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Copyright © Anne Santine

Todos os direitos reservados.


Diagramação│ Simone Schneider
Revisão │ Margareth Antequera
Capa │Jaqueline Summer - Designer Editorial
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra de qualquer formar ou quaisquer meios
eletrônicos, mecânicos e processo xenográfico, sem a permissão da autora. (Lei 9.610/98)
Essa é uma obra de ficção. Os nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos na obra
são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nome e acontecimentos reais é
mera coincidência.
Elizabeth Collins tem vinte e três anos e trabalha como administradora
júnior. Aos vinte anos de idade, o destino lhe tirou seus pais em um trágico
acidente automobilístico. Filha única, a garota precisou reunir todas as suas
forças para seguir em frente. Esse fato a tornou uma mulher corajosa,
decidida e independente. Quando tudo estava indo bem, outro acontecimento
abalou o seu emocional. Mas, desta vez, ela contará com a ajuda da sua
melhor amiga, Melissa Parker. Em meio a todo esse caos, ela descobrirá que
o verdadeiro amor pode surgir de onde menos se espera.
Benjamin Parker é pai solteiro de trinta e quatro anos. Desde muito
jovem, teve que assumir os negócios da família, o que faz com maestria.
Bruto por natureza, possui personalidade forte e adora estar no controle da
situação. Seu temperamento rude é compensado pelo seu corpo escultural que
exala sexualidade. A sua habilidade em satisfazer uma mulher na cama não
passa despercebida. Após uma traição, o cowboy nada convencional,
resolveu fugir de relacionamentos duradouros.
Será que uma jovem bela e petulante, poderá quebrar suas barreiras?
Isso é o que descobriremos neste romance repleto de desejo, paixão e
recomeços.
“Tudo o que a mente humana pode conceber, ela pode conquistar”.
Napoleon Hill
NOVA YORK - TRÊS MESES ANTES
Era início de inverno e a temperatura começava a cair. diferente de muitos
nova-iorquinos, eu amava aquela época do ano. Adorava patinar no gelo e
sentir os pequenos flocos de neve caindo sobre o meu rosto.
Antes de finalizar mais um dia de trabalho, fui até à janela do meu
escritório e fiquei observando o que acontecia alguns andares abaixo: pessoas
bem agasalhadas andavam pelas calçadas tentando se protegerem da chuva;
as plantas já “desnudas” preparavam-se para enfrentar as baixas
temperaturas; o branco e o cinza eram as cores predominantes da estação, o
que deixava a cidade de Nova York ainda mais fascinante.
Resolvi convidar minha amiga Melissa para tomarmos um café e
colocarmos o papo em dia. Ao chegarmos ao estabelecimento, sentamo-nos
em uma mesa mais afastada, pedimos dois expressos e uns deliciosos donuts.
Os meus pensamentos estavam longe, quando a ouvi me perguntar algo.
— Amiga, você está bem? Aconteceu alguma coisa?
— O que disse?
— Perguntei se você está bem.
— Sim! Eu só estava lembrando que hoje faz dois anos que o Thomas
e eu começamos a namorar. Seria legal fazermos algo juntos para
comemorarmos essa data especial. Talvez um jantar romântico, um bom
vinho e uma ardente noite de sexo. O que você acha?
— Eu acho que você vai acordar com uma baita ressaca! Mas não se
preocupe, amanhã será sábado, portanto, esta noite você poderá extravasar! A
propósito, hoje o Thomas foi embora um pouco mais cedo. Aposto que ele
deve ter ido comprar um lindo presente para você.
— Duvido, amiga! Ele não é muito bom com datas comemorativas,
mal lembra do próprio aniversário. Deve ter ido se encontrar com algum
cliente. Ele está tentando fechar alguns contratos nesta semana.
Apesar do que digo, o meu namorado anda muito estranho. Parece
que está me evitando, sempre dando desculpas para não nos encontrarmos. Se
eu o chamar para jantarmos fora, ele vai dizer que está cansado ou que é
melhor deixarmos para outro dia. Por isso, nem vou me dar ao trabalho de
ligar perguntando se ele quer sair.
— Hoje à noite, vou até o seu apartamento e lhe farei uma surpresa.
Ainda bem que eu tenho uma chave reserva! Levarei o jantar do seu
restaurante preferido e uma garrafa de Cabernet Sauvignon, das poucas que
me restam da coleção do meu pai. Espero que valha a pena todo esse
sacrifício!
— Amiga, você já pensou em tudo! Só não se esqueça de colocar uma
lingerie e um vestido bem sexy. A ocasião pede algo provocativo.
— Deixa comigo! Já tenho algo em mente. Espero que ele goste da
surpresa, porque estamos precisando apimentar o nosso relacionamento.
— Lizzy, você, mais do que ninguém, sabe que eu não vou com a cara
do “Senhor Engomadinho”. Você merece coisa melhor, mas eu torço por sua
felicidade.
— Você não acha que implica demais com o meu namorado?
— Não, amiga. Você ainda vai encontrar o homem da sua vida e
perceberá que ele não se parece em nada com o Thomas. Quando o conhecer,
você vai sentir borboletas no estômago, o seu coração vai acelerar, suas
pernas vão fraquejar... E eu tenho certeza de que o “Senhor Engomadinho”
não te deixa assim.
— Chega, Melissa! Até parece que você entende de amor.
— E quem disse que eu não entendo?
— Não é você quem diz que os homens só servem para diversão?
— Sim, sou eu. Já sofri muito por amor e não quero passar por isso de
novo, tá legal?
— Okay! Agora, tenho que ir me preparar para a grande noite.
— Tchau! Amanhã quero saber todos os detalhes.
Cheguei a casa por volta das dezoito horas, tomei um delicioso e
revigorante banho de banheira, lavei os meus cabelos e coloquei a depilação
em dia. Minha “perseguida” estava pronta para ser chupada pelo meu
homem!
Fui até o closet e escolhi um conjunto de lingerie preta rendada. A
parte de cima era um tomara que caia, com bojo, o que realçava os meus
seios pequenos. A parte de baixo, um fio dental minúsculo, destacava meu
bumbum firme e redondo.
Escolhi um lindo e sexy vestido vermelho, com uma fenda lateral que
deixava minhas coxas torneadas à mostra. Para completar o look, uma
sandália de salto quinze na cor nude. Deixei os meus cabelos soltos, fiz uma
maquiagem leve e finalizei com um batom matte vermelho.
Olhei-me no espelho e gostei do que vi. Estava pronta para o ataque!
Liguei para o restaurante e fiz o pedido do jantar, o qual fiquei de
retirar no estabelecimento. Trinta minutos depois, eu estava pagando a conta
e me dirigindo ao apartamento do meu namorado.
Quando cheguei ao condomínio, o porteiro não me anunciou, pois
éramos conhecidos de longa data. Ele falou que o Thomas estava em casa,
então resolvi chegar o mais silenciosamente possível. Provavelmente, ele
estaria no banho e não perceberia a minha chegada. Ao entrar no
apartamento, não o vi de imediato, como imaginei.
Fui até a cozinha pegar pratos, taças e talheres. Foi neste instante que
ouvi um barulho estranho vindo do seu quarto.
— Gemidos? — Aproximei-me e vi a porta entreaberta.
O que presenciei me deixou boquiaberta: o desgraçado estava de
joelhos na cama, fodendo uma mulher de cabelos escuros e longos.
Espere aí, eu conheço esse cabelo! É a cachorra da Samantha?!
Entrei abruptamente no quarto e vociferei:
— Que pouca vergonha é essa?
O cafajeste ficou tão atordoado com a minha presença, que ficou mais
pálido do que o de costume. O cretino pegou um travesseiro e cobriu as
partes baixas do seu corpo. Como se eu nunca o tivesse visto pelado! Já a sua
amante, cobriu-se com um lençol e se trancou no banheiro.
A vadia não foi mulher o suficiente para me olhar nos olhos. Saí do
quarto cega de ódio. Thomas segurou forte em meu braço, e disse:
— Eu posso explicar, amor. Foi só um deslize. Ela não significa nada
para mim, isso não vai mais acontecer. — Olhei nos seus olhos e gritei:
— Não vai mesmo! Agora me solte, seu escroto! — Puxei meu braço
com força, desvencilhando-me do canalha traidor. — Nunca mais toque em
mim. Tenho nojo de você!
Eu estava com tanta raiva que mal conseguia raciocinar. Senti o meu
peito apertar, mas não podia fraquejar em sua presença. Peguei a minha
bolsa, as sacolas com o jantar e saí daquele ambiente o mais rápido que eu
pude. Assim que entrei no carro, deixei que lágrimas quentes e silenciosas
escorressem por minha face.
Depois de um longo tempo rodando pelas ruas de Nova York, cheguei
ao meu apartamento desolada. Eu nunca me senti tão humilhada.
Já não tendo mais lágrimas para derramar, peguei a garrafa de vinho
que havia levado para “a noite especial” e me servi uma taça, depois outra, e
outra quando percebi, já havia esvaziado toda a garrafa.
Não suportando ver todas aquelas nossas fotos dispostas sobre o
aparador, levantei-me do sofá e com um só golpe, joguei-as ao chão, sem
nenhum remorso ou arrependimento.
No dia seguinte, acordei com uma tremenda dor de cabeça. Meu
telefone não parava de tocar, e acabei atendendo sem nem olhar quem era.
— Oi — falei baixinho.
— Onde você está, Lizzy? Já te liguei um milhão de vezes e você não
atende. Imagino que a noite com o Thomas tenha sido maravilhosa, porque
você está com uma voz de quem acabou de acordar. Nunca mais me deixe
ansiosa desse jeito! Você sabe como eu sou preocupada, já roí todas as
minhas unhas.
— Estou em casa. Você vai ficar pasma com o que vou lhe contar. Fui
fazer uma surpresa para ele e quem se surpreendeu fui eu.
— Como assim, amiga? Ele te pediu em casamento?!
— Claro que não, Melissa! Peguei o maldito transando com a vadia
da Samantha.
— O quê? Eu não estou acreditando nisso!
— Muito menos eu. O pior é ter que vê-los todos os dias na empresa.
Acho que não suportarei tal infortúnio.
— E como você está?
— Estou me sentindo um lixo, mas vou ficar bem.
— Aguente firme, amiga, logo chegarei aí. Não posso abandoná-la
neste momento tão difícil.
— Não! Preciso ficar sozinha.
— Tudo bem. Mas se precisar de um ombro amigo, não hesite em me
ligar. Amigas são para essas coisas.
— Tchau, Melissa — falei sem muito entusiasmo.
Não sei como, mas eu vou superar tudo isso!
TEXAS - DIAS ATUAIS
O dia na fazenda começou cedo. Acordei por volta das cinco da manhã, fiz
minha higiene matinal, e me vesti como um típico homem do campo.
Coloquei um jeans surrado, uma camisa quadriculada azul, botas de cowboy
e o meu inseparável chapéu Stetson.
Dirigi-me ao estábulo, onde o meu cavalo Zeus me esperava ansioso
para o nosso passeio diário.
— Bom dia, campeão! — falei alisando a sua crina. Ele relinchou
demonstrando o quanto estava feliz em me ver. Este momento era só nosso.
Ouvi passos vindo em minha direção. Eu nem precisava olhar para
saber quem era. Assim como eu, o meu capataz, Sebastian, acorda cedo todas
as manhãs e sai para passear com a Estrela.
O mais curioso é que ele faz questão de cuidar pessoalmente do
animal, desde que a Melissa foi embora para Nova York.
Eu não consigo entender o que aconteceu entre a Melissa e o
Sebastian. Quando crianças, eram inseparáveis. Na adolescência, não se
suportavam. E depois de adultos, não podem se ver, que brigam feito gato e
rato.
— Bom dia, patrão!
— Bom dia, Sebastian.
Depois dos meus passeios matinais, volto para casa e, tomo um café
da manhã reforçado antes de começar mais um dia de trabalho. Tem sido
assim, desde que eu tive que assumir a administração da fazenda.
A nossa cozinheira e governanta, Bertha, entra na cozinha e me avisa
que tenho uma ligação da minha irmã Melissa.
— Oi.
— Oi, querido irmão!
— Diga logo o que quer, Melissa! Quando você fala assim toda
melosa, eu sei que vai me pedir alguma coisa. Desembucha logo!
— Calma, irmãozinho. É que eu tenho uma amiga que está passando
por maus bocados e ofereci a fazenda para ela passar uns dias. Espero que
você não se importe. E por favor, seja gentil!
— O quê?! Você ficou maluca? Isso não é uma boa ideia, Melissa!
Você sabe que sou um homem muito ocupado. Não tenho tempo e tampouco
paciência para desperdiçar com a sua convidada. E por que você não vem
com ela?
— Eu não posso ir, Benjamin! Já tirei férias este ano, esqueceu? Eu
lhe garanto que a Lizzy não vai atrapalhar a sua rotina. Ela tem um
temperamento difícil, mas é só não mexer com a fera que ficará tudo bem.
— Argh! Que seja, então! Mas fale para ela ficar longe de mim.
— Okay. Você não tem com o que se preocupar.
— Preciso desligar, Melissa. O meu café está esfriando. Além do
mais, daqui a pouco a sua sobrinha acorda e não me dará mais sossego. Você
sabe como ela é. Não sei de onde a danada tira tanta energia e, para
completar, a escola está de recesso. Maldita a hora em que a babá pediu
demissão! Já pensei em contratar outra, mas a Bertha disse que dá conta de
cuidar da Bia e das panelas.
— Não tenho dúvidas quanto a isso. A Bertha sempre dá um jeito!
— Só mais uma coisa, irmãzinha. Quando a sua amiguinha chega ao
Texas?
— Sexta-feira à noite.
— Mas já?! Não vai dar nem tempo de eu me preparar para receber
“essazinha” aí.
— Relaxa, Ben! Você nem vai perceber a presença da garota.
— Tudo bem, já que eu não tenho escolhas.
— Até mais, irmãozinho. E não se esqueça que eu te amo. Dê um
beijo na Bia por mim.
Era só o que me faltava! Vou ter que aturar uma das “amiguinhas”
da Melissa dentro da minha própria casa!
NOVA YORK - DIAS ATUAIS
Desde o fim do meu relacionamento com o Thomas, a minha vida está um
verdadeiro caos, tudo virou de ponta-cabeça. Eu não sabia quão difícil era
superar uma traição. E o pior de tudo, é que isso acabou refletindo em todas
as áreas da minha vida. Ele não teve sequer a decência de terminar comigo,
antes de sair comendo a primeira boceta que viu pela frente! Cretino, filho de
uma puta!
O Thomas fodeu com a minha autoestima e com a minha capacidade
de confiar nas pessoas, principalmente nas do sexo masculino.
Como ele teve a coragem de me apunhalar pelas costas dessa
maneira? E ainda por cima, com uma pessoa do nosso convívio social? Pois
os “pombinhos” são advogados na empresa em que eu trabalho como
administradora junior.
Por que não prestei atenção aos indícios? Eles estavam sempre juntos!
Além do mais, o Thomas sempre tinha uma desculpa esfarrapada para não
estar comigo, não atendia às minhas ligações e nem respondia às minhas
mensagens. Eu fui uma tola!
Não descarto a possibilidade de que eu estava sendo enganada desde
que a cachorra se juntou à nossa equipe de trabalho, há cerca de um ano.
Está insuportável vê-los desfilando para cima e para baixo, na maior
cara de pau. Todas às vezes que passam por mim, a cadela faz questão de
agarrá-lo, como se ele fosse o último colete salva-vidas.
Ele fica meio constrangido, mas nada faz para impedi-la. A vontade
que eu tenho é de esganá-los com as minhas próprias mãos. Porém, vou
sacudir a poeira, retomar o controle da minha vida e dar a volta por cima.
À noite, enquanto eu preparava o jantar, meu telefone começou a
tocar insistentemente. Não me surpreendi quando vi que era a Melissa. Fora
os meus pais, quando em vida, ela é a pessoa que mais se preocupa comigo.
Eu tento demonstrar que está tudo bem, mas ela não é tola a esse
ponto. Às vezes, chego a pensar que a minha amiga me conhece melhor do
que eu mesma.
— Oi, Lizzy!
— Oi, Melissa.
— Hoje à noite será inaugurada uma casa noturna na décima avenida.
Você vem comigo! Não aceito não como resposta.
— Melissa, você sabe que eu não estou com ânimo para sair.
— Elizabeth Collins, eu não aguento mais te ver assim! Você precisa
reagir. Não dá para ficar remoendo o passado. Olhe-se no espelho! Você está
com olheiras horríveis, emagreceu e o seu cabelo está uma palha. Eu sou a
sua melhor amiga e não posso permitir que isso continue.
Tudo bem se não quiser ir à festa. Eu entendo. Mas amanhã teremos
um dia de garotas. Já marquei um horário no SPA e no salão de beleza. Passo
para lhe pegar às nove da manhã.
— Talvez não seja uma má ideia.
— Claro que não é. Você precisa voltar a ser a Lizzy que eu conhecia:
linda, sorridente e alto astral. A partir de amanhã, você terá uma nova versão
de você mesma. Iniciará um novo ciclo em sua vida. Combinado?
— Combinado!
— É isso aí! Você não sabe o quanto eu estou feliz em ouvir isso. Ah,
contratei uma faxineira para dar uma organizada nessa zona que você chama
de casa.
— Obrigada! Eu não sei o que seria de mim sem você.
— O que você precisa mesmo, é de umas boas férias. Por isso, estou
disponibilizando a minha casa no Texas. Você poderá ficar o tempo que for
necessário. Tomei a liberdade de comprar as suas passagens. Você embarcará
na próxima sexta-feira.
— Melissa! Como você fez tudo isso sem me consultar? Quem te
disse que eu quero tirar férias? Eu nunca fui ao Texas! Além do mais, não
conheço ninguém por lá. O que diabos eu vou fazer em uma fazenda?
— Não se apavore, mulher! Austin é uma cidade maravilhosa, e a
fazenda é simplesmente linda. Você nem vai querer retornar a Nova York. A
propósito, a minha sobrinha está louca para te conhecer.
Certamente, só estarão em casa o Benjamin e a pequena Bia. O meu
outro irmão, Noah, mora em Houston. Ele mal aparece na fazenda.
Antes de tudo, você precisa saber algumas coisas sobre o Benjamin.
Ele é um pouco mal-humorado, gosta de ter o controle da situação e não
costuma repetir mulheres.
Conviver com o meu irmão pode ser um tanto difícil, mas no fundo,
ele é um cara legal.
Então ele é solteiro! — pensei comigo mesma. — E a mãe da garota?
— perguntei curiosa.
— É uma vadia. Abandonou a filha, ainda bebê, e foi embora com um
milionário. Desde então, o Benjamin não teve nenhum relacionamento sério,
trancou-se para o amor.
Nossa! Que mulher sem escrúpulos...
— Melissa, não sei se devo ir. Provavelmente, o seu irmão e eu
teremos grandes problemas. Você sabe que não escuto desaforo e fico calada.
Além do mais, pelo que você falou, ele não passa de um arrogante comedor
de boceta. Espero que aquele depravado nem chegue perto de mim, ou vai se
ver comigo. — Ela riu tanto do meu comentário, que acabou se engasgando
com a própria saliva.
— Lizzy, veja a ida ao Texas como um presente de aniversário
antecipado. Você bem sabe que não se recusa presentes. Não faria essa
desfeita comigo, faria?
— Claro que não, sua tonta! Estou precisando ficar longe por um
tempo. O ar puro do campo irá me fazer bem.
— Estou tão feliz que tenha aceitado! Você não vai se arrepender. Eu
prometo. Até amanhã. Beijos!
— Boa noite, sua louca!
No dia seguinte, acordei cedo, tomei café da manhã e saí para correr
no Central Park. Para iniciar uma nova etapa em minha vida, nada melhor do
que voltar a me exercitar. Após uma hora de atividade intensa, cheguei a casa
exausta, porém revigorada.
Por volta das nove horas da manhã, a campainha tocou. Peguei a
bolsa e fui atender a porta. Para minha surpresa, não era a Melissa, e sim o
traste do Thomas.
— O que faz aqui? — bradei, sem acreditar na cara de pau do cretino.
— Precisamos conversar, meu amor.
— Amor um cacete! Se você tem amor às suas bolas, suma da minha
frente.
— Estou morrendo de saudade, Lizzy. Por favor, perdoe-me. Sei que
errei feio com você. Não há um dia que eu não me arrependa do que fiz.
Volte para mim! Eu juro que nunca mais olharei para outra mulher.
— Vá embora! E não apareça mais aqui. Só me dirija a palavra para
assuntos de cunho profissional.
— É isso mesmo que você quer?
— É sim. Estou tentando seguir em frente. Por favor, não me procure
mais.
— Tudo bem. Mas eu não vou desistir de você tão fácil. Quando a
raiva passar, perceberá o erro que está cometendo e voltará para mim.
Bati a porta na cara do cretino. Eu não aguentava mais ouvir tanta
baboseira.
Pouco tempo depois, a campainha tocou de novo. Uma Melissa
indignada invadiu a minha sala de estar.
— O que aquele descarado queria?!
— Adivinha! Veio me pedir perdão.
— Que cara de pau!
— Esqueça aquele estrupício. Vamos logo para o nosso dia de
garotas. Não vejo a hora de dar um tapa no meu visual.
[...]
Tivemos um dia maravilhoso. No SPA, fizemos uma sessão de sauna,
banho de imersão e recebemos massagem relaxante. Após o tratamento VIP,
pegamos o elevador e seguimos para a praça de alimentação. Optamos por
um restaurante árabe. Na primeira mordida, gemi ao sentir uma explosão de
sabores invadir as minhas papilas gustativas. A comida era simplesmente
divina!
Depois do almoço, seguimos para o salão de beleza. Fiz um corte na
altura dos ombros, o que me deixou com um aspecto mais moderno, elegante
e sensual. Para finalizar, uma hidratação profunda e uma escova modelada.
Ao conferir o resultado no espelho, surpreendi-me. Foi inevitável não
chorar, mas desta vez eram lágrimas de felicidade.
— Uau! Como você está linda! — falou Melissa, empolgada.
— Obrigada, amiga! Eu não sei o que seria de mim sem você — falei,
dando-lhe um abraço apertado.
Após a transformação do visual, o próximo passo será conhecer um
homem que aprecie um bom sexo selvagem, assim como eu. Só de pensar, já
sobe um calor desgraçado nas partes baixas do meu corpo. Não sei de onde
eu tiro tanto fogo. O traste do Thomas não dava conta do recado. Era bonito e
charmoso, mas deixava algo a desejar.
Desde que descobri a traição daquele crápula, não sei o que é sexo.
Preciso sair à caça. Espero que o próximo cara tenha tanto fogo quanto eu.
Talvez esse tipo de homem só exista nos livros de romance erótico.
Fortes, brutos e que fodem pra cacete. Até agora não encontrei um desses.
Espero encontrar em breve. E claro, vou fazer bom proveito.
Foi uma boa ideia aceitar a proposta da Melissa. Umas férias vão me
fazer bem. Aproveitarei esse tempo para dar uma desacelerada na minha vida,
traçar novas metas e ver o que eu quero para o futuro.
Embarco nessa nova aventura na próxima sexta-feira. Falta menos de
uma semana. Preciso comprar roupas e lingeries novas. Não posso esquecer
dos meus romances hot e do meu vibrador clitoriano.
Eu espero encontrar muitos cowboys gostosos por lá. Não vejo a hora
de usar aqueles corpos musculosos, graças ao trabalho braçal que requer uma
fazenda.
Aguarde-me, Texas, a devassa está chegando!
A sexta-feira chegou num piscar de olhos. Quase perdi meu voo para o
Texas. Além de ter dormido demais, peguei um engarrafamento horrível.
Minha sorte é que eu tinha feito check-in on-line. Isso facilitou muito minha
vida. Ao chegar ao aeroporto, despachei minha bagagem e corri para o avião.
Ao me sentar na poltrona, suspirei aliviada por ter dado tempo de
embarcar. Uma descarga de ansiedade me tomou; tentei ler, dormir, comer,
mas nada aplacava a minha inquietude, meu nervosismo.
Quatro horas depois, eu estava no salão de desembarque do Aeroporto
Internacional de Austin. Logo avistei um belo cowboy segurando um cartaz
com o meu nome. O desconhecido tinha a pele clara, cabelos loiros e olhos
azuis. O seu corpo era tonificado, definido e musculoso na medida certa. Ele
era um colírio para os olhos.
Aproximei-me um pouco mais e falei:
— Olá! Eu sou a Elizabeth Collins, amiga da Melissa Parker. Você é
o irmão dela?
— Não, senhorita. Eu sou o Sebastian Walker. Trabalho para o
Benjamin. Ele pediu para eu vir buscá-la. Podemos ir?
— Claro, cowboy! — falei, dando aquela conferida em seu corpo
viril.
O percurso até a fazenda foi feito em completo silêncio. À primeira
vista, o Sebastian não era muito de falar. Confesso que nem me importei com
isso. Admirar aqueles bíceps enormes, já era o bastante para prender minha
atenção pelo resto da viagem.
Para não ficar na cara que eu o observava, comentei:
— Nossa, que noite linda! — O cowboy apenas esboçou um meio
sorriso.
Que homem sério! Será que todos os cowboys do Texas são fechados
assim? Espero que não.
Após um bom tempo rodando pela rodovia principal, pegamos uma
estradinha de terra, que apesar de não ser asfaltada, era ampla e bem
conservada. Um cheirinho de terra e mato molhado invadiu as minhas
narinas. Eu nem havia chegado ao meu destino, e o meu coração saltitava
dentro do peito.
Tínhamos andado por mais dois a três quilômetros, quando paramos
em frente a um majestoso portão de ferro fundido, o qual foi aberto após o
Sebastian se identificar pela portaria eletrônica. Os meus olhos brilharam ao
virem aquela belíssima construção a alguns metros de distância.
O cowboy estacionou o veículo em frente à casa. O imóvel era
composto por dois pavimentos, com paredes brancas e grandes janelas de
vidro, que combinavam perfeitamente com o tom azulado do seu telhado
esmaltado. Por toda a sua extensão frontal havia uma espaçosa varanda, onde
se destacavam belas poltronas acolchoadas, trabalhadas em uma madeira de
tom claro. Senti uma imensa vontade de sentar-me ali e apreciar aquela noite
fria e estrelada.
Um gramado bem cuidado compunha o cenário. Sem sombra de
dúvidas, eu estava diante da casa dos meus sonhos. Era simplesmente
perfeita!
— Chegamos, senhorita Collins. Tenha cuidado onde pisa, há
algumas poças de água devido à chuva de hoje à tarde.
— Ah, obrigada por avisar! — falei com um sorriso no rosto.
O lugar era mais lindo do que eu podia imaginar. Sebastian pegou as
minhas malas no banco de trás do carro e começou a andar em direção à casa.
Eu o segui, dando mais uma conferida naquele deus grego.
O cowboy girou a maçaneta e a porta se abriu. Ele colocou a minha
bagagem no chão da sala e saiu pela mesma porta que tinha entrado. Fiquei
parada em uma magnífica sala de estar, esperando que alguém viesse me
recepcionar.
Ao contrário do que imaginei, o interior do imóvel não era rústico,
nem cheio de madeira aparente, como as casas de fazenda costumam ser. Era
contemporâneo, sofisticado e muito acolhedor. Tudo parecia ter saído de uma
capa de revista. Havia uma verdadeira sintonia entre a disposição dos móveis,
a escolha dos artigos de decoração e até na paleta de cores utilizada. Fiquei
extasiada com tanto bom gosto e elegância.
Quando a porta foi aberta, virei-me para ver quem era a dita cuja que iria me
azucrinar pelos próximos dias. Confesso que se eu não estivesse sentado,
teria ido ao chão, ao me deparar com a bela mulher parada em minha sala de
estar. Eu nem acredito que relutei com a sua estadia em minha casa. Mudei de
opinião assim que a vi.
O seu cabelo era loiro, ondulado e na altura dos ombros. Essa
combinação a deixava extremamente sexy. Ela tinha olhos castanhos, boca
carnuda, nariz arrebitado e sobrancelhas bem desenhadas.
Vaguei os meus olhos por todo o seu corpo. Ela usava um vestido
preto, justo e curto, deixando o belo par de coxas à mostra. Seus seios
pequenos deveriam caber perfeitamente em minha boca gulosa.
O seu bumbum empinado e redondo prendeu o meu olhar luxuriante.
Meu pau começou a ganhar volume dentro das calças. A minha vontade era
de rasgar sua roupa com um só puxão e fodê-la ali mesmo.
Sem sombra de dúvidas, a mulher mais fascinante que eu já tinha
visto. Nós nos olhamos por alguns segundos que, estranhamente, pareceram
horas. Era como se eu estivesse hipnotizado, não conseguia parar de admirá-
la.
Um puxão em minha camiseta me fez sair do transe. Eu já sabia o que
a minha filha queria. Ela sempre faz isso quando quer me perguntar algo em
segredo. Abaixei-me para ouvir o que ela tinha a dizer.
— Papai, essa é a amiga da titia Melissa? — perguntou em um
cochicho.
— É sim, filha — respondi no mesmo tom.
— Como você se chama? — indagou Bia, ao se aproximar da nossa
hóspede.
— O meu nome é Elizabeth. Mas pode me chamar de Lizzy. —
Quando a amiga da minha irmã abriu a boca, quase tive uma síncope. A sua
voz era doce e sensual.
— E qual é o seu nome, bonequinha? — indagou Lizzy.
— Me chamo Bia e tenho cinco aninhos. Você é tão bonita! Quando
eu crescer quero ser igual a você. Vou ter um montão de namorados!
— Você também é linda! — respondeu à loira, com um sorriso no
rosto.
A Bia deu a maior gargalhada. A danada adora ser paparicada. Não
sei a quem puxou! A mim é que não foi.
— Você vai ser a princesa do papai e a minha mamãe? — A Bia
continuou a indagar.
— Não, querida! Mas tenho certeza de que você ainda terá uma
mamãe muito legal.
— Eu pedi a papai do céu que me mandasse uma mamãe. Pensei que
ele tinha enviado você.
O que diacho deu na minha filha? Ela nunca me falou do desejo de ter
uma mãe. Ela teria uma, se a pessoa que deveria cumprir com esse papel não
fosse tão mesquinha, egoísta e mau-caráter. Ao que tudo indica, o amor e
carinho que lhe dou não são suficientes para suprir a ausência da figura
materna.
— Comporte-se, filha! Está assustando a senhorita Elizabeth. Agora
peça desculpa!
— Desculpa! — falou com cara de choro.
— Está tudo bem, pequena. Você não me assustou. Eu não sou o tipo
de mulher que se intimida fácil — disse Lizzy, olhando-me de forma
desafiadora e repreensiva.
— Muito prazer! Eu sou o Benjamin Parker. Só para deixar claro, a
minha garotinha não costuma agir assim. Peço-lhe minhas sinceras desculpas.
— Não se preocupe, ela é só uma criança inocente!
— Acredite, a Bia não é tão inocente como você está pensando.
— Parece que a minha estadia aqui será bem divertida! — concluiu
ela, mordendo o lábio inferior enquanto esboçava um sorriso.
Elizabeth é naturalmente sexy. Não precisa fazer nenhum esforço para
chamar a atenção de um homem. Vê-la mordendo o lábio me deixou louco de
tesão. Senti o sangue ferver dentro das veias. Se as mulheres soubessem o
efeito que esse gesto causa na mente de um macho, nunca fariam isso sem
segundas intenções.
Depois das devidas apresentações, levei-a para se acomodar no quarto
de hóspedes. Ao sair do cômodo, informei-lhe que o jantar seria servido em
poucos minutos. Desci e fiquei ao seu aguardo na sala de estar.
Caralho! Essa mulher será a minha ruína. Estou completamente
fodido!
Eu fiquei boquiaberta ao conhecer o irmão da minha melhor amiga. Melissa
não mencionou que ele é um pedaço de mal caminho. O homem é
simplesmente lindo!
Benjamin é alto, musculoso e bronzeado. Seus olhos castanhos, a
barba cerrada e os lábios instigantes, completam o seu aspecto másculo e
imponente.
No entanto, o que mais me prendeu a atenção, foi seu olhar misterioso
e sedutor. Ele deixa uma mulher rendida aos seus pés, apenas com um olhar.
Eu fiquei desconcertada e de pernas bambas em sua presença.
Seus olhos passearam por todo o meu corpo. Eu podia senti-lo me
despindo mentalmente. Minha respiração começou a pesar, os mamilos a
intumescerem e a calcinha a umedecer. Eu precisava sair de perto dele, ou o
meu corpo entraria em combustão a qualquer momento.
Senti-me aliviada, quando ele falou que iria me levar até o quarto de
hóspedes. Subimos por uma escada de madeira que dava em um corredor. Ele
abriu a porta de um dos quartos e colocou minha bagagem no chão. Informou
que jantaríamos em poucos minutos retornando, em seguida, à sala de estar.
Fiquei em êxtase ao entrar no cômodo. A decoração era
monocromática, em tons de creme, e rica em texturas. Uma cama king size
com cabeceira estofada, que ia do chão ao teto, era a grande protagonista. Um
par de espelhos posicionados atrás das mesas de cabeceira, davam um toque
de requinte ao ambiente.
Sobre uma das mesinhas havia um abajur clássico, no outro, um lindo
vaso com rosas vermelhas, que pareciam recém-colhidas. Aproximei o meu
nariz para sentir o cheirinho das pétalas. De imediato, um sorriso surgiu em
meu rosto.
Havia, também, um closet embutido, uma poltrona decorativa e uma
charmosa sacada com espaço para refeições. Seria perfeita para se tomar um
café da manhã admirando os primeiros raios de sol.
O banheiro era clean, amplo e luxuoso. Os meus olhos brilharam ao
verem a imensa banheira de imersão com jatos.
Havia uma imponente bancada de porcelanato com pias duplas e
torneiras cromadas. Acima da bancada, um extenso espelho dava uma
sensação de amplitude ao ambiente. Abaixo, um gabinete com toalhas e
produtos de higiene pessoal. Um boxe de vidro separava a área de banho do
resto do ambiente.
Tudo isso, em conjunto com a iluminação embutida e plantas
ornamentais, atribuíam beleza e conforto ao local.
Desfiz as malas e fui tomar uma ducha, pois o Benjamin e a pequena
Bia me aguardavam para o jantar.
Vesti uma saia jeans, um cropped verde militar e calcei uma sandália
rasteira. Uma roupa simples, porém, confortável.
Ao chegar ao topo da escada, deparei-me com aquele espetáculo de
homem sentado em um dos sofás. Ele observava a sua filha brincar sobre um
tapete felpudo, posicionado em frente à lareira.
Ao perceber a minha presença, ele se levantou e chamou a garotinha,
que pegando em sua mão, o seguiu em silêncio.
O jantar foi servido por uma simpática senhora, de nome Bertha. Ela
se apresentou como cozinheira e governanta da casa. Depois que nos serviu,
juntou-se à mesa, e todos iniciamos a refeição.
Após um bom tempo sem ninguém falar nada, Benjamin resolveu
quebrar o silêncio constrangedor.
— Há quanto tempo você conhece a Melissa? — perguntou o
cowboy.
— Há três anos. Nós nos conhecemos no trabalho. Desde então,
somos inseparáveis. Fazemos quase tudo juntas.
— Tipo o quê?
— Compras, sair para comer, dançar… coisas de garotas, sabe?
— Posso imaginar! — respondeu com um sorriso sacana.
O bonitão parecia curioso. Talvez estivesse tentando descobrir o tipo
de mulher que estava acolhendo em sua casa. Resolvi colocar as cartas sobre
a mesa e falei:
— Benjamin, o fato da Melissa e eu sermos amigas, não quer dizer
que eu beba tanto quanto ela. Na verdade, nem sou muito de beber. — Ele me
olhou desconfiado, passando o dedo indicador entre a barba e os lábios.
Aquilo foi tão sexy, que deveria ser proibido de se fazer em público.
— Tudo bem, moça. Eu não perguntei se você bebia. Aliás, isso não é
da minha conta.
— Okay. Eu só quis esclarecer. Você sabe a irmã que tem.
— E sei mesmo! — respondeu desapontado.
A Bertha nos olhava meticulosamente, porém permaneceu calada.
— Qual é a sua função lá na empresa?
— Atualmente, ocupo um cargo de administradora junior.
— Bela e jovem do jeito que é, terá uma carreira brilhante em uma
grande empresa de Manhattan.
— Nossa! Esse é meu grande sonho. — Sorri abobalhada.
Durante o jantar, a pequena Bia não deu um pio. Deve ter ficado
emburrada com a bronca que levou do pai. Ele deveria ter pegado mais leve
com a garota. Como não sou da família, não quis interferir em tal assunto.
Eu me apaixonei pela bonequinha de pele clara, cabelos e olhos
castanhos, assim que a vi. A sapeca já tem um lugar reservado em meu
coração.
— Se vocês não se importam, vou me recolher. Preciso descansar. A
viagem foi um tanto cansativa! — falei já me levantando da cadeira.
— Não vai nem comer a sobremesa? — questionou Bertha.
— Não. Já estou satisfeita! — respondi, passando a mão sobre a
barriga.
— Mas você comeu tão pouco! Deve ser por isso que é tão magrinha.
— Ri com o comentário da senhora morena e rechonchuda.
— Bertha, deixa a garota em paz! — proferiu o Benjamin, em sua
melhor pose de turrão.
— Tudo bem, moleque. Mas você não acha que a menina está muito
magrinha?
— Ela me parece ótima! — sibilou ele, com cara de sério.
— Homens... — murmurou a cozinheira, balançando a cabeça em
negação.
Vou me divertir muito com esse trio!
Resolvi dar um fim na descontraída conversa, então falei:
— Bertha, o jantar estava maravilhoso. Você é uma cozinheira de
mão cheia!
— Obrigada, menina! Deixarei um pedaço da torta de mirtilo na
geladeira. Caso acorde com fome durante a madrugada, já sabe onde
encontrar.
— Benjamin, obrigada por me receber em sua casa. Espero não ser
um incômodo.
— Não precisa me agradecer. Sinta-se à vontade.
— Obrigada! Vou subir e dormir um pouco. Boa noite a todos!
— Tchau, tia Lizzy — disse Bia, agora já mais animada, enquanto
levava uma garfada de torta à boca.
— Tchau, bonequinha. Sonhe com lindos anjinhos — proferi sorrindo
para ela.
— Se precisar de algo, é só chamar no quarto ao lado — falou o belo
cowboy, olhando-me de forma predatória. — Respirei fundo e segui para o
quarto. Apesar do que se passava em minha mente, não proferi palavra
alguma.
Ao entrar no cômodo, tirei as sandálias e me joguei na cama. A
imagem daquele homem bruto e cheio de testosterona não saía da minha
cabeça.
Quando ele falou que eu poderia chamar em seu quarto, caso
precisasse, não contive meus pensamentos pervertidos. Tive vontade de dizer:
preciso sim, mas é do seu pau atolado em minha boceta, e que me faça gozar
até eu não lembrar do meu próprio nome. No entanto, nada saiu da minha
boca.
Passei a mão sobre a calcinha, ela estava toda ensopada. Afastei a
peça e deslizei os dedos sobre a minha boceta, espalhando a lubrificação
natural. Levantei a blusa, apalpando um dos meus seios com a mão esquerda,
enquanto a outra fazia movimentos circulares em meu clitóris inchado.
Fechei meus olhos e imaginei o Benjamin me tocando, beijando,
chupando e metendo gostoso. Eu gemia, choramingava e chamava pelo seu
nome, enquanto enfiava e esfregava os dedos no meu monte carnudo.
Acelerei os movimentos quando senti que o orgasmo estava próximo.
Gemi alto e gozei, deixando que o líquido cremoso escorresse entre os meus
dedos.
Aos poucos, a respiração foi voltando ao normal. Senti-me leve e
relaxada. Agora sim, eu poderia ter uma noite de sono tranquila. Sorri em
silêncio, sem acreditar no que tinha acabado de fazer.
Por que o safado tinha que ser tão gostoso?! Assim a minha
perseguida não aguenta!
Durante o jantar, pude conhecer um pouco mais da personalidade da Lizzy.
Algo me diz que por trás daquele rostinho angelical, esconde-se uma
verdadeira felina.
— Bertha, o que você achou da Elizabeth? — perguntei curioso.
— É um amor de pessoa. A Melissa já havia me falado sobre ela.
Coitadinha. Ninguém merece passar pelo que ela passou. Pegar o namorado
com outra, não deve ter sido nada fácil.
— Eu sei bem como é. Por isso não me envolvo com ninguém. Prefiro
minhas noitadas!
— Isso porque você ainda não encontrou a mulher certa. Às vezes, o
amor surge de onde menos se espera.
— Berthinha, esse tal de amor não é para mim.
— Ainda terei o prazer de vê-lo domado, Benjamin.
— Este garanhão aqui, jamais será laçado — gargalhei alto. — Você
poderia colocar a Bia para dormir? Vou dar uma volta na cidade.
— Você está com visita e vai sair para suas noitadas? Lembre-se,
amanhã você terá que mostrar a fazenda para sua hóspede.
— Eu voltarei logo. Não se preocupe!
Fui ao meu quarto, peguei uma jaqueta, as chaves da minha Harley
Davidson e segui para a cidade. Em poucos minutos, eu estava estacionando
minha moto em frente ao pub do Michael, um amigo de longa data.
Este é o local que costumo vir quando estou a fim de transar. Lugar
tranquilo, boa cerveja e mulheres bonitas. Ponto de encontro para muitos
motociclistas e jovens aventureiros. No local funciona, também, uma
barbearia e um estúdio de tatuagens.
Ao entrar no estabelecimento, fui direto para o balcão. Sentei-me em
uma das banquetas de madeira e pedi uma cerveja. O bartender, James,
prontamente me atendeu.
— E aí, cara! — disse ele, entregando-me a bebida.
— Beleza! — falei tomando um gole do líquido gelado e saboroso.
— Como está a Melissa?
— Está me dando dor de cabeça, como sempre.
— O que ela aprontou dessa vez? — perguntou sorrindo.
— Mandou uma de suas amigas vir passar uns dias lá em casa.
— Putz! Se ela for igual a Melissa, você está ferrado — falou ele,
levando a mão à cabeça.
— Nem me fale! — resmunguei, tomando mais um gole da minha
cerveja.
— Pelo menos ela é gostosa? — indagou interessado.
— Isso não é da sua conta! — falei exaltado.
— Calma, Ben! Parece que a garota mexeu com você! — Se ele
soubesse o quanto a Lizzy é linda, sexy, cheirosa... cairia matando em cima
dela.
Passei meus olhos pelo ambiente. Avistei um grupo de mulheres
sentadas em uma mesa ao fundo. Uma delas chamou minha atenção.
Trocamos alguns olhares. Ergui o copo em sua direção, fazendo um convite
implícito para que se juntasse a mim.
Ela tinha cabelos lisos e longos. Usava um vestido vermelho, justo e
com decote profundo. Os seus lábios grossos seriam perfeitos para me fazer
um boquete. Suspirei com o pensamento.
— Olá, gata! — falei ao vê-la se sentando ao meu lado.
— Oi, bonitão! Eu sou a Pamela — disse ela.
— Prazer, Pamela! Sou o Ben.
Depois de alguns drinques e animadas partidas de sinuca, perguntei ao
pé do seu ouvido:
— Que tal irmos para um lugar mais reservado?
— E onde seria? — indagou a safada, contornando a borda do copo
com o dedo.
— Tem um motel aqui perto. O que me diz?
— Vamos nessa, bonitão! — proferiu, passando a mão sobre o meu
peitoral.
Paguei a bebida, coloquei minha mão em sua cintura e a guiei para a
saída do pub. Ao chegarmos ao quarto do motel, puxei-a para junto do meu
corpo, dando-lhe um beijo ardente.
Virei-a de costas e desci o zíper do seu vestido lentamente, deixando-
o cair ao chão.
Abracei-a por trás, beijando seu pescoço desnudo, enquanto
acariciava seus seios fartos.
Guiei sua mão até o meu sexo. Ela o acariciou por cima do jeans,
apertando com ganância. Pamela se agachou, desabotoou e desceu minhas
calças até a altura dos joelhos. O meu membro estava duro e latejante.
— Nossa... — murmurou, lambendo os lábios.
— Chupa meu pau, sua safada — falei ansioso para sentir o calor da
sua boca. Ela o abocanhou, iniciando uma garganta profunda.
Peguei um punhado do seu cabelo, em um rabo de cavalo, puxando-os
com firmeza. Ela mamava gostoso, enquanto eu gemia de prazer. Fechei os
meus olhos, e o que me veio à cabeça foi a imagem da Elizabeth.
Involuntariamente, falei:
— Isso, Lizzy, chupa gostoso.
Pamela se afastou abruptamente e gritou:
— Seu cretino, filho de uma puta! Eu te chupando e você pensando
em outra! Espero que seu pau caia, seu maldito!
— Desculpe-me! Não sei onde eu estava com a cabeça.
— Na minha boceta é que não era! — berrou indignada.
Ela se vestiu às pressas e saiu do quarto enfurecida, chamando tudo
que era palavrão. Eu não podia esperar menos dela. Fui um tremendo filho da
puta ao chamá-la por outro nome. Voltei para a fazenda frustrado e sem
satisfazer o meu desejo carnal. Ao chegar à minha casa, dirigi-me ao bar,
peguei uma garrafa de uísque e me servi de uma dose. O líquido desceu
queimando garganta abaixo. Fiquei na penumbra, digerindo os últimos
acontecimentos. De repente, ouvi um barulho vindo da cozinha. Já era tarde
para a Bertha estar acordada, então fui olhar quem era o intruso.
Não é possível que a Bia tenha se levantado no meio da noite para
comer doces!
Ao entrar no cômodo, deparei-me com uma cena inesperada. Lizzy
estava de quatro, limpando algo no chão. Ela usava uma camisola de seda e
uma calcinha fio dental. Meu pau endureceu de imediato. Eu precisava dar
um fim naquilo ou perderia a cabeça. Então, bradei:
— O que caralho está acontecendo aqui? — A loira se levantou
rapidamente, olhando-me assustada.
— Desculpe, Benjamin! Acordei faminta e me lembrei da torta da
Bertha. Sem querer, derrubei um garfo e um pouco de torta no chão.
— E precisava vir seminua? Esta é uma casa de família, mocinha. Já
pensou se a Bia presencia uma cena como esta?
— Achei que todos estivessem dormindo, por isso não troquei de
roupa — falou dando de ombros.
— Vá para o seu quarto. Deixe que eu arrumo esta bagunça — falei
de forma ríspida.
— Você faria isto por mim, cowboy? — Ela sorriu e saiu rebolando
pela casa.
— Que garota petulante! — murmurei entredentes, com a respiração
entrecortada.
Depois de limpar a cozinha, fui direto para o meu quarto. Retirei a
camiseta, a calça jeans e a cueca boxer. Eu só queria tomar um banho e
esquecer esta noite. Contudo, um banho frio não foi o suficiente para relaxar
os meus músculos tensos. Como fazer isso, sabendo que a loira gostosa
dormia no quarto ao lado?
A imagem daquele corpo tesudo não saía da minha cabeça. Meu
mastro pulsava de tanto desejo. Desliguei o chuveiro e comecei a fazer
movimentos de vaivém no meu cacete.
Imaginei-me entre as pernas da Lizzy, chupando e lambendo sua
bocetinha gostosa, enquanto ela se desmanchava de prazer. Metendo o meu
pau em sua boca, até vê-la implorando por ar. Despejando minha porra
quente e espessa dentro dela. Fazendo-a tomar cada gota do meu gozo. Não
aguentando mais, intensifiquei os movimentos e gozei feito um louco.
Mal posso esperar para enterrar o meu pau naquela atrevida!
Ao acordar no sábado de manhã, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a
imagem do Benjamin. Apesar de ser um devasso, não posso negar que ele é
um baita de um gostoso.
O melhor que eu tenho a fazer é me manter longe dele, para não cair
em tentação. De cafajestes, estou farta!
Levantei-me mais disposta do que o habitual. O que um orgasmo não
faz na vida de uma mulher?!
Fui até a porta de correr que leva à varanda e abri as cortinas. Os
primeiros raios do sol despontavam no horizonte, aquecendo meu rosto. Da
varanda pude ver quão bela é a Fazenda Parker. Não vejo a hora de desbravar
cada cantinho deste lugar.
Próximo à casa principal havia um celeiro e um estábulo, ambos
charmosos e bem conservados. Um pouco mais adiante, avistava-se uma
imensa área dividida em pequenos piquetes, delimitados por cercas de
madeira pintadas de branco.
Voltei para o quarto, tomei banho e passei um hidratante acetinado na
pele, deixando-a macia e cheirosa. Coloquei um vestido de alças finas e
decote em V. Deixei os cabelos soltos, passei um batom rosé, calcei uma
rasteirinha e borrifei perfume em pontos estratégicos do meu corpo. Agora eu
estava pronta para começar o dia.
Ao sair do quarto, ouvi vozes animadas vindas da cozinha. Ao entrar
no cômodo, dei um bom-dia a todos.
— Bom dia, pessoal! — falei animada.
— Bom dia! — responderam em uníssono.
Sentei-me de frente para o cowboy e olhei em sua direção. Seus olhos
estavam fixos em mim. Fiquei totalmente desconsertada. Se ele soubesse o
que eu tinha feito na noite passada, pensando nele... Mordi o canto da boca
para conter o riso.
Havia tantas comidas apetitosas sobre a mesa, que era difícil escolher
o que comer. A pequena Bia, por outro lado, já estava bem decidida. Ela se
deliciava com um convidativo bolo de cenoura, enquanto balançava suas
perninhas na cadeira.
Acabei me servindo de uma fatia do bolo, algumas panquecas e um
suco natural.
— Tia Lizzy, o bolo está gostoso? — indagou a bonequinha, sorrindo
para mim.
— Hum... está delicioso! — respondi fechando os olhos.
— Foi a vovó Bertha e eu que fizemos — confessou, toda orgulhosa.
— Nossa! Eu não sabia que princesas sabiam cozinhar — falei
animada.
Benjamin observava a nossa interação, quando perguntou:
— Como foi sua noite, senhorita?
— Excelente! — respondi estreitando os olhos.
— Que bom! — disse ele, com um olhar enigmático.
O safado deu um sorriso de canto de boca que me deixou de vagina
úmida e latejante. Desde que eu pus os meus olhos nesse homem, minha
perseguida resolveu ter vida própria. Não sei mais o que fazer!
Cruzei as pernas para tentar conter a excitação, mas de nada adiantou.
Não com aquele olhar predatório sobre mim. Dava para perceber a minha
inquietação a metros de distância.
— Algum problema, Elizabeth? Você parece agitada! — ele declarou,
alisando sua barba bem cuidada, que lhe confere um aspecto dominante, de
macho alfa.
— Não é nada. Apenas estou ansiosa para conhecer a fazenda — falei
forçando um sorriso. Eu não podia transparecer que ele estava me afetando.
— Que tal darmos uma volta após o café da manhã?
— Eu adoraria! Melissa sempre me falou o quanto tudo é lindo por
aqui.
— E é mesmo. Eu não conseguiria viver em outro lugar — falou
carregado de sentimentos.
Após a refeição, fui ao quarto para escovar os dentes e dar uma
conferida no visual. Quando cheguei à sala, Benjamin já estava à minha
espera.
Ainda bem que ele não comentou sobre o ocorrido na noite anterior.
Só eu mesma para me masturbar pensando no cara, fazer uma bagunça
danada em sua cozinha e ainda “pagar” calcinha para ele.
— Pronta? — indagou ele, já se levantando.
— Prontíssima — respondi, meio sem jeito.
— Primeiro vou te mostrar o estábulo. É um dos meus lugares
preferidos aqui na fazenda.
— Ótimo! — No estábulo havia três lindos cavalos: Zeus, Estrela e
Relâmpago. À medida que o Ben os apresentava, falava um pouco sobre suas
personalidades.
O Zeus é seu cavalo preferido. Foi um presente do seu falecido pai,
John Parker. O cavalo é dócil, de pelagem escura e bem cuidada.
A Estrela é uma égua meiga e curiosa. Ela tem pelagem branca e
macia. Descobri que o animal pertence à Melissa, que morre de ciúmes dela.
Já o Relâmpago, de dócil não tem nada. Ele é instável e
temperamental. Fora o Benjamin, apenas o Adam, que é o responsável por
cuidar dos equinos, tem permissão para se aproximar dele.
— Se você vier aqui sozinha, fique longe do Relâmpago. Não quero
que ele a machuque — alertou o cowboy.
— Okay. — Fiz um sinal positivo com a cabeça.
Confesso que dos três cavalos, o Relâmpago foi o que mais me
encantou. Sua pelagem é de um tom marrom-escuro, cor de chocolate. Sinto
que ele tem algo de especial.
— Você sabe cavalgar, senhorita? — perguntou Benjamin, enquanto
escovava o Zeus.
Se for em você, eu cavalgo o dia inteiro — pensei. No entanto, minha
resposta foi:
— Quando criança fiz algumas aulas de equitação. Mas isso já faz
muito tempo, acho que esqueci como se monta. E por favor, me chame
apenas de Lizzy.
— Como quiser, Lizzy. Eu costumo fazer uma analogia. Andar a
cavalo é como andar de bicicleta, quando se aprende, não se esquece mais.
O meu nome soou tão sexy naquela boca, que me segurei para não lhe
roubar um beijo.
Depois da visita ao estábulo, o Benjamin me levou até um magnífico
canteiro de rosas vermelhas, que fica na lateral da casa. Ele contou que todas
aquelas rosas tinham sido plantadas por sua mãe, Margareth.
Fiquei curiosa para saber um pouco mais sobre a senhora Parker.
Apesar de conhecer a Melissa há um bom tempo, ela não fala muito sobre a
família.
— Gosta de rosas, Lizzy? — perguntou o cowboy.
— Sim!
— Então você gostou do arranjo que a Bia e eu deixamos em seu
quarto?
— Na verdade, eu amei! As vermelhas são as minhas preferidas.
Logo após, fomos para o celeiro. Lá tinha um grande estoque de feno,
sacos de ração e algumas ferramentas. Sobre um balcão de madeira tinha um
chicote de equitação e cordas de algodão. Pensamentos obscenos povoaram a
minha mente.
Pensei como seria maravilhoso levar umas chicotadas na bunda,
enquanto o Ben me fodia sobre o feno. Mordi o lábio inferior e gemi
baixinho, contudo, foi alto o suficiente para ser ouvido por ele.
— Posso saber no que você está pensando? — inquiriu ele
desconfiado.
— Não! — respondi de forma ríspida.
— Por que não?
— Eu não quero ser grosseira, mas não é da sua conta.
— Okay! Mas tenho certeza de que estava pensando em safadezas.
— E o que te leva a pensar isso, cowboy?
— Posso jurar que escutei um gemido, enquanto você olhava para
aquele chicote. Até parece que está excitada.
— Você não acha que é melhor mudarmos o rumo dessa conversa? —
falei me esquivando.
Ben apenas sorriu, por constatar que estava certo. Eu estava
completamente excitada.
Quando saímos do celeiro, vi alguns animais pastando ao longe, então
perguntei:
— Aquilo são vacas?
— Sim. Fornecemos carne de excelente qualidade para toda a região.
Eu administro a fazenda e o meu irmão, Noah, supervisiona os frigoríficos.
— Uau! E por que diabos a Melissa não trabalha aqui com vocês?
— A minha irmã cismou de ir embora para Nova York. Eu não pude
impedi-la, pois ela já tinha idade o suficiente para fazer suas próprias
escolhas.
Eu ouvia atentamente tudo o que o Ben falava. De repente ele se
calou e começou a me olhar de um jeito diferente.
Ele se aproximou e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha
orelha. Senti todos os meus pelos eriçarem automaticamente. Eu precisava
sair daquela zona de perigo, no entanto, o meu corpo clamava por seu toque,
por seu cheiro, por seus lábios junto aos meus.
Minhas mãos começaram a suar, os batimentos cardíacos dispararam
e a minha respiração ficava cada vez mais ofegante. Ele olhava com desejo
para minha boca, como se quisesse provar do meu sabor, mas por algum
motivo, não o fez.
As pupilas do Ben estavam dilatadas, as narinas expandidas e seus
músculos enrijecidos. Ele deslizou os dedos entre os cabelos, travou o
maxilar e coçou a barba cerrada. Parecia travar uma briga interna consigo
mesmo.
Quando eu pensei que ele tomaria os meus lábios em um beijo
ardente, o que veio a seguir foi inesperado:
— Moça, acho melhor você voltar para a casa principal, antes que eu
cometa uma besteira.
— Por que você está agindo assim? Estava a ponto de me beijar, e
agora me pede para ir embora.
— Argh! Não me faça perguntas — falou de modo grosseiro.
— Está certo, Benjamin! Eu sei quando estou sendo dispensada.
— Não é o que você está pensando, Lizzy. Deixe-me explicar.
— Foda-se você e suas explicações. Não tomarei mais o seu tempo.
Se não queria minha companhia, por que me convidou? Foi só para ter o
prazer de me humilhar? — perguntei enfurecida, enquanto andava na direção
contrária a casa.
— Espere, Lizzy! Onde você vai? Não vá muito longe ou poderá se
perder.
Deixei-o falando sozinho e comecei a andar sem rumo. Eu só queria
esfriar um pouco a cabeça.
Aquele maldito só pode ser bipolar!
Segui por uma estradinha margeada por lindos campos cobertos de
flores azul-arroxeadas, as famosas bluebonnets, que embelezam as paisagens
do Texas durante a primavera.
Continuei andando até chegar a uma lagoa de águas cristalinas,
rodeada por árvores frondosas, que forneciam uma ótima sombra para um
descanso.
Deitei-me debaixo de uma delas e fiquei apreciando o som
reconfortante da natureza. Eu não iria deixar aquele brutamontes estragar o
meu dia.
Fechei os meus olhos, relaxei ouvindo o cantarolar dos pássaros e
acabei pegando no sono.
— Acorda, bela adormecida!
— Deixe-me em paz, seu infeliz.
Aquele desgraçado me perturba até em sonhos.
Sonhei que ele me cutucava com a ponta de sua bota. Parecia tão real.
Eu ouvia sua voz cada vez mais perto. Fui despertando e abrindo os olhos,
lentamente, acostumando-me com a claridade. Para o meu azar, não era um
sonho, e sim um pesadelo.
Um Benjamin enfurecido me olhava com cara de poucos amigos,
enquanto disparava palavras nada amistosas.
— Você sabia que todos estão à sua procura? Que quase me matou de
preocupação? O que diabos deu em você?
— Desculpe! Deitei debaixo desta árvore e acabei pegando no sono
— falei ao me levantar.
— Você sumiu por horas e acha que desculpas vão resolver o
problema? Qual a parte do não ir longe, você não entendeu?
— Agradeço a sua preocupação, senhor irritadinho. Não está vendo
que nada me aconteceu.
— Mas poderia ter acontecido. Você é minha responsabilidade,
garota.
— Eu não sou responsabilidade de ninguém, a não ser de mim
mesma!
— O caralho que não é! Você é muito petulante, sabia?
— Acredita que ninguém nunca me disse isso?! — falei com ironia.
— Você mal chegou e já me causou uma tremenda dor de cabeça.
Todos os empregados largaram seus afazeres para procurar a donzela em
perigo.
— Se você não tivesse agido de forma tão estúpida comigo, nada
disso teria acontecido.
— Não me culpe por seus atos inconsequentes. Assim que te vi, senti
cheiro de encrenca no ar. Agora, vamos para casa!
— Eu não vou a lugar algum com você! — bradei, cruzando os braços
e batendo o pé no chão.
— Além de atrevida, é teimosa feito uma mula! Tem mais alguma
coisa que eu deva saber sobre você, Elizabeth?
— Que graça teria se eu te contasse, meu bem? — falei piscando um
olho para ele.
Ele chegou mais perto de mim, deixando nossos rostos praticamente
colados. Então, falou entredentes:
— Olhe aqui, garota. Por acaso você não está vendo que há uma
tempestade chegando? Além do mais, não vou correr o risco de deixar você
se perder novamente. Portanto, você vem comigo, querendo ou não. Minha
fazenda, minhas regras!
Eu não queria admitir, mas o idiota estava certo.
Ele me ajudou a subir no cavalo e sentou-se atrás de mim. Segurou as
rédeas com a mão esquerda, passando o braço direito em volta da minha
cintura. Ao sentir o seu toque, ondas de eletricidade percorreram todo o meu
corpo.
— O que é isso, Benjamin? — perguntei nervosa.
— Isso, o quê?
— Você me agarrando desse jeito.
— Prefere cair do cavalo?
— Claro que não!
— Então é assim que vai ser — falou, puxando-me para junto do seu
peitoral.
— Seu grosso!
— Você nem imagina o quanto.
— Não me venha com gracinhas, cowboy! — falei por cima do
ombro, sorrindo em seguida.
Benjamin apenas retribuiu o sorriso, e seguimos em silêncio.
Em um dado momento, senti algo pressionando meu bumbum. Ele
estava excitado. Eu não podia reclamar, pois meu corpo já estava em chamas.
Ajustei minha postura, para uma maior fricção do meu bumbum em
seu pau. A cada solavanco do cavalo, seu membro parecia mais rígido.
Mesmo de costas, podia sentir um sorriso descarado em seu rosto.
Tínhamos cavalgado cerca de quinze minutos, quando começou a
chover. A bela tarde de primavera deu lugar a uma chuva torrencial,
acompanhada de raios e relâmpagos que iluminavam o céu de Austin.
— Ainda estamos longe de casa e será loucura prosseguirmos. Tenho
uma cabana de pesca não muito longe daqui. Vamos nos abrigar por lá, até
que o tempo melhore. Se continuarmos, provavelmente teremos uma
hipotermia — disse ele, demonstrando preocupação.
— Tudo bem — assenti, com a voz trêmula de frio.
Chegamos à cabana encharcados. O meu vestido, agora colado em
minha pele, deixou os meus seios intumescidos à mostra. Reparei que o Ben
os olhava com desejo. Parecia querer tê-los em sua boca. Aquele olhar me
deixou com um misto de vergonha e excitação.
— Tire essa roupa molhada e tome um banho quente. Tem um
banheiro logo ali — disse, apontando para uma porta entreaberta.
— Okay — falei, indo em direção ao banheiro.
— Vou providenciar roupas secas e algo para nos aquecermos.
Durante o banho, usei os produtos do Benjamin, que por sinal, tinham
um maravilhoso cheiro de macho.
— Benjamin, preciso de uma toalha — gritei envergonhada.
— Deixei uma na maçaneta — respondeu o cowboy.
— Obrigada! — falei abrindo a porta com cuidado, para que ele não
visse a minha nudez.
Saí do banheiro enrolada na toalha. Ben, que já aguardava para tomar
o seu banho, começou a se despir ali mesmo. Como eu não tinha a intenção
de vê-lo pelado naquele momento, desviei o olhar e me afastei.
Chegando à sala, vi uma lareira acesa. Abaixei-me, e coloquei as
mãos próximas ao fogo. O calor que emanava das chamas me trouxe uma
sensação de conforto e segurança.
— Peguei essas roupas para você — disse o cowboy, usando apenas
uma toalha em volta da cintura.
Quem precisa de fogo para se aquecer, quando se tem um abdômen
cheio de gominhos bem na sua frente?
Olhei para cada pedacinho do seu corpo desnudo e viril. Minha boca
salivou, umedeci os lábios e os mordi em seguida.
— Acho melhor eu ir me trocar. Não é uma boa ideia ficar só de
toalha em sua frente.
No quarto, olhei para as peças e sorri. Tinha uma calça de moletom,
uma camiseta de algodão e uma cueca boxer. Levei-as até o nariz e senti um
cheirinho de roupa limpa. Nem precisei usar a calça, pois a camiseta ficou um
vestido em mim.
O quarto era como o restante do imóvel: limpo, organizado e
agradável. Havia uma cama, um armário e uma mesa de cabeceira com
alguns produtos de higiene sobre ela.
Peguei o perfume do ogro e borrifei um pouco em meu corpo.
— Nossa! Que homem cheiroso — falei baixinho.
A minha barriga roncou ao sentir um cheiro maravilhoso vindo da
cozinha. — O que será que o troglodita está preparando? — pensei,
enquanto penteava meus cabelos em frente ao espelho.
Ao entrar na cozinha, Ben estava sentado em uma das banquetas da
ilha de granito, tomando algo quente em uma caneca decorativa. Contudo, o
que prendeu minha atenção foram as asas de anjo tatuadas em suas costas.
Esse homem é cheio de surpresas.
Aproximei-me e me sentei ao seu lado.
— As minhas roupas ficaram ótimas em você — pronunciou, dando
uma conferida no meu visual.
— Ah, obrigada!
— Gosta de chocolate quente, Lizzy?
— Amo!
— Hoje você não comeu quase nada. Deve estar faminta.
— Você não sabe o quanto. — Benjamin se levantou, pegou o bule de
chocolate quente e despejou o líquido fumegante em uma xícara de
porcelana.
— Espero que goste.
— Hum… que delícia! — gemi ao tomar o primeiro gole. — Você
pode ser um grosseirão, mas sabe fazer um chocolate quente como ninguém!
— Não é só isso que eu faço de gostoso.
— E o que mais você sabe fazer? — provoquei-o, erguendo uma
sobrancelha.
— Que graça teria se eu te contasse?
— Ei! Você está usando minhas palavras contra mim. Isso não é
justo!
— Sabe o que não é justo, garota? Você gemer desse jeito enquanto
come, te ver naquele vestido transparente e ter que admitir que você é gostosa
pra caralho.
— Uau! Por essa eu não esperava. Você me acha gostosa, cowboy?
— Deixe de conversa fiada e tome logo o seu chocolate — falou de
forma autoritária.
— Nossa! Você faz o tipo dominador?
— Somente quando me convém.
— Interessante.
— O que diabos é interessante, garota? — indagou irritado.
— Além de bruto e cretino, você também é mandão.
— Deixe de ser atrevida! Está louca para levar umas palmadas no
traseiro. — Estou adorando irritar o Ben. Ele fica tão sexy com seu jeito
marrento de ser.
