mais áspero.
Ah, sexo. Não tinha certeza de que se lembrava de como fazê-lo. Não
se lembrava da última vez que teve sexo com um homem. Com os olhos
fechados, imaginou os lábios de Brice envolvendo o seu pau e enfiou a mão em
suas calças para se acariciar. As pessoas com cargos políticos tinham os casos
mais picantes imaginados.
Um político e seu guarda-costas. Poderia ser tão picante assim?
Ele gemeu quando aumentou o aperto em torno do seu pau, seus
movimentos ficaram frenéticos enquanto se esforçava para gozar. Talvez
devesse tê-lo como amante clandestino. Sabia que definitivamente teriam um
pouco de diversão. Com um gemido gutural, Jai gozou duro, clamando para a
escuridão quando o seu orgasmo se espalhou. A imagem de Brice veio em sua
cabeça antes que percebesse que o homem estava em seu quarto olhando
para ele.
— Foda-se! — Jai agarrou os cobertores e os puxou sobre o seu
corpo. — O que está fazendo?
— Esperando por você terminar. — Brice veio em direção a ele. —
Sempre se masturba para dormir?
Jai engoliu em seco, mortificado.
— Não.
— Então é só quando estou perto?
Quando Jai abriu os olhos, Brice estava sorrindo.
— Há alguma coisa que precise?
— Só fazendo o meu dever. — Ele puxou alguns lenços de papel da
caixa na mesa de cabeceira e lhe alcançou. — Pensei que preferia me manter
por perto.
— É bom. — Jai pegou os lenços e se limpou. — Só me mantenha
vivo. Não me importo como faz isso.
— Sim. Tenho certeza.
Jai levantou e jogou os lenços no cesto do lixo ao lado da cama.
— Mas ter alguém me observando dormir é assustador.
Especialmente desde que o homem mascarado entrou sem ser detectado no
meu quarto.
— Então quer que eu fique no corredor?
— Não importa. — Jai tirou sua cueca, dando as costas para Brice. —
Preciso dormir um pouco.
Após se estabelecer pela segunda vez, Jai pôde finalmente relaxar.
Brice foi para o sofá no quarto e sentou. Não demorou muito antes de Jai cair
no sono, completamente satisfeito com a segurança ao seu redor.

Capítulo Três

Brice entrou sorrateiramente no escritório de Jai enquanto o homem


dormia. A primeira coisa que viu foi uma lista de pessoas, feita por Jai, que
poderia representar uma ameaça para ele. Arnett estava no topo de suas
suspeitas. Brice passou por seu computador e encontrou um arquivo de fotos
de vigilância de Arnett. Aparentemente, observou-o por um tempo. Brice clicou
através de uma série de fotos. A maioria das fotos parecia sem importância até
que encontrou uma do encontro de Andrew com Arnett.
Brice fez uma pausa, franzindo a testa para o cenário à sua frente.
Para um olho destreinado, isso poderia parecer uma conversa sobre trabalho.
Arnett contratou Andrew para matar Jai. Mas sua linguagem corporal dizia uma
história diferente. Estava muito amigável. Muito suspeito. Lambeu os lábios e
enviou a foto para o seu transmissor IA. A maioria das pessoas se reunia com
o seu pai quando discutiam tais casos de alto perfil. Matar uma figura política
proeminente seria definitivamente um caso de grande repercussão.
Alguém atingiu a maçaneta e Brice rapidamente saiu do programa do
computador e se escondeu nas sombras. Viu quando Atticus entrou como se o
lugar lhe pertencesse e passou pela confusão de papéis sobre a mesa. Foi
interessante ver o homem fuçar através das coisas do seu chefe. Mesmo como
chefe da segurança, isso era uma violação de privacidade. Brice sorriu com
seus próprios pensamentos, que foram excluídos, é claro.
Atticus empurrou a lista de suspeitos no bolso e se sentou em frente
ao computador. De onde Brice se escondeu, podia ver que o homem clicou no
mesmo arquivo que Brice. Isso o fez parar. Foi para as imagens exatas do
evento que Brice tinha enviado para o seu transmissor e assistiu Atticus excluí-
los.
— O que está fazendo?
Atticus saltou e girou na cadeira.
— Eu-uh...
— Estava deletando os arquivos. — Brice estreitou os olhos para o
homem. — Por quê?
Atticus engoliu em seco.
— Estava atualizando o arquivo de segurança. Apagamos os dados
antigos para que os novos possam ser adicionados.
Brice caminhou em sua direção.
— Realmente? Só passou a clicar sobre o arquivo de forma aleatória?
Nenhuma outra razão que não apagar dados antigos?
Atticus olhou para baixo. Brice diminuiu a distância entre eles em
segundos e agarrou a garganta do homem, arrastando-o da cadeira e o
empurrando contra a parede mais próxima.
— Diga-me o que diabos você sabe.
— Garnet Arnett contratou Andrew Walt para matar Jai. É um
assassino bem conhecido na Força Blackburn.
Andrew Walt nunca usou seu nome verdadeiro. Havia algo mais. Brice
apertou sua garganta.
— O que mais?
— Walt parecia animado para assumir o trabalho. Disse que isso
aconteceria dentro de um mês. Fui pago por Arnett para facilitar as coisas.
Permitir a violação da segurança para que seu melhor assassino entrasse. No
começo disse que não e estive sempre um passo à frente deles quando
tentaram atacar, mas Arnett elevou o montante. Também disse que me daria
proteção quando a aplicação da lei começasse a investigar. Disse que me
pagaria uma passagem de nave para Bradberry Isle de onde sou.
— Então aceitou a oferta na noite passada e permitiu que o assassino
violasse a mansão.
— Foi-me dito que seria rápido e indolor. Não sei o que aconteceu.
Um barulho veio do outro lado da sala, Brice olhou para cima e viu Jai
em pé na porta. Pelo olhar dele, tinha ouvido uma boa quantidade do que
Atticus lhe dissera. Brice deixou o homem passar e viu quando Atticus se
encolheu contra a parede.
Jai estava surpreendentemente calmo pela informação que acabara
de receber. Entrou na sala e pegou o telefone. Com uma voz calma, chamou a
aplicação da lei e relatou Atticus.
— Não. Eu... Sinto muito. — Atticus implorou, sabendo que sua morte
seria certa se fosse condenado pelo seu crime. Matar e tentar matar uma
figura política era um dos piores crimes na Força Blackburn. Seria punido com
a morte. — Por Favor. Eu te imploro.
— Saia da minha casa. Leve toda a sua equipe com você também.
Atticus correu como um homem em fuga. Brice ficou surpreso por Jai
deixá-lo ir, mas, novamente, não podia correr para muito longe. Sabiam quem
ele era e, a menos que deixasse o planeta, acabariam por encontrá-lo.
Jai sentou na cadeira e olhou para a tela do computador.
— Ele apagou arquivos?
— Apenas um. — Brice apoiou a mão em seu quadril. — Conhece
Andrew Walt?
— Não. Ele é aquele cara? — Jai apontou para outra foto na tela. —
Está envolvido?
Brice não queria dar muita informação.
— Ficarei de olho nele. Nesse meio tempo, precisa de uma nova
equipe de segurança. Você tem um conselheiro ou alguém que pode contratar
novos funcionários para você?
— Você não pode fazer isso?
Brice não queria. Queria que isso fosse o mais simples possível. No
entanto, muitas bandeiras vermelhas apareceram e não tinha certeza do que
diabos estava acontecendo.
— Não. — Brice observou quando a confusão se espalhou pelo rosto
do outro homem. — Sou seu guarda-costas. Não seu chefe de segurança. Não
estou aconselhando a contratação de sua equipe. Apenas o aconselhei a se
proteger contra os idiotas que tentam matá-lo. Agora, preciso descobrir o que
diabos está acontecendo.
Jai assentiu. O pobre homem parecia derrotado. Brice soltou um
suspiro e apertou o ombro do homem.
— Você contrata a equipe para ficar de guarda. Vou protegê-lo de
todo o resto.
Jai estendeu a mão e tocou seus longos dedos contra a parte superior
da mão de Brice.
— Acho que você é a única pessoa em quem posso confiar agora.
Um pequeno pesar o encheu. Brice não era o homem no qual Jai
devia confiar. Estava aqui para descobrir o que Andrew tinha a ver com isso e
honrar o contrato que fez com o seu pai. Mas ele sempre foi bom em sentir o
cheiro de armadilhas e algo lhe dizia que se matasse Jai, seria morto também.
****
Jai gastou uma boa parte do dia recebendo seu novo segurança no
local. Tinha visto Brice indo e vindo, mas não se atreveu a perguntar o que
estava fazendo. Durante todo o curso do dia, pegou-se olhando para Brice.
Não somente o fez sentir-se verdadeiramente conectado ao homem, depois de
encontrar o rato em sua casa, como também se viu sonhando em como seria
tê-lo em sua cama.
Suspirando, voltou sua atenção para repassar sua agenda. Tinha
algumas reuniões importantes no período da manhã, o que significava que
precisava dormir um pouco. Precisava parar de pensar em Brice de uma forma
sexual.
— Foda-me.
— Não me tente. — O olhar de Brice cintilou sobre Jai, como se
estivesse avaliando sua oferta e considerando-a.
O homem parecia muito lindo. Vestia calças pretas com uma
camiseta preta que definia seus músculos. Parecia muito malvado e o pau de
Jai se agitou ao pensar nisso. Não era mais um adolescente que vivia excitado,
mas desde que Brice entrou pela porta, Jai só pensava em ter relações sexuais
com o homem.
— Descobriu alguma coisa importante?
— Ainda não. — Brice cruzou os braços sobre o peito.
Jai assentiu.
— Tenho um dia agitado amanhã por isso viajaremos muito. Há um
novo assessor de segurança entrando. Um ex Forças Especiais também. Era
um comandante na guerra em Brittany quando os derrotaram, assim é
altamente recomendado para o trabalho. Acho que vocês dois podem se dar
bem.
Desligou o seu computador e se levantou.
— Quanto a esta noite, definitivamente preciso dormir um pouco.
Sem intrusos mascarados. Sem problemas. Apenas doces sonhos felizes.
Brice acenou. Era estranho como se sentia confortável com esse
homem. Por natureza, Jai não confiava facilmente, mas desde que Brice expôs
a traição de Atticus começou a gostar ainda mais dele. O babaca arrogante
virou o guarda-costas autoconfiante que só podia sonhar em estar com ele. E o
seu cheiro. Algo amadeirado, algo extremamente masculino e forte. Caminhou
em direção a ele, sentindo o seu aroma e, merda, estava perto de implorar ao
homem para transar com ele.
O que diabos havia de errado com ele?
— Continue me olhando desse jeito, e eu poderia...
Jai piscou algumas vezes.
— Desculpe?
— Está lambendo os lábios e olhando para o meu pau. — Brice abriu
a porta do escritório para ele e as bochechas de Jai aqueceram-se. — Isso é
geralmente um sinal de que você quer foder. Pelo menos de onde venho, de
qualquer maneira.
Jai esfregou os olhos.
— Sinto muito. Não tive a intenção de agir dessa maneira.
— Não sou contra isso. — Brice o observou, esperando que se
movesse. — Nada para se arrepender ou envergonhar.
Passou por ele e se dirigiu para as escadas. Brice o seguiu alguns
passos atrás. Se ele não era contra isso, então por que diabos Jai se
importava? Com todo o estresse, um orgasmo com um homem sexy liberaria
um pouco da tensão. Quando chegou ao andar de cima, se dirigiu para a
esquerda que levava ao seu quarto na outra extremidade do corredor. Não era
necessariamente misturar negócios com prazer. Não havia nenhum sentimento
envolvido. Sexo pode ser simplesmente sexo por causa do sexo. Poderia ir em
frente com isso?
Talvez.
Destrancou a porta com o leitor de digitais e entrou, esperando todos
os cinco segundos para que Brice entrasse e a fechasse antes de fazer o seu
movimento. Jai empurrou o outro homem contra a porta, tomando sua boca
com um beijo duro. Lambeu e mordeu os lábios de Brice só para ter o gosto do
homem sexy tão bem quanto podia.
Jai passou os dedos ao longo do abdômen duro de seu amante,
gemendo em seu beijo. Tudo o que podia pensar era em ter o corpo musculoso
e quente de Brice envolvido em torno dele. Deixou cair suas mãos para o cós
da calça de Brice e se atrapalhou com o fecho. Precisava do pênis do homem
em uma parte dele agora.
— Merda. — Jai afastou a boca de Brice e puxou o fecho aberto. Brice
observou o homem puxar as calças sobre o seu quadril para baixo em suas
coxas. Longo e grosso, o pênis gostoso apareceu com uma tentadora gota de
pré-sêmen na ponta. Jai caiu de joelhos, incapaz de esperar mais, e levou o
pau do homem em sua boca.
Percorrendo as mãos para cima e para baixo nas coxas peludas de
Brice, o chupou, levando-o para o fundo de sua garganta um pouco de cada
vez, não era possível obter o suficiente. Brice o observou de cima quando Jai
olhou para ele. Aqueles olhos escuros, avaliando-o o havia encantado.
— Você suga como um sonho. Foda-se. — Brice empurrou seus
quadris para frente, forçando o seu pênis para o fundo da garganta de Jai. Tão
bom quanto provou, um boquete rápido não era a intenção que tinha para o
homem. Jai passou a mão ao longo do interior da coxa de Brice e pegou suas
bolas. O homem era um sonho molhado perfeito, quente e delicioso.
Gentilmente sugou as bolas dele, lambendo a pele macia. Um gemido suave
encheu a sala silenciosa.
Jai o masturbava com uma mão enquanto continuava a explorar o
belo corpo de Brice, beijando e lambendo, trabalhando a boca sobre ele antes
de passar os dentes levemente sobre a carne onde a perna encontrava o seu
quadril. Poderia fazer isso todos os dias como se a porra de Brice fosse a mais
doce porra deste planeta.
Sim, definitivamente precisava disso. Sexo. Uma distração. Algo que
tiraria de sua mente toda a merda acontecendo em sua vida no momento.
Brice parecia ser tudo o que demonstrava. Definitivamente não tinha
escrúpulos sobre isso. Tomando novamente o pau grosso entre os lábios, o
puxou com força profundamente em sua boca. Suas pálpebras caíram quando
o gosto salgado de Brice revestiu sua língua novamente.
— Basta. — Brice empurrou Jai. Seu peito subia com respirações
aceleradas antes de tirar a camisa de Jai e deixá-lo de pé. — Lubrificante?
Jai ofegou, sua antecipação cada vez mais forte.
— Criado-mudo.
Brice se inclinou para beijá-lo muito mais do que ternamente Jai
esperava. Sua língua encheu a boca de Jai, acariciando suavemente contra a
sua própria. Jai esperou um beijo quente e faminto depois de empurrá-lo tão
perto, mas o beijo carinhoso quase o fez gozar. Brice se afastou e deu um
passo para fora da calça. Tirou a camisa em um movimento rápido antes de
caminhar até a mesa de cabeceira nu.
— Você é lindo, sabia? Não tem nada de gordura, nenhuma cicatriz
estranha, não tem muito pelo ou qualquer outra coisa em você. Está
fodidamente perfeitamente bem. — Jai divagou sem pensar duas vezes.
Normalmente controlava o que dizia, analisava objetivamente e criticava
algum ponto que achava necessário na maioria das vezes. As pessoas
interpretavam mal as coisas. Gostavam de retorcer suas palavras e usá-las
contra ele.
— Diz isso como se esperasse que eu fosse hediondo sem roupa.
Não tenho certeza o que penso sobre isso.
— Não hediondo. Só... — Ele o fitou. — Imaginei que o abdômen de
um soldado das forças especiais teria ferimentos de batalha e não se parecesse
com o de um modelo.
Jai jogou a camisa no chão. Tirou suas calças e cueca. Brice o
observou atentamente quando atravessou o quarto em sua direção.
— Acho que preciso disso mais do que você. — Jai rastejou sobre a
cama, seu pau duro com a necessidade. — Seu pênis é fodidamente perfeito
também.
Brice sorriu.
— Sempre elogia seus amantes quando estão tentando transar com
você?
Jai deitou de costas, acariciando o seu pênis.
— E você é sempre silencioso porra?
— Sim.
— Ninguém fez você gritar? — Estalou a língua. — Que vergonha.
Brice riu e Jai foi todo pretensioso para o meio.
— Tem sido um longo tempo. Por quê? Você vai me fazer gritar,
garotão? — Brice sentou-se colocando o lubrificante ao lado e se moveu entre
as pernas de Jai, inclinando-se sobre ele para lamber o comprimento do seu
pênis.
Jai gemeu, estava perto de responder quando a boca de Brice o
cercou, levando o seu pênis para o fundo de sua garganta quase até a base.
Foder sua boca o fez sentir-se bem. Brice equilibrou-se sobre Jai. Todos os
lugares por onde os lábios de Brice percorreram enviou-lhe ondas de prazer se
alastrando por sua espinha.
— Você tem a boca de um deus. — E continuou a percorrer. Quente e
úmida a boca de Brice trabalhou nele, levando-o rapidamente para a beira do
orgasmo. Dois dedos entraram nele, encontraram e esfregaram sua glândula.
Os dedos trabalharam nele com cada movimento, esticando-o para o pênis de
Brice. Foi também extremamente delicioso. — Ah, estou quase...
Brice levantou a cabeça.
— Antes ou depois de entrar em sua bunda?
— Depressa.
Com hábil precisão, Brice esguichou lubrificante no pau grosso entre
as pernas e afastou as bochechas de Jai.
— Tomei a vacina para prevenir doenças.
Vacina? Jai tentou trabalhar seus pensamentos em sua mente
confusa.
— Estou limpo. Uh, mas não tomei a vacina. Por que tomou a vacina?
— Militar. — Brice apertou a ponta do seu pênis contra o traseiro de
Jai e empurrou gentilmente contra a entrada apertada.
Jai quase engoliu a língua. Encarar Brice enquanto entrava nele era
um espetáculo para ser visto. Nunca transou com um homem tão viril e
corajoso, e bonito ao mesmo tempo. Deus, devia estar ficando louco. Jai
fechou os olhos enquanto Brice agarrava seu quadril e o golpeava, em cada
impulso seu pênis roçava contra glândula de Jai.
— Ah, foda. — Jai jogou a cabeça para trás e agarrou os lençóis
abaixo dele.
Abriu suas pernas colocando-as no quadril de Brice enquanto o seu
amante o tomava, o reivindicava. Seus dedos cravavam no quadril do homem
enquanto ficava mais próximo do orgasmo. Jai acariciou o seu pênis no mesmo
ritmo que os golpes de Brice, dirigindo o seu prazer. Precisava gozar, mas não
esperava que o sexo fosse tão bom, tão intenso.
A primeira onda do seu orgasmo o atingiu e o gemido vindo de Brice
dizia que também estava perto. Jai arqueou para fora do colchão quando
gozou sobre o seu estômago e Brice dentro dele enquanto empurrava duro e
profundo. Lutou para recuperar o fôlego enquanto estava deitado lá,
completamente gasto.
— Aqui. — Brice retirou-se dele e imediatamente Jai sentiu falta do
calor. Abriu um olho e olhou para Brice, segurando o lençol para ele. Pegou o
lençol e limpou a bagunça em seu estômago e peito.
— Durma um pouco. Teve um dia agitado. — Brice se inclinou e
gentilmente o beijou.
— Você vai voltar, certo? — Perguntou Jai sonolento. Merda, se sentia
contente e descontraído. Os acontecimentos do dia estavam começando a
retornar.
— Claro. — Brice lhe deu um pequeno sorriso. — Você fez a regra de
eu ter que dormir aqui, lembra?
Jai acenou com a cabeça, fechando os olhos e virando para o lado.
— Não demore muito.
Capítulo Quatro

