Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dirige uma moto? Sim. Tem tatuagens? Pode apostar. Não dá a mínima
para regras? Exatamente assim.
Ela ignora a sua dor, e ela tem certeza que odeia Jase no momento em
que coloca os olhos nele.
O problema é: Avery precisa de um lugar para 4icar, e Jase precisa de
alguém para dividir o apartamento. Eles são inimigos à primeira vista. E
agora eles vão morar juntos.
***
***
***
Turno da noite. Sim, é exatamente aí que eu trabalho. Quase ri quando
disse isso a Avery. Exceto que não tinha muita graça.
Bem, eu estava tirando essa noite de folga. Eu ia para a mesma maldita
festa que Ave. Por quê? Principalmente porque eu não queria qualquer outro
idiota olhando para ela do jeito que às vezes eu olhava. E eu definitivamente
não queria que ninguém se aproveitasse dela. Eu não tinha ideia de qual era o
seu jogo, mas a garota não tinha jogo algum. Exceto comigo, aparentemente. E
eu queria manter as coisas assim.
O problema era que ela tinha colocado aqueles jeans apertados que tinha
encontrado mais cedo. Pelo menos ela estava usando seu grande suéter por
cima, mas quem saberia o que ela escondia por baixo? Ah sim, eu sabia. Eu sabia
a forma exata dos seus seios e a cor dos seus mamilos. Talvez ela estivesse
usando uma camisa folgada de gola alta por baixo do suéter. Isso seria bom.
E era melhor ela estar usando calcinha e sutiã, não a sua surpresa, eu estou
nua de uma semana atrás.
Puta merda.
Mas era melhor que a calcinha e o sutiã não fossem uma daquelas
pequenas peças de renda preta que faziam parte da coleção de lingeries
sensuais que eu tinha recolhido no seu dormitório. Eu quase gozei na mesma
hora em que abri a primeira gaveta da sua cômoda. Pode ter certeza que eu
verifiquei o tamanho do seu bojo. Duplo D. Suor começou a escorrer pela minha
testa. Aquela doce nerd estava escondendo peitos dos sonhos dentro daquela
sua merda volumosa.
E depois tinha o vibrador. O fato de ela ter um brinquedo sexual colocou a
tímida, e às vezes briguenta Ave, em um outro patamar. Uma parte dela era
definitivamente mulher, uma boa parte, e essa mulher perversa estava apenas
esperando para sair.
13
Eu planejei ter certeza que aqueles garotos bêbados da Beta Theta Pi não
chegassem perto de Ave.
Tenha cuidado, eu disse. Ok, certo. A pessoa com quem Ave mais precisava
ter cuidado era eu, porque o seu joguinho de adivinhe o que estou usando por
baixo disso quase lhe rendeu uma foda dura no meu sofá.
Eu tive que manter a calma com ela depois disso. Ela ficou sob minha pele,
atingiu todos os meus pontos quentes, me fez ver em dobro. E eu não podia ter
isso. Eu não tinha namoradas, e ela era do tipo de levar para casa e apresentar
para a família. Esse pensamento me deixou totalmente agitado.
Eu não queria estragar o nosso lindo acordo – nós podíamos flertar, mas
nada de mãos. Ela me fazia companhia e não pedia nada mais. Eu não ia foder
ela ou com ela porque já tinha descoberto que ela era uma garota selvagem
entre os lençóis – por baixo do seu falso exterior nerd – mesmo que ela não
soubesse disso ainda. Esse combo representava apenas perigo para o meu estilo
de vida rebelde e despreocupado.
A coisa fodida era que eu gostava de ficar em casa com Ave. Eu queria sair
com ela. Não importava se a gente simplesmente comia, assistia a um filme ou
estudava. Eu gostava dela. Ela era um estranho paradoxo, um quebra-cabeças
que eu não conseguia entender.
Eu não podia acreditar que a seguiria até uma maldita festa de
fraternidade, um lugar ao qual nenhum de nós pertencia. Passei por várias sala
e quartos repletos de cheiro de suor, comida rançosa e cerveja derramada.
Música alta. Luzes baixas. Bebidas gratuitas. Um estupro esperando para
acontecer com qualquer garota universitária ingênua que ficasse encantada por
algum jogador de futebol cheio de testosterona.
Eu bebi a cerveja que trouxe comigo. Não sabia o que tinha nesses barris e
não estava querendo passar mal ou apagar com um Boa Noite Cinderela.
Encontrei um lugar aconchegante para sentar, de onde eu tinha uma boa vista
da sala principal. Ainda não tinha visto Ave, mas várias garotas tinham me visto.
Eu não era um completo idiota com aquelas que ousavam se aproximar do
grande Jase Everly.
Vamos apenas dizer que eu deixei muito claro que garotas como elas,
usando saltos de prostitutas e saias muito curtas, não eram o meu tipo.
Ao contrário dos rumores, eu não curtia sexo fácil. Bem, não exatamente.
Cole Mayfield inclinou o ombro contra a parede ao meu lado. Nós batemos
nossas cervejas. Éramos, provavelmente, os únicos ali a beber de garrafas, em
vez de copos. Eu não tinha amigos, assim como não tinha namoradas, porque
tinha muitos segredos para guardar e não gostava de gente intrometida, mas
Cole era pelo menos um conhecido. Um que eu geralmente conseguia suportar.
— Isso é um grande desperdício do caralho de todos os fundos
universitários do papai e da mamãe, — ele falou abaixo da música estilo house
trance.
— Não é mesmo?
— Não tem uma única garota que vale a pena cortejar.
— Quando diabos você já cortejou alguém? Normalmente você mal pode
esperar para entrar nas suas calcinhas.
— Você sempre foi um filho da puta esperto.
— Foi o que o meu pai disse, — eu disse imitando meu sotaque mais
carregado do oeste do Texas.
— Deve ser por isso que você tem uma vida tão boa aqui.
Eu não tinha ideia do que ele estava falando – e na verdade, nem ele.
Esse era um segredo cuidadosamente escondido. De qualquer forma, Cole era
filho de um senador. Se alguém tinha uma vida boa, era ele.
Depois de tomar um gole lento da minha cerveja, limpei a boca com as
costas da mão.
— Você só pode estar se referindo ao fato de eu ter uma Harley.
Ele jogou a cabeça para trás com uma risada. — Sim, é disso que eu estou
falando.
Quando sua boca fechou abruptamente e seus olhos se arregalaram
14
lentamente, eu me perguntei se ele tinha tomado uma dose de Mandrix .
Ele se recuperou com um assobio e continuou a olhar por cima do meu
ombro. — Falando sobre coisas boas, olhe só a carne fresca chegando no
mercado da fraternidade.
Um pressentimento rastejou pela minha nuca. Eu girei.
Puta merda. E Jesus Cristo. Se os olhos de Cole tinham se arregalado, os
meus quase saltaram da cabeça. Esfreguei os olhos para ter certeza de que eles
ainda estavam no lugar e eu não estava alucinando.
Não. Nenhuma miragem lá, apenas Ave parecendo tudo que eu sabia que
ela poderia ser. Aqueles malditos jeans. Eles acentuavam cada curva do seu
corpo ao ponto de dar água na boca. Aquele maldito top.
Merda.
Bem, acho que podia esquecer em saber qual sutiã ela estava usando essa
noite. De jeito nenhum um dos seus sutiãs de renda poderia ser usado por baixo
do top cropped de várias cores, que deixava praticamente todas suas costas
15
sinuosas à mostra .
Seu cabelo estava solto e caía abaixo dos ombros. Ela era loira, mas não
aquelas loiras platinadas. Seu loiro tinha o tom dos feixes de trigo, do outono, de
um campo de flores selvagens. Eu queria enterrar meu rosto nele.
Quando ela se virou em minha direção e olhou para cima, prendeu seu
olhar no meu. Aqueles olhos azuis aumentaram. Ela fez sua própria inspeção em
mim enquanto eu ficava ali de pé. Com apenas seu olhar me tocando, senti um
calor como nunca antes, e o despertar de um milhão de desejos que queimaram
minhas costas e lamberam minha virilha com chamas quentes.
Ela correu os olhos sobre o meu rosto, parou nos meus lábios, foi para a
minha jaqueta de couro preto surrada e provavelmente notou algo acontecendo
dentro da minha calça jeans desbotada.
Cole bateu no meu ombro. — Ah, cara. Ela está afim de você.
— Não, não está, — eu me afastei do calor abrasador do olhar de Ave. —
Eu só estou cuidando dela. E se você olhar para ela mais uma vez assim, como se
quisesse foder ela contra uma parede, vou me certificar de que seus olhos nunca
mais vejam alguma coisa.
Cole recuou com as mãos levantadas. — Nossa, cara. Você está caidinho.
Eu não estava caidinho. Não mesmo. Não. Não. Não.
Eu não me aproximei de Ave. Eu não estava lá para persegui-la,
especificamente. Só queria ter certeza de que ela não fosse assediada, cortejada
e nenhum outro cara da festa falasse com ela. Sim. Isso.
Mal notando a coisinha pequena com um riso estridente ao lado dela, segui
minha colega de quarto pela próxima hora e meia.
Ave olhava para mim de vez em quando, sempre com os mesmos lábios
macios e abertos e o olhar surpreso.
Na marca de duas horas, eu estava prestes a empurrar pedaços de vidro
quebrado de uma garrafa de cerveja debaixo das minhas unhas.
Eu tinha certeza que seria menos torturante do que ficar de pé enquanto
Ave era assediada. O número de babacas – quero dizer, caras – que flertou com
Ave para conseguir a rotina dança/beijo/bebida/foda foi impressionante.
Foi somente quando um idiota em particular que tinha um desejo de morte
foi até ela com um sorriso ei vadia, vem engasgar no meu pau, que eu perdi um
pouco do meu controle.
Reconheci Duncan “Cara de Cu” Locke, o atleta estelar. Ele era um cuzão de
primeira, e já não gostei dele logo no primeiro dia de aula. Os rumores sobre ele
eram piores que os meus. Enquanto eu o observava, ele despia Ave com os
olhos. Felizmente ela estava inconsciente desse fato. Eu não teria nenhum
problema em quebrar a sua mandíbula se ele sequer ousasse em dizer oi para
ela.
— Ei, Dunc! Sinuca.
O filho da puta sortudo foi embora antes que eu tivesse que enfiar meu
punho no seu rosto.
Abri outra cerveja enquanto notava um grupo de garotas ao meu lado, mas
sem um pingo de interesse por qualquer uma delas. Fiz uma careta tão dura que
elas se afastaram.
Ponto para mim.
Depois de uma rápida pausa para fumar, reassumi minha posição de
segurança secreto do outro lado da sala, apenas a tempo de ver o milionésimo
espertinho tentando conseguir algo com ela. Desta vez o cara parecia
inofensivo, panaca. Isso não me fez sentir menos violento. Eu não conseguia me
lembrar de estar tão irritado assim por absolutamente nenhuma razão. O cara
bonito de óculos era provavelmente perfeito para Ave, assim eu não tinha
nenhuma escolha a não ser atrapalhar a conversa dos dois.
16
Eu delicadamente me menti entre os dois, dando ao Clark Kent uma visão
clara das minhas costas.
— Oi, — calma Jase, muita calma.
Ave mordeu o lábio inferior. — O que você está fazendo aqui?
— Festa legal, — eu disse, bebendo a minha cerveja.
— Você andou me espionando por algum motivo em particular ou apenas
quer me irritar?
Dei um passo mais perto para fazer o meu peito ter o menor contato com
os seus seios. Um formigamento correu pela minha pele. Arrepios subiram pelos
braços de Ave.
— Acho que a pergunta é, o que você está usando?
— Não o meu suéter que você parece odiar, — ela me deu uma resposta
espertinha, como sempre.
— Percebi.
— Percebeu? Estou surpresa. E eu deixei o suéter na casa de Benny. Vou
chegar tarde em casa, papai, — ela sibilou.
Dei um passo para o meu lado vazio. Corri minhas mãos pelos seus braços
até cobrir os ombros. Inclinei seu queixo, as pontas dos meus dedos
descansando contra os pontos de pulso do seu pescoço.
— Você está planejando chegar tarde?
— Você está? — ela disse isso balançando seu cabelo sedoso.
Meu rosto endureceu com sarcasmo. — Ouça, Ave. Muitos caras aqui
querem você. Eles estão praticamente fazendo fila para entrar na sua calcinha.
Calça jeans apertada, quero dizer, — apertei os dentes.
Benny saltou ao nosso lado. Tinha que ser ela. Ela era barulhenta,
espalhafatosa e beirava o detestável. Em suma, ela era o completo oposto de
Ave.
A mulher de 1,50m me deu um tapa nas costas. — Maldito Jase Everly.
Uau. Em carne e osso em uma festa de fraternidade. É melhor que alguém
garanta que essa merda está no Instagram.
— Você deve ser Benny, — eu disse sem desviar dos olhos muito azuis de
Ave.
17
— Ah, que lindo. Ave falou de mim. Ela realmente é a minha BFF , —
então a pequena Benny bateu com o quadril em Ave e a tirou da minha frente.
Assumindo o lugar, ela ficou na ponta dos pés e me encarou. — Você esteve com
esses olhos de desejo em cima da minha melhor amiga a noite toda, Jae. Eu não
sei o que você está fazendo, e não me importo se você acha que é o maior bad
boy do pedaço, mas a minha garota está comigo essa noite. E eu estou cuidando
da Ratinha.
Ratinha? Quem, Ave? Ela estava de brincadeira, porra? A mulher que
mexia com a minha cabeça sem nem sequer ter estado na minha cama não
estava nem perto de ser um rato.
Fiz a volta em Benny para chegar até Ave e pegar a sua mão. — Você tem a
chave?
— Sim, — suas bochechas coraram quando ela olhou para nossas
mãos juntas.
Inclinei o queixo de Ave para mim. — Não cometa nenhum erro esta noite,
preciosa.
— Não se preocupe. Eu nunca cometo.
Eu tinha o objetivo de ir embora, mas nem cheguei até a porta. Eu
simplesmente não conseguia fazer os meus pés cruzarem o limiar sabendo que
ela ainda estava lá dentro.