— Ben, por que você não vai colocar uma roupa?
— Vou agora mesmo. Não aguento mais te ver babando por mim.
— Não há ninguém babando aqui, além de você — bradei, segurando
uma risada.
O cretino saiu gargalhando em direção ao quarto.
Fui até a janela e fiquei observando a chuva, que não dava sinais de
que iria cessar.
— Pelo jeito passaremos a noite aqui — falou ele, segurando uma
garrafa de vinho.
— Como vamos dormir aqui, se há apenas um quarto na cabana?
Você dorme no sofá?
— Não vamos apressar as coisas, querida. Primeiro o vinho; depois a
cama. Acompanha-me? — perguntou, erguendo a garrafa e duas taças.
— Você sabe que isso não é uma boa ideia — declarei, fazendo caras
e bocas.
— Deixa de ser boba! Se não quiser beber, tudo bem. Mas como pode
ver, não há muito o que fazer aqui.
— Você tem razão! Uma taça de vinho não me colocará em perigo.
Ele colocou uma playlist romântica para tocar no aparelho de som,
nos serviu a bebida e se sentou ao meu lado no sofá.
Depois de esvaziarmos a primeira garrafa, ele preparou uma
magnífica tábua de frios, que mais parecia ter sido montada por um chef de
cozinha.
À noite, dentro da cabana, estava bem agradável. Comemos,
bebemos, sorrimos e conversamos amenidades.
Quando o cavalo xucro não está sendo um idiota, até que é uma boa
companhia.
Não me recordo quantas taças de vinho já havia tomado, mas eu já
estava alta, quando começou a tocar a música Thinking Out Loud, de Ed
Sheeran.
— Vamos dançar, baby — disse Ben, estendendo a mão para mim.
Levantamo-nos, juntamos nossos corpos e começamos a dançar
lentamente.
Encostei minha cabeça em seu peito, enquanto ele nos guiava no
ritmo da música.
Foi maravilhoso sentir o calor do seu corpo, seu perfume almiscarado,
o sentimento de proteção do seu abraço...
Em um certo momento, ele começou a cantar ao pé do meu ouvido:
(...)
And I'm thinking about how
People fall in love in mysterious ways
Maybe just the touch of a hand
Well me, I fall in love with you every single day
And I just wanna tell you I am
So honey, now
Take me into your loving arms
Kiss me under the light of a thousand stars
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
And maybe we found love right where we are
(...)
(Ed Sheeran)
(...)
Estou pensando em como
As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas
Talvez apenas o toque de uma mão
Eu, me apaixono por você a cada dia
Eu só quero te dizer que eu estou
Então querida, agora
Me abrace com seus braços amorosos
Beije-me sob a luz de mil estrelas
Coloque sua cabeça sobre meu coração palpitante
Estou pensando alto
Talvez tenhamos achado o amor bem aqui, onde estamos
(...)
(Ed Sheeran)
O cowboy deslizou seus dedos pelo meu rosto, até chegar ao queixo,
fazendo-me olhar em seus olhos. Aproximou seus lábios dos meus e me deu
um beijo doce e sereno.
Afastei nossos lábios e sussurrei:
— Sua inconstância me deixa confusa. Por que você não pode ser
apenas este Benjamin? Um homem que me faz querer amá-lo.
— Elizabeth, você afeta minhas defesas, embaralha meus
pensamentos. Desperta em mim, sentimentos até então desconhecidos. Não
estou conseguindo lidar com isso.
— Não tenha medo, cowboy. Apenas me beije e viva este momento...
— Ai que dor de cabeça! — murmurei, passando a mão na têmpora.
Abri os olhos e não reconheci de imediato o lugar em que estava, até
que pequenos flashes de memória começaram a surgir em minha mente.
Olhei para o lado e vi o Benjamin dormindo de bruços, só de cueca.
— Droga! Isso não podia ter acontecido. Por que diabos eu fui
inventar de beber? Eu sabia que isso não terminaria bem — falei baixinho,
enquanto me levantava na ponta dos pés.
Uma coisa é eu achar o tosco um cara delicioso, outra bem diferente,
é dar a minha perseguida de bandeja para ele.
Tranquei-me no banheiro, lavei meu rosto e fiquei me olhando no
espelho, tentando montar o quebra-cabeça da noite anterior.
Lembro de ter beijado aquela boca macia, com sabor de vinho tinto,
de mãos bobas passeando por meu corpo e de ter rebolado no caralho duro,
grande e grosso do garanhão. O que aconteceu depois, ainda é uma incógnita
a ser desvendada.
Por ora, tudo o que eu precisava era de um banho frio e um café bem
forte. Ao sair do banho, respirei fundo e fui em busca de respostas para
minhas indagações.
Ao chegar à cozinha, Ben já estava de pé, preparando o café da
manhã. Ele usava um short um pouco caído na cintura, o que deixava visível
o V da parte inferior do seu abdômen.
Espero que não tenhamos transado. Eu não me perdoaria por não
lembrar do seu pau entrando e saindo do meu monte carnudo, em um ritmo
sensual e prazeroso.
— Como você está? — perguntou, ao notar a minha presença.
— Com uma baita ressaca! — declarei, enquanto me sentava em uma
das banquetas.
Ele sorriu e pegou uma cartela de analgésicos no armário.
— Isso vai ajudar com a dor de cabeça — falou, me entregando os
comprimidos e um copo com água.
— Nós transamos? — perguntei sem fazer rodeios.
— Você não lembra? Estava bêbada a esse ponto? — retrucou, me
entregando uma caneca com café, e um prato com ovos, bacon e torradas.
— Não lembro de muita coisa, mas sei que fiz besteira.
— Digamos que sim. Mas não transamos, se é o que está querendo
saber. A senhorita fica impossível quando bebe. Acredita que fez uma chair
dance para mim?
— Por isso me lembro de ter rebolado em seu colo. Ei! Você estava
bem animadinho, seu safado — falei, dando um tapinha em seu braço.
— Você dança no meu pau, e eu que sou safado? Até tentei impedi-la,
mas você me fez sentar no sofá e assistir a sua performance. Se eu fosse um
homem sem escrúpulos, teria me aproveitado da sua vulnerabilidade
momentânea. Apesar dos meus inúmeros defeitos, mau-caráter não está entre
eles.
— Caramba! Foi pior do que eu pensei — murmurei, cobrindo o rosto
com as mãos.
— Você tem consciência de que esse tipo de comportamento pode ser
perigoso, não é? Se eu soubesse que você agiria assim, não teria oferecido a
bebida.
— Não sei o que me deu na cabeça. Isso nunca mais irá se repetir.
— O mundo está cheio de caras mal-intencionados, mocinha. Seja
mais cuidadosa da próxima vez. Mas não se martirize por isso. Eu adorei
nossa noite — disse ele, dando uma piscadinha.
Terminamos de tomar café e seguimos para casa. Bertha devia estar
preocupada com o nosso sumiço. Contudo, ao entrarmos na cozinha,
encontramos uma Bertha tranquila e sorridente.
— Onde passaram a noite? — perguntou ela, com um sorriso
estampado no rosto.
— Na cabana de pesca — respondeu Benjamin.
— Foi o que eu pensei. Um dos rapazes me falou que viu a Lizzy indo
em direção à lagoa. Presumi que você a tivesse encontrado, e que devido à
tempestade, não tinham conseguido voltar para casa.
— Pode tirar o dia de folga, Berthinha. Se eu lhe conheço bem, não
conseguiu pregar os olhos à noite toda — disse o Ben.
— Que nada, menino! Dormi feito uma pedra.
— Você está com febre, mulher? O que acabou de falar não faz
sentido algum — disse o cowboy colocando a mão na testa da governanta.
— Eu estou ótima, moleque! — confessou ela estapeando o braço
dele.
— E, Bia? Ainda está dormindo? Pra ela ainda não ter vindo tomar
café da manhã, vocês devem ter passado boa parte da noite com os olhos
grudados na televisão.
— Nossa garotinha está dormindo, sim. E fique você sabendo, seu
Benjamin, que em uma noite chuvosa não há nada mais divertido, para uma
criança e uma jovem senhora como eu, que chocolate quente, pipoca e
televisão. Agora, sentem-se. Vou preparar um café fresco para vocês. Devem
estar famintos.
— Obrigada, Bertha. Benjamin preparou um delicioso café da manhã,
antes de voltarmos para casa.
— O quê?! O Benjamin no fogão! E sou eu que estou estranha? —
indagou ela, olhando de mim para o Ben.
O cowboy sorriu, abraçando e cheirando a sua governanta. Fiquei
observando a interação dos dois, que mais pareciam mãe e filho, do que
patrão e empregada.
Fui ao quarto me trocar e desci para ajudá-la com as tarefas.
— Oi, Bertha! Posso lhe ajudar com alguma coisa?
— Que nada, garota! Eu dou conta de tudo sozinha. Vá se divertir um
pouco, mas não vá se perder de novo. Você precisava ver como o Ben ficou
quando soube do seu sumiço. Eu nunca o tinha visto daquele jeito.
— Sinto muito, Bertha. Não foi minha intenção causar tanto
transtorno.
— Não fique se preocupando com isso, minha querida.
— Está certo — falei, saindo em direção ao estábulo.
No caminho, um sorriso brotou em meu rosto, por saber que o
brutinho se importa mesmo comigo.
Ao chegar ao estábulo, sentei-me sobre um fardo de feno e fiquei
observando os cavalos.
— Bom dia, senhorita — Um garoto falou ao entrar no recinto.
Ele era magro, loiro e de olhos cor de âmbar.
— Bom dia! Você é o Adam? — perguntei curiosa.
— Sim. Adam Fuller, a seu dispor.
— Sou a Lizzy. Você é tão jovem para trabalhar com equinos. Não
tem medo de cavalos temperamentais como o Relâmpago?
— Não! É só tratá-los com carinho e respeito, sem demonstrar medo
ou insegurança, que dá tudo certo. As nossas emoções refletem em seus
comportamentos.
— Nossa! Como você sabe de tudo isso?
— Aprendi com meu pai. A conversa está boa, senhorita, mas o
dever me chama.
— Adorei te conhecer, Adam.
— Até breve, Lizzy — disse ele, levantando a aba do seu chapéu com
um dedo.
Eu gostei do garoto! Deve ter no máximo uns vinte anos. Além de
bonito é muito simpático. Aposto que faz sucesso com as garotas.
— Ainda bem que eu te encontrei — disse o Benjamin, se
aproximando a passos largos.
— O que deseja, cowboy?
— O seu corpo por inteiro — disse ele, descaradamente.
— Não me venha com suas investidas, seu pervertido.
A quem eu queria enganar falando isso, quando na verdade, eu estava
louca para saborear aquele brutamontes. Olhei-o carregada de luxúria,
fazendo minha boca salivar de desejo.
Levantei-me para ir embora, antes que eu agisse por impulso. Porém,
mãos grandes e calejadas me impediram de continuar andando. Benjamin
virou meu corpo com apenas um movimento, deixando-me de frente para ele.
— Sabe o que seu olhar deixa transparecer, Elizabeth?
— O quê? — perguntei nervosa, pois ele me olhava com intensidade,
fome, desejo...
— Que você quer ser fodida por mim.
— Não sei do que você está falando. — Eu me fiz de desentendida.
Benjamin chegou um pouco mais perto. Pude sentir o seu hálito
quente e mentolado sobre o meu rosto. Ele parecia um animal prestes a atacar
sua presa.
— Você sabe muito bem. Sua linguagem corporal está me dizendo
isso, neste exato momento.
Obriguei-me a dar alguns passos para trás, mas logo senti minhas
costas tocarem a parede do estábulo. O cowboy colocou suas mãos ao lado da
minha cabeça, impedindo-me a saída. Comecei a ficar arfante, temerosa,
quente, excitada.
— Me deixe ir — pedi em um sussurro.
— Você não sabe o quanto foi difícil te ver dançando e rebolando no
meu pau, enquanto implorava para cavalgar no seu garanhão. Se você não
estivesse bêbada, eu teria te fodido tão gostoso, mais tão gostoso, que jamais
esqueceria do meu pau atolado em sua boceta. — Hum... — gemi baixinho,
louca para sentir suas mãos pelo meu corpo.
Esse foi o sinal que ele precisava. Ben contornou meus lábios com o
seu polegar. Tomou minha boca em um beijo sôfrego e depositou beijos
molhados no meu pescoço, fazendo todos os pelos do meu corpo eriçarem.
Levou as mãos até os meus seios e indagou rouco:
— Como estão intumescidos! Quer sentir minha boca quente e úmida
sobre eles?
— Não — respondi com a voz pesada.
— E cavalgar gostoso no meu pau, também não quer?
— Não me torture desse jeito — respondi ofegante, explodindo de
tesão.
Ele segurou em minha nuca e afundou os dedos em meus cabelos.
Beijou meu queixo e mordiscou o lóbulo da minha orelha. Desceu as alças da
minha blusa, deixando os meus seios à mostra. Suspirei quando senti sua
boca gulosa mamando neles.
— Hum... que delícia!
Benjamin se ergueu e me puxou para junto de si, apertou minha bunda
por baixo da saia e pressionou seu membro contra minha pélvis.
Levei minha mão até seu pau e o acariciei por cima da calça. Ele
gemeu rouco com o meu toque.
— Nossa! Você é mesmo um cavalão. — O safado riu do meu
comentário e me arrastou para uma baia vazia, para que pudéssemos ter um
pouco mais de privacidade.
— Tenho certeza de que se eu enfiar um dedo em sua boceta, ela vai
estar toda melada — falou, deslizando suas mãos por minhas coxas, até
chegar ao meu ponto sensível.
Ele não se surpreendeu ao notar que minha calcinha estava embebida
de tesão. Afastou o pequeno pedaço de pano para o lado e começou a
acariciar meu clitóris em movimentos circulares.
O cowboy se abaixou, colocou uma de minhas pernas em seu ombro e
tomou minha boceta em sua boca, chupando, lambendo e mordiscando meu
brotinho.
Fechei os olhos, agarrei seus cabelos com força e abri um pouco mais
as pernas, esfregando meu sexo em sua cara, ditando o meu próprio ritmo.
— Isso... Hum... não para — eu gemia, suspirava, tremia a cada
passada da sua língua quente e molhada em minha fenda.
— Está gostando sua safada? Isso é por você ter aprontado —
sussurrou, enfiando dois dedos em minha boceta, fodendo-me em estocadas
aceleradas.
— Oh... gemi alto, enfincando minhas unhas em seus ombros, ao
sentir os espasmos do orgasmo dominando o meu corpo. Gozei
deliciosamente.
Benjamin se levantou e levou os dedos até sua boca, limpando os
resquícios do meu gozo.
— Não vejo a hora de atolar o meu pau em você — declarou ele,
saindo do estábulo.
Que homem intenso! — falei baixinho, me recompondo.
Essas férias prometem...
Lizzy desperta em mim, o meu lado mais selvagem. Se não fosse o risco de
sermos pegos no flagra, ela teria sentido a potência do meu cacete.
Após sair do estábulo, fui até a garagem pegar o quadriciclo para
fazer uma vistoria pela propriedade. A tempestade da noite anterior elevou o
nível do rio que limita nossas terras, arrebentando algumas cercas. Por sorte,
os meus homens conseguiram recuperar todo o gado.
— Que lamaçal! — falei aproximando-me dos trabalhadores que
ajudavam a reerguer a cerca.
Retirei a camiseta, deixei-a em cima do quadriciclo, peguei algumas
ferramentas e meti a mão na massa. Poucos minutos debaixo daquele sol
escaldante, e o meu corpo já estava coberto de suor.
Peguei uma garrafa de água e tomei alguns goles, derramando um
pouco sobre o meu rosto e peitoral.
Quando finalizamos o trabalho já era quase meio-dia. Eu estava
cansado e faminto. Ao chegar à minha casa, tirei as roupas sujas e as deixei
na lavanderia, indo para o quarto apenas de cueca.
— Que pouca vergonha é essa, Benjamin? Cadê suas roupas? Já
pensou se você esbarra na Lizzy?! — disse Bertha, ao me ver passando pela
cozinha.
— Berthinha, aposto que ela iria adorar usufruir desse corpinho suado
— provoquei-a, passando as mãos por meus gominhos.
— Deixe de sem-vergonhice e vá tomar um banho. O almoço está
quase pronto.
Depois de limpo e cheiroso, desci para forrar o estômago.
— Filha, vá chamar a Lizzy para almoçarmos.
— Certo, papai — falou minha princesa, largando as bonecas no sofá.
Alguns minutos depois, as duas desciam a escada no maior papo. Elas
pareciam ter uma cumplicidade de mãe e filha. Por um momento, vislumbrei
como seria formar uma família novamente.
De repente, a Bia se virou para a Elizabeth e perguntou:
— Tia Lizzy, a senhora é uma das amigas do papai?
— Podemos dizer que sim, bonequinha. Por quê?
— O papai sempre leva as amigas dele para dormir na cabana do
vovô.
— Que salafrário! — disse Lizzy, fechando os punhos com força.
— O que é “safalário”, titia? — indagou Bia, curiosa.
— É uma pessoa muito, muito honesta — respondeu a loira, rindo da
confusão que a Bia fez com as palavras.
— Oi, meninas! — Resolvi intervir na conversa, antes que a situação
piorasse para o meu lado.
Lizzy me fuzilava com os olhos. Eu podia sentir ela me esganando
mentalmente.
— Papai, a tia Lizzy disse que o senhor é um “safalário”.
— E foi, filha?
— Hunrum! — confirmou, balançando a cabeça para cima e para
baixo.
— Vá ajudar a vovó Bertha a pôr a mesa. Preciso conversar a sós com
a Elizabeth.
— Está bem! — disse ela, correndo em direção à cozinha.
Elizabeth começou a esmurrar o meu peito, dizendo:
— Seu safado de uma figa! Me levou à cabana com a intenção de me
comer, não foi? Pois fique sabendo que não sou como as suas putas! —
bradou.
Segurei em seus pulsos, tentando conter seu ataque de fúria.
— Ei, calma aí! Você sabe que nossa ida para lá não foi premeditada.
Não sou moleque para fazer esse tipo de joguinho.
— Que diferença isso faz? Para você, as mulheres não passam de uma
fonte de prazer — declarou irritada.
— Não fale assim! Apesar dos nossos atritos, gosto da sua companhia
e...
— Chega, Benjamin! Conheço bem o seu tipinho.
— Escute bem, garota. Você pode me achar um mulherengo, safado...
o escambau. Não vou mentir, quando estou solteiro, pego geral. Mas quando
me comprometo com uma mulher, o meu mundo gira em torno dela.
— Nossa! Falando assim, até parece que você é o homem dos meus
sonhos — declarou com ironia.
— Pessoal, venham almoçar — gritou Bertha, me livrando daquela
situação embaraçosa.
Sentamo-nos à mesa. Lizzy comeu apressadamente e subiu para o
quarto.
— Você aprontou com a menina, não foi Benjamin? — indagou
Bertha, apontando o garfo em minha direção.
— Foi apenas um mal-entendido. Bia comentou sobre minhas idas à
cabana, e a marrenta achou que eu a tivesse levado para lá com segundas
intensões.
— Tenha um pouco de paciência. Logo as coisas se acertam entre
vocês.
Não sei o que a minha governanta quis dizer com aquele comentário.
Mas me pareceu de duplo sentido.
Após o almoço, tranquei-me no escritório para analisar alguns
contratos. Odeio fazer a parte administrativa do negócio. Prefiro lidar com o
gado, com a terra. Se ao menos a Melissa estivesse aqui, eu não estaria
quebrando cabeça com essa papelada.
À noite, enquanto eu tomava uma tequila assistindo a uma partida dos
Dallas Cowboys, a Lizzy chegou toda arrumada à sala de estar. Olhei-a de
baixo para cima. Ela estava muito sensual.
Usava um salto alto, saia jeans curta com abertura frontal e uma blusa
branca de alças transpassadas, que deixava sua barriga definida à mostra.
Não contive a curiosidade e perguntei:
— Vai sair, Elizabeth?
— Não que seja da sua conta, mas vou à cidade com o Sebastian e o
Adam.
— Deixe de birra! Você vai comigo, resolve suas coisas e, se estiver a
fim, a levo em um cantinho que vende excelentes tacos. Você vai adorar o de
frango com guacamole.
— Obrigada pelo convite. Devem ser deliciosos. Mas os meninos e eu
estamos indo a uma balada. Aliás, o Adam acabou de me enviar uma
mensagem dizendo que estão chegando.
— Em que local será a festa? E que horas vocês voltarão?
— Será em um clube frequentado por universitários. Não voltaremos
muito tarde, mas se o horário for um problema para você, posso dormir na
casa do Sebastian.
— Nem pense nisso! Você vai dormir é aqui. A senhorita é um perigo
quando bebe, esqueceu?
— Está com ciúmes de mim, cowboy?
— Não! Apenas não quero que seu nome seja objeto de falatórios.
Você não sabe como são esses peões.
— E quem disse que eu me importo com o que falam ou deixam de
falar ao meu respeito? — declarou ela, saindo porta afora, deixando-me
sozinho.
Ah, diaba loira! Quando eu te pegar... — resmunguei, socando o
vento.
Tomei mais alguns drinques, andei de um canto a outro da sala, mas
parecia que as horas não passavam.
Imaginar a Lizzy rodeada de marmanjos cheios de hormônios, loucos
para transarem, me corroía por dentro.
A inquietude falou mais alto. Peguei as chaves do carro e saí em
disparada rumo à cidade. Cheguei à boate por volta das onze da noite. Logo
na entrada, alguns jovens trocavam amassos, outros, fumavam e jogavam
conversa fora.
Ao entrar no salão, tocava uma música latina com ritmo dançante. As
pessoas haviam formado um círculo, ao mesmo tempo em que gritavam,
assoviavam e aplaudiam alguém que bailava no meio da roda.
Saí abrindo caminho em meio à multidão, para ver quem eram os
responsáveis por aquela algazarra.
— Minha nossa! Em que eu fui me meter — falei comigo mesmo,
sem acreditar no que meus olhos estavam vendo.
Elizabeth dançava sensualmente com um cara forte e tatuado. O
cretino roçava o pau, visivelmente ereto, na bunda da sem-vergonha. Suas
mãos passeavam pela barriga e coxas dela, que correspondia sorridente, a
cada investida.
Aquela cena me deixou perplexo, irado e enciumado. Quando a
“estrela da noite” se deu conta da minha presença, virou-se para o cara,
colando seus corpos e rostos, a ponto de se fundirem.
O canalha pôs as mãos na bunda dela, levantando sua saia. Minha
paciência foi pelos ares. Fui até eles e a puxei pelo braço, levando-a para um
canto mais afastado.
— Qual é, cara! A gostosa está comigo — gritou o playboy, no meio
da multidão.
Levantei a mão e mostrei o dedo do meio em sua direção. Eu estava
pouco me lixando para ele. Tirar a Lizzy de suas garras era o que importava
naquele momento.
— Me larga! Você está me machucando. O que deu em você,
Benjamin? — perguntou enraivecida.
Encurralei-a na parede e indaguei:
— Que porra era aquela, Elizabeth?
— Uma dança?! Por acaso é proibido dançar aqui no Texas? — falou
com cara de deboche.
— Você chama aquilo de dança? Vocês estavam praticamente
transando em público.
— Vai se foder, Benjamin! O que você tem a ver com o que eu faço
ou deixo de fazer. Eu não lhe pertenço — berrou próximo ao meu ouvido.
— Você será minha a partir deste momento — falei pondo minha mão
por trás dos seus cabelos, beijando sua boca ardentemente.
Nossas línguas se enroscaram em um ritmo frenético. Puxei-a pela
cintura, fazendo seu corpo grudar no meu. Sarramos gostoso, friccionando
nossos sexos. A nossa excitação era intensa, descomunal. Enquanto a Lizzy
acariciava minhas costas por baixo da camiseta, eu deslizava minha boca por
seu pescoço, depositando beijos molhados que lhe arrancavam suspiros.
— Ei! Procurem um motel! — gritou alguém, ao passar no local onde
estávamos.
— É melhor irmos para casa, garanhão — disse ela, com um sorriso
lascivo no rosto.
— Acho uma ótima ideia — falei, beijando o canto da sua boca.
— Antes, precisamos avisar aos meninos, para que não fiquem
preocupados comigo — declarou ela.
Fomos ao bar, onde o Adam e o Sebastian estavam tomando cerveja,
acompanhados por duas belas garotas. Acenamos para eles, que ficaram
boquiabertos ao verem a Lizzy e eu de mãos dadas. Saímos em direção ao
estacionamento. Antes de entrarmos no carro, levei minha mão a sua
intimidade, apertei-a com ganância e sussurrei ao seu ouvido:
— A partir de hoje, sua boceta me pertence. Vou fodê-la quando e
onde eu quiser!
Ouvir Benjamin dizendo que a minha perseguida lhe pertencia, deixou-me
louca de tesão. Tudo o que eu mais queria era senti-lo deslizando para dentro
de mim.
— Sou toda sua, garanhão. Você quer me foder aqui, neste
estacionamento? — provoquei-o, roçando minha perna na sua.
— É uma proposta tentadora. Mas hoje vou te comer na minha cama
— respondeu ele, segurando-me pela cintura, enquanto me beijava.
Entramos no carro e seguimos para a fazenda. No caminho, enquanto
o Ben dirigia, acariciava o meu sexo por cima da calcinha. A cada apalpada,
minha boceta pulsava em sua mão. Fiquei tão excitada, que pude sentir os
seus dedos sendo melados com minha lubrificação.
— Você adora me torturar, não é cowboy? — perguntei, fechando os
olhos e segurando firme no encosto do banco.
— Estou apenas lhe punindo por você ser uma garota malvada —
retrucou ele, passando os dedos por baixo da minha calcinha, torturando-me
ainda mais.
Eu suspirava e gemia alto dentro do carro. Aquela estava sendo a
viagem mais prazerosa que eu já tinha feito.
Ao chegarmos à fazenda, o cowboy afastou o banco do carro, puxou-
me para o seu colo e segurou firme em meus cabelos, beijando meu pescoço,
ombros, seios...
— Olha só como você me deixa, baby. Você vai acabar comigo —
declarava ele, entre um rosnado e outro.
Quanto mais ele murmurava, mais eu me esfregava em seu cacete,
fazendo-o gemer, enlouquecer de tanto tesão.
— Vamos para o quarto. Não aguento mais esperar. Quero te foder
gostoso — falou com a voz carregada de luxúria.
Quando saímos do carro, o cowboy me jogou em seus ombros como
se eu não pesasse mais do que uma pena.
— Me põe no chão, Benjamin! — gritei estapeando suas costas.
— Calada, mulher! Quer acordar a casa toda? Se não fizer silêncio,
terei que lhe amordaçar.
— Você não se atreveria! — falei séria. Mas no fundo, eu adoraria ser
amordaçada, amarrada, chicoteada. Tudo o que ele quisesse fazer eu toparia.
Afinal, sempre tive fetiche de ser dominada por um macho alfa.
À medida que íamos nos aproximando do quarto, meu coração
galopava mais rápido que um puro sangue inglês. Ao entrarmos no cômodo,
o cowboy me jogou em cima da cama, sem delicadeza alguma. Um gritinho
fino saiu de minha garganta. Não era de medo, e sim de excitação.
Benjamin pegou em meus tornozelos e girou o meu corpo, deixando-
me de bunda para cima. Ajoelhou-se entre minhas pernas, levantou minha
saia e começou a beijar e acariciar o meu bumbum. Arfei ao sentir a sua
língua quente e molhada deslizando por minha pele.
— Humm... como você é gostosa! — sussurrou, mordiscando meu
traseiro.
Ben retirou minha calcinha, segurou firme nas laterais da minha
bunda e caiu de boca em minha boceta, chupando e lambendo do meu ponto
sensível até o orifício apertado.
— Ahh... humm... que delícia... estou quase lá — falei com voz
pesada, me contorcendo de prazer.
— Nem pense nisso! Você só vai gozar quando eu autorizar — disse
Ben, virando-me de frente para ele.
O cowboy desabotoou minha saia, passando-a por minhas pernas.
Ordenou que eu tirasse a blusa e debruçou-se sobre mim, beijando e
chupando meus seios intumescidos.
Enquanto ele se lambuzava em meus peitos, eu acariciava e apertava o
seu corpo contra o meu.
— Foda-me logo, garanhão. Humm... pare de me torturar... — pedi
num fio de voz.
— Quer sentir o meu pau dentro de você?
— Sim... eu quero...
Ele se levantou, tirou a camiseta e a calça jeans, ficando só de cueca.
Apoiei-me nos cotovelos para admirar o seu corpo escultural. Passei
os meus olhos por seus braços musculosos, pelas coxas torneadas, pelo
abdômen trincado. Minha boca salivou ao ver o tamanho do pacote no meio
de suas pernas.
— Está gostando do que ver, baby? — perguntou o safado, segurando
o seu mastro, que estava duro como uma rocha.
— Mal posso esperar para tê-lo dentro de mim — provoquei-o, dando
tapinhas na minha perseguida.
Engatinhei até a beirada da cama e coloquei minhas mãos na cintura
do cowboy. Beijei do seu abdômen até o pênis, arrancando-lhe gemidos de
prazer.
Abaixei, lentamente, a sua cueca, fazendo seu pau saltar em minha
frente.
— Que garanhão bem-dotado! — sussurrei, mordendo os lábios em
seguida.
Uma coisa era senti-lo por cima da roupa, outra bem diferente, era
estar cara a cara com aquele caralho, que mais parecia um taco de beisebol.
O pau do Ben é grande, grosso e cheio de veias. A cabeça rosada, em
formato de cogumelo, é perfeita para ser chupada, lambida, abocanhada.
Segurei-o em minha mão, dei lambidinhas em sua glande e bati com
ele em meu rosto.
— Acho que não vai caber tudo isso dentro de mim — falei baixinho,
olhando nos olhos do Ben.
— Assustou-se com o tamanho, potranca? — perguntou o safado,
rindo da minha cara.
— Para falar a verdade, eu me assustei. Minha perseguida é pequena
demais para essa tora.
— Não se preocupe! Eu serei cuidadoso, mas...
— Mas o quê? — perguntei temerosa.
— Depois que sua bocetinha se acostumar com ele, não terei pena de
você. Vou te foder com força e brutalidade.
— Humm... — gemi ao ouvir suas palavras.
Ben segurou em meus cabelos, beijou minha boca e ordenou:
— Deite-se na cama. Quero vê-la se tocando, enquanto olha para
mim.
Fiz do jeito que ele ordenou. Deitei-me, abri as pernas de forma
sensual e comecei a me estimular, enquanto ele se masturbava olhando-me
com volúpia.
Em seguida, Benjamin veio até a cama, se posicionou entre minhas
pernas e começou a roçar a cabeça do seu pau em minha boceta.
— Humm... que gostoso... mete logo, cavalão — gemi implorando
para que ele me comesse.
— Está gostando, né, safada? É rola que você quer, é rola que você
terá.
Ele foi metendo devagarzinho, preenchendo cada centímetro da minha
perseguida.
— Ohh... que bocetinha apertada — disse ele socando até o talo.
— Humm... que pau delicioso — sussurrei, entre um choramingo e
outro.
O cowboy acelerou os movimentos, entrando e saindo com
voracidade do meu monte carnudo.
— Que bocetinha gulosa! Está sugando todo o meu caralho.
Quando eu estava prestes a gozar, ele saiu de dentro de mim,
levantou-se e ordenou:
— Fique de quatro e coloque os braços para trás.
Obedeci como uma cadela adestrada. Fui até a beirada da cama e me
empinei o máximo que pude.
— Assim? — perguntei toda melosa.
— Isso! Boa menina! — disse ele, dando um tapa em meu traseiro.
— Ahh... — gritei de tesão.
Eu estava completamente rendida àquele macho viril e dominador.
O cowboy se posicionou atrás de mim, segurou em meus braços e
atolou seu pau em minha boceta. Ele puxava em meus cabelos, espalmava
minha bunda, metia gostoso. Quanto mais me judiava, mais excitada eu
ficava.
— Isso... continua... mais forte... mais rápido... — Eu pedia, cheia de
tesão.
Comecei a sentir minha vagina se contraindo. Meu corpo dava sinais
de que eu iria gozar a qualquer momento.
— Não aguento mais. Me deixa gozar... — supliquei arfante.
— Então goza no meu pau, sua safada — disse Ben, apertando minha
cintura e metendo com força.
Relaxei e deixei que o orgasmo viesse. Gemi, gritei, convulsionei,
desmanchando-me no pau duro e gostoso do cavalão.
— Ohh... humm... — gozei segurando firme nos lençóis da cama.
Benjamin acelerou as estocadas. Ele gemia, ofegava, falava coisas
desconexas. Não demorou para eu senti-lo despejar jatos de porra quente
dentro de minha boceta, enchendo-a até transbordar.
Caímos lado a lado na cama. Suados, exaustos e satisfeitos.
Quando nossos corpos voltaram ao normal, o cowboy virou-se para
mim, acariciou o meu rosto e perguntou:
— O que acha de tomarmos um banho, querida?
— Acho uma ótima ideia.
— Vou preparar a banheira e já volto — disse ele, dando-me um beijo
na testa.
Ao retornar do banheiro, Ben me pegou em seus braços.
— O que está fazendo, cowboy? — Apressei-me em perguntar.
— Vou lhe dar um banho — respondeu com um sorriso maroto.
Ele me pôs na banheira e sentou-se atrás de mim. Pegou uma esponja
macia e passou, delicadamente, em minhas costas, ombros, braços, seios...
— Ai, que delícia! — falei apoiando meu corpo em seu peitoral.
O cowboy me envolveu em seus braços, depositando beijos em meu
pescoço. Relaxamos naquele banho de espuma, com cheirinho de lavanda.
Após o banho, recolhi minhas roupas no chão e comecei a me vestir.
— Por que está se vestindo? Dorme aqui comigo — pediu ele,
abraçando-me por trás.
— Não acho uma boa ideia. Alguém pode me ver saindo do seu
quarto. O que vão achar de mim?
— Ninguém tem que achar nada. Somos solteiros e desimpedidos.
Além do mais, podemos transar madrugada adentro. O que me diz?
— Está bem. Eu dormirei com você, mas nada de sexo por hoje.
Amanhã vou acordar toda dolorida e você é o culpado.
— Eu? Você que é fogosa demais — disse ele, dando um sorriso de
canto de boca.
Trocamos os lençóis e nos deitamos. Descansei minha cabeça em seu
ombro, passando o braço por cima do seu abdômen. Benjamin me abraçou e
depositou um beijo em minha têmpora. Naquele momento, nada mais me
importava.
Adormeci em seus braços, sentindo o cheirinho almiscarado do seu
perfume.
Na manhã seguinte acordei envolta pelo corpo do Benjamin. O cowboy havia
entrelaçado seus braços e pernas em meu corpo, em um abraço aconchegante.
Sorri ao relembrar o que rolou na noite anterior: sexo quente, intenso,
com uma pitada de dominação e submissão.
Ben sabe agradar uma mulher na cama. A forma como ele me tocava,
penetrava e conduzia a nossa transa, deixava-me descontrolada, entregue à
sua vontade.
Olhei para o relógio sobre a mesinha de cabeceira. Passava das oito da
manhã.
Nossa, dormimos demais! A essa hora, o Ben já deveria estar de pé, e
não pelado na cama, esfregando o seu pênis em meu bumbum — pensei,
tentando me desvencilhar dos seus braços musculosos.
— Onde pensa que vai, mocinha? Quero meu café da manhã — disse
ele, enfiando a mão por baixo do lençol, apalpando meus seios, já túrgidos.
— É melhor nos levantarmos, cowboy. A Bertha vai estranhar você
na cama até essa hora. Ela pode achar que você está doente e nos pegar no
flagra — falei segurando um riso.
— Isso é bem a cara dela — declarou ele, entrando debaixo do lençol,
beijando minha nuca, costas e bumbum.
O toque de sua boca em minha pele gerou uma onda de tesão por todo
o meu corpo.
Santo Deus! Não consigo resistir a esse homem.
— Você não cansa, grandão? Já está querendo mais?
— Não é todo dia que eu acordo com uma bela potranca em minha
cama. O que me diz de tomarmos uma ducha? Quero te foder debaixo do
chuveiro — disse ele com um sorriso sem-vergonha.
— Hum... nada melhor que um banho ao acordar — confessei,
retribuindo o sorriso.
Ao entrarmos no banheiro, Benjamin abriu o gabinete e me entregou
uma escova de dentes ainda na embalagem.
— Quando terminar de usá-la, coloque-a ao lado da minha. Você
precisará dela todas as manhãs — disse, piscando o olho para mim.
Ao entrarmos no boxe, não perdi tempo. Peguei o sabonete líquido,
despejei um pouco em minha mão e a levei até o sexo do Ben,
movimentando-o enquanto o ensaboava.
Após o enxágue, desliguei o chuveiro e me agachei diante dele.
— Hoje você não vai me impedir de chupar esse pau delicioso —
comuniquei levantando a cabeça e olhando em seus olhos carregados de
luxúria.
Seu mastro estava rígido, pulsante, pronto para ser abocanhado.
Comecei a passar a língua, da base até a glande, arrancando suspiros do
cowboy.
Chupei a cabeça rosada, relaxei a garganta e o engoli o máximo que
pude. Ele segurou em meus cabelos e fodeu minha boca freneticamente,
fazendo com que lágrimas involuntárias escorressem por meu rosto.
— Mama no teu macho, safada — dizia ele, enquanto gemia rouco.
Quando eu já estava ficando sem ar, Ben começou a bater o seu pau
na minha cara, aumentando ainda mais a minha excitação.
— Eu quero chupar, Benjamin — choraminguei.
— Está gostando de mamar no meu caralho, Lizzy?
— Sim... — falei extasiada.
— Ahh... que boquinha gostosa, está babando todo o meu pau.
Percebendo que ele estava prestes a ejacular, pedi:
— Goza na minha boca, cavalão.
Segurei em suas coxas e o chupei com mais intensidade, arrancando-
lhe gemidos e tremores. Quando ele não aguentava mais segurar o orgasmo,
pegou em meus cabelos e começou a se masturbar de frente para mim.
— Ohh... humm... que delícia. — Ele explodiu em um orgasmo
violento. Seu esperma encheu minha boca, escorrendo por meu queixo e
seios.
Ao me levantar, o cowboy passou a mão em minha perseguida,
sentindo o quanto eu estava excitada.
— Agora eu vou te comer, potranca — declarou, beijando-me com
volúpia.
Passei as mãos em volta do seu pescoço e pulei em seu colo,
entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Benjamin me colocou contra a
parede, penetrando-me sem cerimônias.
— Você gosta disso, não é? — indagou, enquanto segurava o meu
traseiro, movimentando-o para cima e para baixo.
— Sim… como gosto...
— Então, vem cavalgar no seu garanhão — disse ele, levando-me
para a cama.
Benjamin me colocou na cama, deitando-se logo depois. Passei minha
perna por cima da sua pélvis, sentei-me em seu pau e o cavalguei como uma
perfeita amazona.
Enquanto eu pulava, rebolava, ia e vinha no seu caralho, Benjamin
segurava em minha bunda, ora apertando-a, ora estapeando-a. Eu gemia
sôfrega, palpitante, extasiada.
— Ohh... isso, potranca, cavalga no seu garanhão.
Atingi o ápice ao sentir Benjamin gozando dentro de mim. Relaxei o
meu corpo sobre o seu, beijando seu peitoral suado. O cowboy me abraçou,
enchendo-me de beijos e afagos.
— O meu dia não poderia ter começado melhor! — disse ele, sorrindo
para mim.
— Nem o meu, cowboy! — falei passando os dedos por sua barba
cerrada.
Eu poderia muito bem passar o resto do dia na cama do Benjamin.
Mas todo aquele esforço físico me deixou faminta. As panquecas da Bertha
que me aguardem!
Vesti minhas roupas e fui para o meu quarto, me arrumar para o café.
— Não acredito que eu tive que vir até Austin para ter o melhor sexo
da minha vida! — pensei em voz alta, me penteando em frente ao espelho.
Quando cheguei à cozinha, Benjamin já estava sentado à mesa.
Cumprimentei a todos, sentando-me em seguida.
— Como foi sua noite, Lizzy? — perguntou o safado, na maior cara
de pau.
— Ótima. E a sua? — rebati olhando em sua cara deslavada.
— Maravilhosa. Não me recordo de já ter tido uma noite tão
agradável — disse o cretino, piscando o olho para mim.
Olhei para as comidas disposta sobre a mesa. As únicas panquecas
que eu vi, estavam no prato do Benjamin.
— Bertha, por favor, diga-me que ainda têm panquecas.
— Já está saindo outra leva, garota. O Ben acordou mais faminto que
o de costume. Parece até que galopou a noite inteira — disse ela, gargalhando
em nossa direção.
Será que ela escutou os meus gemidos durante a madrugada?
— Você pretende ficar quantos dias aqui no Texas, Lizzy? —
perguntou o cowboy.
— Duas semanas, no máximo. Tenho algumas pendências para
resolver em Nova York, antes de retornar ao trabalho — falei tomando um
gole de suco.
— Ótimo! Eu também estou precisando de um descanso. Por isso, vou
tirar uns dias de folga. Podemos aproveitar esse tempo juntos. Hoje, vou levá-
la para um passeio a cavalo. Temos uma bela cachoeira aqui na propriedade
— declarou ele, fitando-me com aquele seu olhar safado.
— Lizzy, o que você fez com o Benjamin?! — indagou Bertha,
sentando-se ao meu lado.
— E... eu? — perguntei colocando a mão no peito.
— Sim! Você mesma. Faz anos que eu digo para esse teimoso tirar
umas férias e ele não me dá ouvidos. Você acabou de chegar e já o fez mudar
de ideia. Diga-me, que fórmula mágica você usou?
— Eu não fiz nada, Berthinha. Foi apenas coincidência — falei um
pouco nervosa.
— Se você está falando, quem sou eu para duvidar — declarou ela,
levando uma xícara de café à boca.
— Lizzy, enquanto você termina seu café, vou selar os cavalos.
— Papai, eu também quero ir! — disse Bia, toda animada.
— Filha, hoje eu irei levar somente a Lizzy. Mas prometo que
faremos um piquenique durante a semana. O que acha?
— Eba! Piquenique...
A pequena Bia pulou de alegria quando o Ben falou que irá levá-la a
um piquenique. Pelo jeito, ele sempre faz as vontades da filha. Mas também,
fazendo aquela carinha de pidona, seria até pecado lhe negar alguma coisa.
— Benjamin, não podemos ir de carro? Já lhe falei que não tenho
prática em cavalgar.
— Tem certeza de que não tem? Porque eu a vi cavalgar muito bem
hoje cedo.
É impressionante como esse homem sabe me deixar constrangida!
Bertha nos olhava desconfiada, curiosa. Ela parecia saber o que estava
rolando entre o Ben e eu.
— Claro que tenho — respondi olhando-o com seriedade.
— Já que você não se sente segura para cavalgar sozinha, eu a levarei
em meu cavalo — disse o cowboy, levantando-se da mesa.
Alguns minutos depois, encontrei-o no estábulo. Ele havia
desabotoado sua camisa de flanela, deixando seu peitoral à mostra. Estava
lindo e sexy, do jeitinho que só ele sabe ser.
O gostoso me ajudou a subir no cavalo e sentou-se atrás de mim,
perguntando:
— Está pronta para nossa próxima aventura?
— Eu já nasci pronta, meu amor!
— Quer conduzir a cavalgada, Lizzy?
— Você e suas frases de duplo sentido, não é Benjamin?
— Qual é, baby? Estou me referindo a você conduzir o cavalo.
— Eu sei muito bem a que cavalgada você estava se referindo, seu
safado — falei sorrindo em seguida.
Ben me passou as rédeas e me ajudou a guiar o animal. Não precisei
fazer muita coisa, pois o Zeus parecia saber muito bem onde estávamos indo.
Fiquei surpresa por ainda saber conduzir um cavalo. É como o
Benjamin falou: depois que aprendemos a cavalgar, não nos esquecemos
mais.
Já estou ansiosa para dar uma volta no Relâmpago. Se o cowboy
soubesse que estou pensando em me aproximar do cavalo mais arisco da
fazenda, ele surtaria.
— Você está se saindo muito bem! Até parece uma amazona.
— Obrigada! Andei treinando em um belo garanhão. — Rimos em
uníssono.
Entre uma conversa e outra, Ben mordiscava minha orelha e beijava
minha nuca. Meus pelos eriçavam a cada toque seu. Fechei os olhos e falei
rouca:
— Pare de me atiçar, seu pervertido.
— Eu não farei nada que você não queira — disse ele, passando a
ponta do nariz por meu pescoço, deixando-me louca, alucinada.
Enquanto seguíamos, sem pressa, por aquela estradinha de terra
batida, eu apreciava a beleza do lugar e as carícias do cowboy.
— Poderíamos ter trazido a Bia conosco. Fiquei com pena da
bonequinha.
— Não se preocupe com isso. Eu sempre levo a Bia para passear.
Além do mais, faremos um programa a três. Ela vai adorar.
Não demorou muito, chegamos a um rio de águas cristalinas. Ben
amarrou o Zeus em uma árvore e seguimos a pé por uma trilha fechada e
pedregosa.
— Me dê sua mão, Lizzy. Essas pedras são escorregadias — disse ele,
ajudando-me a trilhar aquele caminho bonito, porém traiçoeiro.
Olhei para nossas mãos entrelaçadas e sorri por dentro. Para quem
não costuma repetir mulheres e foge de relacionamentos duradouros, ele
estava se mostrando o oposto disso.
— Nossa, que linda! — declarei, ao avistar a bela cachoeira.
Benjamin não poderia ter escolhido um lugar melhor para o nosso passeio.
— Bem-vinda ao meu refúgio. É aqui que venho quando quero
relaxar — declarou ele, com um sorriso no rosto e brilho no olhar.
A cachoeira era rodeada por pedras e vegetação nativa. A queda
d’água formava uma piscina natural, em tom de azul-turquesa. O lugar era
esplêndido, paradisíaco, ideal para um encontro romântico e sexo ao ar livre.
Benjamin não perdeu tempo. Livrou-se das roupas e entrou na água
do jeito que veio ao mundo. Fiquei boquiaberta com tamanha ousadia e falta
de vergonha.
— Como você é apressadinho, cowboy! — falei conferindo aquelas
costas largas, coxas torneadas, bumbum durinho. Ele só pode ter sido
esculpido pelos deuses do Olimpo.
Já não bastava ter me provocado o caminho inteiro, tinha que tomar
banho pelado? Desse jeito, não há calcinha que não molhe.
— Vem logo, potranca! A água está uma delícia! — gritou ele,
tirando o excesso de água dos cabelos.
— Eu não estou de biquíni, Benjamin — gritei de volta.
— Tire a roupa e entre pelada. Não há nada aí que eu já não tenha
visto.
— E se aparecer alguém? — perguntei olhando ao redor. O lugar
parecia deserto, mas vai que tivesse alguém nos observando por trás das
árvores.
— Os meus empregados não andam por essas bandas. Venha logo!
Não me faça ir aí lhe buscar — falou em um tom firme.
Tive vontade de desobedecê-lo, só para ver qual seria minha punição.
Se ele me castigasse igual das outras vezes, eu iria adorar. Contudo, deixei
minha rebeldia para outro momento.
Tirei minhas roupas e me juntei a ele. Ben me abraçou, beijando-me
lentamente, sem pressa. Trocamos alguns amassos, nadamos, jogamos água
um no outro, rimos. Parecíamos um casal apaixonado.
Eu estava adorando aquele clima romântico, mas o que eu queria
mesmo, era dar para aquele cavalão. Ser fodida naquela cachoeira, tendo
apenas a natureza como testemunha, seria muito excitante, único.
Eu não aguentava mais esperar para tê-lo dentro de mim. Aprofundei
o beijo e levei minha mão até seu pênis, masturbando-o debaixo d'água.
Benjamin fechou os olhos e começou a gemer contra os meus lábios.
— Parece que seu amiguinho já está no ponto — falei arrancando-lhe
um sorriso safado.
O cowboy me pegou em seu colo, entrelaçando minhas pernas em sua
cintura. Levou sua boca a um dos meus seios e mamou como um bezerro
esfomeado.
— Ohh... que peitinhos mais apetitosos. Vê como eles cabem
direitinho na minha boca?
— Sim... que gostoso...
Cada passada de língua por meus mamilos me fazia estremecer,
arrepiar. Não aguentando mais aquela tortura, pedi:
— Eu quero cavalgar, garanhão.
Ele deu um sorriso de canto de boca e saiu andando comigo em seu
colo. Levou-me até uma pedra fora da piscina natural e me colocou no chão,
sentando-se em seguida. Movimentou e aprumou seu cacete, ordenando:
— Senta no meu pau, safada.
Como eu estava doida para galopar naquele macho viril, nem
pestanejei. Segurei em seus ombros, apoiei-me nas pontas dos pés e me
sentei, sensualmente, no seu caralho duro e grosso.
— Humm... que pau delicioso, cavalão — falei ao pé do seu ouvido,
arrancando-lhe suspiros e gemidos.
— Ohh... caralho... como você senta gostoso... — Ele grunhiu em
uma voz abafada.
O cowboy segurou e puxou os meus cabelos, forçando-me a olhar
para cima. Levou sua boca ao meu pescoço, depositou beijos molhados e
mordiscou a ponta da minha orelha, sussurrando:
— Quero ver meu pau atolado todinho na sua boceta.
A minha fenda encharcou, ensopando seu caralho duro, que pulsava
dentro de mim, louco para me foder.
Benjamin segurou firme em minha bunda, movimentando-a para cima
e para baixo.
— Vai seu safado... fode essa boceta. — Comecei a pular em seu pau,
sentindo-o ir fundo, entrando e saindo em um ritmo delicioso.
— Isso... pula mais, minha putinha.
Quanto mais ele pedia, mais eu quicava, rebolava...
— Gosta do meu pau enterrado em você? Hein, putinha? —
perguntou, apertando meu maxilar, estapeando minha bunda com força.
— Sim... ai... humm... bate mais, vai... — Eu implorava,
choramingando em seu cacete.
Ali, no meio do mato, eu podia gemer, gritar, choramingar, que
ninguém me ouviria. Podia deixar a devassa que existia dentro de mim vir à
tona.
Benjamin me deu mais um tapa na minha bunda, apertou-a com
veemência e disse:
— Levante-se. Quero te comer em pé.
Ficamos de frente um para o outro. Ele ergueu minha perna e socou
tudo de uma vez, arrancando-me um grito de prazer. Segurei em sua nuca,
aproximei nossos rostos e falei em um gemido:
— Humm... me faz sua submissa, Benjamin.
— Já que você está pedindo, vou te foder com força.
Ele apertou meu pescoço sem machucar, olhou-me com intensidade e
acelerou as estocadas, metendo com brutalidade. Seu maxilar travado,
músculos enrijecidos e a forma como me dominava, deixava-me ofegante,
excitada ao extremo.
— É assim que você gosta, safada?
— Sim... continua... quero gozar no seu pau.
Ele intensificou a penetração, me comendo sem pena. Comecei a
sentir meu abdômen se contraindo, minha boceta apertando seu membro
grande e tesudo. Eu tremia, suava, respirava ofegante.
— Goza, sua sem-vergonha. Goza pro teu cavalão — disse ele,
colocando seu polegar em minha boca. Esse foi o gatilho que eu precisava
para atingir o êxtase. Inclinei a cabeça para trás e explodi em um orgasmo
arrebatador.
Benjamin urrou ao me ver desmanchando-me de prazer. Ele acelerou
as estocadas o máximo que pôde. Logo senti a pulsação do seu caralho
jorrando seu gozo dentro de mim.
Após atingirmos o ápice, desfaleci sobre seu corpo. Ele me acolheu
em seus braços, beijando o meu rosto, acariciando meu cabelo, curtindo
comigo, a deliciosa sensação de bem-estar.
— Vamos tomar um banho? — perguntou o cowboy, apontando para
a cachoeira.
Assenti com a cabeça e fomos para debaixo d’água. Tomamos banho,
trocamos carícias, beijos, cumplicidades.
Após o banho revigorante, vestimos nossas roupas e fomos até a
sombra de um carvalho. Benjamin se sentou, apoiou suas costas no tronco da
árvore e estendeu sua mão, em um convite para que eu me juntasse a ele.
Sentei-me entre suas pernas e apoiei minha cabeça em seu peitoral,
uma das partes do seu corpo que eu mais gostava. Ali, me sentia segura,
confortável, amada.
— Está gostando do passeio, Lizzy? — indagou Ben, abraçando-me
por trás.
— Estou adorando tudo! A natureza, sua companhia...
— Eu fui muito bruto durante o sexo? Eu lhe machuquei?
— Não se preocupe com isso, bonitão. Essa foi a parte do passeio que
eu mais gostei — respondi, virando meu rosto em sua direção. Ele sorriu,
segurou em meu queixo e me beijou sem pressa.
Benjamin está sendo tão carinhoso. Nem parece o mesmo homem que
a Melissa descreveu.
— E quanto a estarmos transando sem proteção? — questionou
pensativo.
— Eu tomo anticoncepcional e não costumo sair por aí transando sem
camisinha. E você, cowboy? Tenho com o que me preocupar?
— Não. Eu sempre me protejo. Mas até que não seria má ideia ter um
potrinho com você.
— Ei! — Dei-lhe um tapa na coxa, reprovando seu comentário
descabido.
— Ai, potranca! Que mão pesada! O que falei de errado? — indagou,
massageando o local da palmada.
— Onde já se viu, me comparar a uma égua parideira. Nem nos
conhecemos direito e você já me vem com essa história de potrinho?! Você
só pode estar de brincadeira.
— Estou falando muito sério, mocinha. A propósito, quantos anos
você tem?
— Isso é pergunta que se faça a uma mulher, Benjamin?! — falei,
com a voz um pouco alterada.
— Calma, loira! Se não quer responder, tudo bem. Só não vamos
voltar à nossa fase de briguinhas, por algo tão fútil.
— Relaxa! Estou apenas brincando. Eu tenho vinte e três anos. E
você, garanhão?
— Trinta e quatro. Sou onze anos mais velho que você. Isso é um
problema?
— Claro que não, seu bobo! — Sorri de sua pergunta absurda. Quem
liga pra idade quando o homem é megagostoso?
— Então... Se eu te pedisse em namoro, você aceitaria? — perguntou
ele, com os olhos semicerrados, como quem não queria nada.
— Eu não estou gostando do rumo dessa conversa, cowboy. Você
sabe que um relacionamento entre nós nunca daria certo. Estamos apenas
transando. Logo terei que voltar para Nova York e você nem se lembrará de
mim.
— Como eu poderia esquecer da mulher que devolveu o sorriso em
meu rosto, que trouxe luz para minha vida, e que, em tão pouco tempo,
conquistou o coração da minha princesa?
— Pare de dizer essas coisas, homem. Não brinque com os meus
sentimentos — falei, pondo a mão em seus lábios.
— Eu não estou brincando, Elizabeth. Desde que você entrou por
aquela porta, algo diferente surgiu dentro de mim. Mesmo que você volte
para Nova York, e que não tenhamos mais do que um caso, eu sempre estarei
aqui, a sua espera, pronto para te amar.
— Suas palavras estão me fazendo chorar, cowboy. Pode até não
parecer, mas eu sou uma garota muito sensível. Além do mais, não é todo dia
que se declaram para mim.
— Não chore, Elizabeth. Não foi minha intenção lhe fazer chorar. Se
eu soubesse que reagiria assim, não teria aberto meu coração para você. Acho
que me precipitei. Eu sei que está indo rápido demais entre nós, mas só falei
o que eu sinto. Quando penso que irá embora em breve, sinto um aperto tão
grande no meu peito, chega até a doer. Eu não sou muito bom com as
palavras, nem com o tipo de sentimento, mas eu precisava me abrir para
você.
— Na verdade, Benjamin, isso era tudo o que eu precisava ouvir de
você — declarei, dando-lhe um beijo apaixonado.
— Esse beijo significa um sim, Elizabeth? Você aceita namorar comigo?
— Não preciso esconder o que você já sabe, Benjamin. Eu gosto
muito de você. Adoro sua companhia, o seu toque, seus carinhos, nosso sexo.
Você é um homem maravilhoso, um bom pai e um amante extraordinário.
Mas por enquanto, não vamos rotular o nosso relacionamento. Ainda é muito
cedo para tomarmos decisões tão importantes. Vamos viver um dia de cada
vez e ver onde isso vai dar.
— Você tem razão. Eu que sou apressado de mais — confessei em
um meio sorriso. Rimos do meu comentário, já nos levantando para irmos
embora.
Na volta para casa, permanecemos em silêncio por quase todo o
caminho. Divaguei em meus pensamentos, refletindo sobre os
acontecimentos dos últimos dias.
Faz menos de uma semana que a Elizabeth e eu nos conhecemos, mas
sinto como se a conhecesse de uma vida inteira. Deve ser isso que chamam
de almas gêmeas.
Ela fez nascer em mim a vontade de ser um homem melhor, de ter
para quem voltar no final do dia, de amar e ser amado. Preencheu em mim
uma lacuna que eu nem sabia que existia. Torna-me um homem completo,
realizado.
Cedo ou tarde, ela se renderá a essa paixão. Disso eu tenho certeza.
Farei de tudo para conquistá-la. Esperarei o tempo que for necessário para
vivermos uma grande história de amor.
— Você está tão calada, baby. Está chateada comigo?
— Não, cowboy. Só estou cansada e com fome — respondeu, virando
o rosto em minha direção, dando-me um sorriso sereno.
Ao chegarmos a casa, fomos direto para o andar de cima. Antes que a
Lizzy entrasse no seu quarto, puxei-a para um beijo gostoso. Ela gemeu em
meus lábios, apertou meu braço e disse:
— É melhor irmos tomar banho, Benjamin.
— Agora mesmo, querida — proferi, entrando no quarto.
— Ei! Vai pra onde, engraçadinho? Quando digo tomarmos banho, é
você lá no seu quarto e eu no meu — comunicou, colocando-me para fora do
cômodo.
— Deixe-me tomar banho com você, baby.
— Outra hora, garanhão. Você sabe como isso terminaria. Além do
mais, as meninas estão nos esperando para o almoço.
— Meninas? — perguntei, dando uma gargalhada espalhafatosa.
— Do que você está rindo, Benjamin? — perguntou, com os braços
cruzados e o cenho franzido.
— Você chamando a Bertha de menina. Ela tá mais para uma
senhorinha fofoqueira, isso sim — falei, gargalhando um pouco mais. Lizzy
se segurava para não rir. Ela já havia percebido que a Bertha adora uma
fofoca e, pelo jeito, a Bia está se saindo uma ótima aprendiz.
— Como você é idiota! — murmurou, caindo na risada, enquanto
trancava a porta à chave.
— Potranca, me deixa entrar — pedi, batendo contra a madeira,
fazendo uma voz mansa.
— Vá tomar banho no seu quarto, Benjamin. O banheiro de lá é maior
que o daqui.
— Então vem comigo! Eu juro que não estou com segundas
intenções. Isso nem passou pela minha cabeça.
— Tchau, garanhão! Nos vemos daqui a pouco. E não se atrase para o
almoço — disse, de um jeito debochado. Eu podia senti-la encostada na
porta, rindo da minha cara.
— Você não perde por esperar, sua malcriada.
— Isso é uma ameaça, cowboy? — perguntou alto e bom som.
— Você sabe que eu vou lhe punir por isso, não é?
— Esperarei ansiosa — provocou-me, fazendo meu pau pulsar dentro
do jeans.
Fui para o meu quarto, pensando numa punição bem sacana para
aquela desaforada.
Após o banho, desci para ver o andamento do almoço. Eu estava
faminto.
— Papai! Papai! — disse Bia, toda eufórica.
— O que foi, meu amor? — perguntei curioso.
— Se eu chamar a tia Lizzy para brincar comigo, será que ela brinca?
— Brinco sim, bonequinha — respondeu Lizzy, entrando no cômodo.
— Eba! Eu disse a vovó Bertha que a senhora ia adorar brincar
comigo — falou entusiasmada.
Após o almoço, sentei-me no sofá e fiquei observando as duas
mulheres da minha vida brincarem no chão da sala de estar. Elas estavam tão
entretidas que nem me davam atenção.
Lizzy ouvia, atentamente, tudo o que a Bia falava a respeito das suas
bonecas, ou filhas, como ela as denomina. Desde nomes, idades e até
namorados.
Agora eu entendo por que para cada boneca que ela me pede, tem que
vir um boneco junto. Eu não sei a quem minha filha puxou para ser tão
enxerida.
Depois de um tempo brincando, ela começou a ficar com as pálpebras
pesadas, sonolenta. Parecia lutar contra o sono, só para aproveitar um pouco
mais a companhia da Lizzy.
— Princesa, vamos para a cama. Você está quase dormindo sentada
— chamei-a, estendendo as mãos para pegá-la em meu colo.
— Não, papai! Eu quero ir com a tia Lizzy.
— Ela está muito cansada. Teve um dia cheio.
— Pode deixar, Ben. Eu a coloco para dormir — disse a loira,
olhando-me com os olhos semicerrados.
— Não vá ficar mal-acostumada, sua sapeca. Você sabe que a
Elizabeth mora em Nova York e que irá embora em breve, não é?
— Eu sei, papai. Mas ela pode me colocar para dormir enquanto
estiver aqui, né titia?
— Posso sim, meu amor. Venha comigo. Vamos ler uma historinha e
dormir um pouco.
Ela pegou a Bia nos braços e subiu as escadas. Colocou-a na cama,
pegou seu livrinho de contos infantis e começou a lê-lo. Quando a pequena
adormeceu, deu-lhe um beijo na testa e guardou o livro sobre a mesinha de
cabeceira.
Eu observava aquela cena, encostado na soleira da porta. Fico
encantado com o jeito carinhoso com que a Lizzy trata minha filha.
Não tem como não se apaixonar por essa mulher.
— Ai, Benjamin! Que susto! Há quanto tempo você está aí?
— Tempo o suficiente para ver que você será uma excelente mãe.
— Quem sabe daqui a alguns anos — brincou, alisando o rosto da
minha garotinha.
— Quando a Bia acordar, poderíamos dar uma volta na cidade. Pensei
em levá-la para tomar um sorvete. O que acha?
— Hum... adoro sorvete! — declarou, passando a língua no lábio
superior.
Não me segurei. Puxei-a para fora do quarto, imprensei-a na parede e
a beijei com ganância, arrancando-lhe gemidos. Antes que o clima
esquentasse ainda mais, separei nossos lábios e perguntei baixinho:
— Que tal relaxarmos um pouco na minha cama?
— Preciso mesmo de um descanso. Nossa maratona sexual me deixou
exausta.
Rimos em uníssono e fomos para o meu quarto. Tirei a camiseta e me
deitei na cama. Lizzy se deitou ao meu lado, abraçou-me e depositou sua
perna sobre minha pélvis. Encostei meu rosto em seus cabelos, inspirando um
doce cheirinho de maçã verde. Adormecemos, juntinhos, no nosso ninho de
amor.
Acordamos por volta das três da tarde. Lizzy foi para o seu quarto e
eu fui tomar uma ducha. Entrei no boxe, molhei meu corpo e apliquei xampu
em meus cabelos, massageando-os com a ponta dos dedos. Peguei o sabonete
e passei nos meus braços, ombros, peitoral, todo o corpo.
Apliquei um pouco de sabonete íntimo na palma da mão e a deslizei
por meu pênis semiereto, movimentando-o suavemente. Puxei o prepúcio,
expondo a cabeça robusta, lavando-a com cuidado. Religuei o chuveiro,
enxaguei o meu corpo e saí do boxe com uma toalha em volta da cintura.
Fui ao closet, vesti uma roupa casual e um tênis despojado. Penteei
meus cabelos e apliquei o perfume que a Lizzy adora. Em seguida, me dirigi
ao quarto da Bia. Precisava arrumá-la para o nosso passeio.
— Filha, está acordada? — perguntei, fazendo-lhe cócegas na barriga.
— Para, papai! Eu já acordei... — ela falava, entre uma risada e outra.
— Levante-se e vá tomar banho. Vamos naquela sorveteria do
shopping que você adora.
— Jura?! Posso tomar um sorvete bem grandão?
— Pode, sim. Hoje você pode pedir o que quiser.
— Eu te amo de montão, papai. — Ela saltou em cima de mim e me
deu um abraço apertado.
— Também te amo, minha sapequinha. — Coloquei-a no chão,
enquanto ela dizia em uma risada gostosa:
— Eu sei, papai. O senhor me diz isso todos os dias.
— Quer ajuda para tomar banho? — perguntei, já sabendo a resposta.
— Não! Mocinhas tomam banho sozinhas.
— Nossa! Como você cresceu rápido. Nem percebi que já era uma
mocinha — falei, abrindo o chuveiro.
Enquanto Bia tomava o seu banho, escolhi um vestido e uma sandália
confortável para ela usar. Depois de arrumada e cheirosa, descemos para nos
encontrarmos com a Lizzy, que já nos aguardava na varanda.
A loira usava uma calça jeans de cintura alta e uma blusinha preta,
deixando sua barriguinha sexy à mostra. Nos pés, uma sapatilha elegante. No
rosto, uma maquiagem simples realçava sua beleza natural. Uma bolsa
tiracolo completava o look. Estava linda. Perfeita.
— Nossa, Bia! Que vestido lindo — declarou Lizzy, pondo as mãos
nas maçãs do rosto.
— Obrigada, tia Lizzy. Foi meu pai que escolheu. A Sandália
também.
— O seu pai tem muito bom gosto. Só faltou um batonzinho... —
disse a loira, pegando um batom dentro da bolsa.
— Tenho muitas habilidades que você não conhece ainda, baby —
afirmei, erguendo uma sobrancelha.
Lizzy me olhou com sua melhor cara de safada e proferiu de um jeito
sexy para caralho:
— Estou louca para conhecê-las, garanhão.
Quero ver se você vai me olhar assim, enquanto eu estiver batendo
com meu pau na sua cara.
— Vamos indo, garotas. Está ficando tarde. — Chamei-as, tentando
mudar o foco dos meus pensamentos. Não era a hora mais apropriada para
pensar em sacanagens.