Uma foda rápida e dura foi tudo o que ele e Brice concordaram, mas
não esperava que fosse tão bom. Ótimo. Porra fantástico. Passou os dedos
pelo cabelo e tentou contemplar sua próxima jogada. Com todas as
informações que reuniu naquele dia, basicamente sabia que Andrew Walt e
Garnet Arnett tinham uma ligação mais do que apenas de negócios. Um
assassino nunca tinha uma reunião com alguém em plena luz do dia, onde
poderia ser fotografado. O fato de que Atticus sentiu a necessidade de apagar
as fotos significava que algo estava errado.
Brice se sentou na varanda e passou a mão sobre o rosto. Muito
parecido com o seu patrão, no momento, estava gasto. Não dormiu muito bem
na noite antes de sua libertação e no primeiro dia que invadiu o quarto de Jay.
Estava tramando e planejando sua abordagem toda a noite fodida, isso lhe
deixou pouco tempo para descansar.
Além disso, tinha que estar em guarda até que a missão fosse feita.
Não tinha nenhuma razão para suspeitar de jogo sujo ainda, mas seus
instintos diziam o contrário. Não confiava em Andrew, tanto quanto poderia
julgá-lo e começou a receber as mesmas vibrações de antes de ir para a
prisão. Inferno, saltou de planeta em planeta para fugir da aplicação da lei e
isso só o fez parecer mais culpado.
Se Andrew estava tramando, definitivamente fugiria como da última
vez. Ficaria e lutaria contra o bastardo. Um rosnado curvou seus lábios com o
pensamento de realmente começar a fazer Andrew pagar por todo o inferno
que o fez passar. A vingança é um prato que se serve frio.
Sua IA apitou e a puxou para fora do bolso. O rosto bonito de Bella
encheu a tela então o abriu para que o holograma pudesse aparecer.
— Vejo que fez um grande progresso. — Ela olhou em volta. — Sei
que disse que não queria saber, mas estou curiosa para saber como violou a
equipe de segurança e conseguiu ter o seu chefe de segurança detido vinte e
quatro horas antes de começar esta missão.
— Nunca conto os meus segredos, Bella. Sabe disso. — Brice
bocejou.
Ela olhou para ele.
— Transou com ele, não foi?
Um tom ligeiro de ciúmes marcou sua acusação. Não era incomum
usar sexo para conseguir o que queria. Por que ser completamente miserável
se você não tem que ser? Além disso, tinha acabado de sair da prisão, se
tivesse o seu caminho, se transformaria em um homem prostituta e transaria
com toda a Força Blackburn.
— Existe algo que queira Bella?
— Um relatório do progresso. Acho que posso informar que está
enrolando para mata-lo? É um retrato fiel do que está acontecendo aqui?
Ele riu.
— Quase soa estar com ciúmes, Bella.
— Eu não entendo por que está em sua casa e não o matou ainda.
— Porque faço tudo em meu próprio tempo. — Ele olhou em volta
para se certificar de que ninguém poderia ouvi-lo. — Não sabe nada sobre
mim, mas sabe disso. Só porque não estou seguindo o plano que você e
Andrew traçaram, não significa que não estou fazendo o que diabos aceitei
fazer.
— Hey, o plano não era meu. Andrew é o único responsável. Acho
que pensou que teria que usar o sexo de qualquer maneira e já que ele é mais
para as mulheres do que os homens, você era o melhor candidato para o
trabalho.
Brice deixou escapar um suspiro.
— Boa noite, Bella. Pode me chamar novamente quando parar de
defender o idiota.
Desligou o IA e o enfiou no bolso. A casa não estava completamente
tranquila com a nova equipe de segurança em guarda todas as horas do dia.
Acenou para os guardas do lado de fora do quarto de Jay e entrou, decidindo
que o seu trabalho do dia foi feito.
Após tirar suas roupas, puxou os cobertores para trás e subiu na
cama com Jay roncando baixinho ao lado dele. Ficou ali na escuridão silenciosa
e se perguntou sobre o homem que estava ao seu lado. A razão para o
assassinato parecia um pouco superficial. Não estava atualizado com a política,
mas acreditava que se Jay morresse, Arnett não subiria ao poder
imediatamente. Haveria uma nova eleição, a menos que tivesse algo na manga
para ganhar isso, as medidas drásticas de assassinar Jay eram estúpidas.
Brice estendeu a mão e acariciou a mão do outro homem. A partir do
que viu naquele dia, adicionando toda a sua bisbilhotice, Jay não era um cara
mau. Estressado, sim, mas não uma pessoa má. Ele queria fazer da Força
Blackburn um lugar melhor e com isso, trabalhava sem parar com os seus
assessores para mudar o planeta para melhor. Houve vários relatos sobre a
escassez de alimentos no lado norte do planeta e muitos documentos
assinados por ele para levar comida para as pessoas que necessitavam. Ele
enviava notas manuscritas para a população do planeta para que soubessem
que ouviu e queria ajudar.
Precisava ser um homem com uma grande quantidade de classe para
fazer isso.
Cochilou por um tempo. Dormir em um colchão normal, depois de
passar quase sete anos em uma laje de concreto, foi uma grande diferença.
Também gostou da sensação de ter alguém ao seu lado. O calor do corpo de
Jay fez Brice ter uma sensação de paz. Não teve muito contato humano ao
longo dos anos. A maioria dos presos simplesmente ficou ao redor enquanto
queriam algo dele e, em seguida, o deixavam. Sem conexão. Sem amor.
— Gosto de deitar ao seu lado. — A voz rouca de Jay soou na
escuridão enquanto Brice estava ali perdido em seus pensamentos. — Você me
faz sentir seguro.
A ternura e vulnerabilidade demonstradas por ele não poderia ser
fácil. Inferno, eles nem se conheciam. Não havia nenhuma razão para Jay
confiar nele ou pensar que por um segundo não o mataria com suas próprias
mãos. Brice olhou para o homem ao lado dele, um pequeno sorriso brincando
em seus lábios. O trabalho sempre foi fácil para ele, mas não este. Brice
prensou seus lábios sobre os de Jay, beijando-o. Os beijos ficaram mais
intensos quando o outro homem o empurrou de volta contra o colchão, suas
mãos tateando os músculos rígidos do peito nu de Brice.
Arrastando a boca para o queixo de Brice, ele beliscou
carinhosamente antes acalmar a dor com a língua. Nunca foi muito de beijar.
Sempre o teve como um ato íntimo e Brice não tinha tempo para intimidade.
Jay, no entanto, gostava de beijá-lo. Brice se encontrou gostando do ato
também. O sabor de Jay era bom. Forte e doce ao mesmo tempo. Trabalhou
um caminho quente de beijos molhados pela garganta de Brice até que
alcançou os seus mamilos.
Rodando sua língua ao redor de um mamilo suavemente, Jay chupou
e lambeu até que Brice gemeu. Seu pênis pressionou contra a perna do
homem e Jay estendeu a mão para acariciá-lo
— Está carente, bebê? — Jay sussurrou contra o seu peito. — Quer
que cuide disso para você?
Seus lábios sugaram o outro mamilo de Brice dando-lhe o mesmo
tormento enquanto acariciava o seu pênis em um ritmo dolorosamente lento.
Brice apertou os ombros do homem e o arrastou para cima. Um confronto
quente de línguas e dentes tinha Brice na borda. Jay se moveu para que
estivesse montado nele, não estava com pressa para cuidar das necessidades
de Brice enquanto continuava a lamber e explorar com a sua boca. Jai arqueou
sobre ele, esfregando sua bunda contra o pau duro de Brice só para provocar.
Brice poderia provocar, também. Ele esfregou o polegar sobre a
cabeça do pênis de Jay, espalhando a gota de pré-sêmen ao redor da ponta.
Jay gemeu na boca de Brice antes de rasgar seus lábios para longe.
— Preciso de você em mim, agora. — Jay pegou o lubrificante,
lubrificou o pau de Brice e o trouxe para o seu traseiro.
Antes tinha sido elétrico. Quente, cru, apaixonado. Era tipicamente o
que foder implicava. Foi bom, também. E seria bom novamente. Como veludo
quente o traseiro de Jay agarrou a ponta do seu pênis. Seu amante se moveu
acima dele, afundando muito lentamente com os olhos fechados e a cabeça
jogada para trás em êxtase. Sim, isso seria fodidamente bom para ele,
também.
Jay se inclinou para trás e balançou os quadris devagar.
— A sensação de dê-lo dentro de mim é.
Brice acariciou o pênis de Jay enquanto o homem o montou. Gemidos
e gemidos encheram o quarto silencioso em torno deles. Brice levantou Jay
para fora dele e virou o homem de forma que estivesse deitado de bruços.
Tomando o controle completamente, o encheu novamente com um golpe duro.
Jay agarrou os lençóis, grunhindo enquanto Brice o tomou. O traseiro
de Jai tinha um controle apertado em torno do seu pênis. Seus dedos cavaram
nos quadris de Jay enquanto empurrava e se retirava, cada vez indo mais
fundo em seu corpo disposto. Seu orgasmo veio tão duro e rápido quanto os
seus impulsos, a intensidade o sacudindo enquanto se agarrou a Jay. O outro
homem grunhiu com seu próprio clímax e Brice desabou em cima dele,
respirando o cheiro quente de homem, suor e sexo. Ele acariciou Jay, sentindo
a necessidade de alguma proximidade. Nunca se sentiu assim antes. Nunca
sentiu a necessidade de ser íntimo junto com o sexo. Sempre foi sobre o
prazer, mas com Jay, sentia algo diferente. Sentia vontade de beijar e abraçar.
Acariciar e simplesmente ficar ali em volta dele.
— Não sou contra o afago, mas não sou um fã de deitar em uma
confusão pegajosa também. — Jay passou a mão ao longo de Brice.
— Oh. — Brice deixou-o ir e retirou-se dele. — Desculpe.
— Não se preocupe. — Jay lhe deu um sorriso caloroso. — O que de
uma chuveirada e depois irmos tomar café da manhã?
Brice assentiu. Eles foram para o banheiro e Jay ligou o chuveiro.
Brice observou os movimentos do seu amante. Era para ser um caso de uma
noite. Era para ser apenas sexo. Brice passou a mão sobre o rosto e chamou a
atenção de Jay para ele.
— Será que quer descansar um pouco? — Jay roçou seu rosto áspero
coberto de barba com os dedos. — Parece que não conseguiu dormir.
Brice tentou sorri e quando isso não funcionou, puxou Jay para um
beijo. Às vezes, falar não era a resposta. Pelo menos para ele. Jay foi o
primeiro a se distanciar e pegou a mão de Brice para arrastá-lo para o
chuveiro. O vapor quente acalmou seus pensamentos enquanto Jay alcançou o
sabonete líquido e esguichou um pouco em sua mão.
— O que o manteve acordado a noite toda? — Perguntou Jay,
acariciando o pênis de Brice com a mão ensaboada. — Certamente não estava
preocupado comigo.
Brice deixou cair a cabeça para trás e os lábios de Jay pressionaram
beijos molhados em seu pescoço.
— Eu não durmo muito. Não é nada de anormal.
— Não é saudável. — Jay lavou as mãos e segurou as bochechas de
Brice. — Você é tão porra sexy na parte da manhã. Acabei de tê-lo, mas juro
que quero você de novo.
Brice pegou o sabão.
— Não sou contra a idéia, mas você não tem uma reunião hoje?
Jay torceu o nariz.
— Posso ignorá-la.
Brice sabia melhor do que isso.
— O dever lhe chama. — Ele virou o outro homem em torno de modo
que suas costas estivessem viradas para ele. — Mas faço uma promessa para
hoje à noite.
Agarrando a parede do chuveiro, Jay deixou Brice lavar suas costas.
— Gosto do som disso, mas a noite parece distante.
Ele ensaboou o corpo sedoso de Jay.
— Você soa como um adolescente com tesão.
A risada de Jay encheu o banheiro.
— Eu acho que sou.
****
Era difícil falar de negócios com Brice ao redor. Jay manteve-se
roubando olhares em direção ao seu guarda-costas como um menino com uma
queda. Inferno, ele tinha uma queda pelo rapaz. Parecia louco e inexplicável,
só o conhecia a dois dias e estava ficando cada vez mais ligado ao homem.
Como se ele fosse querer mais.
Um relacionamento com um político era uma coisa difícil e nem todo
mundo foi feito para isso. Trabalhava o tempo todo e não tinha horas
regulares. Sempre houve problemas de confiança e de vez em quando tomava
algumas bebidas com alguns caras. Por alguma razão, Brice era diferente. Ele
o fez sentir-se protegido, o que era algo que Jay gostava. Parecia
completamente ridículo para um homem adulto querer outro homem para
protegê-lo, mas não era a mesma coisa. Gostou. Gostava dele. O sexo era fora
deste mundo, tão bom que não conseguia parar de pensar na próxima vez que
estaria com ele. Nada disso fazia sentido, desde que era suposto ser um caso
de uma noite ou uma aventura no máximo. Não achava que Brice estava
procurando um namorado e mesmo que estivesse, Jay não estava
completamente certo que poderia ser ele.
O que não o impediu de querer, porém essa era a parte mais
assustadora de todo o cenário.
Após o café da manhã veio uma infinidade de reuniões. Jay não
chegou a ver Brice novamente até o meio da tarde quando Brice o obrigou a
dar uma pausa para o almoço. Tudo sobre o homem parecia caloroso, amoroso
e erótico, tudo ao mesmo tempo. De alguma forma, a idéia de merda tomou
um banco traseiro quando começou a perceber que queria mais com Brice. Os
dois homens tinham uma conexão que não podia ser explicada em um período
de tempo regular. Não estava professando amor, mas a idéia de conhecer
Brice em um nível mais profundo tinha tanto apelo para Jay, que se sentia
como um adolescente com uma celebridade superstar.
— Você é da Força Blackburn? — Perguntou Jay, dando uma mordida
em seu frango a puttanesca com macarrão.
— Poderia dizer isso. Cresci no sul. Minha mãe era de outro lugar,
mas me trouxe para viver com o meu pai quando eu tinha dois anos.
— Você não a conhece?
— Nah.
Brice parecia tão arrogante sobre isso que Jay não fez mais
perguntas.
— O que fez você desejar ser um militar?
Ele encontrou o olhar de Jay.
— A necessidade de paz.
Jay conseguia entender isso. Quando foi eleito, a Força Blackburn
tinha terminado sua terceira guerra civil dentro das últimas três décadas. Elas
realmente promoveram a campanha de Jay como sendo a resposta para todos
os problemas que os civis enfrentavam no planeta. Era uma quantidade
extrema de pressão, mas pensou que estava fazendo a diferença. A paz foi
chegando devagar, mas seguramente.
— Você se dá bem com o seu pai?
Brice respirou fundo.
— Não.
Nem mais nem menos. Jay colocou o garfo de lado e decidiu deixar o
assunto para lá.
— Você já ouviu falar alguma coisa sobre a pessoa que está tentando
me matar? Aquele homem, Atticus, estava tentando escondê-lo. Quem é ele?
— Estou olhando para isso. — Brice se levantou e atravessou a sala.
— Se precisar de mim estarei lá em cima.
Por alguma razão, Brice parecia distante. Jay não sabia o que
aconteceu entre esta manhã e agora, mas não podia pensar muito nisso. Eles
só fizeram promessas para o sexo e talvez isso fosse tudo o que Brice queria
dele. O pensamento doeu, mas não tinha o direito de ficar chateado.
Jay olhou de volta para o seu computador e pensou sobre o que
queria fazer a seguir. Talvez ser honesto com ele era o caminho a percorrer.
Gostava de ter as coisas claras. A honestidade era sempre a melhor política. A
promessa da noite permanecia em sua mente enquanto pensava sobre tudo o
que aconteceria. Se queria ter um relacionamento com Brice, precisava dizer
isso a ele, então precisava fazer isso agora. Antes de transarem novamente e
turvarem mais as águas.
Ele se levantou e foi encontrar Brice.