Se ela começasse a dançar, eu ia acabar com essa merda.
Com certeza, algum tempo depois, algum idiota bêbado a acariciou e
tentou arrastá-la para a mistura de corpos se retorcendo de todos os modos. Eu
não ouvi o que Ave disse para fazer o merdinha ir embora, mas senti uma
pontada de orgulho por ela saber cuidar de si mesma.
Isso não me impediu de ir até ela e perguntar, — Posso comprar uma
bebida para você?
— A última vez que eu chequei, a bebida dos barris era livre, desde que
você tire a camisa e mostre os peitos primeiro.
— Eu gostaria de ver isso. Mas não acho que mais alguém aqui mereça, —
eu raspei.
— E você merece?
Puxando uma respiração, eu deixei cair minha cabeça. — Ainda não, — eu
juntei nossas mãos. — Ouça, Ave. Eu te convidaria para dançar se não achasse
que você poderia me dar uma joelhada nas bolas.
Pela primeira vez naquela noite, ouvi sua risada baixa.
Eu dobrei meus joelhos para que estivéssemos cara a cara. — Eu
realmente só quero ter certeza que você vai chegar em casa bem.
Ela sussurrou, — Sim. Eu acho que já tive o suficiente dessas pessoas.
Alívio correu através de mim. Eu não teria que cometer um assassinato
esta noite. Bônus. Ou talvez o bônus fosse passar meu braço ao redor de Ave,
suas costas completamente nuas, enquanto deixávamos a festa. Ela mandou
uma mensagem para Benny e manteve uma conversa barulhenta – ou seja, em
caixa alta – com a sua amiga enquanto andávamos.
— Você não pontuou hoje à noite? — o olhar de Ave deslizou para mim.
Enrolei meu braço com mais força ao redor de sua cintura. — Eu não diria
isso.
Ave não era exatamente pequena — ela provavelmente tinha 1,70m para o
meu 1,90m — mas parecia leve com suas curvas se ajustando contra mim.
Gostei da sensação da sua coxa e quadril pressionados contra o meu corpo
enquanto continuávamos a andar.
— Sem Harley? — ela perguntou.
— Se beber, não dirija.
— Nossa. Então você realmente é responsável.
— Eu não diria isso, — deslizei minha chave na fechadura e deixei ela
entrar na minha frente. — Você está fria, — esfreguei seus dois braços
enquanto batia a porta fechada atrás de mim.
Dando de ombros, ela se afastou das minhas mãos. — Eu sou fria. Isso é o
que dizem por aí.
— Foda-se essa besteira, — minha mandíbula endureceu. Fiz um gesto
para ela para ir a cozinha, tomando cuidado para não tocá-la, porque a timidez
estava de volta e desta vez ela não tinha um suéter grande para se esconder
dentro.
— Eu vou fazer chá. Eu tenho o que você gosta.
Por um momento, os olhos de Ave endureceram como naquele primeiro
dia, quando ela apareceu na minha porta. Isso fez meu coração estúpido perder
uma batida. Eu andei até a pia para disfarçar a maneira como minhas mãos
tremiam enquanto servia água em uma xícara e depois a colocava no micro-
ondas.
Quando pus a xícara de chá na frente dela, seus olhos voltaram para aquela
cor azul emotiva que eu gostava tanto, e que faria qualquer coisa para manter
assim.
— Jase, eu quero te perguntar uma coisa, — ela soprou o líquido quente na
xícara.
Meu olhar pairou entre seus belos lábios cor-de-rosa e a borda da xícara.
— Certo. Pode dizer.
Arrastando uma cadeira ao redor, eu caí sentado nela e coloquei meus
antebraços sobre a mesa.
— Por que você se importa com o que acontece comigo? — seu queixo
vacilou e ela olhou para o chá com leite que eu tinha feito para ela.
Por que eu me importo?
Cristo, mil razões, um milhão de respostas voaram até a ponta da minha
língua. Ela era engraçada e tão inteligente que me excitava. Ela era sexy de um
jeito que eu nunca soube que uma mulher como ela poderia ser. Ela era tímida,
mas não era. Ela era frágil, mas era forte. Ela preenchia as fissuras da minha
vida quando eu tinha certeza de que elas só iriam crescer mais.
Eu me importava muito mais do que deveria.
Chegando mais perto, coloquei a mão na lateral do seu pescoço. Sua pele
era macia e amanteigada.
Eu escovei meu polegar em sua boca. — Talvez eu ache que você é mais
especial do que qualquer outra pessoa que eu já conheci.
Seus lábios se separaram. Eu pensei que ela iria chupar a ponta do meu
dedo.
Ela recuou para trás. — Talvez eu seja. Mas você não é.
Suas palavras frias roubaram aquele pequeno pedaço de calor do meu
coração. Ela tinha todo o direito de pensar que eu não era digno, porque eu
sabia que não era.
Eu arrastei minha cadeira para trás, fazendo barulho. Girei para ficar de pé
na frente da pia, com meus braços apoiados contra ela. Minha voz saiu baixa. —
Você está certa. Como sempre. E esse é o momento em que dizemos boa noite,
preciosa.
Quando me virei, sua cadeira estava vazia. A caneca de chá que eu a fiz
estava abandonada sobre a mesa.
Seis
AVERY
Eu não vi muito Jase nas duas semanas seguintes. Ele deixou o café da
manhã pronto para mim. Ele deixou o jantar aquecido no forno, mas além disso,
ele era como um fantasma. Eu não o culpava. Eu fui uma cadela. Pior, eu não
sabia como me desculpar. À medida que os dias passavam, tornou-se cada vez
mais difícil pensar em uma forma de dizer a ele como eu estava arrependida.
Ele sempre tinha parecido tão tranquilo, não afetado por ninguém, como
se ele não se importasse com o que qualquer um pensasse. Mas eu tinha visto o
brilho ferido em seus olhos. Eu assisti sua boca apertar e seu rosto endurecer.
Eu não queria sentir a atração instantânea que Jase despertava em mim
apenas ao me olhar. Apenas ao me tocar.
Eu não gostava dele.
Eu ainda odiava o maldito Jase Everly. Exceto que eu realmente não o
odiava de verdade.
Ele não sabia, mas sua voz grave fazia pedaços de calor correr dentro do
meu ventre. Suas tatuagens espreitando pelo punho das mangas e pelo
colarinho do pescoço me fazia querer fazer coisas que nunca tinha feito com
homem algum. Meu corpo se aquecia e apertava cada vez que pensava nele.
Eu tinha a sensação de que a sua indiferença era tão ensaiada quanto a
minha casca tímida.
Uma confusão de emoções e reações me invadia por causa dele, mas
nenhuma delas era ruim. Bem, ele fazia questão de me irritar quase o tempo
todo, mas também acendia algo em mim. Ele nunca me ameaçou, mas algo sobre
ele era perigoso. No entanto, eu sabia que ele nunca faria nada para me
machucar.
Eu o odeio. Ele é um jogar. Ele acha que eu sou um jogo. E um jogador
exatamente como Jase me magoou.
Eu ainda precisava pedir desculpas a ele.
***
No segundo fim de semana depois de eu ter falado daquele jeito com Jase –
no qual ele não fez nada além de me levar para casa e cuidar de mim sem pedir
nada em troca – eu tropecei até o banheiro entre os nossos quartos. Metade do
meu cabelo caía sobre os olhos.
Minha visão estava embaçada, porque eu tinha ficado acordada metade da
noite esperando que ele voltasse para casa. Eu esperava pegá-lo de surpresa e
finalmente me obrigar a pedir desculpas.
Minha visão borrada desapareceu rapidamente quando eu vi o que, ou
melhor, quem, já estava no banheiro. Eu posso até ter dado um gritinho como
uma daquelas idiotas com quem trabalhava.
Jase estava na pia esfregando uma toalha sobre o cabelo. Os músculos em
suas costas nuas flexionavam e estalavam. Seus ombros se apertavam. Seus
bíceps estavam inchados. A tatuagem que eu tinha visto enrolada em seu
pescoço fazia parte do mesmo desenho tribal cobrindo todo o comprimento de
seu braço direito. O padrão de redemoinhos, estrelas e intrincadas faixas de
tinta preta enrolavam-se ao redor de ombro e continuavam pelo lado de suas
costas. Ela se abria ao longo das suas costelas.
A tatuagem me levou até sua bunda.
Olhando de trás, seu traseiro parecia musculoso e firme por baixo daquela
toalha.
Quando ele se virou, meu olhar ficou parado, entrando em contato com
uma grande protuberância.
Eu definitivamente dei um gritinho dessa vez. Eu sei que corei. Levantei a
mão para cobrir a boca e finalmente levei meus olhos para o seu rosto.
Deixando de lado a toalha que usava em seu cabelo, ele se apoiou contra o
balcão e cruzou os braços. Então ele me agraciou com um de seus sorrisos
preguiçosos e insolentes que eu não tinha visto em tanto tempo.
Meus pés não se moveram enquanto eu ficava olhando, fazendo uma
viagem de volta até o seu largo peito esculpido. Minha mandíbula caiu aberta
antes que eu a fechasse. A toalha úmida se agarrou a ele, se aninhando muito
embaixo em volta dos seus quadris magros.
Eu tive que me segurar para não hiperventilar. Fiquei surpresa por ainda
não ter entrado em combustão. O calor úmido se acumulava entre as minhas
pernas, e eu me senti de repente inchada e necessitada.
Uma única gota de água escorregou pelo seu torso. Eu lambi meus lábios.
Ele puxou uma respiração audivelmente. A gota escorreu pela única linha de
pelos castanho-escuros dividindo seu abdômen. Ela então continuou mais para
baixo, para dentro do tufo de cachos púbicos espreitando acima da toalha baixa.
Engoli em seco. Ele segurou a pia com os dois punhos duros.
Abaixo, sua protuberância esticou o tecido. Eu não podia dizer se ele
estava duro, mas com certeza ele não estava flácido também. Nem era pequeno.
Meu coração bateu mais rápido. Senti meu pulso em todo meu corpo, e mais
forte na minha buceta.
— Você está vendo algo que gosta, preciosa?
Não havia como responder. Eu provavelmente babaria se abrisse a boca.
Meus pés pareciam enraizados no lugar. Olhei para ele novamente.
O ar entre nós era grosso, e não por causa do vapor de seu banho recente.
Seus olhos estavam encapuzados, mas não por causa das sombras que as luzes
lançavam. Era fome, pura e simples. Fome de mim enquanto eu estava diante
dele usando meu suéter medonho e com meus cabelos emaranhados.
Eu gostei do que vi. Ele também sabia disso. Mas eu não estava prestes a
admitir qualquer coisa em voz alta.
Jase sacudiu a cabeça para a banheira. — Acho que essa reviravolta é
apenas justa.
Seu comentário me enviou de volta para a noite em que ele entrou no
banheiro e flagrou eu me masturbando. Me perguntei se ele podia sentir o
cheiro do que estava fazendo comigo enquanto a umidade escorria entre as
minhas pernas. Meus mamilos endureceram. Meus seios incharam.
— Acho que eu ainda te devo uma. Você quer me assistir batendo uma
punheta, preciosa? — sua voz áspera tremeu através de mim.
Se ele continuasse assim, eu provavelmente explodiria aqui mesmo.
Se aproximando, Jase passou a ponta do dedo pelo meu braço. — Qual é o
problema? Sem palavras? Talvez eu devesse tirar minha roupa na sua frente
com mais frequência.
Eeeeeee assim, o velho Jase estava de volta.
Minhas desculpas foram esquecidas quando eu disse, — Você pode tirar
tudo o que quiser. Ainda vai ser um idiota.
Marchei para fora do banheiro antes de ser tentada a arrancar sua toalha.
Sua risada retumbante me seguiu. — Eu também senti sua falta, preciosa.
***
Poucas horas depois – após uma sessão com o meu vibrador em que
enterrei meu rosto no meu travesseiro para que Jase não ouvisse o quão duro e
alto eu gozei por causa dele – arrisquei ir lá embaixo. Era um sábado
preguiçoso, mas ele não tinha passado um único dia em casa desde que eu o
tinha irritado tanto.
Eu esperava que ele estivesse fora e fodendo seja lá quem ele fodia quando
não estava por perto. Eu certamente não achei que ia encontrá-lo na sala de
estar, gritando em seu iPhone.
— Você é um idiota! Só estou pedindo um pouco de ajuda aqui, mas você
não pode ver além da merda do seu umbigo, pode?
A voz na outra extremidade saiu tão alta que me fez querer rastejar para
baixo dos meus cobertores e me esconder. Eu não tinha ideia de como Jase
podia ficar lá e ouvir tudo com aquele olhar estoico em seu rosto, que eu podia
ver pelo seu perfil. Sua mandíbula pulsou uma vez, duas vezes.
Sua expressão era a mesma de quando eu lhe disse que ele não era bom o
suficiente para mim. Parecia que ele já tinha ouvido isso antes, o que me fez
sentir ainda pior.
— Vai se foder você também. Não se preocupe, vou me enviar um lembrete
para nunca mais pedir algo a você, — ele encerrou a chamada e jogou o telefone
na mesa de café.
Entrando na sala, caminhei na sua direção. Ele balançou a cabeça e olhou
para mim, seus olhos se arregalando de surpresa.
— Então, isso foi...
— Meu pai.
— Ele soava como...
— Um idiota.
— Nunca conheci o meu, — disse eu.
— Sortuda.
— Eu não diria isso, — dei de ombros. — Meu pai foi embora quando eu
ainda era jovem demais para sequer me lembrar dele. Sempre foi apenas eu e a
minha mãe. Ela trabalhou muito duro para conseguir tudo o que nós temos.
— Droga, Ave. Eu devo soar como um mimadinho de merda. Sinto muito
que você tenha passado por tanta dificuldade, — com a mão segurando meu
rosto, Jase roçou o polegar ao lado da minha boca. — Estou tentando tornar as
coisas mais fáceis para você.