Ao chegarmos à cidade, fomos direto para o shopping. Sentamo-nos
na praça de alimentação e começamos a olhar o cardápio.
— Papai, eu quero sorvete de chocolate, morango e creme de avelã. E
um montão de calda por cima.
— Que menina mais gulosa! — brinquei, arrancando-lhe uma risada.
— Lizzy, já escolheu o seu?
— Ainda não, cowboy. Tudo parece tão delicioso! Nem sei o que
pedir.
— O de chocolate belga é uma delícia. É o meu preferido.
— Vou experimentar ele, então — confessou esboçando um sorriso
— Okay. Vou fazer os pedidos.
Quando o atendente trouxe nosso pedido, a Bia não perdeu tempo.
Pegou sua taça e começou a se deliciar, lambuzando-se toda. — Humm... que
delícia — disse Lizzy fechando os olhos.
Santo Deus... será que essa diaba só sabe comer gemendo?
A cada colherada de sorvete que a peste colocava na boca, soltava pequenos
gemidos, chamando a atenção de alguns rapazes sentados à mesa ao lado da
nossa.
— O que pensa que está fazendo, Elizabeth? Aqui nem é hora, nem lugar
para isso — adverti com o cenho franzido.
— Deixa de ser chato, Benjamin. Não posso nem tomar um sorvete
em paz. E, você, não vai tomar o seu? Tá derretendo todinho.
— Aqueles moleques estão te comendo com os olhos. E não é para
menos, você gemendo desse jeito. Até parece que tá fazendo outra coisa —
retruquei enfurecido. — Aqueles rapazes ali? — perguntou, olhando em
direção aos frangotes, acenando com a mão. Eles acenaram de volta, felizes
por terem conseguido a atenção de uma garota tão bonita.
— Terminou com seu showzinho, Lizzy? — perguntei, olhando-a
fixamente.
— Não fique com ciúmes, cowboy. No fim das contas, é você quem
vai me levar pra cama — respondeu, dando uma piscadela de olho.
— Papai, terminei. Aonde vamos agora? — Bia já havia devorado
uma montanha de soverte, e eu nem tinha começado a tomar o meu, que por
sinal, já tinha derretido há tempos.
— Depois que você limpar esse seu rostinho, poderá se divertir na
área de recreação.
— Lizzy, você leva essa sapeca para brincar um pouco? Preciso
comprar umas coisas e logo me junto a vocês.
— Vem pequena, vamos lavar essa carinha. Você tá parecendo uma
porquinha. — Bia deu uma risada engraçada e, de mãos dadas, saíram em
busca de um banheiro.
Fui fazer minhas compras. Primeiro, entrei em uma loja de
brinquedos e comprei a boneca que a Bia vinha me pedindo, sem esquecer de
levar, também, o seu namoradinho.
Depois fui até outra loja de brinquedos, mas esses, não eram para
crianças. Ao entrar no local, peguei uma cesta e fui escolhendo alguns itens.
— Caralho! Tem coisa aqui que nem sei para que serve — murmurei,
lendo as instruções de alguns aparelhos.
Não vejo a hora de usar esses brinquedinhos com a Lizzy — pensei,
sorrindo maliciosamente.
Após as compras, fui em busca das meninas. Assim que a Bia me viu,
saiu correndo ao meu encontro.
— Papai, todos esses presentes são para mim?! — questionou ela,
com os olhos arregalados.
Eu tô para conhecer uma menina que goste mais de ganhar presente
do que essa!
— Não, princesa. O seu é este aqui. Os outros dois são para a tia
Lizzy e eu.
— Obrigada, Benjamin! Eu adoro ganhar presentes. Deixe-me ver o
que tem aí — pediu a loira, estendendo a mão para pegar as sacolas.
— Calma, potranca! Não posso te mostrar agora. Mas tenho certeza
de que você vai adorar a surpresa — declarei, piscando o olho para ela.
Se ela soubesse o que planejei para nossa noite...
Enquanto o Benjamin foi às compras, levei a Bia para brincar na piscina de
bolinhas. Sentei-me em um banco e fiquei observando-a se divertir. A garota
pulava, descia no escorrega, fazia a maior algazarra.
É inacreditável o quanto eu já me apeguei à bonequinha e ao
gostosão do seu pai. Quando voltar para Nova York, deixarei uma parte de
mim neste lugar.
Quando o Ben retornou de suas compras, ele estava todo misterioso.
O que o brucutu estava aprontando? Por que eu não podia ver o que tinha nas
benditas sacolas?
— O que acham de jantarmos em um restaurante italiano? — Propôs
ele, olhando de mim para a filha.
— Eba! Eu quero pizza! — falou a pequena, toda animada. A
danadinha é uma comilona. Mais uma característica que herdou do pai. O
Ben é guloso em todos os sentidos.
— Gosta de pizza, Lizzy? Caso não goste, o restaurante dispõe de
uma excelente variedade de massas, frutos do mar e vinhos.
— E quem não gosta da culinária italiana, Benjamin? — declarei,
com um sorriso no rosto.
— Então, vamos nessa!
— Deixe que eu levo as sacolas. — Fiz menção de pegá-las.
— Nada disso, garota. Elas vão no porta-malas, longe das suas vistas.
Esculhambei-o mentalmente. Eu estava doida para descobrir o que ele
havia comprado. Seria uma lingerie? Ele não seria louco ao ponto de me
comprar um anel de compromisso, ou seria? Em se tratando do Benjamin...
Entramos no carro e seguimos para o restaurante escolhido por ele.
— Parece que você está ansiosa, potranca? Reparei que já roeu todas
as unhas. Quando chegarmos em casa, lhe darei um remédio que a deixará
calminha, calminha.
— Culpa sua, seu “cattivo ragazzo”.
— Ei! Eu sei um pouco de italiano, baby. Deixe para me chamar de
garoto malvado quando estivermos na minha cama — declarou, dando-me
um sorriso safado.
Ao entrarmos no restaurante, recebemos calorosas boas-vindas. Um
garçom, vestido de terno, nos trouxe o cardápio e a carta de vinhos. Benjamin
pediu uma pizza sabor marguerita e um Chardonnay para acompanhar. Achei
a combinação perfeita. Para a pequena Bia, um suco de abacaxi com hortelã,
o que ela adorou.
Varri meus olhos pelo ambiente e me surpreendi com a beleza e
requinte da casa. Tudo era bem-organizado, acolhedor.
Um majestoso bar saltava aos olhos de quem entrava no recinto.
Acima do balcão, pendentes aramados davam um toque especial na
decoração. A cozinha, separada por paredes de vidro, permitia-nos apreciar o
trabalho dedicado dos cozinheiros.
Ao fundo, imponentes fornos de pizzas com tijolinhos aparentes,
combinavam perfeitamente com o restante do ambiente. Aquele era um lugar
para levar a família, jantar romântico, ocasiões especiais.
Enquanto esperávamos pelo jantar, Ben e eu tomamos vinho,
conversamos, rimos. Já a Bia, de tão entretida com seus bonecos, nem se
dava conta do clima romântico que pairava em torno da mesa.
— Pegue leve no vinho. O que pretendo fazer com você requer
sobriedade, prudência — disse o cowboy, olhando-me sério.
O que será que ele quer fazer comigo? Hum... será que é a punição
que me prometeu pela manhã? Tomara que seja algo bem gostoso — pensei,
soltando um gemidinho.
Ele me olhou com os olhos semicerrados. Estava prestes a dizer algo,
mas sua fala foi interrompida com a chegada do garçom.
Quando a pizza foi posta sobre a mesa, subiu um delicioso cheirinho
de queijo e manjericão.
— Que delícia! — gritou Bia, batendo palmas, arrancando um sorriso
do garçom. Peguei uma fatia, dobrei-a e a levei a boca. O sabor era
condizente com seu aroma. Uma delícia. Já o vinho, casou perfeitamente
com o sabor pronunciado do manjericão. Nosso jantar foi maravilhoso.
— Vamos para casa? Está ficando tarde e eu estou louco para
saborear minha sobremesa — indagou o cowboy, olhando-me com cobiça.
Eu sabia muito bem o que ele queria comer.
— Vamos, papai! Quero mostrar a Mel e o Sel para a vovó Bertha —
respondeu Bia, encostando as bocas dos bonecos, soltando beijinhos.
Benjamin me olhou divertido. Acho que ele estava pensando o mesmo
que eu.
— Filha, por que você escolheu esses nomes?
— Papai, o senhor é tão bobinho. É o nome da tia Melissa e do tio
Sebastian. Eles também vão ser namorados, igual a Mel e o Sel?
O Ben e eu não seguramos a gargalhada. A pequena faz cada pergunta
descabida. A Melissa namorando?! Só na cabecinha da Bia para isso
acontecer.
— Não, filha! O Sebastian e a Melissa são como dois irmãos. E,
irmãos não namoram. Às vezes, dormiam até na mesma cama.
— Então eu vi errado... — falou pensativa, batendo os dedinhos no
queixo.
— O que você viu, filha? Conta para o papai — perguntou Benjamin,
todo curioso.
O safado ainda tem a cara de pau de chamar a Bertha de fofoqueira.
Se colocar numa balança, não sei qual dos três é mais mexeriqueiro.
— Não posso contar, papai. É segredo.
— E desde quando você guarda segredos, mocinha? — perguntou o
cowboy, apertando as bochechinhas da filha.
— Desde que a tia Melissa pediu para eu não contar que vi o tio
Sebastian e ela se beijando lá no estábulo — respondeu a pequena, tampando
a boca com as mãos, dando-se conta de que tinha falado demais.
— Que conversa é essa, Beatriz Parker? Isso é verdade? — perguntou
Ben, demostrando surpresa, raiva, inquietação. Os punhos fechados
demonstravam o tamanho da sua ira.
— É sim, papai. Eu juro que não estou mentindo. O senhor promete
não bater no tio Sebastian? — perguntou, toda manhosa, balançando o
corpinho para um lado e para o outro.
— Prometo, princesa. Não vou matar aquele cowboy enxerido, mas
ele vai levar uma boa corsa por ter se aproveitado da minha irmãzinha.
— Tá bom, papai — disse aliviada. Ainda bem que a bonequinha, em
sua inocência, não faz a menor ideia do que é “dar uma corsa”.
Pelo que conheço da minha amiga, deve ter sido ela quem se
aproveitou do Sebastian, e não o contrário. Por que aquela safada não me
contou que já deu uns amassos naquele cowboy gostosão? Ela vai me contar
essa história direitinho. Ah, se vai!
Na volta para a fazenda, a pequena veio dizendo, o caminho todo, que
a Bertha iria amar seus brinquedos novos. Já o Ben, nada falou. Ele estava
pensativo, quieto. Parecia digerir a história dos amassos da Melissa e do
capataz.
Ao chegarmos a casa, Bia correu à procura da Bertha. A governanta
estava se deliciando com uma travessa de brownies, enquanto assistia a sua
novela mexicana preferida. A bonequinha foi logo pegando um doce,
mostrando seus presentes em seguida. Ela contou tudo o que havíamos feito
no passeio. A governanta ouvia tudo atentamente.
— Nossa! Quantas aventuras para um dia só — disse Bertha, com um
amplo sorriso no rosto.
— Berthinha, você coloca a Bia para dormir? Vou me recolher —
perguntou Benjamin, coçando a parte de trás da cabeça.
— Deixa comigo! Vou levá-la para dormir no meu quarto. O andar de
cima será só para vocês. Aproveitem a noite! — respondeu ela, segurando o
riso.
— Boa noite, pessoal — falei indo em direção às escadas.
Bertha parece saber o que está rolando entre o Ben e eu.
— Boa noite, Lizzy — disse a senhora grisalha, sem tirar os olhos da
televisão.
— Aonde vai com tanta pressa, potranca? Espere por mim! — falou
Ben, alcançando-me no topo da escada.
— Vou tomar um banho.
— Quando terminar, vá para o meu quarto. Não demore. Estou louco
para te foder.
— Você quem manda, cowboy! — falei soltando um beijinho em sua
direção.
Se ele está louco para me comer, eu estou louca para dar. — Ri do
meu pensamento pervertido.
Após o banho, vesti uma camisola preta e um fio dental rendado na
mesma cor.
— Qual será a surpresa que o garanhão preparou para mim? —
perguntei-me, enquanto passava hidratante no meu corpo.
Todo esse mistério está me deixando tensa, ansiosa.
Conforme ordenado, fui para o quarto do cowboy. Quando eu ia girar
a maçaneta, ele abriu a porta, repentinamente, assustando-me.
— Ai! Que susto, homem.
— Não tenha medo, potranca — falou fazendo um gesto com a mão
para que eu entrasse.
Ele usava um roupão aberto na altura do peito. Aquela visão me
deixou salivando, louca para beijar aquele corpo sarado, cheio de
testosterona.
Seus olhos luxuriantes passearam por todo o meu corpo. A cada
olhada sua, um calor abrasador surgia no meio das minhas pernas. Olhei em
volta, quebrando nosso contato visual. Engoli em seco com o que vi sobre a
cama.
— Gostou da surpresa, baby? Todos esses brinquedinhos são para
você. Vamos nos divertir muito — declarou, examinando meu semblante,
visivelmente chocado.
— Hum... go... gostei — respondi, chegando mais perto para conferir
cada item. Amarras de tecido, vendas, vibradores, mordaças, chicotes,
algemas, compunham o pequeno kit de safadezas do cowboy pervertido.
Contudo, o que mais chamou minha atenção foram os plugs anais, que
por algum motivo, estavam separados do restante dos acessórios. Peguei-os e
os analisei minuciosamente. Eram de metal, estilo joia, em formato de
coração.
Será que o cavalão está pensando em me comer por trás? Apesar de
ter curiosidade em fazer anal, o Ben não é a pessoa mais indicada para
desvirginar meu buraquinho apertado. O homem tem um pau enorme. Me
arrebentaria toda — pensei apavorada.
— Benjamin, não me diga que você pretende enfiar esse negócio no
meu rabo? — perguntei mostrando-lhe o acessório.
— Está com medo, potranca? Isso é só para abrir caminho...
— Você não está pensando em... — calei-me, quando o vi se aproximando de
modo predatório, convicto de que teria tudo o que desejava.
— Eu não estou pensando. Hoje vou te enrabar gostoso — declarou
ele, olhando no fundo dos meus olhos, enquanto apalpava minha bunda por
baixo da camisola.
Meus seios incharam, minha calcinha ensopou de tesão. Não havia
escapatória. Mesmo que eu resistisse, meu corpo já estava imerso naquela
luxúria, devassidão. A excitação era maior que o medo de ser enrabada por
aquele cavalão.
Benjamin retirou minha camisola, deixando-me só de fio dental.
Enfiou as mãos nos meus cabelos e me beijou intensamente. Gemi contra
seus lábios famintos. Deslizei as mãos por dentro do seu roupão e acariciei
seu corpo másculo. Eu ofegava, lamuriava, estremecia com cada toque da sua
boca em meus ombros, pescoço, seios.
— Humm... que delícia. Vamos usar todos esses brinquedinhos,
cowboy? — perguntei em um sussurro.
— Não. Esta noite vamos usar apenas esses aqui — respondeu,
pegando as algemas e um plug anal, deslizando-o, delicadamente, por meu
rosto.
— Abra a boca — ordenou com voz gutural, invadindo minha
cavidade bucal com o acessório. Comecei a chupá-lo, devagar e eroticamente.
Benjamin não desviava seus olhos dos meus. O seu olhar me seduzia, atraía,
deixava-me presa em seu jogo, submissa às suas libertinagens.
Ele pegou as algemas e as colocou em meus pulsos, prendendo-os na
frente do meu corpo. Senti uma onda de excitação me percorrendo, deixando-
me quente, eriçada. Seu semblante deixava transparecer que ele estava
adorando me ver entregue aos seus desejos mais obscuros.
— Fique de joelhos. Quero foder essa boquinha desaforada —
mandou, abrindo o roupão. Seu mastro estava teso, pulsante.
Abaixei-me conforme o ordenado. Ele arregaçou o prepúcio do seu
pênis, deixando à mostra a enorme cabeça rosada. Abri a boca o máximo que
pude e abocanhei seu caralho, chupando-o com voracidade. Benjamin
segurou em meus cabelos e puxou minha cabeça contra seu sexo, socando
fundo na minha garganta.
— Ohh... que boquinha gostosa do caralho... chupa, sua safada... —
Ele grunhia, metendo tudo, deixando-me sem ar, sôfrega, babando no seu
caralho duro.
Após se deliciar com meu boquete, Benjamin começou a bater seu
pau na minha cara, batendo cada vez mais forte, mais bruto.
— Mantenha os olhos abertos, potranca. Quero que olhe para mim enquanto
te dou uma surra de pau — ele ordenava, esfregando o cacete em meus lábios
inchados, voltando a golpear com mais intensidade.
Era maravilhoso sentir aquela tora batendo em minha boca e rosto.
— Ahh... que delícia, garanhão... humm... — Eu choramingava, cheia
de lascívia.
— Levante-se e fique de quatro na cama — ordenou ele.
Subi na cama e empinei minha bunda. O cowboy se aproximou,
vendou meus olhos e caiu de boca na minha boceta sedenta. Ele passou a
língua nos grandes lábios, abocanhou e chupou meu grelinho inchado. Eu
gemia e esfregava minha boceta em sua cara. O fato de estar com os olhos
vendados aguçava meus sentidos, deixando-me mais excitada, ansiosa,
pingando de tesão.
Benjamin segurou nas laterais do meu bumbum e lambeu meu orifício
apertado, fazendo-me arrepiar de desejo. Sua língua molhada fazia meu ânus
pulsar, implorando para ter algo dentro dele.
Depois de um bom tempo me chupando, Ben se levantou e começou a
esfregar a cabeça do seu pau no meu sexo, espalhando minha lubrificação.
Enfiava só um pouquinho e tirava, deixando-me ensandecida, pegando fogo.
— Tá gostoso, baby? — perguntou de um jeito sexy, cheio de luxúria.
— Sim... ahh... me fode logo...
Minha boceta implorava por aquele caralho quentinho, duro, inchado.
Benjamin não perdeu tempo, meteu tudo em uma estocada brutal, animalesca,
fazendo-me arquejar.
— Ohh... porra... que gostosa... — O cowboy grunhiu, socando fundo,
sem pena. Ele puxava meus cabelos, apertava meus seios, falava sacanagens,
me fodia gostoso.
— Isso... fode essa boceta, seu filho da puta.
— Você gosta de me dar essa bocetinha, não é?
— Sim... — respondi em um choramingo.
Enquanto comia minha perseguida, senti-o espalhar lubrificante no
meu ânus. Era chegada a hora de dar o meu rabo para o cavalão.
Ele lubrificou meu buraquinho e começou a esfregar o plug anal,
introduzindo-o com cuidado, até colocá-lo por completo. A dor foi inevitável,
porém suportável.
— Está gostando, tá? Seu cuzinho engoliu todo o brinquedinho —
disse ele, puxando em meus cabelos enquanto estocava firme na minha fenda
molhada.
— Sim... Humm... — A sensação de estar sendo duplamente
preenchida era maravilhosa.
— Agora ele está pronto para receber o meu cacete. Vai doer um
pouco no início, mas depois vai ficar bem gostoso.
O cowboy saiu de dentro de mim, retirou o acessório e foi passando a
cabeça do seu pau pela entrada do meu cuzinho virgem. Entrando
devagarzinho, alargando-me, fazendo-me chorar em um misto de dor e tesão.
A cada centímetro desbravado, eu o sentia rasgando-me por dentro.
— Está doendo, amor?
— Um pouquinho. Eu nunca fiz… você sabe… aí atrás.
— Quer que eu pare?
— Não. Só vai devagarzinho, por favor.
— Tudo bem. Se doer muito, diga que eu paro imediatamente —
pontuou ele.
Não consegui falar nada. Apenas fiz um sinal positivo com a cabeça.
Doía sim, mas era uma dor gostosa, um prazer até então desconhecido.
— Que cuzinho gostoso! — disse ele, estimulando meu grelinho,
deixando-me mais relaxada, facilitando a entrada do seu membro robusto.
Ansiando para que ele entrasse por completo, comecei a me
movimentar contra seu sexo. Ben gemeu rouco, empolgando-se, metendo
com força.
— Aii... — gritei, ao senti-lo todo enterrado em meu traseiro.
— Vou pegar um pouco mais leve — disse ele, reduzindo o ritmo das
investidas.
— Não, continua... soca tudo. — Eu não queria que ele reduzisse
coisa nenhuma, queria que metesse fundo e com força no meu cuzinho.
— Então vou socar todinho, sua cadela — falou, dando-me um tapa
na bunda, bombeando com força. Ele rosnava e metia gostoso, fazendo meu
corpo sacolejar, tremer sobre a cama.
— Ahh... humm... mete seu cachorro. Come essa bundinha.
— A quem esse cuzinho pertence, hein? Diz pra mim, sua safada...
— A você, cavalão. Só a você... — falei em um choramingo.
— Só quem vai comer esse rabinho sou eu, tá me ouvindo, Elizabeth?
— Estou...
Ouvi-lo falar daquele jeito dominador fez minha boceta e ânus se
contraírem, pulsarem, indicando que eu já estava a ponto de gozar. Ben
percebeu e bombeou ainda mais rápido, levando-me ao êxtase com seu pau
atolado no meu rabo. Um orgasmo delicioso, diferente de tudo o que eu já
senti.
— Ohh... humm... agora é minha vez. Vou encher esse cuzinho de
porra. — Ele apertou minha bunda e estocou fundo, despejando seu esperma
dentro do meu buraquinho judiado, ardido, latejante.
Depois de encher meu rabinho de leite, Ben retirou a venda e as
algemas, puxou-me para junto do seu corpo e selou nossos lábios.
— Uau! Isso foi...
— Incrível? — completei a fala do cowboy.
— É... incrível. Você é perfeita para mim.
— Não vejo a hora de repetir a dose — declarei, acariciando seu
corpo suado, com cheiro de sexo, de macho viril.
— Vamos ver se você vai dizer isso amanhã, quando acordar toda
dolorida — disse o cretino, esboçando um sorriso.
— Se isso acontecer vai ser culpa sua, seu safado. Deixe de gracinha e
vamos tomar uma ducha.
Após o banho, dormimos de conchinha, sentindo o calor e o cheiro
um do outro.
No dia seguinte, acordei com o cowboy beijando meus lábios e
acariciando meu rosto, dizendo:
— Acorda, dorminhoca. Trouxe seu café da manhã.
— Deixe-me dormir mais um pouquinho. É tão cedo — falei, olhando
para o relógio sobre a mesa de cabeceira, voltando a fechar os olhos.
— Já passa das sete da manhã, sua preguiçosa. Hoje, vamos ao
piquenique que prometi à Bia. Levante-se — declarou, puxando o edredom
quentinho que me cobria. Cheia de preguiça, sentei-me na cama.
— Nossa, quanta comida!
Benjamin havia preparado um verdadeiro banquete. Tinha pão
caseiro, torradas, queijo, geleia de mirtilo, frutas fresquinhas, suco de laranja,
café. Entre as guloseimas, uma linda rosa vermelha. Peguei-a e levei até o
nariz, inspirando seu delicioso perfume.
O brutinho até que sabe ser romântico — pensei, deixando escapar
um sorriso bobo.
— Como está se sentindo? — perguntou, com a testa franzida.
— Um pouco dolorida, mas vou ficar bem.
— Vou providenciar o que iremos levar para o passeio. Nos vemos lá
embaixo. Não demore muito.
Enquanto tomava meu delicioso café, relembrei o acontecido da noite
anterior. Eu estava nas nuvens.
— Ai... caralho! Que dor. Aquele cavalão me arregaçou todinha —
murmurei, ao sentir uma fisgada no meu ânus, enquanto descia da cama para
ir até o banheiro.
Após o banho, vesti a roupa mais confortável que encontrei e tomei
um analgésico. No entanto, o que eu não imaginava era que o pior estava por
vir, pois, descer as escadas foi um verdadeiro martírio. A cada degrau que eu
descia, sentia uma dor terrível em meu bumbum, mais parecia que eu tinha
sido atropelada por um caminhão desgovernado, do que feito sexo anal.
— Bom dia — falei ao entrar na cozinha. Puxei uma cadeira e me
sentei com cuidado, gemendo de dor.
— Lizzy, você aguenta ir ao nosso passeio? — perguntou Benjamin,
com um sorriso maroto.
— Sim. Mas teremos que ir de carro. Acho que não poderei cavalgar
por um bom tempo — falei, com a sobrancelha arqueada.
— Meu Deus! O que aconteceu com você, menina? Não me diga que
foi o Relâmpago? — indagou Bertha, com os olhos arregalados,
demonstrando preocupação.
— Ai, Berthinha... nem te conto. Acredita que ontem à noite eu tive
um pesadelo? Sonhei com um monstro enorme em cima de mim, e acabei
caindo da cama. Acordei toda arrebentada. Mal consigo me sentar.
— Acredito, garota. Depois de um café quentinho, você se sentirá
melhor.
— Estou sem fome — respondi, meio sem graça. Eu não ia dizer que
tinha acabado de tomar café da manhã na cama do Benjamin.
— Berthinha, eu deixei a Lizzy muito bem alimentada — disse o
cowboy, fazendo-me engolir em seco, corar de vergonha.
— Eu percebi, moleque. Não só pela bagunça que você deixou na
cozinha — disse a governanta, dando uma de suas gargalhadas
espalhafatosas.
Diacho de cowboy mexeriqueiro!
— Bia, você está animada para o nosso passeio? — perguntei, observando-a
guardar uma corda e uma mamadeira com leite em uma mochila.
O que será que a sapeca está tramando?
— Hunrum! Vai ser muito legal! — ela respondeu, voltando a se
concentrar no que estava fazendo.
— Filha, pra que essa mamadeira? Você não acha que já está bem
grandinha para tomar leite nisso?
— Papai, não é para mim, é para o bezerrinho que nasceu. O senhor
me leva para conhecê-lo?
— Levo, sim. Mas não precisa levar comida para ele. Lá já tem o
bastante. Além do mais, bezerros tomam leite numa mamadeira bem
grandona, assim. — Benjamin demonstrou com as mãos o tamanho do
recipiente, fazendo Bia arregalar os olhinhos, impressionada com o apetite do
animal.
— É verdade que a mamãe dele morreu enquanto ele nascia? — a
pequena perguntou com semblante entristecido.
— É, sim. Mas quem foi que lhe falou isso?
— Escutei o tio Sebastian contando para a vovó Bertha. Fiquei muito
tristinha pelo Nico. Ele deve estar precisando de carinho.
— Nico? Já deu até nome para o bezerro, filha? Não vá se apegar ao
bicho, hein!
— Eu sei, papai. Só quero ver como ele está.
Algo me diz que a Bia não dará ouvidos ao pai. Já imagino no que
isso vai dar.
— Agora vá pegar os brinquedos que levará para o piquenique.
Vamos sair em poucos minutos — pediu Ben, fazendo-lhe um cafuné.
— Certo, papai — respondeu ela, subindo as escadas correndo.
— Benjamin, você pega uma bolsa que deixei na minha cama? Não
quero enfrentar essas escadas agora. — Fiz cara de coitadinha.
O cowboy me abraçou por trás, beijou meu pescoço e enfiou a mão
por baixo do meu vestido, alisando minha boceta, deixando-me toda eriçada,
molhada.
— Te arregacei todinha. Não foi, potranca?
— O que você esperava, cavalão? Com um pau desse tamanho, não
tem cu que não fique todo arrebentado — retruquei baixinho.
— Você que pedia para eu meter com força. Não lembra?
Minha perseguida não toma jeito! A sem-vergonha já estava toda
animadinha. Ela não resiste ao pau do garanhão e, depois, eu que arque com
as consequências.
— É melhor você tirar essa mãozinha daí. A Bertha pode retornar a
qualquer momento.
— Vou pegar suas coisas, então. Mas fique sabendo que adoro correr
perigo. — Ele deu um tapa em minha boceta e saiu da cozinha em seguida.
Pouco tempo depois, o cowboy voltou acompanhado da filha, que
falava algo baixinho, incompreensível. Pareciam tramar alguma coisa.
A pequena usava um Stetson branco, vestido florido e botas cor-de-
rosa. Era a coisa mais fofa de se ver.
A menina não nega o sangue que tem. É uma vaqueirinha nata.
— Ora, ora... quem é essa cowgirl, Benjamin? Onde está a Bia? O que
fizeram com minha bonequinha? — A menina sorriu, respondendo em
seguida:
— Sou eu, tia Lizzy. Gostou do chapéu e das minhas botinhas? Foi o
tio Noah que comprou para mim.
— Gostei. Tá muito linda! Estou louca para conhecer seu tio.
— Quero você longe dele. — Determinou Ben, com os punhos
fechados e o maxilar travado.
— Ciúmes do próprio irmão, cowboy? Isso não é saudável —
questionei-o, erguendo uma sobrancelha.
— Não é ciúmes. É precaução. O Noah é um mulherengo filho da
puta. Daria em cima de você mesmo sabendo que está saindo comigo.
— Já sou bem grandinha. Sei me cuidar — rebati, tentando não rir do
seu ciúme bobo.
Apesar de achar o seu lado ciumento engraçado, não o deixarei opinar
sobre minhas amizades. Na verdade, sua atitude só me deixou mais curiosa
para conhecer o tal do Noah. Pelo que a Melissa me falou, ele é um tremendo
de um devasso.
— Eu só quis alertá-la, Lizzy. Não vamos discutir por isso, tá legal?
— Vaqueirinha, venha aqui para eu passar protetor solar em você.
Não quero ver esse rostinho todo vermelho.
— Obrigada, tia Lizzy. Agora estamos prontos para nossa aventura.
— Potranca, passe um pouco em mim também — pediu o cowboy,
tirando a camiseta. Apliquei o produto em seu rosto, ombros, peitoral.
Massageei e apertei seus músculos bem desenhados. Foi inevitável não me
excitar diante de tanta testosterona.
— Vamos logo! — A pequena nos chamou, já colocando sua mochila
nas costas. Ela parecia ansiosa. Não sei se pelo piquenique ou para ver o
bezerrinho. Mas estava muito apressada.
Pegamos as coisas e partimos para o nosso passeio.
Ao chegarmos ao rio, Benjamin estacionou a caminhonete debaixo de
uma árvore frondosa.
— Ontem passamos por aqui, não foi, Benjamin?
— Foi, sim. A cachoeira fica um pouco acima. — Ele estendeu uma
toalha xadrez sobre a grama e colocou a cesta de vime em cima dela. Em
seguida, entregou-me almofadas vermelhas, que seriam muito úteis devido à
situação do meu rabinho.
Bia e eu pegamos alguns cestinhos de papel, forramos com
guardanapos de poá e colocamos as guloseimas dentro deles. A ornamentação
ficou linda. Agora era só se deliciar com todos aqueles quitutes.
E por falar em quitutes, Bertha havia caprichado nas comidinhas.
Tinha torta de mirtilo, sanduíches, bolinhos de queijo, biscoitos, creme de
avelã, frutas, suco e uma garrafa de vinho.
Depois que tudo estava em seus devidos lugares, Benjamin prendeu,
na lateral do cesto, três balões vermelhos em formato de coração, dando um
toque romântico ao nosso piquenique.
Não demorou para começarmos a comilança. Bia pegou o creme de
avelã e foi passando-o em algumas fatias de pão. Enquanto o Ben abria a
garrafa de vinho, eu me deliciava com uma generosa fatia de torta.
— Comer tudo isso não vai te fazer mal? — questionou ele,
apontando para o meu prato.
— Não mesmo! — afirmei, levando uma garfada à boca. — Não
canso de comer a torta de mirtilo da Bertha. Ela deve usar algum ingrediente
secreto. Não há quem resista a tamanha gostosura.
— Vamos fazer um brinde — propôs o cowboy, entregando-me uma
taça.
— Um brinde a quê? — perguntei, lambendo os dedos sujos de
recheio. Ben me olhava com cobiça, como se quisesse me lamber, me devorar
todinha.
— À vida, aos nossos momentos juntos, ao amor.
— Humm... Por falar em amor... ontem você me chamou por esse
nome. O que foi aquilo? — questionei, olhando-o por cima da borda da taça.
— Só falei o que sinto bem aqui — declarou, levando minha mão até
seu peito, do lado do coração. Seu gesto me fez engolir em seco, arrepiar,
tremer na base.
— É evidente que foi no calor do momento. Nessas horas dizemos
coisas sem pensar.
— Não foi calor do momento coisíssima nenhuma.
— Vou fingir que acredito — falei, olhando em seus olhos. O cowboy
parecia convicto de suas palavras, de seus sentimentos.
Será que é possível amar alguém em tão pouco tempo?
— Bia, que tal uma guerra de travesseiros? Seu pai tá merecendo
levar uma surra — chamei-a, segurando uma almofada.
— Eba! Guerra de travesseiros... — gritou ela, golpeando o pai.
Peguei uma almofada que estava do meu lado e comecei a bater no
cavalão.
— Vai, tia Lizzy! Bate mais no papai — falava a pequena, entre
gritinhos e risadas.
— Parem! Dois contra um não vale — protestou o cowboy, colocando
as mãos na frente do rosto para se proteger das golpeadas.
Depois de um tempo naquela algazarra, Benjamin me segurou pelos
braços e tascou um beijo em minha boca. Retribuí, sem nem me importar por
estarmos na frente da bonequinha.
— Vocês estão namorando. Eu sabia! — gritou a pequena, batendo
palminhas de tamanha empolgação.
— Filha, a Lizzy e eu estamos apenas nos conhecendo. Não somos
namorados. Somos amigos que se beijam. Entendeu?
— Amigos se beijam na boca, papai?
— Às vezes, sim — disse Ben, tentando justificar nosso ato repentino.
— Então... eu posso beijar meu novo coleguinha de turma, né?
— Não! Você não beijará coisíssima nenhuma. Prometa para o papai
que não beijará até que fique adulta.
— Eu prometo, papai. Mas vai demorar? Não quero esperar muito —
declarou ela, com uma carinha triste, decepcionada.
Não contive a gargalhada. A garotinha é fogo. Se com cinco anos já
deixa o pai aterrorizado, imagina quando estiver dando uns amassos com seus
namorados no sofá da sala. É capaz do garanhão ter um treco.
— Bia, vamos brincar um pouquinho na água? — perguntei, já
retirando meu vestido, ficando só de biquíni.
— Papai, eu posso ir?
— Pode. Mas fique naquele lugar que lhe mostrei outro dia.
A bonequinha assentiu com um menear de cabeça e saiu correndo em
direção à margem do rio. Pelo que percebi, a danadinha adora fazer
atividades ao ar livre. É uma aventureira e tanto!
— Espere por nós, princesa — gritou Ben, tirando o short e a
camiseta.
Enquanto tomávamos banho, imaginei como seria ter minha própria
família: marido, filhos, cachorro e tudo o mais que vem incluso no pacote.
Por que diabos o meu instinto maternal está tão aflorado? Será que é
por causa do meu contato recente com uma criança? Não haveria outro
motivo para isso.
— Filha, tá pronta? — gritou Benjamim, tirando-me dos meus
devaneios.
— Sim, estou! — afirmou Bia. Ela colocou as mãozinhas na água e,
com o pai, começou a jogar água em minha direção, molhando-me toda.
Mesmo em desvantagem, contra-ataquei.
— Pequena, vem para meu time! Vamos molhar seu papai. A garota
não perdeu tempo. Veio para o meu lado e começamos a molhar o cowboy.
Ela ria e se divertia com toda aquela algazarra.
Depois de um bom tempo naquela brincadeira, falei:
— O que acham de sairmos da água? Já estou tremendo de frio.
— Boa ideia, potranca.
— Quero ficar mais um pouquinho. — Bia choramingou, fazendo
beicinho.
— Não, princesa. Você já está com o queixo batendo de frio. Lembre-
se que suas aulas recomeçam amanhã. Se a senhorita pegar um resfriado,
ficará mais alguns dias sem rever seus coleguinhas. É isso que quer?
— Não. Eu estou com saudade dos meus amiguinhos. Mas não quero
voltar para a escola. A mulher malvada vai querer me levar, igual no dia do
incêndio.
— Do que você está falando? Que mulher é essa? É alguém que
trabalha na escola? Você a conhece? — questionou Benjamin, segurando nos
bracinhos da filha.
— Eu não sei quem é, papai. Quando o fogo começou, todo mundo
correu para o lado de fora. Ela me chamou para entrar no carro, mas eu saí
correndo e fiquei perto da tia Dorothy.
— Por que não me contou isso antes, Bia?
— Porque o homem que estava com ela disse que se eu contasse para
alguém, uma coisa muito ruim aconteceria com o senhor. Eu fiquei com
muito medo.
— Filha, tem certeza de que isso não é fruto da sua imaginação?
— É verdade, papai. E se eles me levarem e eu nunca mais ver o
senhor e a vovó Bertha? — ela perguntou com o rostinho cheio de lágrimas.
— Não deixarei que nada de mal aconteça a você, meu anjinho —
declarou Ben, abraçando e beijando a filha.
— Você lembra como eles eram, bonequinha? — perguntei olhando
para o Benjamin. Ele estava apavorado com o que tinha acabado de ouvir. E
não era para menos.
— Sim. A mulher era loira, alta e usava óculos de sol bem grandão. O
homem era forte que nem o papai e tinha uma cicatriz no rosto.
— Bonequinha, você fez bem em não entrar no carro. Se eles
aparecerem outra vez, corra e grite assim:
— Socorro! Socorro! Querem me sequestrar — gritei, fazendo a
pequena e seu pai rirem do meu jeito escandaloso.
Saímos da água, vestimos roupas secas e arrumamos as coisas para
irmos embora. Não havia mais clima para continuarmos com o nosso
piquenique.
— Amanhã conversarei com o xerife. Pelo que estão comentando na
cidade, o incêndio pode ter sido criminoso. Os bombeiros encontraram alguns
galões de gasolina no local.
— Minha nossa! Quem faria uma coisa dessas em uma escola cheia
de crianças?
— Não faço a menor ideia. Mas farei o que estiver ao meu alcance
para descobrir o que os desgraçados queriam com a minha filha.
— Você acha que eles atearam fogo na escola só para sequestrarem a
Bia? — perguntei baixinho, longe dos ouvidos da garota.
— Esse é o meu medo, Elizabeth. Se aqueles filhos da puta tivessem
levado minha pequena, eles iam se ver comigo — disse o cowboy, guardando
as coisas no carro.
— Fique tranquilo. Daremos um jeito nisso. — Passei as mãos em
suas costas, tentando acalmá-lo.
Na volta para casa, passamos nos cercados para Bia conhecer o
bezerrinho órfão. Fiquei impressionada com a quantidade de animais que
havia nos pastos.
Agora eu entendo por que o Benjamin não tirava férias. É muita coisa
para se administrar sozinho. Não sei como ele dá conta.
— Quanto gado! — falei embasbacada.
— Estamos indo bem. No início, quebrei um pouco a cabeça, mas
depois fui pegando jeito. Aprendi muita coisa na prática. Tenho orgulho em
dizer que com a colaboração dos meus irmãos e de todos os meus
empregados, consegui transformar a Fazenda Parker em uma das mais
prósperas do Texas.
— O que eles estão fazendo? — apontei para alguns peões montados
em seus cavalos, tangendo os animais de um cercado para o outro.
— Isso se chama pastejo rotacionado. Mudamos os animais de um
piquete para o outro à medida que eles consomem o pasto. Com isso,
conseguimos um melhor aproveitamento da área total, com um maior ganho
de produtividade.
— Que legal! Quer dizer que quando o gado chega no último piquete,
o pasto do primeiro já tem crescido e vocês voltam com os animais para ele, é
isso?
— Isso mesmo. Você leva jeito para ser fazendeira, potranca. Quem
sabe um dia você administrará tudo isso comigo.
— Quem sabe, cowboy! — falei, piscando o olho para ele.
— Papai, vamos ver os bezerrinhos. — Chamou Bia, pegando no
braço do Ben.
— Vamos. O que não faço por você, hein?
— O senhor sabe qual deles é o Nico? — ela perguntou ao chegarmos
ao curral dos bezerros.
— É aquele menorzinho ali — Benjamin apontou para um animal de
pelagem branca, com algumas machinhas pretas espalhadas pelo corpo. Ele
parecia triste, fragilizado. Era de partir o coração.
— Eu quero entrar para dar um abraço nele — declarou a bonequinha,
olhando para o animal.
— É perigoso, filha. Eles podem te dar um coice.
— Eu não ligo. Quero ver o Nico de perto.
Benjamin não conseguiu negar-lhe o pedido. Ele abriu a porteira e
entramos no cercado. Bia abraçou, cheirou e conversou com o animal. O
bezerro se esfregava nela, como se pedisse um pouco de carinho. Logo
percebi que, dali em diante, nasceria uma grande amizade entre eles.
— Papai, posso levar o Nico para morar com a gente?
— Não, pequena. O lugar dele é aqui, com os outros.
— Mas a mamãe dele morreu. Não podemos deixá-lo sozinho. Quem
vai dar de mamar para ele?
— Os rapazes estão cuidando disso. Agora, mocinha, vamos para
casa. Bertha nos espera para o almoço. Você sabe que ela não gosta de
almoçar sozinha.
— Deixa, por favor. Eu juro que cuido dele.
— Não temos onde colocá-lo, Bia. Bezerro precisa de espaço para
crescer. Se você quiser eu lhe dou um gato ou um cachorro. Mas um bezerro
está fora de cogitação.
— Deixa ela levá-lo, Ben. Eu vi um monte de baias vazias no
estábulo. O pobrezinho é muito pequenino, magrinho demais, precisa de
cuidados.
— Diacho! Tá bem! Vocês me convenceram. Mas quando ele tiver
maiorzinho voltará para o curral. Está me ouvindo, Beatriz Parker?
— Estou, papai. O Nico vai amar sua casinha nova. — Não é, Nico?
— ela perguntou, alisando o animal, que mungiu em resposta.
— Que eu não me arrependa disso — o cowboy declarou, coçando a
cabeça.
Mal chegamos a casa, a Bia começou a gritar:
— Vovó, vovó... corre aqui. Rápido! Vem logo!
— Ai, meu Deus! O que aconteceu, meu anjinho? — questionou
Bertha, esbaforida, após sair às pressas pela porta da frente.
— O Nico quer conhecer a senhora. Olha como ele é lindo — disse a
garota, alisando o animal.
— Oh, minha filha, você quase me mata do coração. Larguei as
panelas no fogão e saí em disparada, achando que havia acontecido algo com
você.
— Não aconteceu nada, Bertha. Só o Benjamin que deixou a Bia
trazer o bezerrinho para casa — falei, rindo da cara de arrependido do
cowboy.
— Vamos dar uma volta, Nico? Quero te mostrar sua nova casa. —
Ela chamou o animal, puxando-o pela cordinha.
O difícil vai ser convencer a bonequinha de que o Nico terá que
voltar para o curral. Já estou até com pena do cavalão...
Saber que tentaram sequestrar minha filha me deixou atordoado. No dia do
ocorrido, ela chegou a casa toda alterada. Achamos que tinha sido por causa
do incêndio. Agora, percebo que a situação é mais complicada do que
imaginávamos.
— Tomara que a Bia não faça o que você fazia quando trouxe o
Algodão lá para o celeiro. Me lembro como se fosse hoje. Você era um pouco
maior do que sua filha, acho que tinha de sete pra oito anos. Passava o dia
inteiro andando para cima e para baixo com o animal. Sua mãe ficou louca da
vida quando você fugiu no meio de uma tempestade para ir dormir com o
bezerro. Ninguém sabia onde você estava. No dia seguinte, um dos
empregados o encontrou dormindo ao lado do bicho, sobre um amontoado de
feno. Que a Bia não nos apronte uma dessas — disse Bertha, gargalhando
alto, fazendo-me voltar dos meus devaneios.
— Enquanto vocês conversam, vou ver o que a bonequinha está
aprontando — disse Lizzy, sorrindo à beça.
— Potranca, por favor, coloque o bezerro dentro de uma das baias e
traga a Bia para casa. Se deixarmos, ela passará o dia enfiada no estábulo.
Ao entrar em casa, fui direto para o escritório. Peguei o telefone e
disquei o número do meu amigo e xerife, Stewart. Eu iria passar na delegacia
no dia seguinte, mas estava ansioso demais para esperar tanto tempo.
— Quanto tempo, Parker!
— E aí, Stewart. Eu quero saber como andam as investigações sobre o
caso da escola. A Bia me falou que tentaram sequestrá-la no mesmo dia em
que houve o incêndio. Algo me diz que as duas coisas estão relacionadas.
Estou disposto a ajudar a polícia no que for necessário para pegar os
infelizes. Só vou sossegar quando os desgraçados estiverem atrás das grades.
— Benjamin, isso que você está me contando é muito sério. Será que
a Bia não confundiu as coisas? Podia ser só um vizinho querendo dar uma
carona para ela.
— Não, Stewart, você sabe como a Bia é esperta. Se fosse alguém do
nosso ciclo de amizades, ela os reconheceria. A pequena só me contou isso
hoje porque foi ameaçada. Não quer nem voltar para a escola de tão assustada
que está.
— Vou precisar conversar com ela. Acabei de sair da fazenda dos
Campbell. Chego aí em poucos minutos.
— Fico no seu aguardo.
Desliguei o telefone e fui tomar uma chuveirada. Minha cabeça estava
fervilhando de preocupação. Vasculhei minha mente à procura de pessoas
com as características que a Bia descreveu, mas não me recordei de ninguém.
Quem quer que tenha sido, sabe nossa rotina, os horários dela. Pois, o único
período do dia em que a Bia não está em minha companhia ou sob os
cuidados de alguém da fazenda, é quando está na escola. Para a pessoa ter
essas informações, ou nos conhece muito bem ou andou nos vigiando.
Depois do banho, desci para me encontrar com o xerife. Ao chegar à
sala, o vi, bem à vontade, conversando com a Lizzy. Ao notar minha
presença, ele se levantou e veio me cumprimentar.
— Parker, agora eu entendo por que você não apareceu mais para
tomarmos umas cervejas. Não te julgo, meu amigo, se eu estivesse em seu
lugar, também não sairia de casa, ou melhor, da cama — disse ele, de um
jeito brincalhão, olhando para Lizzy.
— Deixe de gracinhas e me conte como vão as investigações sobre o
caso que lhe perguntei.
— Xerife, foi um prazer conhecê-lo — declarou Lizzy, ao se
levantar.
— Fique conosco, baby. A conversa também é do seu interesse —
pedi, segurando em sua mão. Ela assentiu com a cabeça e sentou-se
novamente.
— Vejo que o negócio entre vocês está sério. Já se tratam até por
apelidos. Quem diria, Benjamin Parker, o garanhão mais indomável do
Texas, laçado e domado por uma forasteira nova-iorquina — verbalizou
Stewart, gargalhando exageradamente.
— Vamos, homem. Me conte tudo o que já descobriram sobre o caso.
Estou com os nervos à flor da pele.
— Não sabemos de muita coisa. Por enquanto, de evidências, temos
apenas alguns galões de gasolina que foram encontrados no local onde o fogo
começou. Mas não foram encontradas digitais neles. Até o momento, não
temos testemunhas ou suspeitos. Quem fez o serviço sabe como encobrir os
rastros. Se não surgirem novas pistas, o caso vai ser arquivado por falta de
provas.
— E as câmeras de segurança da escola? Não registraram nada? —
questionei, passando a mão na nuca.
— Não sabemos como, mas elas estavam desligadas no momento do
ocorrido. Solicitamos as imagens das câmeras de segurança da vizinhança,
mas a única coisa que vimos foi um carro preto estacionado próximo à
escola. Contudo, o veículo não nos pareceu suspeito. Ao consultarmos a
placa, não vimos nada de anormal.
— O carro preto que a Bia falou! — disse Lizzy, embasbacada,
virando-se para mim. Ela parecia mais preocupada do que eu.
— Oi, tio Dane. Por que não trouxe a Jolie para brincar comigo? Ela
ia adorar conhecer o meu bezerrinho Nico — falou Bia, abraçando o xerife.
— Oi, Bia. Eu estava aqui perto e resolvi fazer uma visitinha rápida.
Hoje não deu para trazer a Jolie. Mas que história é essa de bezerro? Me
conta.
— A mamãe dele morreu, aí o papai me deixou trazer ele para casa.
Agora eu sou a nova mamãe dele.
— Que legal! O Ben deve estar adorando ter um bezerro de
estimação — disse o filho da puta, olhando para mim. Percebia-se que ele
segurava o riso.
— Ele vai morar aqui até ficar bem grandão — disse Bia, fazendo um
gesto com as mãos. Era o que eu temia.
— Não duvido disso. Mas agora, eu quero que você me conte tudo o
que aconteceu no dia do incêndio. Pode ser?
— Hunrum — ela assentiu, sentando-se no sofá. Enquanto Bia
contava o que tinha acontecido no dia do incidente, o xerife ia anotando todas
as informações em um bloquinho de papel.
— Okay. Tudo anotado, Bia. Você é uma menina muito corajosa.
Agora, eu gostaria de conversar à sós com o seu papai.
— Tá bom, tio Dane. — Bia deu mais um abraço no xerife e saiu
andando em direção à cozinha.
— Você acha que há uma ligação entre os fatos? — perguntei
nervoso, inquieto.
— É cedo para dizer, mas é possível. Você já pensou na possibilidade
de que essa mulher misteriosa possa ser a Susan? Ela pode ter se arrependido
de ter abandonado a filha e quis vê-la. Ela sabe que se viesse aqui não seria
bem-vinda.
— Não me faça rir, Stewart. A Susan arrependida? E quanto ao
incêndio? Você não acha coincidência de mais?
— Benjamin, as ruas estão cheias de vândalos. Podem ter colocado
fogo na escola só para causar pânico na população. Por enquanto, só temos
suposições. Para levar o caso adiante, precisamos de provas concretas.
— Okay, então. Vou procurar saber se aquela maldita está na cidade.
Ela que não ouse se aproximar da minha filha. Ela perdeu esse direito quando
a abandonou.
— Se surgirem novas pistas eu te informo. Por enquanto, fique atento
a quem se aproxima da Bia. Se foi uma tentativa de sequestro, nada impede
que tentem novamente. E, fique de olho nos seus animais. Os ladrões de gado
voltaram a atacar. Os Campbell foram as vítimas da vez. Tiveram um baita
prejuízo.
— Coitados, quando estão se reerguendo, acontece uma coisa dessas.
— Acreditamos que alguém da região esteja envolvido nos roubos,
pois os ladrões sabem os pontos fracos das fazendas, rotas de fuga...
— Desgraçados. Vou contratar mais alguns homens para reforçar a
segurança. Não posso entregar meus animais de bandeja para esses infelizes.
— Faça isso mesmo, Parker. E, caso veja alguma movimentação
suspeita nos arredores, não hesite em me ligar. Agora, preciso voltar à cidade.
— Em breve te ligo para tomarmos uns drinques — falei,
acompanhando-o até a porta.
— Tchau, Lizzy. Espero te ver em breve — disse Stewart, acenando
para ela.
— Digo-lhe o mesmo, xerife — respondeu ela, retribuindo o aceno.
Depois do almoço, me tranquei no escritório e procurei pelo telefone
da tia da Susan, eu sabia que por uma boa quantia, a velha abriria o bico e me
contaria tudo o que eu queria saber.
— Oi, Grace. Aqui é o Benjamin Parker. Quero uma informação e
vou lhe pagar uma boa quantia por ela. Espero que seja sincera comigo. Você
sabe que eu não tolero que me façam de idiota.
— O que quer saber, Parker?
— Quero notícias da sua sobrinha. Principalmente, se ela esteve na
cidade nos últimos dias.
— Já faz mais de seis meses que aquela ingrata me ligou. Nem meus
depósitos mensais ela está fazendo. E até onde eu sei, ela não esteve na
cidade. Aliás, desde que foi embora, nunca mais voltou. Mas por que você
quer saber disso agora?
— Isso não lhe diz respeito, Grace. Mas se tiver alguma informação
útil, me ligue. Você sabe que eu sou muito generoso — falei e desliguei o
telefone em seguida. A velha não é de confiança, mas pareceu dizer a
verdade.
Ao sair do escritório, passei no quarto da Lizzy. Depois de duas
batidas na porta, ela disse:
— Pode entrar.
— Oi, potranca.
— Oi, garanhão. Você está mais calmo? Tudo isso vai ser esclarecido,
confie em mim.
— Espero que sim. Mas eu vim aqui saber se você quer sair comigo
hoje à noite? Música ao vivo, cerveja, pessoas animadas. O que acha? —
perguntei ao me deitar ao seu lado.
— Me parece ótimo — declarou, repousando a cabeça em meu
ombro.
Depois de um tempo perdidos em nossos próprios pensamentos, ela
indagou:
— Você acha que a mulher que a Bia descreveu pode ser a mãe dela?
— Não sei. As características físicas não batem. Além do mais, ela
nunca quis a Bia. Em troca de que ela sequestraria a própria filha?
— Ela pode estar sem grana e viu no sequestro uma forma de
conseguir algum dinheiro.
— Pode ser. Da Susan é de se esperar qualquer coisa. Mas por
precaução, eu liguei para a megera da tia dela, e a velha me garantiu que não
tem conhecimento de que a Susan tenha retornado para Austin.
Após o jantar, subi para me arrumar. Vesti um jeans escuro, camiseta
branca, coturno e uma jaqueta preta de couro. Desci e fiquei esperando a
potranca na sala de estar. Não demorou para ela aparecer no meu campo de
visão. Linda, cheirosa e gostosa como sempre.
— Se aqueles cowboys se aproximarem de você, vou enchê-los de
porrada.
— Calma aí, garanhão. Você não vai bater em ninguém. E se você
não se comportar, não comerá minha bocetinha hoje.
— Isso é golpe baixo, potranca! Vou tentar me conter, mas não
prometo nada. Você não conhece esses peões. Não podem ver carne nova no
pedaço que ficam doidos para caírem de boca.
— Eu não sou um pedaço de carne, cowboy.
— Mas é tão suculenta quanto um — retruquei, dando-lhe um tapa no
traseiro.
— Você sempre leva as conversas pra esse lado, não é? —
questionou, cruzando os braços e erguendo umas das sobrancelhas.
— Se tem coisa melhor para falar, eu desconheço.
— É melhor mudarmos de assunto ou não iremos a lugar algum. E a
propósito, vestido desse jeito, você nem parece um fazendeiro. Durante o dia
é um cowboy tosco, e à noite se transforma em um motociclista sexy e
gostoso? É isso? Hoje eu vou foder com o motociclista mais gato de todo o
Texas — declarou, apertando meu pau.
— Você está toda soltinha, hein? E é porque nem bebeu ainda.
Ela usava uma saia preta, bem curta, colada no corpo, uma blusinha
vinho e uma jaqueta de couro. Nos pés, uma botinha de cano curto alongava
sua silhueta, deixando-a deliciosamente sexy. Um batom vermelho-escuro
chamava a atenção para sua boca carnuda e sensual. Aquilo deixava qualquer
homem louco de tesão.
— Vamos logo, garanhão. Se você continuar me olhando assim,
subirei para o quarto e vou fazer você me chupar até eu gozar em sua boca —
disse ela, puxando-me para o lado de fora da casa. Suas palavras fizeram meu
pau vibrar de desejo.
A mulher sabe mexer com minha cabeça...
— Eu não sabia que você gostava de motocicletas — declarou, ao ver
minha Harley Davidson estacionada no jardim.
— Se você não quiser ir sobre duas rodas, podemos ir de carro.
— Claro que vamos nessa belezinha. Eu sempre tive fetiche por dois
tipos de homens: motociclistas tatuados e cowboys sarados. Você tem tudo o
que eu aprecio em um macho, cavalão. Mas não fique se achando, seu
convencido de uma figa.
— Soltei uma gargalhada rouca e falei:
— Elizabeth Collins, não me restam mais dúvidas, eu sou o homem
da sua vida.
— Benjamin, não vá me deixar cair, hein — falou Lizzy, ao se sentar na
garupa da minha moto.
— Isso não vai acontecer, meu bem. Relaxe e aproveite o passeio.
— Okay — disse ela, agarrando-me pela cintura. O seu toque, o seu
cheiro, o seu corpo junto ao meu, me causavam uma sensação maravilhosa.
Quando chegamos ao Jack’s Bar, estacionei a moto um pouco distante
da entrada. Lizzy, com aquela saia minúscula, seria um prato cheio para a
peãozada que conversava em frente ao estabelecimento.
— Não sei por que você estacionou tão longe — resmungou.
— Você acha mesmo que eu ia deixar aqueles machos olharem para
sua bunda? Esse rabinho é só meu, esqueceu?
— Não esqueci. Mas por que todos estão nos olhando? — indagou, ao
notar os olhares dos presentes. A nossa chegada não passou despercebida.
— Porque você é a mulher mais linda deste lugar. Agora, vamos
entrar. Quero que conheça meus amigos e donos do bar, o Jack e sua esposa
Amy — falei, acariciando seu rosto.
— Okay, ciumento — zombou, com um sorriso arteiro no rosto.
— Olá, Amy! — cumprimentei-a, ao vê-la servindo uma mesa,
próximo à entrada do estabelecimento.
— Oi, Benjamin! Que surpresa boa. Fazia um tempão que você não
aparecia por aqui. O Jack foi lá dentro, mas voltará logo. E quem é essa bela
mulher em sua companhia?
— Esta é a Lizzy, amiga da Melissa. Ela é de Nova York e está
passando as férias na fazenda.
— Prazer, Lizzy. Eu sou a Amy, uma velha amiga do Benjamin. Logo
vi que você não era daqui. Suas roupas lhe entregaram. Mas tenho que
confessar que adorei o seu estilo. Aliás, vocês estão parecendo um casal de
motociclistas.
— O prazer é todo meu, Amy. Porém, estarmos vestidos assim foi só
coincidência. Eu nem sabia que o Ben curtia motocicletas.
— Pois é, garota, o Ben é uma caixinha de surpresas. Acostume-se.
— Ei! Parem de falar como se eu não estivesse aqui.
— Calado! — as duas gritaram ao mesmo tempo, fazendo-nos rir.
— O que está acontecendo aqui, querida? — perguntou Jack, ao
entrar no ambiente, segurando duas garrafas de vodca.
— É o Benjamim, amor. Você sabe que ele me tira do sério —
declarou Amy, sorrindo para o marido.
— Nunca mais tinha dado as caras, Parker. E quem é essa belezura?
— indagou meu amigo, todo curioso.
— Cara, tire os olhos da minha mulher, e se comporte como um
homem casado — falei sério.
— Garota, não dê trela para o Benjamin. Saia fora enquanto há tempo.
Depois não diga que eu não avisei — disse Jack, balançando a cabeça em
reprovação.
— Para de queimar meu filme, porra!
— Meninos, comportem-se. Vocês vão acabar assustando a Lizzy.
Ben, você vai querer o de sempre? — perguntou Amy, colocando dois copos
sobre o balcão.
— Sim. Traga uma dose de uísque e uma cerveja, por favor.
Estava indo tudo bem, até que eu vi a Jane entrar no bar. Eu sabia que
ela não perderia a chance de arrumar confusão. Transamos algumas vezes e
ela se acha a minha dona. A mulher é pior do que carrapato. Esse foi um dos
motivos que me levou a não transar com a mesma mulher mais de uma vez.
Ao menos, esse era o plano, até a Lizzy aparecer em minha vida.
— Quem é essa vadia, Benjamin? — questionou Jane, aos berros.
— Isso não é da sua conta. — Olhei-a com cara de poucos amigos.
Ela sabe que eu não aturo chiliques, principalmente de quem não é nada
minha.
— Claro que é! Você é meu homem. — Ouvir sua voz irritante me
enchendo o saco, me fez perder a pouca paciência que me restava.
— Eu já te falei um milhão de vezes que não sou e nunca serei seu
homem. Será que é tão difícil de entender? Pelo amor de Deus, tenha um
pouco de amor-próprio. Pare de correr atrás de quem não te quer. — Minha
voz saiu mais alta do que gostaria, atraindo a atenção dos clientes.
— Você me paga, sua cachorra. Ele não fica comigo, mas também
não fica com você, escute o que eu estou lhe dizendo.
— Olha como fala comigo, sua vadia — Lizzy falou em um tom
calmo, mas que amedrontava mais do que uma arma apontada para a cabeça.
— Ah, é? vai fazer o quê? — indagou Jane, desafiando-a. Ela não
sabia com quem estava se metendo.
— Vou ter o prazer de quebrar essa sua cara de puta barata. Se você
soubesse como eu tenho ódio de vadias, já tinha sumido das minhas vistas.
— Estou morrendo de medo... — proferiu Jane, com os braços
cruzados, batendo, insistentemente o pé no chão.
— Cai fora, Jane! Nos deixe em paz, porra! — falei exaltado, pouco
me lixando para o falatório no dia seguinte.
— Eu vou, mas isso não acabou, Benjamin. Você vai se arrepender
por me desprezar desse jeito.
— Você está bem, baby? Me desculpe por isso. Essa confusão não
estava nos meus planos — declarei, quando a maluca da Jane se afastou.
— Estou bem. Não se preocupe.
— Certo. — Eu estava me odiando por tê-la colocado naquela
situação. Lizzy não merecia ser distratada daquela maneira.
— Ben, essa Jane nunca deixará de correr atrás de você. Tenha
cuidado. Senti um tom de ameaça em suas palavras. Mulher rejeitada é um
perigo. São capazes de fazer loucuras — disse Amy, me servindo mais uma
dose de uísque.
— Eu não tenho medo das ameaças daquela maluca. E, nem paciência
para aturar seus showzinhos.
— Com licença, vou ao banheiro. — Lizzy pegou sua bolsa na
banqueta ao lado e começou a andar em direção ao corredor, que dava para os
banheiros. Era a oportunidade perfeita para darmos uns amassos.
— Não demore, potranca — observei-a caminhar entre as pessoas.
Meu sangue ferveu quando vi a macharada olhando-a com desejo. Respirei
fundo e tomei mais um gole da minha bebida. Eu não podia arrumar
confusão, então, repetia mentalmente: tenha calma, homem, olhar não arranca
pedaço.
Uns dois minutos depois que ela tinha saído, fui à sua procura. Entrei
no banheiro feminino e tranquei a porta por dentro. Lizzy ficou surpresa ao
me ver através do espelho.
Eu precisava dar uma aliviada no meu pau, ele estava duro desde que
saímos da fazenda. Quando a convidei para irmos ao bar do Jack, eu não
tinha a intenção de comê-la no banheiro. Mas a ideia de transarmos ali, me
deixava excitado pra caralho.
— O que está fazendo aqui, Benjamin? Você sabe que aqui é o
banheiro feminino, certo?
— Sei. E, estou no lugar certo. Eu preciso te foder agora. Você está
me deixando maluco com essa saia. — Virei de frente para mim e beijei sua
boca com vontade, com pressa. Aquilo era gostoso, excitante, proibido,
intenso.
— Isso é loucura. E se alguém entrar aqui? — indagou, ao afastar
nossas bocas.
— Por isso tranquei a porta. É só uma rapidinha, baby.
Lizzy mordeu o lábio, enlouquecendo-me, deixando meu pau mais
duro do que uma barra de ferro. Abri a calça e o coloquei para fora, ele estava
quente, pulsante, louco por ela.
— Como ele está duro! — declarou, olhando para o meu caralho com
desejo. Levou dois dedos até a glande e espalhou minha lubrificação. Em
seguida, colocou-os na boca e os chupou de um jeito bem pornográfico,
fazendo-me gemer.
— Humm... que delícia. Levemente salgado, do jeitinho que eu gosto
— provocou-me. Eu queria que ela caísse de boca no meu pau e me chupasse
até eu gozar em sua cara. Mas isso ia ficar para outro momento. Eu teria que
me contentar com uma rapidinha.
— Apoie-se na bancada, empine a bunda e abra bem as pernas —
pedi, levantando sua saia. Abaixei sua calcinha, segurei nas duas bandas de
sua bunda, abrindo-as, e comecei a lamber sua bocetinha rosada. Lizzy gemia
e ondulava sem controle, excitada, submersa no desejo, na paixão. Suguei
todo o líquido transparente que jorrava de sua fenda, fazendo-a convulsionar,
lamuriar de tesão.
— Humm... ahh... vai, cavalão... me come logo... quero sentir esse
pauzão dentro da minha boceta... — pediu em um miado, dengosa.
Levantei-me, olhei-a através do espelho e vi seus olhos pesados,
cheios de luxúria. Lizzy gemia e mordiscava os lábios, deixando-me louco de
tesão. Sem quebrar nosso contato visual, segurei em seu pescoço e comecei a
esfregar o meu caralho na sua xoxota e fui entrando devagar, aumentando a
velocidade gradativamente. Era delicioso comê-la enquanto olhava para seu
rosto carregado de tesão e lasciva.
— Abram a porta. Eu sei que tem gente aí dentro. Estou ouvindo a
sem-vergonhice de vocês — falava uma mulher esmurrando a porta.
Continuei metendo fundo na bocetinha da Lizzy, acelerando as
arremetidas. Saber que tínhamos sido descobertos, me fez sentir um prazer
fora do comum, avassalador.
Eu não sei se foi a adrenalina de estar transando em um banheiro de
bar, mas eu não me recordo de sentir tanto prazer.
— Vai, cavalão, acelera. A Amy pode vir conferir o que há de errado
no banheiro e nos pegar no flagra.
— Ohh... que rapidinha deliciosa. Precisamos repetir mais vezes.
Depois de algumas arremetidas, gozamos gostoso. Saí do banheiro e a
deixei se limpando em uma das cabines. Uns cinco minutos depois de eu ter
voltado do meu sumiço repentino, Lizzy se sentou ao meu lado e pediu uma
cerveja.
— Aconteceu alguma coisa? Vocês sumiram de repente e aparecem
com essas caras de quem acabou de foder.
— Fui ao banheiro retocar a maquiagem, Amy.
— Vinte minutos para retocar a maquiagem, garota? Conta outra. E
você, Benjamin, onde estava?
— Amy, não que seja da sua conta, mas eu estava lá fora falando ao
telefone.