Capítulo Cinco

Brice saiu para pegar um pouco de ar fresco e arejar seus


pensamentos dos acontecimentos do dia. A brisa fresca refrescou sua pele
quente enquanto observava a paisagem ao seu redor. A área arborizada atrás
da mansão era densamente arborizada e o aroma refrescante persistia por
causa da chuva.
Respirando fundo, sabia o que tinha que fazer. Pegou seu
transmissor IA e ligou para o seu pai. Mesmo que não estivessem em
condições de conversar, seu velho atendeu e sua imagem apareceu como um
holograma no ar.
— Bem, se não é o meu filho pródigo. Como a vida em liberdade o
está tratando?
— Muito bem, até agora. — Sabia que não foi uma brincadeira. Seu
pai não poderia se importar menos sobre o que ele estava fazendo ou com
quem estava. O que queria era ter uma chance para esfregar em seu rosto que
tinha estado na prisão. — Só trabalhando no caso como deveria um bom
menino.
Seu pai riu.
— De alguma forma duvido disso. De que caso você está falando?
Brice fez uma pausa.
— O caso para o qual me contratou. O que você está me pagando um
milhão para resolver.
O rosto de seu pai ficou estoico.
— Um milhão? Nunca pagaria a alguém tudo isso. O que diabos você
está tentando arrancar de mim?
Outro alarme disparou. Com uma digitação rápida, enviou a seu pai o
documento do contrato.
— Você e eu concordamos e assinamos o contrato. Estava combinado
que deveria ficar no seu segundo composto na parte norte da Força Blackburn
e deveria assassinar Jai Chastain. Se concluísse o serviço você iria me pagar
um milhão.
— Eu nunca vi isso antes. Onde você conseguiu esse contrato? Esta é
uma ofensa grave. Você poderia morrer por isso. Nós nunca te daríamos casos
de alto perfil a menos que houvesse alguma proteção no lugar. Será que não
lhe ensinei nada? — Seu pai olhou para ele. — E eu não tenho um composto
no lado norte do... — A compreensão o atingiu de uma vez. — Foda-se, foi
Andrew. Andrew remodelou um composto não muito tempo atrás. Este negócio
obscuro feito pelas minhas costas tem seu nome escrito sobre ele.
— Você quer dizer que está duvidando de seu precioso favorito? —
Brice não podia deixar de lado a observação amarga. Tinham se passado sete
anos. Revirou os olhos e enviou as fotos que encontrou no computador de Jai.
— Encontrei estas fotos. O que diabos ele está tentando fazer?
— Não sei, mas vou verificar. Quem lhe disse sobre este trabalho?
Andrew?
— Não. Bella. Foi ela que me pegou na prisão. — Esperou que seu
pai dissesse algo e quando ele não o fez, Brice acrescentou: — Ou ela faz parte
do seu plano ou ele a está manipulado também e fazendo que acredite que
este é um trabalho verdadeiro.
— Foda-se. — Seu pai apontou para ele. — Você precisa manter a
sua bunda bem escondida. Vou conversar com Bella e chamá-lo de volta. Não
sei o que Andrew está tentando fazer, mas se for o que estou pensando, vai
ser um maldito banho de sangue.
A imagem do holograma se dissipou e ele guardou o transmissor IA
no bolso novamente. A coisa toda era uma armação. Andrew o queria morto
por isso o convocou para uma missão assim, sabia que matar uma força
política seria punível com a morte se fosse pego. Mesmo o ato de planejar
matar uma força política poderia resultar na execução se fosse descoberto. E
não seria uma morte agradável ou humanizada. Esfregou a testa. O que diabos
isso significaria para Jai?
— Você tem um contrato para me matar? — Jai ficou na porta
olhando para ele com nada além de uma expressão de dor.
— Uh... — Foda, tudo foi pro inferno.
— Você era o cara. Que entrou no meu quarto e me prendeu na
parede do banheiro. — Seus olhos se arregalaram. — Oh, Deus. Na verdade,
confiei em você! Você deveria ser meu guarda-costas. Deixei você me foder!
Brice ouviu passos próximos deles, empurrou Jai para dentro da casa
e trancou a porta.
— Não tenho a porra do tempo para me explicar para você agora.
Tudo o que sei é que algumas pessoas perigosas estão vindo para matar nós
dois. E estão vindo com força total e bem rápido. Onde estão as armas? Existe
alguma maneira de sair daqui despercebido?
Jai passou os dedos pelos cabelos.
— No depósito. Lá tem tudo o que você pode precisar para usar numa
guerra.
— Vamos até lá então.
Brice seguiu Jai para o térreo até o depósito. Uma vez lá dentro, eles
trancaram as portas. Brice foi imediatamente para o armamento ao longo da
parede oposta, enquanto Jai ficou ali completamente pasmo.
— Pegue a mochila para levar algumas armas. Armas de raios serão
ótimas também. Quanto maior a potência, menor será o esforço. Nós vamos
precisar de tudo o que pudermos transportar fisicamente. — Brice apontou
para uma mochila nas proximidades enquanto gritava a ordem.
— Você foi enviado aqui para me matar. Por que diabos deveria fazer
alguma coisa ou confiar em qualquer coisa que está me dizendo agora?
Brice se voltou para ele.
— Porque sou sua única chance de permanecer vivo. A merda da
mesa virou, ou está comigo ou está morto. Quanto mais tempo ficar aqui
reclamando, mais fácil será para que eles nos encontrem e nos matem. Mas a
decisão é completamente sua.
Jai agarrou a mochila e começou a enchê-la com armamento.
Felizmente, não disse mais nada sobre a situação. Uma vez que se
abasteceram, saíram por uma passagem em um túnel, que de acordo com Jai,
levava a divisa da propriedade. Foi uma longa caminhada e definitivamente
uma que os deixou sem fôlego, mas fizeram isso em segurança, seguiram à
margem da estrada onde estavam cercados por árvores e tentaram ficar fora
de vista.
— Onde diabos estamos indo? — Perguntou Jai.
— Tenho um lugar. Mas vai demorar um pouco para chegarmos lá a
pé.
— Bem, estou feliz por não estar usando meus malditos sapatos
envernizados para esta ocasião. A maldita lama é grossa e pegajosa e seria um
pé no saco.
Brice se virou e Jai quase correu dele. Estavam face-a-face, nariz-a-
nariz.
— Mais um comentário engraçadinho vindo de você, e vou te deixar
para que cuide de si mesmo. Você entendeu?
— Está bem.
Brice começou a andar novamente. A casa segura que usou muitas
vezes ficava a cerca de três quilômetros ao sul da mansão de Jai. Era uma
propriedade que montou pessoalmente, então estava completamente fora do
radar de Andrew, de Bella ou de qualquer um que pudesse estar lá fora
tentando encontrá-lo. Fizeram o caminho através das árvores e tentaram o
melhor possível se manter fora de vista. Jai não falou muito, mas suas
respirações ofegantes indicavam que estava cansado.
— Precisa fazer uma pausa? — Perguntou Brice.
— Não.
Brice olhou para ele.
— Pode estar chateado comigo por todas as razões. Mas se eu
quisesse realmente matá-lo, já estaria morto e não me seguindo para um lugar
seguro.
— Por que não me matou?
— Porque era fácil demais. — Brice parava periodicamente para se
certificar de que ninguém os seguia. — Consegui me infiltrar em sua casa com
pouco esforço, depois que meus colegas disseram que era impossível.
Encontrei Atticus tentando apagar arquivos de seu encontro com um colega de
trabalho meu e também meu rival, no que parecia ser uma discussão sobre um
contrato. Mas isso não fazia sentido. E Atticus também sabia o verdadeiro
nome do meu colega e nós nunca usamos nossos nomes reais. Além disso, tive
um período de tempo específico de dois dias para realizar minha missão o que
não é normal. Meu pai também não sabia nada sobre o contrato que ele
supostamente tinha assinado.
— Portanto, seu nome não é Brice?
— Meu nome é Brice. Meu sobrenome não é que não Steel.
— Mas você tinha toda documentação. E ainda por cima
documentação militar o que não é fácil falsificar. Você também tinha boas
referências.
— Sim, bem, ficar na prisão tem o seu lado positivo. — Finalmente
chegaram à casa segura, Brice foi para a parte de trás da casa para digitalizar
sua impressão digital para poderem entrar. Uma vez lá dentro, colocou todo o
lugar em boqueio o que o tirou da rede inteiramente.
— Poderia saber por que estava preso? — Perguntou Jai largando a
mochila sobre a mesa.
— Fui condenado por roubo e perseguição intergaláctica. Andrew
tentou me incriminar e falhou miseravelmente. Ele queria que eu fosse morto
para que pudesse se tornar o favorito e braço direito do meu pai, mas ao invés
de me condenarem a morte, me deram sete anos de prisão.
— Ninguém consegue ser morto por roubo. Perseguição
Intergaláctica então é um motivo ridículo.
— Ele estava me acusando de uma suposta tentativa de assassinato
contra ele. Tentou fazer parecer que estava tentando matá-lo, quando tudo
que podia provar foi que eu o estava perseguindo por três planetas diferentes
e tinha roubado um dispositivo de IA. Isso quando o filho da puta estúpido foi
o único que viajou de planeta em planeta para ficar longe de mim, porque
provavelmente o teria matado, se colocasse minhas mãos nele. O transmissor
IA tinha sido apagado e nada podia provar o que o idiota disse, então ao invés
vez de provar que eu estava tentando matá-lo, eles me deram sete anos de
prisão, para sua infelicidade.
— Você está proclamando inocência em tudo isso? A culpa é do outro
cara? Você está brincando comigo?
— Não estou proclamando nada. Estou dizendo lhe dizendo a porra
do que aconteceu, porque não calaria a porra da sua boca a menos que eu lhe
contasse a verdade.
Jai sentou-se na cadeira junto à mesa.
— E tenho que confiar em você? Poderia estar tramando toda essa
merda pelo que sei.
Brice caminhou até a máquina de bebida e sorriu para o botão de
cerveja.
— Não sou uma pessoa de apaziguar. Se quero fazer alguma coisa
não me esforço para explicar, lhe direi somente o básico, e cabe a você
acreditar no que disse ou não. Não costumo entrar em detalhes quando estou
mentindo. Me daria muita coisa para ter que lembrar.
Apertou o botão e a cerveja saiu fria. Estalando a língua, levou o
copo aos lábios e tomou um gole. Tinha um gosto bom pra caralho após quase
sete anos sem beber. Foi até a máquina de comida e sorriu quando viu o botão
de espaguete. Apertou o botão e esperou dez minutos para o macarrão
aparecer.
— Está com fome?
Jai se levantou e foi servir a si mesmo de comida. Brice revirou os
olhos e sentou-se junto à mesa para comer. O homem era teimoso e sua
mente estava sempre trabalhando sem parar. Ele definitivamente poderia
começar a ver por que Arnett o considerava um inimigo, mas ao mesmo tempo
Brice viu por que o povo o elegeu em seu lugar. Jai tinha um bom coração.
Não tentava ferrar as pessoas. Pelo que espionou em seu escritório, ele estava
tentando fazer um esforço honesto de obter a Força Blackburn em forma após
a destruição que a guerra tinha causado. Levaria tempo, dinheiro e o mais
importante, esforço. Isso era tudo o que Jai estava colocando no seu trabalho.
Voltou a se sentar com um refrigerante e uma sopa. Brice esticou a
mão do outro lado da mesa para pegar a mão dele, e Jai fez uma pausa.
— Sinto muito por ter sido desonesto com você. É uma boa pessoa.
Você definitivamente merece coisa melhor do que isso.
— Como sabe o tipo de pessoa que sou? só me conhece a dois dias.
— E sei o que sinto quando sua boca e bunda estão em torno do
meu pênis. — Disse e colocou um pouco de comida na boca. — Eu diria que o
conheço bem o suficiente. Além disso, espionei e bisbilhotei o seu escritório.
Jai estreitou os olhos para ele.
— Claro que você fez. E não traga essa conversa de sexo entre nós.
Eu não quero nem pensar sobre isso.
Brice tentou não ficar ofendido. Foi apenas sexo. Não seria grande
coisa a não ser que Jai fizesse uma grande coisa sobre isso. Ele chamou Brice
de bonito. Enquanto isso seria ofensivo vindo de outra pessoa, vindo de Jai o
fez pensar do termo de outra forma. O fez se sentir querido, o que era algo
que ele raramente, ou nunca, tinha sentido em um nível emocional.
Brice engoliu a comida.
— Nunca servi o exército. Fui vacinado contra STD 2 na prisão, o que
era obrigatório para evitar a propagação de doenças. A maldita coisa me
colocou na enfermaria por quase uma semana. Eu não recomendo.
Jai olhou para ele. Podia ver as rodas girando, mas Jai também
estava com um o humor irritado, assim as perguntas não foram atiradas de
seus lábios, como teria feito se estivesse de bom humor. Brice voltou a comer
o seu jantar e beber sua cerveja. Se Jai não queria falar com ele, então que
assim seja. Passou dias sem falar na prisão. Não seria tão difícil.
— Como foi que se envolveu com essa vida? Duvido seriamente que
quando era criança simplesmente disse a seus pais que queria crescer e matar
pessoas para viver.
— Meu pai é um assassino. Ele é dono da empresa que eu
trabalhava. Minha vida sempre foi nesse meio, então sabia que seria um dos
melhores lá fora. — Se inclinou para trás em sua cadeira, enquanto se
lembrava de sua infância. — Meu pai tinha uma espécie de acampamento.