Minha barriga deu uma volta. — Você está. Você não tem ideia, Jase. Estou
aqui com uma bolsa de estudos. É por isso que não posso deixar de estudar.
— Se alguém vai ter sucesso, esse alguém é você, — ele afastou a mão para
bater com um dedo na ponta do meu nariz. — Eu posso sentir essas coisas. E
você nunca precisa se preocupar em me pedir nada. Eu prometo.
Uma sensação quente de segurança, algo que eu nunca senti antes, se
assentou sobre mim. Ele era tão sincero, tão insuportavelmente provocante e
sexy. Eu quase nunca sabia o que esperar dele, mas sempre queria mais.
— Espere um segundo. Se você não consegue dinheiro com os seus pais
ricos, de onde tudo isso vem? — fiz a pergunta que começou a queimar um
buraco no meu cérebro.
As narinas dele se abriram quando sua expressão se fechou. — Isso não é
algo que você precisa saber.
— Oh Deus. Você não é traficante de drogas, é?
Sua risada estremeceu meus ossos. Suas sobrancelhas se levantaram,
assim como um lado de sua boca.
— Sério, Ave? Você acha que eu tenho um laboratório de metanfetamina
em algum lugar?
— Bem, você está sempre fora a maior parte da noite...
— Ave, Ave, Ave, — ele balançou a cabeça lentamente. — E eu aqui
pensando que você tinha uma melhor opinião sobre mim, — ele disse com
decepção fingida.
— Eu tenho! Eu só...
— Você é como um cão com um osso, isso é o que você é. Largue, preciosa,
— era uma ordem falada com o tom mais persuasivo.
Suspirei. — Ok.
— Bom, — ele agarrou minha mão e olhou para mim. — Você vai ter.
— Hum. O quê?
— Vamos montar. Eu preciso sair, e como você disse, você trabalha muito.
Hora de se divertir.
— Montar?
— Na minha moto, — ele sorriu, e com aquele puxão de seus lábios
vermelhos, algo apertou dentro de mim.
Um passeio em sua moto e não no... uh... seu pau.
Um rubor salpicou minhas bochechas em tempo recorde, o que o divertiu
ainda mais. Ele riu.
— Eu nunca... eu nunca andei de moto antes, — eu busquei as palavras.
— Ótimo. Eu amo uma virgem.
Eu puxei minha mão livre e dei um soco no ombro dele. — Não é
engraçado, espertinho.
— Besteira. Isso é muito engraçado. E estou falando sério. Amo as novatas,
— se inclinando muito perto, ele sussurrou, — O que vai ser, Ave? Você vai me
deixar tirar a sua virgindade de motos?
O calor subiu à superfície da minha pele quando seu hálito quente escovou
o lado do meu pescoço.
— Ok.
— Ei, nada de saias na moto, garota safada, — seus olhos cintilaram. —
Coloque os jeans que eu gosto tanto, a menos que você planeje me dar um
18
peepshow .
Eu lhe dei um bom show. Com o meu dedo médio, enquanto subia as
escadas para me trocar. Sua risada suja me fez sorrir. Isso era muito melhor do
que ele se fechando ou me dando um tratamento de silêncio.
Pensei em irritá-lo usando um par de jeans feios, mas cedi. Eu mesmo
decidi usar um top azul claro junto com o jeans apertado que tinha usado na
festa da fraternidade. Calcei meus pés com as botas de caminhada que eu usava
no inverno.
Quando eu me juntei a Jase no andar de baixo, seu assobio encheu minha
barriga com borboletas. Ele colocou uma jaqueta de couro nos meus ombros.
— Isso vai me engolir!
— Basta pensar nisso como um de seus suéteres, só que melhor. Tem o
meu cheiro.
O calor estava de volta dentro da minha barriga. Eu cheirei o colarinho e
senti o peso do couro bem-usado sobre meus ombros. Tinha o cheiro dele, que
era algo como luz do sol e rodovias abertas. Liberdade e um toque apimentado.
O cheiro de tabaco estava presente, mas não me incomodava. O cheiro
inebriante era perfeitamente Jase, e estar envolvida dentro dele me fazia sentir
como se pertencesse a ele.
Ele me puxou pela porta e colocou um capacete na minha cabeça.
Levantando uma perna sobre a moto, ele estendeu a mão. — Apenas
segure em mim, preciosa. Vou me certificar de que você não se machuque.
Com o primeiro barulho da Harley e as pernas de Jase entre as minhas
pernas, senti algo incrível. Eu me senti livre. Envolvendo meus braços ao redor
de seu estômago, coloquei minha bochecha contra seu ombro. Ele rugiu para a
estrada e se moveu entre os automóveis no trânsito como se a moto – preta,
grande e barulhenta – fosse uma extensão do seu corpo. A forma como ele
lidava com a moto era sexual e primitiva e tão viril que eu quase podia imaginar
a maneira como ele fazia amor.
O calor flutuava dentro de mim, me aquecendo enquanto o vento
chicoteava meus cabelos soltos e mordia minhas bochechas.
Jase acariciou minhas mãos e acenou com a cabeça para mim antes de
alcançarmos a estrada aberta da Trilha de Brazos. Olhei por cima do ombro dele
e ri ao seu ouvido. Eu o vi sorrir. Um riso mais alto estourou de mim. Eu não
conseguia parar a sensação de leveza causada pela velocidade da corrida, o
homem forte em meus braços, o estrondo do metal entre nossas pernas.
Enterrei meu nariz contra a pele de seu pescoço, onde eu poderia sentir
melhor o seu cheiro. Ele estremeceu contra mim. Lágrimas picaram meus olhos
e caíram. Elas não eram apenas por causa do vento. As lágrimas vieram rápido,
apenas algumas, porque Jase estava me dando uma experiência que superou
todas as outras da minha vida. Ele estava compartilhando um de seus amores
comigo.
Horas devem ter passado, mas pareciam minutos. Eu não queria que
acabasse nunca. A Trilha de Brazos se estendia por milhas e milhas de encostas
e cânions e o brilho polido de tons de outono. Ela era como uma miragem de
cores – assim como os sentimentos dentro de mim – que eu queria agarrar.
Finalmente ele diminuiu a velocidade, saindo da estrada. Ele parou para ir
ao banheiro e dividir uma garrafa de água. Eu não tinha parado de sorrir. Jase
me observou com um olhar cuidadoso em seus olhos, como se nunca tivesse me
visto antes.
Com minha mão enfiada dentro da sua, mais quente e mais áspera, ele me
ajudou a descer a trilha. No final de um caminho sinuoso, paramos. A respiração
voou do meu peito e eu pressionei a mão na boca. Abaixo de nós, toda a
paisagem se abriu. Acres de intocadas colinas e vales escarpados. Espumantes
pontos de lagos. Árvores e arbustos em vermelho brilhante e ocre. A cor azul,
tingida de rosa pelo sol, saturou o céu, e ele era infinito.
Aqui era onde a natureza selvagem transbordava, e o ponto exato onde um
desconhecido selvagem começou a voar mais alto dentro do meu coração.
— Eu nunca vi nada parecido, — eu sussurrei.
— Eu também não.
— É tão bonito, Jase.
— É, — seu tom áspero segurava uma nota séria.
Olhei para ele. Ele estava me observando, sem se preocupar em admirar a
paisagem deslumbrante. Suas bochechas estavam coradas e seus olhos intensos,
me examinando.
Minha respiração ficou presa.
— Sabe, você estava incrível na outra noite, preciosa. Tão linda. Você é
única. Bonita. Não que eu seja um fã de todos aqueles imbecis babando em cima
de você, mas...
— O que, Jase Everly, isso foi um elogio?
Ele colocou a mão na minha cintura. Com a mão firmemente ao meu redor,
ele me puxou para mais perto. — Eu não estou brincando com você, Ave. Sim,
foi um elogio.
Eu sentia como se pudesse deslizar para fora das extremidades da Terra a
qualquer momento com ele. Minhas mãos se espalharam pelo seu peito. — Eu...
eu não recebo muitos elogios.
— Geralmente as pessoas sorriem. Ou agradecem.
— Eu... obrigada.
— Foi tão difícil assim? — seu tom rouco colidiu com a emoção do passeio
ainda ecoando dentro de mim.
— Não, mas há algo que eu preciso dizer, e não tenho sido capaz de falar.
Seus dedos se moveram para o meio das minhas costas. — Seja o que for,
você não precisa.
— Eu preciso. Isso está me comendo por dentro. Jase, me desculpe pelo
que eu disse depois da festa. Eu fui horrível com você naquela noite. Eu fui
rancorosa e cruel, e não queria dizer aquilo.
— Ei, era praticamente verdade, então não se preocupe, — ele se afastou.
Eu agarrei seu braço. — Não é verdade e você sabe disso. Você é doce e
engraçado e... — Deus, sexy como o pecado. Baixei a mão para segurar a dele. —
Você tem sido incrível comigo. Me desculpe.
— Eu fui incrível com você?
— Bem, um pouco idiota, também. Mas eu acho que é só porque você gosta
quando eu estou zangada.
Jase riu, mas no momento seguinte sua expressão divertida mudou, como
as sombras das nuvens correndo pelo céu. Varrendo o cabelo do meu rosto, ele
apertou a parte de trás do meu pescoço em sua grande palma.
As pontas de seus dedos provocaram a parte de trás das minhas orelhas.
Ele lambeu os lábios enquanto me observava. Seus olhos escureceram, ficaram
mais profundos, e os planos do seu rosto se transformaram em algo que se
parecia muito com o desejo dentro de mim.
Hoje ele estava com uma barba castanha escura e macia sobre o maxilar,
nas bochechas e acima dos lábios muito vermelhos.
Me perguntei qual seria o gosto de tocar com a ponta da minha língua no
arco perfeito criado por seus lábios, onde a barba se curvava. Eu queria tanto
sentir o toque áspero na minha língua.
Minha boca se separou quando ele se inclinou, chegando mais perto.
Quando meus seios roçaram contra seu peito sólido e musculoso, eu quase
gemi. Foi tão bom.
No último momento, Jase desviou para o meu ouvido. — Eu acho que isso é
o suficiente por um dia. Tenho que chegar em casa e ir trabalhar.
E assim ele quebrou o feitiço.
Sete
AVERY
Após o nosso passeio na Trilha de Brazos, Jase se afastou de mim outra
vez. Talvez fosse o nosso quase beijo. Ele cuidava da maioria das coisas da casa,
como de costume. Ele foi fiel à sua palavra, novamente. Mas enquanto ele disse
que eu podia contar com ele para qualquer coisa, não acho que podia contar
com ele para não quebrar o meu coração.
Então ele decidiu mudar de tática. Isso se tornou um jogo de empurra e
puxa. A tensão entre nós só crescia até o ponto que um de nós ia ser obrigado a
quebrá-la, ou eu ia cair no chão e acabar sozinha outra vez.
Jase me observava através de seus olhos quase fechados, em fendas
discretas, mas seu olhar queimava diretamente em mim. Por mais que eu
tentasse, não conseguia tirar ele da cabeça.
Nosso silencioso impasse terminou uma noite quando eu o ouvi no seu
quarto. Sua porta estava entreaberta quando passei.
Ele gemeu alto, — Yeah, Ave. Assim, chupe minhas bolas.
Eu puxei uma respiração trêmula antes de empurrar a porta aberta apenas
um centímetro a mais. Seis semanas. Nós vivíamos juntos há seis semanas, e eu
estive tentando não me apaixonar por ele para apenas bater na sua parede de
tijolos de sentimentos bloqueados. E agora ele estava se masturbando enquanto
pensava em mim?
Meus joelhos ficaram fracos.
Aparentemente ele esteve guardando qualquer consideração cuidadosa
sobre mim para algo que soava hipnoticamente atrevido, envolvendo coisas que
eu certamente não fazia. Mas eu queria.
Eu não podia apenas passar e ignorar a cena acontecendo ali dentro. E foi
assim que eu me entreguei aos meus desejos voyeuristas. Se ele estava gemendo
o meu nome, eu deveria ter um assento na primeira fila.
Quando olhei para dentro, meus olhos queimaram e meu rosto ficou
quente.
A cabeça de Jase estava inclinada para trás. As cordas do seu pescoço
estavam rígidas. Ele estava sentado completamente nu na poltrona de couro, de
frente para mim. Um punho bombeava lentamente seu pau, enquanto a outra
mão estava mais embaixo, apertando as bolas.
A porta rangeu. Seus músculos flexionaram. Sua cabeça voou para cima.
Ele me pegou sem fôlego e olhando fixamente. Através do cabelo desgrenhado
caindo sobre sua testa, eu vi os seus olhos castanhos encapuzados por
pálpebras pesadas.
— Preciosa. Eu estava aqui pensando em você, — sua voz era tão grossa e
pesada quanto o pênis que ele apertava em sua mão.
— Sério? E qual cabeça você estava usando? — eu perguntei com a voz
instável.
Meu olhar desviou para baixo antes de perfurar um buraco na parede
acima da cabeça dele. A que estava sobre seus ombros, e não a que brilhava
contra a sua barriga.
— Ah, não me faça explodir agora mesmo, linda. Você sabe que estamos
caminhando para isso, não é?
A negação veio rápida, mas nunca saiu da minha língua, a língua que
queria colar na dura coluna do seu pau.
Ele curvou um dedo para mim. — Por que você não vem aqui e chupa
essas bolas em vez disso? — ele levantou os dois globos rosados em sua palma.
Elas pareciam tão gostosas. De dar água na boca. Eu sacudi meus sentidos
antes que fosse tarde demais. Ele queria transformar isso, nós, em um ato
lascivo. O que tínhamos compartilhado naquele dia em sua Harley não tinha
sido sujo ou indecente. Ele sabia disso. Eu também sabia. Eu não iria colocar
uma mão nele até que ele me olhasse nos olhos e me quisesse da mesma
maneira que eu o queria.
Sujo e atrevido tudo bem. Mas usar um ao outro era algo completamente
diferente.
Eu balancei a cabeça, com a intenção de me afastar, decidida a não me
tornar outra foda de Jase Everly. Ser a garota do dia. O garoto era como uma
sorveteria... 31 sabores, um para dia do mês.