— Como vocês mentem mal. Vieram reclamar que a porta do
banheiro feminino estava fechada, e que escutaram gemidos vindos lá de
dentro.
— Argh! Não diga que nunca deu uma rapidinha no banheiro com o
Jack. Porque eu me lembro muito bem que vocês viviam se pegando pelos
cantos. Inclusive nos banheiros de bar.
— Nem me lembre... a que tempos bons ... — disse ela, pensativa,
com sorriso bobo no rosto. Não conseguimos segurar a risada. Amy é uma
figura.
Quando ouvi uma música country romântica tocando, senti vontade
de tirar a Lizzy para dançar. Levantei-me e estendi minha mão para ela.
— Está me convidando para dançar, cowboy?
— Estou. Você me dá essa honra, bela donzela? — perguntei, fazendo
reverência.
— Claro. Você sabe que eu adoro dançar.
— Sei bem — respondi, me lembrando das situações em que ela já
me meteu.
Lizzy encostou seu rosto no meu peito e dançamos como se, ali, não
houvesse mais ninguém além de nós dois. Quando a música terminou,
voltamos para os nossos lugares.
— Ben, vamos jogar uma partida de sinuca — chamou ela, com os
olhos brilhando em expectativa. Aquilo não me pareceu uma boa ideia.
Principalmente, por ela estar usando aquela saia minúscula.
— Não estou a fim — falei, tomando um gole da minha bebida.
— Não está a fim ou está com medo de perder para mim?
— Não tem quem me vença na sinuca, meu amor.
— Talvez você nunca tenha encontrado um oponente à altura.
— Uhhh — gritaram uns peões que estavam sentados ao lado. Depois
daquilo, eu não podia dizer que não ia jogar. Era questão de honra.
— E o que poderíamos apostar? Espero que seja algo que valha a
pena. — Ralhei.
— Ué! Podemos jogar só para nos divertirmos. — Sorriu debochada.
Aproximei-me do seu ouvido e falei:
— Eu jogo se, quando chegarmos em casa, você me deixe fazer o que
eu quiser com o seu corpo. — Ela pensou por alguns segundos e disse:
— Combinado. Mas se eu ganhar você vai ser meu submisso por uma
noite. É pegar ou largar — advertiu erguendo as sobrancelhas.
— Meu Deus, mulher! Esse é seu fetiche? — perguntei incrédulo.
— É só um deles, garanhão. Também tenho fetiche de ser fodida no
estábulo — confessou em um meio-sorriso.
— Posso saber quais são os seus planos? É complicado entrar em uma
aposta dessas sem saber o que está em jogo — indaguei cruzando os braços.
— A única coisa que você precisa saber, é que será bem gostoso —
disse mordiscando o lábio inferior.
— Que os jogos comecem, então — proferi caminhando até a mesa de
sinuca. Depois de organizar as bolas peguei um taco e olhei para a loira de
um jeito desafiador.
Se ela quer jogar, vamos nessa...
Quando ela se posicionou para dar a primeira tacada, meu coração
disparou em um ritmo frenético. A safada se empinou toda, tirando minha
concentração, fazendo os cowboys virarem os pescoços para olharem para
sua raba. Aquilo fez meu sangue ferver dentro das veias. A safada ia me
pagar por me desafiar em público. E o pior, na frente de amigos, conhecidos e
de alguns empregados da fazenda.
Assim que terminei de dar minha tacada, me posicionei atrás dela. Eu
não iria permitir que a macharada visse o que não devia. Não gosto que
fiquem de olho no que é meu. Desde que conheci a sem-vergonha, descobri
que sou um homem ciumento, possessivo.
— Ben, você está me atrapalhando. Dá para se afastar, por favor?
— Não vou me afastar coisa nenhuma. Todos estão vendo sua
calcinha. É isso que você quer? Se expor para a cidade inteira?
— Sai daí, cavalão. Não estão vendo nada — retrucou, me dando uma
cotovelada. É muito atrevida mesmo. Afastei-me só o suficiente para que ela
pudesse jogar. O que fez com maestria.
Depois de fazer uma análise meticulosa das jogadas dei uma tacada
certeira, que encaçapou a bola lindamente, fazendo a loira bufar de raiva.
O jogo seguiu acirrado. Surpreendi-me com as estratégias de jogo da
Lizzy. Parecia ter anos de prática.
— Nossa, que calorão! — proferiu ela, tirando a jaqueta. Não bastava
mostrar a polpa da bunda? Tinha que mostrar os peitos também? Não estava
fazendo calor coisíssima nenhuma. Eu sabia muito bem o que ela estava
tentando fazer: me provocar, desconcentrar, perturbar o meu juízo.
Olhei para o seu corpo com desejo, ciúme, raiva. Dei uma olhada ao
redor, e vi aquele monte de marmanjos babando por ela. Respirei fundo e
tentei me concentrar no jogo. Mirei nas bolas e acertei em cheio,
encaçapando duas de uma só vez.
— Cacete! Pelo andar da carruagem, vou perder o jogo — disse
desanimada.
Que mulher competitiva...
Os cowboys esperavam ansiosos para saberem quem seria o grande
vencedor daquela disputa. Antes de dar a tacada, Lizzy passou um bom
tempo estudando as melhores posições.
Ela acertou a bola que havia mirado, mas no percurso a bola se
chocou com outras e passou bem longe da caçapa. Enfurecida, a loira jogou o
taco sobre a mesa e começou a andar em direção ao balcão do bar.
Em meu rosto, havia um sorriso vitorioso. Não só por ter ganho o
jogo, mas porque eu tinha muitos planos para aquele corpinho.
— Vamos para casa, Ben. Pra mim já deu!
— Okay. Mas primeiro, vamos nos despedir da Amy e do Jack.
— Tá legal.
— Pessoal, já estamos de saída. Foi bom rever vocês — falei,
abraçando meus amigos.
— Ainda é tão cedo. Nos prometam que virão na festa da cidade no
próximo final de semana. Lizzy, você ainda vai estar na cidade? — indagou
Amy.
— Sim, estarei. E será um prazer vir à festa.
— Combinado, então. Fiquei muito feliz em conhecê-la, já lhe
considero uma amiga. Espero que em breve você se torne uma moradora de
Austin.
— Obrigada. Eu gostei muito deste lugar. Trouxe-me uma paz interior
inimaginável. E se um dia eu resolver me mudar, aqui será o meu destino.
— Que bom — declarou Amy, dando um abraço apertado na Lizzy.
— Até mais, meus amigos — falei, acenando para eles.
— Até mais, pombinhos — disse Jack, todo sorridente.
— Adorei nossa noite, Ben. Obrigada por me trazer neste lugar
maravilhoso. — Você falando assim, até parece que à noite acabou. Mas ela
só está começando, senhorita Collins.
Apesar do ocorrido com a piranha da Jane, a noite estava sendo maravilhosa.
Claro que fiquei enciumada e com vontade de quebrar a cara daquela puta,
mas eu não podia passar uma imagem de mulher ciumenta, barraqueira e
insegura.
Adorei transar no banheiro do bar. Foi arriscado, excitante. Ben não
desperdiça oportunidades de uma boa foda. Para ele não tem hora ou lugar
inapropriado. O safado sempre arruma um jeito para saciar os seus desejos
carnais. O homem tem um fogo inigualável, imbatível.
Ao chegarmos ao estacionamento, o cowboy me olhou de um jeito
ameaçador. Eu sei que meu comportamento o irritou, mas eu gosto de
provocá-lo, de atiçar sua fúria, seu lado mais cruel.
— Por que você é tão atrevida, Elizabeth? No que estava pensando
quando me desafiou na frente de todo mundo? Acha que vai ficar por isso
mesmo? — Engoli em seco com cada questionamento.
O que será que ele vai fazer comigo? Será que exagerei?
— Dizem que “no jogo do amor, vale tudo”. Sei que te provoquei,
mas eu só queria ganhar a aposta, algemá-lo na cama e rebolar na sua cara.
Não fiz nada de mais, garanhão.
— Todo ato tem suas consequências, Elizabeth. E não vai ser
diferente com suas ações — disse ele, de um jeito autoritário.
Na volta para casa, enfiei minhas mãos por baixo de sua camiseta e o
apertei com firmeza. O contato com sua pele e o cheiro embriagador de seu
perfume, fizeram minha boceta umedecer em expectativa. Não satisfeita,
escorreguei minha mão para dentro de sua cueca.
— Ohh... porra... — Enquanto eu acariciava seu pau, Ben gemia e
falava palavrões incompreensíveis.
Quando chegamos à fazenda, o cowboy estacionou a moto em frente
ao estábulo. Meu coração acelerou de ansiedade.
É o que estou pensando? Ele irá realizar meu fetiche? Não bastou
aquele sexo delicioso no banheiro? São muitas emoções para minha pobre
perseguida.
O cowboy olhou para mim e sorriu maliciosamente. Seu olhar
descarado varreu todo meu corpo, me despindo, deixando-me excitada,
arfante. O safado se aproximou e perguntou em um sussurro:
— Preparada para ser fodida sobre o feno?
— Claro — falei, dando um sorriso de canto de boca.
— Eu também tenho os meus fetiches, baby — declarou ao entrarmos
no estábulo.
— Claro que tem. Só espero que não sejam muito esquisitos —
declarei, fazendo-o rir.
— Não é nada demais. Só vou chicotear essa bundinha deliciosa —
respondeu, apertando meu traseiro enquanto roçava sua ereção em minha
boceta.
Benjamin aproximou sua boca da minha e me deu um beijo
arrebatador. Suas mãos mapeavam todo o meu corpo, deixando-me rendida
às suas safadezas. Desde que seu pau terminasse enfiado dentro de mim, ele
poderia fazer o que bem entendesse com o meu corpo: chicotear, torturar, me
virar ao avesso, de cabeça pra baixo...
O sem-vergonha pegou em minha mão e me levou até o final do
estábulo. Ele abriu uma bolsa que estava em cima de um fardo de feno e
pegou um lençol, uma corda, um chicote e uma coleira de couro com
corrente. Olhei-o embasbacada. Vi um sorriso se formando na curva dos seus
lábios, deixando-me ansiosa, desconcertada.
— Hoje você vai ser minha cadelinha — o safado falou
maliciosamente, cheio de luxúria.
Que cachorro filho da puta! É por isso que o safado não queria
jogar. Para ele não fazia diferença em ganhar ou perder. Ele comeria minha
bocetinha de qualquer jeito.
— Mas...
— Xiu... — Tampou minha boca com o indicador, impedindo-me de
contestar, de falar qualquer coisa.
— Eu ganhei a aposta, potranca. Só quero usufruir do meu prêmio —
declarou, passando a ponta do chicote no meio das minhas coxas, fazendo-me
arrepiar.
— Quando foi que você trouxe essas coisas pra cá, Benjamin? Já
tinha tudo planejado, não é?
— Eu as trouxe enquanto você se arrumava. Mas vamos partir para o
que interessa? — Meu coração batia rápido dentro do peito. Todavia, não era
medo ou hesitação. Era a realização de um sonho, de um dos meus desejos
mais intrínsecos.
— Tire a roupa. Quero ver o seu corpo nu — o cowboy continuou a
falar.
Tirei a roupa, lentamente, prestando atenção às suas reações. Ao tirar
a calcinha, girei a peça na ponta do dedo e joguei-a no cretino. Ele pegou o
pedaço de pano encharcado por minha lubrificação e o levou até o nariz,
inspirando meu cheiro, gemendo, jogando sujo.
— Eu amo seu cheirinho de mulher no cio — falou, soltando um
grunhido.
É por isso que o safado me comprou uma coleira! Sou potranca,
cadela. Do que mais ele vai me chamar?
Ele se aproximou, colocou meus pulsos um sobre o outro e os
amarrou com uma corda. Depois, colocou a coleira em meu pescoço, fazendo
de mim, sua cadela, sua putinha, sua escrava.
Benjamin segurou na ponta da corrente e deu duas voltas em torno do
seu pulso, puxando-me para mais perto de si. Em seguida, tomou meus lábios
em um beijo esfomeado.
Quando ele desgrudou nossas bocas, senti seus lábios trilharem um
caminho altamente excitante. Eles passearam por meu queixo, pela curva do
meu pescoço, até chegarem aos meus seios sensíveis, fazendo-me gemer e
lamuriar em resposta.
— Deite-se e mantenha as mãos acima da cabeça. Quero ter uma
visão privilegiada desse seu corpo tesudo — ordenou com a voz firme.
Quando me deitei, Ben se aproximou e deslizou o chicote por meu
rosto, seios, barriga e coxas. Meu coração batia acelerado, a respiração saía
entrecortada.
Sem que eu esperasse, o safado desferiu algumas chicotadas em
minha boceta, fazendo-me gritar a cada golpeada. O local estava vermelho e
ardia pra cacete, mas o que ele fez em seguida, proporcionou-me um prazer
surreal. Benjamin se ajoelhou, segurou em minhas coxas e caiu de boca em
minha xoxota judiada.
— Como eu adoro ver essa boceta toda molhadinha. Quer meu
caralho atolado aqui? Que eu a encha de porra? — perguntou, enfiando um
dedo na minha boceta.
— Sim... — Levantei meu quadril e comecei a rebolar naquela boca
deliciosa. Eu queria tocá-lo, puxá-lo contra meu sexo, mas para isso, teria que
desobedecê-lo, infringir as suas regras.
Contudo, a vontade de gozar em sua boca foi maior. Então, ergui as
mãos e o puxei pelos cabelos, aumentando a fricção, sufocando-o em minhas
dobras molhadas.
Minha boceta estava latejando, prestes a entrar em combustão. Em
questão de minutos, fui tomada por um orgasmo ensurdecedor.
Ben continuou me devorando com a boca, tomando cada gota do
líquido cremoso que escorria da minha intimidade.
Toda vez que sua língua tocava em meu clitóris, meu corpo
convulsionava por completo.
O cowboy se levantou e tirou suas roupas. O seu pau estava teso,
inchado, bem apetitoso. Não pude evitar que minha boca salivasse ao vê-lo
todo lambuzado de pré-gozo. Parecia chamar por mim.
— Eu falei para manter as mãos acima da cabeça, Elizabeth. Por que você
sempre faz o contrário do que eu digo, caralho? Porque adoro ser castigada
por você — confessei manhosa. — Ajoelhe-se e chupe meu pau até eu gozar.
Por ora, este será o seu castigo. — Aquilo foi música para os meus ouvidos.
Parece que ele estava lendo os meus pensamentos.
Coloquei seu caralho em minha boca e o devorei devagar, degustando
seu sabor, o cheiro de homem excitado, de homem tesudo. Ele gemia de
olhos fechados, aproveitando cada carícia, lambida, sucção.
— Ohhh... porra... que gostoso... chupa, vadia, eu sei que você gosta
do meu pau atolado em sua boquinha — O homem parecia estar possuído.
Puxava em meus cabelos e gemia sem parar. Depois de um bom tempo me
deliciando naquela rola, senti os jatos de porra sendo derramados dentro da
minha boca gulosa. Olhei para cima e, em seus olhos, vi luxúria, pecado,
devassidão.
— Humm... — gemi satisfeita, limpando os cantos da boca. Senti um
prazer descomunal ao ouvi-lo gemer enquanto gozava. O som rouco dos seus
grunhidos me abrasava por dentro, fazendo um tesão absurdo crescer dentro
de mim.
— Fique na posição de cachorrinho, putinha — disse ele, em um tom
autoritário.
Quando me posicionei conforme o ordenado, ele alisou e apalpou
minha bunda. Em seguida, deslizou a ponta do chicote por minha coluna,
bunda e panturrilhas, fazendo os pelos do meu corpo eriçarem. O contato do
couro em minha pele, deixava-a ainda mais sensível, os bicos dos seios
pontudos e os batimentos cardíacos descompassados.
Não demorou para o cowboy começar a chicotear meu traseiro. A
cada golpe, ele alisava o local, proporcionando-me um alívio momentâneo.
Excitação, ardência, nervosismo e ansiedade dominavam-me por completo.
Era simplesmente maravilhoso.
— Ahhh... — eu gemia alto a cada golpe desferido.
O cavalão puxava a coleira com uma mão e, com a outra, açoitava
meu corpo. As chicotadas me causavam arrepios, incitavam minha libido e
imaginação. Porém, eu queria que ele me penetrasse, me possuísse, me
levasse ao clímax mais uma vez.
— Geme, vadia — disse ele, me batendo sem dó.
— Ahh... humm... bate na sua cachorrinha... — pedi, empinando o
traseiro, oferecendo-me para ele.
— Adoro te ver tão entregue ao prazer, com essa bunda deliciosa toda
vermelhinha — falou tomado por luxúria.
Ben posicionou o pau em minha boceta e me penetrou devagar, em
um ritmo delicioso. Ele estava gostando de me ter como sua cadelinha, pois
não soltava a coleira por nada. Quando a puxava, eu sentia uma pressão em
meu pescoço, o que só aumentava meu tesão.
— Quem é o seu dono, cadelinha? — perguntou, enfiando os dedos
no vão da coleira, deixando-me quase sem ar.
— Você. — Consegui dizer. Queria que me fodesse com mais
intensidade. Comecei a rebolar em seu caralho, instigando-o a meter mais
forte, mais fundo.
— É assim que você quer, cachorra? Que eu te foda com força?
— Sim... — respondi chorosa. Ele se levantou e me puxou pela
coleira, encostando meu rosto em uma das baias. Quando voltou a me
penetrar, ondulei, gritei, tamanha era brutalidade e intensidade nas
arremetidas. Os minutos seguintes foram intensos e suados.
— Ohhh... — ele gemeu, colocou o braço na frente dos meus seios e
me fodeu com voracidade. O barulho provocado por nossos corpos, o
ambiente, a lascívia e a dominação estavam me deixando no limite do prazer.
— Goza junto comigo, baby. Estou sentindo sua bocetinha se
contraindo, apertando meu caralho.
— Ohhh... humm... — ele gemia, enquanto derramava seu esperma
dentro da minha bocetinha. — Ouvi-lo gemer daquele jeito me levou ao ápice
pela segunda vez.
Ben desamarrou os meus pulsos, tirou a coleira e me aninhou em seu
corpo suado.
Na manhã seguinte, acordei com um ranger de porta se abrindo. Abri
meus olhos e me dei conta de que tínhamos dormido no estábulo e estávamos
completamente pelados. Ben não perdeu tempo, jogou sua jaqueta sobre meu
corpo para que o intruso não me visse nua. Ele pegou a cueca no chão e se
vestiu rapidamente. Quando levantou o olhar, se deparou com o Sebastian
nos olhando como se tivesse visto um fantasma.
— Caramba, Ben! Por que não fechou a porta? Vi a moto aí fora e
pensei que fosse o Noah. Me desculpe. Eu não vi absolutamente nada —
disse o capataz, limpando a garganta, visivelmente nervoso.
— Não precisa pedir desculpas por isso, Sebastian. Eu que fui um
descuidado. Mas a Bia me contou uma coisa que me deixou muito, mas muito
irritado. — Ben se aproximou do capataz e lhe deu um soco certeiro na boca,
fazendo-o tombar.
— Mais que porra é essa, Benjamin? Por que me bateu?
— Porra, o caralho! A Bia falou que viu você com a língua enfiada na
boca da Melissa. Eu não te falei para manter suas mãos longe dela?
— Não somos mais adolescentes para você ditar o que devemos fazer.
E para sua informação, foi ela quem me beijou — disse Sebastian limpando
um fio de sangue no canto da boca.
Bingo! Eu sabia que a Melissa tinha agarrado o bonitão. A safada
não brinca em serviço.
Assim que o loiro saiu do estábulo, vesti minhas roupas e saí em
direção à casa principal. Sequer esperei pelo Benjamin.
— Amor, espere por mim — gritava o cowboy, vestindo suas calças.
Eu estava envergonhada de mais para esperar por ele.
Ao entrar em casa, fui direto para meu quarto. Preparei a banheira,
coloquei uma playlist de músicas relaxantes para tocar e entrei na água.
Fechei meus olhos e tentei relaxar. De repente, ouvi uma voz rouca falando
atrás de mim:
— O que foi aquilo, Elizabeth?
— Aquilo o quê? — Eu me fiz de desentendida.
A essa altura, ele já tinha tirado a roupa e estava entrando na banheira.
— Você saiu correndo feito uma maluca. Não precisava daquele
alvoroço todo. Apesar de tudo, o Sebastian ainda é meu homem de confiança.
Além do mais, ele é muito discreto. Nem parece ser filho da Bertha.
— O Sebastian é filho da Bertha? — perguntei, perplexa.
— É. Você não sabia?
— Não. Nunca passou pela minha cabeça que a Bertha tinha um filho,
e que esse filho fosse o capataz gostosão.
— Você acha o Sebastian gostosão? — Ben rosnou como um
animal demarcando seu território.
— Claro. Por isso que a Melissa o atacou — falei, gargalhando.
— Essa história de novo? Quero esquecer que aqueles dois andaram
se agarrando por aí.
— Será que eles transaram?
— Pelo amor de Deus, mulher! Não fale uma coisa dessas. É como se
fosse incesto. Que nojo!
— Eles não são parentes, meu bem! Podem transar o quanto
quiserem, como quiserem.
— Argh! Dá para mudar de assunto, por favor? — pediu ele, me
abraçando, repousando seu queixo em meu ombro.
— Não vou conseguir falar com o Sebastian tão cedo. Ele deve estar
pensando que sou uma qualquer.
— Ei, fique calma! Ele não vai dar com a língua nos dentes e nem vai
achar isso de você. Agora, que tal sairmos desta banheira e tomarmos nosso
café da manhã?
— Claro. — Saímos da banheira, nos vestimos e descemos para nos
alimentarmos.
Quando chegamos à cozinha, a Bia já estava sentada à mesa
esperando a Bertha servir o seu café. Ao perceber a nossa chegada, a
bonequinha nos olhou desconfiada e perguntou:
— Papai, onde o senhor dormiu? Fui ao seu quarto lhe acordar para
prepararmos a mamadeira do Nico, mas a cama estava vazia.
— O papai estava consertando o encanamento da Lizzy, quero dizer...
do quarto da Lizzy.
— Ah! Tia Lizzy, se quiser, pode ir tomar banho no meu quarto. —
Bia falou inocentemente.
— Obrigada, pequena. Mas seu pai já resolveu o problema.
— Encanamento... estou de olho em vocês dois, hein! — afirmou
Bertha, colocando um cesto de pães e uma jarra de suco sobre a mesa.
A pequena nos fitou com os olhos semicerrados e perguntou:
— O que vocês fizeram de errado? A vovó Bertha só fala assim
quando eu apronto.
— Não fizemos nada de errado, filha. A Bertha só está implicando
com a gente — respondeu Benjamin, me olhando com aquela cara de safado.
— Deve ser porque vocês estão namorando escondido.
— Filha, eu já te falei que a Elizabeth e eu estamos só nos
conhecendo.
— Eu sei, papai. Mas a tia Melissa e o tio Noah me disseram que só
beija na boca quem é namorado.
— Quando foi que vocês se falaram, Bia?
— Ontem, na chamada de vídeo que fizeram com a vovó Bertha.
— Eles falaram mais alguma coisa?
— O tio Noah falou que vem no próximo fim de semana. E a tia
Melissa disse que vocês estão apaixonados.
— Eu vou matar a Melissa. Não dê ouvidos àquela desmiolada. Você
sabe que ela não bate bem da cabeça, não é?
— Sim. Mas não precisam fingir para mim. Eu sei de tudo. Vi vocês
dois dormindo abraçadinhos no seu quarto. Mas não fique bravo. O senhor
sabe que eu sei guardar segredo — falou Bia, em um cochicho.
— Eu sei, filha, e como sei. Só não entre no quarto do papai sem bater
antes, certo?
— Certo, papai — disse ela, derramando calda de chocolate em um
pedaço de waffle.
Espero que a garotinha não tenha visto nada de indecente...
— Bertha, por que você não me disse que o Sebastian é seu filho? —
perguntei, querendo saber um pouco mais sobre o capataz misterioso.
— A Melissa não te contou?
— Não. Se o Benjamin não tivesse me falado, eu voltaria para Nova
York sem saber deste babado.
Falar em voz alta que eu voltaria para casa me deixou angustiada,
com o estômago embrulhado. Olhei de relance para o cowboy e ele estava
pensativo, não parecia nada feliz com o que tinha acabado de ouvir.
— Tia Lizzy, a tia Melissa ligou e disse que é para a senhora ligar a
porra do celular, porque ela tem algo importante para lhe contar — falou Bia,
de um jeito natural, arrancando-me um sorriso.
É bem a cara da Melissa falar essas coisas.
— Caralho! Eu já falei para Melissa não chamar palavrão na frente da
Bia, mas ela não toma jeito — disse Ben, enraivecido, olhando para Bertha.
Ele nem se deu conta de que tinha acabado de fazer o mesmo. Parece que
todo mundo na família Parker é um tanto enxerido, desbocado.
— Quer dizer que você pode ser um boca suja e a Melissa não?
Direitos iguais, meu amor — Confrontei-o.
— Eu não conto, Elizabeth — respondeu de um jeito brincalhão.
— O papai chama muitos palavrões. Mas eu só posso chamar quando
for adulta — disse Bia, sorrindo, mostrando a fileirinha de dentinhos brancos.
— Aprendeu direitinho, filha. Estou gostando de ver — disse o
cowboy, piscando o olho para ela. Ainda bem que a bonequinha sabe que não
pode ser boca suja igual seu pai. Tomara que ela continue pensando assim
quando chegar à adolescência.
— Papai, eu não vou à escola hoje. Quero ficar em casa com a tia
Lizzy e o Nico. — A pequena estava temerosa, com medo do que poderia
acontecer ao ficar longe das asas protetoras de seu pai. Eu a entendia
perfeitamente. Foi assim que me senti quando meus pais faleceram. Fiquei
sozinha, desprotegida, vulnerável.
— Claro que vai, mocinha — rebateu o cowboy.
— Benjamin, dadas às circunstâncias, acho que o melhor a se fazer é
deixar a Bia em casa até termos mais informações sobre o caso. A diretora e
as professoras irão entender a situação. Eu me comprometo em ajudar a
sapequinha com as atividades escolares.
— Tia Lizzy, eu posso fazer as tarefas só depois que eu der o mamar
ao Nico e passear com ele?
— Pode, meu amor. O dia é longo, podemos fazer muitas coisas
juntas — falei, apertando suas bochechas.
— O que aconteceu com a Bia, Lizzy? — questionou, Bertha,
intrigada com o meu comentário impensado. Achei que ela estivesse a par da
situação.
— É... é porque... ela ainda está abalada por causa do incêndio e quer
passar mais tempo comigo e com o Nico, né Bia? — perguntei-a, gaguejando.
— É por isso também, vovó Bertha. Estou com medo da mulher
malvada e do homem feio me levarem para bem longe.
Merda... Essa menina precisa de freios na boca.
— O que está havendo aqui, Benjamin? E não me venha com
mentiras. Desde ontem que você está estranho, agitado. Eu te conheço muito
bem para saber que há algo de errado acontecendo nesta casa — disse Bertha,
em um tom repreensivo.
— Bertha, não te falei antes porque quis te poupar. No entanto, pensei
bem e cheguei à conclusão que é melhor você ficar a par de tudo. Precisamos
ficar atentos ao que acontece ao nosso redor, principalmente, de quem se
aproxima da Bia. — Ben parecia procurar as palavras certas para contar toda
a história à sua governanta.
— Fale logo, menino. Pare de fazer rodeios.
— A Bia não quer ir à escola porque tentaram sequestrá-la. Pelo
menos, é o que estamos achando — Benjamin contou tudo que sabia,
deixando Bertha embasbacada.
— Só pode ter sido aquela peste. Você sabe de quem estou falando.
Ela que não se atreva a vir aqui. — Bertha só não disse o nome, mas era
evidente que ela estava falando da vaca que pariu a Bia.
— Vou comunicar à escola e fazer algumas ligações. Não vou ficar de
braços cruzados esperando a polícia resolver o caso. Por isso, contratarei uns
detetives particulares para me ajudarem a desvendar esse mistério —
declarou o cowboy.
— E eu vou ver o que a Melissa quer. — Coloquei o guardanapo
sobre a mesa e segui para o meu quarto.
Eu queria saber o que minha amiga tinha para me contar. A
curiosidade estava me corroendo por dentro. Aproveitaria para descansar um
pouco, pois, todo meu corpo estava dolorido, principalmente, meu traseiro.
Parecia que um trator havia passado por cima de mim inúmeras vezes, indo e
vindo, para lá e para cá.
Ao ligar o celular, me assustei com o tanto de ligações e mensagens
do Thomas. Sentei-me na cama e comecei a lê-las.
“Amor, onde você está? Estou com saudades. Me liga.”
“Lizzy, por favor, me atende. Preciso falar com você. Eu te amo.”
“Oi, amor. Sou eu mais uma vez. Me diz onde você está que eu vou te
buscar. Precisamos conversar.”
Desgraçado! Como ele ousa me importunar desse jeito? — falei cheia
de ódio. Nem li o resto das mensagens. Eu estava a ponto de ter um ataque de
fúria. Minha vontade era de sair quebrando tudo que via pela frente, mas eu
não estava em minha casa. Respirei fundo e comecei a ler as mensagens da
Melissa.
“Amiga, me liga. Tenho um babado fortíssimo para te contar.”
“Pelo amor de Deus, Lizzy, liga a porra do celular. O gato comeu
sua língua, foi? Você não me deu notícias desde que chegou à fazenda. O que
diabos você anda fazendo para estar tão entretida?”
Não perdi mais tempo e liguei para ela.
— Oi, Melissa. O que aconteceu para você estar neste estado?
— O que aconteceu? Aconteceu que o Thomas está revirando Nova
York à sua procura. Saiu perguntando a todo mundo se sabiam do seu
paradeiro. Colegas de trabalho, amigos, vizinhos, não deixou passar ninguém.
Sua sorte é que só eu sei que você está em Austin.
— Aquele escroto me mandou milhares de mensagens dizendo que
precisa falar comigo. Mas dele quero distância.
— Não sei o que ele tem para te dizer, mas não vai sossegar enquanto
não falar com você.
— Ele não está com a Samantha? Por que não esquece que eu existo?
O que aquele infeliz quer de mim? Não bastou tudo que me fez passar?
— Aí é que está, amiga. Ele terminou com ela na frente de todos do
escritório. Ela gritava que era a mulher ideal para estar ao lado dele, e não
você. A vadia ficou com tanta vergonha que, no outro dia, pediu demissão.
— Era só o que me faltava! — Ri, sem o menor humor, passando a
mão na testa, andando de um lado a outro do quarto.
— Não foi só isso que ela falou, amiga.
— Meu Deus, o que foi que eu fiz para merecer tudo isso?
— A mulher estava transtornada, totalmente fora de si. A maluca
gritava, esmurrava e ameaçava o Thomas. Eu nunca a vi daquele jeito.
Parecia... sei lá... obcecada, outra pessoa. Você precisava ver a cena.
— E quando foi que esse showzinho aconteceu?
— Quinta-feira. Pelo menos, não veremos mais a cara daquela
lambisgoia pelos corredores da empresa. Mulherzinha que não me desce.
— Ainda bem. Ela não sabe o favor que me fez.
— E como estão as coisas por aí? Meu irmão está se comportando?
Ele está te tratando bem?
— Ah, está sim! Muito bem, aliás — falei, dando um sorriso
malicioso. Só de lembrar das coisas que fizemos no decorrer da madrugada,
fiquei com a perseguida toda animada. Mudei até de humor.
— Ah, é? Explique-me, por favor. Estou morrendo de curiosidade.
— Ele é gentil, carinhoso... pelo menos, na maior parte do tempo.
Mas eu gosto do seu lado brutinho, mandão — falei, com medo dela reprovar
o nosso relacionamento. Seria difícil escolher entre minha melhor amiga e o
homem que amo.
— O Ben está caidinho por você. — Ouvir aquilo me deixou
estonteante.
— Por que não me falou que ele é um pedaço de mal caminho?
— Se eu estivesse contado, teria estragado a surpresa. Além do mais,
algo me dizia que vocês iam acabar se pegando. Aproveite o tempo que ainda
lhe resta na fazenda. Não é porque o Ben é meu irmão, mas ele é um bom
partido. Vocês merecem viver uma linda história de amor.
— Sabemos como aproveitar a companhia um do outro — declarei,
dando uma gargalhada.
— Quer dizer que vocês já rolaram no feno?
— Literalmente. E é só isso que vou lhe dizer. É meio constrangedor
falar do Benjamin com você.
Eu não podia dizer que o Ben é tudo de bom. Que ele tem um pau
grande, grosso e gostoso. Que vou sentir saudade de sua boca em pontos
estratégicos do meu corpo, do seu cheiro, de sua companhia e,
principalmente, do sexo bruto, suado e depravado.
— Eu iria ficar traumatizada se soubesse — disse ela gargalhando.
— Mas eu vou te falar uma coisa, o Ben não é o único cowboy
gostoso que vi por essas bandas.
— Por falar em cowboy, você tem visto o Sebastian?
— Eu o vi hoje cedo lá no estábulo. Por quê? — perguntei, só para
ver até quando ela ia omitir o fato de ter rolado algo entre ela e o capataz da
fazenda.
— Nada... Só curiosidade, mesmo. — Sua voz estava embargada,
deixando transparecer o quanto estava triste. Seja lá o que tenha acontecido
entre os dois, não teve um final feliz. Deve ser por isso que ela não se
compromete com ninguém.
— Melissa, eu sei que vocês têm uma história, um passado.
— Digamos que sim. Pelo amor de Deus, não comente isso com
ninguém, principalmente com o Benjamin. Ele é superprotetor.
— Amiga, é tarde demais para você me pedir isso. O Ben sabe que
vocês andaram se pegando. A Bia não conseguiu guardar segredo.
— Cacete! O Ben deve ter feito picadinho do Sebastian. Será possível
que a pestinha da Bia não consegue manter aquela boca fechada? Diacho!
— Ela contou sem querer. Não precisa se preocupar, o Sebastian
ainda está vivo. O Ben só deu um soco na boca dele, quase não saiu sangue.
— Tudo isso por causa de um beijo, imagina se ele soubesse do resto.
— Sua safada... ele é bem bonito, mesmo. Um tanto reservado, mas
faz parte do seu charme.
— Tire os olhos do meu homem. Eu o vi primeiro.
— Que obsessão! Não se preocupe, porque eu só tenho olhos para um
homem nesta fazenda, e não é o seu, Melissa.
— Está na minha hora. Depois nos falamos.
— Tchau. Depois eu quero saber tudo o que rolou entre você e o
gostosão. — Desliguei o telefone antes que ela me esculhambasse. Eu não
sabia que a Melissa era uma ciumenta de carteirinha.
O capataz deve ter algo de especial. Nunca vi a tão interessada em um
homem. Pelo contrário, ela gosta de sair e conhecer caras para sexo casual.
Melissa sempre está acompanhada por belíssimos homens, mas quando eles
querem mais do que sexo, ela sai fora. Algo me diz que tem mais nesta
história do que ela me falou.
Mal encerrei a ligação e meu telefone tocou novamente. Achei
estranho ser de um número privado, mas atendi mesmo assim.
— Oi, Lizzy — falou a voz masculina do outro lado da linha. Eu
reconheceria aquela voz a quilômetros de distância. O que antes me fazia
suspirar, agora me dá ânsia de vômito.
— Thomas, na última vez que conversamos eu deixei bem claro que
não quero papo contigo. Como estou de férias, presumo que não seja assunto
de trabalho. Então, diga logo o que quer.
— Amor, vamos conversar, acertar as coisas. Me diz onde você está
que eu vou ao seu encontro. Podemos fazer uma viagem, recomeçar.
— Vai se foder, Thomas. Vê se me esquece. Além do mais, eu
conheci uma pessoa.
— Quem é ele?
— Um homem que me fode todos os dias, de todas as maneiras que
você possa imaginar.
— Porra, Lizzy, você está transando com outro cara?
— Estou — falei, alto e bom som, sem acreditar na audácia do infeliz
de vir me cobrar fidelidade, respeito.
Eu joguei pedra na cruz, só pode. O que mais falta acontecer?
— Você dizia que não tinha olhos para outro homem e já está
frequentando a cama de outro macho?
— Thomas, eu vou te falar pela última vez: não me ligue, não me
envie mensagens, não vá à minha casa e não fale comigo se não for assunto
de trabalho. Você teve sua chance, meu bem. Mas a perdeu quando enfiou
seu gravetinho na vadia da Samantha. Passar bem — falei e desliguei o
telefone na cara dele.
Gravetinho... — Pulei na cama morrendo de rir. Essa foi a minha
melhor vingança.
Eu já estava cochilando quando senti alguém me cutucando com as
pontas dos dedos.
— Humm — resmunguei sonolenta.
— Acorda, preguiçosa. Vamos brincar de fazendeiros — disse o
cowboy, em um tom de voz divertido.
— Você brincou de veterinário à noite toda e já quer brincar de
fazendeiro? — perguntei baixinho.
— O papai brincou de ser veterinário? — indagou Bia, ao entrar no
quarto, fazendo-me dar um salto da cama. Meu coração começou a bater
descompassado. Tínhamos que ser convincentes em nossas respostas ou ela
não pararia de fazer indagações.
— Bia, seu papai adora brincar de ser veterinário, ou melhor, ele ama
aplicar uma injeção bem grandona em uma potrinha que morava lá na cidade.
— Se o papai era o veterinário, a senhora era o quê? — perguntou ela,
toda curiosa.
— Eu? — indaguei, engolindo em seco, apontando o indicador para
mim. Essa menina faz cada pergunta. E agora, como saio dessa?
— Hunrum.
— Filha, você é muito curiosa. Pra que você quer saber disso? É coisa
de adulto.
— Papai, eu pensei que só criancinhas brincassem dessas coisas.
— Os adultos também brincam, mas de um jeito diferente. E você,
mocinha, não precisa saber disso antes dos trinta anos. Enquanto isso, você
brinca de veterinária com o Nico. Só não vá aplicar injeção de verdade nele,
tá bem?
— Tá bom. Vou pegar minha maletinha — declarou ela, saindo do
quarto.
— Meu Deus! O que foi isso?
— Bem-vinda à maternidade, meu amor.
— É sempre assim? Quero dizer... ela sempre quer saber de tudo?
— Sim. Mas você está se saindo muito bem. Quando nossos potrinhos
tiverem a idade da Bia, você vai driblá-los como ninguém.
— Até parece! — respondi com um sorriso no rosto.
O que deu no cavalão para ele está cheio de indiretas?
— Vem cá, baby. Quero te beijar. — O safado me puxou para um
beijo ardente, cheio de segundas intenções. Ele me pegou no colo e quando
dei por mim, já estava sendo imprensada contra a porta do quarto. Enquanto
sua boca devorava a minha, suas mãos trabalhavam apertando minhas
nádegas, puxando-me contra seu sexo duro e latejante. Não consegui conter a
excitação e gemi em seus lábios pecaminosos, famintos.
— Vamos, papai, o Nico está com fome — disse a pequena, dando
batidinhas na porta. Ufa! Fui salva pelo gongo.
— Se eu não tivesse prometido à Bia que teríamos um dia de
fazendeiros, eu ia te foder até vê-la desfalecer em meu pau. Mas à noite você
não me escapa, lobinha. Vou te algemar e te fazer gozar tanto, mais tanto...
que vai implorar, vai suplicar para que eu pare de te chupar, de te foder —
sussurrou, ao pé do meu ouvido.
Vamos ver quem vai algemar quem, garanhão...
Depois de falar safadezas no ouvido da Lizzy, coloquei-a no chão e botei
meu pau para o lado esquerdo da cueca. Não sei o porquê, mas ele fica mais
comportado deste lado.
Esperei a potranca desamassar a roupa e passar as mãos pelos cabelos
desgrenhados. E, ao abrir a porta do quarto, vi Bia segurando sua maletinha
de veterinária. Ela estava pronta para atender seu paciente do dia. Coitado do
Nico!
— Então, quer dizer que teremos um dia de fazendeiros?! —
exclamou Lizzy, com um sorriso no rosto.
— Sim! — gritou Bia, entusiasmada. A danada adora se aventurar
pela fazenda. Nesse quesito, ela puxou a mim.
Enquanto descíamos para o andar de baixo, pensei em como
poderíamos deixar o nosso dia mais animado.
— Bertha, você preparou a mamadeira do seu bisneto? — perguntei,
segurando uma risada.
— Está em cima da pia, moleque — declarou, olhando para Bia.
Minha governanta sabe que quando a pequena arteira pega sua maletinha, vai
aprontar poucas e boas.
— Vovó Bertha, hoje eu vou consultar o Nico. Vê se ele está bem de
saúde.
— Estou vendo. Só não vá importuná-lo como você faz com os
pintinhos. Se ele te der um coice, você vai parar longe, minha filha. Tome
cuidado, tá bem?
— O Nico é mansinho, vovó. — Desde que a danada encasquetou que
vai ser veterinária, não dá sossego aos animais. Apesar das travessuras que a
sapeca apronta, fico feliz por ela se interessar pela vida no campo. Minha
princesinha vai ser uma mulher de culhões, osso duro de roer. Tenho pena de
quem se meter a besta pro lado dela... — Sorri, prevendo o futuro.
— Tá rindo de que, cowboy? — perguntou Lizzy.
— Estava pensando como vai ser a Bia daqui a alguns anos.
— Meu bem, de uma coisa eu tenho certeza: ela vai ser igualzinha a
você — declarou, gargalhando.
— O que há de engraçado em minha filha se parecer comigo,
Elizabeth?
— Nada não, garanhão — falou, gargalhando ainda mais.
Mulheres... o bicho mais estranho que já vi.
Ao chegarmos ao estábulo, Bia correu até a baia do Nico, abriu a
portinha e se agarrou com ele. O bezerro mungiu em resposta.
— Oi, Nico. Eu trouxe seu leitinho. É para tomar tudinho para ficar
fortinho igual a mim — disse ela, mostrando o muque para o bezerro. No
mínimo, foi o palhaço do Noah que ensinou isso a ela.
Entrei na baia e ajudei-a a alimentar o bezerro, pois, além da garrafa
ser pesada, o danado sugava o bico da mamadeira com uma força motriz.
Derrubaria a pequena fazendeira sem nenhuma dificuldade.
— Papai, o Nico vai me derrubar — disse ela, sorrindo.
— Coloca força nas perninhas e segura a mamadeira com as duas
mãos. Não deixe o leite derramar.
— Todo bezerro é esfomeado desse jeito? Ou é só este? — perguntou
Lizzy, espantada.
— Todo bezerro gosta de mamar, potranca — falei, piscando para ela.
— Coitadas das vacas, devem ficar com os peitos machucados —
declarou, agachando-se, observando tudo de perto. O bezerro devorou a
mamadeira de leite em questão de minutos.
— Nico, agora eu vou te examinar. Não precisa ficar com medo. Eu
vou te dar uma injeção, mas não vai doer nadinha, nadinha — disse a
pequena, pegando seus instrumentos de trabalho. Ela leva jeito com os
animais. Sem sombra de dúvida, será uma excelente profissional. Como sou
um pai babão, fico todo orgulhoso.
— Lizzy, você acha que a Bia deve ficar quantos dias em casa? —
perguntei, enquanto minha garotinha estava distraída.
— Eu não falaria em escola até que ela tocasse no assunto. Acho que
uma semana é mais do que suficiente para ela voltar à escola por conta
própria. Não adianta forçar a barra, só iria traumatizá-la ainda mais.
— Espero que não demore para isso acontecer. Não quero o serviço
social batendo em minha porta. Tenho pressa em solucionar este caso. Aqui
dentro, minha filha está segura, meu medo é quando ela estiver fora de casa.
Por isso, contratei dois detetives particulares. Um, vai ficar de campana
próximo ao colégio, e o outro, descobrirá onde a Susan está e o que anda
fazendo. Espero que me tragam informações em breve.
— Você é rápido no gatilho, cowboy. Não me surpreenderia se você
tivesse armas em casa.
— Modéstia à parte, eu sou bom de mira — afirmei, piscando para
ela.
— Eu não sei nada sobre isso — proferiu a descarada. Ela sabe muito
bem que não erro um tiro. Não duvido de que já esteja prenha de meu
potrinho.
— Bom dia, Patrão. Trouxe a encomenda que me pediu mais cedo —
anunciou Adam, ao entrar no estábulo.
— Obrigado — proferi, pegando as sacolas.
— Bom dia, senhorita Lizzy.
— Bom dia, Adam. Mas já te falei para me chamar só de Lizzy —
declarou ela, sorrindo para o moleque.
Não gosto nadinha da intimidade que eles têm. Limpei a garganta e
falei:
— Bia, vem olhar os presentes que comprei pra vocês.
— Eba! — gritou ela, colocando o estetoscópio no chão.
— Eu vou guardar o resto das compras, com licença — disse Adam,
desconfiado.
— Posso abrir em público, cowboy? — perguntou Lizzy, erguendo as
sobrancelhas.
— Pode. — Quando abriram as sacolas e viram que eram as mesmas
peças, só que em tamanhos diferentes, ficaram eufóricas.
— São iguais! — proferiu minha filha, com um amplo sorriso no
rosto. Eram dois pares de botas e dois chapéus de couro, ambos em tons
marrom.
— Obrigada, garanhão. São lindos. Bia e eu vamos arrasar os
corações dos cowboys texanos — disse a diaba loira, me provocando. O
diacho que vão!
Não deu nem tempo de retrucar o absurdo que eu tinha acabado de
ouvir, e meu telefone tocou. Olhei no visor e era o detetive encarregado de
me trazer informações da Susan. Será que ele já tinha novidades?
— Já volto, meninas. Vou só atender esta ligação.
— E eu vou passear com o Nico — pronunciou Bia, entregando a
sacola à Lizzy.
— Vou ficar esperando por vocês aqui — declarou a loira. Não sei o
porquê, mas ela estava com cara de quem ia aprontar.
— Oi, Gary. Já tem novidades?!
— Oi, Benjamin. Já consegui algumas informações sobre o caso.
Enviei-as para seu e-mail.
— Conta logo o que descobriu, homem. Não tenho paciência para ler
e-mail.
— Okay. Mas se estiver em pé, aconselho-o a se sentar. Bem... por
onde eu começo... A Susan morou em Chicago nos últimos cinco anos. Ela
gastou uma dinheirama nesse ínterim. Viagens internacionais, procedimentos
estéticos, SPA, muitas festas. A lista é interminável. E, uma das coisas que
mais me chamaram a atenção, foi que ela se divorciou há alguns meses.
Segundo consta em sites de fofocas, ela saiu do casamento praticamente sem
nada. Levou apenas um carro de luxo, algumas joias e uma pequena quantia
em dinheiro.
— Descobriu mais alguma coisa? Se ela esteve no Texas nas últimas
semanas?
— Não quer saber o motivo da separação?
— Tenho minhas suspeitas, Gary.
— Acredita que a safada tinha um caso com o motorista? Aproveitei e
fiz uma pesquisa rápida sobre ele. O cara tem a ficha mais suja do que pau de
galinheiro. Já foi preso várias vezes.
— E que tipo de crime o desgraçado comete? — perguntei, com medo
de ouvir a palavra sequestro.
— Roubos, furtos, extorsão... Sabe qual é a parte mais interessante
dessa história toda, meu amigo?
— Fale logo, porra — falei exaltado. Eu já estava perdendo minha
paciência. Pra que tanta enrolação? Notícia ruim só presta ser contada de uma
vez. E eu estava pressentindo que ele tinha guardado o pior para o final.
— Cara, sua ex-esposa está de volta a Austin. E pelo andar da
carruagem, ela pretende passar um bom tempo por aqui, pois comprou uma
casa na cidade.
— Quando eu penso que as coisas não podem piorar...
— Provavelmente, foi ela que abordou a Bia. Neste exato momento,
estou em frente à casa dela. Vou monitorá-la por uns dias.
— Você chegou a vê-la? — questionei, querendo saber como a
cretina estava aparentemente. Loira, morena, ruiva, gorda, magra, o diabo a
quatro...
— Não. Mas vi um cara mal-encarado saindo do imóvel. Alto, forte e
com uma cicatriz no rosto. Bate com as características do homem que você
me descreveu.
— É bom que ele não apareça em minha frente, pois o desgraçado
saberá o que um pai é capaz de fazer para proteger sua cria.
— Não tenho dúvidas.
— Monitore todos os passos deles. Dia e noite; não deixe passar nada.
Se precisar, contrate mais gente para ajudá-lo. Faça o que for necessário para
descobrir o que estão tramando. E o mais importante: não seja descoberto.
— Pode deixar, Parker. Tem um imóvel para alugar quase em frente à
casa em que ela mora. Adivinha quem vai ser o novo vizinho da Susan
MacClain?
— Maravilha! Me mantenha informado, Gary. — Encerrei a ligação e
voltei para o estábulo.
O que vi ao entrar no recinto me deixou conturbado. Eu sabia que a
Lizzy ia aprontar. A diaba estava dentro da baia do Relâmpago, cantarolando
e alisando sua pelagem, como se não estivesse fazendo nada demais.
— O que pensa que está fazendo, Elizabeth? Eu não te falei para ficar
longe desse cavalo? — questionei, puto de preocupação. Tentei falar o mais
baixo possível para não assustar o Relâmpago. Se ele levantasse as patas
dianteiras, a Lizzy se machucaria feio, e não seria por falta de aviso. Ela me
desobedecer para termos prazer juntos é uma coisa, mas se colocar em perigo,
é outra totalmente diferente.
— Quer me matar de susto, Benjamin? — indagou, pondo a mão
sobre o peito. Ela estava nervosa, assustada. Não sei se era por ter sido pega
com a boca na botija ou se era por medo de mim.
Aproximei-me e puxei-a pelo braço. Relâmpago começou a relinchar,
ficar agitado. Ele está com ciúmes da minha potranca? Era só o que me
faltava!
— Parece que você é quem quer se matar. Eu deixei bem claro para
não chegar perto do Relâmpago. E cadê o irresponsável do Adam? Eu vou
matar aquele moleque! Como ele pôde deixá-la sozinha com esse perigo
ambulante?!
— Ei! Não fale assim do Chocolate. E deixe o Adam fora disso, ele
não tem culpa de nada. Além do mais, o Chocolate não é como você o
descreve. Ele é dócil, carinhoso e me entende como ninguém.
— Quem diabos é Chocolate? — questionei curioso. Quando ela
apontou o dedo em direção ao cavalo, não segurei a gargalhada. Ri tanto que
chorei.
— O nome dele é Relâmpago e não Chocolate.
— Ele gostou do nome que eu dei.
— Garota, você é bem maluquinha. Por acaso ele te falou que gostou?
— Sim. E posso provar. O chame de Relâmpago, depois de
Chocolate, e veja o que acontece.
— Oi, Relâmpago — Ele ficou agitado e começou a escavar o chão,
demostrando insatisfação com seu nome. Depois, o chamei de Chocolate. Ele
relinchou e aproximou a cabeça da baia, como se pedisse carinho. O cavalo
estava tão calmo que nem parecia ser o mesmo animal. Fiquei perplexo. Eu
nunca tinha visto nada parecido. Andei em círculos com uma mão na cintura
e a outra na boca. Como era possível? Será que a Lizzy é uma encantadora
de cavalos?
— Fala alguma coisa, Benjamin.
— Eu não sei o que você fez. Mas pelo que estou vendo, você domou
este cavalo. E ele parece gostar de ser chamado de Chocolate. Então, é assim
que vamos chamá-lo de hoje em diante.
— Obrigada, obrigada! — disse ela, me abraçando e me beijando na
boca.
— Amor, me desculpe por ter sido tão grosso. Eu me preocupo com
sua segurança! Você tem noção do quanto se expôs? Ele podia ter te
machucado. E eu não me perdoaria por isso.
— Não tenho o que desculpar, Ben. Sou eu que te devo um pedido de
desculpas. É... como eu posso dizer... hoje não foi a primeira vez que me
aproximei do Chocolate. Todas as manhãs, antes do Adam levar os cavalos
para os piquetes, eu venho aqui para conversar com meu menino, escová-lo,
fazer-lhe um carinho.
— Então é pra cá que você vem quando some todas as manhãs?
— Hunrum. Eu me apeguei a esse cavalo de tal forma, que nem sei
explicar. A ligação que temos é algo além da minha compreensão racional. É
mágica. Somos irmãos de alma.
— Ele pode ter baixado a guarda para você, mas tome cuidado mesmo assim.
O Relâm... Chocolate está aqui na fazenda já tem um tempo, e nunca deixou
ninguém se aproximar como fez com você.
Acredito que seu temperamento seja reflexo dos maus-tratos que sofria. O
seu antigo dono o deixava ao relento, sem água, sem comida. Não
aguentando mais ouvir tantos boatos sobre a situação do cavalo, fui à fazenda
do desgraçado do Harry e lhe ofereci uma boa quantia em troca do animal.
— Que filho da puta! Agora eu entendo por que ele tem problemas
em confiar nas pessoas. Somos bem parecidos mesmo.
— Vamos dar uma volta? Quero te mostrar um lugar que você ainda
não conhece. — A manhã ensolarada, estava perfeita para contemplarmos o
que a primavera nos traz de melhor.
— Adoro me aventurar em terras desconhecidas, cavalão — declarou,
maliciosa. Peguei em sua mão e saímos à procura da Bia.
Eu queria que a potranca visse o campo de flores silvestres, o belo
colorido que elas ostentam, que sentisse o aroma que exalam de suas pétalas
delgadas. Faço questão de manter, ao longo das estradas, flores nativas que
servem, não só para o refúgio de abelhas, borboletas e outros polinizadores,
mas também, para embelezar a paisagem, dar vida ao meu pequeno
pedacinho do paraíso.
Encontramos a pequena arteira atrás do estábulo, caminhando com o
seu amiguinho peludo.
— Filha, vamos lá no campo das flores. Quero que a Lizzy o conheça.
— Nico vai amar conhecer meu lugar preferido — disse a pequena,
alisando o bezerro.
Como era perto de casa, fomos a pé. Seria bom para fazermos uma
caminhada, admirarmos a paisagem, respirar o ar fresco da manhã.
Ao chegarmos ao nosso destino, Lizzy ficou encantada com o vasto
colorido das flores, com o cantarolar dos pássaros, com a belíssima melodia
que formava o farfalhar do vento nas copas das árvores.
— Eu pensei que a cachoeira fosse o lugar mais bonito da fazenda.
Mas aqui... é infinitamente mais belo. Não tenho nem palavras para exprimir
o que estou sentindo. Se um dia eu me casar, gostaria que o meu buquê fosse
feito com magníficas flores do campo, como estas aqui — declarou, andando
no meio das flores, com os braços abertos, inspirando o cheiro que exalavam
de suas pétalas ainda úmidas pelo orvalho.
— Está anotado, meu amor. Elas combinam com você. São lindas,
exuberantes, cheirosas, delicadas — falei, abraçando-a de costas.
— Gostei da analogia, garanhão.
— Enquanto não marcamos a data do casamento, vou fazer um
arranjo para colocarmos em nosso quarto.
— Vocês vão se casar?! — indagou Bia, colocando as mãozinhas
juntas na frente da boca.
— Vamos sim, filha. Só preciso convencer essa cabeça-dura de que
ela é a mulher da minha vida e que aqui é o seu destino.
— Aceita, tia Lizzy. Fica aqui comigo e com o papai.
— Bonequinha, prometo que pensarei no assunto com carinho —
declarou, deixando-me com o coração cheio de esperanças, cheio de amor
para dar.
Depois de um tour por lugares que ela ainda não conhecia, voltamos
para casa. Demos um pulo na horta e colhemos legumes e verduras para o
almoço. Em seguida, passamos no estábulo para deixar o Nico. Quando
estávamos prestes a sair do local, escutei Adam dizer:
— Ainda bem que vocês estão aqui. — Olhei em sua direção e o vi
segurando um envelope amarelo.
— O que isso? Você é o novo carteiro da cidade? O velho Leopold se
aposentou? — Caçoei, fazendo-o rir.
— Não, patrão! Eu só esqueci de lhe entregar este pacote que
encontrei em frente ao portão principal. Está endereçado ao senhor. — Peguei
o envelope e estranhei por não ter remetente. A embalagem era leve, uma
bomba não havia de ser. Mas precaução nunca é demais. Sorri com meu
pensamento.
Quem deixaria um envelope em frente à fazenda? E por quê? Qual o
motivo de não deixar na caixa de correio ou na guarita? Há algo de errado
nesta história!
Peguei meu canivete e abri a embalagem. Ao verificar o conteúdo,
engoli em seco, quase desmaiei. Puxei o ar dos pulmões e olhei para a
potranca. Meu coração estava acelerado, batia em um ritmo descompassado.
Era o fim. Ela nunca me perdoaria...
— Benjamin, o que tem aí dentro que te deixou tão pálido? — perguntei,
puxando o envelope de suas mãos.
Quando vi do que se tratava, entendi o estado de choque do cowboy.
Eram fotos nossas, transando na cachoeira. Tinha mais de dez fotografias, de
todos os ângulos e posições. Além das fotos, tinha um bilhete escrito à mão.
Ao abri-lo, tomei um susto. Ao contrário do que imaginei, não estavam
pedindo dinheiro. O “recado” dizia o seguinte:
“Vadia, se você não for embora do Texas o quanto antes, publicarei
essas fotos na internet. Todos os moradores de Austin saberão quem é a nova
putinha do Benjamin Parker.”
— Filha, vá andando para casa, eu preciso conversar com a Lizzy —
pediu Ben, sem tirar os olhos de mim.
— Tá bom, papai.
— Porra, Benjamin! Você me prometeu que era seguro, que não
apareceria ninguém. Caralho! Eu confiei em você — falei exaltada.
— Me desculpe, Lizzy. Eu juro que não tenho nada a ver com isso. Só
quem vai naquele lugar sou eu. Quem tirou essas fotos estava no local sem
minha permissão ou estava nos seguindo. Quando eu descobrir quem foi o
desgraçado que teve a audácia de olhar para você sem roupa, vou quebrar as
fuças do infeliz, o filho da puta vai se arrepender de ter nascido — declarou
enfurecido. O punho fechado, a respiração profunda e uma mão na nuca,
demostrava o tamanho de sua ira, de sua indignação.
— Pode até ter sido um homem quem tirou as fotos, mas foi a mando
de alguma de suas putas. É o que está bem claro no bilhete. — Olhei-o séria,
cheia de ódio, de ciúmes.
Aprende Elizabeth, é nisso que dá sair emprestando a perseguida pra
homem pauzudo, gostoso, safado e disputado...
— Eu não tenho putas, Elizabeth. Desde que chegou aqui, você já me
viu olhando para outra mulher com segundas intenções?
— Não vi. Mas parece que você tem mel no pau. Porque onde passa,
as vadias ficam te comendo com os olhos, fofocando, se jogando pra cima de
você. Eu não tenho paciência para isso não, garanhão das arábias. Se você
não gosta de dividir o que é “seu”, muito menos eu.
— Se ao menos eu sonhar que algum macho bateu punheta pensando
em você, eu arranco o pau do desgraçado fora e jogo para os cachorros
comerem. — Ralhou, socando a porta da baia, assustando os cavalos.
— Minha boceta está prestes a virar atração principal de Austin e
você está preocupado se alguém vai bater punheta pra mim? Faça-me o favor,
Benjamin! Vê se entende a gravidade do problema, cacete!
— E você acha pouco, Elizabeth? Caralho! Você é minha. Quando é
que vai entender que só quem pode ver, beijar, lamber, chupar, morder e
foder essa boceta, sou eu, hein?
— É bom que você deixe bem claro pra essas raputengas quem é a
porra de sua “mulher”, como você faz questão de dizer, de quem é a boceta
que você vem comendo, esfolando e arrombando na droga dos últimos dias.
Pois fique sabendo que não gosto nem que olhem para o que é meu. Além do
mais, quem mandou o “recado” acha que tem alguma chance com você.
Então, meu querido, dê um jeito na porra de suas quengas. Eu já estou
cansada de bancar a garota boazinha, que aguenta tudo numa boa.
— Deixe-me ver o que tem no bilhete para te deixar se mordendo de
ciúmes. — Ele arrancou o papel de minhas mãos e quando leu o que tinha
escrito, rosnou como um lobo na iminência de atacar seu oponente. Amassou
o papel e o tacou na parede.
— Agora me diga, garanhão, você ainda acha que foi um macho
quem mandou essas fotos? — Saí do estábulo apressada, fumaçando de raiva.
Preciso descobrir qual das duas raputengas me quer longe daqui.
Susan quer dinheiro, Jane quer o Benjamin. Mas se elas acham que vou
mudar meus planos por causa de uma ameaça, estão muito enganadas. Não
vou arredar o pé da fazenda Parker até que chegue o dia da minha viagem. E
como diz o ditado: “cão que ladra não morde”. E quando eu colocar as
mãos na sirigaita, ela vai saber que Elizabeth Collins não é só um rostinho
bonito.
Ao entrar no quarto, joguei o envelope em cima da cama e fui tomar
uma ducha, estava fazendo um calor dos infernos. Não sei se era por causa da
raiva ou por causa da temperatura em si. Depois de me refrescar, vesti um
short jeans curtíssimo e uma blusinha que deixava minha barriga de fora.
Sentei-me na cama e espalhei as fotos sobre o lençol. Analisei-as uma
por uma. Olhar para todos aqueles músculos, contornos, a tatuagem de asas
de anjo, a nossa intimidade, o desejo, a paixão, nossos corpos fundidos
formando um só, me deixou com a boceta molhada de tesão. Foram batidas
na porta que me tirou daquele frenesi sexual.
— Potranca, abra a porta. Precisamos conversar.
— Não quero falar com você agora, Benjamin. Preciso ficar sozinha,
digerir essa bomba.
— Eu sei que você está chateada comigo, e com toda razão. Se não
fosse esse fogo que me domina quando estou perto de você, nada disso tinha
acontecido. Se eu dissesse que me arrependi, estaria sendo um hipócrita, e
isso eu não sou. Não me arrependo de absolutamente nada. Eu faria tudo de
novo. Que se foda a porra das fotos e quem as tirou. Eu só quero ficar de bem
com você.
— Pra essas piranhas me quererem longe daqui é porque você dá
esperanças a elas. Não tem outra explicação.
— Você não acha que já é bem grandinha para fazer birra? Você sabe
que é a única mulher que eu tenho. Vou dar uma saidinha, mas quando voltar
espero que você já tenha aberto o caralho dessa porta — falou, entredentes.
Eu podia sentir o quanto ele estava chateado, puto da vida.
Não demorou para a Bertha encostar em minha porta. Antes de
atendê-la, guardei as fotos dentro do envelope e escondi embaixo do
travesseiro. Ela não podia ver aquelas sem-vergonhices.
— Menina, o que foi que aconteceu para o Benjamin sair daquele
jeito? Parecia um touro bravo.
— Foi só uma das quengas dele que me mandou um bilhete. Nada que
eu não possa resolver.
— Vocês ainda vão virar esta fazenda de cabeça para baixo.
— Bertha, tem mulheres solteiras nas fazendas que fazem divisa com
esta?
— Que pergunta é essa, menina? Você quer saber se as vizinhas
arrastam asas para o Benjamin?
— Isso mesmo. Tem algum rabo de saia pelas redondezas?
— Claro que tem. Do lado direito moram os Campbell, e do lado
esquerdo, os Lamont, que por sinal, tem uma filha que é louca de pedra. O
nome dela é Jane. — Quando Bertha falou o nome da desgraçada, meu
coração palpitou, aquilo era tudo o que eu precisava saber.
— Você sabe me dizer se tem como o pessoal da fazenda dos Lamont
ter acesso à cachoeira que fica nesta propriedade?
— Fica um pouco distante. Se eu não me engano... tinha uma estrada
que ligava as duas fazendas. Deve estar coberta pelo mato. Mas pra que você
quer saber de tudo isso?
— É melhor você nem saber, Berthinha. E onde foi o Brucutu?
— Engraçado... ele disse que ia na fazenda dos Lamont. O que vocês
estão aprontando, hein? Coisa boa não há de ser.
— Cachorro! É hoje que eu mato aquele desgraçado. Foi correndo
atrás da vadia e não me disse nada!
— O que foi que o Benjamin fez? Não me diga que ele andou dando
corda à maluca da Jane?
— Preciso ir, Bertha — falei, calçando minhas sandálias.
— Onde você vai vestida desse jeito? Não quero nem ver o que o
Benjamin vai fazer ao te ver com essa roupa. É hoje que vai acontecer uma
tragédia nesta fazenda.
— Não se preocupe. Com o cavalão eu me entendo — falei, e saí do
quarto em busca de alguém para me levar até onde o traíra estava. Dei graças
a Deus quando avistei o Adam saindo do celeiro. Corri até onde ele estava e
falei esbaforida:
— Adam, preciso que me leve até a fazenda dos Lamont. Tenho um
assunto urgente para tratar com a Jane.
— O patrão sabe que você vai falar com ela? Não quero problemas
para o meu lado.
— Vamos logo, Adam. Deixe de ser molenga.
— Por que eu estou achando que você vai me colocar em encrenca?
Eu não posso perder este emprego; tenho gastos com a faculdade e ajudo
meus pais com as despesas de casa.
— Relaxa, garoto. Você não vai perder nada. Vamos, estou com
pressa. — Quando entrei no carro, ele olhou para meu corpo e perguntou:
— Você não vai se trocar?!
— Não! Qual é o problema com minha roupa?
— Nada — respondeu apreensivo, engolindo em seco.
Ao chegarmos à propriedade dos Lamont, avistei Jane chegando em
um cavalo. Ao notar minha presença, ela se aproximou e disse
sarcasticamente, destilando seu veneno:
— Ora, ora, que visita mais ilustre. A que devo a honra?
— Ai, meu Deus! É hoje que o patrão me mata — disse Adam,
coçando a cabeça.
— Fica no carro, seu frouxo — falei e desci da caminhonete.
— Não se matem, por favor. Não quero ser testemunha de um crime
— pediu o loirinho.
— Você sabe muito bem o que estou fazendo aqui, Jane. Afinal, você
me mandou um presentinho — falei, colocando as mãos nos bolsos do short.