2
Sexually Transmitted Diseases (STD) Doença Sexualmente Transmissível.
Tudo o que precisávamos saber ele nos ensinou para completarmos nossa
primeira tarefa. Matei meu primeiro alvo dentro de cinco minutos depois de
fazer contato com ele.
— E ainda assim você não me matou. — Jai tomou um gole de
refrigerante. — Acho estranho que tenha me usado para obter informações.
Alguma vez pretendeu concluir esse trabalho?
— Sim. Tinha toda intenção de concluir o trabalho, até o momento
em que você perguntou quem me enviou. — Brice tomou um gole de cerveja.
— Você sabia demais sobre o que estava acontecendo. Essa foi a bandeira
vermelha que me fez pensar que nós dois tínhamos sido enganados. Que
melhor maneira de me matar, do que me entregar um contrato para matar
você, certo?
Jai ficou de pé e começou a limpar a bagunça na mesa. Colocou os
pratos sujos na lavadora e voltou para a mesa.
— Ainda está planejando manter sua parte do contrato? Você me
disse que iria me proteger. E confiei em você.
— E é isso o que estou fazendo, e por isso você está aqui.
— Então, quando a merda acontecer você vai estar ao meu lado?
Brice estava indo se servir de outra cerveja.
— Gosto demais do jeito que a sua bunda aperta o meu pênis para
matá-lo ou te abandonar agora.
Jai parecia perplexo.
— Estou brincando. Relaxe. — Apertou o botão para uma cerveja e
esperou. — Bem, mas não estava brincando sobre a parte da sua bunda
apertando o meu pau. Gosto muito disso.
— Isso não é engraçado.
— É melhor rir do que chorar. — Brice apontou para o corredor
estreito. — O quarto é por ali, caso queira dormir.
— Não vou conseguir cair no sono agora.
— Quer que eu te abrace?
Jai se levantou e virou a mesa.
— Cale a boca.
Brice pulou para trás antes que a mesa pousasse sobre ele e olhou
para Jai como se ele tivesse perdido o juízo.
— Está louco?
— Estou com vergonha por um dia ter achado que você era atraente.
— Você não quer dizer bonito?
— Fique longe de mim. — Jai caminhou pelo corredor para ir até o
quarto e Brice o deixou ir.
Ainda tinha muito para processar, e talvez ainda fosse muito cedo
para provocá-lo sobre o que aconteceu entre eles. Brice endireitou a mesa e foi
até a sala de estar para repensar sobre todas as besteiras que estavam
acontecendo na Força Blackburn. Seu pai deveria entrar em contato quando
descobrisse algo e tudo que poderia fazer era simplesmente esperar.
****
Jai acordou com uma dor de cabeça terrível e rolou na cama para
encontrar Brice olhando para ele. Gemeu e se sentou lentamente.
— Você tem alguma ideia de quão assustador isso é? Precisa acordar
as pessoas se quiser algo, em vez de ficar sentado os observando enquanto
dormem. Você nunca dorme?
— Durmo. Mas você esteve dormindo por quase 12 horas. E não
tinha certeza se estava vivo, exceto pelo seu ronco.
— Você é tão engraçado.
— Você acha? Estive assistindo o canal de comédia pelas últimas
duas horas. Talvez devesse experimentar me candidatar para o concurso de
piadas que estão preparando.
Jai sacudiu a cabeça e esfregou os olhos. Brice se aproximou dele e
sentou-se no outro lado da cama com uma caneca em suas mãos. Mesmo que
o maldito homem o tenha traído, o que era uma ofensa imperdoável, ainda
gostava do sentimento protetor que ele tinha. Enquanto saber que alguém o
observava dormindo era um pouco assustador, quando essa pessoa era Brice,
o fazia se sentir bem.
Ele o traiu e mesmo assim Jai ainda se sentia completamente
confortável ao seu lado. Isso tinha que ser fodido em vários níveis.
— Você apareceu nos noticiários. — Brice lhe entregou a caneca. —
Não fui colocado como suspeito, mas sua nova equipe de segurança relatou
que você está desaparecido. Suspeitam de sequestro.
— Meu assassino me sequestrou. Essa é uma ótima manchete para
os jornais.
— Não sei por que ainda está chateado comigo por ter sido
contratado para matá-lo. O importante é: Eu não te matei. Poderia ter te
matado, mas não o fiz.
— Quer um tapinha nas costas por causa disso?
— Não. Quero que veja que nós dois somos vítimas aqui. Eles me
querem morto também, por isso seria muito bom se parasse de fazer beicinho
agora e me ajudasse a descobrir toda essa merda.
Jai bebeu o chá quente que estava na caneca.
— A merda que aconteceu? O que há para descobrir?
— Como fazer com que esses filhos da puta paguem por isso.
Ele olhou para o homem. Sexy não começaria a descrevê-lo. Deus,
mesmo com toda história de traição ainda estava atraído por ele e por mais
que não quisesse admitir, seu pênis tinha uma mente própria.
— Olha. — Brice estendeu a mão para ele. — Sinto muito. Verdade.
Tinha toda a intenção de matá-lo naquela primeira noite em seu banheiro. Mas
quando percebi que sabia mais do que deveria, soube que alguma coisa estava
acontecendo. Menti para proteger nós dois. Desde que nós dois ainda estamos
vivos, não acho que há espaço para que critique os meus métodos.
Jai sabia que havia certa verdade nisso.
— Está sugerindo que eu esqueça que quebrou minha confiança e que
queria me matar?
— Estou sugerindo que coloque toda essa merda de lado e me ajude
a eliminar quem nos ameaça. Para fazer isso, vai ser preciso de nós dois. Não
vou poder fazer isso sozinho. — Esfregou o braço de Jai. — Acho que nós
formamos um bom time. E quero ter você do meu lado de qualquer maneira.
Jai tomou um gole do líquido quente.
— Bem. Estou esperando que você tenha um plano.
— Algo parecido. — Brice tinha uma ideia. — Primeiro preciso que
vaze para a mídia que você não foi sequestrado. Preciso que pensem que você
está morto.
Jai empurrou o cobertor para trás e se levantou.
— Bem, pelo menos você só está matando a minha imagem pública e
não me matando de verdade.
Brice sorriu e acariciou o rosto de Jai. Deu-lhe um breve beijo e saiu
do quarto.
Jai ficou ali olhando ele sair. Não fazia sentido confiar nesse homem
sabendo que mentiu sobre tudo. Tinha muitas perguntas sobre quem Brice
realmente era, mas ao mesmo tempo, não podia explicar a forma como o fazia
se sentir. Mesmo não tendo nenhuma razão para isso, Jai ainda confiava nele.
Até certo ponto, acreditava que estaria morto se Brice quisesse.
— Para deixar tudo mais claro, isso significa que não tenho que
manter meus olhos em você? Estamos no mesmo time agora?
— Mesmo time. Mas se você quiser manter seus olhos em mim, está
tudo bem, na verdade vou achar ótimo. — Brice piscou para ele e Jai sentiu
suas reservas se derreterem.
— Não, obrigado. — Jai entrou na sala para assistir o canal de
notícias.
Uma longa história sobre o seu sequestro foi contada pela imprensa
que estava acampada fora de sua casa. Tinham vários relatos de diferentes
cenários a cada vez que mudava de canal. Alguns pensavam que o seu
sequestro foi uma conspiração política. Outros achavam que ele queria sair da
política e fugiu com um amante secreto. As histórias eram mais interessantes
do que uma novela.
— Bom, já espalhei a notícia. Deve estar surgindo a qualquer
momento no noticiário.
Antes que as palavras acabassem de sair da boca de Brice, a tela
brilhou com uma notícia urgente.
— Jai Chastain está morto.
Jai se sentou e olhou para Brice.
— Bem, e agora?
— Acho que Andrew vai me apresentar como sendo o seu assassino.
O que irá emitir uma caça a minha pessoa. Estou esperando que o meu pai
verifique um local e, em seguida, estarei esperando que alguns amigos meus o
matem, antes que ele me mate.
Jai piscou algumas vezes.
— Você diz isso como se estivesse discutindo a porra do clima.
— Não tenho nenhuma razão para sentir qualquer obrigação moral
em relação a alguém que está tentando me matar. Se não me defender, então
estarei morto.
— Vai matá-lo?
— Vou fazer o que for necessário para eliminar uma ameaça. — Brice
pegou seu transmissor IA. — Embora não tenha servido no exército da Força
Blackburn, servi no exército do meu pai e foi brutal. Apenas os mais
inteligentes e os mais aptos sobrevivem.
Jai supôs que ele tivesse razão. Mesmo com toda a sua ingenuidade,
se tivesse que escolher entre o cara chamado Andrew e Brice, também iria
querer Andrew eliminado.
Capítulo Seis