— Acho que não.
— Puritana demais para chupar um pau?
— Muito esperta para chupar o seu, Jase, — eu assobiei.
— Eu não vou perguntar novamente. Entre e feche a maldita porta, Ave —
ele disse com a voz severa.
— Vá se foder, — eu respondi, me virando para sair.
Ele estava lá antes que eu pudesse escapar, batendo a porta fechada e me
girando ao redor. Eu senti o seu cheiro, picante e um pouco suado, e isso me
deixou mais tonta do que pensei que deixaria.
Inclinando-se para o lado, ele correu uma mão para cima e para baixo da
saia e da blusa que eu usava.
— Eu estou no modo gato e rato, mas você não é tão ratinha como parece
ser. E o que você esconde aqui, embaixo disso tudo? Me excita pra valer, Ave —
ele esfregou o nariz ao longo da minha mandíbula e depois beliscou a pele
sensível embaixo da minha orelha. Jase sussurrou com uma voz aveludada, —
Talvez você só precise de um pequeno empurrão para se soltar.
— Talvez você queira que eu algeme a sua mão no seu pau!
Com seus dedos quentes e ásperos deslizando da minha barriga para o
meu quadril, ele me puxou contra o seu corpo, então eu pude sentir o
comprimento quente apertando contra a minha coxa. — Eu não acho que você
queira fazer isso. Nã nãm.
Quando ele recuou alguns passos, meu corpo sacudiu com raiva... com
desejo.
— Não, você gosta disso, não é? — ele segurou seu eixo novamente e fez
um show lento de empurrar o pau dentro e fora de seu punho, já tão ereto e
vermelho escuro, brilhante e inchado na ponta.
Eu não podia negar, então mantive a boca fechada.
Jase me deu um sorriso perverso enquanto inclinava a cabeça. Um
grunhido gutural escapou da sua boca. — Eu vou gozar em breve. Se você não
quer isso na sua boca ou no seu corpo, é melhor ir embora.
Obrigando meus olhos e pernas a se mexerem, me empurrei para a
maçaneta, ouvindo enquanto Jase se esforçava para dizer, — Vejo você no café
da manhã, Ave.
Eu não deixaria ele ter a última palavra. — Não vou me tornar outra de
suas conquistas, Jase.
— Eu não tenho conquistas. Eu tenho fodas.
Eu tropecei no corredor, suas palavras soando em meus ouvidos. Jase era
preto e branco e tinha tantas sombras no meio que eu tinha perdido a
contagem. Eu não era estúpida. Ele me queria, mas não queria ficar preso a
mim.
A excitação zumbiu entre minhas coxas.
Eu não ia entrar no seu jogo.
Eu tenho certeza que ele tinha dezenas de garotas esperando uma ligação
sua. Eu nunca o tinha visto trazer alguém para casa, mas ele certamente fedia a
vadias todas as noites.
No meu quarto, desliguei a luz, rastejei para baixo das cobertas e peguei
meu iPhone para mandar uma mensagem para Benny.
Eu: Meu Deus. É melhor você estar acordada e sozinha.
Benny: Acordada. Em uma cama de solteiro esta noite. Suspiro. Meu charme
é tão desperdiçado nesses garotos de faculdade.
Eu: J. estava batendo uma para mim!
Benny: Naah. Mentira.
Eu: É sério.
Benny: Você viu isso?
Eu: Porra, sim.
Benny: Detalhes!
Eu: Duh. Não.
Benny: Vaca.
Eu: Sou mesmo.
Benny: Quando você vai ver o Sr. Delícia novamente?
Eu: Nós moramos na mesma casa? No café da manhã, e ele vai usar a sua
maldita toalha e nada mais.
Benny: Aqui está o que você vai fazer, Ratinha. Arranque essa toalha fora e
monte nesse menino mau com tudo que você tem!!!
Eu: Você é uma piranha.
Benny: Tente. Você pode gostar. Beijo, beijo.
Desliguei meu telefone com uma risadinha, pressionando o rosto contra o
travesseiro.
***
Café da manhã. Com Jase vestindo a sua toalha baixa e nada mais. Esse era
um novo hábito desde que entrei no banheiro dele. Ele sabia o que isso causava
em mim. Eu sabia que ele sabia disso.
Ele se sentou na minha frente, observando cada movimento que eu fazia
enquanto pegava a deliciosa omelete que ele tinha feito.
Nervosa por sua inabalável atenção, lambi os meus lábios. A boca de Jase
se abriu. Seus olhos castanhos escuros se fixaram na ponta da minha língua. Eu
repeti a mesma lambida no meu lábio inferior, mais lentamente dessa vez.
Isso despertou a consciência através de mim. Eu rolei o pescoço e arqueei
as costas. Então corei tão tímida como uma colegial, que era exatamente o que
eu era.
Uma universitária tímida com um cruel segredo que não podia confessar a
ninguém, porque eu já tinha tentado isso e me disseram que eu era uma
pequena mentirosa patética.
Empurrei o passado que eu não podia mudar e me concentrei em Jase, um
homem que eu não deveria querer. Eu não tinha interesse no meu colega de
quarto galinha. Absolutamente nenhum.
Eu ri quando bebi da xícara de café, forte e escuro dos grãos que Jase tinha
moído logo cedo pela manhã, a primeira coisa que ele fazia todos os dias.
Colocando o seu garfo para baixo, ele usou o cotovelo para empurrar seu
prato vazio para o lado e então colocou as mãos juntas sobre a mesa. Esse
simples movimento suave o deixou a apenas alguns centímetros mais perto de
mim.
— Algo engraçado, preciosa?
Eu engoli a omelete quente um pouco depressa demais.
— Não, — eu engasguei, meus olhos caindo para os restos do meu café da
manhã e para o último pedaço de torrada no meu prato.
— Eu também não acho nada engraçado. Você sabe... — ele cruzou os
braços atrás da cabeça, recostando-se na cadeira. Seus bíceps arquearam, seu
peitoral se esticou, e ele puxou seu lábio inferior entre os dentes antes de deixá-
lo voltar. — Eu gozei em todo meu peito e barriga na noite passada depois que
você saiu, — uma mão desceu para esfregar a faixa de pele bronzeada e cabelos
castanhos em seu peito nu... todo o caminho até o nó frouxo da toalha onde o
cabelo engrossava.
O calor formigou pela minha pele e eu abri a boca para soltar uma
respiração trêmula.
Meus seios empurraram contra o pano fino da minha regata, e Jase
zumbiu.
— Peitos bonitos.
Meus mamilos endureceram com a atenção.
— Jase...
— Alguma coisa tem que ceder aqui, preciosa. Alguém.
— Não eu, — balancei a cabeça mesmo quando a minha voz se rompeu
pela tentação delirante que ele apresentou.
— Sério? — sua voz ardia por toda a mesa. — Eu estava pensando. Eu
ajudo você todas as manhãs, — ele acenou com a mão em volta da cozinha e
então ficou com os dedos afrouxando lentamente a toalha em torno de sua
cintura. — Talvez você pudesse me ajudar todas as noites.
— Eu não vou, — eu disse, mas fiquei sentada e quieta, esperando para ver
o que ele faria em seguida.
Seus dedos se soltaram. A toalha mal permaneceu no lugar. Ele caminhou
até mim e depois se agachou. A toalha se separou entre suas coxas fortes,
revelando uma paisagem muscular que eu queria explorar com minhas mãos e
minha língua.
— Um pequeno arranjo, Ave, isso é tudo que eu estou falando. A sua
buceta doce está molhada para mim?
— Não, — urgência e excitação escorreram pela minha voz, não importava
o quão desesperada eu estivesse para negar.
— Aposto que está, — uma covinha apareceu em sua bochecha quando ele
deu seu lindo sorriso. — Aposto que sim, — ele repetiu, se levantando. Ele se
moveu para a pia e ligou a água. — Mas está tudo bem, o contrato de aluguel é
válido por mais oito meses, e eu gosto de um desafio.
— Você pode pegar o seu desafio e enfiar no rabo, maldito Jase Everly. Mas
a menos que você me trate do jeito que disse que trataria, do jeito que você
costumava me tratar, não vai chegar em lugar nenhum perto da minha cama. E
você pode enfiar isso no seu rabo, também.
Oito
JASE
Diferente dos primeiros dias, quando Ave se mudou para morar comigo, em
que ela andava na ponta dos pés como se esperasse que eu fosse dizer “buh”
toda vez que ela fazia um barulho, ela resolveu revidar depois do meu pequeno
desafio.
Durante três dias ela não olhou para mim, tentou me ignorar, e então
resolveu me amaldiçoar a cada chance que podia.
Eu amei isso pra caralho.
Sua reação explosiva significava que eu tinha dado início a uma coceira sob
sua pele que somente eu podia dar fim. E eu esperava muito em breve sentir
suas unhas arranhando todas as minhas costas, também.
Ela me bateu forte na noite da festa da fraternidade, me acertando em
cheio. Eu tive que massagear meu ego depois disso. Eu era apenas um cara,
afinal. Tudo mudou na manhã em que ela entrou no banheiro. Ela tinha sido
incapaz de desviar o olhar. Eu não me importei, nem um pouquinho. O jeito que
ela olhou para mim – como se estivesse memorizando cada músculo e tatuagem,
da mesma forma que ela memorizava as suas anotações de química orgânica
que ela lia todas as noites – tinha acalmado o meu ego machucado.
Precisei usar toda minha força de vontade para não a empurrar contra a
pia e arrancar seu suéter, para poder dobrar ela e bater para dentro ali mesmo.
Eu queria saber se ela era lisinha e raspada, ou se tinha uma pista de cachos
loiro sexy emoldurando o que com certeza era uma buceta rosa suave, que
combinava com os mamilos da mesma cor.
Eu a empurrei na noite em que ela me encontrou me masturbando. Eu
precisava saber se essa atração insana era unilateral. Às vezes era tão difícil ler
Ave. E ao contrário da crença popular, eu não era o tomador de risco que todos
falam que eu era. Havia uma razão pela qual eu estava sozinho, porque eu
mantinha as minhas paredes quase tão altas quanto as de Ave, por que eu não
fazia amigos e nunca, nunca tinha namoradas.
Se eu fosse me expor para Ave, tinha que haver uma razão. Ela tinha que
me querer tanto quanto eu a queria.
O fogo ardendo baixo dentro dela quase queimava meu coração. Cada
desafio que eu lhe atirava, ela me jogava de volta com tanto calor que eu mal
podia pensar perto dela. Minhas palavras saíam erradas, totalmente erradas. Eu
recorria a instintos de macho alfa quando se tratava dela, porque a queria na
minha cama, todas as noites. Eu morria por estar a duas portas de distância,
com ela sempre me dizendo não.
Eu nunca devia ter levado ela para um passeio em minha moto.
Eu queria levá-la para outro passeio assim que possível.
Ave me tinha completamente amarrado.
Com seus braços apertados em volta do meu estômago e suas coxas
pressionando as minhas enquanto acelerávamos ao longo da trilha de Brazos,
eu estava naquele momento com ela. Pensei em muitos outros momentos como
esse em nosso futuro. Seus lábios se aninharam no meu pescoço e a emoção de
sua boca quente na minha pele substituiu a emoção do passeio. O primeiro dela.
Seu cabelo chicoteava em nossos rostos. Sua risada fazia ondas de choque
reverberarem até minhas coxas.
Seu rosto brilhava quando eu a ajudei a sair da moto. Suas bochechas
estavam rosadas e seus olhos azul-claros se arregalaram de admiração com a
paisagem que nos cercava. Mas eu só tinha olhos para ela. Ela era mais bonita
que qualquer pintura, qualquer uma das glórias da natureza e, de longe, a mais
deslumbrante mulher que eu já conheci.
Nosso beijo estava tão perto. Seus olhos se fecharam. Ela inclinou a cabeça
para o lado. Sua respiração escorregou através de minha boca e seus lábios se
separaram em antecipação. Antecipação que eu saboreei por um momento
longo demais. Um único beijo em Ave seria o fim de tudo. Aquele quase beijo foi
um erro.
Eu nunca mais seria o mesmo. Eu não sabia se estava pronto para mudar.
Eu não acho que ela iria me querer se soubesse o que eu realmente era. Como
poderia?
Eu não tenho conquistas. Eu tenho fodas. Essa era a maldita verdade. Eu
nunca seduzi uma garota. Eu nunca tive que fazer isso. Nunca quis. Nunca
precisei. Até agora.
Aquele quase beijo foi um acidente que eu queria transformar em
realidade.
***
Outro dia. Mais quinhentos dólares esperando para serem feitos essa noite.
Pensei que a minha cabeça fosse explodir. Primeiro a que estava em cima
do meu pescoço, e depois a que estava em cima do meu pau.
Ave não invadiu o banheiro quando eu estava lá dentro outra vez. E eu não
consegui pegá-la durante o banho de novo. Mas eu gozei por ela. E aposto que
ela gozou em seu vibrador com os pensamentos em mim naquela noite.
Embora Ave não tivesse nenhum problema em me dizer o que pensava do
nosso impasse sem fim – que eu gostava de chamar de A Grande Trégua Entre
Colegas de Quarto 2012 – ela com certeza tinha problemas em se livrar das
peças de roupa do seu guarda-roupa que escondiam todas as suas curvas.
Foram-se as visões raras de jeans apertados, camisas sexy, tops de seda ou
qualquer tipo de top, que mostravam a menina linda que havia por baixo.
Todos os dias com Ave era a mesma maldita coisa: os mesmos sapatos sem
graça, as mesmas roupas folgadas. A mesma merda velha e antiquada que veio
de algum bazar barato, e que cobria a linda garota gostosa e quente que havia
por baixo daqueles suéteres gigantes com cores horríveis.
Eu não podia esperar para queimar toda aquela merda, para ver ela
se tornar a mulher segura, de parar o trânsito e os corações, que ela foi feita
para ser.
De seus brilhantes olhos azuis, até o longo cabelo cor de trigo, ela era um
território inexplorado. Fresco, bom, limpo, saudável e quente. Ela só precisava
ser descoberta... despida. E no meu pau.