— Então, você gostou! Eu te avisei que se arrependeria por cruzar o
meu caminho. Aquelas fotos foram só uma amostra. Têm muito mais de onde
elas saíram — disse ela, cruzando os braços, debochando da minha cara.
— Filha da mãe! Você não sabe com quem está mexendo. — Rosnei,
cheia de ódio, me segurando para não descer a mão na cara da cachorra.
— Sabe... eu nunca vi o Benjamin passar tanto tempo comendo a
mesma boceta. Mas ele ainda vai perceber que sou a única mulher que o ama
de verdade, e ficará comigo.
Em questão de segundos, meus dedos já estavam enfiados nos cabelos
da piranha. Ao soltá-los, meti três socos no meio de suas fuças, fazendo-a
cambalear. Soquei-a sem pena, colocando toda minha fúria na força das
golpeadas. A vadia se protegia como podia, colocava os braços na frente do
rosto, tentava segurar em minhas mãos, mas nada me parava.
— Me solta, sua infeliz! — vociferou a cretina.
— Espero que agora tenha ficado claro que não é uma boa ideia nem
me ameaçar, nem chegar perto do meu cavalão, sua piranha dos infernos.
Aquele pau delicioso é só meu, entendeu? — falei sem parar de socá-la. Ela
tinha conseguido me deixar possessa.
— Sai de cima de mim, sua doida. Você enlouqueceu? — gritava,
tentando se soltar.
A essa altura já tinha, pelo menos, uma dúzia de empregados olhando
nossa briga. Pareciam se divertir com a surra que a patroa estava levando.
Eles sorriam, batiam palmas e davam pulinhos de felicidade. Estavam tão
empolgados, que era como se estivessem assistindo a uma luta profissional.
— Vai, moça, acaba com essa vadia! Você não sabe há quanto tempo
esperávamos por isso — gritou uma das empregadas, distraindo-me.
A infeliz da Jane se aproveitou do meu momento de dispersão e
conseguiu se desvencilhar das minhas garras. Mas não perdi tempo, subi nela
e esfreguei sua cara nojenta em uma poça de lama que havia ao lado. Eu mal
tinha descido o sarrafo na vagabunda e fui abruptamente interrompida.
— O que diabos deu em você, Elizabeth?! — bradou Benjamin,
perplexo, ao me tirar de cima da morena siliconada.
Ao levantar a cabeça, o vi acompanhado de um cowboy, que pela
idade, presumi que fosse o pai da vadia. Ben me olhava furioso, parecia que
queria me esganar.
— Parem, garotas! — vociferou o velho barrigudo, olhando de mim
para a Jane.
— Paizinho, essa maluca veio até aqui só para me atacar. Olhe o que
ela fez comigo — disse a descarada ao se levantar.
— Benjamin já me contou o que você fez, Jane Ene. A surra que essa
moça te deu foi bem-merecida. Vá lavar esse rosto e nos encontre na sala de
estar, temos muito o que conversarmos.
— Isso é um disparate! — Ela saiu bufando, pisando fundo,
esculhambando todos os empregados que se divertiam olhando a confusão.
— Venha, moça. Vamos entrar. E desde já, peço desculpas pelas
atitudes da desmiolada da minha filha.
— Tudo bem, senhor Lamont. — Entramos na casa e nos sentamos no
sofá da sala.
Eu nunca tinha brigado por causa de homem. Mas ser ameaçada com
fotos íntimas foi a gota d’água. Eu não podia deixar aquilo barato. De jeito
nenhum!
— O que o senhor quer, papai? — perguntou a quenga ao entrar na
sala.
— Quero que você entregue todas as fotos que têm do Benjamin e da
mulher dele. E que exclua as que tiver no computador.
— E se eu não quiser entregar? Todo mundo merece saber quem é
essa vadiazinha. — Ralhou, olhando-me com cara de desdém.
— Se você não entregar, vai ter que trabalhar para sustentar seus
luxos. Porque de mim não verá um centavo sequer.
— Que droga! — ela falou e subiu as escadas amaldiçoando Deus e o
mundo. Quando voltou, jogou um envelope no colo do garanhão, ligou o
laptop e disse:
— Quer vir conferir se vou apagar, meu amor? — a cachorra
provocou.
Um olhar repreensivo do Ben me impediu de saltar em cima da
cretina.
— Claro. Não confio nem um pouco em você, Jane — declarou o
garanhão, levantando-se para olhar o arquivo sendo apagado.
— Pronto, Benjamin. Como você descobriu quem tinha mandado as
fotos?
— A sua letra, Jane. Não foi muito inteligente de sua parte mandar
um bilhete escrito à mão.
— Seu cretino! — gritou a louca, jogando o computador em direção
ao Ben. O equipamento se espatifou ao cair no chão.
— Vamos, Elizabeth. Você já causou muita confusão por hoje —
disse o cavalão, pegando em minha mão.
— Tchau, Jane Ene... — falei acenando para ela — Quando íamos
chegando próximo à porta, Ben se virou e falou:
— Jane, só um aviso: é bom que você fique bem longe de mim e da
minha mulher. — Só escutei os gritos da cachorra. Ela que se explodisse e
que não se atrevesse a se insinuar para meu homem; a não ser que quisesse
levar outra surra.
— Depois conversamos, Adam. A encrenqueira vai comigo — ralhou
o cowboy, me empurrando para dentro do carro. A sua cara não negava o
quanto estava puto comigo. No trajeto de volta para casa, ele não falou
absolutamente nada. O seu silêncio estava me deixando maluca, irritada.
— Dá para abrir essa boca e falar alguma coisa. — Ele travou o
maxilar, apertou o volante com força, me olhou severamente e disse:
— Onde você estava com a porra da cabeça para sair de casa vestida
com essa calcinha jeans. Se em Nova York isso é normal, aqui não é.
— Que povo antiquado. Nem é tão curto assim — falei, puxando o
short para baixo.
— Antiquado é o caralho. Não quero minha mulher mostrando o rabo
por aí. Você não viu como os peões da fazenda dos Lamont estavam se
divertindo vendo sua bunda de fora?
— Então quer dizer que essa cara fechada é por causa da minha roupa
e não porque quebrei a cara daquela lambisgoia?
— Claro que é por causa da roupa. Achou pouco, e ainda colocou
uma blusa desse tamanho. Você vai entrar e tirar essa merda.
— Isso é uma piada, cowboy? Espero que seja, porque no meu corpo
e nas minhas roupas mando eu.
— O caralho que eu vou te deixar andar pela fazenda com esses
pedaços de pano.
— “Espere sentado, porque em pé cansa.” — falei, ao bater a porta da
caminhonete. Quando comecei a andar em direção à casa, senti mãos grandes
me levantando do chão e me jogando sobre ombros largos e fortes.
— Me solta, Benjamin — gritei, estapeando sua bunda durinha, bem
desenhada, uma perfeição divina.
— Se você não vai tirar essa merda, eu mesmo tiro — esbravejou.
— Minha santinha, é hoje que eles tacam fogo na casa — disse
Bertha, ao entrar na sala, enxugando as mãos em uma toalha.
— Bertha, pelo amor de Deus, manda esse brucutu me colocar no
chão. Ele vai me levar para o abatedouro e sabe Deus o que vai fazer comigo.
— Eu não vou me meter na vida de vocês. A Bia e eu vamos para a
casa do Sebastian e só voltaremos amanhã. Quero ficar bem longe dessa
baderna.
Ao entrarmos no quarto, o cavalo xucro me jogou em cima da cama e
rasgou minhas roupas sem prévio aviso ou preocupação.
— Filho da puta! Essas roupas me custaram uma fortuna — vociferei.
— Você não precisa estar vestida para o que vamos fazer agora —
declarou, com um sorriso debochado no rosto.
— Se fosse uma de suas “amiguinhas”, duvido que tivesse feito isso,
seu cretino — bradei, coiceando-o.
— Você não é qualquer uma — rosnou, furioso. Sem que eu
esperasse, o safado enfio a mão dentro da minha calcinha e socou um dedo
dentro da minha boceta úmida e pulsante. — É minha mulher.
Toda aquela possessividade estava me deixando quente, encharcada,
arfante, fora de órbita. O cavalão subiu em cima de mim, imobilizou minhas
mãos ao lado da cabeça e entrelaçou seus dedos nos meus, mantendo-me
cativa às suas safadezas, ao seu domínio.
Ele aproximou a boca da minha, roçou a barba em meu rosto, e a
ponta do nariz por minha pele, sentindo meu cheiro, esfregando sua ereção
em minhas coxas, em minha boceta.
— Humm... — gemi, quando ele falou em um sussurro:
— Vou te comer tão gostoso que não vai querer que minha pica saia
de dentro de você. — Sua boca macia e carnuda trilhou um caminho frágil,
perigoso e sem volta.
— Eu quero... — não consegui terminar o que ia dizer. Ele tapou
minha boca com uma das mãos, impedindo-me de falar, gritar, gemer.
— Shiuuu... caladinha. Agora eu só quero foder. — Ele se levantou,
passou a camiseta por cima da cabeça, abriu a calça e a tirou com a cueca.
Seu pau estava esplêndido, inchado, melado, duro. Minha boceta palpitava, e
eu ficava cada vez mais excitada vendo aquele pau pulsando e babando de
desejo por mim.
Ben ficou de joelhos sobre a cama, levantou minhas pernas e me
penetrou com força. Ele socou tudo, somente as bolas cheias e pesadas
ficaram de fora, chocando-se contra meu corpo, fazendo um barulho
excitante, que mexia com minha libido.
Depois de arremetidas animalescas, ele me virou de lado, segurou em
minha bunda e continuou a meter com tudo. A cada estocada, meu coração
martelava em batidas rápidas, fortes e errantes.
— Era isso que você queria quando colocou a porra daquele short?
Que eu te comesse gostoso? Então, toma minha pica nessa bocetinha
apertada, sua safada.
— Humm... sim... eu sempre quero esse pauzão gostoso enterrado em
mim. Depois você soca na boquinha e no meu cuzinho? — perguntei, melosa.
— Calada! ohhhh... caralho... eu vou gozar... ohhhhhhhhh... — falou,
tapando minha boca, mas foi tarde demais. Ele estava com tanto tesão, que
não conseguiu segurar o gozo por muito tempo. Foi rápido, intenso,
selvagem.
Apesar de ter gozado como um cavalo, Ben continuou a comer minha
bocetinha. Seus dedos rodeavam meu clitóris, deixando-me alucinada,
trêmula. Quando ele segurou forte em meu pescoço, senti minhas paredes
vaginais apertarem o seu pau longo e inchado. Era maravilhoso senti-lo me
devorando, me fazendo sua.
— Você adora isso, não é, putinha? Sentir meu pau indo e vindo, se
deslizando dentro de sua xoxotinha gostosa?
— Sim... — respondi, em um gemido. Minha boceta pulsava, estava
escaldante. Líquidos cremosos e transparentes escorriam pelo meu sexo,
melando a rola do garanhão, lambuzando-a todinha.
— Se toque enquanto eu meto gostoso em você — ordenou, rouco,
áspero. Virei meu rosto para poder olhá-lo enquanto ele socava fundo dentro
de mim. E, então, veio a cartada final, ele mordiscou e beijou minha nuca,
causando-me tremores e arrepios pelo corpo. Quando senti meu ventre se
contorcendo de puro êxtase, deixei que o orgasmo viesse, que a luxúria me
conduzisse, me arrebatasse.
Ao sentir que eu tinha gozado, Benjamin puxou o pau para fora e
começou a se masturbar olhando para minha boceta. Seus olhos castanhos
ficaram mais imperiosos, luxuriantes. Seus músculos estavam contraídos,
seus gemidos saiam mais roucos, cheios de desejo. O cowboy fechou os
olhos, acelerou os movimentos e esporrou sobre meu corpo. Os jatos saíram
tão fortes que atingiram meus seios, rosto e boca.
— Hummm... que delícia — falei, experimentando do seu leitinho
viscoso.
— Eu ainda não acabei com você, Elizabeth. Esse foi apenas o
primeiro round.
Acordei com o barulho de chuveiro ligado. Abri os olhos devagar, me
espreguiçando. Cheiro de xampu e sabonete masculino circulavam pelo
ambiente. Sorri, maliciosamente, ao imaginar aquele espécime de homem
todo ensaboado, lavando seu pau longo e robusto, os músculos proeminentes,
o corpo bronzeado.
— Já está pensando em sacanagens a essa hora, potranca? — indagou
Benjamin, enxugando os cabelos com uma toalha. Acompanhei com o olhar
uma gotinha de água que escorria pela lateral do seu rosto, desceu pelo
pescoço e seguiu abdômen abaixo. Aquela era uma bela visão para se
começar o dia.
— Eu só estava imaginando você tomando banho. Nada de mais.
— Hoje começam as festividades na cidade. Pensei em levarmos a
Bia para brincar no parque de diversões. E amanhã, iremos só você e eu. Está
a fim de ir? — perguntou ele, enquanto se vestia.
— Acho ótimo. E o que rola nessa festa?
— Tem de tudo um pouco. Música ao vivo, comida regional, parque
de diversões, rodeio.
— Deve ser maravilhosa. Já estou ansiosa para a noite chegar logo.
— Não crie muitas expectativas, não é como as festas que você
frequenta em Nova York.
— Tenho certeza de que não é. Mas vou amar.
À tarde, eu estava repousando em meu quarto, quando ouvi vozes
masculinas vindas da sala. Uma, eu reconheci de imediato, era do Benjamin.
E a outra, era desconhecida. Não contive minha curiosidade e fui ver de quem
se tratava. Quando cheguei ao local, o desconhecido que estava virado de
frente para a escada, parou de falar e cravou seus olhos em mim.
— Uau! Você deve ser a famosa Lizzy. É ainda mais linda do que eu
imaginava — disse ele, beijando minhas mãos, todo galanteador.
— O prazer é todo meu. E você deve ser o Noah.
— Sim. O irmão mais simpático, o mais bonito, e o melhor de cama
também — falou, piscando para mim. Ben bufou, com o comentário do irmão
saidinho.
Noah era tão lindo quanto o Benjamin. Ele tinha pele bronzeada,
corpo musculoso e tatuado, barba desenhada, cabelos castanhos e olhos
esverdeados. Um espetáculo de homem, sinônimo de pecado e perfeição.
— Lizzy, como foi que você conseguiu suportar o mau humor do meu
irmão todos esses dias? — questionou Noah, me olhando com um olhar
curioso, divertido.
— Eu até gosto do lado grosseirão do Ben. Como eu posso dizer...
homens brutos me excitam.
— Você é um amor de pessoa por aturar esse aí. Mas enfim, gosto
não se discute, não é mesmo?
— Cala a porra da boca, Noah — bradou Ben, com os braços
cruzados e com a cara fechada. Percebia-se que o Noah adorava implicar com
o irmão mais velho. No entanto, via-se que o amor entre eles era recíproco,
verdadeiro.
— Fiz minha parte em avisá-la. Agora, eu vou para o meu quarto
descansar um pouquinho. Tem uma festa para eu ir mais tarde, preciso estar
inteiro para a mulherada — disse Noah, com cara de safado, todo sorridente.
— Seu irmão além de bonito, é bem simpático. Gostei dele.
— Ele é um abusado, isso sim — resmungou Ben.
— Vou voltar para minha leitura. Nos vemos mais tarde — falei, já
subindo as escadas. Porém, antes que eu chegasse no segundo degrau, o
cowboy segurou firme em meu braço e me impediu de continuar andando.
— Ei, calma. Por que a pressa? — indagou ele, roubando-me um
beijo ardente, apaixonado. Depois que desgrudamos nossas bocas, voltei para
o quarto. Apesar de me restar só um final de semana em Austin, eu estava
feliz. Era inacreditável como o tempo estava passando rápido. Já havia se
passado três dias da minha briga com a Jane. Nem precisava dela ter feito o
que fez. Eu iria embora de um jeito ou de outro. Ela levou uma surra à toa.
Quando anoiteceu, comecei a me arrumar para a grande noite.
Coloquei uma calça jeans bem justa, uma camisa branca com alguns botões
abertos e uma jaqueta de couro. Calcei botas de cano curto e deixei meus
cabelos soltos. Fiz uma maquiagem simples, porém, coloquei um batom
escuro bem chamativo. Ao chegar à sala, vi Benjamin em pé, levando um
copo de bebida à boca. Ele não perdeu tempo, passou seu braço esquerdo em
volta de minha cintura e encostou seus lábios macios nos meus.
Escutei a pequena rindo baixinho, ao abrir os olhos, vi que ela tapava
a boca tentando abafar o barulhinho que saía de sua garganta. Bia olhava para
um ponto específico da sala. Quando olhei na mesma direção, vi Noah
fazendo gestos com as mãos e boca, imitando um casal se beijando. Do outro
lado da sala, Bertha se divertia com a palhaçada do gostosão.
— O que estão olhando? Nunca viram um casal apaixonado? —
perguntou Ben, de forma rude, puxando-me para um abraço, para o calor de
seus braços.
— Bem apaixonados por sinal. Achei que nunca presenciaria algo
desse tipo, ou melhor, que nunca ouviria essa palavra saindo de sua boca,
irmãozinho. Mas no fundo, eu sabia que em algum lugar no mundo haveria
uma mulher capaz de quebrar suas barreiras, de fazer seu coração errar as
batidas, de domar o cavalo selvagem que há em você — Noah falou de um
jeito sério, pensativo, diferente do Noah brincalhão de mais cedo.
Chegamos à cidade por volta das sete da noite. A pequena pegou em
minha mão e na do pai. Ben me olhou como se perguntasse se estava tudo
bem. Dei de ombros, e continuamos a andar como uma família feliz. As
pessoas nos olhavam com curiosidade, sequer disfarçavam que estavam
falando de nós. Benjamin cumprimentava alguns conhecidos que ia
encontrando pelo caminho, outros, ele só ignorava.
— Bando de mexeriqueiros — falou ele, enfurecido, com a respiração
pesada.
— Relaxa, cowboy. Não dê importância ao que essas pessoas estão
falando. Devem estar curiosas para saber quem sou. Vamos aproveitar essa
noite linda. Olhe como as pessoas estão felizes, quanta comida gostosa, a
música country, a animação das crianças, olhe para nós, o quanto estamos
felizes agora. — Ele meneou a cabeça e perguntou:
— Filha, o que quer fazer primeiro?
— Quero andar na roda-gigante e depois comer um algodão-doce bem
grandão — a pequena arteira disse toda animada.
— Lizzy, eu vou comprar o algodão-doce dessa sapeca, você quer
algo para comer? Uma bebida?
— Não. Pode ir que eu fico de olho na Bia.
Enquanto esperávamos a vez da pequena andar na roda-gigante, uma
mulher se aproximou. Ela era bonita, tinha o corpo esguio e pele bronzeada.
E para o meu desagrado, era loira. Apesar de usar sapatos, joias e roupas
sofisticadas, dava para perceber que não passava de uma vadia disfarçada de
dama da sociedade.
Que meu instinto estivesse errado. Que não fosse a vadia que pariu
minha bonequinha.
— Posso saber quem é você? E o que faz com o meu marido e com
minha filha? — questionou a cretina, em um tom de voz arrogante, e nariz
empinado.
Bia se escondeu atrás de mim e apertou minha mão com força. Ela
estava com medo, pois aquela mulher que estava em nossa frente, era a
mesma que quis levá-la, tirá-la de seu pai e das pessoas que a amam.
— É a namorada do papai — falou a garotinha, chorosa.
— Ah, é? E eu sou sua mãe. Voltei para ficar com você e com seu pai.
Ninguém vai tomar meu lugar.
— Você não é minha mãe! Mãe de verdade nunca abandona seus
filhos. A tia Lizzy é quem vai ser minha mamãe quando se casar com o papai.
— A megera começou a rir, debochando da própria filha. Fiquei surpresa
com a maturidade da pequena. Ela deve ter escutado algum adulto falando
aquelas palavras, só pode.
— Eu voltei, querida. Vamos ser uma família de novo. — A infeliz
olhou para mim com um sorrisinho no rosto e falou:
— Eu não sei quem é você, mas pelo que vejo não é daqui. Então, vou
te dar um conselho: vá embora, suma das nossas vidas de uma vez por todas.
Você não destruiria uma família, ou destruiria?
— Ordinária! Você mesma quem fez isso. Para deixar uma coisa linda
como a Bia e um homem como o Benjamin, tem que ser muito idiota mesmo.
Mas não se preocupe, estou cuidando muito bem daquele corpinho. Você não
tem noção o quanto nós nos divertimos juntos, fomos feitos um para o outro.
Só de falar, sobe um calorão no meio de minhas pernas — declarei, me
abanando, provocando a cachorra.
— Benjamin só está te usando, como fez com todas as outras. Ele
nunca deixou de me amar. Você não se perguntou o motivo pelo qual do Ben
não ter se casado novamente? De não ter arrumado nenhuma namorada em
todo esse tempo?
Ele nunca me esqueceu, queridinha. E agora que estou morando aqui
de novo, vou reconquistá-lo. Você foi só um passatempo, algo descartável.
Como você sabe... os homens têm suas necessidades. — Senti um nó em
minha garganta, engoli em seco e segurei uma lágrima que ameaçava a cair.
Eu não podia demonstrar que suas palavras tinham me abalado, tampouco,
sair nos tapas com ela. A Bia e a cidade inteira estavam presentes. Eu tinha
que me controlar. Não era a hora mais propícia para começar um quebra-pau.
— O que diabos está acontecendo aqui? — perguntou Benjamin,
alterado, entregando o algodão-doce à Bia.
— Oi para você também, Benjamin.
— Oi, o caralho! Posso saber o que está fazendo perto da minha filha?
Pensa que não sei que você e seu amante delinquente tentaram sequestrar a
Bia. Quem sabe não foram os responsáveis por começar o incêndio na
escola? Seria só mais um crime na lista infindável que vocês têm, não é?
Avisa para seu “amiguinho” que se ele ameaçar minha filha de novo, ou se
acontecer alguma coisa com ela, eu não vou medir esforços para acabar com
a raça dele. Não me queiram como inimigo. Vocês não sabem do que sou
capaz de fazer por minha filha.
— Você agora é dono da cidade? Tenho direito de vir visitar minha
filha e o meu marido. — Ben gargalhou alto e disse:
— Até onde eu sei, deixei de ser seu marido há muito tempo. Graças a
Deus! Não desejo uma desgraça dessa nem a meu pior inimigo. Você pode
ter gerado minha filha, mas mãe... você nunca foi. Susan, você ao menos sabe
o significado desta palavra?
— Eu não ia sequestrar minha própria filha, eu só queria vê-la, levá-la
para tomar um sorvete, passar um tempo com ela.
— Meu Deus, essa foi a desculpa mais esfarrapada que eu podia
ouvir. Pensei que você fosse mais criativa, Susan. Você é pior do que eu
imaginava. Interesseira até que era aceitável, mas fora da lei é demais para
mim. Só se mantenha longe de mim e da minha família, por favor. Não quero
que minha filha tenha más influências.
— Ela também é minha filha, Benjamin. Eu me arrependi de ter ido
embora. Voltei por vocês, meu amor. Estou disposta a retomarmos de onde
paramos, ter mais filhos, ser uma esposa exemplar.
— Você teve cinco anos para se arrepender, e mudou de opinião justo
quando seu marido rico a deixou? Você acha que eu sou imbecil, Susan?
Aposto que o ricaço vai adorar saber que você tem um apartamento de luxo.
Ele não sabe, não é? Se ele soubesse teria tomado, como fez com as joias que
havia lhe presenteado.
— Como é que você sabe tudo isso da minha vida? Andou me
investigando, Benjamin? — questionou ela, perplexa.
— Eu sei tudo que se passa nesta cidade, querida. E quando não sei,
descubro — declarou o cowboy.
— Seu infeliz! Você é um miserável, mesmo — vociferou ela,
enfurecida. Ben pegou na mão da Bia e saímos de perto da megera.
— Era só o que me faltava! Essa assombração aparecer depois de
cinco anos, e achar que ainda é alguma coisa minha. — O cowboy riu, sem o
menor humor.
É muita cara de pau daquela descarada! Se acha que vai ficar com
meu homem, está muito enganada.
— Mude essa carinha, bonequinha. Aquela vaca não vai mais te
perturbar. Nem vai levá-la para longe do seu pai.
— A senhora promete? — perguntou ela, com cara de choro.
— Prometo. Se ela sequer olhar de cara feia para você, eu dou uma
surra bem grande nela. A safada vai passar uma semana andando de cadeira
de rodas.
— A senhora me chama para olhar? — perguntou a garotinha. Ela
realmente era sobrinha da Melissa. Tão pequena, mas já destemida. Eu tinha
ciência de que não era correto falar aquele tipo de coisa para uma criança,
mas eu queria dar uma amenizada naquele clima tenso.
— Filha, a Lizzy tem razão, a Susan não vai te fazer mal.
— Tá bom, papai.
— Bia, que tal irmos à barraquinha de tiro ao alvo? Posso tentar tirar
um urso para você — perguntei, pegando um pouco de seu algodão-doce.
— Só se for um urso bem grandão — disse ela, com os olhinhos
brilhando em expectativa.
Se era difícil ganhar um ursinho pequeno, imagina um grandão!
— Por acaso você sabe atirar, Elizabeth? — perguntou o cowboy,
com cara de deboche.
— Não sei, mas não custa tentar. Nem deve ser tão difícil assim —
retruquei.
Quando chegamos à barraca, peguei uma das espingardas. Enquanto o
senhorzinho me explicava como se usava a arma, Benjamin se segurava para
não rir. Eu podia não acertar o alvo, mas não daria o braço a torcer.
— Tia Lizzy, eu quero aquele marrom ali — Bia apontou para um
urso enorme, o dobro do seu tamanho.
Droga! Eu só faço me meter em roubadas! Agora é que eu vou ser
alvo de chacotas!
— Vai, potranca! Quero ver se você é tão boa segurando uma
espingarda, quanto é segurando uma pistola.
— Quer ir para o outro lado da mesa, cowboy? Eu sei bem onde
mirar.
— Vou ficar desse lado mesmo — declarou ele, dando um sorriso de
canto de boca.
— Acho bom mesmo — retruquei, mirando no alvo. Dei sete tiros e
não derrubei nenhum. Só podia ter chumbo dentro daquelas malditas caixas.
— Deixe-me mostrar como se faz, baby. — Ben debochou, pegando a
espingarda de minhas mãos. O desgraçado mirou no alvo e acertou na
primeira tentativa. Como era possível? Será que não tinha nada em que ele
fosse ruim?
— Como você fez isso, Benjamin? Você só pode ter trapaceado.
— Como é que eu ia trapacear, baby? Eu não saí de perto de você em
nenhum momento. Eu te falei que era bom de mira — disse o cretino,
piscando para mim.
— Já estão indo? — indagou Noah, ao se aproximar. Ele usava roupas
pretas e coturnos marrons. Parecia um bad boy. O homem chamava a atenção
da mulherada. Notei várias garotas cochichando e olhando para ele com
cobiça. Mas ele parecia alheio a tudo aquilo. Algo prendia sua atenção em
meio a toda aquela gente.
— Vamos levar a Bia para andar no carrossel e nos carrinhos de bate-
bate, depois vamos para casa — Benjamin respondeu, olhando na mesma
direção em que o irmão olhava.
— O que diabos você tanto olha, Noah? Não me diga que quer ir no
pula-pula. Você não tem mais idade para isso. — Caçoou o cavalão.
— Acho que vi um anjo, Benjamin. Devo estar ficando louco!
Fiquei puto quando vi a Susan conversando com a Lizzy. Ela podia ter
mudado o cabelo, as roupas, a classe social, mas eu a reconheceria mesmo
que se passassem mil anos. Seu nariz empinado e sua prepotência
continuavam os mesmos. Talvez até pior do que eu me lembrava.
Como pude me deixar enganar por uma mulher tão fútil e
manipuladora?
— Vamos, papai. Quero ir no pula-pula — disse Bia, puxando em
minha mão, tirando-me dos meus pensamentos.
— Filha, você não está cansada? — perguntei, colocando a mão na
cintura. Eu estava doido para ir embora. Fazia quase três horas que
andávamos para cima e para baixo. Ela já tinha andado na maioria dos
brinquedos e nem demonstrava cansaço.
— O tio Noah disse que era para eu me divertir até não aguentar mais.
— Filho da puta! — Rosnei, furioso.
O Noah vai me pagar por me fazer andar tanto e por ser um empata
foda.
— Olha a boca, cowboy — advertiu Lizzy, me olhando com os olhos
semicerrados.
— Princesa, a Lizzy e eu estamos cansados. Se formos agora, eu peço
para o palhaço do seu tio trazê-la outro dia. — Eu queria que ela aceitasse
minha proposta. Estava difícil acompanhar o pique da garotinha.
— Amanhã a vovó Bertha pode fazer uma cheesecake de frutas
vermelhas para mim? E eu posso comer bem muitão?
— Pode, espertinha. Mas isso é chantagem, hein. Não é legal fazer
esse tipo de coisa. Você só ganhou essa porque eu estou cansado e ainda
tenho algo importante para fazer quando chegarmos em casa — confessei,
dando uma piscadela para a potranca.
— Eba! — gritou Bia, com um sorriso vitorioso no rosto. Algo me
dizia que tinha dedo do meu irmão naquela história. Com tanta coisa para
minha filha pedir, ela pediu logo a sobremesa preferida do tio?! Muito
suspeito!
Mal entramos no carro e a Bia começou a cochilar. Ela tinha seguido
à risca o conselho do Noah. Que por sinal, sumiu de nossas vistas depois que
falou que tinha visto o tal “anjo". Eu sabia muito bem a que tipo de anjo ele
estava se referindo.
Passava das dez da noite quando chegamos a casa. Peguei minha filha
no colo e a levei para o quarto. Ao colocá-la na cama, retirei suas sandálias,
cobri seu corpo até a altura dos ombros e lhe dei um beijo de boa-noite.
Quando me virei para sair do cômodo, percebi que a Lizzy estava chorando
encostada na soleira da porta.
O que diabos a maldita da Susan tinha falado para minha potranca?
Ela estava estranha desde que as encontrei conversando.
— Por que você está chorando, baby? O que foi que a Susan falou
para te deixar assim? — questionei, enxugando seu rosto com as pontas dos
dedos.
— Nada. Eu só fiquei emocionada. Quem diria que um cavalo xucro
feito você seria um pai tão incrível.
— Chorar por causa disso, meu amor? Tem certeza de que esse é o
verdadeiro motivo de suas lágrimas?
— Tenho. Eu fico bem emotiva quando estou de TPM. Nada que uma
barra de chocolate não resolva. — Eu sabia que não era só aquilo. Eu
conhecia bem a Susan para saber que ela tinha destilado seu veneno na Lizzy,
com a intenção de colocá-la contra mim.
— Vem comigo, querida. — Chamei-a, entrelaçando nossos dedos.
Ao entrarmos no meu quarto, tiramos nossas roupas e seguimos para o
banheiro. Enquanto tomávamos banho, Lizzy indagou:
— De onde é que a Bia tira tanta disposição? Os meus pés estão
doendo pra cacete. Se você tivesse deixado, ela ainda teria ido no pula-pula, e
só Deus sabe quando é que ela sairia de lá. Fiquei imaginando o quanto meus
pais sofreram me tendo como filha. Acho que eu era pior do que a
bonequinha. Espero que meus filhos não aprontem nem um terço do que eu
aprontava.
— Posso imaginar o quanto você era sapeca. Só não consigo entender
o porquê de você não ter trazido suas coisas para meu quarto, assim não
precisaria tomar banho com sabonete masculino, nem dormir com minhas
camisetas — falei, ensaboando seus seios, sua barriga, seu bumbum.
— Qual é o problema de eu gostar de seu cheiro e de usar suas
camisetas? — questionou, com a respiração pesada, com os olhos nublados
de tesão.
— Estou te deixando excitada, potranca? — indaguei, passando os
dedos no meio de suas pernas. Lizzy estremeceu ao meu toque, os pelos do
seu corpo se arrepiaram e seu coração batia desenfreado.
— E por que eu estaria? — retrucou a descarada, olhando para minha
boca. A safada não dava o braço a torcer. Ela jamais admitiria que se excitava
com um mísero toque meu, com um olhar safado, com uma ordem minha. As
reações do seu corpo falavam por si só, entregavam o que ela sentia.
— Porque eu estou sentindo sua bocetinha pegando fogo, pulsando
contra meus dedos.
— Você está enganado. Ela está quente por causa da água morna. —
Tentou me ludibriar. Arqueei uma sobrancelha e enxaguei seu corpo. Eu a
confrontava com meu olhar, com meu corpo.
— Tem certeza de que foi a água morna que deixou sua xoxotinha
quente e melada? — questionei, esfregando meu pau na entrada de sua
boceta.
— Tenho — disse ela, engolindo em seco. Seus olhos estavam presos
nos meus, sua respiração quente e agitada fazia meu corpo arder de tesão.
— Eu posso passar a cabeça do meu pau aqui? — perguntei,
misturando nossas lubrificações. Ela podia dizer que não, mas estava tão
excitada quanto eu. Meu pau já estava em ponto de bala: duro, quente,
grosso. Pronto para entrar em ação.
Como eu adorava ver e sentir aquela boceta toda lisinha, molhadinha,
brilhando para mim. Eu meio que desenvolvi um fetiche. Não podia vê-la que
queria sentir o gosto, preenchê-la com minha língua e pau. Eu nunca tinha
necessitado tanto de uma boceta como eu estava necessitado pela de Lizzy.
Era como um vício. E a única coisa que eu queria naquele momento, era
fodê-la.
— Não íamos tomar banho, e depois você ia me fazer uma
massagem? Esqueceu, Benjamin Parker?
— Eu já comecei a massageá-la, baby. Não está sentindo?
— Que técnica é esta que se usa o pau em vez das mãos?
— Não está gostando?
— É diferente, mas não é ruim. Você sabe fazer outros movimentos,
senhor massagista? Ou só é isso mesmo? — provocou. Fui para cima dela,
segurei em sua cintura e beijei sua boca gostosa. Lizzy gemia e arranhava
minhas costas desesperadamente. Sorri contra seus lábios quando ela
começou a apertar e apalpar minha bunda.
Diacho! Não é que a mulher cismou com meu traseiro.
Deslizei minhas mãos por suas curvas, por sua pele macia, sedosa.
Cada parte dela cabia perfeitamente em minhas mãos, parecia que tinha sido
esculpida exclusivamente para mim. Os seios durinhos, a bundinha
arrebitada, a cintura fina, a bocetinha carnuda. Tudo nela me deixava louco,
fora de mim. Mas eu tentava controlar meu instinto.
— Eu sou fissurado nesses peitinhos, sabia? — falei, abocanhando
um, logo depois o outro. Eu não conseguia resistir àqueles bicos durinhos me
convidando para saboreá-los.
— Ai, que gostoso! — disse ela, apertando meus braços alucinada.
Virei-a de costas, posicionei meu pau na entrada de sua boceta e a penetrei
devagar, untando meu pau com a lubrificação que escorria de seu sexo.
Meu caralho vibrou ao ver a potranca gemendo inebriada pela luxúria.
Depois de algumas bombeadas, despejei minha semente dentro de sua vagina.
Diferente das outras vezes, Lizzy não atingiu o ápice. Ela ia ficar só na
vontade.
— Gostosa — falei, beijando seu ombro, apertando um de seus seios.
— Vem cá, Benjamin, termine o serviço. Eu quero gozar.
— Quer, mas não vai. Acho que te deixei mal-acostumada — disse,
puxando-a para debaixo do chuveiro. Ela estava desapontada comigo, mas eu
queria deixá-la subindo pelas paredes, louca para me dar.
Depois do banho, ela foi até seu quarto trocar de roupa. Combinamos
de nos encontrarmos na cozinha para fazermos um lanche. Eu ia preparar
uma das minhas especialidades: sanduíche de presunto com lascas de
parmesão, mostarda e rúcula fresca.
Eu estava pegando os ingredientes quando Lizzy se juntou a mim. Ela
se sentou em uma das banquetas e ficou me comendo com os olhos. A sem-
vergonha apreciava cada parte do meu corpo, especialmente, meu abdômen e
o V da minha cintura. Seu olhar cobiçoso, com o shortinho que usava, estava
me deixando de pau duro, tirando minha atenção.
A diaba não estava facilitando para meu lado. Devia estar se vingando
por não ter gozado. Diacho de mulher traiçoeira!
— Você só sabe cozinhar sem camisa? — indagou, apoiando uma
mão no queixo, ansiosa pela resposta.
— Assim é mais prático. Não preciso me preocupar se vou me sujar.
Quer me ajudar aqui? — perguntei, apontando para os ingredientes.
— Não. Prefiro apreciar a vista — respondeu, dando-me um sorriso
de canto de boca.
Caralho! Aquilo era tão tentador. Meu pau que aguentasse a pressão!
— Eu nunca tinha pensado nisso — falou pensativa.
— Nisso o quê? — perguntei, meio aéreo. Eu tinha até esquecido
sobre o que estávamos conversando. A mulher tinha um dom de me deixar
abobalhado, sem raciocinar direito.
— Cozinhar pelada... Vou aderir a esse hábito. Pelo menos o pessoal
da lavanderia vai parar de me encher o saco por causa das manchas em
minhas roupas. Eu sou tão desastrada...
— Eu ficaria lisonjeado se você cozinhasse pra mim só de avental,
ou... de repente, com uma lingerie bem sensual — falei, enquanto montava os
sanduíches.
— Quem sabe quando você for me visitar em Nova York, eu não
realize seu desejo. — disse ela, dando uma piscada de olho. Eu estava
tentando me controlar para não a foder antes de alimentá-la. No entanto,
nossas conversas estavam me levando à beira de um precipício. Limpei a
garganta e perguntei:
— Você vai de suco ou de vinho?
— O que o chefe recomenda? — indagou de um jeito sexy, com a
sobrancelha levemente arqueada, mordiscando o lábio inferior, logo em
seguida.
A safada está jogando com artilharia pesada, testando meu
autocontrole. Está pedindo para levar uns tapas, ser fodida em todos os
buracos.
— Vamos de vinho, então. — Enquanto eu arrumava a mesa, pedi a
Lizzy que fosse até à adega pegar um Pinot Noir.
— Você sabe escolher o vinho certo para cada prato. Se não fosse
fazendeiro, seria um excelente Sommelier.
— Obrigado. Como sou um apreciador de vinhos, sempre pesquiso
quais tipos combinam com meus pratos preferidos. Sentei-me de frente para a
mulher da minha vida e servi-lhe uma taça de vinho.
— Não tenho dúvidas de que foi uma excelente escolha. — Enquanto
Lizzy degustava a bebida, meu olhar percorria seu corpo, suas curvas, suas
partes íntimas. Eu queria saboreá-la, fodê-la intensamente sobre aquela mesa
de madeira.
— Por que está me olhando assim, cowboy?
— Sua xoxotinha está toda marcada dentro desse shortinho de lycra.
Você não sabe o quanto está sendo difícil me concentrar em outra coisa que
não seja esse bocetão.
— Você não para de pensar em sexo nem quando está comendo?
Cruz-credo! Isso não é normal.
— Meu pau está com tanta vontade de se abrigar em sua grutinha, que
está latejando de tesão. Quanto mais eu olho, mais meu caralho se avoluma,
pulsa, enrijece.
— Meu Deus! Você é um tarado sem-vergonha. Acabamos de transar
e você já está neste estado? — indagou, olhando para o tamanho de minha
ereção.
— Por mim, eu passava o dia inteiro dentro de você. E, respondendo a
sua pergunta, não penso em sexo quando estou dormindo, mas vez ou outra,
sonho com sacanagens — falei, esboçando um sorriso.
— Espero que de hoje em diante, eu seja a protagonista de seus
sonhos. Porque se eu escutar você chamando o nome de alguma puta
enquanto dorme, eu arranco seu pau com bolas e tudo, seu depravado —
vociferou, jogando o guardanapo em minha cara. Espreguicei-me na cadeira,
coloquei as mãos cruzadas atrás da cabeça e comecei a rir da sua crise de
ciúmes. Aquilo era fofo até para um ogro como eu.
— Como se você não pensasse em safadezas.
— É diferente. Você me provoca, me pega de jeito, vive de barraca
armada. Como quer que eu reaja? Poxa! Eu sou humana.
— Você também não facilita. Então, não reclame — Lizzy não falou
nada, ela não estava com razão para rebater.
— Nossa! Isso tá muito bom. É gostoso, leve e saudável — falou de
boca cheia, sem se importar com as regras de etiqueta. Eu adorava seu jeito
desinibido. Não era cheia de frescuras como presumi.
— É bem saboroso mesmo. É gostoso como chocolate, fofinho como
pão de mel e suculento como uma fruta madura — falei, olhando para seu
monte carnudo. Eu não conseguia tirar os olhos daquele lugar.
— Pare de olhar para minha boceta, seu tarado. Estou ficando
constrangida. — Sorri, tomando um grande gole da minha bebida. Parei de
olhar para seu sexo e tentei me concentrar no lanche, afinal, eu precisava de
energia para fodê-la até a exaustão.
Quando terminamos de comer, retirei a mesa e lavei a louça. A
cozinha estava ao estilo Bertha: limpa e organizada. Minha governanta não
teria do que reclamar quando chegasse no dia seguinte.
— Onde pensa que vai, potranca? Quero minha sobremesa. — Puxei-
a pelo braço, encurralando-a contra a mesa, beijando seu ombro, esfregando
meu pau duro em sua xoxota.
— Eu... eu ia ver TV lá na sala. Não era o que tínhamos combinado?
— perguntou, arfante, agoniada.
Depois de enfiar as mãos em seus cabelos e chupar seu pescoço,
indaguei:
— Não vai querer experimentar sua sobremesa? Eu tenho um
delicioso picolé de creme. Ele está todo lambuzadinho. Não quer colocá-lo na
boca, chupá-lo todinho?
— Você quer transar em cima da mesa? A Bertha vai nos matar,
Benjamin.
— Eu não quero. Eu vou. E a Bertha não precisa ficar sabendo de
nada — respondi em um sussurro, mordiscando sua orelha, apertando sua
bunda.
— E se ela escutar e aparecer aqui de supetão? Não estou a fim de
levar uma surra de colher de pau, meu querido.
— Ela vai dormir na casa da comadre dela, lá na cidade. Se é que ela
vai dormir lá mesmo. Fiquei sabendo que um dos peões está arrastando asa
pra ela.
— A Bertha de namorico? — perguntou, surpresa.
— A Bertha está na flor da idade, Lizzy. E se você não sabe, ela não
perde a chance de dar uma paquerada.
— Mas e o Noah? Não sabemos que horas ele vai voltar.
— Provavelmente ele nem dormirá em casa, baby. Tenho quase
certeza de que ele vai para alguma de suas festinhas particulares. Aquele
libertino só deve pisar aqui amanhã depois do meio-dia.
— Festinhas particulares? — indagou curiosa. Eu não queria falar do
Noah. Eu queria foder. Além do mais, ela não precisava ter conhecimento da
vida íntima do meu irmão.
— É melhor você esquecer este assunto. Vamos focar em nós dois, no
agora — falei, beijando sua boca, sentindo o sabor e a maciez de seus lábios,
engolindo seus gemidos sôfregos.
Luxúria pairava entre nós. Estávamos famintos, um querendo devorar
o outro. Parecia que não nos víamos há séculos. Lizzy levou sua mão até meu
pau e o acariciou por cima do short esportivo. O tecido fino lhe permitia
sentir toda minha grossura e comprimento.
— Vem aqui. — Chamei-a. — Estou com saudade de sentir sua
boquinha me devorando. Você está com saudade de sentir o meu gosto,
potranca? De ver o quanto meu pau fica babado e inchado só de pensar em
sua língua o saboreando?
— Sim... quero engoli-lo todinho — falou, embriagada de desejo.
Lizzy se livrou de sua blusa, deixando seus seios a minha mercê. Eu gostava
de sentir sua língua em meu pau, mas gostava também, de saborear cada
centímetro do seu corpo.
— Você quer? — perguntei, balançando meu caralho. Eu estava com
tanto tesão, que parecia que meu pau ia explodir. Lizzy se aproximou como
uma gata pidona, mordiscou meu peito, bíceps, costelas e abdômen. Quando
chegou à altura de minha pélvis, ficou de joelhos e me olhou de um jeito
safado. Em seguida, mordeu meu membro pulsante, ainda coberto pelo
tecido, arrancando-me grunhidos e lamúrias de prazer.
— Ohh... porra... — gemi alto, ensandecido. Sem perder tempo, Lizzy
baixou meu short com os dentes, fazendo com que meu caralho saltasse em
sua cara, melando-a com a lubrificação que escorria da glande.
Estremeci quando ela colocou a língua para fora e começou a lamber
meu pré-gozo. Ela me saboreava devagar, sentindo meu cheiro, meu sabor,
minha espessura. Degustava-me sem pressa, aproveitando cada momento,
cada reação do meu corpo. Eu me sentia o seu dono, vendo-a de joelhos me
chupando daquele jeito. Aquilo fazia um prazer indescritível crescer dentro
de mim.
Segurei firme em seus cabelos e comecei a bater com meu mastro em
seu rosto e seios intumescidos. Soquei meu pau dentro de sua cavidade bucal
e o movimentei para cima e para baixo. Meu caralho batia em seus dentes,
fazendo um barulho excitante. Era gostoso “torturar” a Lizzy, vê-la com cara
de quem estava sofrendo, toda descabelada, o rosto lambuzado.
Se ela soubesse como aquela carinha de puta me deixava louco!
— Hummm... que picolé gostoso... — falou inebriada, com a
respiração pesada. A gostosa levantou meu pau e, enquanto me masturbava,
começou a chupar e sugar minhas bolas.
— Caralho... Que boquinha perversa! — falei, alucinado.
Enquanto a safada me chupava com gosto, com vontade, ela deslizou
a mão para dentro do seu short e começou a acariciar o seu grelinho.
Lágrimas de prazer escorriam por seu rosto, deixando-me mais dominador.
Eu segurava firme em seus cabelos, movimentando-me para dentro de sua
boca, sufocando-a com minha tora.
— Eu preciso que você me coma, cavalão. — disse ela, aumentando
os movimentos em seu clitóris. No entanto, eu não queria que ela gozasse
antes de ser penetrada, antes de sentir meu pau a expandindo, rasgando-a por
dentro, comendo-a com voracidade.
Puxei-a pelo braço e a encostei na mesa. A diaba se apoiou no móvel
e melou os dedos nos líquidos que escorriam de sua vagina. Em seguida os
levou até seus mamilos e os contornou em movimentos circulares, deixando-
os mais pontudos e inchados. Meu caralho pulsou vendo aquela cena.
Respirei fundo e tentei me controlar para que meu gozo não saísse antes da
hora.
— Garanhão, você quer passar a língua aqui? — perguntou manhosa,
acariciando seu mamilo túrgido. Eu estava doido para cair de boca naquelas
preciosidades; vê-la se contorcendo a cada lambida, a cada movimento de
minha língua.
— Não vou passar só a língua, vou passar meu pau também.
— Então vem. — Enquanto eu mamava gostoso, minhas mãos
acariciavam e apertavam seu corpo com ganância.
— Sente-se na cadeira — ordenei rouco.
Assim que comecei a passar a cabeça da minha rola em seus peitos, a
safada disse:
— Hummm... que delícia... lembra uma passada de língua, só que
mais gostoso, mais depravado.
Lizzy ondulou quando levei a mão até sua fenda molhada e comecei a
acariciá-la, atiçá-la por cima do short. Um calorão emanava do seu sexo.
Estava tão quente, que mais parecia uma fornalha.
— Está sem calcinha, né safada? — Você não perde por esperar.
Levantei-a abruptamente e a fiz debruçar-se sobre o tampo de madeira,
abaixei seu short e estoquei fundo e forte em sua grutinha aquecida. Seu
corpo sacolejava contra a madeira, enquanto eu a possuía com sofreguidão.
— Ben... ahhh... isso... ohhh... — Lizzy choramingava, desesperada.
Puxei seus braços para trás e aumentei a velocidade das arremetidas,
afundando-me em seu interior, preenchendo cada espaço vazio que havia ali.
Senti-a convulsionar quando meu mastro atingiu seu ponto sensível,
deixando-a fraca, de pernas bambas.
— Isso, gostosa, geme para seu cavalão, geme — falei, levantando
sua perna direita, apoiando seu joelho em cima da mesa. Depois, voltei a
comê-la duramente. Ao mesmo tempo em que eu a estocava, puxava em seus
cabelos e mantinha suas mãos presas atrás do corpo, sob meu domínio.
— Isso... vai... soca tudo... ahhhhh... aperta meus peitos — pediu, em
uma súplica.
Prendi os bicos de seus seios entre os dedos e comecei a apertá-los
com força. Sua vagina me estrangulava, fazendo-me delirar de tesão.
— Você gosta de sentir dor, né putinha? Você sente prazer quando eu
te bato, assim? — perguntei, dando um tapa estralado em sua bunda. Foi tão
forte que meus dedos ficaram estampados em sua pele branquinha.
— Ahhhh... sim... hummm... isso... vai... bate mais um pouquinho...
— E você sente prazer quando eu aperto assim? — indaguei,
pressionando seu pescoço, dificultando sua respiração.
Se aquilo fosse tão bom pra ela quanto era para mim...
— Ohhh... sim... sim... — falou com dificuldade, lânguida.
— Vou meter com tudo nesse rabo delicioso. Antes de você sair sem
calcinha por aí, vai pensar duas vezes.
— Hummm... — ela soltou um gemido ensurdecedor ao sentir o meu
dedão afundar no seu orifício apertado.
— Vou te esfolar todinha. Você não sabe como estou doido para me
perder nesse labirinto. — À medida que eu falava sacanagens, seu cuzinho
pulsava involuntariamente. Era uma coisa linda de se ver.
Estoquei-a lentamente, até a metade do meu pênis, mas eu estava
excitado demais para colocar o resto com calma. Então, meti de uma vez só,
provocando-me um prazer descomunal.
— Ai! Filho da puta! Me rasgou toda... — vociferou, contraindo o
bumbum.
— Quietinha. — Abri sua bunda e comecei a meter novamente. Lizzy
respirava fundo, tentando relaxar. Ela foi movimentando-se contra meu
membro, instigando-me a socar mais rápido.
— Oh céus! Que rabo delicioso!
— Ahhh... estou quase gozando. — Levantei as duas bandas de sua
bunda, segurei-as firme, e continuei a estocar sedentamente. Nossos
grunhidos se mesclavam. O cheiro de pecado e lascívia invadiam nossas
narinas, nos entorpecendo.
— Goza comigo, baby — pedi, quando senti meus músculos ficarem
rígidos. Eu queria gozar ao mesmo tempo que ela, compactuar daquele
momento especial, mágico.
— Assim... isso... soca... vai... vou gozar... ahhhh... hummm... que
pica gostosa... ahhh... — Enquanto ela lamuriava e se contraía, intensifiquei
as estocadas e meti com tudo. Seus músculos anais apertavam meu caralho.
Ao sentir toda aquela pressão em volta do meu pau, segurei em seus ombros e
gemei extasiado, arrebatado por aquele desejo que me consumia
ardentemente. Gemíamos enlouquecidos, lânguidos, nossos corpos
tremulavam e, então, ondulamos em um orgasmo intenso, pujante,
ensurdecedor.
Ao acordar na sexta-feira de manhã, tateei a cama à procura do Ben, mas para
minha infelicidade, ele já tinha se levantado. Abri os olhos devagar,
incomodada com um feixe de luz que entrava pela janela.
Sorri ao ver, em cima da mesa de cabeceira, um papel dobrado ao
meio e alguns ramos de lavanda. Ao pegá-los, levei-os até o nariz, inspirando
a delicada fragrância que emanava de suas pétalas arroxeadas.
Fiquei rindo igual uma boba apaixonada quando li o seguinte recado:
“Bom dia, meu Raio de Sol! Precisei ir até à cidade, mas voltarei a
tempo de almoçarmos juntos. Com amor, Benjamin Parker”.
Levantei-me, arrumei a cama e fui para meu quarto. Aproveitaria os
últimos dias na fazenda como uma verdadeira cowgirl: sairia para dar um
passeio com o Chocolate. Eu estava devendo isso a ele. Em uma de nossas
conversas, eu o prometi que sairíamos para cavalgar na primeira
oportunidade que tivéssemos.
O dia estava favorável. Como o Ben havia saído, eu não tinha que me
preocupar se ele apareceria de repente e me impediria de fazer o que eu tanto
queria. Além do mais, eu confiava no Chocolate e ele em mim. O que poderia
dar errado?
O garanhão não sabia da missa a metade. Eu não só havia me
aproximado do cavalo, como também, escovado seu pelo, dado banho,
colocado a sela e até montado nele. No entanto, faltava a última etapa da
doma: cavalgar ao ar livre.
Após o banho, vesti uma calça jeans bem justa e uma camisa de
manga longa. Calcei botas de montaria e coloquei o Stetson que o Ben havia
me presenteado. Estava pronta para colocar meu plano em ação. Mas
primeiro, eu precisava tomar café. Era impressionante como a cada dia eu
acordava mais faminta. O cowboy estava acabando com todas as minhas
energias. Se continuássemos transando na mesma frequência e intensidade,
quem voltaria para Nova York não seria a Lizzy, mas um projeto de Lizzy.
Ao abrir a porta do quarto, notei que a casa estava mais animada do
que o de costume. Noah tinha uma alegria contagiante.
— Bom dia! — Antes que eu pudesse puxar uma cadeira para me
sentar, o tatuado falou:
— Minha nossa! Não é que temos uma cowgirl aqui. Olha só,
Berthinha — Ele pegou em minha mão e me fez dar uma rodadinha.
— O que vai aprontar, menina? Eu nunca te vi vestida assim. Não me
diga que vai cavalgar.
— Claro que não, Bertha. De onde é que você tirou isso? Eu só quis
saber como é se vestir como uma mulher do campo.
— Acho bom que seja isso mesmo. Benjamin deixou bem claro que
eu ficasse de olho em você — disse a governanta, me olhando desconfiada,
enquanto eu enchia meu prato de comida.
— Ben acha que você é uma boneca de porcelana, que pode quebrar
fácil — comentou o bonitão tatuado.
— Nem me fale. Digamos que este seja um dos “defeitinhos” do seu
irmão.
— Ben não faz por mal. Ele é o ajuizado desta família, o que faz a
coisa funcionar, o que se preocupa com todos e com tudo. — Fiquei toda
orgulhosa do meu cavalão. Não tinha como não o amar.
— Tia Lizzy, a senhora já viu as tatuagens do tio Noah? — perguntou
Bia, enquanto tentava montar um cubo mágico. Antes de responder à
pequena, olhei, sutilmente, para os desenhos que o bonitão tinha nos braços.
Era um mais lindo do que o outro. Se o Ben não tivesse fisgado meu coração,
com certeza seu irmão fisgaria.
O Noah não era um pedaço de mal caminho, era um caminho inteiro.
Além de bonito e sedutor, ele tinha um corpo todo durinho, de dar água na
boca. Porém, algo me dizia que os olhares desejosos das garotas da cidade,
não eram só por causa dos seus atributos físicos, pelo menos os visíveis.
Tinha algo mais. Algo que despertava desejo, curiosidade, fascinação.
— São lindas, bonequinha. Elas deixam seu tio muito... como posso
dizer... encantador — falei, tomando um gole de suco. Encantador não era
bem a palavra que eu queria dizer, mas era mais conveniente do que sexy.
— Tá vendo, Berthinha, só você que implica com minhas tatuagens.
As garotas adoram.
— Deixe de conversar besteira, garoto. Eu só acho que você está
viciado. Daqui a pouco vai tatuar até o ... você sabe do que estou falando —
disse Bertha, fazendo-me rir.
— E quem disse que eu não tenho? — indagou ele, sério, com o olhar
pesado, intenso. Se eu já achava o Benjamin um tanto enigmático, seu irmão
era um poço de mistérios.
— Isso é o fim da picada! — falou a governanta, embasbacada.
— Quando eu crescer, quero um namorado todo colorido, igual o tio
Noah — declarou Bia, sorrindo de orelha a orelha.
— Princesa, seus pretendentes só se tornarão namorados se passarem
nos testes que seu pai e eu vamos fazer. Mas afirmo desde já: não serão
fáceis.
— Tá bom — disse Bia inocente.
— Já até imagino as confusões que vão rolar por aqui — declarei,
colocando um pouco mais de calda em minha panqueca. A pequena não fazia
ideia das atrocidades que seu pai e o seu tio seriam capazes de fazer para
manter os garotos longe dela.
Coitada! Se pelo menos fosse maiorzinha, eu lhe ensinaria alguns
truques de como driblar seu pai turrão.
— Ainda bem que nessa época já estarei aposentada. Não tenho mais
idade para essas coisas — Bertha se apressou em dizer.
— A conversa está interessante, mas vou fazer meu passeio antes que
fique tarde demais. — Ao chegar ao estábulo, peguei uma sela e fui até à baia
do Chocolate.
— Oi, garotão. Está preparado para darmos aquele passeio? Eu quero
que saiba que eu confio em você. Vai dar tudo certo. — Ele esfregou o
focinho nas palmas das minhas mãos e relinchou em resposta. Tomei aquilo
como um sim. Tirei-o da baia e quando estava terminando de afivelar a sela,
percebi que tinha companhia.
— Você enganou a Bertha direitinho, cunhadinha. Presumo que o Ben
não saiba que você pretende sair para cavalgar neste cavalo — disse Noah,
sério, após dar um trago num cigarro.
— Primeiro, seu irmão não precisa ficar sabendo tudo o que faço. E,
segundo, já faz um tempo que venho preparando esse cavalo para me deixar
cavalgá-lo. Então, querido cunhado, ninguém irá me impedir de montar no
Chocolate.
— Agora eu entendi por que o Benjamin está gamado em você.
Finalmente ele encontrou uma mulher capaz de confrontá-lo. Confesso que te
admiro por isso, mas não posso deixá-la fazer uma loucura dessas. Se alguma
coisa acontecer a você, o Ben faz picadinho de mim.
— Não vai acontecer nada, Noah. Eu tomarei cuidado.
— Tudo bem. Mas eu vou junto. Benjamin estava certo, você é bem
singular.
— Eu não estou acreditando que aquele cretino andou falando de
mim. O que diabos ele falou — questionei, bufando de raiva. Curiosidade me
definia naquele momento.
— Calma aí, loirinha. Ele só fez elogios. Só faltou te colocar num
pedestal. Disse o quanto você era linda, petulante, cheirosa, bravinha. Uma
infinidade de coisas.
— Nem tudo aí são elogios — retruquei, enraivecida.
Aquele cavalo xucro está merecendo levar umas chicotadas para não
falar o que não deve.
— Vindo de um homem apaixonado, são elogios, sim. Você precisava
ver a cara do Ben falando das suas qualidades — declarou ele, dando uma
gargalhada.
— Posso imaginar. — Instantaneamente, fiz uma lista mental das
qualidades do Ben: sexy, bruto, bom de cama e dono de um pau enorme,
cheiroso e bem cuidado.
— Eu acho que eu tenho um par de botas ali no armário. Saímos em
cinco minutos — disse Noah, tirando-me dos meus pensamentos
pecaminosos.
— Vou te esperar lá fora. Pode demorar o tempo que quiser. — Mordi
o lábio inferior para conter uma risada. O bonitão não fazia ideia dos meus
planos.
Quando cheguei à frente do estábulo, não perdi tempo. Montei no
cavalo, debrucei-me sobre seu corpo e falei:
— Este dia será inesquecível para nós dois, garotão. Se comporte,
hein. Você sabe como seu pai é. — Puxei as rédeas devagar e pressionei os
calcanhares em seu corpo, instigando a cavalgar. O cavalo saiu mais rápido
do que eu esperava. Segurei firme nas rédeas e o deixei me mostrar o que
sabia fazer.
— Não faça isso, Lizzy! Isso é uma loucura! — Escutei Noah gritar.
Olhei para trás e o vi pulando em uma perna só, tentando calçar as botas. Dei
uma risada e continuei a cavalgar.
No caminho, encontrei um grupo de peões. Ao notarem quem era a
amazona e o cavalo que galopava em alta velocidade, entraram em desespero
e se jogaram contra uma cerca de madeira. Não havia necessidade de todo
aquele alvoroço. Íamos a, pelo menos, uns dez metros de distância. Além do
mais, eu tinha tudo sob controle.
A cada galope do Chocolate, um rastro de poeira subia no ar. Eu só
escutava o barulho do vento, dos galopes e das batidas frenéticas do meu
coração. O que eu sentia não era medo, longe disso. Era pura adrenalina.
Já estávamos a alguns quilômetros de casa, quando avistei uma boa
área de campo aberto, lá seria perfeito para testar a potência do cavalo. Puxei
as rédeas e pressionei os calcanhares com um pouco mais de força em seu
corpo robusto, fazendo-o galopar velozmente. E, foi naquele instante, que eu
entendi o porquê do seu antigo nome. O cavalo era tão rápido quanto um
relâmpago.
Tínhamos galopado por um bom tempo, e o Chocolate ainda tinha
muita energia para gastar. Ele gostava de correr ao ar livre. Por maior que
fossem os piquetes, não era espaço suficiente para um corredor nato como
ele. Fiquei nervosa quando escutei relinchos de um segundo cavalo.
Será que eu tinha sido descoberta? Não era possível...
Ao olhar para trás, avistei um homem em um cavalo negro, vindo em
minha direção a galopes apressados. Estávamos a uma distância considerável,
mas eu conhecia os contornos daqueles músculos, a cor do bronzeado, a
imponência. Quanto mais perto ele chegava, mais temerosa e excitada eu
ficava. Meu coração batia em um ritmo descontrolado, comecei a suar frio, a
tremer. Era meu fim!
— Você vai pagar caro por isso, sua diaba dos infernos! — gritou o
cowboy, quase pareando o cavalo no meu. Graças ao bom Deus, que o
Chocolate não ficou agressivo, pelo contrário, parecia confortável com tudo
aquilo. Ele se comportava como se estivesse em uma competição, como um
verdadeiro cavalo corredor.
— Só estamos nos divertindo, cowboy — gritei de volta, ajeitando o
chapéu na cabeça.
— Você vai descer desse cavalo por bem ou por mal, Elizabeth! —
vociferou, puto de ódio.
Tínhamos travado uma disputa, mas só poderia haver um vencedor. E,
se dependesse de mim, eu só desceria daquele animal quando retornássemos
à fazenda. No entanto, quando menos esperei, Benjamin envolveu seu braço
em minha cintura e, em questões de segundos, eu estava em cima de seu
cavalo.
— Por que você fez isso, Benjamin? Você acabou de arruinar minha
carreira de domadora. Quem vai acreditar que eu consegui amansar um
cavalo bravo?
— Você tem noção do que acabou de fazer? Você só pode ser doida.
Uma pessoa em perfeito juízo não sai cavalgando, descontroladamente, em
um cavalo praticamente selvagem — rosnou, enfurecido. Parecia que a
qualquer momento, sairia fogo de suas ventas. Não retruquei, pois não queria
deixá-lo ainda mais bravo.
Fiquei feliz quando vi o Chocolate nos ultrapassar. Sua pelagem
marrom-escura resplandecia ao sol. Aquilo era uma verdadeira obra de arte
da natureza.
Quando chegamos a casa, dei um largo sorriso ao ver meu bebê
próximo aos piquetes. Sebastian, Adam, Noah e mais dois homens tentavam
laçar o animal. Não tinha pra que toda aquela baderna.
— Olhe o tamanho da confusão que você arrumou! Satisfeita agora,
senhorita Collins? — Rosnou o cowboy. Ele estava tão aborrecido, que não
quis conversa com ninguém. Eu tinha que arrumar um jeito de mudar seu
humor.
Se pelo menos eu soubesse onde ele guarda os produtos que
esquentam e esfriam, vendas e algemas...
Diacho! Tenho que encontrar aquela maleta.
— Parem com isso, rapazes! Vocês ainda não perceberam que esse
cavalo não gosta de homens? Vocês são uns tapados mesmo. — Peguei nas
rédeas do Chocolate e o conduzi para dentro do curral.
— Como foi que ela fez isso? — indagou um dos peões,
embasbacado. Parecia que ele tinha visto algo de outro mundo.
O que os cowboys não sabiam, era que para domar um cavalo era
preciso ter delicadeza. Coisa esta, que eles não faziam nem ideia do que era.
— Não é que você conseguiu domar os dois cavalos mais selvagens
da fazenda! Porém, deixou um deles furioso. Quando o Ben fica emburrado
assim, é difícil de se lidar — proferiu, Noah, dando uma gargalhada.
— Foi você que deu com a língua nos dentes, não foi?
— Eu não tive alternativa, Lizzy. Quando eu estava indo atrás de
você, Benjamin ia chegando da cidade. Ele desconfiou da minha pressa e
perguntou o que tinha acontecido. Tente entender, eu não podia mentir para
meu irmão. Você estava em perigo.
— Tudo bem. O que eu posso fazer para o Ben me perdoar?
— Olha... O Benjamin não é uma pessoa fácil. Por ora, deixe-o
sozinho. Quando a raiva passar, ele vai te procurar.
— É só isso que eu tenho que fazer? — Apressei-me em perguntar.
Estava fácil demais. Tinha que ter mais alguma coisa.
— Uma boa foda deixa qualquer homem de bom humor — declarou,
dando uma piscada de olho.
Segui para casa a passos lentos, pensando qual seria a melhor
estratégia para conseguir o perdão do cavalão.
Quando abri a porta da sala, me surpreendi ao ver a Melissa jogando
conversa fora com a Bertha e com a pequena Bia.
— Amiga, o que faz aqui?! Por que não me falou que viria? —
perguntei, dando-lhe um abraço apertado.
— Era surpresa, sua boba. E eu não perderia a festança que está
rolando na cidade por nada. Na segunda-feira, voltaremos juntas para Nova
York.