O transmissor IA buzinou e Brice olhou para a leitura. Pressionando


um botão na parede distante, destrancou a porta principal de sua casa segura
e deixou Ari e Race entrarem. Os três estavam juntos desde a infância. Pelo
sangue, eram meio-irmãos, cada um com uma mãe diferente, mas o mesmo
pai. Mesmo assim, eram melhores amigos e aliados quando precisavam. Não
conseguia se lembrar de uma época em que estivessem brigados um com o
outro. Não nos 32 anos que viveu.
— Ligou, Sua Alteza. — Ari, o mais alto e mais volumoso dos três,
deu-lhe um sorriso cheio de dentes. — É bom vê-lo do outro lado das grades.
Ari deu um tapa em Brice na parte traseira. Race entrou e apertou o
botão para travar o lugar.
— Precisamos de um plano.
— Ah, sim. — Brice olhou para Jai. — Gente, este é Jai. Meu alvo.
Ari riu.
— Ah, foda-me. A prisão deve ter ferrado com a sua cabeça. Você
deveria matar o alvo, não protegê-lo.
Race olhou para Jai, como se tivesse três cabeças.
— Eu não gosto disso, Brice. Ele já sabe muito sobre nós. Podemos
morrer se ele entregar nossos traseiros a Andrew e sua brigada de capangas.
— Ele não vai. — Brice tinha certeza dessa parte. Não tinha nada a
perder nesta questão. Ou iriam executá-lo para tentar matar Jai ou ele poderia
matá-lo, e acabar com aquela terrível miséria. Era tudo ou nada.
— Por favor, me diga que não o fodeu. — Race se moveu para a
mesa, onde Brice fez um mapa da casa de Arnett.
— Você pode, por favor, parar de falar sobre mim como se eu não
estivesse na sala? — Jai caminhou até os homens. — Não sou um idiota
incompetente. Tenho um papel nisto, também.
Race simplesmente olhou para ele.
— Seu papel é o de permanecer vivo. Deixe as armas grandes para os
bad boys.
Brice se colocou entre eles.
— Pare com isso. Jai, você é o cérebro da operação. Race, Ari e eu,
somos os músculos. Você nunca matou um homem em sua vida e não tem o
tipo de treinamento que tivemos durante toda a vida. Vai nos ajudar a
encontrar Andrew. Esta é a sua tarefa específica.
Jai bufou um suspiro.
— Ele está no tribunal.
Ari franziu a testa.
— Como sabe?
Ele apontou para a tela.
— Ali. Arnett está falando sobre quão trágica foi a minha morte e
quão profundamente triste está. O homem na foto, que você chamou de
Andrew, está de pé à direita dele.
Brice olhou para a TV. Com certeza, Andrew Walt estava à direita de
Arnett, enquanto ele fazia um discurso sobre Jai. Olhou para Ari e Race, que
simplesmente o olharam.
O transmissor IA tocou e Brice atendeu.
— Bem, se não são todos os meus filhos juntos na mesma sala. — A
face estoica de seu pai era ilegível. — Tenho Bella. Ela não sabia nada sobre
isso.
Brice franziu a testa.
— Como sabe?
— Soro da verdade. — Seu pai deu de ombros. — Ela também admitiu
que te ama. Não sei do que diabos se trata, mas você vai consertar isso.
Ari riu e deu um tapa em Jai, na parte traseira.
— Ela provavelmente sabe de vocês dois, e que vaginas não são o
que gosta.
— Cale a boca, Ari. — Brice sacudiu a cabeça para o irmão. Voltando
sua atenção de volta para seu pai, perguntou: — Tem alguma sugestão de
como vamos conseguir isso? Ele está de pé, em público, como se fosse o seu
lugar. Está no meio do caralho do noticiário.
— Ele não era necessariamente o meu assassino mais inteligente,
mas entende os pontos principais para a manipulação. Vai permanecer em
público, para sua proteção. Estou assumindo que é por isso que se tornou o
melhor amigo de Arnett. — Seu pai clicou algumas coisas na tela de seu
computador. — Eu iria para ele com tudo. Quebrar a camaradagem e atacar
com força letal. Provavelmente ele vai notá-los. Mas poderia usar o seu alvo
para atraí-lo. Ele provavelmente é burro o suficiente para tentar se aproximar
dele.
Brice viu as engrenagens girando na mente de Race.
— Ok. Vamos atualizá-lo com um relatório amanhã.
Seu pai sentou-se e olhou para ele.
— Brice, você é meu filho mais velho. Vou falar isso uma vez e isso
será o fim da conversa. As consequências destas circunstâncias são graves. Se
não matar Andrew, ele terá que te matar. Não posso te ajudar. Seus irmãos
podem ir com você, mas não podem fazer o trabalho sujo por você. Tem que
matá-lo e sozinho. Ele é o seu problema e precisa lidar com isso, de uma vez
por todas. Não me decepcione.
O transmissor desligou e Brice soltou um suspiro reprimido, que não
estava ciente que estava segurando. Ari e Race olharam para ele, com Jai
olhando para o mapa cobrindo a mesa.
— Sem pressão, certo? — Brice se levantou e rolou o pescoço de um
lado para o outro. — Meu plano é Ari e Race distraírem a brigada dos
capangas, enquanto vou atrás de Andrew.
— E eu? — Perguntou Jai.
Onde colocaria Jai? O primeiro pensamento que teve foi deixá-lo na
casa segura. Ele não precisava se arriscar a se machucar. De propósito ou por
acidente. Mas imaginou que Jai odiaria esse plano e escaparia por conta
própria, colocando-se na linha de perigo. Não podia protegê-lo se não
obedecesse as regras e ficasse onde Brice o colocasse.
— Você está comigo.
Ari arqueou uma sobrancelha.
— E ele vai fazer o que, exatamente?
— Ele vai enfrentar Garnet Arnett. — Brice encontrou o olhar de Jai.
— Você enfrenta o seu inimigo e enfrento o meu. Fazemos isso juntos.
— Enfrentar o quê? — Perguntou Race. — Ele ganhou a eleição por
causa de sua sensibilidade e não sua maldade.
Brice sabia quem era Jai. Estava bastante certo de que ele poderia
lidar com isto, se necessário. Claro, ele não tinha treinamento e nem a mesma
habilidade que eles, mas era o tipo de pessoa que fazia o que precisava ser
feito. A maior parte dele agia pelo bem, mas Brice estava bastante certo de
que, quando a situação ficasse crítica, ele poderia cuidar de Arnett pelo bem
maior de todos.
— Você me faz parecer fraco. — Jai franziu a testa para Race. — Não
se tem uma carreira na política, se é fraco. Não neste planeta. Tem alguma
ideia de como é difícil evitar outra guerra civil? Uma pessoa fraca não faz isso.
Não podem. Tem que ter bolas de aço para se colocar dentro desta merda,
como fiz.
Ari sorriu.
— Gosto dele.
Brice sorriu de volta.
— Sim? Eu também.
Race revirou os olhos.
— Bem, Bolas de Aço, é melhor estar preparado para usar uma arma
ou algum tipo de armamento, e não ter a porra da sua cabeça cortada no
processo.
— Não sou impotente, Race. — Jai olhou para Brice. — Quando
planejamos atacar?
Brice olhou para o relógio.
— Hoje à noite.
Race apontou o polegar sobre o seu ombro para Jai.
— Sugiro que o leve para o porão e o familiarize com a forma de
salvar a sua vida. Isto é, se dá a mínima para o seu namorado.
Race sempre foi intenso. Mortal. Era metódico e tinha um plano para
tudo, assim como também um plano B. Nada o surpreendia e, provavelmente,
se isso acontecesse, ele mataria. Jai foi um coringa, uma carta imprevisível
para ele e Brice sabia disso. Não tinha certeza se seu irmão não gostava da
ideia dele participar por conta de sua proteção ou se achava que Jai causaria
problemas desnecessários. De qualquer maneira, sabia que seu irmão estava
preocupado com o plano e se alguém poderia não voltar ileso. Não seria Race,
se não estivesse.
— Sei disto, Race. Não torça sua calcinha. — Brice caminhava pelo
corredor em direção ao porão. — Vamos, Jai. Ele não vai ficar feliz a menos
que eu, pelo menos, mostre-lhe como disparar uma arma.
Felizmente, Jai o seguiu sem hesitar ou reclamar. Também precisava
falar sobre onde iriam. Jai seria seu único apoio e se ainda tivesse alguma
hostilidade por Brice enganá-lo, precisavam limpar o ar e seguir em frente.
Caso contrário, Race estaria certo. Ele poderia pôr todos em perigo.
*****
O porão estava escuro e mofado. Jai torceu o nariz quando Brice
acendeu as luzes do que parecia uma fortaleza interminável de armamento.
Olhou ao redor. Havia um campo de tiro a esquerda e uma vasta quantidade
de armas à direita. Todo o tipo de armas e explosivos que poderiam
desintegrar corpos estava naquela sala. Não tinha certeza de que o governo da
Força Blackburn tivesse esse tipo de armamento.
— Precisamos conversar. — Brice puxou uma cadeira numa pequena
mesa no meio da sala e esperou que Jai se juntasse a ele. — Só nos
conhecemos por um curto espaço de tempo, mas tenho sentimentos por você.
Jai lutou consigo mesmo.
— Sentimentos sexuais ou reais?
Brice respirou fundo.
— Não tenho nada para comparar. Nunca estive num relacionamento.
Nunca tive um namorado. Tudo sempre foi fácil e depois nos separávamos.
Jai encontrou o seu olhar.
— E você não quer isso com a gente?
Brice lutou com suas palavras.
— Não. Não conheço suas esperanças e sonhos, e toda a besteira que
vem com a maioria dos relacionamentos, mas acho que podemos construir
algo com o que começamos.
Ele não estava acostumado a ficar vulnerável. Jai podia ver isso. Se
pensava sobre o tipo de vida que ele viveu, entendia bem. Não o fazia querer
pular de cabeça num relacionamento com ele, entretanto. Esteve fodidamente
perto de dizer que o amava, antes que descobrisse quem era Brice. Não tinha
certeza se era uma jogada inteligente de sua parte manter esse tipo de ideia
na cabeça.
— Olha, quero que saiba que não importa o que aconteça, ainda vou
fazer o que me contratou para fazer. Ainda sou seu guarda-costas. Não é uma
situação ideal, mas nada sobre a minha vida algum dia foi ideal.
— Não pode trair alguém e esperar que te perdoem e continuem com
a vida. — Jai levantou-se e deu as costas a Brice. — Confiei em você.
Provavelmente, mais do que deveria. Foi tudo baseado em mentiras, o que só
piora as coisas. Não o conheço. O que pensei que conhecia, eram apenas
mentiras, uma atrás da outra.
— Então, vou provar a você que sou confiável. — Ele olhou ao redor.
— Eu não tinha planos de voltar a este negócio. Estive na prisão por sete anos.
Queria uma oportunidade de ter uma vida normal. Com toda a honestidade,
pensei que poderia ter isso com você.
— Você quer uma vida comigo? — Jai se virou para ele. — Como se
estivéssemos apaixonados ou algo assim? Mesmo com toda a merda que
pensei que sabia, não conheço você tão bem. Inferno, só nos conhecemos há
três dias.
— E muita coisa aconteceu nesses três dias. Não pode comparar esta
intensidade com algum cronograma definido pelos padrões das outras pessoas.
— O que está dizendo? — Jai piscou algumas vezes, sentindo-se mais
confuso do que nunca.
— Não conheço o amor. — Brice levantou e caminhou ao redor da
mesa. — Mas se sou capaz de amar, é você. Dê-me uma chance de provar
isso.
Jai queria continuar a estar bravo com ele. Mas fosse qual fosse a
bagunça enlameada de emoções acontecendo dentro dele, ela o impediu. Não
sabia se poderiam voltar ao que eram depois do que aconteceu, mas sabia que
queria Brice com ele. Antes que soubesse sua verdadeira identidade, podia vê-
los juntos. Queria um futuro com o homem.
— Não tenho uma resposta. Quero fazer uma coisa de cada vez, e
cuidar de Andrew Arnett é no que temos que nos concentrar agora.
Brice passou um pouco de tempo demonstrando as armas, até Jai se
sentir completamente confortável com elas. Ele gostou da arma de raios. Era
semelhante a uma arma regular, mas tinha poder mais letal. Um tiro e a
vítima era queimada, enquanto sua carne derretia. Não era o método mais
limpo de matar, mas definitivamente sua vantagem era como o feixe levava
quase dez segundos para matar o alvo, completamente. Ele se sentia mais
confortável com isso.
— Você dormiu? — Jai perguntou, quando colocou a arma de raios de
volta em seu lugar.
— Não muito.
— Talvez devesse tentar? — Jai monopolizou a cama na noite
anterior. Não pensou onde, ou se, Brice dormiria. — Vai estar mais alerta.
— Estou bem. — Brice guardou sua arma. — Já fiz pior com menos
sono.
Jai piscou algumas vezes.
— Pior?
Ele olhou para cima.
— Minha vida não tem sido nada além de matar pessoas. Andrew é
bastante fácil, em comparação com alguns dos alvos que tive. Persegui um na
selva Moab. Fui picado por uma cobra e tive uma série de alucinações que
deveriam ter me matado. Peguei o meu alvo e voltei para casa, onde o médico
do meu pai me colocou em repouso por um mês. Ele não tinha certeza se eu
iria sobreviver, mas consegui.
— Sim, ele está se rebelando contra toda a sua vida de merda. — Ari
desceu ao porão e olhou entre os dois. — Acredito que já conhece bem sobre o
nosso mundo agora?
— Não sei se bem. — Jai respondeu. — Sei como usar uma arma de
raios. Então, não me irrite.
Ari riu.
— Eu disse isso antes e vou dizer novamente. Gosto de você, Bolas de
Aço.
Jai deu de ombros. Para ser honesto, gostava de Ari também. Brice
foi até a parede de armas e ocupou-se com a seleção do que queria para a
noite. Ari olhou para ele, antes de voltar sua atenção para Jai.
— Olha, obviamente ele se preocupa com você. O fato de que está
vivo prova que é muito. — Ari cruzou os braços sobre o peito largo. — Por que
tem que ser duro com ele por alguns aspectos técnicos? Sim, foi contratado
para matá-lo, mas era uma armação. Ele não fez isso e agora tem que confiar
nele para acabar com essa confusão e levá-lo a sua vida de volta. Se alguém
merece uma vida normal, é Brice. Depois de todo o inferno que passou,
merece ser feliz e, por qualquer fodida razão, ele acha que você vai fazê-lo
feliz.
— Deixe-o ir, Ari. — A voz de Brice era baixa. Mortal.
Ari ignorou e concentrou sua atenção em Jai.
— Deixe de ser uma cadela.
Os irmãos eram intensos. Jai percebeu no momento em que entraram
pela porta.
— Não há garantia de que qualquer um de nós estará vivo quando
tudo isto acabar.