Eu tinha uma péssima reputação por todos os lados. O príncipe rico que
vivia torrando o cartão de crédito do pai, dirigia uma moto, tinha uma tatuagem
ou duas e gostava de correr por aí. Mas as coisas não eram bem assim. Não
vamos falar do meu fundo de herança, pois quando fiz dezoito anos papai Everly
tirou tudo de mim porque ele não passava de um bastardo egoísta. Então
comecei a usar minha outra cabeça, fazendo um bom uso dela.
Os Everly eram criados como herdeiros de uma fortuna do campo
petrolífero texano, não como maricas mimados sem noção de negócios.
Felizmente eu tinha um bom cérebro que combinava com a minha aparência,
assim como um projeto lateral que me manteve abastecido o suficiente ao ponto
de eu nunca ter que mendigar nada ao longo dos meus anos de faculdade.
Bad boy isso, bad boy aquilo, as fofocas sobre a minha reputação de
“comer e ir embora” me seguiam como a fumaça dos exaustores da minha
Harley. Eu realmente não dava a mínima para nada disso, até Ave. Até que Ave
apareceu.
Jesus, a cratera que ela estava fazendo no meu ego era tão grande
quanto o maldito Grande Cânion.
Eu tinha aumentado as apostas com Ave. Ela revidou e aumentou suas
apostas também. Eu tinha uma melhor cara de blefe.
Eu sorri para o espelho na porta do armário, usando calças de brim que
tinham ficado amarrotadas no chão na noite anterior. Adicionando uma
camiseta, minha jaqueta de couro favorita, um Marlboro vermelho balançando
da minha boca, eu fiz uma varredura do apartamento no meu caminho para
fora.
No banheiro, a toalha da Ave estava sobre a minha. Eu sacudi as duas e as
pendurei na barra de toalhas. Inalando seu perfume, eu fechei meus olhos. Sua
fragrância natural era jasmim ou madressilva ou algum perfume doce de verão.
As mesmas flores que a minha mãe deixava crescerem livres na parte de trás da
nossa mansão. O cheiro encheu meu nariz e senti meu pau estremecer.
Eu não estava fazendo o maldito café da manhã para Ave todos os dias
porque era um cara legal. De jeito nenhum. Eu esperava algo em troca. E era
bom que esse retorno – quando finalmente acontecesse – fosse grande, enorme.
Era bom que ele incluísse algo próximo à total rendição, e também o coração de
Ave.
Eu definitivamente esperava um bom tapa na mesa do café da manhã
quando eu lhe lancei o meu pequeno desafio. Teria sido excelente tirá-la da sua
concha, ver uma faísca queimando dentro dos seus olhos. Em vez disso, eu tinha
conseguido algo tão melhor que quase gozei ali mesmo. Ela baixou os cílios, e
pude ver os picos duros e apertados dos seus mamilos – através de outra blusa
larga, pelo amor de Deus.
Um ponto brilhante eram nossas idas de moto até o campus pela manhã.
Ave não tinha outra escolha senão me segurar. Ela não podia deixar de rir alto
quando eu apertava fundo no acelerador. Ela me apertava com mais força
quando eu virava em esquinas com curvas fechadas. Ela não sabia, mas um dia
eu ia ensiná-la a dirigir a minha Harley. Então eu ia montar nela em cima da
minha Harley.
Ave podia negar o quanto quisesse, mas ela estava nesse jogo. Tanto
quanto eu.
Sorri quando a vi de pé ao lado da minha moto. Ela não tinha carro, apenas
sua bicicleta, e mal conseguia manter seu emprego no Starbucks porque estava
determinada demais a tirar boas notas.
Ela continuava a colocar os cheques da sua parte do aluguel dentro da
minha carteira. Eu os deixava debaixo do seu travesseiro, rasgados em
pedacinhos.
Ave nunca ia me pagar pelo que eu lhe dava. Eu já estava cansado de ser
pago por serviços prestados, e não ia sujar o nosso relacionamento com
questões de dinheiro.
O cinto do seu capacete estava tão apertado que cortava a pele do seu
pescoço. Eu afrouxei, desesperado para arrancá-lo e passar os dedos através do
seu cabelo.
— Relaxe, preciosa, — eu subi e acariciei o assento atrás de mim.
O couro gemeu, e eu também quando suas coxas enrolaram ao redor das
minhas. Seus braços tímidos se prenderam ao redor do meu abdômen.
— Eu não vou morder você, — eu bati meus dentes em sua direção, rindo
quando ela xingou sob o capacete palavras indecifráveis. — Segure firme.
Ave fez isso. Suas coxas internas se agarravam às minhas pernas a cada
esquina, me deixando mais excitado e com tesão.
Talvez eu estivesse fodido. Talvez eu tivesse milhões de dólares na
ponta dos dedos. Talvez eu deixasse tudo escorregar pelas minhas mãos, mas
quando acelerei a moto e segurei os dedos de Ave na minha cintura, eu sabia
que não ia deixá-la escapar.
Durante o caminho para o campus, o vento em meu rosto limpou a minha
mente de tudo. Ave na parte de trás, aconchegada perto de mim e rindo como
uma menina na montanha-russa, fez a curta viagem muito mais doce. Seus seios
batiam contra as minhas costas. Seus quadris embalavam a minha bunda.
Eu virei a moto em uma curva muito fechada, rindo quando ela gritou.
Com um guincho dos pneus no pavimento, eu parei no quiosque da
Starbucks. Todos os curiosos mais próximos se viraram para nos checar.
Deslizando da moto, tirei meu capacete e o coloquei debaixo do braço.
Dei a Ave minha mão e a ajudei a levantar. Ela estava rindo e sem fôlego, e
bonita pra caralho. Por um momento, ela não estava ligando para as outras
pessoas olhando para nós. Eu gostava dela desse jeito.
— Permita-me, — eu disse.
Ela inalou. Ela parou de rir.
As pontas de meus dedos roçaram em seu pescoço enquanto eu abria o
capacete. Deixei o seu cabelo cair livre, os cachos caindo por suas costas e ao
redor dos seus ombros. A fragrância do seu perfume flutuou até mim.
Passei os dedos pelos seus cabelos e a segurei no lugar.
Seu olhar caiu para a minha boca.
Ela levantou os olhos, e suas írises azuis escureceram.
Me abaixei e capturei seus lábios nos meus. Ave ofegou, então gemeu. Suas
mãos pressionaram contra o meu peito, se moveram para o meu pescoço e
então me puxaram para mais perto.
O primeiro gosto dos seus lábios arrancou um gemido de mim. Eu a
segurei com a mão enterrada em sus cabelos, a outra em volta da sua cintura.
Eu lambi o contorno macio da sua boca com a ponta da minha língua.
Quando ela separou os lábios e me deixou entrar, concluí que ela era a mulher
mais macia, quente e possivelmente a mais selvagem que eu já tinha beijado.
Nossas línguas se enrolaram e dançaram juntas. Nossos lábios tomaram a
força do beijo, que passou de um leve roçar para um desejo pleno em alguns
segundos. Meu punho retorceu em seus cabelos. Seus dedos escaravam em
meus ombros. A chama ardente entre nós estourou para a vida.
Eu me afastei por um segundo, apenas para ser guiado de volta para sua
boca suave e exuberante. Ela chupou meu lábio inferior. Eu quase gozei calças,
ali mesmo. Mordi o dela de volta, rosnando quando ela choramingou.
Nós nos separamos, dei suaves beijinhos em sua boca. Uma vez. Duas
vezes. Três vezes.
Eu mergulhei dentro para um último beijo profundo, engolindo seu
suspiro, estimulado quando ela moeu seus quadris contra a minha ereção
completa.
Quando me afastei, Ave perseguiu minha boca. Olhei para seus lábios
inchados dos nossos beijos, a desejando completamente.
Dei um passo para trás. Eu não disse uma palavra. Nem ela. Ave ficou me
observando colocar meu capacete. Bati o pontapé inicial e liguei a moto. No
último segundo, agarrei sua mão e beijei o centro da sua palma.
Indo embora, eu deixei Ave chocada. E eu? Eu estava completamente fora
dos eixos.
Nove
JASE
Puta merda.
Como eu aguentei o resto do dia foi algum tipo de milagre. Porra, eu nem
sei como consegui levar minha Harley para longe de Ave, porque o meu corpo
tremia todo com aqueles beijos. Eu queria uma repetição, música ambiente,
talvez um vídeo que eu pudesse reproduzir, e dias intermináveis do que eu
tinha acabado de experimentar com ela.
Havia apenas um probleminha.
Eu transava com mulheres por dinheiro. Eu me vestia de acordo com o que
a alta sociedade exigia, para mulheres que tinham muito dinheiro em suas
contas no banco, mas pouco ação em seus quartos. Eu me despia para elas e
garantia que seus orgasmos não fossem do tipo falso gritado para acaricias os
egos dos seus “papais” poderosos.
Em pegava o dinheiro e saía de lá o mais rápido possível.
Voltando para casa sozinho, eu relegava cada uma dessas mulheres a
uma lembrança de dinheiro ganho com algo nada a ver com amor. Eu as
transformava em cifrões e pontos decimais, enquanto me lembrava de como era
sortudo de poder usar o meu corpo como transação comercial. Eu entrava no
chuveiro – com a água dolorosamente quente, me ensaboava com força em três
lavagens completas – estudava um pouco e analisava minha conta bancária.
Todas as minhas tatuagens, minha moto, minha reputação – tudo era para
manter as pessoas longe do meu pé. Eu as deixava pensarem o que quisessem,
porque suas opiniões não me importavam. Mas a de Ave importava. Ela era a
única pessoa que eu queria que estivesse no meu pé. Ela nunca poderia
descobrir como eu nos mantinha nivelados.
Dizer que eu tinha razões para manter Ave a uma distância razoável,
quando eu não queria nada além de levá-la para a minha cama e deixar que ela
entrasse em meu coração, era um eufemismo.
Em outras palavras, eu estava fodido.
Então talvez eu fosse um garoto que deixava as mulheres me usarem para
obter dinheiro fácil, mas pelo menos eu pagava as contas em dia. Isso incluía a
parte da Ave também, para que ela pudesse se concentrar em seus estudos. Ela
tinha uma bolsa de estudos para manter, afinal.
Eu conseguia manter minhas notas entre as melhores da turma, o que não
era tão difícil. E isso significava que meu pai continuava pagando as despesas e
taxas de matrícula, ainda que ele não se incomodasse com aquelas necessidades
básicas como comida, casa, roupas... preservativos.
Meu pai era um empresário que tinha feito o seu próprio caminho a partir
do zero. Ele acreditava que estava plantando uma forte ética de trabalho em
mim. Ele simplesmente não tinha ideia de qual era a minha linha de trabalho.
Assim, quando Ave voltou de sua última aula no dia do Beijo Feliz, eu me
escondi. Que era exatamente o que eu deveria ter feito quando ela apareceu na
minha porta. Em vez de convidá-la para entrar em minha casa e no meu
coração, eu deveria ter empurrado ela para fora e fechado a porta na sua cara.
Porque coisas como preciso e quero não tinham lugar neste mundo secreto de
sexo por dinheiro que eu tinha criado.
A caminho de sair de casa, eu senti um gosto ruim na boca. Era a quarta
noite seguida que eu tinha sido chamado para ir foder alguma mulher rica. Eu
endireitei os ombros e olhei descaradamente para Ave enquanto ela estava
sentada à mesa com seu MacBook aberto na sua frente.
Ela endireitou suas costas e me olhou de frente. Não, ela olhou através de
mim. Nosso beijo não foi repetido, não foi mencionado. Nada mudou. Nada se
ganhou. Nada se perdeu.
Certo. Eu apenas continuaria me dizendo isso.
Eu saí de casa. Quando fechei a porta atrás de mim, eu também me fechei
para Ave.
Meu coração, essa maldita merda estúpida, caiu tão rápido que pensei que
minhas pernas iriam falhar. O gosto ruim na minha boca ficou mais forte. Quase
apagou o doce sabor dos lábios de Ave, que eu ainda podia sentir do nosso
primeiro beijo. Quase.
Foi uma noite difícil com a Sra. M. Delesseleine em sua poderosa suíte de
luxo em um hotel.
A mulher tinha garras no lugar de unhas, e ela não ficava feliz a menos que
eu sangrasse por ela. Antes de Ave, uma noite como essa não era mais do que
um meio para um fim.
Agora, parecia o fim. Eu tinha fodido uma ou duas mulheres quase todas as
noites desde que Ave tinha se mudado. Diferentes senhoras e um punhado de
notas de dólar. Gigolô. Minha consciência começou a assumir sua vida própria.
Meu pau ficou duro ainda assim.
Talvez isso fizesse de mim um pervertido. Eu não sabia. Eu não as queria,
não como eu queria ela. Atribuí os créditos às funções básicas da anatomia
masculina. Eu realmente não me importava.
M. Delesseleine ditou o ritmo. Ela tirou as minhas roupas. Depois, ela me
fez tirar as dela com o menor uso possível de minhas mãos. Ela queria que eu
fodesse sua buceta lentamente. Ela tinha uma hora inteira para ser preenchida
pelo meu pau, afinal.
Enquanto ela gemia, implorava e exigia, eu desliguei minha mente. Eu não
pensaria em Ave. Não aqui. Não agora. Eu não a sujaria assim.
Eu fiz essa cadela gozar três vezes antes de eu puxar para fora e colocar
um preservativo. Eu não lhe daria o prazer de ter meu gozo dentro dela, e
camisinha era item obrigatório.
M. não gostava disso, mas eu não estava nem aí. Minhas regras.
Me vesti rapidamente e guardei o dinheiro – nada de cheques, transação
não rastreável. E vá se foder, Imposto de Renda.
Eu não queria pensar em Ave até chegar em casa e tomar um banho, mas
os pensamentos vieram espontaneamente. Nosso passeio. Nossos beijos. Seu
perfume fresco.
Quando cheguei em casa e entrei na cozinha coberto pelo cheiro de
perfume caro, Ave fechou seus livros e se levantou para fugir. Ela estava
chateada, e tinha todo o direito de estar. Eu a beijei, e então virei as costas.