— Tia Lizzy, não vai embora, fica morando aqui com a gente. Se
você for, o papai e eu vamos morrer de saudade — proferiu Bia, fazendo
biquinho. Meu coração ficou despedaçado ao vê-la tão tristinha. Aproximei-
me e falei:
— Eu prometo que virei visitá-la sempre que eu puder. Se seu pai
permitir, é claro. E vocês podem ir nos visitar em Nova York quando
quiserem. Ficarei muito feliz em recebê-los em minha casa.
— Apesar de você ser uma desmiolada e ter o dom de me tirar do sério, as
portas desta casa sempre estarão abertas para você — disse Benjamin ao
entrar na sala, segurando uma garrafa de cerveja.
— Papai, vamos visitar a tia Lizzy e a tia Melissa no Natal. Por favor,
diz que sim! — pediu a pequena, juntando as mãozinhas, em um sinal de
súplica. Não tinha como dizer um não para tanta fofura.
— Se você se comportar pelos próximos meses, poderemos ir.
Garotas malcomportadas nem sempre conseguem o que querem — disse o
cowboy, olhando fixamente para mim. Fuzilei-o com o olhar até que o safado
resolveu sumir das minhas vistas.
— Amiga, temos tantas coisas para conversar — declarou Melissa,
eufórica. Nem parecia que só fazia alguns dias que não nos víamos.
— Bia, quer ir comigo alimentar as galinhas e os pintinhos? Na volta
passamos na horta — perguntou Bertha, ao se levantar do sofá. A cozinheira
só queria nos dar privacidade para conversarmos mais à vontade. Ela bem
sabia que a Melissa não tinha freios na boca.
— Quero — respondeu a bonequinha, largando os brinquedos em
cima do sofá.
— Vamos conversar sobre o quê?
— Que tal começar me dizendo quão sério é o lance entre você e meu
irmão? Eu ainda não estou acreditando que você conseguiu fisgar o coração
do Benjamin. O que sua flor de lótus tem de especial?
— Céus! É assim que você chama sua vagina? — Ela deu de ombros
e ficou esperando que eu respondesse a primeira pergunta.
— Estamos vivendo o momento. Só o tempo dirá o que será do nosso
relacionamento. O que tiver de ser, será.
— E o Thomas... voltou a te perturbar?
— Meu celular está desligado desde aquele dia em que liguei para
você. Eu não queria que Thomas estragasse o resto de minhas férias. Eu sei
que ele não me deixará em paz com tanta facilidade.
— Acredita que naquele dia ele também estava no café? Quando me
levantei para ir embora, o vi sentado três mesas atrás de mim. Tomei o maior
susto.
— Será que ele ouviu você dizendo que eu estava aqui?
— Não sei. Isso depende de quanto tempo ele estava lá. Se ele
escutou, soube desfaçar bem.
— Cínico do jeito que é, saberia fingir como um ator.
— Não o vi na empresa nos últimos dois dias. Ouvi dizer que ele foi
fazer uma viagem a trabalho, o que eu duvido muito. Dei uma olhada na
agenda de sua secretária e não vi nada a respeito. Pelo contrário, ele cancelou
reuniões importantes para fazer a tal viagem. Sabe o que meu faro diz? Que
tem mulher no meio dessa história. Quanto mais bonito o homem, mais
cafajeste ele é.
— Amiga, como foi que você teve acesso à agenda do Thomas? —
Eu tinha certeza de que a Martha não havia mostrado a agenda pra Melissa.
Ela é certinha de mais para fazer algo desse tipo.
— Ai, amiga, isso não tem importância. O que importa é que eu sei
que aquele cafajeste está tramando alguma coisa. Acredite em mim.
— Amiga, você não existe. Desde que eu não esteja envolvida nas
tramoias do Thomas, não importa o que ele esteja aprontando.
— Quem sabe o cretino não caiu na real e voltou com a Samantha. É
uma possibilidade, afinal de contas, ela saiu em viagem desde que pediu
demissão.
— Eu quero que suas suposições estejam certas, Melissa. Não tenho
paciência para aturar o Thomas. Ele é página virada. Já estou escrevendo
novos capítulos em minha vida. E ele não está incluído em nenhum deles.
— Amiga, meu irmão está te fazendo bem. Olha essa pele de pêssego!
— disse ela, gargalhando exageradamente.
— Quando uma mulher é bem fodida tudo melhora, meu bem.
Humor, pele, cabelo...
— Você é uma pervertida, hein?
— Sou e não nego. Mas agora, preciso tomar um banho. Estou toda
suada.
— Tá bom. Vou lá no estábulo ver o amor da minha vida. Estou com
tantas saudades.
— Você está falando da Estrela ou do Sebastian?
— E há diferença? — indagou ela, ao fechar a porta.
Será que só tem louco nesta família?!
Depois da minha conversa com a Melissa, fiquei curiosa para saber se
Thomas havia tentado entrar em contato comigo. Ao ligar o celular, me
surpreendi por não ter nenhuma mensagem ou ligação dele. Eu não sabia se
ficava aliviada ou preocupada. Afinal, de um crápula é de se esperar qualquer
coisa.
Aproveitei o ensejo e fui dar uma fuçada nas redes sociais do cretino.
Mas não vi nada fora do habitual. Ele estava fazendo o que sempre fez: chope
com os amigos, baladas, “jantares de negócios”. E, em todas as fotos a
mesma cena se repetia: ele sempre estava acompanhado de belas mulheres,
algumas até comprometidas.
Nunca mais vou me deixar enganar por um rostinho bonito e um papo
galanteador. Eu aprendi uma lição com tudo o que aconteceu: atitudes valem
mais do que palavras e promessas.
Desliguei o celular e desci para me encontrar com o resto do pessoal.
Durante o almoço as conversas ficaram por conta da Melissa, Noah e Bertha.
Vez ou outra, Benjamin e eu trocávamos olhares, mas não passava disso. Era
visível que ele ainda estava chateado comigo, mas eu sabia que não
demoraria para fazermos as pazes, para estarmos nos amando outra vez.
Aproveitei a tarde para assistir a um filme e dormir um pouco. Afinal
de contas, toda mulher precisa de um tempo só pra ela.
Quando acordei, tomei um susto ao ver o cowboy dormindo em
minha cama. Ao seu lado, em cima da mesa de cabeceira, havia uma caixa
cheia de chocolates personalizados. Passei minha coxa por cima do corpo do
cavalão e estiquei o braço para pegar os doces.
— Ai meu Deus! Que delícia! — gritei, ao sentir o sabor pronunciado
do chocolate e do licor de cacau. Era uma coisa de outro mundo. O garanhão
havia acertado em cheio. Aquilo era tudo o que eu precisava.
— Sai de cima de mim, potranca — pediu Ben, sem abrir os olhos.
Ele estava deitado de bruços e eu sentada em cima de sua bunda. Coloquei a
caixa em cima da cama e me curvei para enchê-lo de beijos e afagos.
— Obrigada, amor. — A última palavra escapuliu da minha boca.
Apesar de o amar como nunca pensei que seria possível, eu ainda não havia
declarado isto em voz alta.
De uma forma rápida e inesperada, Benjamin me virou abruptamente,
prendendo-me debaixo de seu corpo. Seu olhar intenso estava compenetrado
no meu, com uma voz rouca e sexy ele pediu:
— Repete o que você falou. Eu preciso ter certeza de que não estava
sonhando.
— Obrigada, amor. — Repeti, com um sorriso no rosto. Não tinha
mais por que guardar aquela palavra só para mim. O mundo inteiro precisava
saber que Benjamin Parker era meu e eu era dele; éramos um só, de corpo e
alma.
— Caralho! Se eu soubesse que chocolate tinha o poder de te fazer me
chamar de amor, eu teria comprado a loja inteira — declarou, beijando meus
lábios e rosto. Depois, ele se deitou e me puxou para junto de seu corpo. Eu
podia escutar seu coração batendo acelerado. O cowboy parecia nervoso,
emocionado.
— Você ainda está chateado comigo? — perguntei baixinho,
passando a ponta dos dedos em seu bíceps.
— Saber que você me ama, fez desaparecer toda raiva que eu estava
sentindo. Nem lembro por que estava bravo.
— Eu não falei que te amo, apenas te chamei de amor. São coisas
diferentes — falei, segurando uma risada.
— É claro que você me ama, potranca. Está escrito na sua cara,
bobinha — proferiu, me enchendo de beijos e cócegas.
Cada momento ao lado do Benjamin era único. Ele tinha o poder de
transformar momentos simples nos mais belos e especiais.
À noite, revirei o closet à procura de uma roupa legal para vestir, mas
nada me agradava. Droga! Eu devia ter trazido mais roupas. Acabei
colocando um vestido preto, frente única e com fenda atrás. Ao vesti-lo, me
surpreendi ao notar como ele moldava bem o meu corpo. Combinou
perfeitamente com a maquiagem e com a sandália metalizada.
Quando cheguei à sala, todos já estavam à minha espera. Melissa
estava deslumbrante em um vestido branco, justo e com decote avantajado.
Ela usava uma maquiagem simples e um batom vermelho bem chamativo.
Sebastian que se cuidasse.
— Nossa! — Os três irmãos falaram ao notar minha chegada. Ben se
aproximou do meu ouvido e falou em um sussurro:
— Você está tão gostosa nesse vestido, mas não vejo a hora de te ver
sem ele. — Seu comentário me deixou com a boceta pulsando. Ele encostou
seus lábios nos meus e me olhou de um jeito lascivo.
— Odeio acabar com o momento romântico de vocês, mas temos uma
festa para irmos — proferiu Noah, pegando uma jaqueta de couro em cima do
sofá.
— Vocês vão com a gente? — perguntou Ben, olhando para os
irmãos.
— Eu vou — disse Melissa, com uma cara que ia aprontar todas. Eu
conhecia aquele olhar astuto.
— Eu vou de moto. Hoje eu não tenho hora para voltar pra casa —
declarou Noah, dando uma piscadela de olho para o Benjamin.
— Vamos lá, então — disse o garanhão, pegando em minha mão.
Sentei-me no banco do carona e Melissa no banco de trás. Ben
colocou um rock suave e pegamos a estrada. Olhei rapidamente pelo
retrovisor interno e vi minha amiga suspirando de felicidade.
— Melissa, nunca te vi tão animada para uma festa. Por acaso você
tem algum paquera na cidade?
— Na… não, claro que não, amiga. Hoje é só uma noite especial. —
respondeu ela, gaguejando, visivelmente nervosa. Olhei para o Ben e ele
estava com o cenho franzido, pensativo.
— Vou ficar de olho em você, irmãzinha. Com esse pedaço de pano
que está usando, os peões vão cair matando em cima de você.
— Eu não sou mais criança, Benjamin! — retrucou ela, cruzando os
braços, bufando de raiva.
— Eu sei. É exatamente por isso que tenho que ficar com os olhos
bem abertos. Tenho convicção de que, o que te fez ir embora, tem nome e
sobrenome.
— De onde você tirou isso? Tá louco? Eu fui embora porque eu
queria conhecer novas pessoas, trabalhar em uma grande empresa, me
realizar profissionalmente.
— Você vivia melancólica, começou a beber escondido, não se
alimentava direito. Além do mais, eu escutava o seu choro no meio da noite.
Só podia ser por causa de um amor não correspondido.
— Chega, Benjamin! Não quero ouvir mais nenhuma palavra. Minha
ida para Nova York não tem nada a ver com paixão não correspondida.
Diacho! Será que eu não posso ter um dia de paz nesta cidade?
Escutei a conversa dos irmãos em silêncio, eu não ia me intrometer
em um assunto familiar. Mas Melissa não me enganava. A teoria do Ben
tinha fundamento. Lembro-me de ela ter comentado que já havia sofrido por
amor. O dito cujo que quebrou seu coração só podia ser do Texas; pois, ela
nunca teve um relacionamento sério em Nova York.
Chegamos à cidade por volta das onze da noite. Como no dia anterior,
atraímos muitos olhares, principalmente das mulheres. O meu ciúme não
passou despercebido.
— Calma, meu amor. Se você continuar apertando minha mão assim,
vai acabar fraturando meus dedos — disse o cowboy, dando um sorriso
sacana. Aquilo era só uma prévia do que eu poderia fazer com seu querido
pau, se ele desse “uma de Thomas” para o meu lado.
— Vou ver se encontro algum conhecido. Não estou a fim de segurar
vela — anunciou Melissa, olhando aos arredores. Ela parecia procurar por
alguém. Quem quer que fosse, era o motivo de ela estar no Texas.
— Cuidado com quem vai voltar para casa, Melissa. E não vá se
embriagar como de costume — advertiu Benjamin, demostrando
preocupação.
— Pode deixar, irmãozinho. Eu sei me cuidar. Além do mais, tenho
sempre um spray de pimenta na bolsa. Ai de quem se meter a besta comigo
— afirmou ela, gargalhando, misturando-se às pessoas.
— Vamos dar uma volta, garanhão. — Eu queria beber, dançar e
mostrar para as raputengas que Benjamin Parker era meu. Somente meu.
Depois de termos parado em algumas barracas e experimentado várias
comidas, avistamos o Jack e a Amy.
— Não acredito que vocês vieram! Como você está linda, Lizzy —
falou Amy, com um largo sorriso.
— Você também está, Amy. — Ela era uma das pessoas mais legais
que eu havia conhecido no Texas. Era uma amizade que eu gostaria de
manter por longos anos.
— Somos homens de sorte, Jack. Nossas mulheres são as mais bonitas
da festa — exprimiu Benjamin, batendo no ombro do amigo.
— Vou comprar umas bebidas pra gente e volto rapidinho —
anunciou o cowboy, me dando um selinho.
— Lizzy, você se importa de ficar um pouco sozinha? Gostaria de
tirar minha bela esposa para dançar — perguntou Jack, ansioso por minha
resposta.
— Podem ir, pessoal. Vou ficar bem. — Assim que o casal saiu, vi a
Jane caminhando em minha direção. Estava demorando para ela dar as caras.
— Vejo que a forasteira ainda não foi embora. Corajosa! Não sei
como o Ben ainda não se cansou de você, mas acredite, ele vai enjoar logo,
logo. Principalmente agora que a Susan voltou e fez questão de sair
espalhando por toda cidade que vai voltar com o Benjamin. Estava pensando
o quê? Que o bonitão ia cair de amores por você? Pois, estava muito
enganada, ninfeta — disse a cachorra, rindo da minha cara.
— Quer levar outra surra, Jane? Acho que esfregar sua cara na lama foi
pouco. Mas nada me impede de fazer isso de novo.
— Só mais um aviso, queridinha: a Susan sempre consegue o que
quer. Não importa o que tenha que fazer para conseguir. Ela é mais perigosa
do que aparenta. Tome cuidado. — A vadia falou e saiu gargalhando
exageradamente.
Assim que a vadiene saiu, a Susan encostou. Elas só podiam estar
testando minha paciência.
— O Benjamin é um homem bem disputado, nova-iorquina. Mas nem
você, nem a idiota da Jane vão ficar no meu caminho. Sabe por que estou
sendo tão paciente com você? Porque eu sei que só uma tonta largaria a vida
agitada de Nova York para vir morar em uma fazenda no Texas. E mais com
um homem que tem uma filha de outra mulher e que é tão selvagem quanto
um animal. — Eu estava no meu limite, me segurando para não saltar em
cima da cachorra e arrebentar sua cara deslavada. Duas putas em minha cola
já era de mais.
— Não é que todas as mulheres rejeitadas por Benjamin resolveram
me cumprimentar esta noite! Estou me sentindo tão privilegiada — falei com
ironia, dando um sorriso zombeteiro.
Foi maravilhoso ver a bruaca mudando o semblante ao notar que suas
palavras não tinham causado o efeito esperado. Refletindo sobre nossa
conversa da noite anterior, eu cheguei a uma conclusão: a Susan ia tentar
abalar o meu relacionamento com o Benjamin, o meu emocional. Era
evidente que ela não nutria sentimentos pelo Ben. O seu interesse em reatar o
casamento era por causa dos benefícios financeiros que viriam juntos. Afinal,
ela precisava de dinheiro para manter seus luxos, sua boa vida.
— Aproveite enquanto pode, queridinha! Em breve vou reassumir o
meu posto de senhora Parker. E você vai ser só lembranças — declarou,
gesticulando com as mãos, fazendo uma cara de desdém. Eu estava me
segurando para não saltar em cima da infeliz e arrebentar sua cara no
calçamento. Seria um prazer quebrar aquele narizinho empinado.
— A diferença é que de mim, o Benjamin vai ter lembranças boas, já
de você... — Nem precisei terminar a frase. A cobra se afastou assim que viu
o Ben se aproximando com uma cara nada amigável.
— A Susan te importunou de novo, não foi? — perguntou o cowboy,
me olhando dentro dos olhos.
— As mulheres que já passaram por sua cama não estão nada
satisfeitas com a minha presença. Se dependesse delas, eu já estaria longe
daqui há muito tempo. — Peguei a cerveja e tomei um gole. Eu queria que o
álcool fizesse efeito logo e me deixasse calma, leve e solta, pois minha
paciência estava por um fio.
— O que importa é onde eu quero que você esteja — disse ele, me
agarrando pela cintura, tomando minha boca em um beijo suave, apaixonado.
Passei meus braços por seu pescoço e aprofundei o beijo, arrancando
gemidos do garanhão. Quando percebi que o negócio estava esquentando, ou
melhor, que a barraca estava armando, me afastei imediatamente.
— Benjamin, quem é aquele homem que está conversando com a Melissa? —
perguntei, apontando o indicador na direção em que eles estavam. O dito cujo
estava de costas, mas o porte físico me parecia familiar.
— Porra! É o Sebastian. Se eu visse esta cena antes de saber que
andaram atracando as línguas, eu acharia que não era nada demais. Agora
tudo faz sentido, as brigas, as implicações. Diacho! Eles foram criados como
irmãos. Como podem sentir atração um pelo outro?
— Você falou certo. Foram criados como irmãos, mas não são. Eles
só precisam arrumar um jeito de se entenderem, parecem cão e gato — falei,
sem tirar os olhos dos pombinhos.
Vibrei por dentro quando o Sebastian pegou a Melissa pelo braço e
saiu puxando-a em meio à multidão. O cowboy parecia furioso, indignado. O
que será que tinha acontecido?
— Eles saíram juntos? — indagou Ben, ao notar que o casal havia
saído.
— Não. Cada um foi para um lado. — Menti, mas por uma boa causa.
Se houvesse sentimento entre minha melhor amiga e o capataz da fazenda, eu
queria que eles se acertassem de uma vez. Se o Benjamin soubesse que o
bonitão tinha, praticamente, arrastado a Melissa para algum lugar daquela
cidade, sabe Deus para fazer o quê, uma guerra se iniciaria e tudo ia por água
abaixo.
Quando o Jack e a Amy voltaram, resolvemos beber e jogar conversa
fora. Era gostoso estar entre amigos, mas minha vontade era que o cavalão
me arrastasse para um canto escuro e me fodesse até que eu não aguentasse
ficar em pé, que falasse sacanagens em meu ouvido enquanto me fazia gozar
em seu pau, que gemesse rouco até estarmos ofegantes e completamente
saciados.
Enquanto eu pensava em sacanagens, Benjamin perguntou:
— Lizzy, o que acha de darmos uma volta?
— Eu adoraria — respondi, dando uma mordidinha no lábio,
apertando uma coxa na outra. Eu estava tão excitada que chegava a doer.
O cowboy pegou em minha mão e começou a andar a passos
apressados. Eu não sabia onde ele estava me levando, mas ficávamos cada
vez mais afastados do local da festa. Quando chegamos atrás de um prédio,
ele me encostou na parede e me beijou ferozmente.
Gemi contra seus lábios quando ele enfiou as mãos dentro do meu
vestido e puxou meu corpo para junto do seu, esfregando seu pau contra
minha boceta. Quanto mais nossos sexos se friccionavam, mais molhada e
excitada eu ficava. Eu tinha pressa em senti-lo dentro de mim. Então, abri seu
cinto e coloquei seu pau para fora. Ao pegá-lo, senti o quanto estava duro e
babado. Aquilo repercutiu diretamente em minha boceta, ela pulsava e
umedecia em expectativa. Eu precisava sentir aquela tora me comendo, me
preenchendo, me fazendo feliz.
Vi quando o Benjamin enfiou a mão no bolso e pegou uma
embalagem brilhante.
— Camisinha? — perguntei surpresa. Era a primeira vez que íamos
transar com proteção. Que meu anticoncepcional não falhasse.
— Não quero sujá-la de porra. — Ben rasgou a embalagem com os
dentes e cobriu seu mastro com o preservativo. Depois, afastou minha
calcinha para o lado e alisou minha boceta, espalhando o líquido quente e
espesso que escorria abundantemente.
Gemi, quando ele suspendeu minha perna direita e me penetrou sem
cerimônias, entrando e saindo com força, faminto. A cada investida,
grunhidos roucos saiam de sua garganta, deixando-me quente, arrepiada.
Meus seios estavam inchados e doloridos, a boceta vibrando, sugando-o com
veemência. Enquanto ele me comia gostoso, seus lábios devoravam os meus,
abafando meus gritos e gemidos.
— Ohhh... porra... que boceta deliciosa...
Levei minhas mãos até suas costas e pressionei minhas unhas contra
sua pele macia. Quanto mais prazer ele me proporcionava, mais eu o
arranhava, apertava seu corpo. Quando Ben mordiscou meu lábio inferior e
foi descendo em direção ao meu pescoço, gemi alto, enlouquecida.
Percebendo que ali seria o meu fim, ele voltou a devorar minha boca. O
cowboy me beijava na mesma intensidade das arremetidas: rápido, com
fome, com desejo.
— Olha as loucuras que você me faz cometer; fico fora de mim,
descontrolado — declarou, me virando de costas, fazendo-me empinar a
bunda.
Coloquei as duas mãos na parede, abaixei o tronco e abri um pouco
mais as pernas, ficando toda exposta para ele. Ao mesmo tempo que
estocava em minha fenda molhada, segurava em minha cintura e estimulava
meu clitóris inchado. Sentir sua mão quente e habilidosa me tocando, fez um
desejo absurdo crescer dentro de mim. Então, deixei que a luxúria tomasse
conta do meu ser, me arrebatasse. Benjamin vendo meu estado, arremeteu
ferozmente, levando-nos ao ápice do prazer.
Foi rápido, mas intenso o suficiente para me deixar com as pernas
trêmulas, ofegante e com o corpo suado. Ben saiu de dentro de mim e
descartou o preservativo em uma lixeira que havia lá perto. Em seguida,
fechou a calça e afivelou o cinto. Enquanto isso, eu baixei o vestido e arrumei
os cabelos com as mãos. Logo depois, voltamos para a festa.
— Demoraram, hein! — falou Amy, quando nos sentamos em nossos
lugares.
— Estávamos por aí comendo o que há de melhor na festa — disse
Ben, piscando o olho para mim.
— Sei — proferiu Jack, olhando de mim para o Benjamin. Povinho
da mente poluída!
— O que foi agora? Acham que estávamos nos pegando? —
perguntou o cowboy sério.
— Achamos. Não pensem que esqueci o episódio do bar — confessou
Amy, nos analisando de cima a baixo.
— Jack, essa sua mulher é muito desconfiada. Como é que você
aguenta, cara? Deus me livre!
— Não é um trabalho fácil, meu amigo. Mas depois de tantos anos
juntos, a gente aprende a lidar — falou Jack, fazendo-nos gargalhar.
— Podemos saber qual é a graça? — indagou Noah, ao se aproximar
com a Melissa e o Sebastian. Cada um estava com uma carranca mais feia do
que o outro.
— Do quanto as mulheres são desconfiadas. Acabei de perguntar ao
Jack como é que ele aguenta a Amy. Oh, mulher arisca! — confessou Ben,
balançando a cabeça em negativa.
— Parece que isso é um mal que todas as mulheres têm — proferiu
Sebastian, visivelmente irritado.
— Se as mulheres desconfiam é porque tiveram seus motivos —
retrucou Melissa, olhando-o nos olhos, confrontando-o. Eu precisava saber o
que tinha acontecido. Minha curiosidade estava a mil.
— A festa não está saindo como planejada. O melhor que eu tenho a
fazer é ir para casa. Tenham uma ótima noite — declarou o capataz, tocando
na aba do chapéu.
— Você me dá uma carona, Sebastian? — indagou Melissa, olhando
para o bonitão. Quando percebi que o Ben ia falar algo, apertei seu braço,
pedindo, implicitamente, que ele ficasse quieto.
— Querendo ou não, você também é minha patroa. Além do mais,
estamos indo para o mesmo lugar. — O que o bonitão tinha de calado,
também tinha de bruto.
Melissa estava fumaçando de raiva, mas ficou em silêncio. Se o
capataz falasse mais alguma coisa, era capaz dela tacar o spray de pimenta na
cara dele. Eu queria era ver o circo pegando fogo.
— E aí, Noah, por que está tão quieto? Levou um fora, foi? —
perguntou Jack, tirando uma da cara do tatuado.
— Não, engraçadinho. Esperava ver uma pessoa esta noite, mas ao
que tudo indica, ela não veio à festa.
— Você esperando por uma mulher? Não são elas que sempre ficam à
sua espera, putão? — Jack continuou a provocar.
— Vai se foder, porra! Ela é diferente.
— Espero que não seja a mesma garota que estava com você ontem,
lá na lanchonete — falou Amy, tomando um pouco de cerveja.
— Você é muito enxerida, Amy. Por que não vão cuidar da vida de
vocês, hein? — indagou Noah, aborrecido.
— Estou preocupada com a garota, Noah. Você já quebrou o coração
da metade das moças desta cidade. Pelo amor de Deus, deixe aquela menina
em paz. Ela já tem problemas de mais, não precisa arrumar mais um —
advertiu Amy.
— Vou ver se encontro uns amigos, mas fique sabendo que não tenho
intenção de causar problemas para meu anjo — afirmou Noah. Pelo jeito que
ele saiu, parecia se importar com a garota. Será que o gostosão tinha sido
fisgado?
Depois que o tatuado saiu, nos despedimos do Jack e da Amy e
seguimos rumo ao estacionamento. Antes de pegarmos a estrada, Ben
prendeu meu corpo contra a porta do carro, esfregou o pau em minha
intimidade e me beijou deliciosamente.
Quando chegamos a casa, o cowboy perguntou:
— Lizzy, você pode ir para seu quarto e me encontrar no meu daqui a
uns dez minutinhos?
— Claro — assenti, cheia de curiosidade. Deixei-o sozinho na sala e
segui para o segundo andar.
Ai meu Deus! Será que ele vai me penalizar por ter cavalgado no
Chocolate?
Enquanto esperava os dez minutos, mil e um pensamentos passaram
por minha mente. Assim que o relógio marcou o tempo que o Benjamin havia
me pedido, fui ao seu encontro. Dei duas batidinhas na porta e entrei no
cômodo.
— Feche os olhos, amor. — O cowboy se posicionou atrás de mim,
cobriu meu rosto com as mãos e começou a andar devagar.
— O que foi? Pra que todo esse suspense? — Eu não podia ver o que
estava acontecendo. Mas ouvia uma música romântica tocando baixinho.
— Pode abrir os olhos agora, baby — anunciou, abrindo a porta do
banheiro.
— Meu Deus! Que coisa linda! — Pétalas de rosas, velas e
champanhe embelezavam o ambiente. Estava lindo, romântico, perfeito. E,
para completar, ele me entregou uma rosa vermelha e disse:
— Uma rosa para a mais bela das flores. Aquela que veio para
embelezar e perfumar o meu jardim, que me fez enxergar o mundo de uma
forma diferente, que me fez amá-la desde o primeiro instante, e mesmo sendo
uma doida de pedra, não mudaria absolutamente nada nela.
— O que deu em você para estar tão romântico? Prefiro a versão
ogro, pelo menos, não me faz chorar com tanta frequência — falei,
enxugando uma lágrima que caía contra minha vontade.
Ele serviu duas taças de champanhe, e após me entregar uma, falou:
— Um brinde à mulher mais incrível que eu tive o prazer de
conhecer.
— E eu posso saber quem é essa mulher? — indaguei, olhando-o de
um jeito sexy, atrevido, enquanto deslizava minha mão por seu peitoral
rígido.
— É você, baby. Desde que apareceu em minha vida, tudo tem mais
sentido. Você é como os primeiros raios de sol depois de uma noite
tempestuosa. É como um arco-íris após uma chuva de fim de tarde. É como a
brisa fresca que toca meu rosto a cada manhã.
— Seria impossível não me apaixonar por você. — Envolvi meus
braços em seu pescoço e dei-lhe um beijo caliente.
Depois de saborearmos a bebida, nos livramos de nossas roupas e
entramos na banheira. Ficamos em silêncio por um tempo, não era necessário
falar nada, nossos olhares luxuriantes falavam por si só. Aproveitei que
nossos corpos estavam cobertos por pétalas de rosas, e comecei a provocá-lo.
Passei as pontas dos dedos nas suas pernas, no interior das coxas, na virilha,
em seu pau.
— Você só pensa nisso, Elizabeth? Meu Deus! Acho que criei um
monstro.
— Você não quer comer minha bocetinha, cavalão? — perguntei
manhosa, intensificando a massagem.
— Oh... caralho! Claro que eu quero... ohhh... — ele gemeu, quando
comecei a masturbá-lo com meus pés. Era tão bom vê-lo gemer e se contorcer
ao sentir os movimentos em volta de seu membro.
— Tá gostoso, garanhão? — perguntei, aumentando os movimentos.
O cowboy estava por um fio. Ele segurava nas bordas da banheira, gemia e
me olhava cheio de tesão. Vê-lo naquele estado estava me deixando
megaexcitada. Mesmo debaixo d’água, eu sentia minha boceta toda melada,
pegando fogo. De repente, Benjamin segurou em minhas pernas e disse:
— Eu quero fazer amor com você lá na cama.
Benjamin se levantou, saiu da banheira e me pegou no colo. Sem se
importar por estarmos molhando o chão, ele começou a caminhar em direção
ao quarto. O cowboy me deitou sobre o colchão e beijou cada pedaço do meu
corpo, era como se estivesse fazendo um mapa mental, demarcando seu
território.
Depois de ter dado uma atenção especial aos meus seios, ele abriu
minhas pernas e me fez um delicioso e torturante sexo oral. O contato de sua
boca e língua em meu ponto sensível, fazia meu corpo queimar, convulsionar
de desejo.
Eu me contorcia, mordia os lábios e apertava os lençóis da cama
tentando conter os gemidos que insistiam em sair da minha garganta. Vendo
que eu estava prestes a atingir o ápice, Benjamin se posicionou entre minhas
pernas e me penetrou lento e profundamente. Ele metia devagar, como em
uma dança lenta e sensual, como se quisesse prolongar o momento, as
sensações. Algo havia mudado, estávamos conectados de uma forma
diferente.
O cowboy me olhou no fundo dos olhos, entrelaçou nossas mãos e
tomou minha boca em um beijo apaixonado. Naquele momento, ficou claro
que não estávamos transando ou fodendo, estávamos fazendo amor. Ele
afastou nossos lábios por um segundo e falou com a voz gutural:
— Eu amo você, Elizabeth Collins.
Saber que o Benjamin também me amava, deixou-me imensamente feliz.
Naquele instante, quaisquer resquícios de dúvidas, medos e desconfianças
desapareceram. Dentro das suas esferas castanhas eu podia ver quão
verdadeiras eram as suas palavras. Ele não falava só com a boca, mas
também, com o olhar, com o corpo.
Estávamos conectados sobremaneira. A forma como ele me penetrava
e tocava em minha pele, fazia-me experimentar sensações maravilhosas,
extasiantes. Entre nós havia amor, entrega e paixão.
Depois de nos amarmos, tomamos banho e nos deitamos de
conchinha. Estava tudo às mil maravilhas, até que, de repente, senti uma
palpitação no coração, acompanhada da lembrança do canalha do Thomas.
Era só o que me faltava, estar nos braços do cavalão e lembrar de
coisas que eu deveria esquecer.
De toda forma, resolvi deixar os pensamentos negativos de lado e
tratei de me concentrar no homem maravilhoso que estava ao meu lado.
Aquele mau pressentimento devia ser só coisa da minha cabeça, mesmo.
— Boa noite, amor — disse Benjamin, abraçando-me colando ainda
mais os nossos corpos.
— Boa noite, cowboy. — Eu já tinha me acostumado a dormir ao seu
lado, sentindo o calor do seu corpo, seu cheiro inebriante. Mesmo que eu
passasse poucos dias em Nova York, minhas noites não seriam mais as
mesmas, pois ele não estaria comigo.
Na manhã seguinte acordei radiante. Como só me restavam mais dois
dias em Austin, eu aproveitaria da melhor forma possível. Eu queria passar
um tempo com a Bia, me despedir dos cavalos, ficar um pouco a sós com
Benjamin, passear pela fazenda. Antes de fazer qualquer coisa, eu iria tomar
um delicioso café da manhã. Afinal de contas, saco vazio não fica de pé.
— Bom dia, Bertha! — falei animada ao entrar na cozinha.
— Bom dia, menina — respondeu ela, enquanto olhava um livro de
receitas, sem me dar muita atenção.
— Onde estão todos? Já acordaram?
— O Ben saiu para cavalgar. Melissa, Noah e Bia foram à cidade.
Disseram que não os esperássemos para o almoço. Vão se entupirem de
porcarias, isso sim. Não sei qual daqueles três é mais criança. — Segurei uma
risada e comecei a me servir. Quando dei por mim, já tinha uma montanha de
comida no prato. Bertha parou de folhear o livro e disse:
— Que apetite, hein! O Benjamin está acabando com você —
declarou ela, gargalhando em seguida.
— Não fale assim, Berthinha. Além da sua comida ser deliciosa, eu
como descontroladamente quando estou ansiosa. Estou com os nervos à flor
da pele só de pensar que vou viajar depois de amanhã. Portanto, minha fome
não tem nada a ver com o garanhão.
— Diferente de você, o Benjamin não comeu quase nada. Coitado,
quando encontrou o verdadeiro amor, serão separados pela distância. Parece
até ironia do destino.
— Eu sei. Mas nem tudo acontece do jeito que queremos. Eu tenho
minhas responsabilidades em Nova York. Não posso largar tudo de uma hora
pra outra. Eu sou uma destrambelhada, porém quando o assunto é minha vida
profissional, eu dou o meu melhor. Além do mais, eu devo muito ao meu
chefe; não posso deixá-lo na mão antes de conseguirmos uma pessoa para me
substituir.
— Caso decida voltar, não demore muito. O Benjamin ama você,
Lizzy. Ele sempre foi intenso, dedicado, quando gosta de uma coisa mergulha
de cabeça, e eu sempre soube que quando ele se apaixonasse não seria
diferente.
— Por que você está me contando isso, mulher? — perguntei,
enquanto regava minha panqueca com calda de mirtilo.
— Porque essas paixões são as melhores, mas são também, as que
mais machucam.
— Eu não quero machucar o Benjamin e muito menos ser machucada.
Eu não suportaria ter meu coração quebrado mais uma vez. Quem sabe eu
volte antes do que você imagina — declarei, sorrindo pra ela.
— Espero que isso aconteça mesmo. Você e o Benjamin foram feitos
um para o outro. Não perca a oportunidade de serem felizes. Um amor como
o de vocês só se tem uma vez na vida — concordei com um menear de
cabeça, mas não falei nada. Antes que eu terminasse de comer, Sebastian
entrou na cozinha e falou:
— Lizzy, tem um cara lá fora à sua procura. Peço para ele entrar?
— Quem é? — indaguei curiosa. Quem poderia estar a minha
procura?
— Eu não o conheço. Mas pelo carro e pelas vestimentas não é dessas
bandas. Quer que eu diga que você não está?
— Não. Eu vou ver quem é. Só pode ser um engano. Obrigada por
avisar. — Quando cheguei do lado de fora da casa, não acreditei no que meus
olhos estavam vendo.
O cara a quem Sebastian se referia era o Thomas. O desgraçado
estava encostado em um carro esportivo, de braços cruzados, vestia camisa
social dobrada na altura dos cotovelos e usava sapatos italianos. Quando me
viu, deu o seu melhor sorriso e veio ao meu encontro como se nada tivesse
acontecido.
— Meu amor, que bom que te encontrei. — O desgraçado foi logo me
abraçando, selando sua boca imunda na minha. Fiquei atônita com o
descaramento do homem que um dia fui apaixonada. Se eu tivesse um taco de
beisebol em mãos, quebraria o carro e a cara do cretino sem me importar com
as consequências.
— O que diabos você está fazendo aqui, Thomas? — vociferei, cheia
de ódio, indignada. Como ele tinha tido a coragem de ir atrás de mim depois
de tudo que eu tinha falado?
— Eu vim te buscar, meu amor. Eu disse que não ia desistir de você,
do nosso amor. Eu quero me casar com você, Lizzy. — Sem que eu
esperasse, ele se ajoelhou e tirou uma caixinha de veludo do bolso. E, em um
ato involuntário e impensado, levei minhas mãos à boca. Perplexidade me
definia naquele momento. Eu tinha sonhado tanto com aquele dia, feito tantos
planos. Porém, nada daquilo fazia mais sentido para mim.
— Case-se comigo, Elizabeth. Esqueça o que aconteceu; ainda
podemos ser felizes. Prometo que não vou mais te decepcionar. Eu amo você,
meu amor. Esse não era o seu sonho, construir uma família? — Ele pegou um
anel com um diamante enorme e enfiou no meu dedo anelar. Fiquei
boquiaberta. Não consegui dizer uma palavra sequer. Ele se levantou e
segurou em meu rosto com as duas mãos e uniu nossos lábios. Não consegui
esboçar nenhuma reação. Permaneci inerte diante de toda aquela encenação
do Thomas. De repente, escutei uma voz esbravejando atrás de mim:
— É por isso que você não quer ficar, não é? Veio até o Texas transar
com o primeiro cowboy que aparecesse pela frente, só para se vingar do seu
namoradinho? Era como eu imaginava: você não passa de uma patricinha
mimada. Usou-me para realizar seus desejos e fantasias sexuais. Agora vai
voltar para Nova York, noiva desse playboyzinho de merda. Parabéns,
Elizabeth Collins! Você não passa de uma vadia. — Engoli em seco com toda
aquela enxurrada de acusações infundadas. Meu coração começou a bater
descontrolado, parecia que ia sair pela boca. Aquele foi o pior momento para
o cowboy aparecer. Virei-me rapidamente e me apressei em dizer:
— Benjamin, não é o que você está pensando. Não fui eu que chamei
o Thomas aqui. Isso não passa de um mal-entendido, meu amor.
— Eu não estou pensando nada, Elizabeth. Eu vi com meus próprios
olhos. Só espero que não tenha tentado me dar o golpe da barriga, porque
desta vez não vai funcionar. E caso esteja carregando um filho meu, eu farei
de tudo para tirá-lo de você.
— Cara, não fale assim com a Lizzy. Quem você pensa que é? —
falou Thomas, na minha defensiva, pondo-se em minha frente.
— Cala a porra da boca, caralho! Quero os dois fora das minhas terras
imediatamente — esbravejou o cowboy, andando em direção à casa. Em seus
olhos eu via um misto de raiva e decepção. Ele parecia devastado, com o
coração partido ao meio.
— Ben, vamos conversar. Você entendeu errado. Eu não tenho nada
com aquele idiota. Eu nem sei como foi que ele me encontrou aqui.
— Não venha com explicações, senhorita! Arrume suas coisas e vá
embora, antes que minha filha e meus irmãos voltem. Não dificulte as coisas.
Não quero te ver nunca mais. Faça um favor para nós dois: esqueça que um
dia me conheceu, pois eu farei o mesmo com você. — A essa altura, lágrimas
rolavam por meu rosto. Meu coração doía tanto, que sentia como se estivesse
sendo arrancado do meu peito.
— Eu amo você, Benjamin. Por favor, acalme-se. Não faça isso
comigo, com a gente! O Thomas é passado. No meu coração só há espaço
para você, meu amor — falei, tentando me aproximar, mas ele me afastou.
O cowboy estava arrasado, mas não daria o braço a torcer, era
orgulhoso de mais para isso. Eu estava sofrendo em dobro: por mim e por vê-
lo naquele estado. Não merecíamos terminar daquele jeito. Um sentimento de
perda me engolfava, deixando-me sem ar.
— Acabou, Lizzy. Case-se com ele e não me procure mais. Nem ligue
para esta casa. Não quero ver minha filha sofrendo por sua causa. Você
quebrou meu coração da pior forma possível. Eu vou te arrancar daqui —
disse ele, batendo com o punho fechado, do lado esquerdo do peito. Ódio,
raiva e desprezo estavam estampados em seu rosto. Eu o tinha perdido para
sempre.
— Não diga isso, Benjamin. A raiva não está te deixando ver as
coisas com clareza. Eu amo você, seu idiota. Eu nunca te trairia. — Consegui
dizer, entre um soluço e outro.
— Foi um erro deixar você entrar em minha vida, entregar meu amor
a você. É por isso que você foi relutante em ficar aqui conosco. Eu te odeio
com todas as minhas forças, Lizzy. Vá embora e não volte nunca mais. O que
eu sentia por você morreu quando te vi beijando aquele filho da puta.
A dor que senti quando vi o Thomas me traindo não chegou nem
perto da dor que senti ao ouvir Benjamin proferindo aquelas palavras. Um nó
se formou em minha garganta, impedindo-me de respirar direito. Eu estava
destroçada, sem chão.
— Você tem certeza de que é isso que quer, Benjamin? Porque se eu
sair por aquela porta, nunca mais volto a te procurar.
— Tenho — disse ele, travando o maxilar, com os punhos fechados.
Dei um menear de cabeça e subi para o quarto aos prantos. Subi para
o quarto aos prantos. Ao entrar no cômodo, encostei-me na porta e enxuguei
as lágrimas que escorriam abundantemente. Respirei fundo, coloquei minha
mala em cima da cama e joguei minhas coisas dentro dela. Antes de sair, dei
uma última olhada no quarto, lembrando dos maravilhosos momentos em que
passamos juntos ali.
Em seguida, desci para me despedir da Bertha. A governanta chorava
tanto que soluçava.
— É uma pena que tenha acontecido essa tragédia. Eu sinto muito,
Lizzy — disse ela, dando-me um abraço apertado.
— Acho que não nasci para o amor, Bertha.
— Não diga isso, menina. Benjamin é um cabeça-dura, mas tenho
certeza de que vocês ainda vão se entender. O destino dará um jeito de unir
vocês mais uma vez. Um grande amor não pode acabar assim. Por que o
estúpido do seu ex-namorado tinha que aparecer logo agora? Como foi que
ele te encontrou aqui?
— Ele deve ter ouvido a Melissa conversando comigo ao telefone.
Mas isso não tem importância, o Benjamin deveria confiar em mim.
— Não dê crédito ao que aquele teimoso falou, Lizzy. Ele estava de
cabeça quente, não estava pensando direito. Foram palavras duras, mas sei
que foram da boca pra fora. Ben te ama, menina. Você sabe disso — disse
ela, segurando em minhas mãos.
— Adeus, Bertha. Tenho que ir. Diga a pequena que eu nunca vou
esquecê-la. Que eu a amo e que ela sempre vai ter um lugar especial no meu
coração.
— Se pelo menos tivesse alguém aqui para te levar até à cidade, você
não precisaria ir com aquele canalha.
— Não se preocupe. Vou com ele até o aeroporto. De lá, cada um
segue seu rumo. — Dei mais um abraço na governanta, peguei minha mala e
caminhei até o carro.
Olhei ao redor, na esperança de que o Benjamin voltasse e me pedisse
para ficar. Mas ele não apareceu. Entrei no carro e acenei para a mulher que
eu havia aprendido a admirar. Ela estava arrasada.
— Você está bem? — perguntou o cara de pau do Thomas.
— Você arruinou minha vida duas vezes em menos de quatro meses e
ainda pergunta se eu estou bem?
— Desculpe-me. Eu só não queria te entregar de bandeja pra aquele
cara. Eu tenho o direito de lutar por você, pois ainda te amo.
— Deixe-me no aeroporto, por favor. Quero voltar para casa ainda
hoje. — Nem forças para brigar com ele eu tinha. Eu só queria sofrer em paz,
ficar sozinha.
— Eu comprei as duas últimas passagens com voos diretos para Nova
York. Caso decida voltar comigo, embarcaremos em duas horas. — O cretino
já havia planejado tudo.
— Tudo bem. Eu preciso ir embora do Texas o quanto antes. Não há
mais nada que me prenda a este lugar.
Como eu pude ser tão idiota, passei quase três semanas vivendo uma farsa.
Era como eu pensava, Elizabeth é uma garota metida, que veio ao Texas atrás
de uma aventura. Depois que realizei seus fetiches sexuais, levei um belo pé
na bunda.
Por que diabos eu fui entregar meu coração tão rápido?
Onde eu estava com a cabeça quando achei que uma garota jovem,
linda e cheia de sonhos ia largar Nova York para se prender a um fazendeiro
onze anos mais velho e, ainda por cima, pai solteiro? Eu não passei de um
fantoche nas mãos daquela peste. Ainda bem que resolvi voltar para casa
mais cedo.
Se ela ainda o amava, por que me deu esperanças? Por que disse que
estava apaixonada por mim? Elizabeth não tinha o direito de quebrar meu
coração da forma como fez.
O pior é que eu estava disposto a esperá-la pelo tempo que fosse
necessário. Eu tinha esperança de que a Lizzy voltaria para mim, que nos
casaríamos na próxima primavera, que seria a mãe dos meus filhos. Mas
meus sonhos foram destruídos, foram por ralo abaixo.
Eu tenho dedo podre para mulheres, mesmo.
Eu estava tão possuído pela raiva, que minha vontade era sair
quebrando tudo que havia na casa. Mas para evitar maiores problemas, eu me
controlei. E como fica a minha princesa nessa história toda? Porra! Elizabeth
foi o que a Bia teve de mais próximo de uma figura materna. Como é que eu
vou explicar para ela que seu desejo de ter uma mãe foi pelos ares?
Perdi a cabeça ao ver aquele verme beijar a potranca e colocar um
anel em seu dedo. Meu coração estava sangrando, doendo pra cacete. De
todas as dores que eu já senti na vida, aquela foi, sem sombra de dúvidas, a
que mais me fez sofrer. Tudo seria mais fácil se eu não a amasse
profundamente. Eu podia gritar aos quatro ventos que a odiava, mas a quem
eu queria enganar?
Da janela do quarto eu vi quando a diaba entrou no carro e acenou
para a Bertha. As lágrimas que eu vinha segurando começaram a cair
abundantemente. Eu queria que aquela dor passasse. Eu queria um alívio para
minha alma. Nem quando a Susan me traiu diante de toda a cidade, eu fiquei
tão devastado. Caralho! Lizzy estava indo embora com outro homem. Eu
nunca mais ia vê-la, tocá-la, beijá-la...
Não aguentei ver o carro se afastando e tive um ataque de fúria. Eu
podia ir atrás da mulher que eu amava, mas eu tinha uma dignidade a zelar.
Ódio e desespero foram crescendo dentro de mim. Comecei a gritar e a
quebrar tudo que tinha dentro do quarto. Quando não havia mais nada para
ser arremessado na parede, me sentei no chão e chorei feito uma criança.
Para de chorar, porra! Desde quando você derrama lágrimas por um
rabo de saia?
— Benjamin, está tudo bem? Eu posso entrar? — perguntou Bertha,
do outro lado da porta. Minha governanta me conhecia como a palma da sua
mão. Ela sabia que eu estava em frangalhos. Que nunca mais seria o mesmo.
— Quero ficar sozinho, Bertha. Eu só preciso de uma garrafa de
uísque. Você pode deixar uma aí em frente à porta? — pedi, enxugando as
lágrimas na barra da camiseta.
— Ainda dá tempo de você ir atrás da Lizzy, menino. Você devia ter
acertado um soco na cara daquele cretino. Só pelo atrevimento dele ter vindo
aqui.
— E desde quando você é adepta a violência, mulher?
— Eu viro uma leoa quando mexem com um dos meus filhos. Você e
seus irmãos podem não ter nascido de mim, mas os criei como meus. E como
uma mãe, eu quero o melhor para vocês. Levanta essa bunda do chão e vá
atrás de sua mulher e daquele cretino. Mesmo que não fiquem juntos ou que
ela não te perdoe agora, Lizzy merece um pedido de desculpas. Eu não te
criei para ser um escroto.
— Porra, Bertha! Eu não quero matar aquele desgraçado.
— Não precisa matar, criatura. Uma boa surra está de bom tamanho.
O cara vem aqui, pede sua mulher em casamento, leva ela embora e você não
vai fazer nada? Pelo amor de Deus, reaja, homem. Aquela garota te ama. Ela
não quer nada com aquele imbecil. Lizzy errou por não ter conseguido reagir
às investidas daquele safado, mas você também errou quando disse aquele
monte de asneiras para ela.
— Você queria que eu agisse como, Berthinha? — retruquei em um
resmungo.
— Eu vi tudo o que aconteceu, Benjamin. Era visível que a menina
estava em estado de choque. Ela sequer correspondeu ao beijo. Aconteceu
tudo muito rápido, não deu nem tempo da coitada tomar uma atitude. Nessas
horas, cada pessoa reage de uma forma diferente. E mais ela que foi traída,
sofreu o pão que o diabo amassou e, quando estava reconstruindo sua vida, o
diabo ressurge das profundezas do inferno só para atanazá-la, tirar-lhe o
sossego.
Eu não estava gostando nada do rumo daquela conversa.
— Sabe o que ela estava me dizendo antes daquele canalha chegar?
— Isso não importa mais, Bertha. Ela já foi embora. Acabou — falei
fungando o nariz. Meus olhos estavam ardendo pra caralho e a visão
embaçada por causa do choro.
— Claro que importa, seu tonto. Ela estava me dizendo o quanto te
ama, que não podia pedir demissão antes que o chefe encontrasse outra
pessoa para substituí-la. Você sabe o que isso significa, não é?
— Diacho, mulher! Ela vai achar que sou um bipolar, que não tenho
palavra.
— É isso que o amor faz, Benjamin. Nos faz agir feito idiotas, perder
a cabeça, voltar atrás em decisões. Mas e daí? O que você não pode fazer é
ficar parado feito uma estátua.
— Porra! — Eu podia ser um bicho do mato, mas nunca tinha
machucado tanto uma mulher com palavras. Eu tinha vacilado feio com a
Lizzy. Eu só queria que ela sentisse a dor que eu estava sentindo, que
sofresse junto comigo.
Desci as escadas às pressas, peguei as chaves da caminhonete e fui
atrás da mulher da minha vida.
Pisei fundo no acelerador e sorri feito um idiota ao avistar o
conversível vermelho.
— Encosta, porra! — gritei ao parear os carros atraindo atenção do
Thomas e da Lizzy. Vendo quem era o motorista, o desgraçado aumentou a
velocidade do carro. Não perdi tempo, aumentei a velocidade do meu
também. No entanto, logo tive que maneirar no acelerador. Pois, Adam, o
cuidador dos cavalos, vinha em sua caminhonete, buzinando sem parar,
impedindo-me de avançar. Depois que o moleque passou, apertei o volante e
voltei para ao que estava fazendo.
— Você quer nos matar, seu idiota? — gritou Lizzy olhando em
minha direção.
— Encosta! — gritei mais uma vez, buzinando insistentemente.
— Para esse carro, Thomas! Não está vendo que esse louco vai se
matar ou acabar nos matando — bradou Lizzy, cheia de raiva. Quando o
infeliz parou o carro no acostamento, desci da caminhonete e fui até onde eles
estavam.
— O que você quer, cara? Ainda não se conformou que perdeu? —
disse o filho da puta do playboyzinho.
— Cala a porra dessa boca! — Lizzy e eu falamos em uníssono.
— Perdoe-me, amor. Eu não queria dizer aquelas coisas. Eu perdi a
cabeça. Eu não suportei ver esse cretino com as mãos em você. Coloque-se
no meu lugar.
— Soque suas desculpas no rabo, Benjamin. Sabe o que mais me
magoou de todas as merdas que você falou? Ser comparada com aquela vaca
da sua ex-mulher. Isso foi a gota d’água para mim. Eu quero é que você vá se
foder.
— Por que você deixou esse escroto te beijar? Por que caralho você
está indo embora com ele, Elizabeth?
— Você queria que eu fizesse o quê? Que ficasse lá me humilhando
para você? Mendigando por seu amor? Eu não preciso disso, Benjamin. Eu
tenho amor-próprio. No final das contas, a Susan conseguiu o que queria, não
é?
— Do que você está falando? O que a Susan tem a ver com esse
imbecil ter vindo atrás de você? — perguntei, desviando o olhar para o filho
da puta.
— Ela enviou um e-mail para esse idiota aqui, dizendo que era minha
amiga e que sabia onde eu estava. Até o aconselhou a me reconquistar. Agora
ela tem o caminho livre para te reconquistar, fazer o que quiser com você. —
Era para eu ter desconfiado que tinha dedo da Susan naquilo tudo.
O que aquela infeliz estava pensando? Que só pelo fato de ser a mãe
da minha filha eu deixaria essa história pra lá? Vou fazê-la pagar caro por
ter se metido onde não foi chamada.
— E você vai deixá-la sair vencedora nessa história, Elizabeth? O que
está acontecendo? Você não é de entregar os pontos dessa maneira.
— Eu não estou nem aí para aquela lambisgoia, mas para a forma
como você me tratou. Eu nunca fui tão humilhada em toda minha vida. Você
pisoteou meu coração, Benjamin — disse ela, com lágrimas nos olhos.
— Se conforme, cowboy. A Lizzy é minha. Sempre foi. Você não
passou de um fetiche. Muitas mulheres fantasiam em trepar com peões de
mãos calejadas como as suas. Mas a Elizabeth prefere sentir o toque suave de
minhas mãos sobre sua pele macia. — Aquilo foi o suficiente para eu arrastar
o cretino de dentro do carro e socar sua cara até ver sangue espirrando para
todos os lados. Eu tentei não agir com violência, mas o desgraçado não estava
facilitando as coisas. Ele sabia como provocar minha ira.
Apesar do safado não ser tão forte, ele era bom de briga. Dava para
ver que ele praticava algum tipo de luta, pois sabia onde golpear, como se
defender. Enquanto rolávamos no barro, brigando feito dois galos de briga,
escutamos o roncar do motor do carro. No mesmo instante, paramos de nos
socar e ficamos olhando o que a desmiolada ia fazer.
Meu Deus! Elizabeth, raiva e um conversível não era uma boa
combinação.
Olhei para o retrovisor, e a vi nos fuzilando cheia de ódio. Ela estava
muito magoada comigo. A diaba colocou o rosto para fora do carro e
vociferou:
— Vão se foder, seus babacas egoístas! Vocês são dois infantis.
— Não me deixe nesse fim de mundo, Lizzy! — gritou o mauricinho,
cambaleando em direção ao carro.
— Precisamos conversar, Elizabeth. Fique, por favor. Eu sei que
vacilei com você, mas caralho... eu te amo mais que minha própria vida.
Além do mais, você está nervosa demais para sair dirigindo. Eu te imploro,
amor, volte para casa comigo. Depois que colocarmos tudo em pratos limpos,
você decide se vai ou se fica. Eu vou respeitar suas decisões; seja lá quais
forem. Eu prometo.
— Vai se ferrar, Benjamin! Você acha que pode me esculachar, me
expulsar da sua casa e eu vou voltar com você como se nada tivesse
acontecido? Eu sei que você está acostumado a ter um monte de desesperadas
atrás de você, mas eu não tenho nenhuma vocação para isso, meu querido. Eu
quero é que vocês dois se explodam. E mais uma coisa, nem pense em vir
atrás de mim. Você só pioraria as coisas.
Lizzy jogou o anel de noivado em nossa direção e saiu cantando pneu.
A maluca saiu tão rápido, que um rastro de poeira subiu estrada afora. Que
ela não encontrasse ninguém pelo caminho, nem se matasse.
— Desgraçada! Eu não acredito que ela me deixou nesse fim de
mundo sem documentos e sem celular. — Como é que ele ousava a chamar
minha mulher de desgraçada bem na minha frente?
Fui pra cima do infeliz mais uma vez e dei-lhe um soco bem forte no
meio da boca. Ele não resistiu ao golpe e foi ao chão. Além de estropiado, ele
ia voltar para Nova York banguela.
— Você quebrou meu dente, seu animal. Eu vou te processar por isso
— berrou ele, cuspindo sangue em seguida.
— Nos vemos no tribunal, então — falei, indo em direção ao meu
carro.
— Eu posso ser um cretino filho da puta, mas nunca falaria aquelas
merdas pra Lizzy. Você não sabe o quanto ela é opiniosa. Elizabeth nunca vai
te perdoar, cowboy — declarou o infeliz, rindo da minha cara.
— Para sua informação, eu não só vou conseguir o perdão da Lizzy,
mas me casarei com ela e faremos muitos potrinhos.
— Se eu fosse você não ficaria tão confiante — completou o idiota.
Andei até a caminhonete me sentindo um fracassado. Eu havia
deixado escapar a única mulher que tinha feito meu coração errar as batidas.
— Droga, droga, droga! — falei, socando o volante do carro.
Lizzy não irá me perdoar tão fácil, teimosa do jeito que é.
Segui para casa arruinado. Eu precisava de um plano para conseguir
minha potranca de volta.
— Ela te perdoou? — questionou minha governanta, ao me ver
entrando na sala.
— Lizzy não quer saber de mim, Bertha. Mas fiquei feliz por ela ter
deixado o playboyzinho no meio da estrada só com a roupa do corpo. E, no
estado em que eu o deixei, vai ser sofrido chegar à cidade — declarei,
esboçando um sorriso.
— Eu tenho certeza de que vocês vão se acertar. Mas dê um tempo
pra ela esfriar a cabeça, pensar em tudo com calma. Agora vá limpar esse
ferimento em seu nariz, está bem? — disse minha governanta, dando
batidinhas no meu ombro. Dei um menear de cabeça e segui para o andar de
cima.
Ao entrar no quarto, me dei conta do quanto tinha perdido a cabeça. O
cômodo parecia uma zona de guerra. Havia cacos de vidro, objetos de
decoração e roupas espalhadas pra todo lado. Eu estava me odiando por ter
perdido o controle daquela forma. Apesar de ter um gênio difícil, eu nunca
tinha chegado ao extremo.
É isso que Elizabeth faz comigo: desperta o melhor e o pior que há
em mim.
Tirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro. Enquanto deixava
água fria lavar meu corpo, pensei na diaba. Pensei em como ela alegrava
minha vida, como seu jeito sensual e petulante me desconcertava, tirava do
sério, seduzia.
Será que um dia Elizabeth me perdoará por ter sido um escroto? Por
não ter escutado suas explicações? O que será que aconteceu de tão grave
para fazê-la travar em um momento como aquele?
Por mais que eu tivesse prometido a mim mesma que não queria nada além
de sexo, Benjamin entrou em minha vida como uma avalanche. Ia levar um
tempo até que meu coração curasse, mas diferente da última vez, eu não iria
ficar chorando pelos cantos, sofrendo por quem não me deu o devido valor.
Com lágrimas nos olhos, peguei a estrada rumo ao aeroporto. Estava
sendo doloroso deixar Austin naquelas circunstâncias. Eu tinha ido ao Texas
para me recuperar de um relacionamento fracassado e estava voltando para
Nova York com o coração dilacerado.
As palavras do Benjamim ainda martelavam em minha cabeça. O fato
dele ter ido atrás de mim e pedido perdão, não amenizou a dor que eu estava
sentindo. Eu podia até perdoá-lo quando a raiva passasse, mas com toda
certeza, não voltaria a procurá-lo. Se ele era opinioso e de gênio forte, eu
tinha vergonha na cara.
Claro que eu tinha uma parcela de culpa em toda aquela confusão,
mas se ele estava pensando que podia me esculhambar, me acusar de
interesseira e eu o perdoaria tão fácil, estava muito enganado.
Eu só tinha paralisado daquele jeito quando perdi meus pais em um
acidente de carro. Quando vi o Thomas se abaixar e enfiar a porra daquele
anel no meu dedo, tive uma espécie de entorpecimento emocional. Eu não
consegui reagir da forma como deveria. E, como no dia do acidente, meus
olhos ficaram fixos na cena traumática, deixando-me dispersa do que
acontecia ao redor.
O estresse acumulado e a tensão proporcionada por aquela situação,
deixou-me anestesiada, fora de mim. Eu estava me sentindo uma derrotada
por não ter sido capaz de ser eu mesma diante de uma situação como aquela.
Em circunstâncias normais, eu teria esmagado as bolas daquele cretino e feito
picadinho de seu pau mixuruca. Mas era tarde demais para chorar pelo leite
derramado.
Ao chegar ao aeroporto, deixei o carro no estacionamento e fui
averiguar se ainda tinha voos para Nova York. Para minha felicidade,
consegui comprar uma passagem com conexão. Demoraria um pouco mais
para chegar ao meu destino, mas eu só queria ir embora, me refugiar no
aconchego do meu lar.
[...]
Assim que cheguei a casa, larguei a mala no quarto e fui tomar uma
ducha. Após o banho, saí a procura de algo para acalmar meu estômago.
Minha última refeição tinha sido o café da manhã. Na hora do almoço, até
tentei comer, porém, o nó que tinha em minha garganta não deixou passar
absolutamente nada.
Como minha geladeira estava vazia, peguei o telefone e pedi uma
pizza. Enquanto o jantar não chegava, abri uma garrafa de vinho e me sentei
na varanda. E, mais uma vez eu estava sozinha, sofrendo por amor.
Jantei admirando a vista, sentindo o vento frio bater em meu rosto,
pensando na vida. Era hora de recomeçar, deixar que as feridas cicatrizassem.
No dia seguinte acordei cedo, tomei um banho e vesti uma roupa de
ginástica. Comprei um expresso no café da esquina e fui fazer uma
caminhada.
Depois de me sentir cansada e suada o suficiente, voltei para casa.
Tomei mais uma ducha e fiz uma lista de compras. Afinal, a geladeira e a
despensa não se abasteceriam sozinhas.
Eu estava prestes a sair quando começaram a tocar a campainha
insistentemente.
— O que está fazendo aqui, Melissa? Você não devia estar em
Austin? — perguntei ao abrir a porta.
— Como é que eu poderia ficar no Texas sabendo que você tinha
vindo embora. E, ainda por cima, dirigindo um conversível. Eu não sou nem
um exemplo a ser seguido, mas você corre demais, criatura. Deixa qualquer
piloto de corrida comendo poeira. Fiquei com o coração na mão, com medo
que te acontecesse algo. E, para completar, tentei te ligar, mas só caía na
caixa postal. Como é que você faz uma coisa dessas comigo, Lizzy?
— Eu estou inteira, Melissa. Eu dei uma testada no motor, não vou
mentir, mas tomei os devidos cuidados.
— O Benjamim me contou o que aconteceu. Você vai voltar com ele,
não é?
— Eu preciso de um tempo comigo mesma, sabe? Estou cansada de
ter meu coração pisoteado. Não quero saber de homem tão cedo.
O seu irmão me falou coisas horríveis, mandou eu arrumar minhas
malas e vir embora. Caramba! Ele sequer me deu o benefício da dúvida. Mas
não se preocupe, eu não vou definhar como da última vez. Eu estou
amargurada demais para isso.
— Benjamin vacilou feio com você, Lizzy. Porém, eu tenho que
confessar uma coisa, fiquei decepcionada por você não ter feito omelete com
as bolas daquele engomadinho filho da puta. Mas não se preocupe, eu já dei
um jeito nisso — confessou ela, na maior tranquilidade.
— O que você fez, Melissa? Eu não vou te ajudar a esconder o corpo
do Thomas não, hein!
— Eu o deixei arquejando, mas acho que vai sobreviver. Se ele
morrer depois disso, não é culpa minha. — Que ela não tivesse matado o
traste, pois eu seria a principal suspeita. No dia seguinte, minha foto estaria
estampada nos principais jornais com a seguinte legenda:
“Mulher esmaga as bolas do ex-namorado ao descobrir uma traição.
Ele não reagiu aos ferimentos e morreu ainda no local.”
— Amiga, você tinha que ver a cara do safado quando eu dei uma
joelhada bem no meio de seus países baixos. Oh céus! Eu senti um prazer tão
grande ao vê-lo sofrer, que acho que gozei.
— Você é louca, Melissa? E, por acaso, pensou nas consequências
dos seus atos?
— Eu só fiz o que tinha que ser feito, Lizzy. Não era de hoje que eu
tinha vontade de fazer uma omelete com as bolas murchas do engomadinho.
E ainda o deixei sobreaviso: da próxima vez que se meter entre você e o
Benjamin, eu arranco o pau dele fora.
— Se eu não soubesse que você e o Thomas se odeiam, diria que
existe um amor reprimido entre vocês.
— Cruzes! Olha o tamanho da besteira que acabou de sair de sua
boca, mulher! Eu não ficaria com aquele imbecil nem que ele fosse o último
homem na face da terra — declarou ela, benzendo-se.
— Estou indo no supermercado, quer ir junto? — perguntei, pegando
minha bolsa em cima do sofá.
— Claro que vou! Também estou precisando comprar umas
guloseimas para afogar minhas mágoas.
Em poucos minutos, estávamos estacionando em frente ao
supermercado.
— Melissa, vem cá... por que o Sebastian estava tão aborrecido com
você durante a festa? — perguntei, enquanto ela pegava um pote de sorvete.
— Ah... eu acabei com a diversão dele. Vi o safado com uma mocreia
e fiz uma cena. Falei que era namorada dele e a puta saiu cuspindo fogo. O
peão então... quase me matou — confessou se abanando mordendo o lábio
inferior.
Bem que eu tinha suspeitado que o capataz tinha arrastado a safada
para algum canto escuro e descarregado parte de sua fúria.
— Por que você fez isso, Melissa? Ele não é nada seu.
— Mas poderia ser, se não fosse tão cabeça-dura. De toda forma, eu
não vou mais correr atrás do Sebastian. Não vou mais insistir em algo que
não tem futuro. Eu quero encontrar alguém que me ame sem ressalvas,
entende?
— Eu não sei a história de vocês, mas se existir amor de ambas as
partes, o que acredito que exista, darão um jeito de ficarem juntos.
— Assim como você e o Benjamin?