— Uma razão ainda melhor para largar as besteiras e fazer o que
precisa ser feito. — Ari olhou para Brice. — Ele pode ser o irmão mais velho,
mas cuidei de suas costas toda a minha vida. Ele não pode matar você, mas se
o machucar, não vou pensar duas vezes.
— Ari! — Brice gritou forte o suficiente para chamar a atenção de seu
irmão. — Chega.
— Só estou dizendo a verdade. Race não hesitaria. Na verdade,
provavelmente gostaria muito. Posso dar-lhe a honra.
Ari os deixou no porão, de pé, em silêncio. Jai deveria ter visto isto
chegando, mas o atingiu como um ônibus. Estas não eram pessoas comuns.
Matavam para viver e, como resultado, era o seu estilo de vida. Ele passou a
mão sobre o rosto.
— Duvido seriamente que seu irmão estivesse brincando. — Jai
finalmente falou. — Parece que estou nisto por um longo prazo.
Brice bufou.
— Ari nunca o machucaria. Para fazê-lo, iria me machucar e isso não
é algo que ele seja capaz.
— Vocês são próximos, hein?
— Sim. — Ele fechou o armário de armas e enfrentou Jai. — Já
passamos por muita coisa juntos. O bastardo veio me ver na prisão a cada
semana. Ele queria matar Andrew pelo que fez para mim, mas, ao mesmo
tempo, sabemos que temos que lidar com nossas próprias batalhas. Isto,
porém, não o impediu de fantasiar sobre este momento.
— E Race?
— Race é Race. — Brice deu de ombros. — Ele não hesitaria em
corrigir os problemas de todos. Ele também é o racional, que se preocupa com
todos. Analisa tudo e tem um plano B para o seu plano B.
— Como se tornaram próximos se a confiança é um problema em sua
vida? — Perguntou Jai.
— Somos uma família. — Brice passou a mão sobre o rosto. — Cada
um de nós tem seus papéis. Sei que tenho minhas costas seguras. Nunca tive
dúvidas. Meu pai nos ensinou desde a tenra idade. Acima de tudo, a família
cuida da família. É por isso que me disse para lidar com Andrew por mim
mesmo. Sabia que Ari e Race não hesitariam em entrar e corrigir o problema.
Mas é o meu problema.
Jai entendeu isso. Gostava do senso de unidade também. Era apenas
uma criança, com um pai viciado em trabalho e uma mãe inexistente. Era
comum para os homens levarem seus filhos para o seu campo de trabalho. O
pai de Jai era um carpinteiro, mas tudo o que ele queria fazer era política. Isto
criou tensão entre eles e, eventualmente, obrigou-os a seguir caminhos
separados. Agora, era um líder solitário de um dos planetas mais influentes na
galáxia. Uma vida que tinha construído.
— Venha. Vamos conseguir algo para comer e precisa descansar. —
Jai se dirigiu para a porta que levam ao andar de cima.
Quando chegaram lá em cima, Ari e Race estavam jogando em algum
sistema de jogos eletrônicos. Brice foi até a cozinha pegar comida, pegando
uma fatia de pizza para ir junto com sua cerveja. Jai serviu-se de um
cheeseburger e refrigerante. Comeram em silêncio, com os sons do jogo
enchendo a sala.
— Não culpo você por ter mentido para mim. — Jai tomou um gole de
sua bebida. — Queria que tudo fosse menos complicado.
— A vida é complicada. — Brice terminou a refeição e recostou-se na
cadeira, com sua garrafa de cerveja.
— Fazer sexo é a melhor maneira de superar os seus problemas. —
Comentou Ari. — Iria, definitivamente, deixá-lo melhor.
— Cale a boca, Ari. — Brice fez uma careta para ele.
Jai olhou para Ari.
— Ele teve sexo. Ele não teve foi sono.
— Mesmo assim, devia estar num humor melhor.
Revirando os olhos, Brice tomou um gole de cerveja.
— Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui.
— Vá se aconchegar com ele. — Comentou Ari. — Ele adora
aconchegar.
— Cale a boca, Ari!
Seu irmão riu.
— Sensível, sensível.
Ari voltou para o seu jogo, enquanto Jai se levantava do seu lugar.
— Venha.
Brice ergueu o olhar. Jai esperou e quando ele não se moveu,
circulou a mesa para arrastá-lo para fora de sua cadeira. Ari sorriu para eles
quando saíram da sala. Race simplesmente os ignorou, com uma carranca no
rosto.
Jai puxou Brice para o quarto e fechou a porta.
— Banho.
— O que você é? Minha mãe?
— Dificilmente. — Jai foi até ele e puxou sua camiseta apertada por
cima da sua cabeça. Brice arqueou uma sobrancelha.
O músculo duro sob a camisa fina encheu a boca de Jai de água. Ele
não tinha as respostas que queria, mas, ao mesmo tempo, sabia que queria
aquele homem musculoso, que parecia o pecado encarnado. Deixou suas mãos
no peito de Brice, levemente roçando os mamilos de seu amante.
— Esqueceu o que estava fazendo? — Perguntou Brice, levemente
divertido.
— Cale a boca. — Os dedos de Jai alisaram as ondulações de seu
abdômen. — Acho que pode tirar sua própria calça.
— Sim, mas gosto quando você a tira.
Jai deu um passo para trás.
— Você pode tirar sua própria calça.
Brice riu.
— Bem...
Ele desapareceu no pequeno banheiro deixando Jai boquiaberto.
Merda. Ele respirou fundo, sabendo que eventualmente acabariam rolando nus.
Brice se manteve de costas para ele, enquanto tirava sua calça. Sua bunda era
tão dura quanto todas as suas outras partes e Jai soltou um suspiro que não
sabia que estava segurando.
— Não acho que o que temos é amor. — Jai ficou na porta olhando
para a bunda de Brice. — Luxúria, com certeza. Não amor.
— Não sei. — Brice ligou o chuveiro, seu pau semirrígido. — Não acho
que o amor possa ser facilmente definido. Não acho que se encaixa em uma
caixa e é comparável a outras pessoas. Acha que é individual e único para
cada relacionamento único.
— Se não tivéssemos sexo, ainda sentiria o mesmo? — Jai não
acreditava nisso, nem por um segundo.
— Foi você que iniciou o sexo. — Brice o encarou incisivamente, com
aqueles olhos azuis profundos. — Eu já tinha prometido protegê-lo. Não fiz a
promessa por bondade do meu coração.
— Você foi contratado para um trabalho.
— Já lhe disse, se menti foi só o básico. Não tenho mais trabalho do
que estou disposto a fazer. Não iria me oferecer para protegê-lo se não tivesse
a intenção de fazê-lo. Falso trabalho ou não.
Ele deu um passo no chuveiro e Jai quase engoliu a própria língua
quando a água começou a rolar pelo corpo de Brice, que percebeu também.
Jogou com a atenção de Jai, levando seu tempo para deslizar o gel de banho
em suas mãos e sobre o seu corpo. Jai segurou o batente da porta. Ele não ia
desistir.
Brice baixou a cabeça debaixo do jato e jogou para trás de modo que
a água correu para baixo, pelo centro do seu corpo. Alisou as mãos sobre o
abdômen, deixando seus dedos demorarem até que alcançaram o seu pênis.
Jai engoliu em seco quando a mão de Brice envolveu seu membro grosso e
começou a se acariciar. O pênis de Jai se agitou em suas calças enquanto
observava o desempenho. Sabia o que o maldito homem estava tentando
fazer. Sua força de vontade era mais forte, porém.
— Vocês estão se divertindo? — Perguntou Jai, se ajustando.
Brice baixou a cabeça para frente e bateu a água de seus olhos.
— A coisa real seria melhor.
Jai encostou-se no batente da porta.
— O que exatamente seria isso?
— Você me chupando. — Brice encontrou seu olhar através do vidro
do boxe. — Por que diabos acha que coloquei a ducha como uma cachoeira,
em vez de deixá-la realmente me lavar?
Jai lambeu os lábios.
— Não vou me juntar a você.
— Mas você quer.
Jai balançou a cabeça.
— Tome o seu banho. Estarei no quarto, assistindo as notícias sobre a
minha morte.
Ele foi para a cama e se deixou cair, ligando a televisão e esperando
o mais recente noticiário. Nada de importante tinha ocorrido. Repetiram o
discurso de Arnett. Tinham mais informações sobre a morte de Jai. Até tinham
um suspeito. Nada levava a Brice, mas estava convencido de que,
eventualmente, o faria.
— Eles descobriram quem o matou? — Perguntou Brice. Ele estava
ainda mais quente com gotas de água brilhando contra a sua pele. Seu cabelo
estava molhado e não se preocupou em secá-lo.
— Eles têm um suspeito. — Jai desligou a televisão. — Não você. Foi
dado como desaparecido.
— Finalmente vou ser nomeado. — Brice apoiou as mãos nos quadris.
Jai ficou completamente duro ao ver o corpo nu. — Você está dormindo
comigo?
Jai fugiu de novo.
— Eu vou sentar e olhar para você, enquanto dorme. — Brice riu. —
Vai ficar com frio. Está molhado.
— Estou? — Brice olhou para baixo. — Não percebi.
Ele abordou Jai na cama. Com Jai preso sob dele, Brice esfregou seu
corpo molhado contra ele, e acariciou sua bochecha antes de beijá-lo.
— Agora você está molhado também. Provavelmente, deve tirar a
roupa.
Jai tinha toda a intenção de empurrar o peso de Brice fora dele, mas,
em vez disso, viu-se o puxando para mais perto. Era quente e sólido. Suas
mãos agarraram a bunda dura do outro homem e o puxou para mais perto,
enquanto sua boca encontrou a de Brice. O homem tinha gosto de pecado.
Nada além de puro prazer decadente. Seu pênis esfregou contra Brice,
enquanto lutavam pelo domínio no beijo. Tanta coisa para manter o seu
controle.
Jai enganchou a perna em torno de Brice e girou suas posições.
Surpresa atravessou o rosto do seu amante por um breve segundo, antes de
Jai puxar a camisa sobre a cabeça.
— Pensei que não ia ceder. — Brice observou como as mãos de Jai
iam para o seu zíper. — Não que eu esteja reclamando...
— É hedonismo puro. Poderíamos morrer esta noite. Quero o seu
traseiro antes que isso aconteça.
— Quanto amor...
Jai puxou a calça e se moveu entre as pernas de Brice. Seu pênis
duro deixando Jai com água na boca.
— Seu pau ainda é perfeito. Droga.
Brice riu.
— Bebê, é tudo seu, se quiser.
Jai encontrou o seu olhar.
— Você quer um relacionamento? Sabe, se sobrevivermos a esta
noite.
Era, provavelmente, uma pergunta estúpida, feita no pior momento,
mas estava na mente de Jai por muito tempo sem uma resposta definitiva.
Precisava de algum tipo de resposta. A resposta verdadeira.
— Pensei que você só queria sexo.
Jai engasgou.
— As coisas mudam. Eu...
Brice se sentou e segurou as bochechas de Jai.
— Sim. — Ele o beijou. — Você é tão sexy. Não posso deixar de
querer você.
— Eu? Sexy? — Jai revirou os olhos. — Olhe no espelho, querido.
Jai o empurrou de volta e observou o músculo duro e a pele dourada.
Ele se inclinou e deu ao grosso pênis, entre as pernas de Brice, uma longa
lambida. Brice angulou em direção a ele.
— Vire.
Confuso, Brice simplesmente olhou para ele.
— Quero o seu traseiro, não o seu pênis.
Brice lentamente obedeceu e Jai agarrou algumas almofadas, para
enfiar sob o estômago do seu amante e levantar sua bunda. Deu um tapa na
nádega firme, porque podia. A bunda de Brice era perfeita. Mal podia esperar
para ter seu pênis dentro dela e transar com ele até o esquecimento. Abriu as
bochechas e roçou a ponta do seu dedo contra a entrada apertada.
Jai inclinou-se para beijar a costas de Brice.
— Vai ser bom. Prometo.
Ele abriu mais as bochechas e brincou com a ponta da língua na
entrada enrugada. Um gemido veio de Brice quando continuou a provocar.
Desde o primeiro dia queria saber qual era a sensação de ter o canal quente de
Brice cercando o seu pênis. Pensar nisso testava o seu controle.
Pressionando um dedo dentro dele, trabalhou a entrada de Brice.
Deus, era quente e apertada. Trabalhou outro dedo dentro dele e viu como
Brice se contorceu. Tudo o que queria era enterrar seu pau em Brice, para
reclamá-lo como seu. A forma como o seu amante se empurrava para trás,
contra ele, deixou-lhe saber que Brice queria o mesmo.
— Lubrificante?
Brice gemeu.
— Banheiro.
Jai o deixou por um breve segundo, para pegar o produto. Quando
voltou, seu coração saltou para a garganta. Brice estava lá, com o travesseiro
enrolado debaixo dele, olhando para a porta do banheiro, esperando Jai
retornar. Parecia tão sexy, com seus claros olhos azuis brilhando de emoção.
Jai foi até ele e o beijou incapaz de resistir. Poderia passar horas beijando o
homem e nunca se cansar. Era uma realidade estranha, a qual não estava
acostumado.
Jai se afastou e derrubou um pouco de lubrificante no seu pênis.
Precisava foder Brice naquela noite. Era uma situação de vida ou morte que
pairava sobre suas cabeças e precisava disso, mais do que queria admitir.
Toda a coisa sobre relacionamento poderia esperar até depois que
sobrevivessem à noite.
A cabeça do pênis de Jai lentamente empurrou pelo anel externo de
músculos de Brice. Um gemido escapou dos lábios de Brice, quando a grande
cabeça do pênis de Jai o esticou. Mal tinha o seu controle, mas desacelerou
com alguma contenção, para que Brice pudesse se acostumar com a sensação
de sua intrusão.
— Ah, é bom... Tão bom... Pra caralho.
Jai se sentia da mesma maneira. Empurrou mais profundamente, até
que suas bolas batessem contra Brice. Completamente cercado pelo canal de
Brice, era melhor do que jamais poderia ter sonhado. Ele se retirou e
empurrou de novo e de novo. Brice perdeu o travesseiro e veio em suas mãos,
arqueando as costas e empurrando para trás encontrando cada impulso de Jai.
Ele agarrou os quadris do seu amante quando a mão de Brice envolveu seu
pênis e se acariciou em sincronia com golpes de Jai.
— Vou gozar. — Jai mal tinha dito as palavras quando o primeiro jato
pulsou através dele, nada mais do que prazer o enchendo. Arqueou de volta,
empurrando mais profundamente quando agarrou os quadris de Brice,
tentando obter algum equilíbrio. O orgasmo de Brice veio logo depois.
Jai rolou para o lado e puxou Brice sobre dele, alegando sua boca
quando passou os braços ao redor do seu amante. Fechou os olhos e respirou
o aroma erótico de suor e sexo. Seu amante era perfeito e completamente
dele.
Ambos eram estúpidos tentando negá-lo.
Capítulo Sete