Ela era limpa. Ela era inocente. Por isso que Avery era tão especial para
mim. Ela não me fazia sentir sujo, não importava o quão imundo eu fosse. Ave
me fazia querer mais.
E, francamente, seu desprezo depois de uma longa noite após foder uma
mulher que eu esperava nunca mais ver novamente me deixou um pouco
irritado.
Eu agarrei o seu cotovelo.
— Eu tenho prova amanhã, Jase.
Mas seu protesto morreu em um gemido quando eu passei meus braços ao
seu redor.
— Você é tão malditamente linda, preciosa.
Ela cobriu o rosto com as mãos. — Eu sou horrível.
Cada momento com Ave me mostrava um novo lado. Este me fez rosnar. —
Quem te disse isso? — lágrimas deslizaram por suas bochechas e eu as peguei.
— Pare, querida, pare. Por favor.
Seus dedos hesitantes deslizaram pelo meu cabelo quando meus lábios
substituíram meus dedos em seu rosto. Minha língua coletou as lágrimas
salgadas.
— Jase?
Uma imensa fome me atravessou com aquela pequena pergunta. Eu tirei a
minha jaqueta de couro e me perguntei o quanto Ave estava disposta a dar.
Porque por ela, pela primeira vez, eu daria tudo.
— Você está me usando? — ela perguntou, puxando sua saia para baixo
em torno de suas coxas quando eu tentei puxá-la para cima.
— Você só pode estar brincando.
— Não, eu não estou, Jase. Você me beijou na frente de todos, e então
começou a agir como se eu fosse invisível.
— Desculpe, Ave. Você me assusta pra caralho. Metade do tempo eu nem
sei o que estou fazendo ao seu redor.
Ela não se afastou de mim, então eu tomei isso como permissão. O beijo
que eu escovei ao longo de seu pescoço a fez suspirar. Não havia duplicidade em
minhas ações, apenas puro desejo. Pelo seu gosto, seu corpo, o seu frescor que
eu nunca tinha experimentado.
Seus olhos famintos deslizaram para os meus.
— Não faça isso, Jase. Não se você vai me machucar, — seus ombros
rolaram para frente, e ela tentou erguer de volta sua casca de proteção.
Tudo. Ave significava tudo. Seu jeito tímido, seus belos olhares, sua
necessidade... ela precisava de mim como ninguém jamais precisou.
— Eu quero fazer amor com você. Acordar com você, — meus lábios
tropeçaram em sua boca e eu entrei com a minha língua.
Apenas uma leve tentativa de beijo me encontrou. Mas em seguida,
veio o calor selvagem. Ela me devolveu cada movimento, cada emoção intensa e
profunda. Nosso envolvimento, os dentes raspando, a dança de nossas bocas e
línguas me deixaram no limite de abaixar meu jeans e agarrar meu pau.
Eu a soltei para me livrar da minha camisa, rindo com um ar agudo e baixo
quando seus dedos traçaram os sulcos do meu abdômen e o rastro de pelos que
ia do umbigo até o topo da minha calça. Meu pau bateu forte contra o zíper. Eu
estava duro, ereto, 20 cm de pau largo implorando para foder ou ser chupado.
Eu tirei suas mãos de cima de mim. Seus olhos se arregalaram.
Com um sorriso, eu perguntei, — Você quer isso, querida?
Eu estava empurrando Avery na direção da borda. Eu sabia.
A mancha em suas bochechas e o rubor em seu pescoço me disseram que
ela gostou.
Respirei contra a sua orelha, saboreando seu lóbulo, tão doce quanto seus
lábios.
— Eu sei o que você quer. Você quer me ver pelado outra vez, você quer
que eu te foda. Você quer minha boca em seu buceta e suas mãos segurando
firme o meu cabelo, para me prender... bem apertado.
Seu gemido fez um pico de necessidade correr através de mim. Eu deslizei
minha língua em sua boca, e a puxei em meus braços. Eu nunca tinha sido
beijado assim. Pequenas pausas para tomar fôlego, pequenas mordidas nos
lábios entre beijos profundos, embriagadores, devastadores. Minhas mãos se
arrastaram até sua nuca e se prenderam aos seus cabelos.
Me separando dos lábios viciantes de Ave, apertei seu rosto. Uma mão caiu
até sua cintura e se enfiou por debaixo da blusa, tocando a pele nua que eu só
tinha visto uma vez. — Você vai me insultar de novo perguntando sobre minhas
intenções com você?
— Não! — sua boca estava tão inchada que eu queria foder ela com o meu
pau, lentamente.
— Você vai me dizer o que aconteceu, querida, para fazer você pensar que
é algo menos que a maldita perfeição?
Ela ofegou e se virou para fugir, mas eu a agarrei pela cintura antes que ela
pudesse fazer isso.
Seus cabelos bateram no meu rosto, e fúria encheu sua expressão antes
dela conseguir empurrá-la para dentro. — Agora não, Jase.
Ela deslizou as mãos para dentro das mangas compridas do seu suéter
enorme. Um tique nervoso. Um que eu queria fazer ela se livrar assim que
conseguisse descobrir o que o tinha causado, em primeiro lugar.
Tocando a sua bochecha, procurei seus olhos. — Durma comigo esta noite,
Ave.
Ela desviou o olhar.
Eu envolvi meus braços ao seu redor e nos balancei lentamente. — Durma
comigo. Todas as noites. Porra, eu quero você de qualquer jeito que possa ter,
— eu beijei seu pescoço, seus lábios, suas pálpebras fechadas, murmurando o
tempo todo. — Eu não sou o que você pensa.
Eu era pior, no entanto. Sujo, por dentro e por fora. Usado, pago, uma foda
por dinheiro. Mas não para Ave, nunca com ela. Ela não sabia. Ela não fazia
ideia. E eu planejava manter as coisas dessa maneira.
Um gesto silencioso de cabeça sob o meu queixo me fez gemer. Os meses
de espera, os anos de busca finalmente acabaram após encontrar Avery, e ela
iria dormir comigo. Eu queria me despir e fazer uma dança da vitória antes de
dobrá-la sobre a mesa.
Eu tinha certeza de que essas ideias perversas brilharam em meus olhos,
mas tentei afastá-las.
— Agora, — eu inclinei seu queixo para um beijo rápido — coloque a sua
camisola mais feia e vá para o meu quarto. Eu vou te abraçar a noite toda.
E era isso, tudo o que eu queria.
Um riso fraco veio dela antes de se virar, me deixando ali parado,
completamente agradecido.
Dez
AVERY
Me movi rapidamente através do meu quarto, à procura de algo adequado
para vestir para ir para o quarto de Jase. Eu não queria nada feio como a minha
camisola de flanela, mas também nada tão descarado quanto apenas sutiã e
calcinha. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Benny.
Eu: Vou dormir com o Jase hoje à noite.
19
Benny: Uau. Vá em frente. Se lembre da vaqueira invertida , essa posição é
sempre um prazer.
Eu: Não é desse jeito. Ele me disse para colocar a minha camisola mais feia.
Benny: O_O! Aquele bizarro fodido. Isso é um novo fetiche.
Eu: BENNY!!!
Benny: Ow. Pare de gritar comigo. Huahaha.
Eu larguei o telefone. Graças às suas palavras grosseiras, meu rosto estava
ainda mais corado do que antes. Depois de esperar um bom tempo até ouvir o
chuveiro desligar em nosso banheiro compartilhado, eu entrei no lugar ainda
cheio de vapor para escovar meus cabelos e dentes.
Batendo suavemente na porta de Jase, esperei que ele me dissesse que
tudo era uma grande piada ou que ele havia mudado de ideia.
Ao invés disso, sua voz ecoou. — Traga sua bela bunda aqui, preciosa.
Quando entrei em seu quarto, ele se sentou mais reto na cama. — Bom. Eu
quero te abraçar antes de apagar, — ele levantou as cobertas, me convidando
para deitar ao seu lado.
Meu coração batia com tanta força que ele provavelmente podia
escutá-lo. Jase sorriu para me encorajar a chegar mais perto. Eu tentei não olhar
para a extensão nua de seu torso ou suas pernas longas sob as cobertas. Eu
tentei não perder o fôlego com a visão de seu lindo sorriso e as covinhas em
suas bochechas.
Deslizando ao lado de um Jase muito quente e com muita pele nua
ligeiramente úmida por causa do banho, eu deitei de lado, virada para ele. Jase
estendeu a mão para cobrir a minha bochecha, e eu engoli em seco outra vez,
me perguntando se ele estava completamente nu.
— Oi, — ele disse.
— Oi, — eu mordi meu lábio e abaixei os cílios.
— Mmm, — ele cantarolou. Sua palma áspera deslizou descendo pelo meu
lado e subiu novamente, escovando de leve o meu peito.
Minha pele formigou com o seu toque.
— Isso não é uma camisola horrível, — ele rosnou.
Um eco de arrepios subiu pela minha pele.
Lambendo os lábios, eu ousei um pequeno sorriso. — Não. Mas não é um
dos meus conjuntos mais bonitos também, — eu me sentia provocativa e
atrevida, muito feminina deitada ao lado dele usando uma regata confortável e
shorts largos.
— Poderia muito bem ser, — ele gemeu, me puxando para perto.
Meus olhos se fecharam quando minhas coxas deslizaram contra
as dele, o cabelo em suas pernas raspando na suavidade das minhas.
Minha pélvis bateu contra a dele. Ele estava usando algo tão
apertado quanto eu, cueca. O material era dificilmente uma barreira
para o calor duro de seu pênis ereto e saliente entre nós. Meus seios
amassados em seu peito e meus mamilos se transformaram em
pontos doloridos.
— Eu acho que é melhor você se virar, — o cascalho em sua voz me fez
arquear, enviando a minha buceta contra o seu pênis. — Ave, — ele gemeu.
Eu cedi e rolei. Escondi meu sorriso enquanto eu me aconchegava contra a
curva quente da sua virilha, onde apenas meus shorts e sua cueca amorteciam o
impacto de sua dureza masculina contra minha bunda macia.
Ele amaldiçoou, dobrando os braços possessivamente ao meu redor até
formar uma colher humana. Nosso calor só aumentou debaixo dos cobertores.
Seus braços musculosos me cercaram. Ele colocou uma perna sobre as minhas.
Pela primeira vez eu estava protegida e quente.
Fiz uma pequena ondulação dos meus quadris para testá-lo.
— Não se mova.
— Por quê? — eu balancei mais para trás.
— Porque meu pau está prestes a rasgar um buraco através da minha
cueca, — o tom sujo de suas palavras me deixou ainda mais molhada.
— Oh!
— Sim, oh — ele riu, um som profundo que correu pela minha pele com
seus lábios selados contra o lado do meu pescoço.
Eu ri e me virei. Seu batimento cardíaco retumbava sob a mão que eu
apertava contra seu peito.
— Você não quer fazer amor comigo? — eu estava tentando o homem, e eu
sabia disso.
Ele agarrou meu pulso quando minha mão seguiu para baixo pelo centro
do seu abdômen. — Estou tentando ser um bom rapaz aqui, Ave. Você sabe o
quão difícil isso é? — seus olhos castanhos ardiam com as profundezas de um
desejo que eu nunca recebido antes.
— Eu quero fazer amor lento com você, — ele empurrou os
quadris para a frente, e ao deslizar sua ereção entre minhas pernas,
um suspiro saiu de meus lábios. — Eu quero você completamente
nua. Quero tomar meu tempo olhando para você, tocando você,
começando com essas pequenas orelhas, — seus lábios se fecharam
sobre o lóbulo da minha orelha. — Eu quero chupar os mamilos
rosados que eu vi quando você estava na banheira, quase gozando.
— Jase, — eu sussurrei.
Sua boca deslizou pela minha garganta, se acomodando na curva da
clavícula. — Eu quero lamber meu caminho para baixo pelo seu corpo, e então
subir começando pelos seus pés, antes de abrir suas penas. Eu quero chupar sua
buceta. Comer ela até você se contorcer sob mim.
Eu me contorci contra ele, enrolando meus braços ao redor de suas costas,
segurando seus músculos.
— Então eu quero continuar a lamber até você gozar no meu rosto e na
minha boca, — ele falou contra meus lábios, seus quadris rolando em círculos
apertados contra os meus. — Eu quero te foder duro e rápido. Eu quero te
montar por muito tempo, por horas e horas. Quero que você monte o meu pau,
quero que você engula o meu gozo e goze quando eu explodir na sua barriga,
Ave.
Dando uma longa lambida em seus lábios, ele se afastou. Seu rosto era
esculpido em ângulos agudos. Seu corpo se contraiu contra o meu. Encravado
entre nós, o comprimento total do seu pau latejante.
Suas palavras quase me arruinaram.
Encontrei minha voz, apenas um ronco na garganta. — Eu vou ganhar um
beijo de boa noite?
Beijando do meu pescoço até meu ouvido, e então até o canto da minha
boca, Jase murmurou, — Você vai ganhar um beijo de boa noite e um desejo de
boa noite.
Ele me jogou para baixo e ficou em cima de mim. Meus dedos apertaram
seus ombros. Ele lambeu meu gemido com sua língua atrevida. Eu fechei as
pernas em torno de seus quadris e ele começou a se balançar. Ele grunhiu e
xingou quando sentiu a umidade de meus shorts onde eu doía por ele, inchada e
necessitada.
O beijo mudou quando ele se afastou um pouco. Nos agarramos na boca
um do outro. Mudamos de ângulo. Nosso nariz bateu e nós rimos. Aqueles doces
e suaves momentos deslizaram para um calor abafado.
Nós nos beijamos, apenas tocando, mas querendo muito mais. Hesitante e
tremendo, passei a minha mão pelo seu estômago. Eu apenas brincava com a
costura de sua cueca e o cabelo que espreitava para fora, mas ele gemeu alto.
Sua boca caiu na minha. Sua língua se enrolou em torno da minha, e ele me
provocou com o calor molhado da sua. Explorei os músculos das suas costas
enquanto ele bombeava contra a minha buceta.