— Pelo amor de Deus, Melissa. Não estamos falando de mim e
daquele cavalo selvagem. Vamos mudar de assunto, por favor.
— Está bem! — disse ela, dando de ombros, com um sorrisinho
presunçoso no rosto.
Depois de pegarmos tudo o que precisávamos, nos despedimos e
fomos para nossas respectivas casas. Quando eu estava chegando em frente
ao meu prédio, vi um filhote de labrador dentro de uma caixa de papelão. O
danadinho estava tentando fugir, pois sua cabeça e suas patas estavam para
fora da caixa. Ele tentava escalá-la a todo custo.
— Gostou do filhote, senhorita Collins? — perguntou o porteiro do
meu prédio, ao me ver olhando para a bolinha de pelos.
— Oi, Jimmy. De quem é essa coisinha fofa? — indaguei, com um
sorriso no rosto. Era a primeira vez que eu sorria desde que eu havia voltado
do Texas.
— Na verdade, é meu. Adote-o. Ele será uma ótima companhia para a
senhorita. Só restou este, de seis filhotes. Se eu pudesse, criaria todos. Mas já
tenho outros cachorros.
— Eu não sei se é uma boa ideia, Jimmy. Eu mal sei cuidar de mim
mesma, imagina de um cachorro.
— Tenho certeza de que você vai tirar de letra. E nem precisará levá-
lo ao veterinário por enquanto. Ele já recebeu as primeiras vacinas.
— Tá bom, então — falei, enquanto me abaixava para pegar o sapeca.
— E como vai chamá-lo?
— O que acha de Joe? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.
— Ele tem cara de Joe — declarou Jimmy, sorrindo. Ele pegou o
filhote em suas mãos e disse:
— Pequeno Joe, você será muito feliz ao lado da senhorita Elizabeth.
Tenho certeza de que viverá grandes aventuras, assim como os seus pais.
Comporte-se, garotão!
— Obrigada, Jimmy! Não tinha momento melhor para o Joe aparecer
em minha vida — falei, dando-lhe um abraço apertado.
— Não precisa agradecer. Eu sei que ele estará em boas mãos.
Nem entrei em casa, fui direto a um Pet Shop que ficava a algumas
quadras dali. A moça da loja foi receptiva, mostrou-me tudo o que o pequeno
Joe iria precisar. Comprei ração, coleiras, uma cama confortável, brinquedos
e tigelas para água e comida.
— Espere, moça! Esquecemos do principal — disse atendente, ao me
ver abrindo a porta do Pet Shop.
— Tem certeza de que não pegamos tudo?
— Não. Esquecemos do sanitário canino e das sacolas higiênicas para
coletar as necessidades do seu pet.
Ai, meu Deus! Por que eu não lembrei que tinha que limpar as
sujeiras do Joe? Oh céus! Mais essa agora!
Depois de comprar o kit sobrevivência, voltamos para casa.
Ao entrar no apartamento, coloquei a bolinha de pelos no chão e fui
guardar as compras. Enquanto isso, ele fazia um tour pelo ambiente. O
sapeca parecia feliz com o novo lar, latia e abanava o rabo sem parar.
— Joe, você vai morar aqui comigo, mas tem algumas regras a seguir,
hein?
— Au-au. — Ele latiu como se entendesse o que eu estava falando.
— Não quero ver bagunça pela casa, e nem pense em subir em minha
cama ou no sofá, está me ouvindo? — Ele se deitou, colocou a cabeça entre
as patas e me olhou desconfiado.
Deu até pena do danadinho, mas eu precisava ser firme em minhas
palavras. Caso contrário, ele tomaria conta da casa. Mas de todo modo, seria
bom ter um amigo peludo. Pelo menos, eu não me sentiria tão sozinha
naquele imenso apartamento.
À noite, enquanto o Joe e eu assistíamos a um filme de comédia
romântica, meu telefone tocou. Olhei para a tela e vi que era um número
privado. A princípio, fiquei receosa em atender, pois eu não sabia de quem se
tratava. Entretanto, a curiosidade falou mais alto. Então, baixei o volume da
televisão e atendi a chamada.
— Oi, Elizabeth. — Senti um frio na espinha ao ouvir aquela voz
rouca do outro lado da linha. A mesma voz que já tinha me arrancado
inúmeros gemidos.
— O que você quer, Benjamin? — perguntei, dando um suspiro
profundo, tentando manter a calma e a pouca paciência que ainda me restava.
Melissa não tinha o direito de passar meu número para aquele ogro babaca.
— Eu quero você de volta, Lizzy. Estou sentindo sua falta. Porra!
Minha vida sem você não tem sentido. Eu amo você, Elizabeth. Não é justo
que fiquemos separados por causa daqueles dois idiotas. Eu sei que você está
magoada, mas sei também, que me ama tanto quanto eu te amo. Por favor, dê
uma chance para o nosso amor — disse Benjamin, fugando o nariz.
Ele estava chorando?! Não era possível...
— Acabou, Benjamin. Você sabe que isso nunca daria certo. E, se
você me ama como diz, por favor, não me ligue mais.
— Espere, Elizabeth. E se eu for até aí para conversarmos
pessoalmente?
— Não temos mais nada para conversarmos, cowboy — falei e
desliguei o celular na cara dele.
Se aquele cavalo xucro estava achando que eu era uma marionete, que
podia me manipular da forma que bem entendesse, estava muito enganado!
Já havia se passado três meses do meu retorno do Texas e o Benjamin não
saía dos meus pensamentos. Com o intuito de manter a mente ocupada,
trabalhei além do habitual e acabei adoecendo. Eu mal consegui pregar os
olhos durante à noite. Na verdade, passei mais tempo com a cara enfiada no
vaso sanitário do que dormindo.
Quando os enjoos tinham dado uma trégua, e eu estava quase
cochilando, meu telefone começou a tocar. Ao pegar o aparelho, forcei-me a
abrir um olho para ver quem era o inconveniente que estava atrapalhando
meu precioso sono.
— O que quer, Melissa? — perguntei, mal-humorada, ao atender a
ligação.
— Lizzy, você não vem trabalhar hoje? O que aconteceu?
— Estou de cama. Por favor, avisa ao chefe que eu não estou em
condições de ir para a empresa.
— Garanto que o Ethan não irá se importar com isso. Pelo contrário,
vai ficar até aliviado. Você estava trabalhando além da conta, mulher. Não
falei nada porque você não ia dar ouvidos mesmo. É cabeça-dura igual ao
Benjamin. Por isso que estão separados, sofrendo feito dois idiotas.
— Não quero receber sermões a essa hora da manhã, tá legal? Só
quero dormir em paz.
— Okay! Não está mais aqui quem falou. Agora me conta... o que
você está sentindo?
— Indisposição, muito sono e não para nada no meu estômago. Eu
acho que estou morrendo! Se eu passar dessa pra melhor, você cuida do Joe
para mim?
— Deixa de ser boba, Lizzy! Você não vai morrer. Eu acho que sei o
que você tem. Mais tarde eu passo aí, está bem?
— Não demore! Eu não sei se sobreviverei até a noite — falei e
desliguei o telefone.
O dia foi bem longo. Quando a Melissa chegou, já passava das sete da
noite. Levantei-me toda descabelada e fui atender à porta. Encontrei-a com
um sorriso de orelha a orelha. Ela só ficava feliz daquele jeito quando
transava com algum gostoso ou ganhava chocolates suíços.
— Você está pior do que eu imaginava — disse ela, entregando-me
uma sacola.
— O que é isso? — perguntei confusa.
— Abra e veja você mesma. — Franzi o cenho, enfiei a mão dentro
da sacola e tirei uma caixinha lá de dentro. Quase tive um treco ao ver o que
era.
— Um teste de gravidez? Pra que eu quero isso, criatura? Estou com
esgotamento físico, não grávida. Além do mais, você sabe que eu tomo
anticoncepcional.
— Okay! Mas não custa nada urinar no copinho, colocar o palito
dentro e esperar cinco minutos. E você deve saber que nenhum contraceptivo
é cem por cento seguro. Além do mais, eu só vou sair daqui depois que
souber o resultado.
— Tudo bem, então. Vou fazer só para lhe mostrar que está
equivocada.
Ao entrar no banheiro, fiz xixi e coloquei o palito dentro do
recipiente. Enquanto esperava o tempo recomendado na embalagem, tentei
lembrar a data da minha última menstruação.
— Droga, droga, droga, mil vezes droga! — falei, ao lembrar que
minha última menstruação tinha sido antes de viajar para o Texas. Eu não
podia estar grávida. Devia ter outra explicação para meu atraso menstrual.
— Está tudo bem, Lizzy? — perguntou Melissa, do outro lado da
porta.
— Tudo sob controle — respondi o mais calma possível, tentando não
demostrar minha apreensão.
Após os cinco minutos, fiquei de frente para o espelho, respirei fundo
e falei para mim mesma:
— Mantenha a calma, Lizzy. Vai dar negativo! Você tomou as pílulas
direitinho, não tem com o que se preocupar.
Com as mãos trêmulas e o coração acelerado, peguei o palitinho e vi o
que eu mais temia: dois traços cor-de-rosa. Aquele resultado justificava muita
coisa: a variação de humor, a sonolência, a indisposição, os enjoos...
Com a finalidade de me acalmar, respirei fundo e joguei água no
rosto. Depois de um tempo, saí do banheiro e me sentei na cama. Meu corpo
estava gelado, as pernas fracas e o coração batendo descompassado. Em
minha mente se passava um turbilhão de questionamentos e inseguranças. Eu
não sabia o que seria de mim dali em diante. Qual seria a reação do Benjamin
quando soubesse da minha gravidez?
— Deu positivo, não foi? — perguntou minha amiga, sentando-se ao
meu lado.
— O que será de mim, Melissa? Não estou preparada para ser mãe —
declarei, apoiando minha cabeça em seu ombro, enquanto lágrimas escorriam
por minha face.
— Calma, vai dar tudo certo! Essa criança é do Ben, não é? — Eu
podia dizer que aquele bebê que eu carregava em meu ventre era de um
desconhecido e não do Benjamin, mas eu não queria mentir para minha
melhor amiga.
— Prometa-me que não contará nada para ele. Eu mesma quero fazer
isso, mas preciso de um tempo para digerir tudo isso. Não me sinto pronta
para falar com seu irmão. Ainda dói aqui, entende? — falei, levando a mão
até o lado do coração.
Não que eu guardasse remorso ou algo do tipo, mas as palavras do
Benjamin ainda estavam frescas em minha mente. Principalmente, quando
esbravejou que não cairia no golpe da barriga mais uma vez, e que se eu
estivesse grávida, faria de tudo para tomar meu filho.
— Por ora, não vou falar nada, mas vocês precisam conversar. O
Benjamin tem o direito de saber que tem um potrinho a caminho — declarou
ela, alisando minha barriga.
— Eu sei — respondi, abraçando-a forte.
— Você já jantou? — perguntou a loira, enxugando meu rosto com as
pontas dos dedos.
— Não. Na verdade, não comi quase nada hoje.
— Você precisa se alimentar direito e ir ao médico o quanto antes.
Ele vai te receitar um remédio para esses enjoos. Enquanto isso, vou preparar
uma sopa de legumes para você e o bebê.
Enquanto Melissa cortava os ingredientes, Joe apareceu na cozinha.
Ele havia crescido bastante desde que o adotei. Também, só fazia comer,
dormir e bagunçar a casa toda.
— Oi, Joe! Sua dona já o alimentou hoje? — perguntou Melissa, ao
notar a bolinha de pelos se esfregando em suas pernas. Ele sempre fazia
aquilo quando estava querendo atenção.
— Sim. Mas já está na hora de comer de novo, né gorduchinho? —
perguntei, pegando-o no colo. O sapeca começou a latir em resposta. Em
seguida, me levantei e abasteci suas tigelas com ração e água.
— O Benjamin vai surtar quando souber que você está grávida. Se for
um menino, então... é capaz dele infartar — declarou Melissa, sorrindo
abobalhada, jogando os legumes dentro da panela.
— Só espero que seja de alegria — resmunguei, pegando pratos e
talheres no armário.
— Claro que vai ser de alegria, sua tonta.
Quando a sopa ficou pronta, Melissa me serviu um prato bem cheio e
sentou-se na banqueta ao lado.
— É para comer tudo, hein. Você sabe como os Parker são comilões.
Não será diferente com o minicowboy que está aí dentro — disse ela,
apontando para minha barriga.
— Nossa! Que delícia! Onde foi que aprendeu a cozinhar tão bem? —
indaguei surpresa. Quem diria que minha amiga era uma cozinheira de mão
cheia? Achei que ela não soubesse nem fritar um ovo.
— Aprendi com a Bertha. Quando eu era mais nova, vivia pedindo
para ela me ensinar os pratos preferidos do Sebastian. Coisa de boba
apaixonada, sabe? Já fiz tantas loucuras por aquele homem. Pena que não
serviram para nada.
— Veja pelo lado positivo, se você não tivesse aprendido a cozinhar,
eu não estaria comendo essa sopa maravilhosa agora. E, a propósito, você não
vai comer?
— Não. Vou jantar com um amigo. Aliás, já estou atrasada. Agora
que sabemos o que você tem, posso ir ao meu encontro sem preocupações.
Mas se acontecer algo fora do normal, ligue para mim.
— Obrigada por estar sempre ao meu lado! E, por favor, não comente
com ninguém da fazenda sobre a sementinha — pedi, levando a mão à
barriga.
— Guardarei segredo, mas você precisa conversar com o Benjamin.
Ele tem o direito de acompanhar sua gravidez, Lizzy. Conhecendo o Ben
como conheço, ele não vai querer ficar longe do potrinho dele.
— Eu sei. Mas antes de falar com seu irmão, preciso pensar em tudo
com calma. E se ele tentar tomar meu filho? Criá-lo sozinho como fez com a
bonequinha?
— Que tomar o quê? Ele vai é te arrastar para a fazenda, isso sim. Se
eu fosse você começaria a preparar a mudança, se despedir de Nova York —
disse ela, dando uma gargalhada.
No dia seguinte, consegui uma vaga para minha primeira consulta
com a obstetra. Eu precisava saber se estava indo tudo bem com a gravidez.
Como minha consulta era à tarde, resolvi almoçar no shopping e ficar por lá
até que chegasse o horário de ir para a clínica. Eu estava precisando me
distrair um pouco, pois minha ansiedade estava nas alturas.
Ao passar por uma loja de artigos infantis, não resisti e entrei para dar
uma conferida. Depois de olhar, praticamente, tudo que havia disponível nas
prateleiras, acabei comprando toucas, macacões e alguns sapatinhos de lã,
que serviam tanto para meninos, quanto para meninas.
Acabei chegando à clínica em cima da hora. Tomei um copo de água
com o intuito de me acalmar. Ledo engano. Olhei ao redor e vi várias
grávidas, todas acompanhadas. Senti uma angústia dentro do peito por estar
ali sozinha, sem o Benjamin.
Se aquele brucutu não tivesse sido tão escroto comigo, estaria ao meu
lado neste momento tão importante.
— Senhorita, você está me ouvindo? Você é a Elizabeth Collins? —
perguntava a assistente da médica, mexendo em meu ombro.
— Sim, sou eu mesma — respondi limpando a garganta, acordando
dos meus devaneios.
— Pode entrar, a doutora já vai lhe atender.
— Obrigada! — falei ao me levantar.
— Boa tarde, senhorita Collins. Eu sou a doutora Melanie Scott.
Muito prazer. Sente-se, por favor — disse a médica, ao me ver entrando na
sala.
— O prazer é todo meu, doutora Melanie.
— Pelo que consta aqui na sua ficha, você está com um atraso
menstrual de três meses, certo?
— Correto. Se o teste de gravidez não estiver equivocado, estou
grávida.
— Vamos fazer uma ultrassonografia. Assim, veremos o saco
gestacional e como está o desenvolvimento do bebê.
Enquanto a médica se preparava para começar o exame, respirei
fundo, tentando me acalmar.
— Não precisa ficar nervosa, mocinha. Você é jovem e esbanja saúde.
Vai dar tudo certo. — Dei um menear de cabeça e rezei em silêncio para que
estivesse tudo bem com meu filho.
— Olha o que temos aqui! — exclamou a obstetra, chamando minha
atenção. Ao olhar para o monitor, vi uns pontinhos brancos aparecendo na
tela. Meus olhos encheram de água instantaneamente. Era o meu bebê, tão
pequenininho, indefeso. Não passava de uma sementinha. Uma sementinha
que tinha germinado e crescia em meu ventre. Senti uma emoção tão grande,
tão extraordinária, que não havia palavras suficientes para expressar a alegria
que eu sentia naquele momento.
— O que foi? Há algo errado? — perguntei preocupada.
— Acalme-se. Está tudo bem com seus bebês; eles estão se
desenvolvendo conforme o esperado para uma gestação com
aproximadamente quatorze semanas.
— Bebês?! Como assim, doutora? Não vá me dizer que... — indaguei,
com os olhos arregalados, suando frio, com o coração quase saindo pela boca.
— Isso mesmo! Você será mãe de gêmeos, senhorita Collins.
Parabéns! Eu sei que vai levar um tempo para você assimilar a novidade, mas
você dará conta do recado — declarou ela, com um sorriso divertido. Não era
ela que teria que parir duas crianças de uma vez.
— A senhora tem certeza de que são dois? — perguntei nervosa, em
um fio de voz.
O ogro não pode ser tão bom de mira. Encaçapar duas bolas de uma
só vez? Só pode ser um engano.
— Sim. Mas não se preocupe com isso. Sei que o pai vai amar saber
que tem dois filhos a caminho, e irá ajudá-la no que for preciso. Os homens
ficam com o ego lá em cima ao saberem que serão pais de gêmeos.
— Espero que isso aconteça mesmo, doutora. Quero dizer... que ele
goste da notícia de que será pai dos meus potrinhos.
— Potrinhos? Então, o papai é um cowboy? — indagou ela, sorrindo.
— Sim. Daqueles bem casca-grossa. Um verdadeiro brucutu, se é que
a senhora me entende?
— Esses são os melhores, garota. Agora, eu vou lhe receitar algumas
vitaminas e um remédio para os enjoos. É importante que você faça um
acompanhamento nutricional durante a gestação. Dispomos de excelentes
nutricionistas aqui na clínica. Antes de ir, marque uma consulta na recepção.
— Certo. E quando poderei saber o sexo dos bebês?
— Acredito que conseguiremos ver na próxima consulta. Nos vemos
em um mês, tudo bem? Este é meu cartão. Caso ocorra algum problema, não
hesite em me ligar.
— Okay — respondi, ainda tentando assimilar o que acabara de
descobrir.
Ai, meu Deus! Como é que eu vou dizer ao Benjamin que tem... não
um, mas dois potrinhos a caminho?
Estava fazendo exatamente quatro meses que eu não via minha potranca.
Melissa havia me ligado quase todos os dias nesse tempo. O assunto era
sempre o mesmo: que a Elizabeth e eu precisávamos conversar. Mas como
eu tinha fracassado na minha última tentativa, resolvi esperar um pouco antes
de tentar novamente. Mesmo sabendo que esta decisão iria me custar noites
insones, de profunda solidão, era o mais sensato a se fazer.
Se eu fosse atrás da diaba antes que sua raiva passasse, a única coisa
que eu iria conseguir era deixá-la ainda mais enfurecida. Pelo nosso amor,
aguentei todo esse tempo de sofrimento e agonias. Vivi cada dia de uma vez,
mas mantendo a esperança de que nos encontraríamos em breve e
continuaríamos de onde tínhamos parado.
Era chegada a hora de voar até Nova York para reconquistar o amor
da Elizabeth. Eu só retornaria ao Texas com ela ao meu lado.
Diferente do que muitos estavam pensando, eu não tinha desistido da
minha mulher. Apenas estava dando um tempo para ela esfriar a cabeça,
refletir sobre o que queria para o futuro, se havia espaço em sua vida para um
fazendeiro turrão e uma garotinha tagarela.
Antes de pegar à estrada, chamei o Sebastian em meu escritório e o
deixei responsável pela fazenda. Eu confiava nele e sabia que era qualificado
para resolver qualquer problema que porventura viesse a surgir em minha
ausência. Afinal de contas, eu tinha dia para ir, mas não tinha para voltar.
Meu retorno dependeria de quanto tempo eu levaria para amansar a fera,
convencê-la de que ficarmos separados não era opção para nós dois.
Cheguei a Nova York por volta das dez da noite. Peguei um táxi e
segui para o apartamento da Melissa. Ela me aguardava sorridente na entrada
do prédio.
— Você veio mesmo! — proferiu ela, abraçando-me
espalhafatosamente.
— Espero que a Lizzy não me bote pra correr — falei em um meio
sorriso.
— Seja menos tosco que dará tudo certo — disse minha irmã, dando
batidinhas no meu ombro.
Tomei banho e me vesti o mais rápido que pude. Eu estava ansioso
para ver minha mulher, enchê-la de beijos e dizer o quanto eu a amava.
Melissa desceu comigo para a portaria e ficamos esperando passar um
táxi. Enquanto aguardávamos, andei de um canto a outro, inquieto, nervoso.
Se eu estava naquela situação sem nem ver a Elizabeth, imagina quando
estivéssemos frente a frente.
— Acalme-se, homem! E pelo amor de Deus, não fale nenhuma
besteira quando estiver conversando com a Lizzy. Ela está passando por um
momento delicado. Como posso dizer... ela não pode se abalar
emocionalmente, entende? — disse, dando com a mão para um táxi que vinha
em nossa direção.
— Momento delicado?! O que aconteceu com ela? — perguntei
erguendo as sobrancelhas preocupado.
— É... hum... foram só uns probleminhas que surgiram lá na empresa.
Nada que não possamos resolver. Agora, entre nesse táxi e reconquiste sua
mulher — disse ela, empurrando-me para dentro do carro.
Melissa está muito estranha, parece esconder algo. Que não tenha
acontecido nada grave com minha potranquinha.
À medida que íamos percorrendo as ruas de Nova York, mais nervoso
eu ia ficando. Comecei a tamborilar os dedos nas coxas, na vã tentativa de me
tranquilizar. O motorista observava minha agitação pelo retrovisor, na certa,
estava me achando um tanto esquisito.
Para me distrair, comecei a olhar a chuva fina que começava a cair.
Quando íamos passando na Quinta Avenida, vi uma barraca de flores,
onde havia lindos buquês de rosas vermelhas, imediatamente lembrei que
eram as preferidas da Lizzy.
— Pare esse carro, pelo amor de Deus! É uma emergência! — pedi,
desprendendo-me do cinto de segurança.
— Não podemos parar aqui, senhor! O sinal está aberto — afirmou o
taxista olhando para mim.
— Então pare na rua lateral. Eu vou descer de um jeito ou de outro,
meu caro.
Vendo que eu não ia mudar de ideia, o cara foi forçado a parar o
veículo em um local proibido. Abri a porta e corri até a barraca de flores.
Peguei um dos buquês e entreguei alguns dólares ao rapaz.
— Espere! O senhor me deu dinheiro demais — disse o vendedor ao
me ver indo embora apressadamente.
— Pode ficar com o troco — gritei correndo no meio do trânsito,
enquanto segurava meu chapéu na cabeça, para que ele não saísse voando
entre os carros.
Os motoristas gritavam, buzinavam e me xingavam de tudo quanto
era nome. E não era para menos, afinal, meu ato romântico havia provocado
um baita alvoroço.
— Cara, você é louco ou o quê? Olhe o caos que você provocou!
Aparece cada louco nesta cidade! — disparou o motorista, ao me ver
sentando novamente no banco de trás.
— Louco de amor, meu amigo! — declarei, dando um suspiro
profundo, enquanto repousava a cabeça no encosto do banco do carro. O cara
balançou a cabeça em negativa e seguiu viagem, liberando o trânsito.
Em menos de dez minutos eu estava em frente ao prédio da Lizzy.
Sofri para convencer o porteiro a me deixar subir sem ser anunciado. Contei-
lhe, brevemente, o que tinha acontecido entre nós. Confessei que a amava e
que estava ali para conseguir o seu perdão. Depois de ouvir toda a história ele
me deixou subir.
— Boa sorte, cowboy! — Desejou o porteiro, que se apresentou como
Jimmy.
— Obrigado, meu amigo! — agradeci chamando o elevador.
Quando o elevador parou no andar indicado pela Melissa, dei alguns
passos e parei em frente ao apartamento 401. Eu estava nervoso, com medo
da reação da Lizzy ao me ver.
Respirei fundo algumas vezes e toquei a campainha. Minhas mãos
estavam trêmulas e meu coração batia forte dentro do peito. Achei que teria
um treco antes mesmo de reencontrá-la.
Quando a porta foi finalmente aberta, vi uma Elizabeth bem diferente
da que tinha deixado o Texas: ela usava uma camisola sexy, transparente e
com decote em V, deixando seu corpo à mostra.
Como ela tem coragem de abrir a porta vestida desse jeito? E se fosse
um tarado? Ou um vizinho pervertido? Meu Deus! Não quero nem imaginar!
Seu corpo estava mais curvilíneo, os seios maiores do que eu
recordava e a pele viçosa. Fiz uma análise minuciosa das suas mudanças
corporais e, quanto mais eu a olhava, mais o ar parecia sumir dos meus
pulmões.
— O que está fazendo aqui, Benjamin? — indagou ela surpresa com a
minha visita.
— Eu... eu vim conversar com você, Elizabeth — falei com
dificuldade, entregando-lhe as rosas. Meus olhos estavam presos no volume
em sua barriga.
— Você não parece nada bem. Pelo amor de Deus, não vá desmaiar
aqui, homem! — pronunciou, ao me ver pálido, sem reação.
— Você... você está grávida? Ou eu estou delirando? — Coloquei a
mão na testa e verifiquei minha temperatura.
— É real, cowboy. Você será pai em breve — declarou esboçando um
sorriso.
Ajoelhei-me, enquanto Elizabeth fechava a porta e depositei beijos
por sua barriga e falei entre lágrimas:
— Oi, filhão. É o papai que está falando. Não vejo a hora de lhe pegar
no colo e enchê-lo de beijos e mimos. Sabe, filho, eu amo muito a sua mamãe
e vim até Nova York implorar para que ela me perdoe e volte comigo para a
fazenda. Será que ela vai me perdoar? — indaguei levantando o rosto para
olhar para Elizabeth.
Porra! Eu estava sentindo uma alegria tão grande que não cabia dentro
do peito. Eu precisava extravasar de alguma forma. Como eu não podia gritar
aos quatro ventos que seria pai novamente, chorei pra cacete. Enxuguei as
lágrimas com as costas das mãos e fechei a porta atrás de mim. Sem dar
tempo pra Lizzy recusar, tomei sua boca em um beijo apaixonado. Eu estava
com tanta saudade daqueles lábios, daquela língua duelando com a minha,
que não pedi licença ou permissão.
Como ela estava correspondendo ao beijo, enfiei as mãos por baixo
do tecido transparente e apalpei suas nádegas. Não eram só os seios que
tinham crescido, sua bunda estava bem maior, mais gostosa. Minha vontade
era enfiar minha cara ali e beijá-la, lambê-la todinha. Mas isso ia ficar para
um outro momento, porque eu tinha urgência em dar um alívio ao meu pau.
Depois que minhas mãos passearam por suas curvas sinuosas, afastei
sua calcinha para o lado e acariciei sua xoxota melada.
— Precisamos conversar, Benjamin. O que tenho para dizer é
importante... — proferiu ela, apertando meu corpo, sentindo a rigidez dos
meus músculos.
A essa altura, meu pau estava duro feito uma barra de aço. Ele estava
doido para recuperar o tempo perdido.
— Eu preciso te foder agora, Elizabeth. Quer sentir meu pau te
comendo a noite inteira? — indaguei, introduzindo um dedo em seu interior.
— Sim... — declarou sôfrega, inebriada pela luxúria.
Nossas respirações estavam irregulares. Um tesão surreal nos
assolava. Gemi ao senti-la enfiar as mãos dentro da minha calça e apertar
meu pau com volúpia. Ele estava rijo e quente como nunca. Eu precisava
comê-la, ou enlouqueceria.
Virei-a de costas e abri o zíper da minha calça. Liberei meu pau da
boxer, que tinha se tornado pequena demais para comportá-lo, e o posicionei
na entrada do paraíso. Esfreguei a cabeça do meu pau por seus lábios
vaginais, sentindo a quentura e a cremosidade que emanava de seu sexo
latejante.
— Ohhh... porra... — Gemi desesperado, penetrando-a devagar, mas
indo até o fundo. Eu estava com tanto tesão que se eu me mexesse um pouco
mais rápido, gozaria antes da hora.
— Mete mais rápido, quero sentir seu pau me comendo duramente —
pediu ela em um sussurro. A mulher parecia mais fogosa do que nunca,
estava subindo pelas paredes. Benditos hormônios!
Comecei a impulsionar meu mastro para dentro e para fora de sua
bocetinha. Eu estava completamente alucinado por aquele desejo ardente que
ela despertava em mim. Agarrei em seus cabelos e soquei com tudo em seu
interior estreito, fazendo-a gemer e gritar em desespero. Elizabeth estava tão
absorta em nosso momento de prazer, que não se dava conta de que seus
vizinhos estavam escutando seus gemidos enlouquecidos, que denunciavam
que ali havia uma mulher sendo bem fodida.
Levei minha mão até sua boca e a tampei para conter os sons
exagerados que saiam de sua garganta. Aquele pequeno gesto de domínio
fazia com que o nosso prazer ficasse ainda mais violento. Enquanto a mão
esquerda tratava de mantê-la o mais calada possível, levei a direita a sua
bunda e apertei-a com veemência, controlando-me para não a espalmar
arduamente.
— Ohhh... caralho... como senti falta de te comer deste jeito, socando
tudo, até as bolas. — Iniciei uma série de estocadas frenéticas e terrivelmente
gostosas, até que não consegui segurar a excitação e gozei pra cacete,
melando-a por inteiro.
Sentir minha porra sendo arremessada dentro daquela bocetinha, deu-
me uma sensação de empoderamento, de macho alfa. Mas eu não estava nem
um pouco saciado. Eu precisava de mais, muito mais.
— Você e esse seu pau ainda vão acabar comigo! Minhas pernas
estão bambas e minha boceta pulsando involuntariamente — disse ela
fazendo-me rir.
Elizabeth pegou em minha mão e me conduziu até o banheiro. Ela
retirou minhas roupas e me puxou para debaixo do chuveiro. Observei-a
despejar sabonete líquido na palma da mão e após espalhar o produto,
começou a lavar meu pau, fazendo uma massagem torturante.
— Grande, grosso e potente como eu lembrava — asseverou, vendo
que meu caralho crescia ainda mais a cada movimento.
Sorri e comecei a lavar suas partes íntimas. Eu queria deixá-la
prontinha para mim, pronta para ser devorada por minha boca audaciosa,
esfomeada. Depois de ensaboados, liguei o chuveiro e, enquanto a água
morna escorria por nossos corpos, eu a beijava incansavelmente. Seus
gemidos luxuriantes deixavam-me ainda mais duro, aceso. Eu necessitava
fodê-la mais uma vez.
Minha libido estava tão aguçada que meu pau não parava de pulsar.
Parecia que todo o meu sangue estava concentrado naquele local. Aquela
rapidinha só tinha me deixado ainda mais tarado. Senti-me vivo outra vez.
Depois do banho, enxuguei nossos corpos, peguei a potranca nos
braços e a deitei sobre a cama. Abri suas pernas, dei alguns tapas em seu
clitóris inchado e depois o abocanhei, levando-a à beira do precipício.
— Você gosta disso, né, safada? Estava com saudade da minha boca
te fodendo assim? — perguntei penetrando-a com minha língua fazendo-a
gemer e convulsionar sem parar.
— Sim... ahhh... isso... assim... — balbuciava rebolando em minha
boca.
Seu corpo estremecia com um simples toque da minha língua. Seus
olhos estavam fechados, os pelos do corpo arrepiados. Ela respirava com
dificuldade e soltava gemidos abafados. Continuei me deliciando em sua
boceta, perdendo-me em sua maciez, na fragrância afrodisíaca que exalava de
seu sexo.
Não aguentando mais esperar, segurei suas pernas para o alto e
comecei fodê-la em um ritmo constante e prazeroso.
— Ahhh... que gostoso... mete... humm... como senti saudade desse
pau entrando e saindo de mim — declarou a safada, contraindo a boceta,
agarrando com força os lençóis da cama.
— Que bocetinha apertada, amor. Você não sabe o quanto é bom te
foder assim, socando até o talo.
— Isso... vai... soca mais forte, cavalão... — pediu lânguida, gemendo
como uma puta no cio.
Ouvir os gemidos roucos e sexy da safada, deixava-me ainda mais
afoito.
— Ohh... caralho... eu vou gozar. — Deixei que minha porra jorrasse
em seu interior e me levasse ao melhor de todos os prazeres.
Depois que meu pau parou de vibrar, saí de dentro dela e caí sobre o
colchão, puxando-a para um abraço aconchegante.
Enquanto ouvíamos apenas o barulho das nossas respirações agitadas
e dos nossos corações que batiam frenéticos, Lizzy falou:
— O fato de eu ter caído em tentação não significa que te perdoei,
garanhão. Esse fogo todo é culpa sua e desses hormônios. — Claro que ela
tinha me perdoado, senão, não tinha feito amor comigo.
— Minha culpa? — perguntei levando a mão ao peito fazendo-me de
vítima.
— Sim. Pois, além de ter colocado dois bebês dentro de mim, você é
absurdamente irresistível.
— Bebês?! Que bebês, Elizabeth Collins? Do que você está falando,
mulher? — perguntei virando-me para encará-la.
— É... como é que posso dizer... — disse mordendo o lábio inferior.
Estava nervosa, parecia escolher as palavras que ia falar.
— Fala logo, criatura! Você está me deixando nervoso — pedi,
levantando-me agoniado, passando as mãos pelos cabelos, andando de um
lado a outro do quarto.
Ela só podia estar tirando uma com minha cara. Se vingando por tê-la
feito sofrer.
— Vem aqui, cowboy. — Chamou-me, dando batidinhas no colchão.
Lizzy apoiou as costas na cabeceira da cama, cruzou as pernas e ficou
me aguardando. Seu olhar não se desviou de mim sequer um segundo.
Parecia se divertir com minha agonia. Quando me sentei ao seu lado, ela
pegou minha mão e levou até sua barriga, dando-me um sorriso singelo.
— Estou prenha de dois potrinhos. É assim que se fala lá na fazenda,
não é?
— Você não está brincando comigo, está? Eu te perdoei por ter
deixado aquele playboyzinho de merda encostar aquela boca imunda na sua,
mas se você estiver brincando com uma coisa tão séria, Elizabeth, eu não a
perdoarei, está me ouvindo?
— Eu nunca brincaria com uma coisa dessas, Benjamin. É verdade.
Seremos pais de um príncipe e de uma princesa. — Sua declaração fez meu
coração se encher de tanta alegria, que a enchi de beijos.
— Caralho! Se um já era bom, dois então... Obrigado por me fazer o
homem mais feliz do mundo, amor. — Agradeci, fazendo um carinho em sua
barriga.
— Você sentiu, Ben?! Eles se mexeram pela primeira vez. Oh, meu
Deus! Isso é incrível!
— Oi, meus anjinhos. Eu sei que aí dentro vai ficar cada vez mais
apertado, mas filho, cuide de sua irmãzinha, tá bem? — Eles se mexeram
mais uma vez. Pareciam dar cambalhotas dentro da barriga da mãe.
Eu não via a hora de pegá-los no colo, de ver seus rostinhos, de
escutá-los pronunciando as primeiras palavras, de presenciar os primeiros
passinhos. Quando percebi, já estava chorando de novo. Puta merda! A Lizzy
estava grávida, e eu que era o emotivo.
— Chorando desse jeito, não tem quem diga que você é um cowboy
turrão.
— Posso dormir aqui esta noite? Prometo que não vou incomodar. Já
perdi muito da sua gravidez. Além do mais, fiz uma viagem cansativa e está
caindo um temporal lá fora. Você não deixaria o pai de seus filhos sair a essa
hora no meio da chuva, não é?
— Tudo bem. Tem um quarto de hóspedes no fim do corredor.
Quarto de hóspedes? No que porra Elizabeth está pensando? Eu não
vou dormir longe dela e dos meus potrinhos nem que a vaca tussa.
— Eu queria dormir com você, amor? Quero dizer, dividir a mesma
cama. Prometo que vou me comportar — falei fazendo cara de cachorro
pidão.
— Pode dormir na minha cama, mas se comporte. Não quero que o
Joe veja suas safadezas. Já está quase na hora dele vir dormir comigo — disse
cobrindo meu pau com o lençol.
Mas que inferno! Outro playboyzinho no meu caminho!
— Quem porra é Joe, Elizabeth? Você está saindo com outro cara. É
isso? — perguntei enciumado, fumaçando de raiva.
— O Joe está morando aqui desde que voltei da fazenda. Fique
sabendo que ele é um ótimo amigo. — Catei minhas roupas e comecei a me
vestir. Eu precisava tomar um ar, antes que eu sufocasse.
— Aonde vai, cowboy? Não me diga que isso tudo é ciúmes?
— Eu não quero atrapalhar sua noite romântica. Por mais que eu te
ame, não tenho vocação para ser amante, muito menos corno. — A filha da
mãe caiu na gargalhada. O que tinha de engraçado em minhas palavras?
Fui para a sala e abri uma porta de correr que dava para a varanda.
Surpreendi-me com a vista. Era espetacular. De repente, escutei latidos atrás
de mim. Ao me virar, vi Elizabeth acariciando um cãozinho arteiro.
— Por que não me disse que Joe era um cachorro? Meu Deus! Você
não tem limites, sua diaba!
— Porque eu estava adorando te ver morrendo de ciúmes dessa
coisinha fofa — disse a sem-vergonha, cheirando o animal.
— Joe, você tomou conta da minha mulher e dos meus filhos
direitinho? — indaguei, passando a mão em sua cabeça. O danado deu um
latido, afirmando que sim. Ele ia adorar correr pela fazenda.
— Vamos entrar, cowboy. Está muito frio aí fora — chamou-me,
colocando o cachorro no chão.
Voltamos para o quarto e nos aconchegamos debaixo do edredom
felpudo. Depois de um tempo agarradinhos, comentei baixinho:
— Meus dias têm sido nublados sem você, meu Raio de Sol. Estava
morrendo de medo de que você não me perdoasse.
— Eu pensei bastante enquanto estávamos separados. Percebi que
sofri mais com sua ausência, do que com as palavras duras que você me falou
no calor do momento. Nós dois erramos. Vamos esquecer o que aconteceu e
agir como adultos que somos. A partir de hoje, precisamos ponderar o que
falamos um para o outro. Pois, agora, não somos só nós dois. Temos que
pensar na Bia e nos gêmeos, entende?
— Eu não posso prometer que nunca vou te machucar, pois não sou
perfeito. Mas vou me esforçar para ser um bom pai e o marido que você
merece. Vou amá-los incondicionalmente enquanto eu viver.
Acordei com um suave deslizar de dedos por meu rosto. Abri os olhos
devagar e sorri maliciosa ao me deparar com aqueles olhos hipnotizantes me
observando atentamente.
— Bom dia, meu Raio de Sol! — disse Benjamin, cheirando uma
mecha do meu cabelo.
— Bom dia, brucutu — falei enquanto me espreguiçava, dando-me
conta de que tudo o que havia acontecido na noite anterior não tinha sido um
sonho.
O safado estava tão gostoso! Ele usava jeans com a braguilha aberta e
seus cabelos estavam úmidos, denunciando que ele havia tomado banho.
— Fiz seu café da manhã. Vou esperá-la lá na varanda — declarou,
dando-me um selinho.
— Okay. Mas não precisava se dar ao trabalho de cozinhar para mim.
— Não foi trabalho nenhum. Você precisa comer direito e nos
horários certos. Esqueceu que tem dois potrinhos para alimentar?
— Garanto que não tem como esquecer. Eles não param de dar
piruetas desde que você chegou. Devem ter reconhecido seu cheiro.
— Por isso que tem um frasco do perfume que eu uso lá no seu
banheiro. Sentiu minha falta, não foi, safada? Não conseguiu viver longe do
meu cheiro.
— Eu comprei pensando nos bebês. Para se familiarizarem com você.
Não... não porque senti saudades do seu cheiro — declarei, passando os olhos
por seu abdômen enxuto, pelo perfeito V de sua cintura, que levava a um
lugar inesquecível e absurdamente delicioso.
— Se você está dizendo, quem sou eu para discordar — disse o
safado, caindo na gargalhada.
— Enquanto você fica aí se achando, eu vou tomar uma ducha —
comuniquei, calçando minhas pantufas felpudas.
Depois de um banho quente e revigorante, me troquei e fui em busca
do Benjamin. Ao chegar à varanda, surpreendi-me com o belo café da manhã
que ele havia preparado.
— Jesus Amado! O que é tudo isso, cowboy? Aqui tem comida para
um batalhão. — Tinha uns três tipos de sucos, iogurtes, torradas, queijos,
ovos, frutas cortadas em cubinhos, sementes, grãos, sanduíches e pães
frescos.
— De hoje em diante eu vou cuidar da sua alimentação. Nada de
açúcar, refrigerantes, cafeína e tudo que for rico em sal e gorduras. Fui claro,
Elizabeth? — indagou, olhando-me de um jeito ameaçador.
— Que exagero! — retruquei, segurando uma risada. O homem
entendia mais sobre gravidez, partos e bebês do que eu.
Claro que vou tirar bom proveito disso. O brucutu terá muitas fraldas
para trocar.
— Que sorrisinho maquiavélico é este, Elizabeth? Aliás, prefiro nem
saber. Algo me diz que tem a ver comigo.
— É meio nojento para falar enquanto se come. Acho melhor
falarmos sobre outra coisa. Que tal você me dizer como estão todos lá na
fazenda — proferi dando uma mordida no sanduíche.
— Estão todos bem. Bia voltou para a escola, Bertha tá de namorico
com seu Miguel, um dos peões lá da fazenda, e o Nico continua morando no
estábulo. Ele já está forte o suficiente para voltar para o curral, mas quem
disse que a Bia quer se separar do amiguinho.
— Eu já falei para a danada que o Nico sempre vai ser seu bezerro de
estimação, que não vou vendê-lo, mas quem disse que ela dá ouvidos. Basta
tocar no assunto que ela abre o berreiro. Não sei mais o que fazer. A menina
tem um gênio daqueles, quando encasqueta com algo, é difícil fazê-la mudar
de ideia.
— Essa é uma característica dos Parker, não? — comentei dando um
sorriso de canto de boca. Ben sorriu de volta e disse:
— Você acredita que a sapeca nos fez preparar uma festa de
aniversário para o Nico? Com direito a bolo, balões e convites para todos os
amiguinhos. Foi a maior algazarra.
— Acredito. Mas não se preocupe. Eu vou tentar convencê-la de que
o lugar do Nico é com os outros animais.
— Se você não conseguir convencê-la, não tem quem o faça — disse
ele, tomando um gole de suco.
— E a vaca da Susan, ainda está em Austin? — indaguei cortando
uma fatia de queijo.
— Por mais absurdo que pareça, ela ainda está por lá. Acredita que a
filha da puta teve a coragem de ir até à fazenda pedir dinheiro em troca de se
manter longe da Bia?
— Que mulherzinha mau-caráter! Você não deu, não foi? Porque se
você fez isso, ela nunca vai parar de te chantagear. Aquela desgraçada não
vale nada!
— A cretina não viu e nem verá um centavo meu. Eu disse que se ela
aparecesse em minha casa de novo, eu contaria para seu ex-marido, Edgar
Rivera, da cobertura de luxo que ela adquiriu enquanto eram casados.
O que a infeliz não sabia, é que eu fui até Chicago tomar um café com
o próprio, e lhe entreguei os arquivos com tudo o que havia descoberto sobre
ela.
— E aí, o que ele falou? — perguntei com os olhos arregalados.
— Você não sabe a infinidade de coisas que eu descobri em uma hora
de conversa com o cara — disse Ben, olhando para mim.
— Conta logo, homem! Estou curiosa — pedi mordendo o lábio
inferior tamanha era minha ansiedade.
— Como eu suspeitava, o cara não fazia ideia de que a cobra possuía
um imóvel tão caro e, ainda por cima, localizado em um dos bairros mais
cobiçados de Chicago. E tem mais, ele disse que houve um roubo em sua
casa há cerca de dois anos. Roubaram uma fortuna em joias, relógios e obras
de arte.
— O suficiente para comprar um apartamento de alto padrão e viver
bem pelo resto da vida. — Completei o raciocínio.
— Exato. Quando o cara viu o valor estimado do imóvel, suspeitou
que a Susan estava envolvida no roubo. Depois da nossa conversa, ele entrou
em contato com o delegado responsável pelo caso e lhe entregou os arquivos.
Agora, a Susan MacClain e seu amante são os principais suspeitos do roubo.
— Meu Deus! A mulher é pior do que imaginávamos. Ninguém
desconfiou dela na época? — perguntei roendo o canto da unha, louca de
curiosidade.
— Não. O plano tinha sido, até então, “perfeito”. Os ladrões a
levaram como refém. A polícia a encontrou dois dias depois em uma fábrica
desativada. Ela estava amarrada e tinha sinais de espancamento. Até deram
uns tapas na cara da dissimulada para parecer que tinha sido um sequestro de
verdade.
Susan está bem encrencada. Ela e os comparsas podem ser presos a
qualquer momento.
— Em breve estaremos livres daquele encosto, meu amor — falei
levantando o copo de suco para um brinde.
Eu sabia que o Benjamin não ia deixar a vaca da Susan impune. Eu
não esperava menos do meu cavalão. O fato dele ter ido até Chicago para
conversar pessoalmente com o ex-marido da cachorra, deixou-me
imensamente feliz. Mas de todo modo, eu adoraria presenciar a prisão da
lambisgoia. Isso seria o grande xeque-mate!
Na manhã seguinte, fui até a empresa entregar minha carta de
demissão e pegar alguns objetos pessoais em minha sala. Tentei ser o mais
discreta possível; não estava com paciência para dar explicações do meu
desligamento da firma.
— Lizzy, tem um minuto? Eu gostaria de conversar com você. É
importante — declarou Thomas, encostado na porta do meu escritório,
olhando-me colocar meus pertences em uma caixa.
— Tudo bem. Podemos conversar lá em cima, no café.
Ao chegarmos ao local, pedi um suco de laranja. Assim que o garçom
se afastou, perguntei:
— Então, o que você tem para me dizer de tão importante?
— Eu queria te pedir perdão. Sabe... o lance da Samantha, por ter ido
atrás de você no Texas, por ter estragado seu relacionamento com o irmão da
Melissa, enfim, por tudo que te fiz passar.
— Por que você está me pedindo perdão agora, Thomas? Depois de
todo esse tempo?
— Estou indo passar um tempo na Flórida. Preciso recomeçar em um
outro lugar; longe de tudo e de todos que me lembram você. No entanto, eu
não poderia iniciar um novo ciclo sem colocar um ponto final no anterior. Eu
demorei para aceitar que havia lhe perdido. Só me dei conta deste fato
quando vi você com o Benjamin.
— Espero que você tenha aprendido uma lição com tudo o que
aconteceu, Thomas. E não volte a cometer os mesmos erros.
— Pode ter certeza de que eu aprendi. Espero que um dia você possa
me perdoar por ter sido um cretino com você.
— Isso não tem mais importância. Ficou no passado. Se eu não
tivesse descoberto sua traição, não teria conhecido o verdadeiro amor. Além
do mais, guardar rancor não faz bem para ninguém.
— Obrigado, por ter me concedido alguns minutos do seu tempo,
Lizzy. Agora posso seguir em frente, ter uma noite de sono tranquila. Espero
que você seja feliz — disse ele colocando alguns dólares dentro do porta-
comanda.
Quando me dirigi até a empresa, não passou pela minha cabeça que eu
ia ter uma conversa com meu ex-namorado. De todo modo, foi bom colocar o
passado no seu devido lugar. Senti-me mais leve, em paz comigo mesma. Era
hora de começar uma história ao lado do Benjamin. O único homem que já
amei verdadeiramente.
Os dias que se seguiram, foram regados a muito sexo, paixão e juras
de amor. Além, é claro, de ter conseguido resolver tudo que precisava antes
de embarcar para o Texas: vendi o carro, coloquei meu apartamento para
locação e fiz uma consulta com minha obstetra, que após um checape,
liberou-me para a viagem. No entanto, a médica foi bem clara: nada de
cavalgar.
Ainda bem que a proibição só vale para cavalo de quatro patas, ou
eu estaria em apuros. Sorri ao vento.
Enquanto eu olhava para o horizonte, da varanda do meu
apartamento, mil coisas passavam por minha cabeça. Eu estava um tanto
apreensiva em relação a como a bonequinha reagiria ao descobrir que
ganharia dois irmãozinhos e uma madrasta.
— Que carinha é essa, meu amor? O que está te preocupando, hein?
— perguntou o cowboy, abraçando-me por trás.
— Eu estava pensando em como a Bia vai reagir a tanta novidade —
declarei levando sua mão à minha barriga.
— Ela vai amar, baby. No decorrer dos meses em que você esteve
longe, não houve um dia sequer que ela não tenha perguntado por você. Eu
sei que o amor entre vocês é recíproco. Seremos uma família linda, completa
e muito feliz — disse ele beijando-me no rosto.
— Espero que você esteja certo. São muitas novidades para uma
criança tão pequena. Bia está acostumada a conviver apenas com o pessoal da
fazenda. De repente, entra três novos membros para a família.
— Amor, são quatro novos membros — disse o safado, rindo da
minha cara — você está esquecendo do seu cachorro bagunceiro.
— Ei! Bagunceiro nada! O Joe é apenas um desbravador, gosta de
descobrir coisas novas — afirmei virando-me de frente para ele.
— Se é assim que você chama o cachorro que destruiu minhas botas,
rasgou minha cueca e ainda fez xixi no meu chapéu. Quem sou eu para
discordar! — disse o safado, dando de ombros, com um sorriso zombeteiro
no rosto.
— Talvez ele esteja apenas com ciúmes. Agora, vamos nos apressar, a
Melissa acabou de me enviar uma mensagem dizendo que está a caminho.
— Está bem. Enquanto você se despede de seu apartamento, vou
descendo com as malas.
Assim que o Benjamin se afastou, fui em cada cômodo, olhando cada
detalhe do lugar que foi meu lar por muitos e muitos anos. Tantas lembranças
boas vieram à minha mente: Natais em família, Dia de Ação de Graças, de
como meus pais e eu fomos felizes ali. Porém, era chegada a hora de
construir minha própria família, criar raízes em um novo lugar.
Antes de fechar a porta, respirei fundo e sorri internamente. Meus pais
ficariam felizes em saberem que eu estava seguindo meu coração.
Quando cheguei à portaria, Benjamin colocava as últimas malas
dentro do carro.
— Vamos, amor. Não podemos nos atrasar — disse o cowboy,
colocando o Joe na caixa de transporte.
— Tchau, senhorita Collins. Cuide bem do nosso Joe, hein! E não se
esqueça de me dar notícias.
— Pode deixar, Jimmy. Obrigada por ter feito parte da minha vida
todos esses anos — agradeci, dando-lhe um abraço apertado.
Alguns minutos depois, estávamos no aeroporto nos despedindo da
Melissa.
— Sentirei sua falta, amiga. Meus dias em Nova York não serão os
mesmos sem você — afirmou dando-me um abraço tão forte que vi a hora
que ela me partiria ao meio.
— Eu também sentirei sua falta, Melissa. Vá sempre nos visitar.
Precisarei de sua ajuda quando os bebês nascerem.
— Prometa que me deixará a par de tudo que diz respeito aos meus
sobrinhos — pediu ela com os olhos marejados.
— Eu prometo — falei baixinho com a voz embargada.
— Parem de chororô, pelo amor de Deus! Vamos acabar perdendo o
voo.
— Temos que ir, amiga — proferi afastando-me. Após alguns passos,
olhei para trás e dei um último aceno antes de seguir para o portão de
embarque.
E lá vou eu, mais uma vez, à terra dos cowboys.
Diferente das últimas vezes, dormi boa parte da viagem. Acordei com o
Benjamin dizendo que havíamos pousado em Austin. Sorri e desci do avião,
feliz da vida. O dia estava bonito. O céu tinha um magnífico tom de azul, e o
sol resplandecia sobre nossos rostos, lembrando-nos de que estávamos em
pleno verão.
Assim que chegamos ao portão de desembarque, me surpreendi ao ver
o Sebastian com um sorriso de orelha a orelha.
— Posso saber o motivo de tanta felicidade? Não me diga que passou
o fim de semana nas putarias e deixou a fazenda a cargo da Bertha? —
questionou Ben, olhando-o de um jeito desconfiado.
— Qual é, Benjamin! Um homem não pode apenas ficar feliz? —
indagou o capataz, ajudando o cavalão com as malas.
— Eu também estou curiosa, Sebastian. Você é sempre tão sério. —
Que toda aquela alegria não fosse um rabo de saia, pois isso acabaria com a
Melissa.
Eu tenho que dar um jeito de juntar o bonitão e minha amiga. Mas
como? Cacete! Eu preciso de um plano para ontem.
— Bem-vinda de volta, Lizzy. Vejo que vocês têm um bebê a
caminho. Dona Bertha vai adorar a novidade. Espero que ela pare de me
azucrinar para eu arrumar uma mulher e filhos — disse o loiro fazendo-me
voltar à realidade.
— Obrigada, Sebastian! Desta vez eu vim para ficar. Não vou embora
da fazenda nem que me arrastem pelos cabelos — falei olhando para o Ben.
Ele não é nem doido de me expulsar novamente.
— Graças a Deus! O Benjamin estava tão insuportável, que não tinha
mais quem aguentasse — afirmou o capataz, fazendo menção de um sorriso.
— Insuportável o caralho. Eu estava do jeito que sempre fui, vocês é
que estavam cheios de mimimi. Agora, vamos embora. Estou doido para
forrar o estômago.
Sebastian balançou a cabeça e começou a caminhar em direção ao
estacionamento. Depois de colocarmos tudo dentro do carro, incluindo o Joe
em sua caixa de transporte, pegamos a estrada. Durante o percurso, o capataz
deixou Benjamin a par de tudo o que havia acontecido em sua ausência. Dava
para perceber que o loiro sabia tocar uma fazenda, que tinha jeito para
negócios.
Fiquei tão envolvida na conversa dos dois, que quando menos esperei,
havíamos chegado à fazenda. Antes de entrar na casa, soltei o Joe para que
ele pudesse correr um pouco. Afinal, o coitado tinha passado horas dentro
daquela caixa apertada.
Quando nos viu entrando pela porta da sala, Bia correu ao nosso
encontro e se agarrou em minhas pernas.
— A senhora veio mesmo! Eu sabia que o papai ia trazer a senhora de
volta! — disse ela animada dando um largo sorriso.
Bertha, por outro lado, arregalou os olhos e levou as mãos à boca ao
perceber que eu estava grávida. Ela parecia surpresa com o que via. Era sinal
de que a Melissa não havia contado sobre os sobrinhos.
— Tia Lizzy, a senhora vai ter um bebê?! — perguntou a pequena,
com os olhinhos arregalados.
— Vou sim, meu amor. Daqui a pouco o seu pai explica tudo
direitinho, está bem? — indaguei, alisando seus cabelos castanhos.
— Hunrum — respondeu, dando um menear de cabeça.
— Au... au... au... — Joe aproveitou que a porta estava aberta e entrou
dentro de casa, latindo e correndo para todo lado, atraindo a atenção da
pequena Bia. Pela animação do danado, dava para ver que tinha gostado da
fazenda.
— Esse cachorrinho é para mim? — perguntou a sapeca, fazendo um
carinho na bolinha de pelos.
— Princesa, o Joe é da Lizzy, mas nada impede que ele seja seu
amiguinho também — declarou o cowboy, para a felicidade da pequena.
— Venham, vou servir o almoço. Depois eu quero saber direitinho
dessa história de ter um bezerrinho a caminho e eu não ter ficado sabendo.
Melissa vai ouvir poucas e boas por não ter me contado esse babado — disse
Bertha, fazendo-nos rir.
— Mãezinha, a senhora está usando um linguajar muito moderno —
disse Sebastian, dando uma gargalhada.
Mãezinha?! Não é que o capataz também é amável!
— Pois fiquem sabendo que meu espírito nunca deixará de ser jovem.
Agora vão lavar as mãos para almoçarem. O mal de vocês é fome.
— Sebastian, almoce conosco. Tenho um comunicado a fazer e
gostaria que estivesse presente.
— Vou só colocar um pouco de água e comida para o Joe e já volto
— disse o capataz, pegando o cachorro no chão.
Depois de lavarmos as mãos, sentamo-nos à mesa. Minha boca
encheu d’água ao ver a variedade de pratos. Todos deliciosos. Tinha purê de
batatas com medalhões de filé mignon ao molho madeira, risoto de queijo,
cordeiro ao vinho, farofa crocante, linguiça assada, aspargos salteados e uma
saladinha de agrião. E para acompanhar, vinho tinto para os adultos e suco de
uva para as crianças e grávidas.
— Lizzy, o almoço de hoje é em sua homenagem. Percebeu que os
pratos que fiz são do seu livro de receitas que você me emprestou?
— Percebi, Bertha. Não tenho dúvidas de que estão deliciosos.
— E o que está esperando para experimentar, garota? Prove e me diga
se o sabor está parecido com o que sua mãe fazia — ordenou ela.
— Livro de receitas? Desculpa, Berthinha. Mas não é bem isso que eu
vejo a Lizzy lendo. Apesar desses livros falarem sobre bananas, mandiocas e
pepinos, posso afirmar que não tem como preparar uma receita com eles —
confessou Benjamin, caindo na gargalhada.
O coitado do Sebastian ficou tão constrangido, que se engasgou com a
própria saliva. Foi preciso a Bertha se levantar e bater nas costas do filho para
que ele não morresse sufocado. O loiro estava mais vermelho que uma
pimenta.
Santo Deus! Onde foi que eu vim me meter? Se o Sebastian faz parte
da família desde que nasceu e ainda se surpreende com os Parker, imagina
eu que acabei de entrar.
— Eu também sei cozinhar, cowboy. Sei fazer um picadinho de
banana delicioso — retruquei, apontando a faca para seu precioso pau.
— Berthinha, você não sabe o quanto senti falta do seu tempero —
disse o safado, mudando de assunto rapidamente.
— Deixe de me bajular. Não deu nem tempo de você sentir falta da
minha comida, seu descarado.
— Claro que senti, mulher. Você cozinha tão bem quanto chefes
renomados. Juro que é verdade.
— Vou fingir que acredito. Você tá é com medo que a menina
arranque sua sem-vergonhice fora. Essa é a verdade.
— Dá para vocês pararem de falar nessas coisas enquanto almoçamos,
por favor? Não preciso pensar no... do Ben, enquanto como — proferiu
Sebastian, com cara de poucos amigos, cortando um pedaço de linguiça.
— Papai, fala logo o que o senhor ia dizer — pediu Bia, balançando
as perninhas, alheia ao assunto tratado pelos adultos.
Benjamin deu-me um sorriso cúmplice, repousou sua mão sobre a
minha e disse:
— Como vocês podem ver, a potranca e eu seremos pais. Mas o que
vocês não sabem é que... — o cowboy fez um breve suspense.
— Conta logo, homem de Deus! Quer me matar de curiosidade. —
Ralhou Bertha, nem um pouco amistosa.
— É que... daqui a alguns meses teremos dois bebês para alegrar esta
casa. Estamos grávidos de um potro e uma potrinha — declarou o cowboy,
com a voz embargada.
Santo Deus! O homem tá igual a manteiga derretida. Não pode falar
nos filhos que fica todo emocionado.
— Que notícia maravilhosa! Mas não era para menos, vocês viviam
se atracando pela fazenda. Eu via a hora cairiam de exaustão — confessou
Bertha, gargalhando alto.
Jesus Amado! O que deu nesse povo para estarem tão atacados? Será
que estamos na lua cheia?
— Eu vou poder segurar e brincar bem muitão com eles? — indagou
Bia, ansiosa pela resposta.
— Claro que vai, bobinha! Mas vai ter que esperar eles crescerem um
pouquinho. Os bebês são muito frágeis. Quando você era só um bebezinho,
eu morria de medo de quebrar você ao meio — disse Ben.
Nossa senhora das calcinhas molhadas e das mulheres necessitadas.
Deve ser uma coisa linda de se admirar, um ogro sarado e gostoso cuidando
de um bebê.
— Tia Lizzy, já que a senhora vai ser a mamãe dos meus
irmãozinhos, quer ser minha mamãe também? — perguntou a pequena,
tirando-me dos meus pensamentos indecentes.
— Oh, meu amor! Você quer que eu seja sua mamãe? — indaguei
com os olhos marejados.
— Quero muito! — Ela se levantou e me deu um abraço apertado,
cheio de amor e carinho.
— Então, a partir de hoje você será minha filha. Estaremos sempre
juntas, pois somos uma família.
— Eu te amo, mamãe — declarou ela, abraçando-me mais uma vez.
Eu fiquei tão emocionada que não consegui segurar as lágrimas.
Naquele momento, eu soube o real significado da palavra mãe. Um
sentimento novo e inexplicável invadiu meu coração, deixando-me
imensamente feliz.
— E quando vai ser o casório? Por que vocês vão se casar, não é?
Estou doido para ir a uma festança — perguntou Sebastian, na maior
animação.
— Calma, Walker. Só vamos nos casar quando os potrinhos nascerem
— declarou Ben, beijando minha mão.
— Vamos?! — indaguei, unindo as sobrancelhas, surpresa com
aquela informação.
— Claro que vamos, meu amor — afirmou ele, convicto do que tinha
acabado de falar.
Como é que vou me casar e não fico sabendo? É um brucutu mesmo!
Nem me pediu em casamento para saber se vou aceitar. Claro que a resposta
seria sim. Mas cadê o romantismo? A magia do amor?
— Você aceitou ser minha esposa quando decidiu vir morar comigo
aqui no Texas. Iremos passar o resto de nossas vidas juntos, baby. É um
caminho sem volta. — O cretino me olhou com aquela cara de safado, me
desconcertando toda.
— Eu ajudo com os preparativos da festa. Será o casamento do ano —
prometeu Bertha, entusiasmada.
— Eu me candidato a ser um dos padrinhos. — Prontificou-se o
capataz, batendo uma mão na outra.
— Você fará um lindo par com a Melissa — comentei só para ver a
reação do loiro bonitão.
— Diacho! Eu retiro o que falei. Pode convidar outra pessoa. Não vou
fazer par com aquela maluca.
— Providenciaremos outra pessoa para ser seu par. Não quero que
você e a Melissa estraguem nosso casório com as briguinhas de vocês. Aliás,
vou providenciar que fiquem bem longe um do outro — disparou Benjamin,
em um tom de voz sério, nada amigável.
— Se é assim, eu aceito — pronunciou o loiro, voltando atrás em sua
decisão.
Se depender de mim, os dois vão ficar bem juntinhos, como deve ser.
— Amor, vou levar as malas para o quarto. Não quer vir comigo? —
perguntou Benjamin, dando uma piscadela de olho e um sorriso de canto de
boca, fazendo minha vagina pulsar instantaneamente.
Meu Deus, como é que esse cretino tem esse controle todo sobre
minha perseguida? Basta um olhar safado que ela fica toda animada.
— Claro. Vou tomar um banho, descansar um pouco e depois farei
uma visita aos cavalos. Preciso pôr o papo em dia com o Chocolate.
— Faz bem, menina. Ele sofreu bastante com sua ausência. Vivia
tristinho pelos cantos, nem comer ele queria. Chegamos a achar que o
pobrezinho estava doente. O veterinário fez uma pilha de exames, mas não
deu nada fora do normal. No final das contas, o resultado foi o que eu
suspeitava: eram saudades suas. — Ouvir aquelas palavras foi como levar um
soco no estômago, dilacerou-me por dentro.
— Você não consegue manter essa matraca fechada, mulher? —
resmungou Ben, travando o maxilar, olhando sério para Bertha.
— Estou mentindo, por acaso? E a Lizzy tem o direito de saber o que
aconteceu por aqui, enquanto esteve em Nova York.
— Mentindo não está, mas não precisava falar nada — retrucou o
cowboy, nervoso, passando a mão na nuca. Ele sabia que aquela história
mexeria comigo, com meu emocional.
Minha cabeça estava girando, o ar parecia fugir dos meus pulmões.
Respirei fundo e comecei a andar a passos largos em direção aos piquetes. Eu
precisava ver o Chocolate, saber como ele estava. Eu não sossegaria enquanto
não o visse pessoalmente.
— Espere, Lizzy. O Chocolate está bem. Eu falei com ele antes de ir a
Nova York; disse que traria você de volta. Ele ficou tão entusiasmado que até
voltou a comer — confessou Benjamin, segurando em meu braço.
— Por que não me contou o que estava acontecendo com o
Chocolate? Você sabe o quanto ele é importante para mim.
— Porque eu não queria te deixar preocupada, meu amor. — O
cowboy colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me deu um
beijo na testa. Depois, entrelaçou seus dedos nos meus e me guiou até onde
os cavalos pastavam.
Assim que nos viu se aproximando, o Chocolate começou a relinchar
e correr em círculos, demonstrando o quanto estava feliz. Seus pelos
brilhavam e voavam ao vento. Após extravasar sua alegria, ele se aproximou
do cercado e colocou sua cabeça por cima do meu ombro, como se me desse
um abraço. Alisei seu pelo macio e falei sorridente:
— Oi, garotão. Não houve um dia em que eu não lembrasse de você.
Senti tanto sua falta. — Ele me olhou com aqueles olhos escuros como a
noite, enfiou a cabeça pela grade e cheirou minha barriga.
Meu Deus! Como não percebi isso antes?
— Ele sabia, Benjamin! O Chocolate sabia dos potrinhos o tempo
todo. Ele sabia que eu estava grávida, antes mesmo de eu ir embora da
fazenda. É por isso que o danado ficava cheirando minha barriga todas as
vezes que nos encontrávamos — falei chocada olhando para o cowboy, que
sorria para mim.