O plano era simples e era assim que Brice gostava. As informações


provaram que Andrew estava escondido na casa de Arnett. Havia quinze
pessoas no total na mansão incluindo funcionários e outros que Arnett
empregava para o funcionamento do lugar. Dois eram da segurança e eram os
mais fáceis de derrubar primeiro.
Com Ari visando um e Race o outro, os dois seguranças foram
abatidos com um silenciador e uma bala letal na cabeça. Ari levantou a arma.
— Clássico.
Race balançou a cabeça.
— É verdade e tentou de longe, mas a arma de raio é melhor de
perto.
— Vocês ficam o pessoal. Eu fico Andrew. — Brice olhou para a
janela, onde ele deveria estar antes de olhar para Jai. — Está pronto para isso?
Jai assentiu. Ele parecia completamente adorável com a pintura de
guerra que Ari insistiu que ele tivesse em seu rosto. Seu cabelo era uma
bagunça amarrotada e estava com os olhos muito arregalados para o seu
gosto. Ele esperava que isso significasse que estava em alerta e não cagando
de medo.
— Vamos primeiro. Vocês dois vão pelas escadas. — Race respirou
fundo. — Chame se precisar de nós. Não se mate no processo.
Brice revirou os olhos.
— Pode estar certo disso.
— Espere. — Jai respirou fundo. — Há pessoas inocentes lá que vocês
estão indo matar. Diga-me outra vez porque isso é necessário? Essas pessoas
têm vidas. Casas. Isso não tem nada a ver...
— Eu lhe disse que deveria tê-lo deixado na casa segura. — Race
comentou, claramente aborrecido.
Brice alisou a mão pelo braço de Jai.
— Nós não podemos deixá-los para trás, porque eles vão procurar a
aplicação da lei. Tenho certeza de que não quer acabar na prisão, por isso é
necessário. É parte do trabalho.
Ele não parecia ter satisfeito a sua necessidade por respostas, mas
pelo menos manteve suas perguntas para si mesmo. Quando Brice determinou
que Jai estava bem, ele se moveu para a equipe da entrada da casa. A
maneira mais fácil de entrar era através da menos provável, a qual também
seria a menos vigiada. Por quase 24 horas, ela foi deixada destrancada e
principalmente sem supervisão para que o pessoal pudesse ir e vir como
quisessem, sem perturbar o seu empregador.
Ari abriu a porta sem problemas e os levou para dentro da casa.
Race tinha calculado que haveria um lapso de tempo de dez minutos a partir
do ponto de entrada até ao ponto de saída, se conseguissem fazer o trabalho
direito. Os três irmãos acionaram seus cronômetros nas braçadeiras para
iniciar a contagem regressiva.
Duas pessoas conversavam na sala ao lado e com dois cliques
caíram no chão sem causar uma cena. Isso trouxe a quantidade total de
pessoas na casa para onze. A governanta estava na lavanderia no quarto ao
lado e Brice a acertou com uma arma de raios. Percorreram o corredor
principal e este era o lugar onde se separariam.
Quando faziam uma missão em equipe, sempre usavam pulseiras de
comunicação. A pulseira era conectada a um dispositivo dentro de sua orelha e
lhes permitia ouvir um ao outro claramente quando estavam separados. Brice
se manteve avançando encostado à parede para ouvir os sons na casa e com o
braço ao lado do corpo de Jai. Era noite, então a maioria das pessoas deveria
estar dormindo.
— Dois na sala de jantar. — Ari sussurrou.
— Um voltando da varanda. — Raça comentou.
Faltavam sete pessoas, dois eram os alvos, e era simplesmente uma
questão de esconde-esconde. Brice lambeu os lábios secos. Tinha esquecido
como realmente era difícil fazer o trabalho com alguém junto. No treinamento,
seu pai o fez correr um curso completo com outra pessoa e ele odiou. Era
necessário que passasse pelos padrões do seu pai para que a tortura parasse.
Ele finalmente conseguiu, mas nunca quis voltar.
Olhou para Jai. Engraçado como as coisas mudaram.
— O quarto de casal é na primeira porta do lado direito. —
Comentou Brice para Jai. — Aqui é onde Arnett está. É aí que deve entrar. Um
tiro rápido com a arma de raio e ele está morto. Você fica no quarto até que eu
volte para você, entendeu?
Jai assentiu. Seu dedo pronto no gatilho da arma e Brice sentiu que
seu amante poderia lidar com isso. Explicou algumas vezes que era uma
necessidade matar as pessoas que queriam matá-lo. Não havia raciocínio. Não
havia outras opções. Ele esperava como o inferno que Arnett não tivesse
algum tipo de arma com ele.
Subiram as escadas e pararam quando outro membro da equipe veio
ao virar da esquina. Este estava vestido com alta costura, como se tivesse
estado em uma reunião importante. Brice o eletrocutou sem precedentes.
— É fácil para você? — Jai perguntou, levemente enojado. — Zap
você está morto. Passe para o próximo.
Brice estreitou os olhos.
— Não é o momento nem o lugar.
— Um. — Ele disse a seus irmãos. — Corredor do segundo andar,
Conselheiro.
Jai olhou para o homem no chão.
— O que os seus conselheiros estão fazendo aqui a esta hora da
noite?
Essa era uma boa pergunta. Brice seguiu pelo caminho que o homem
tinha vindo.
— Acho que a melhor pergunta é por que o conselheiro de Arnett
deixou o seu quarto nessa hora da noite?
Brice se afastou da parede e apontou para a direita, onde o quarto
principal estava.
— O seu alvo está lá. Não fale. Não faça nada, além de puxar o
gatilho e nos avisar quando estiver morto.
— Brice? — A voz de Ari encheu o seu ouvido. — O piso térreo está
vazio. Fizemos uma limpeza do lugar.
Seis homens estavam no andar superior. Porra. Quando Brice fez um
movimento para avançar, Jai agarrou o seu braço e sacudiu a cabeça. Ele
balançou a cabeça em direção à porta.
— Há algo acontecendo hoje à noite. Não estão dormindo. Estão
planejando alguma coisa.
— Um. — Avisou Race. — Fora. Vou verificar o perímetro.
Ari se juntou a eles no andar de cima e todos olharam para a porta.
Havia algumas opções que deveriam considerar. Brice esfregou a testa e olhou
para o seu irmão. Ari era do tipo que gostava de coisas barulhentas e
explosivas. Ele preferia jogar uma granada e assistir tudo explodir do que
entrar em combate homem-a-homem. Race gostava do ataque silencioso, mas
mortal. Ele os levaria para fora do quarto e os mataria um por um
silenciosamente.
Brice gostava do combate cabeça-a-cabeça. Ele tinha cautela e
domínio. Era por isso que o chamavam de o rebelde. Ataque frontal direto era
como era conhecido e por isso era um dos assassinos mais precisos e mortais
da equipa do seu pai.
— Sei qual é o plano. — Ari lambeu os lábios. — Eu estou esperando
por sua chamada.
— Qual é o plano? — Jai olhou entre os dois. — Oh infernos não. Não
pode estar seriamente planejando ir lá com armas em punho.
Brice olhou para a sua pulseira. Sete minutos e eles estavam ali
conversando sobre o que estavam planejando fazer. Merda. Ari foi para a
esquerda da porta e se escondeu nas sombras. Brice e Jai foram para a direita.
Um grande vaso de vidro estava na mesa do vestíbulo e Brice bateu com a
coronha de sua arma enviando-o ao chão.
Assim como queria, os homens saíram do quarto e entre ele e Ari
abateram três deixando os dois únicos homens que importavam. Brice entrou
no quarto primeiro. Para um quarto principal, até que era pequeno. Ele olhou
em volta do quarto silencioso. Algo não estava certo. Com a arma na mão, ele
examinou o espaço vazio. Onde diabos eles estavam?
— Ele se foi. — Jai bufou um suspiro de frustração. — Nós matamos
todas aquelas pessoas para nada.
— Você tem um bunker em sua mansão? — Perguntou Ari,
inclinando a cabeça em direção à parede espelhada para a esquerda.
— Claro.
— Ele não desapareceu. — Brice foi para a parede espelhada atirou
com sua arma a laser. Ela derreteu o exterior, mas fez pouco para atravessar a
liga da porta. Não poderiam ficar lá para sempre. Se não conhecesse Andrew,
o idiota cruel deveria estar fugindo enquanto estavam lá tentando descobrir o
que diabos fariam.
— Vamos. — Brice saiu correndo pela porta e desceu as escadas. Ele
saiu pela porta da frente e deu a volta na casa vendo que a porta do outro lado
do bunker estava aberta. — Race, diga que tem alguma coisa.
— Negativo.
— Foda-se! — Brice passou a mão pelo cabelo. Antes que soubesse o
que estava acontecendo um feixe de laser passou zumbindo pela sua cabeça.
— Abaixem-se!
Ele bateu com o braço contra o peito de Jai quando caíram no chão.
Parado no meio da porra do quintal fez deles alvos fáceis do ponto de vista de
Andrew. Brice agarrou a camisa de Jai e o arrastou para a área arborizada
para que pudessem reagrupar.
— Onde eles estão? — Perguntou Jai.
Brice olhou para ele.
— Agora não é o momento de falar.
Ele olhou ao redor. Um silêncio estranho os cercavam, o que só o
deixou mais paranoico. Recarregando a sua arma, ele olhou para Jai.
— Fique aqui. Use sua arma em qualquer um que chegue perto de
você. Mantenha as costas contra a árvore. — Brice se levantou e desapareceu
na floresta escura.
Ir contra alguém que tinha a mesma formação que ele, o homem não
só era o mais apto, mas era o mais inteligente e se adaptava bem ao
ambiente. Com toda a honestidade, Brice estava em desvantagem. Esteve fora
da ativa por sete anos. Não tinha a prática que Andrew tinha, mas estava
confiante de que as habilidades que foram gravadas nele desde a tenra idade
viria à tona e a natureza seguiria o seu curso.
Moveu-se através das árvores, com muita calma. Porém, nada sobre
a floresta estava calma. Havia sempre ramos crepitantes ou folhas balançando
no vento. Agarrou o seu escopo de infravermelho e fez uma varredura de seus
arredores. A partir do que se lembrava do mapa, a área arborizada em torno
da mansão de Arnett cobria uma extensão de dezesseis quilômetros. Com Race
e Ari abordando a área na extremidade oposta e meio, acabariam por
encontrar o idiota cruel.
Parou quando um ponto vermelho apareceu em seu scanner
infravermelho. Apontou sua arma e atirou. O homem caiu no chão.
— Um já foi. — Ele sussurrou. Andou para mais perto do homem e
percebeu que não era Andrew.
— Peguei Arnett.
Antes Brice pudesse levantar a cabeça, a maldição de Jai encheu o
silêncio. Sem pestanejar, Brice correu para a área que o deixou.
— Desista. — Andrew tinha Jai em seus braços e estava com uma
arma laser apontada para a sua cabeça. — Ele está morto. Você vai ser morto.
Isso tudo vai acabar.
Brice parou ainda escondida pela cobertura da floresta. Andrew
cegamente atirou em direção a ele e por pouco não acertou o seu braço
errando por centímetros. Brice se abaixou e pegou a arma que usava para
longas distâncias. Jai parecia assustado como a morte, embora parecesse estar
bastante calmo.
Brice tentou se reagrupar. Ele não era o planejador na família e
quando as coisas iam para o inferno, ele apenas ia com o fluxo. Agora
provavelmente não era o melhor momento para ir com o fluxo.
— Ele tem Jai. — A voz de Ari soou em seu ouvido. — Brice está na
floresta. Race, qual é a sua posição?
— Chegando atrás de você.
Andrew apontou a arma a laser para a floresta novamente e Brice se
abaixou. Enquanto a arma laser básica não era tão poderosa como algumas
outras armas, tinha a capacidade de queimar a merda fora da carne se tivesse
a oportunidade. Ela não mataria exatamente alguém de imediato, o que fez
essa escolha estranha para um assassino experiente.
— Vamos, Brice. Não vai sair e salvar o seu namorado? Não de você
se esconder. A prisão deve ter tido uma influência negativa sobre você. Perdeu
o seu toque.
— Está te provocando. Não caia nessa. — A certeza calma de Race
soou em seu ouvido.
Brice tirou o fone de ouvido. Precisava fazer isso por conta própria,
como seu pai tinha dito, e isso significava tinha que fingir que ninguém mais
estava envolvido. Apenas ele e o seu alvo.
— Será que foi você que armou para que ele fosse para a prisão? —
Perguntou Jai.
Bem, tanto para fingir. Brice precisava levá-lo para longe de Andrew
antes Jai ser morto. Ele se posicionou e mirou. Estava longe o suficiente para
usar artilharia à moda antiga. Andrew não era burro o suficiente para tornar-se
um alvo viável. Jai era seu refém e qualquer tiro disparado o acertaria
também. Não havia opção, além do combate homem-a-homem.
Coisa boa que era a sua especialidade.
— E se eu fiz? — Andrew comentou.
— Acho que é engraçado que esteja insultando-o como uma menina
do colegial em vez de realmente lutar com ele como um homem. — Os dedos
de Jai estavam envolvidos em torno do braço de Andrew. — Nunca
sobreviveria a prisão. Fariam de você a sua cadela.
— Cale a boca. — Andrew apontou o laser para a área arborizada
novamente.
— Qual é o seu problema com ele de qualquer maneira?
Brice respirou fundo. Jai acabaria morrendo pela boca. Ele tinha uma
espada de energia em seu quadril e sabia que em combate corpo-a-corpo, era
a sua melhor opção. No entanto, era pouco quando a outra pessoa tinha um
laser. Teria uma chance se soubesse o que diabos estava fazendo.
Brice deu um passo para fora da floresta.
— Seu problema é que nunca poderia estar nas boas graças do meu
pai. Tem que ser de sangue para isso.
Andrew apontou a arma a laser para ele embora não tenha apertado
o gatilho.
— Já era hora de aparecer para que eu possa matá-lo uma vez por
todas.
Brice deu de ombros.
— Aqui estou. Dê o seu melhor tiro.
Os olhos de Jai se arregalaram. Brice orou a tudo que foi santo para
que ele não abrisse a boca. Precisava da atenção de Andrew sobre ele e fora
de Jai.
— Como se fosse me deixar atirar em você. — Andrew empurrou Jai
para o lado. — Onde está a sua arma? Eu sei que tem uma.
— Deixei na floresta. — Brice encontrou e manteve o olhar frenético
de Andrew. — Se pensa que é o melhor assassino, então vamos ver. Sabe o
que fazer. Meu pai o treinou como ele me treinou.
Andrew apertou o gatilho da arma laser e o feixe atravessou ao
longo do braço de Brice. Dor intensa o percorreu quando ele gritou, caindo de
joelhos enquanto o cheiro de carne queimada enchia as suas narinas.
— Brice! — Jai o chamou e ele levantou uma mão.
Maneira covarde, Brice pensou. Ferir o inimigo antes de atacar. Ele
sempre foi um rato bastardo, mas isso levou toda essa merda para um novo
nível. Brice sabia melhor do que tocar sua pele queimada. Tomou algumas
respirações profundas e ficou de pé.
— Isso realmente foi mais divertido do que eu pensava. — Os lábios
de Andrew inclinaram para cima em um sorriso. — Talvez vá torturá-lo antes
de matá-lo. Fazê-lo pagar por toda a merda que me fez passar ao longo dos
anos.
Brice piscou quando um feixe de tiro passou por ele, acertando a
mão de Andrew. Ele riu sabendo que Ari ou Race tiveram o suficiente de sua
provocação. Se tivesse que adivinhar, foi Race. Andrew gritou quando a dor da
queimadura fez a sua carne chiar. Ele olhou para Brice com os olhos
arregalados e frenéticos.
— Não achou que eu viria sem um plano B, não é? — Brice saltou e o
abordou ao chão.
Seu braço queimado doía como uma cadela, mas conseguiu desferir
uns bons socos antes de Andrew ganhar a mão superior. Sua força bruta
surpreendeu Brice enquanto lutavam. Enquanto ele era um especialista nas
técnicas de assassinato reais, também era nas lutas de arena. A prisão foi boa
para alguma coisa, supôs.
Brice ganhou a mão superior e bateu com o punho no rosto de
Andrew. Sangue espirrou com cada golpe. Uma arma teria sido mais eficiente,
mas nunca agiu de acordo com as regras.
Andrew estava mole no chão antes Jai vim até ele e gentilmente o
puxar para longe do corpo de Andrew. Ele enxugou o rosto manchado do fluído
carmesim pegajosa que tinha se espalhado ao longo testa.
— Grande técnica. — Comentou Ari. Brice tinha esquecido sobre o
fone de ouvido e o empurrou para dentro de sua orelha. — Aprendeu isso na
prisão?
— Você é fodidamente divertido, Ari.
— Ei. Eu nunca vi você golpear um cara até a morte. Acho que há
sempre uma primeira vez para tudo.
— Sim. Não se esqueça disso. — Comentou Brice, mantendo sua
atenção em Jai.
— Ouch. Agora, isso dói. Sou seu irmão favorito.
Jai olhou para o corpo flácido e Brice queria mais do que qualquer
coisa chegar até ele. Seu braço ainda ardia como uma cadela e suas mãos
estavam machucadas e sangrando. Podia sentir o início do inchaço e sabia que
gelo estaria na lista quando voltasse para a casa segura.
— Vamos. — Brice acenou com a cabeça em direção à área
arborizada de onde tinham vindo. — Vamos para casa.
Jai olhou para ele.
— Eu vi você bater um homem à morte. Preciso de algum tempo para
processar isso.
— Processe na caminhada para casa. — Brice foi para dar um passo
adiante e viu um movimento pelo canto do olho. Andrew tinha agarrado uma
arma e a apontou para Jai. — Abaixe-se! — Brice abordou o seu amante,
bloqueando-o com o seu corpo quando caíram no chão.
A bala perfurou sua pele, empurrando seu ombro direito para trás.
Ele caiu duro no chão, agarrando sua arma de reposição das suas costas e a
apontou para Andrew sem pensar duas vezes. Descarregou cinco rodadas,
tendo certeza de que o homem estava morto.
Jai levantou-se do chão.
— Você está bem?
Brice olhou para ele, sentindo a queimadura quente da bala em seu
ombro. Porra.
— Estou bem. Você está bem? Será que ele te atingiu?
— Eu estou bem. — Jai olhou para ele. — Você me salvou. Como um
guarda-costas real.
Brice se encolheu onde estava.
— Bem, foi essa porra que você me contratou.
— Você está bem? — Ari veio correndo em sua direção, mal parando
quando o alcançou. — O que diabos aconteceu? Pensei que ele estava morto.
Jai olhou para o corpo sem vida.
— Ele está agora.
Brice gemeu.
— Vamos para casa.
****
Ari rasgou a camiseta de Brice em volta da ferida de bala.
— Droga. Você levou um tiro por ele.
Jai caminhou pela sala até estar na frente de Brice.
— Será que ele vai ficar bem? Talvez devêssemos leva-lo a um
médico especialista?
Ari olhou para ele.
— Acalme-se, Bolas de Aço. Ele ainda está respirando.
Race agarrou o ombro de Jai, obviamente irritado, e o puxou para
baixo no banco mais próximo.
— Dei ao nosso pai uma atualização e alimentei os noticiários com a
notícia. Está tudo na tevê.
— O que disse a eles? — Brice perguntou se encolhendo enquanto Ari
o costurava.
Ele deu de ombros.
— Que Andrew era um assassino e tinha planejado tirar tanto a vida
de Jai quanto a de Arnett. Jai foi o único que conseguiu sair vivo.
Jai correu os dedos pelos cabelos.
— Eles vão querer uma conferência de imprensa. Meu transmissor IA
provavelmente está explodindo agora com todas as mensagens.
Jai não sabia o que achava de Brice salvá-lo. Estava grato, no
entanto. Fechou os olhos e viu, no flash de um segundo, Andrew pegar sua
arma. Brice forçou-o para o chão sob o peso de seu corpo e tomou o impacto
do tiro de Andrew. Jai engoliu em seco, lágrimas encheram os seus olhos.
Poderia estar morto. Brice poderia estar morto.
Brice estalou os dedos na frente do rosto de Jai.
— Você está bem? Talvez devesse se deitar.
Jai assentiu.
— Eu sinto que vou vomitar.
Ele se levantou e fez o seu caminho em direção ao corredor.
— Estarei lá em um minuto. — Brice parecia preocupado, mas Jai o
ignorou.
Ele não estava inteiramente certo do que diabos estava acontecendo
dentro dele, mas definitivamente sabia que era mais do que luxúria que sentia
pelo homem. Deus, a imagem de Andrew pegando sua arma e Brice saltando
para protegê-lo com o seu corpo, passava mais e mais em sua mente. Ele
curvou-se na cama tentando empurrar a náusea causada por suas emoções.
— Você está bem? — Perguntou Brice entrando no quarto.
— Honestamente? Não. — Jai se ajeitou de modo que estava sentado
na cama.
Brice estava ao lado dele, sem camisa e com o rosto cheio de
preocupação.
— O que está acontecendo?
— Eu sinto muito. — Jai sussurrou. — Por ficar louco sobre a
situação. Por discutir com você. Por... — Brice se ajoelhou na cama e o beijou.
O toque suave de seus lábios instantaneamente acalmou os nervos
de Jai quando se permitiu ser arrastado para o beijo. Precisava dele. Não
necessariamente sexualmente, mas precisava sentir Brice ao lado dele.
Respirando. Seu coração batendo. Jai colocou a mão em seu coração e sentiu o
ligeiro baque. Brice se afastou e passou os dedos ao longo do queixo de Jai.
— Não há nada para se desculpar.
— Está brincando comigo?
— Não. — Brice se afastou e passou a mão sobre o rosto. — Não vou
definir o que temos. Ficarei com você, enquanto me quiser. Eu lhe disse que
iria protegê-lo e eu fiz. — Ele engoliu em seco. — Eu irei.
Jai esfregou a mão no queixo coberto de barba.
— Queria muito que não tivesse precisado. Race está certo. Sou um
covarde. Não sou durão como você, ele ou Ari.
Brice sorriu.
— Eles carinhosamente te chamam de Bolas de Aço. Você tem algum
mauzão em você.
Jai suspirou.
— Sou um homem crescido e preciso de outro homem crescido para
me proteger.
Brice estava bem com isso.
— Bem, eu sou um homem crescido e eu preciso de você para me
ajudar a desfazer as minhas calças. Meu ombro dói como uma cadela e eu não
posso movê-lo bem.
Jai olhou para ele.
— Não acha que sou fraco?
— Não, Jai. Não acho. — Brice soltou um suspiro pesado. — Acho
que é inteligente e sexy. Que tem um coração amável e sim, que é o completo
oposto de nós. Isso não é uma coisa ruim. Acho que não poderia viver com
alguém como eu. Deus sabe como eu brigava quando Ari, Raça e eu vivíamos
sob o mesmo teto. Meu pai nunca ajudou.
Jai ficou de pé, movendo-se para desfazer as calças de Brice.
— Acha que sou sexy?
Ele sorriu.
— Oh sim. Essa pintura facial ficou bem para você.
Sorrindo, Jai disse:
— Essa coisa maldita queima meus olhos.
— Quer tomar um banho? Eu provavelmente vou precisar de alguma
ajuda com todos esses locais de difícil acesso. — Brice fez uma pausa. — Ou
apenas com os lugares mais difíceis.
Antes que pudesse se afastar, Jai se aproximou e o puxou para um
abraço. Ele pressionou o rosto contra a curva do pescoço de Brice e suspirou.
Ele precisava da proximidade e Brice lhe deu todo o tempo que precisava. O
braço de seu amante veio em torno dele, apertando-o com força quando Jai se
agarrou a ele. Eles ficaram assim por um tempo, simplesmente de pé no
quarto abraçando um ao outro. Tinha sido um inferno de um dia ou mesmo
semanas, e a conexão que ele sentia com Brice só ficou mais forte.
— Você sabe, eu não posso ter exatamente um assassino na minha
folha de pagamento. Seria definitivamente ruim para a minha imagem pública.
Brice disse sorrindo.
— Não acho que eu vá ficar no negócio. Eu meio que gosto da coisa
toda de guarda-costas. Menos ser baleado, é claro.
— Você quer seguir um político em torno e sentar-se através de
reuniões chatas pelo resto dos seus dias?
Brice o beijou.
— Você vai estar lá?
Jai assentiu.
— Então, o inferno sim. Eu quero estar onde você estiver.
O coração de Jai aqueceu. Não sabia o que dizer enquanto
distraidamente roçava os dedos ao longo do braço de Brice. Ele queria estar
onde quer Jai estivesse. Isso era bom o suficiente para ele.
— Você é lindo, Jai. — Brice levantou o seu queixo. — Tanto por
dentro quanto por fora. Chame-me louco, mas feliz por ter sido enviado para
matá-lo. Estou mais feliz do que jamais fui.
Jai riu.
— Essa declaração tem um estranho senso de romance nela.
Ele entrelaçou os dedos nos Brice e o levou para o banheiro. Era um
sentimento louco, mas estava feliz por Brice ter entrado em sua vida, também.
Ele tinha um guarda-costas fora de série e o melhor de tudo, estaria sempre lá
para ele.
Epílogo