Nós nos beijamos até o ponto da ruptura. Nos provocamos ao ponto de
empurrar um ao outro tanto quanto pudéssemos sem cair sobre a borda e
rasgar a última roupa restante do outro fora.
Jase se ergueu acima de mim em seus punhos, seu corpo inteiro entalhado
em músculos esticados e tensos. Era uma visão fascinante. Eu levantei a minha
pélvis, procurando contato com seu pênis.
Ele mergulhou seus quadris e se lançou contra mim rapidamente antes de
se retirar. — Você está tão molhada para mim, não é, preciosa? Eu posso sentir
você encharcada através de sua calcinha.
Corri a palma da mão sobre a sua cueca apertada e o vi jogar a cabeça para
trás. Dois podem jogar este jogo. — E você está muito duro para mim, não é
Jase, — eu passei um único dedo sobre o eixo rígido por cima do tecido macio.
— Porra, sim, caramba, — ele pressionou minha palma contra o seu pênis
com um ronronar aveludado. — Você me deixa tão duro, — com um esforço
determinado, ele tirou minha mão e se deitou ao meu lado.
Ele ficou ali parado, com seu peito subindo e descendo, assim como o meu
estava. Nos observamos com atenção.
Jase me puxou para ele com um murmuro, — Acho que beijar foi o
suficiente para esta noite, — ele me deu mais um beijo na cabeça e enterrou os
dedos fortes no meu cabelo.
— Eu adoro sentir você, Jase.
— E eu você. E eu você, Ave, — ele inalou profundamente, depois
exalou devagar. — Me diga qual é o seu desejo de boa noite?
— É apenas isso, Jase. Exatamente isso.
***
***
***
***
***
Eu cortei todos os meus laços com minhas “clientes”. Eu até tinha jogado o
meu celular fora e comprado um novo. Nós tínhamos entrado em contato com o
Centro de Crise de Estupro, e Ave e eu tínhamos ido à polícia para denunciar o
que aconteceu com ela. Como não havia provas, não sabíamos se as acusações
contra Duncan iriam adiante. Pelo menos não pela polícia, mas levamos o
assunto para o Escritório de Conduta Estudantil e esperamos que ele fosse
expulso.
Tínhamos terminado de almoçar alguns dias depois e estávamos lavando a
louça um ao lado do outro. Ave secava enquanto eu lavava. Joguei água nela. Ela
mergulhou as mãos na pia e espirrou água na minha cara.
— É isso aí, — eu rosnei. Enchendo as duas mãos de água, eu me assegurei
de deixar ela encharcada.
Seus olhos se estreitaram. Os meus se arregalaram. Sem querer, eu tinha
acabado de fazer Ave a concorrente mais gostosa de um concurso de camiseta
molhada. Quão feliz eu estava porque ela não estava usando sutiã nesse dia?
Totalmente em êxtase.
Ave olhou para si mesma.
Eu caminhei até ela.
Eu queria tão desesperadamente dobrar o seu corpo e foder ela bem ali
que meu pau estava instantaneamente pronto. Seus olhos brilharam quando ela
manteve sua posição, e suas bochechas coraram. Mas eu parei antes de fazer
contanto, voltando para a pia para terminar os pratos.
Era um sábado, então nos aconchegamos no sofá mais tarde, vendo filmes
e comendo pipoca quando Ave desligou a TV.
— Não gostou? — eu perguntei.
— Não é isso.
Me sentei um pouco mais reto. — Eu fiz algo de errado?
— Não exatamente.
Oh. Eu não gostei disso.
— Eu preciso que você pare de me tratar como se eu fosse frágil, — disse
ela.
— O quê? — eu a encarei.
— Eu não vou quebrar. Se o que Duncan fez comigo não me destruiu, então
você pode parar de se preocupar em me machucar, — ela colocou sua mão
sobre a minha e esfregou os nós dos meus dedos, que tinham apenas começado
a curar.
— Eu não sabia que estava te tratando diferente.
— Você tem feito amor comigo, — ela acusou.
— O quê? Claro que tenho. Você não gosta? — eu afastei minha mão da
dela.
— Não é isso. Eu amo isso. Eu amo o jeito que você me toca, e se move
dentro de mim, e me faz gozar mais e mais...
Bem, isso era um alívio. Meu pau também pensava assim. Ele se esticou e
encheu para baixo da costura da minha calça jeans.
— Mas eu preciso que você me trate como você fazia antes, — ela
continuou em um tom rouco. — Um pouco áspero. Mais sujo.
— Eu acho que nossa primeira vez foi bem suja, — eu arqueei uma
sobrancelha.
— Hmm. Certo, mas e todas as coisas que você disse que ia fazer? —
então ela começou a enumerar uma lista de todas as minhas fantasias
preferidas de Ave, enquanto eu lutava para respirar. — Você não fodeu os meus
peitos, nem me dobrou sobre a mesa, nem colocou o seu pau no fundo da minha
garganta. Jase, eu preciso que você me foda.
Eu gemi baixo no fundo de minha garganta.
Ela se inclinou até que seus seios pressionaram contra o meu braço. De
repente eu não conseguia respirar, muito menos pensar.
— Nós nunca transamos na sala de estar, — sua voz caiu uma oitava.
Eu quase explodi em minhas calças ali mesmo.
— Você sabe quando eu troquei de roupa depois que você me molhou com
água mais cedo? — ela perguntou.
— Sim.
— Você deveria ver o que eu estou usando por baixo agora.
Eu a encarei com os lábios entreabertos.
Ela girou uma mecha de cabelo ao redor do dedo. — Você quer ver, Jase?
Eu acenei com a cabeça, porque isso era tudo o que eu era capaz de fazer.
Ave se levantou do sofá e andou de forma casual, mas provocante, até
parar na minha frente. Balançando os quadris um pouco para a esquerda, um
pouco para a direita – como uma deusa do sexo em carne e osso – ela tirou sua
camiseta pela cabeça
Eu lambi os lábios.
O sutiã, que quase não continha seus peitos incríveis, era do mais puro
vermelho intenso, e o bojo era tão baixo que a parte de cima dos seus mamilos
estava para fora. Eu me inclinei para a frente na mesma hora. Ave observou com
um sorriso enquanto eu passava a ponta de um dedo sobre uma auréola, depois
a outra. Seus mamilos apertaram e ela riu. Peguei dois punhados de carne macia
e apertei.
Ave gemeu e jogou a cabeça para trás.
— Você quer chupar eles?
— Sim.
— Vá em frente, querido.
Meu rosnado era de fome, mas minha boca estava ainda mais faminta. Eu
devorei seus mamilos um de cada vez, com longas puxadas profundas. Então
empurrei seus peitos juntos e caí de boca nos dois aos mesmo tempo.
Ave se afastou de mim. — Você quase me fez gozar.
— Me deixe terminar, então.
— Você não quer ver o quanto me deixou molhada?
— Porra, sim, — como sempre. Isso era uma pergunta retórica?
Tirando seu jeans com movimentos graciosos, Ave revelou seus quadris,
suas coxas, mas eu não consegui ver a sua calcinha sexy até ela chutar o jeans
para longe e se endireitar.
A única coisa que cobria sua buceta era um minúsculo triângulo vermelho.
O tecido estava molhado. Os lábios de sua buceta inchada estavam claramente
delineados. Eu queria lamber e chupar e beber todo esse suco, mas eu só
cheguei a beijar o topo de sua coxa antes dela empurrar a minha cabeça para
trás.
— Tsk, tsk. Ainda não.
Ave estava no controle.
Esta era a coisa mais quente que eu já tinha visto.
— Fique de pé para mim, querido? — ela perguntou. — Eu preciso do
ângulo certo para chupar o seu pau, certo?
Eu não tinha certeza se minhas pernas iriam me segurar naquele
momento, mas obedientemente me levantei na frente dela.
— Eu quero você se masturbar um dia. Quero ver você acariciar esse pau
grande até explodir e gozar em toda a minha barriga.
Meus músculos do estômago se torceram. Minha respiração saiu mais
apressada.
— Mas hoje não. Hoje esse pau é meu. E eu quero que você goze na minha
boca antes de entrar na minha buceta.
— Jesus Cristo, Ave. Eu vou gozar em todo o seu rosto agora mesmo se
você falar algo assim outra vez.
Ela parou como se realmente estivesse considerando sobre isso.
Puta merda.
— Nós podemos tentar isso também, — sua risada sensual revelou o seu
poder sobre mim. — Mas você não vai fazer isso, vai? Porque você sempre gosta
de me dar o que eu quero.
— Sim, — eu resmunguei.
— Agora eu quero tirar as suas roupas.
Eu não ia argumentar contra isso. Fiquei imóvel enquanto ela arrastava a
camisa lentamente pelo meu corpo. Ela fez suas mãos quentes descansarem
contra minha pele. Ao longo do caminho, ela roçou meu abdômen, meu peito,
meus mamilos e as partes inferiores e sensíveis de meus bíceps.
Enquanto descia para o meu jeans, ela girou a língua em torno de meus
mamilos até que eu tremi com o contato quente e molhado. Ela fez o mesmo
com o meu umbigo, então ao longo do “caminho da felicidade” de curtos cachos
castanhos.
Olhei para ela de cima quando ela se ajoelhou na minha frente. Não havia
meias ou botas para remover. Nada para prolongar a provocação, mas Ave
conseguiu. Ela soprou sua respiração quente ao longo do eixo duro do meu pau
preso dentro da calça jeans. Ela me lambeu e sorriu quando eu xinguei. Ela
abriu um botão, então o próximo e o seguinte, com seu nariz roçando o meu
eixo inchado, que se contraiu e pingou dentro da calça.
Ela abriu meus jeans apenas o suficiente para chegar dentro e me puxar
para fora em seu punho. — Sem cueca hoje?
— Eu tinha planos foder você.
— Hmm. Eu adoro quando temos a mesma ideia.
Eu também. Especialmente quando isso significava que ela ia admirar o
meu pau grosso com os olhos azuis semicerrados enquanto sua mão me
fechava. Ela deu um único beijo molhado na cabeça escorregadia do meu pau.
Então ela começou da base, onde uma veia começou a latejar e saltar e seguiu
todo o caminho até o centro do meu eixo e parou logo abaixo da coroa.
Meu pau pulsou, e eu resmunguei.
Eu não conseguia parar de tocar nela. Eu estava com as mãos no seu
cabelo. Acariciei suas bochechas. Eu esfreguei o canto dos seus lábios enquanto
ela os esfregava para cima e para baixo nos lados do meu pau,
provocativamente.
Ave puxou meu jeans um pouco mais baixo para libertar minhas bolas.
Elas estavam super sensíveis, e ficou ainda pior que ela começou a me banhar
com longas lambidas de língua inteira.
— Você gosta disso? — ela sussurrou, enrolando a língua em torno de um
dos sacos rosados.
— Sim, — minha voz mal funcionou.
Ave colocou uma das bolas inteira dentro da boca. Ela zumbiu de prazer e
eu xinguei acima dela. Minhas coxas se dobraram e se esticaram sob suas mãos.
Ela pressionou os dedos com mais força na minha carne. Então trocou e engoliu
o outro testículo.
Isso era um sonho realizado.
A fantasia ganhando vida.
Minha gata do sexo.
Eu não podia acreditar na minha sorte.
— Ave, por favor, me chupe, — eu implorei.
— Como você pediu tão direitinho...
Ela enganchou as mãos na frente aberta da minha calça jeans, olhou para
mim e disse, — Coloque seu pau na minha boca.
Eu tive que apertar meu eixo para não gozar.
Usando minha calça jeans para me puxar e empurrar da sua boca
enquanto eu segurava a parte de trás da sua cabeça, Ave me chupou em
movimentos longos, suaves, sem fim. Sua língua me acariciou. Seus lábios se
espalharam ao meu redor. Sua saliva molhada pingava em meu pau cada vez
que ela me deixava sair de sua boca com uma forte sucção antes de me dirigir
de volta para sua garganta.
Ela não me engoliu todo o caminho, mas estava malditamente perto, e eu
estava malditamente perto de gozar bem rápido.
Movi os quadris para trás com um gemido alto.
—Faça isso de novo e eu vou gozar.
— Siiiiim, — ela sibilou, e então me engoliu o mais profundamente que
podia. As pontas de seus dedos se enterram nos músculos da minha virilha
inferior.
Esse movimento desencadeou um orgasmo tão rápido, que houve uma
explosão branca, quente e brilhante da minha libertação, que jorrou na sua
boca.
Ave puxou a cabeça para trás assim que eu comecei a gozar, o suficiente
para eu me derramar em sua boca, em vez de sua garganta. Minhas pernas
tremiam. Eu perdi a voz com todos os meus gritos. Depois que rodei meu pau na
mão e empurrei uma última gota em sua língua, Ave abriu a boca.
Minha pesada carga estava ali, branca e grossa. Ela engoliu em seco com
um gemido faminto.
Eu a levantei em meus braços, a beijando violentamente enquanto nos
levava até o sofá. Quando a sentei, me certifiquei que suas pernas pendiam
sobre a borda. Abrindo ainda mais suas coxas, com meus ombros entre elas, a
primeira coisa que fiz foi arrastar para baixo os bojos do seu sutiã, apenas o
suficiente para liberar os mamilos.
Eu os chupei com força selvagem, puxando-os para longe dos seus lindos
peitos a cada mamada.
Ave estendeu a mão para abrir o sutiã vermelho.
— Não, — eu ordenei. — Fique com ele, — eu estava no comando agora.
Ela sibilou, gemeu e arqueou na minha boca.
Eu deixei seus seios e mamilos brilhando em um tom de vermelho
profundo. Arrastei minha língua pela sua barriga, em torno dos ossos delicados
do seu quadril e ao longo da área onde suas coxas encontravam os lados da sua
calcinha. Se ela estava molhada antes, estava encharcada agora.
Selando minha boca sobre sua buceta, eu empurrei minha língua em sua
fenda. Eu rosnei quando o seu sabor invadiu minha boca, e deslizei a língua
abaixo para correr ao longo das curvas quentes de seus lábios rosados.