Jai caminhou com Brice pelo composto do seu pai. Se a idéia de


viver com um assassino era assustadora, caminhar para o centro de comando
era pior. Poucas semanas depois de matar Andrew, eles foram agendados para
jantar com o seu pai, o líder de sua família e o chefe da organização de
assassinos que eles batizaram como o negócio da família. Ele não tinha muita
influência com a aplicação da lei, mas ele era um líder da Força Blackburn. Ser
convidado para o composto mostrava uma grande dose de confiança que Brice
tinha por ele, assim como sua família.
A equipe estava sentada em uma grande sala de jantar. Móveis
caros enchiam a área com uma longa mesa de madeira ocupando a maior
parte do ambiente. Ele não sabia o que esperar, mas elegância na casa de um
assassino não era isso. Obras de cerca de milhares de anos atrás, decoravam
as paredes e Jai encontrou-se apreciando a paisagem. Não era todo dia que
podia apreciar obras formosas de homens que raramente se falavam hoje em
dia.
— Como ele conseguiu essas pinturas maravilhosas? São originais,
não são?
— Missões intergalácticas. Vêm recolhendo ao longo dos anos. A
maioria das pessoas que o visitam temem que ele arranque seus olhos por vê-
las. — Brice deu de ombros.
Jai engoliu em seco.
— Eu não conheci o seu pai e ele já me assusta.
Brice sorriu.
— Ele nos assusta também. Não é nada para se preocupar.
— Ele faz a coisa de assassinatos, também?
— Sim. Ele é mais como o organizador. Ele teve seu quinhão de
missões. Embora ele goste de nos assistir nos contorcer.
Jai soltou um suspiro.
— Ele poderia me matar enquanto durmo e ninguém jamais saberia?
Se não gostar de mim?
Brice passou um braço em torno de Jai.
— Ele não vai matá-lo enquanto dorme. Ele é muito maléfico para
isso. Ele vai arrancar seus olhos por olhar fixamente para os seus quadros.
— Não é engraçado e não está ajudando.
As portas se abriram e Ari entrou na sala.
— Extravagante conhecê-lo aqui. Deve ser muito foda grave se ele
convocou uma reunião de família e lhe permitiu trazer o seu amante, que
passa a ser o líder do planeta. Não há conflito de interesses. Ainda estou
perplexo com a forma como marcou isso.
Brice revirou os olhos.
— Estamos aqui por uma razão importante.
— Você sabe do que se trata? — Ari olhou para enquanto sentava do
outro lado da mesa.
— Claro. Na verdade fui eu quem convocou a reunião.
Ari o olhou com cuidado, claramente não confiando no que seu irmão
tinha planejado. Jai sabia até certo ponto que era para lhes informar que
estaria saindo do negócio. Ele conversou com seu pai algumas vezes sobre isso
e eles tinham supostamente chegado a um acordo. Este jantar era suposto ser
para dizer ao resto da família a sua decisão.
— Onde está Race? — Perguntou Ari olhando ao redor.
— Aqui. — Raça entrou na sala grande e tomou o assento ao lado de
Jai. — Por que estamos nos reunindo como uma família normal?
— Isso é o que eu quero saber. — Bella entrou em seguida e fechou a
porta atrás dela.
— Você não é da família. — Ari zombou.
— Fui promovida. — Bella sentou ao lado de Ari, para o seu
desânimo.
— Por que o Bolas de Aço está aqui? Papai nunca permite qualquer
pessoa no composto a menos que trabalhe para ele ou que deseje isso. —Race
perguntou, pegando um rolo a partir do meio da tabela. A equipe deles tinha
trazido petiscos para a entrada antes do prato principal ser servido.
— Papai deve confiar nele. — Ari olhou para Bella. — Inferno, ele
confia nela. O velho está ficando suave.
Bella golpeou Ari e virou o foco para Brice.
— Como está o braço?
Ele se inclinou para trás em sua cadeira.
— Poderia estar melhor, mas vou viver.
— Eu tenho um pouco de creme para tirar a queimadura do laser se
quiser. Funciona. Meu médico criou para ferimentos por arma de energia, mas
funciona bem com queimaduras de laser. — Ela olhou para ele, pensativa. —
Não tenho nada para a ferida de bala. Isso está fora da minha especialidade.
— Tudo está fora de sua especialidade. — Comentou Ari.
— Cale a boca, Ari. — Bella o golpeou novamente.
Brice sacudiu a cabeça para os dois. Jai não entendeu a brigas
constantes, mas Brice e Race pareciam estar acostumados com isso.
— Vou aceitar a oferta. — Brice pegou um rolo e o mordeu.
Ela assentiu com a cabeça e voltou sua atenção para Jai.
— Então você é Jai. Prazer em conhecê-lo. Desculpe sobre toda-
coisa-de-queremos-matar-você.
Jai sorriu.
— Está tudo bem.
— O que fez para ser promovida? — Ari finalmente perguntou
cortando a conversa. — A dor na bunda? Não deveria ter trabalhado com
aquele bastardo cruel. Todo mundo sabia como ele era sombrio. Não sei por
que você acreditou nele.
Race revirou os olhos.
— Vocês dois agem pior do que irmãos brigando pela atenção do
papai.
A porta se abriu e um homem mais velho entrou na sala. Jai não
sabia exatamente o que esperar do pai de Brice, mas a imagem que viu não
era isso. O cabelo branco parecia limpo e aparado. Ele usava uma camisa polo
cinza e um par de calças cáqui. Ele se parecia com qualquer outro homem na
casa dos sessenta. Definitivamente não é o que um assassino treinado e
mortal pareceria. Jai engoliu em seco quando ele veio na direção deles. Ele
parecia normal.
— Todos os meus filhos no mesmo ambiente novamente. Esta
raridade está se tornando um hábito.
— Bella não é sua filha. — Ari pegou um rolo de manteiga. — Assim
como Andrew não era seu filho.
Brice passou a mão sobre o rosto.
— Será que vamos ouvir isso o tempo todo?
— Só estou afirmando fatos. — Ari deu uma mordida no rolo.
— Bella é da família. — Seu pai se moveu para a cabeceira da mesa e
sentou-se. — Ela sempre foi. Sabe disso.
— Sim, todos nós sabemos o quanto você amava sua mãe. Blá, blá.
Amordace-me. — Ari levantou o copo de água e fez uma pausa em seus lábios.
— Bella não é da minha família.
— Por que estamos aqui? — Race questionou, tentando fazer com
que a conversa mudasse de foco.
— Brice está saindo do negócio. — Seu pai encontrou o seu olhar. —
É compreensível. Sete anos não prisão não é facilmente substituído, não
importa o treinamento.
Pelo que Brice tinha dito a Jai, ele sabia que seu pai ainda segurava
mágoa contra ele por ter sido pego pela aplicação da lei e condenado a sete
anos de prisão. Jai não entendeu muito bem as regras do jogo, mas ser pego
pela polícia era pior do que ser morto.
— Sim, ele quer ser um guarda-costas. — Ari revirou os olhos. —
Sem ofensa, Jai, mas ele deve ser algo menos embaraçoso para a família.
— Como o quê? — Perguntou Brice.
— Como um lutador... — Ari sorriu. — Você salpicou bem o chão com
o cérebro de Andrew com os seus punhos. Deixou-me orgulhoso de ser seu
irmão pela primeira vez na minha vida.
Brice gemeu e apoiou o braço bom na parte de trás da cadeira de
Jai.
— Sou guarda-costas de Jai.
— E amante.
Ambos Jai e Brice olharam para Ari.
— Estou apenas afirmando fatos.
— O ponto... — Seu pai cortou. —... Desta reunião é para informá-los
que, com Brice fora, Bella está dentro. Ela será o terceiro membro da equipe
se forem necessárias equipes.
Ari bufou.
— Eu não estou trabalhando com ela. Você pode favorecê-la o quanto
quiser por causa de Bev, mas eu não era a pessoa emocionalmente investindo
meu pau na buceta morrendo.
— Cuidado com o tom Ari. — Race disse baixo e sério. — Cale a
boca, enquanto está na frente.
— Minha mãe não era uma buceta morrendo. — Bella quase cuspiu
nele. — Você é um babaca. Gah. Eu não quero trabalhar com ele.
— Bem bom. Problema resolvido.
— Não está resolvido. — Bella arrastou a cadeira para trás e colocou
o braço em torno do ombro de Ari lançando-o para fora da cadeira. — Nunca
mais diga nada sobre a minha mãe novamente. Entendeu? Ou vou te matar.
Não me importando com o que Mitch pensa.
Jai observou de onde Ari estava, seus olhos se estreitaram para ela.
Ele se inclinou para baixo, de modo que estava em seu rosto.
— Pode tentar princesa. Mas é melhor que a sua mordida seja maior
do que o seu latido.
— O que foi que eu fiz para você? Diga-me. — Bella balançou a
cabeça, tomando o seu lugar novamente.
— O suficiente. — Ari pegou outro rolo e endireitou sua cadeira. —
Além disso, mulheres são uma responsabilidade e eu não gosto de trabalhar
com elas.
— Chega. — O tom de voz de seu pai terminou a briga. — Vocês vão
trabalhar em conjunto. Não vou dizer para controlar sua boca do caralho, mas
vou ter assentos reservados para quando ela chutar sua bunda. Bella,
nenhuma matança em família. Sabe disso. — Ele disse isso tão calmamente
que Jai se perguntou quantas vezes teve que enfatizar o mesmo fato para si
mesmo. — Brice só vai ser usado para backup de agora em diante. Ari e Race
vão depender de Bella como sempre dependeram de Brice. Vocês me
entenderam? Sem brigas. Sem brigas.
Ari revirou os olhos.
— Com certeza.
A equipe da casa entrou com o prato principal. Jai não podia deixar
de admitir estar altamente entretido. Ter Brice em sua vida com certeza
significava que nada seria maçante. Especialmente em encontros familiares.
— Bem. Estou apresentando seus próximos casos. Seus IAs devem
ter os contratos. Eu quero que sejam assinados esta noite. — Seu pai levantou
uma tigela de frango. — Vamos comer.
Durante todo o curso da refeição, Jai tinha que admitir que toda a
situação era estranha. O patriarca da família não participava muito das
conversas, exceto para parar as brigas entre Ari e Bella. Que continuaram mais
e mais, e ficaram mais intensas quanto mais tempo ficavam na mesma sala
juntos. Em um ponto no tempo, Ari tinha afirmado que Bella estava
apaixonada por Brice. Passou pela sua cabeça uma ou duas vezes que talvez
Ari estivesse apaixonado por Bella. Não sabia a resposta para isso, mas
definitivamente tinha planos para questionar Brice quando chegassem em
casa.
Jai deu uma mordida em seu alimento, olhando para o pai de Brice
olhando para ele. Ser convidado para o jantar significava que você era mais do
que a pessoa qualquer. Ele não o cumprimentou exatamente com os braços
abertos, mas o convidou para comer com eles como uma família. O que falou
volumes para Brice e Jai e que supostamente lhe deu uma sensação de
conforto que precisava para corrigir alguns dos seus erros no passado.
— Você parece perdido em seus pensamentos. — Disse Brice,
puxando Jai mais perto dele. — Está bem?
— Eu estou bem. —Jai sorriu para ele. — Eu estranhamente sinto
que pertenço a este lugar.
Brice deu um beijo na bochecha de Jai e sussurrou:
— Você pertence. Bem-vindo à família.
Com Ari e Bella brigando, Race olhando mais doloroso do que nunca,
e seu pai fazendo o seu melhor para não matar a todos, eles pareciam como
uma família real. Jai apertou a coxa de Brice e tomou um gole de sua bebida.
Considerando todas as coisas, supôs que tudo poderia ter sido pior.

Fim

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