Ave ficou ainda mais excitada quando meus polegares esfregaram ambos
os lados do seu clitóris, arrastando o tecido da calcinha contra o pequeno pico.
Eu olhei para cima para ver ela girando os mamilos em seus dedos, a cabeça
jogada para trás, sua boca aberta.
Eu puxei a calcinha de lado e enterrei minha língua e um dedo dentro dela.
Ela imediatamente me prendeu, se curvou ainda mais para trás, e agarrou o
meu cabelo para me manter apertado contra ela.
Como se eu quisesse estar em outro lugar.
Depois de seu primeiro clímax, eu lentamente a levei de volta ao ponto da
ruptura antes de me levantar. A deixei na borda da liberação. Era difícil respirar,
meu peito subia e descia rápido. Meu pau estar tão duro quanto antes, se não
mais, porque agora nós íamos começar a trabalhar de verdade.
E eu ia dar a Ave exatamente o que ela tinha pedido.
Uma foda longa, dura e áspera na sala de estar, bem no meio da tarde.
Eu a levantei e a empurrei para o lado do sofá, e então dobrei seu corpo
sobre o braço do sofá. Me assegurei que suas mãos estivessem apoiadas, suas
pernas abertas, o traseiro erguido.
Beijando um caminho das suas costas até o pescoço, eu falei em uma voz
grave, — Você ainda está bem com isso?
Ela virou a cabeça para encontrar meus lábios. O beijo que ela me deu foi
exigente e feroz. — Me fode, Jase.
Então isso respondia à questão.
Como eu disse, eu sempre ia dar o que a minha garota queria. E foi isso que
eu fiz, dei a ela uma foda rápida, quente e dura depois de arrastar meu pau
coberto por um preservativo através das suas sobras escorregadias e, então,
empurrar todo o caminho dentro dela de uma vez.
A partir daí eu fodi a Ave com uma série de estocadas rápidas e cheias, que
iam até o meu saco bater na sua buceta e voltar. Eu segurei apenas um segundo
a cabeça do meu pau dentro da sua abertura esticada antes de me retirar
completamente.
Eu esperei alguns segundos, ouvindo seus gemidos aumentarem e vendo
ela mexer os quadris para mim, pedindo por mais. Então eu voltei para dentro
da sua luva apertada, a alimentando com os meus centímetros grossos, até que
eu enchesse a sua buceta com o meu pau duro como pedra.
E depois sim, eu fodi Ave como um louco.
— É isso que você queria? — eu exigi.
— SIM!
— Eu adoro quando você grita. Da próxima vez, eu quero ouvir o meu
nome.
Pegando seus cabelos, puxei sua cabeça para trás. Seu corpo formou um
arco perfeito — seu traseiro erguido, as pernas abertas para receber minhas
estocadas, a longa linha de sua espinha curvada.
— JASE! — Ave uivou.
Ela ficou na ponta dos pés e convulsionou ao meu redor. Seu corpo se
esticava ainda mais do que antes.
Eu bombeei os meus quadris de modo que meu pau se esfregou dentro
dela mais algumas vezes antes que os últimos golpes curtos e duros
anunciassem o gozo subindo das milhas bolas. Enterrei meu pau
profundamente dentro ela e gozei com uma explosão.
Ela gritou de novo, meu orgasmo provocando outro nela.
Desmoronamos no sofá. Eu rastejei para atrás de Ave, a movi um pouco
para a frente e deitei atrás dela. Suados e satisfeitos, nós agarramos um ao
outro.
Eu puxei o cobertor do encosto do sofá e nos cobri com ele, e dentro de
minutos ouvi Ave dar um ronco macio.
Eu adorava isso também. Outra coisa adorável que ela fazia, sem ter
nenhuma ideia.
Nós cochilamos por uma hora, mais ou menos. Quando eu acordei, Ave
estava suavemente passando os dedos ao longo dos desenhos das minhas
tatuagens.
— Dorminhoco, — ela deu pequenos beijos carinhosos em meus lábios,
muito diferente dos beijos devoradores de mais cedo.
— O que eu posso dizer? Você acabou comigo.
— Eu duvido muito disso, — ela olhou para a janela, e a luz do fim da tarde
brilhava lá fora. — Vamos dar um passeio, — sugeriu Ave.
— Eu suponho que você quer dizer um passeio na minha moto, desde que
você quebrou o meu pau.
Ela recuou até parar entre minhas coxas. Se inclinando, Ave envolveu o
meu pau com os seus lábios rosados.
Mas olha, quem diria? Eu não estava quebrado, no fim das contas.
— Se você continuar com isso, eu vou gozar na sua boca outra vez.
Ave deu uma longa lambida nas minhas bolas e por todo o caminho até o
meu eixo.
— Eu espero que sim.
Ela deu um beijo provocante na cabeça do meu pau, que já estava molhada.
Ela rolou a sua língua em torno da cabeça e sorriu para mim.
Meus quadris se ergueram para seguir sua boca depois da primeira sucção
completa de cima a baixo no meu eixo duro. — Porra, de onde você veio,
preciosa?
— Dos dormitórios, — seus olhos azuis brilharam quando ela me
levou inteiro em sua boca mais uma vez.
Dezesseis
EPÍLOGO
AVERY
Era o começo das férias de verão. Jase e eu tínhamos estado juntos durante
todo o ano e ainda estávamos fortes. Nós tivemos a nossa parcela de brigas ao
longo do caminho, mas essas discussões e problemas só deixaram o nosso
relacionamento mais forte. Além disso, sexo de reconciliação era extremamente
divertido. Às vezes Jase era muito pervertido.
Da última vez que seu lado dominador sexy entrou em cena, ele finalmente
me convenceu a tirar minha carteira de motorista para motos. Ele disse que mal
podia esperar para me ensinar a dirigir a sua Harley. Esse simples pensamento
já me deixou quente. Depois da terceira aula, ele me deixou pilotar a moto, ele
foi abraçado em mim por trás. Nós saímos em um longo passeio pelo campo.
Quando chegamos ao nosso destino isolado, ele não perdeu tempo em me
mostrar como achou quente me ver pilotando a sua Harley. Ele me montou por
trás, em cima da moto. Ele segurou o guidão. Eu agarrei o assento debaixo de
mim. E ele mergulhou em mim com seu pau grosso uma e outra vez, até que
seus gritos se misturaram com os meus gemidos.
Depois ele me puxou para os seus braços, sorrindo de orelha a orelha. Eu
estava sorrindo também.
Quando chegamos em casa mais tarde, ele veio andando atrás de mim
enquanto eu subia os degraus de casa. — Você está andando um pouco curvada.
— Seu porco! — eu girei ao redor.
Ele ergueu as mãos com uma risada. — O que você espera que eu
diga? Você montou a minha moto, então você montou o meu pau em cima da
moto, — ele piscou. — Nós vamos fazer isso de novo e de novo.
Eu nunca tinha sorrido tanto, vivido tanto, amado tão livremente como
fazia com Jase. E eu nunca contei para ninguém – exceto para Benny – que o
grande bad boy Jase Everly era uma manteiga derretida por dentro, quando se
tratava de mim.
— Você está pronta, preciosa? — Jase me chamou das escadas.
Eu puxei o zíper da minha mala. Eu tentei de todas as maneiras, mas o
zíper se agarrou a uma daquelas calcinhas de renda que Jase tanto gostava.
Claro que ele afirmou que eu poderia usar um saco de lixo e ainda assim
acabaria deitada embaixo dele.
Nós tínhamos estudado muito. Tínhamos nos divertido ainda mais. Jase foi
fiel à sua palavra. Ele esteve comigo a cada passo do caminho enquanto
tentávamos fazer com que Duncan Locke pagasse pelo que fez comigo. Houve
uma investigação, mas ele se livrou por falta de provas. Eu entendia tudo
melhor agora. Na verdade, eu tinha me voluntariado para trabalho no Centro de
Crise de Estupro. Eu queria ter certeza que nenhuma outra menina passasse
sozinha pelo o que eu tinha passado.
Minha queixa formal junto à universidade teve um final diferente. Mais
denúncias apareceram, e Duncan foi expulso. Minha antiga Conselheira
Residente foi demitida por não ter cumprido com o seu dever e os padrões
comunitários. Pelo menos eu tive um pouco de justiça.
Jase e eu tínhamos passado por essas duras batalhas juntos.
Ele se formou com Láurea Acadêmica, como se houvesse alguma dúvida de
que ele ia conseguir. Depois do nosso jantar de comemoração, ele me fez gozar
mais alto do que nunca. Jase ia ficar comigo por aqui até eu terminar o meu
curso. Não havia dúvidas disso também.
Ouvi seus longos passos enquanto ele subia as escadas para ver o que
estava me atrasando. Ele apenas sorriu quando me viu lutar contra o zíper.
Eu joguei um sapato em sua cabeça. Ele se abaixou e riu.
— Eu não sei o que você acha tão engraçado. Se eu não conseguir fechar
essa maldita coisa, vou deixar para trás o fio-dental azul, o sutiã de bojo preto,
o...
— Mas de jeito nenhum, — minha ameaça o estimulou a entrar em ação.
Ele puxou a mala para si e trabalhou no zíper com movimentos muito
cuidadosos até que tudo estava perfeitamente embalado dentro,
completamente fechado por fora.
Ele jogou minha mala por cima do ombro e me ofereceu sua mão. Quando
ele me puxou e eu fiquei de pé, ele me puxou mais uma vez e eu acabei plantada
contra o seu peito. Ele me deu um profundo beijo de língua antes de levar pela
porta e descer as escadas.
Nós tínhamos uma grande viagem planejada, e hoje era o primeiro dia.
Quando eu saí de casa, havia uma grande caminhonete ao lado da calçada,
uma que eu nunca tinha visto antes. Ela era azul escuro brilhante, e muito mais
alta do que eu.
— O que é isso? — eu parei no meio do caminho.
Jase me deu as chaves. — A sua carruagem espera, preciosa. Ah, e ela está
no seu nome, — um sorriso se formou nos seus lábios rosados.
— Porra, Jase! Espera. Onde está a Harley? Não me diga que você vendeu a
moto.
— Relaxa. Aproveita, — Jase abriu a porta do passageiro e guardou as
minhas malas ao lado das dele, atrás do banco. — Você se lembra daquilo que
eu disse sobre investir as minhas economias?
— Sim.
Ele apontou para a própria testa. — Você não é a única com um cérebro.
Está tudo certo.
— Jase, isso é demais, — eu fiquei parada no meio-fio.
— Estou pensando nisso como outro investimento, porque é para você, e
você é um investimento no meu futuro.
— Ah. Que romântico.
— Espertinha, — ele me puxou pela mão para o lado do motorista e abriu
a porta para mim. — Você sabe o que eu estou dizendo.
— Sim. Eu acredito que as palavras são eu te amo, — eu devolvi.
— Como eu estava dizendo, eu te trouxe um pequeno presente.
— Jase. É maior que...
— É melhor você não dizer do que o meu pau. Eu tenho um ego que
precisa ser acariciado, você sabe.
— Eu não gosto de acariciar o seu ego tanto quanto gosto de acariciar o
seu...
— Não diga, — ele rosnou, me dando um beijo. — Eu mal posso esperar
para te ter em uma cama, mas nós temos um longo caminho a percorrer hoje e
mais uma boa parte do dia amanhã, antes de chegarmos no rancho. Espero que
você esteja pronta para conhecer os meus pais.
Bem, eu não estava tão interessado em conhecer o pai dele, mas eu tinha
conversado com sua mãe algumas vezes, e eu realmente esperava que durante
nosso mês lá, Jase e seu pai fossem capazes de resolver alguns problemas.
Eu pulei dentro da caminhonete com uma ajuda de Jase. Ele fechou a porta,
deu a volta no carro e deslizou ao meu lado.
Ao ligar a ignição, ouvi o grande motor rugir antes de pegarmos a estrada.
Eu podia sentir Jase me olhando, e eu sabia que ele estava sorrindo. — O
quê? — eu perguntei.
— Você sabia que quando nos casarmos você vai se chamar Avery Everly,
certo?
Eu olhei para ele então. Ele estava sorrindo, mas seu olhar nunca vacilou
enquanto mergulhava no meu. Ele estava falando sério.
Minhas mãos tremeram no volante. — Jase? Você está me pedindo em
casamento?
— Talvez, — seu sorriso puxado para um lado se transformou em um
sorriso cheio, aquele que pertencia só a mim, assim como ele. — Você diria sim?
— Talvez. — eu estalei um sorriso. — Você tem um anel?
— Mulher, eu acabei de comprar para você essa caminhonete foda. Jesus.
Notas
[←1]
É a Universidade em que ela estuda.
[←2]
Em uma residência estudantil, é aquele que coordena, gerencia o lugar
[←3]
Como acontece aqui, isso quer dizer que as aulas tinham começado há pouco tempo.
[←4]
Um seriado médico.
[←5]
Marca famosa de isqueiros.
[←6]
Ele diz girlfriend, que pode ser usado tanto para namorada como para melhor amiga. Ele pergunta
no primeiro significado, ela entende no segundo.
[←7]
Green é verde.
[←8]
A autora usou pretty, que é um adjetivo usado para características femininas.
[←9]
Ele diz com uma conotação sexual.
[←10]
Abraços e beijos.
[←11]
Porque Benny é um apelido usado mais para homens.
[←12]
Injeção antialérgica.
[←13]
É uma fraternidade universitária.
[←14]
É uma droga sedativa e hipnótica depressora do sistema nervoso central, muito usada em
comprimidos para dormir nos anos 1970, com efeitos semelhantes e menos efeitos colaterais que
os barbitúricos. Também é associada a casos de estupro.
[←15]
[←16]
Alter ego do Super-Homem, que era bonito, usava óculos e tinha aquele perfil todo certinho.
[←17]
Best friends forever = melhores amigas para sempre
[←18]
Filme pornográfico curto ou cenas de sexo que uma pessoa paga para ver sozinha, em um pequeno
compartimento ou por uma pequena abertura na parede
[←19]
É uma posição sexual.
[←20]
Em inglês, bravery.