— Você sabia de tudo, né, seu safado? Por isso deixou essa
desmiolada se aproximar de você, não foi? Ainda bem que naquele dia que
saíram tocando o terror pela fazenda, você não a derrubou. Imagina se ela
caísse e perdesse meus potrinhos? Eu não quero nem pensar nesta
possibilidade.
— Tínhamos tudo sob controle, até você chegar e acabar com nossa
diversão — declarei alisando a crina do cavalo.
— Agora que você viu que está tudo bem com seu amiguinho, que tal
irmos ali no celeiro? Meu pau e eu também estamos carentes de atenção —
disse o safado abraçando-me por trás, roçando a tora dura em meu bumbum.
— E o que faremos lá, garanhão? Posso saber? — perguntei com uma
voz sexy sentindo um calor atingir meu ponto de prazer.
— Vamos foder bem gostoso, relembrar os velhos tempos —
sussurrou o pervertido, enquanto apalpava meus seios e continuava
friccionando sua ereção contra minha bunda.
O desejo queimava minhas entranhas, e a safada que havia em mim
começava a se revelar. Aquilo era gostoso, indecente. Minha calcinha já
estava encharcada, os bicos dos seios pontudos e a boceta pedindo por alívio.
— Vamos... é só uma rapidinha. Não posso voltar para casa assim —
disse ele, levando minha mão até seu pau, fazendo-me apertá-lo entre os
dedos.
— Hummm... não faz isso, cavalão — gemi baixinho, fechando os
olhos e apertando o lábio inferior entre os dentes.
— Eu sei que sua bocetinha está molhada, quente e latejando de tesão.
Se você não me ajudar com este probleminha, vou ter que bater uma. É isso
que você quer? Que eu desperdice meu leitinho? Eu poderia despejá-lo aqui
— declarou, pegando em minha xoxota, com a voz carregada de desejo.
— Desde que seja pensando em mim, pode bater quantas quiser —
falei lânguida, entorpecida por aquela lascívia que nos dominava.
— Eu também poderia gozar nessa boquinha, e fazê-la tomar minha
porra todinha — disse ele, de um jeito absurdamente sexy, enquanto socava
um dedo em minha cavidade bucal, sem parar de roçar seu pau rijo em mim.
Por mais que minha boceta estivesse em chamas, eu queria que o
brucutu continuasse com aquela preliminar deliciosa. Era tão bom sentir a
rigidez de seu membro, ouvir sua voz rouca me provocando, fazendo cada
pelo do meu corpo arrepiar.
— Hummm... — gemi, ao sentir mais um dedo invadindo minha
boca.
Benjamin socava seus dedos como se fosse seu próprio pau que
estivesse ali, fodendo-me erótico e sensualmente.
— Você queria que fosse meu caralho que estivesse te fodendo assim,
Elizabeth? — indagou ele, em um sussurro.
— Sim... — respondi baixinho, voltando a chupá-lo com gosto,
imaginando sua tora e indo e vindo, entrando e saindo da minha boca
depravada.
Quando senti seus dedos deslizando, de um jeito suave e provocativo,
pela lateral de minha coxa, tremi na base. Segurei firme na cerca de madeira e
mordi o lábio inferior para não dar um grito de puro prazer e chamar a
atenção das pessoas, que porventura, estivessem próximas dali.
Seu dedo atrevido subia cada vez mais, aproximando-se do
buraquinho apertado. Estávamos fora de controle. A lascívia ditava nossos
passos, nossas emoções.
— Diga que não quer continuar que eu paro — disse o safado, dando
um baita chupão em meu pescoço.
Cretino filho da puta! Vou ficar com um hematoma horrível. Como
vou explicar isso para o pessoal da fazenda?
Suspirei quando senti o safado acariciando meu ânus. O receio de
sermos vistos, e a ânsia para ser fodida, deixava tudo mais prazeroso. Eu não
aguentava mais. Precisava daquela rôla dentro de mim.
— Sua xoxotinha está implorando por meu caralho, não está, safada?
Eu gosto de te ver assim, subindo pelas paredes, louca pra me dar —
declarou, enquanto dava beijos molhados na curva do meu pescoço.
— Cacete... que gostoso... — gemi ensandecida jogando a cabeça
para trás. Mordi o lábio e rebolei contra seu pau em riste, duro como rocha,
quente como brasa.
— Vamos sair daqui. Não consigo mais segurar, preciso te comer
agora — disse ele pegando em minha mão.
Ao entrarmos no celeiro, o cowboy fechou a porta de madeira e
encostou-me contra ela. Sem perder tempo, ele avançou para cima de mim e
tomou minha boca em um beijo apressado. Aproveitei o momento para
acariciá-lo por cima do jeans, sentindo toda aquela grossura em minha mão.
— Hummm... que delícia... — o safado escorregou a mão para dentro
da minha calcinha e começou a fazer movimentos circulares em meu clitóris
durinho.
Ele chupava minha língua, mordiscava meus lábios e devorava-me
com fome e desejo. Meu corpo vibrava a cada movimento de seus dedos em
meu ponto sensível, a cada gemido rouco que saía de sua garganta.
— Ohhh... porra... Você ainda vai acabar comigo, mulher. Olha como
você me deixa duro — disse ele fazendo-me pressionar seu mastro com força.
— Tá tão grosso... quente... gostoso... — falei em um choramingo.
Minha boceta não parava de se contrair, querendo que aquela tora
dura e inchada a fodesse firme, bruto, sem pena alguma.
O desgraçado sabe como me deixar desesperada, a ponto de implorar
por seu pau tesudo.
— Ohh... que boceta macia... tá toda depiladinha. Não vejo a hora de
fodê-la, de enterrar até as bolas dentro dela — murmurou, lascivo, enquanto
socava dois dedos em minha intimidade escaldante.
O cretino está testando os meus limites, só pode. Eu não sou de ferro,
caramba!
Abri sua calça e tomei sua tora pulsante em minha mão. Toda aquela
potência e masculinidade repercutiam diretamente em minha intimidade,
fazendo-a latejar em expectativa.
Comecei a massagear seu pau com volúpia. Primeiro, espalhei o
líquido delicioso que havia na cabeça pomposa e rosada. Depois, iniciei
torturantes movimentos de vaivém, arrancando gemidos sôfregos do ogro
delicioso.
— Assim é gostoso, cavalão? — provoquei-o, intensificando as
carícias, a firmeza da pegada.
— Ohhh... gostoso demais... — disse com a voz gutural.
Se você pode me provocar ao ponto de eu implorar para ser fodida,
nada me impede de fazer o mesmo.
Benjamin ficava cada vez mais duro, mais pulsante a cada toque, a
cada deslizar de mão por seu taco de beisebol. Ele segurou em um punhado
de meus cabelos e o puxou com força, fazendo-me erguer a cabeça e olhar em
seus olhos tempestuosos.
— Como você é malvada, mulher. Quer que eu goze antes mesmo de
fodê-la? — rosnou dando um suspiro profundo enrijecendo os músculos
protuberantes.
— Humm... — gemi contra seus lábios macios. Sua língua quente e
habilidosa travava uma disputa com a minha, indo e vindo em uma dança
prazerosa e sensual.
— Me come logo, cowboy, estou quase gozando — pedi ao sentir que
o orgasmo estava se aproximando.
— Você só vai gozar quando meu pau estiver atolado em sua grutinha
— disse ele virando-me repentinamente.
O cretino puxou meu quadril para trás, prendeu meus braços atrás das
costas e posicionou sua tora na entrada da minha fenda molhada, penetrando-
me em seguida.
— Ai, meu Deus! Que pau gostoso... humm... come minha bocetinha,
come, seu filho da puta — pedi desesperada por mais.
Benjamin começou a socar mais forte, fazendo nossos corpos
produzirem um som maravilhoso ao se chocarem. A cada investida, parecia
que seu pau ia mais fundo, atingindo um ponto extremamente prazeroso,
levando-me ao delírio.
— Era assim que você queria, hein, safada? Que eu socasse meu pau
todinho em sua boceta? Bem lá no fundo?
— Sim... era tudo o que eu queria — consegui dizer em um fio de
voz.
Enquanto sua mão direita mantinha meus pulsos presos, ele segurou
em meu ombro com a mão esquerda, intensificando as bombeadas. O suor
começava a escorrer por nossos corpos, nossos gemidos eram abafados pelos
fardos de feno que havia ali.
— Porra! Que gostosa! Toda molhadinha pra mim. — O meu corpo
estremecia a cada investida de seu pau, indo e vindo deliciosamente.
— Ahh... isso... assim... mete na bocetinha de sua mulher, mete,
cavalão — pedi, rebolando em seu caralho, sugando-o para dentro de mim.
— Apoie as mãos na porta e empine esse rabo gostoso para seu
macho — ordenou dando três tapas bem fortes em meu traseiro. Empinei-me
o máximo que consegui, para sentir cada centímetro do seu mastro.
Ardência e tesão se misturavam. Ondas de prazer e euforia cresciam
mais e mais dentro de mim, levando-me ao extremo do prazer. Eu queria
prolongar aquele momento, ter um orgasmo tão forte que me deixasse sem
forças para andar ou falar.
— Ahhh... Ben... humm... não para, seu safado... humm... mete com
força... Ahhh... isso... mete gostoso — pedi entre um choramingo e outro.
Minha boceta apertava o caralho do cowboy, levando-o a gemer e
apertar minha bunda vorazmente.
— Geme, safada. Tá sentindo como meu pau tá duro e babado,
entrando e saindo de sua xoxotinha?
— Sim... Soca esse pauzão em minha bocetinha... soca...
— Ohhh... caralho... eu vou encher essa boceta de porra, e você vai
gozar de novo no meu pau, Elizabeth — gemi alto, ao sentir meus cabelos
sendo puxados com veemência e uma série de estocadas animalescas em meu
interior.
— Humm... Judia da sua putinha, cavalão, judia. — Eu queria que ele
despejasse todo seu esperma dentro de mim, que enchesse minha grutinha até
transbordar.
— Ohh... porra... que boceta deliciosa do caralho... isso, safada...
engole meu pau todinho. — Ben apertou minha bunda e começou a me comer
com gana.
Ouvir aquela voz rouca falando safadezas fez uma segunda onda de
calor, contrações e gemidos tomarem conta de mim.
— Isso... mete mais... — gritei ao sentir o orgasmo me arrebatando,
varrendo-me por completo.
— Vai, gostosa, goza no meu pau... ohhh... contrai essa bocetinha —
ordenou ele, apalpando meus seios, metendo sem parar.
— Humm... ahhh... isso... — Eu miava feito uma gata no cio.
— Ohhh... caralho! Que gostoso... ohhh... — Ben puxou forte em
meus cabelos, e despejou jatos quentes de porra dentro da minha xoxota,
enchendo-a todinha.
Quando seu pau parou de vibrar, ele me deu um beijo e disse em um
meio sorriso:
— Parece que a gravidez te deixou mais tarada que o de costume.
Ainda bem que eu não sou homem de negar fogo!
Cretino convencido de uma figa!
DIAS DEPOIS
Estávamos tomando café da manhã quando Sebastian entrou, repentinamente,
e sentou-se à mesa. O homem estava pálido, parecia querer dizer algo, mas
não conseguia falar.
— O que foi que aconteceu, Sebastian? — perguntei enquanto levava
uma xícara de café à boca.
— Fala logo, meu filho. Você está me deixando preocupada. Não me
diga que emprenhou aquela assanhada que anda frequentando sua cama? —
indagou Bertha olhando para o filho.
Lizzy arregalou os olhos ao ouvir o comentário da Bertha, como se
fosse coisa de outro mundo, o Walker dormir com uma mulher.
— É... é que eu acabei de ver na televisão que, ontem à noite, a
fazenda dos Davis foi alvo do bando que andava roubando gado na região.
— Como assim... Estavam? A polícia conseguiu pegá-los, dessa vez?
— indaguei apreensivo.
— Pelo que consta nos jornais, um policial foi alvejado com um tiro
de raspão, dois ladrões foram mortos, três foram presos e a chefe da
organização foi pega hoje pela manhã, em um hotel de beira de estrada,
quando se preparava para sair da cidade, com o seu companheiro.
— Nós os conhecemos? — perguntei nervoso. Algo me dizia que
vinha chumbo grosso pela frente, senão o homem não estaria tão atordoado.
— Esse é o problema, Benjamin. Dois deles trabalhavam aqui na
fazenda. Lembra que eu comentei que o Scott e o Andy andavam muito
estranhos?
— Desgraçados! — bradei assustando a Lizzy e minha filha.
— A pior parte ainda está por vir. — Continuou o capataz, fazendo
meu sangue ferver. O que poderia ser pior do que ter inimigos trabalhando
para mim?
— Fale de uma vez, homem — pedi apavorado. A essa altura, eu já
tinha até perdido o apetite, tamanha era minha agonia.
— A Susan era a chefe do bando. — Quase tive um infarto ao ouvir
tal declaração.
Não bastou a desgraçada ter tentado sequestrar a própria filha e ter
roubado milhões do ex-marido? Também tinha que ser a chefe de um bando
de roubo de gado? Mais que cretina filha da puta!
— Meu Deus! Isso é inacreditável! Aquela vadia não presta mesmo
— proferiu Lizzy, chocada com o que acabou de ouvir.
— Até o FBI participou da prisão. Parece que a Susan está envolvida
em outros crimes, coisa pesada. Está em todos os sites, jornais, em tudo
quanto é canto — declarou Sebastian, entregando-me o celular para conferir a
reportagem. Antes de começar a ler, olhei para a Bia e falei:
— Filha, já que você terminou de tomar seu café, pode ir brincar lá
fora, mas fique próximo à casa.
— Vem Joe, o papai deixou a gente ir brincar. — Bia se levantou e
saiu andando em direção à sala, com Joe correndo logo atrás. Quando eles já
estavam longe o suficiente, desbloqueei a tela do celular para começar a ler.
— Leia em voz alta, Ben. Bertha e eu queremos saber o que diz a
reportagem — pediu Lizzy, curiosa.
— Vai, menino, leia logo. Eu nunca fui com a cara daquela pilantra.
Ela nunca me enganou — declarou Bertha, enfurecida.
Limpei a garganta e comecei a ler alto e bom som.
“A ex-socialite Susan McClain foi presa em uma ação conjunta do
FBI e da polícia de Austin. Ela e seu companheiro, Clint Sullivan, são
acusados de serem os cabeças de uma organização criminosa que vinha
roubando gado na região há mais de dois anos.
A ex-socialite é a principal suspeita de forjar o próprio sequestro
para conseguir roubar do seu ex-marido, Edgar Rivera, uma fortuna em
joias e obras de artes. Algumas das peças roubadas foram encontradas
dentro de um cofre, em uma parede falsa, em um apartamento de luxo de
propriedade da Susan McClain, em Chicago.
O chefe do FBI, Oscar Cooper, afirmou que, tirar de circulação essa
associação criminosa foi um grande desafio, pois os criminosos atuavam em
diversos estados, sempre aliciando empregados das fazendas, dos quais
conseguiam arrancar informações privilegiadas.
O FBI afirma, ainda, que Susan MacClain e seu antigo motorista,
vinham atuando no mundo do crime desde que ele havia saído da prisão, há
cerca de cinco anos.
Em um dos caminhões utilizados no transporte dos animais, a polícia
encontrou anotações relativas ao número aproximado de funcionários das
propriedades, posições de câmeras de vigilância, mapas e rotas de fugas.
Dentre as anotações, chamou a atenção o fato de a fazenda do senhor
Benjamin Parker, com o qual a ex-socialite teve um breve casamento,
constar na lista de alvos do bando.
Invadir a fazenda Parker seria o maior desafio do grupo até agora.
Segundo o xerife local, a propriedade possui o que há de mais moderno em
segurança eletrônica, além de ter uma boa equipe de vigilância armada que
realiza rondas durante toda a noite. Não é à toa que os criminosos tinham
um plano grandioso para realizar a invasão.
“Acredita-se que eles tinham em mente não só roubar o gado, mas
algo maior do que isso, pois haviam contratado dois pistoleiros. Talvez os
tenham contratado para se precaverem, caso as coisas não saíssem conforme
o planejado. Mas dificilmente saberemos o que eles, realmente, tinham em
mente, afirma o chefe do FBI, Oscar Cooper”.
Com a prisão do bando, os fazendeiros podem voltar a dormir
tranquilamente, pelo menos, por enquanto. Muitos dos animais roubados
foram encontrados em uma fazenda em San Antônio, a pouco mais de uma
hora de distância de Austin.
As autoridades policiais comemoram o êxito da operação, que durou
meses para ser finalizada, dada a complexidade do caso e dos crimes que os
acusados eram envolvidos.
“Essa foi, sem sombra de dúvida, a prisão mais esperada dos últimos
tempos. Agora, Susan MacClain e seu companheiro passarão um bom tempo
na prisão. Afirma, Dane Stewart, xerife de Austin”.
— Meu Deus! Isso é inacreditável! A bandida estava o tempo todo
debaixo do nosso nariz e não percebemos — disse Bertha, perplexa com uma
mão na boca.
— Bota, inacreditável nisso, mulher. Sabíamos que a desgraçada não
valia nada, mas ser chefe de um bando de foras da lei? Parece coisa de filme
de faroeste — disse Lizzy, com o cenho franzido.
Caralho dos infernos! Aquela cretina tinha que ser presa logo hoje?
Esse dia era para ser especial, inesquecível. Agora todos os meus planos
foram por água abaixo.
Sem dizer uma palavra, me levantei e peguei as chaves do carro. Eu
precisava olhar nos olhos da infeliz e saber o que mais ela planejava além de
roubar meu gado. Dentro do meu peito havia um ódio tão grande, que eu
seria capaz de estrangulá-la sem pena.
— Aonde você vai desse jeito, Benjamin? — gritou Lizzy, correndo
atrás de mim.
— Vou à cidade e já volto — falei, abrindo a porta do carro.
— Eu também vou — disse ela, sentando-se no banco do carona.
— O caralho que você vai. Delegacia não é lugar para uma grávida.
Desça desse carro, Elizabeth — vociferei, ficando ainda mais enfurecido.
— Ah, mas eu vou sim! Você querendo ou não. Quero ver a cachorra
algemada. Não perco isso por nada, garanhão. A não ser que você queira ficar
mais uma semana sem comer minha boceta — decretou, com as sobrancelhas
arqueadas, desafiando-me com o olhar.
Diacho! Essa mulher é uma peste mesmo. Greve de sexo é golpe
baixo.
Respirei fundo e arranquei com o carro. Eu não sabia qual era o
motivo de sua greve de sexo, mas não arriscaria passar mais uma maldita
semana sem atolar meu pau em sua bocetinha.
A diaba colocou uma playlist animada para tocar e seguimos viagem
em silêncio. Tantos questionamentos e preocupações se passavam em minha
mente.
O que a Susan estaria planejando quando contratou os atiradores?
Seria para me matar? Vingar-se por eu não a querer de volta?
Quando chegamos à delegacia, um bando de jornalistas caiu matando
em cima da gente. Pareciam urubus em cima de uma carcaça. Protegi a Lizzy
como pude, e entramos às pressas no departamento de polícia.
— Eu falei que não era uma boa ideia vir comigo, mas você é teimosa
feito uma mula. Vi a hora daqueles abutres esmagarem nossos potrinhos —
falei sério, ficando de frente para ela.
— Olá, Lizzy, como vai? — perguntou Stewart, estendendo a mão
para minha mulher.
— Estou bem, xerife. Obrigada! — respondeu ela, sorridente.
— Onde a Susan está, Stewart? — indaguei, coçando a barba.
— Ela está ali na sala de interrogação. Estamos fazendo algumas
acareações para tentar esclarecer alguns pontos da investigação — respondeu
ele, apontando para uma porta vigiada por dois policiais a postos.
— Eu posso falar com a cretina? Tenho algumas perguntinhas para
fazer para ela. Só vou levar cinco minutos — fiquei torcendo para que ele
dissesse que sim.
— Claro. Você também é parte interessada neste caso. Ah, tenta tirar
o máximo de informações dela, têm muitas lacunas a serem preenchidas neste
caso. Ficaremos do outro lado da sala escutando tudo — pediu ele.
— Espere aqui, potranca. Vê se não vai aprontar nada — pedi,
apontando para uma cadeira.
— Tá bom, senhor mandão — disse ela, de um jeito divertido.
Claro que eu não acreditei na safada. Pelo que eu a conhecia, ela daria
um jeito de ficar cara a cara com a Susan.
— Vocês são muito bonitinhos juntos, mas temos que ir, Benjamin.
Daqui a pouco o pessoal do presídio chega para levar seus novos hóspedes —
falou Stewart, irônico.
Ao chegarmos em frente à sala, Stewart abriu a porta e acenou com a
cabeça, autorizando que eu entrasse.
Quando Susan me viu, sorriu como se nada tivesse acontecido e disse:
— Eu estava aguardando sua visita, meu amor. Eu sabia que você
viria me ver. Eu sempre soube que terminaríamos juntos. Esse é o nosso
destino, Benjamin.
Olhei-a e puxei uma cadeira para me sentar, sem acreditar nas
palavras que saíam de sua boca.
— Por que, Susan? Roubar milhões do seu ex-marido, ter joias, carros
e apartamento de luxo, não foram suficientes?
— Nem tudo é por dinheiro, Benjamin. Eu gosto da adrenalina, da
emoção, do risco. Eu preciso de desafios para viver, me sentir viva. Você
nunca entenderia.
— Já que estamos tendo um papo reto, por que não confessa de uma
vez que foi você que colocou fogo na escola e tentou sequestrar a Bia? Todos
nós sabemos que essa é a verdade. Eu só preciso que você seja honesta uma
vez na vida. Qual era o plano? Porque até agora eu não entendi. Ia carregar
minha filha para outro país? Arrastá-la para o meio de um monte de
criminosos, é isso?
— Chega de blá, blá, blá, Benjamin. Quem é você para ficar me
julgando? Eu só queria passar um tempo com minha filha. Talvez uma ou
duas semanas, depois eu a devolveria. Eu não tinha intenção de ficar com ela
para sempre, se é isso que você quer saber. E, quanto ao incêndio, os rapazes
que trabalhavam para mim cuidaram disso.
— Você é inacreditável, Susan! Por acaso pensou nos transtornos que
seu “ato de mãe do ano” causariam a Bia? — perguntei, cheio de ira, me
segurando para não pular em cima da desgraçada.
— A Beatriz precisa aprender a ser forte. Você a mima de mais,
Benjamin. Mas tenho que confessar que a garota é esperta. Meteu no pé antes
que eu pudesse enfiá-la dentro do carro. Pelo menos isso ela puxou a mim.
Cretina filha da puta! Fala tudo isso numa boa, sem
arrependimentos.
— E o que você pretendia quando contratou atiradores profissionais
para invadir minhas terras? Fugindo totalmente do padrão que vinha
seguindo. Queria me matar?
— Não, meu amor. Eu nunca o mataria. Você pode não acreditar, mas
foi o único homem que já amei em toda minha vida, e eu estava disposta a
fazer o que fosse preciso para lhe ter de volta, até mesmo matar. Os atiradores
eram só para me dar cobertura, eu mesma mataria a putinha nova-iorquina e
seus filhos bastardos. — Ao notar meu olhar de ira, a cretina se levantou,
instintivamente, e procurou abrigo na parede atrás de si, mas não tinha para
onde ela fugir.
Em questão de segundos, eu estava apertando o pescoço da
desgraçada, e ela se debatendo. Logo senti o Stewart e o outro cara em cima
de mim, puxando-me, pedindo para que eu soltasse a infeliz.
O ódio era tão grande, que mesmo dois homens fortes e preparados
para enfrentar bandidos perigosos não foram capazes de me tirar de cima da
Susan. Eu nunca havia encostado um dedo na desgraçada, e nem em mulher
alguma, exceto durante o sexo. Mas naquele momento, eu esqueci que ela
tinha uma vagina no meio das pernas e só a vi como uma inimiga. Uma
inimiga que teve a coragem de dizer, bem na minha cara, que mataria minha
mulher e meus filhos. Isso era inadmissível.
— Ben, solte essa vadia. Não está vendo que é isso que ela quer? —
escutei Lizzy falando. Foi só nesse momento que tirei minhas mãos do
pescoço da infeliz e me afastei, puto de ódio.
A desgraçada começou a tossir, levando as mãos ao pescoço. Ela
cambaleou até a cadeira, sentando-se em seguida.
— Espero que você passe o resto dos seus dias na cadeia, que pague
por cada crime que cometeu, e que nunca mais tenhamos o desprazer de ouvir
falar de você. — Rosnei espumando de raiva.
— Está na hora de ir, Susan MacClain. Sua carona chegou — proferiu
Stewart, guiando-a para fora da sala.
Lizzy olhou para mim com um sorriso no rosto. Ela estava feliz em
ver a Susan algemada, derrotada, indo para a sarjeta.
Entrelaçamos nossos dedos e caminhamos para fora da delegacia.
Ficamos em frente ao prédio, observando os policiais colocarem os
criminosos no veículo que os transportaria até o presídio.
Os dois integrantes do bando que trabalhavam na fazenda olharam
para mim, sem demostrar qualquer arrependimento. Eles já deviam fazer
parte da associação criminosa, antes mesmo de aparecerem em minhas terras
pedindo emprego.
— Acabou, cavalão. Agora podemos ficar tranquilos, seguir em frente
sem nos preocupar com a megera atormentando nossa família.
— Que a desgraçada mofe na cadeia. — Rosnei passando o polegar
em seu rosto.
— Benjamin, este é Oscar Cooper, chefe do FBI. Eles ficarão à frente
do caso agora — disse o xerife, caminhando em nossa direção.
— Prazer, senhor Cooper. — Cumprimentei-o com um aperto de
mãos. — Em nome de toda a população de Austin, eu agradeço por terem
desarticulado essa organização criminosa. Você não imagina o quanto os
fazendeiros da região sofrem com perdas financeiras todos os anos. Sem falar
no desgaste emocional causado pelo medo e insegurança, afinal, nunca
sabemos quando nossa propriedade poderá ser invadida.
— Obrigado, Parker. Na verdade, estávamos de olho em Susan
MacClain e no Clint Sullivan há um bom tempo, mas eles sempre
conseguiam se safar. A ajuda do xerife e as provas que você entregou ao
Edgar Rivera, foram cruciais para a elucidação do caso — declarou ele,
dando uma batidinha em minhas costas.
Despedimo-nos de todos e seguimos para o carro. O dia não estava
saindo como eu queria, mas dadas as circunstâncias, eu não tinha do que
reclamar.
— E aquele jantar, ainda está de pé? — perguntou Lizzy, olhando-me
com expectativa.
— Depois de toda essa confusão, você ainda tem clima de ir a um
jantar romântico comigo?
— Claro, meu amor! Temos que comemorar a nossa vitória.
— Então, teremos nosso jantar. Mas não crie muitas expectativas.
Você sabe que sou um bicho do mato, não entendo muito desse negócio de
romantismo, mas farei o meu melhor.
— Tenho certeza de que teremos uma noite inesquecível. Hoje, quero
experimentar coisas novas. Espero que seja tão bom para você quanto será
para mim — disse ela, fazendo aquela cara de safada que eu tanto gosto,
deixando-me louco de tesão.
O que diabos essa mulher está aprontando?! Só espero que tudo saia
conforme planejei...
Eu estava tão ansiosa para o nosso jantar romântico, que demorou uma
eternidade para a noite chegar. Quando o alarme do celular apontou sete da
noite, comecei a me produzir. Eu já havia hidratado o cabelo e tomado banho.
E, claro, feito aquela depilação maravilhosa. Estava tudo lisinho do jeito que
o cavalão gostava.
Devido “minha greve de sexo”, Benjamin estava sem trepar há uma
semana, e eu já estava prevendo que ele ia vir para cima de mim com tudo,
faminto como um leão.
Do jeito que ele gosta de chupar... minha boceta tem que estar
sempre depilada para recepcionar sua boca gulosa e abusada.
Depois que terminei de arrumar o cabelo, fiz uma maquiagem
esfumada em tons de marrom, com delineado marcado e cílios postiços.
Coloquei um batom nude e caprichei nos contornos e iluminação do rosto,
realçando os meus pontos positivos.
Com cabelo e maquiagem finalizados, era hora de me vestir. Eu havia
escolhido um vestido acima dos joelhos, na cor marsala e mangas ombro a
ombro. Calcei uma sandália rasteira, com aplique de pedraria e amarração
nos tornozelos. Ao me olhar no espelho, senti-me linda, sexy e poderosa.
Eu estava colocando os brincos, quando Benjamin entrou no closet.
Ele tinha ido se arrumar no quarto de hóspedes para me dar um pouco de
privacidade. O safado estava todo gostoso. Usava calça e camisa azul, sendo
que a camisa, fechada até os punhos, tinha um tom mais claro do que a calça.
No pulso, um imponente relógio, com bracelete em um belo tom de marrom,
na mesma tonalidade do cinto e do sapato social, tudo isso compunham um
look chique e despojado, deixando-me com água na boca.
Nunca pensei que um traje esporte fino cairia tão bem no brucutu!
Parece um CEO, um executivo sexy pra cacete.
— Você não é nem um pouco discreta, Elizabeth — disse o cowboy,
com as mãos nos bolsos da calça, olhando-me de um jeito divertido.
— Só estou admirando o que é meu. Algum problema nisso, cavalão?
— perguntei olhando para o meio de suas pernas.
Santo Deus! O pau do homem parece ainda maior dentro dessa
calça! Como isso é possível?! Toda roupa não é igual?
— Você não está me admirando, está me comendo com os olhos. São
coisas completamente diferentes. — Retrucou com um sorriso convencido no
rosto.
— Vamos? Estou louca para ver o que você preparou para nossa noite
romântica. — Chamei-o, mudando de assunto, ou não sairíamos dali tão
cedo.
Quando chegamos à sala, a Bia e a Bertha estavam sentadas no sofá.
Próximo delas, havia duas mochilas de costas.
— Vocês vão a algum lugar? — perguntei desconfiada, olhando de
uma para a outra.
— Oi, mamãe! Vovó Bertha, eu e o Joe vamos dormir na casa do tio
Sebastian. Foi o papai que pediu pra gente ir. O tio Sebastian vai fazer uma
barraca para eu acampar com o Joe. Não é o máximo? — confessou Bia, toda
empolgada.
— É, meu amor! Tenho certeza de que vão se divertir bastante —
falei na mesma animação.
— Vocês vão levar só isso? — indagou Ben, segurando as mochilas.
— Vamos só passar a noite, Benjamim. Não vamos morar lá — disse
Bertha, divertida, enquanto se levantava para seguir viagem.
Como Sebastian morava dentro da propriedade, logo estávamos nos
despedindo da Bertha, da Bia e do meu ex-cachorro.
Pelo menos o Joe serviu para a sapeca deixar o coitado do Nico
voltar para o curral. Claro, depois de prometermos que ela poderia ver o
bezerro todos os dias.
— Tchau, papai! — disse ela, piscando o olho e levantando o polegar
para o Benjamin. Observei-o repetir os mesmos movimentos da filha,
intrigando-me.
— Tenham uma excelente noite, meninos. Chegarei em casa a tempo
de preparar um café da manhã reforçado para vocês — falou Bertha, dando
uma boa gargalhada.
— Que segredinho é esse entre você e a Bia, Benjamin? O que vocês
estão tramando, hein?
— Não é nada, amor. Você que é desconfiada além da conta. É... é só
coisa de pai e filha — respondeu ele, gaguejando demais para o meu gosto.
Fiquei na minha. Não queria estragar nossa noite por conta da minha
curiosidade exacerbada, mas que eles estavam escondendo algo, estavam.
Quando o cowboy estacionou em frente ao restaurante, fiquei
impressionada com a beleza do lugar. Era sofisticado, com grandes
esquadrias de vidro, dando para um belíssimo jardim que havia na área
externa.
Ao tentar abrir a luxuosa porta, Benjamin se deu conta de que ela
estava trancada.
Não é possível que ele tenha me convidado para um jantar romântico
e tenha esquecido de fazer as reservas.
— Você fez as reservas, Benjamin? — perguntei desconfiada.
— É claro, amor — disse ele, com um sorriso debochado no rosto. —
Está fechado para outros clientes, não para nós, baby.
De repente, a porta foi aberta por um rapaz uniformizado, que nos
cumprimentou educadamente.
— Uau! — falei boquiaberta sem acreditar no que meus olhos
estavam vendo.
Havia um caminho de velas e pétalas de rosas, que iam da entrada do
estabelecimento até o meio do salão, onde tinha uma mesa posta para duas
pessoas. A louça branca contrastava com as velas, que flutuavam em taças
com água, e com o vermelho das rosas dispostas sobre a mesa.
Nem nos meus sonhos mais clichês, eu pensei que alguém fizesse
algo tão especial para mim. Estava tudo perfeito: as belas cascatas de luzes
colocadas em pontos estratégicos, a música que tocava baixinho, a
companhia. Eu estava abobalhada com tanta perfeição, admirando cada
detalhe do lugar.
— Gostou? — indagou ele, ansioso por minha resposta. — Droga!
Você não gostou, né? Acho que exagerei com toda essa decoração.
— Eu amei! Está tudo tão lindo. Você superou todas as minhas
expectativas. Muito obrigada!
— Não precisa agradecer. Você merece muito mais que um simples
jantar — disse o cowboy, guiando-me até a mesa.
Ele puxou a cadeira para que eu pudesse me sentar, e me entregou
uma das rosas. Peguei-a e levei até o nariz, sentindo o delicioso aroma de
suas pétalas. Benjamin sentou-se de frente para mim e disse:
— Eu escolhi o cardápio, espero que não se importe.
— De forma alguma. Além do mais, você é um homem de bom gosto.
— Sou mesmo — disse o safado, com os olhos fixos no meu decote.
— Você é um pervertido mesmo, hein? Não perde uma chance de
tirar uma casquinha.
— Não posso fazer nada se esse vestido a deixa tão... tentadora. Ele
molda tão bem o seu corpo, suas curvas — falou, quase em um sussurro, ao
perceber que o sommelier se aproximava da mesa.
— Boa noite, senhora, senhor. O que vão beber esta noite? — indagou
o rapaz.
— O que você vai querer, amor? Mas lembre-se: nada que contenha
álcool.
— Dispomos de ótimos drinques sem álcool, senhorita Collins. Tenho
certeza de que irá gostar de algum — comentou o sommelier.
— Pode trazer o carro-chefe, por favor — pedi entusiasmada.
Não vejo a hora de poder beber umas taças de vinho, esvaziar umas
garrafas de champagne, comer o tanto de doces que eu quiser...
— Então, Anthony, um drinque para esta bela mulher e uma taça de
vinho para mim. Hoje eu vou deixar a escolha por sua conta. Surpreenda-me,
garoto!
Quando o rapaz voltou, me surpreendi com o sabor do drinque. Não
continha álcool, mas era igualmente delicioso. Dava para enganar o cérebro.
— Um brinde a nós, amor. Que possamos repetir noites como esta por
muitas e muitas vezes — propôs Benjamin, erguendo sua taça.
— Um brinde a nós, cowboy. — Bati minha taça na dele, produzindo
um delicioso som de vidro se chocando.
Enquanto eu tomava um gole da minha bebida, vi o chef vindo em
nossa direção, com dois pratos em mãos.
— Boa noite, senhora, senhor. Espero que gostem do jantar. De
entrada, teremos bruschetta de pão italiano com muçarela, tomate e
manjericão — enunciou colocando os pratos sobre a mesa. — De prato
principal, teremos salmão ao molho de mostarda e mel, e para acompanhar,
uma salada de agrião, tomate cereja, rabanetes e peras grelhadas. A
sobremesa será surpresa.
— Esse suspense só me deixou com mais vontade de degustá-la —
confessei, com água na boca.
— Bom apetite! — desejou o chef tatuado, voltando para a cozinha.
Desde que o brucutu tinha me proibido de comer uma infinidade de
coisas, que eu não sabia o que era açúcar. Claro que eu ia aproveitar para tirar
o atraso.
Ele não seria tão malvado a ponto de me negar um docinho em pleno
jantar romântico, ou seria?
— Humm... — gemi, ao dar uma mordida na bruschetta. Estava
deliciosa. O pão crocante, o molhadinho dos tomates e do queijo derretido,
proporcionava um sabor excepcional. Eu já estava ansiosa para experimentar
os próximos pratos.
Depois de nos deliciarmos com a entrada e o prato principal, que
estava igualmente delicioso, era hora de saborear a sobremesa. Meus olhos
brilharam ao ver o garçom deixando as delícias, em uma bandeja coberta,
sobre a mesa.
— Preparada para a sobremesa, amor? Aproveite, hoje você está
liberada para comer e fazer o que quiser.
— Tem certeza disso, garanhão? Você não negará nada que eu pedir?
— perguntei, sem acreditar no que eu havia acabado de escutar.
— Que tal você olhar o que tem aí dentro — sugeriu, mudando de
assunto. Afinal, sua afirmação era perigosa de mais. Principalmente, para
quem tinha uma mente poluída como eu.
Tive um baita susto ao levantar a tampa da bandeja. Não pude
acreditar no que os meus olhos estavam vendo.
— Iii... isso... é o que eu estou pensando..., Benjamin? — Eu estava
emocionada, gaguejando mais do que gostaria.
— Elizabeth Collins, você aceita casar comigo? Ficar ao meu lado
pelo resto de sua vida? — perguntou, ajoelhando-se ao meu lado, segurando
o anel em sua mão.
A peça era de ouro branco, em designer solitário, com pequenos
diamantes nas laterais, realçando a beleza e sofisticação do diamante central.
Era lindo, delicado, perfeito para mim.
— Você vai aceitar ou não? Estou pagando uma penitência aqui —
confessou o cowboy, vendo que eu estava demorando demais para dar a
resposta.
— Claro que eu aceito, seu bobo! É que... você me pegou de surpresa.
Eu já tinha perdido a esperança de que você me pedisse em casamento —
revelei, limpando as lágrimas que rolavam por meu rosto.
— Você estava completamente enganada. Eu posso ser um ogro, um
maldito homem das cavernas, ciumento e cheio de defeitos, mas também
carrego amor em meu peito. — O cowboy beijou minha mão, e colocou o
anel em meu dedo anelar direito.
Ele se levantou e me deu um beijo delicioso. Quando desgrudou
nossas bocas, perguntou:
— Eu sei que você está louca para comer todo aquele açúcar, mas
será que aguentaria esperar mais um pouquinho e me concederia a honra
desta dança?
— Claro, meu amor. — Encostei minha cabeça em seu peitoral e
comecei a dançar.
— Como estou me saindo na nossa noite romântica? — perguntou,
próximo ao meu ouvido, embriagando-me com seu perfume, fazendo-me
arrepiar por inteira.
— Melhor impossível. — Tocava “Thinking Out Loud”, de Ed
Sheeran, a mesma que dançamos quando ficamos presos na cabana.
Aquela era nossa música. Era inevitável escutá-la e não lembrar do
Benjamin, da nossa noite juntos, do nosso primeiro beijo. Mesmo que não
tivesse rolado sexo naquela noite, tinha sido muito especial para nós dois.
Quando a música acabou, voltamos para a mesa para degustarmos a
sobremesa. Era um doce italiano chamado panna cotta, com calda de frutas
vermelhas por cima. Assemelhava-se a um pudim, só que mais sofisticado,
com uma apresentação magnífica, para ninguém colocar defeitos.
— Hummm... que coisa gostosa! Ai, meu Deus! — proferi, com os
olhos fechados, sentindo todos os sabores do doce em minha boca. Era
bonito, leve e saboroso. Minha noite não poderia ser mais perfeita.
Quando abri os olhos, o cavalão me fitava de um jeito tão luxuriante,
que senti fortes vibrações bem no meio de minhas pernas.
— Você e esse seu maldito costume de comer gemendo, Elizabeth! —
bufou, levando a mão ao pau, ajeitando-o. — Não vejo a hora de chegar em
casa e fodê-la em tudo que for buraco.
— E por que você não come sua sobremesa, para que possamos ir
embora logo? Estou ansiosa pelo desenrolar da noite — confessei, passando o
dedo na calda de frutas vermelhas, chupando-o em seguida.
Ben respirou fundo e começou a comer. Seu olhar lascivo devorava-
me com uma intensidade sem tamanho. Ele olhava para minha boca como se
quisesse me beijar, me possuir.
— Hummm... — gemi, colocando o último pedaço de panna cotta na
boca. O doce estava incrivelmente delicioso. Mas não era o único a me
arrancar gemidos naquela mesa.
— Acho melhor irmos embora, Elizabeth. Não quero que ninguém me
veja de pau duro — revelou, olhando para os lados, levantando-se
rapidamente.
Ele pegou em minha mão e começou a me guiar para fora do
restaurante.
Ele vai sair assim, sem pagar a conta? Ai, meu Deus! Vão chamar a
polícia. Não é possível que na noite em que resolvi liberar a perseguida,
após a greve de sexo, irei em cana.
— Não vai pagar a conta, cowboy? As pessoas normais costumam
pagar pelo que consomem, sabia? — Apressei-me em perguntar.
O desgraçado gargalhou e disse:
— Ande, mulher, antes que eles nos vejam fugindo e nos coloque
para lavar os pratos.
Apressei os passos, afinal, eu não sabia se ele estava de brincadeira ou
falando a verdade. Eu que não ia arriscar.
Quando Benjamin destravou o carro, corri e me refugiei dentro do
veículo. Uma rajada de gargalhadas se iniciou. Rimos tanto, que me deu uma
dor abdominal. Eu não sabia se ria mais de nervosismo ou pela situação
engraçada.
— Você pagou, não foi? Não quero que o xerife bata em nossa porta
quando eu estiver usufruindo do seu corpinho.
— Claro que eu paguei, criatura. Mas foi divertido ver essa sua cara
de apreensão. Caralho! Eu devia ter tirado uma foto — disse ele, rindo alto,
enquanto colocava o carro em movimento.
— Seu filho da puta! Você não tinha o direito de fazer isso comigo —
falei, estapeando seu braço. Meu coração batia acelerado, euforia tomava
conta de mim. Ele nem se preocupou com o fato de eu estar grávida e não
poder passar por perrengues, preocupações.
Essa brincadeirinha de mau gosto está anotada em minha lista de
vinganças. O cavalão não imagina o que o aguarda...
— Vem cá, Elizabeth — disse Benjamin, pegando no volume protuberante
encoberto pelo tecido de sua calça. Eu podia sentir seu desejo reprimido,
dolorido.
Instantaneamente, a imagem daquele pau duro e lambuzado se fez em
minha mente, deixando-me fogosa, molhada.
— Vem, potranca. Eu sei que você tá doida para dar uma mamadinha.
Essa sua cara de safada não me engana — disse o cretino, movimentando seu
mastro para cima e para baixo, aproveitando que o sinal havia fechado.
Toda aquela safadeza fez um tesão absurdo explodir dentro de mim.
Umedeci os lábios e engoli o excesso de saliva que aquele ato indecente
havia desencadeado. Depois, me livrei do cinto de segurança e caí de boca
naquele pau delicioso. Estava tão grosso, as veias inchadas, as bolas pesadas,
cheias de esperma só para mim.
Eu queria aquele leite hidratando meu rosto, minha boceta, cada parte
do meu corpo.
— Humm... — gemi, afastando-me para poder respirar por alguns
segundos. Todavia, o cowboy estava tão seco que pegou em um punhado de
meus cabelos e começou a impulsionar minha cabeça contra seu mastro.
Meus olhos lacrimejavam, baba escorria por minha boca e a boceta
vibrava enlouquecida. Ela estava doida para ser preenchida, esfolada por
aquele belo instrumento.
— Isso é tudo culpa sua. Eu podia parar o carro em um lugar escuro e
fazer você tomar todo esse leite, assim pensaria duas vezes antes de fazer
greve de sexo sem motivo — disse ele, mostrando as bolas cheias de
esperma.
Sem pensar duas vezes, peguei aquelas duas preciosidades e comecei
a chupá-las com vontade, tesão e intensidade. Eu tinha a sensação de que elas
ficavam maiores a cada sucção. Parecia que, a qualquer momento, um imenso
jato de porra explodiria em minha cara e me lambuzaria todinha.
— Ohhh... ohhhh... caralho... — Ben soltou um gemido rouco e
excitante, deixando minha boceta gotejar de tesão, de puro êxtase. Soltei as
bolas, provocando um barulho característico de sucção. Olhei-o limpando os
cantos da boca e falei:
— Você já teve uma amostra do que teremos hoje. Agora, se
concentre na estrada.
— Porra! Você é muito perversa, sabia? O que custa chupar só mais
um pouquinho? Eu estava quase gozando.
— Continuarei quando chegarmos em casa, sãos e salvos.
Benjamin estralou o pescoço, colocou o pau dentro da cueca e meteu
o pé no acelerador.
Chegamos à fazenda em tempo recorde. O homem estava possesso.
Se ele fosse descontar toda aquela ira em minha boceta, ela estava lascada.
Abra a porta e suba as escadas devagar, rebolando para mim —
ordenou, entregando-me a chave.
Sem pressa, fui subindo degrau, por degrau. À medida que eu subia,
sempre colocando uma perna na frente da outra, meu quadril se tornava o
centro das atenções. Com um dedo na boca e um sorrisinho malicioso no
rosto, de vez em quando eu olhava para trás, fazendo pose de garota
submissa, mas um tanto provocativa.
O cowboy estava no limite. Ele soltava grunhidos e suspiros
profundos. Seu olhar predatório denunciava que ele estava prestes a devorar
minha pobre perseguida indefesa.
Entrei no quarto tirando as sandálias, jogando-as, em seguida, em
cima do tapete felpudo. Deitei-me na cama, abri as pernas e escorreguei a
mão para dentro da calcinha encharcada.
— Quer me comer, cavalão? Apagar esse fogo que há em mim? —
indaguei, melosa, enquanto acariciava meu sexo úmido e pulsante.
— Não vejo a hora de nossos filhos nascerem para eu poder dar umas
belas chicotadas nesse seu traseiro, sua atrevida. O que caralho você tá
ganhando negando sexo, boquete, me provocando desse jeito, hein? —
indagou raivoso, com os olhos semicerrados, tão sombrios como uma noite
de tempestade.
E lá se foi o Benjamin romântico. Acho que cutuquei a fera com vara
curta.
— Para sua informação, os bebês estão na minha barriga e não na
minha bunda. Umas chicotadinhas não hão de fazer mal. E seu pau só vai
entrar aqui — falei, enfiando um dedo em minha boceta — se você for meu
escravinho esta noite.
— Então, era isso que você queria esse tempo todo? Fazer de mim seu
brinquedinho sexual? Pode tirar seu cavalinho da chuva, pois isso não vai
acontecer.
— Tem certeza, cavalão? — perguntei, arqueando meu corpo para
tirar a calcinha. Eu estava adorando ver e sentir seu olhar predatório
queimando minha pele, minha intimidade.
O maxilar travado, o olhar penetrante e os punhos fechados, eram a
prova do quanto ele estava bravo comigo. Minha boceta latejava, toda
molhada, implorando para ser fodida arduamente por aquele macho bruto e
selvagem. Com um sorriso arteiro no rosto, joguei a calcinha na cara do
brucutu.
Ao pegar a peça, ele fechou os olhos e começou a inspirar o cheiro de
minha excitação.
— Porra! Que cheiro gostoso de boceta que quer ser fodida. Desse
jeito eu não aguento — murmurou, indo em direção ao closet, vencido pelo
desejo.
Ele pegou a bolsa das safadezas e começou a caminhar ao meu
encontro, olhando-me intensamente.
— Desde que não enfie nada no meu rabo, pode fazer o que quiser
comigo. O importante é que eu termine dentro de você, foda-se o resto. —
Rosnou, jogando a bolsa em cima da cama.
— Okay. Mas a partir de agora eu não sou Elizabeth, potranca ou
Lizzy, eu sou sua senhora. Você fará tudo o que eu mandar, sem contestar ou
fazer cara feia, entendido, submisso? — indaguei, ficando de pé, de frente
para ele.
— Entendido, Liz... quer dizer, minha senhora — disse, engolindo em
seco. Dava para ver que o homem estava temeroso, suando frio.
Ele arregalou os olhos ao me ver tirando um chicote e um par de
algemas de dentro da bolsa. Fui até a poltrona, com o chicote em mãos, e me
sentei de pernas cruzadas, ordenando:
— Quero que desabotoe a camisa, bem devagar, botão por botão,
enquanto olha para mim. Não ouse fazer cara feia, bufar ou revirar os olhos.
A não ser que queira ser punido. Fui clara?
— Claríssima — respondeu, fazendo conforme o ordenado. À medida
que seu peitoral duro e definido ia se revelando, comecei a sentir uma
agitação no meio das pernas.
O cowboy passou a camisa por seus braços e a deixou cair próximo
aos meus pés. Peguei o chicote e o deslizei por seu peitoral, pelos gominhos
de seu abdômen, por seu pau duro e avantajado.
— Agora, faça o mesmo com a calça. Depois, deite-se na cama e abra
os braços — ordenei com a voz firme.
Quando ele se deitou, coloquei uma algema no seu braço direito,
prendendo-o na grade da cama. Em seguida, fiz o mesmo com o braço
esquerdo, deixando-o vulnerável, à minha mercê.
— Espero que eu não me arrependa disso — declarou, em um meio
sorriso.
— Aposto que não vai — falei, abrindo, com calma, o zíper do meu
vestido. Em seguida, me livrei da cueca do cowboy e me sentei sobre sua
pélvis.
Era superexcitante sentir o pau do Ben roçando em minha boceta,
deixando-a melada, pegando fogo.
— Pra que preliminar? Sua xoxota já está toda lubrificada — indagou
ele, puxando os braços, como se quisesse me tocar, mas era inútil.
— Eu que dito as regras aqui, esqueceu? Se não quiser sofrer
penalidades, não conteste minhas decisões.
— É que... — Ele tentou falar algo, mas o calei com um beijo de
língua. Sentir seu pau duro e melado roçando em minha boceta estava me
enlouquecendo. Eu rebolava, me esfregava para frente e para trás, indo e
vindo; alimentando meu desejo desenfreado, urgente.
— Ohhh... porra... Se você não parar de esfregar a boceta no meu
caralho, eu vou gozar. Estou no meu limite, Elizabeth — confessou, enquanto
eu beijava a curva do seu pescoço, desobedecendo as regras impostas por
mim.
Sem pensar muito, desferi uma chicotada em suas pernas, fazendo-o
reclamar instantaneamente.
— Ai, caralho! O que foi que eu fiz? — questionou furioso, puxando
os braços, provocando um barulho de metal se chocando.
— O que foi que eu falei, escravo? Quem dita as regras aqui sou eu.
Você apenas obedece — proferi, segurando seu queixo com firmeza.
— Prometo que não vai se repetir, minha senhora — respondeu,
tentando se soltar das algemas.
Ele podia negar, manter a pose de macho dominante, o que eu
adorava, mas dava para ver que ele estava muito excitado.
Seu pau estava bem grosso, as veias cheias e pré-gozo saía em
abundância de sua glande. Eu me posicionei bem no meio de sua cara e o fiz
provar o meu sabor. Ele lambeu, chupou, mordiscou, enfiou a língua. Meu
corpo recebeu uma descarga tão grande de prazer, que estremeceu todo.
Benjamin não parava de puxar os braços, forçando as algemas,
tentando, a todo custo, se soltar.
— Você gosta de me sufocar com esse pauzão, não é? Então, hoje eu
vou te sufocar com minha boceta — declarei, rebolando em sua cara,
lambuzando-o com o líquido quente e cremoso que saía de minha intimidade
latejante.
— Ohhh... — Ele soltou um gemido quase inaudível. Eu sentia falta
de suas mãos travessas passeando por meu corpo, mas tê-lo algemado
debaixo de mim, era igualmente excitante.
— Hummm... isso... assim... — murmurei, ao sentir sua língua me
invadindo, fodendo-me deliciosamente.
Meu corpo vibrava toda vez que a língua dele tocava meu clitóris. Eu
queria chupá-lo, mas também queria ser chupada. Então, fiquei na posição
meia nove e tomei seu pau em minha boca. Ainda não tínhamos
experimentado aquela posição, mas achei espetacular.
Quando escutei o barulho das algemas em contato com as grades da
cama, soube que o cowboy estava a ponto de gozar. De costas, me sentei em
seu mastro e comecei a cavalgar.
— Tá gostoso, submisso? — perguntei, quicando deliciosamente.
— Sim. Mas não vou aguentar muito tempo. Por que você não tira
essa algema de mim? Quero tocar em você.
— Vou soltar um dos seus braços porque quero sentir sua mão em
minha bunda. Não porque você está pedindo, entendeu?
— Entendi — disse ele, com a voz rouca de tesão.
Peguei a chave e o liberei parcialmente. Logo em seguida, voltei a
montá-lo. O safado levou a mão até minha bunda e a apertou com força,
impulsionando-a contra seu mastro rígido e quente.
— Ahhh... — choraminguei, ao sentir uma série de tapas em minha
bunda. Prazer e ardência se mesclaram, causando-me um tesão arrebatador.
Fiquei na ponta dos pés, segurei em suas pernas e comecei a subir e
descer em um ritmo constante. Eu estava tão concentrada, que nem percebi
que o brucutu estava aprontando. De repente, senti suas duas mãos sobre
minhas nádegas.
— Quem está no comando agora, senhora? — Benjamin indagou
irônico, desferindo tapas em minha bunda.
Mesmo de costas, eu podia sentir um sorrisinho em seu rosto,
comemorando por ter conseguido tomar as rédeas da situação.
— Droga! Por que fui deixar a chave em cima da cama?
— Esse foi seu grande erro, amorzinho. Agora, sou eu quem dito as
regras. Vá até o sofá e fique de quatro, do jeitinho que eu gosto.
Como uma boa menina, caminhei até o sofá e fiquei na posição
ordenada. Instantes depois, senti o cavalão derramar, praticamente, metade de
um frasco de lubrificante na entrada do meu ânus.
Oh, céus! Ele vai comer meu cuzinho como punição!
— Entra devagarzinho, tá bom? — pedi só por precaução.
Depois de me alargar com o dedo, ele começou a forçar a cabeça do
pau contra meu buraquinho apertado.
— Ohhh... porra... que delícia... — murmurou enfiando alguns
centímetros dentro de mim.
— Ahhhh... gostoso... mete no meu rabinho — lamuriei ao sentir que
ele entrava cada vez mais, alargando-me, preenchendo-me com sua tora dura
e grossa.
— Como é bom te comer aqui..., é tão apertadinho, tão macio —
afirmou, dando bombeadas lentas, mas extremamente prazerosas.
— Que gostoso... — falei, rebolando em seu pau, sentindo-o bem lá
no fundo, firme e duro.
— Era isso que você queria, putinha? Me dar esse cuzinho gostoso?
Fala pra teu macho, fala — pediu, puxando em meus cabelos, estapeando
meu traseiro. Aquilo era tão excitante, tão pornográfico, tão Benjamin.
— Sim... isso é tão bom, tão delicioso... — falei sôfrega, a ponto de
explodir em um orgasmo arrebatador.
— Ohhh... porra... Tá sentindo como meu pau tá duro, todo atolado no
seu cuzinho? Eu vou despejar até a última gota de porra dentro dele — disse,
intensificando as arremetidas. Eu me sentia desejada, suja, depravada.
— Hummm... safado... soca tudo, estou quase lá — falei, desesperada.
Suor escorria por nossos corpos, respirávamos com dificuldade, os corações
batiam acelerados.
— Goza comigo, amor. Quero sentir seu cuzinho apertando meu pau
enquanto o encho de porra — pediu o safado metendo gostoso.
Ele deslizou a mão até meu brotinho sensível e começou a estimulá-
lo, aumentando a velocidade das arremetidas. Segurei no encosto do sofá e
comecei a me movimentar contra sua pélvis, sentindo cada parte de mim
sendo preenchida, devorada.
— Ahhh... Ben... come meu cuzinho... não para, por favor... come ...
— falei, em um choramingo, sentindo todos os músculos do meu corpo se
contraírem.
— Ohhh... Ohhh... caralho... — ele gemeu rouco, cravando os dedos
na carne da minha bunda, enquanto derramava-se dentro de mim.
Sentir aqueles jatos quentes de porra sendo despejados dentro do meu
cuzinho levou-me ao ápice do prazer em questões de segundos.
— Ahhh... Ahhh — gemi alto, sentindo os espasmos me atingirem em
cheio, fazendo-me delirar, arrepiar.
Antes que eu pudesse recuperar o fôlego, Benjamin declarou:
— Ser seu submisso foi tão prazeroso quanto vê-la gemendo e
chamando por mim, na sua primeira noite aqui na fazenda, enquanto dava
uma de DJ na sua perseguida.
— Mas como... como você sabe disso, Benjamin Parker? Você estava
me espionando?
— Longe de mim, fazer uma coisa dessas. Eu apenas ia passando no
corredor e escutei gemidos vindos do quarto em que você estava hospedada.
Achei que tivesse acontecido algo com você, então, abri a porta bem
devagarzinho e dei uma espiadinha de leve. Quando vi do que se tratava, juro
que fui embora imediatamente.
— Claro que você foi embora... depois de me ver gozar e
convulsionar em cima da cama.
O cretino gargalhou e saiu andando em direção ao banheiro,
confessando, implicitamente, que eu tinha razão.
SETE MESES DEPOIS
Se há pouco mais de um ano a Lizzy do futuro me dissesse que eu seria mãe
de três filhos e estaria me casando com o fazendeiro mais turrão e gostoso do
Texas, eu acharia que ela estava tirando uma com minha cara.
Ainda faltam algumas horas para o grande momento, mas eu já estou
tremendo na base, me controlando para não surtar. Por mim, esperaríamos
um pouco mais para nos casarmos, mas o brucutu não quis conversa. Ele
disse que o Texas está cheio de abutres e não pode dar bobeira, me deixando
solta por aí.
Só o Benjamin mesmo para achar que eu teria olhos para outro
homem. Claro que se passar um gostosão bem na minha frente eu vou dar
uma espiadinha, afinal, a carne é fraca.
Como Bertha e Melissa se responsabilizaram pelos preparativos do
casamento, não me opus quanto a data. Só tive que me preocupar com o
vestido e ajudar na escolha dos comes e bebes.
Além da Amy, convidei a Abigail e a Chloe, duas amigas da época de
faculdade, para serem minhas madrinhas de casamento. Melissa é minha
dama de honra, acumulando para si, muitas responsabilidades.
Noah, Sebastian, Jack e o xerife Stewart são os padrinhos do Ben.
Sendo que o capataz, com a dama de honra, são responsáveis por nos
auxiliarem no que precisarmos. Os pombinhos tiveram que deixar suas
diferenças de lado e trabalharem em equipe, para que tenhamos o casamento
dos sonhos.
A cerimônia está marcada para o final da tarde e será realizada no
jardim da casa principal da fazenda. Convidamos apenas os amigos mais
próximos, o pessoal que trabalha para o Benjamin, suas respectivas famílias e
alguns vizinhos. Será uma cerimônia pequena, simples, mas muito charmosa.
Da janela do quarto eu podia ver a correria que estava lá fora. Tinha
gente pra todo lado, indo e vindo. Alguns carregavam cadeiras, outros
montavam tendas, outros davam ordens. Estava tudo indo de vento em popa.
— Apresse-se, amor, o pessoal do salão já chegou e Melissa está
surtando porque você ainda não foi se arrumar — disse Ben entrando em
nosso quarto.
— Eu não sei pra que Melissa inventou esse negócio de trazer o salão
inteiro para dentro de casa. Não posso me dar ao luxo de passar horas me
embelezando, quando tenho essas duas coisinhas lindas pra cuidar — declarei
colocando o pacotinho azul dentro do berço.
— Vá e fique linda para o nosso casamento. Eu cuidarei dos pequenos
— disse ele, agarrando-me por trás, beijando em meu pescoço.
— Eles acabaram de dormir. Aproveite e descanse um pouco — falei,
sem querer me desprender do aconchego de seus braços.
O cowboy vinha se saindo melhor que a encomenda. Ele me ajudava
em tudo que podia, desde dar banho nos bebês, a trocar fraldas sujas de
caquinha. A única coisa que ele não lidou muito bem foi com o parto. O
homem ficou tão nervoso que acabou tendo um treco no meio do hospital.
Era eu na sala de parto me esgoelando para parir, e ele tomando calmante em
um quarto. Mas no final, deu tudo certo.
John nasceu primeiro, e a Charlotte alguns minutos depois. Escolhi
esses nomes em homenagem aos nossos pais. Acredito que o pai do Benjamin
e minha mãe ficariam felizes em saber que os potrinhos receberam seus
nomes. O brucutu ficou até emocionado quando eu contei como se
chamariam nossos filhos.
John é a cópia do Ben: comilão, genioso e superprotetor. Ele sempre
dá um jeitinho de pegar na mãozinha da irmã, ou de abraçá-la enquanto
dormem. É a coisa mais fofa de se ver.
Já até imagino o que a pobre Charlotte vai passar nas mãos do
irmão.
— Vá se arrumar antes que a Melissa venha lhe buscar. Você sabe
como ela é alvoroçada. Se eles acordarem esperneando por suas tetas, eu os
levo até você — disse ele, fazendo-me rir.
— Para! Você falando assim, faz eu me sentir uma vaca leiteira —
confessei estapeando seu braço.
Dei-lhe um beijo na boca e segui para o quarto da Melissa.
— Achei que você não ia se arrumar para seu próprio casamento. Pelo
amor de Deus, Lizzy, falta menos de duas horas para a cerimônia e você
ainda está desse jeito? — questionou Melissa furiosa ao me ver pelo espelho.
Revirei os olhos e puxei uma cadeira para me sentar. Estava em cima
da hora, mas daria tempo, afinal, a noiva sempre se atrasa.
— Sente-se aqui, gata. Vamos deixá-la mais linda do que já é — disse
David, o cabeleireiro.
Depois de escovar meus cabelos, David fez uns cachos grossos, dando
um volume maravilhoso. Em seguida, colocou meu cabelo de lado e o
prendeu com um broche, deixando-o meio-preso.
Optei por uma maquiagem suave, que destacava a pele bem-feita e
iluminada. Para finalizar, a maquiadora colocou cílios postiços e gloss
transparente, dando um efeito de lábios hidratados e bem cuidados. Gostei
bastante do resultado. Ficou bonito e combinou com o horário do casamento.
Antes de me vestir, Melissa foi buscar os potrinhos para que eu
pudesse amamentá-los.
Quando menos esperei, ela e o Noah entraram no quarto trazendo os
potrinhos, já arrumados com suas roupinhas feitas sob encomenda. John
trajava um smoking cinza, igual ao do pai. A Charlotte usava vestido branco
de manguinhas curtas e uma tiara de laço, na mesma cor do vestido. Nossos
bebês estavam lindos.
— Oi, meus amores. O papai cuidou bem de vocês? Foi ele quem deu
banho e os vestiu com essas roupinhas bonitas? — perguntei baixinho,
atraindo a atenção deles.
— Já que os potrinhos estão entregues, eu vou nessa — disse Noah.
— Ah, e não demore muito, cunhadinha, senão o Ben vai acabar com a sola
do sapato antes da cerimônia. — Continuou o tatuado, gargalhando a todo
pulmão.
— Vamos mamar, amores da mamãe. Vocês comem de mais, sabiam?
— falei, tocando a pontinha de seus narizinhos. Ser mãe estava sendo o
melhor presente da minha vida.
John, como sempre, era o mais esfomeado. Sugava o bico do meu seio
com força. Parecia um bezerrinho faminto. Charlotte era mais contida,
delicada. Uma verdadeira princesinha.
— Oi, Mamãe. Olha como estou linda. A mulher do salão arrumou
meu cabelo e passou maquiagem em mim — disse Bia, dando uma voltinha
para que eu pudesse ver seu look.
— Tá muito linda, filha — respondi sorridente.
Ela usava um vestido branco, sem mangas e com estampa floral na
parte inferior. O tule na saia dava um toque especial à peça. A bonequinha
estava simplesmente perfeita.
— Apresse-se, Lizzy. Boa parte dos convidados já chegaram e você
nem se vestiu ainda — disse Melissa olhando pela janela.
— Tenha calma, mulher. Seus sobrinhos precisam comer. Ou você
quer que eu saia no meio da cerimônia para amamentá-los?
— Deus me livre! Não sei como você aguenta passar o dia com essas
crianças penduradas nos seus peitos. Eu não daria conta disso — declarou
roendo o canto da unha.
— Isso se chama maternidade, amiga. Quem sabe você não descobre
este mundo mágico em breve? — provoquei-a.
— Está bem longe disso acontecer, amiga. Primeiro, tenho que
arrumar um pai decente para os meus filhos — falou pensativa.
— E o Luke? O que está rolando entre vocês? Para você ter trazido
ele como seu acompanhante, deve ser um cara especial — perguntei curiosa.
— Faz um tempo que conheço o Luke, e, desde então, somos
confidentes, amigos com benefícios, ou amantes, chame como preferir. Ele
estava morando em Chicago e voltou recentemente para Nova York. Estamos
saindo, curtindo adoidado. Mas não é nada sério — declarou olhando para a
tela do celular.
— Ele é bonito, elegante e muito charmoso. Mas seu coração bate por
ele, igual bate por um certo cowboy?
— Veste logo a porra desse vestido, Elizabeth. Todos os convidados
já chegaram e você vem me falar naquele idiota, faça-me o favor — disse
brava.
— Desculpa! Não está mais aqui quem falou — proferi segurando
uma risada.
É hoje que o capataz morre de ciúmes...
Fui ao banheiro, coloquei meu vestido, calcei as sandálias e me
perfumei. Sorri, em frente ao espelho, feliz, admirando a composição.
O vestido era em renda, de mangas longas, decote frente única e com
pouco volume na parte da saia. Uma peça leve, delicada, romântica. Ideal
para um casamento no campo.
Quando saí do cômodo, Bertha e dona Margareth, mãe do Ben,
haviam chegado ao quarto. Elas com Bia e Melissa, me olharam de cima a
baixo, boquiabertas.
— Nossa! Ficou bem mais bonito agora, com cabelo arrumado e a
maquiagem feita — afirmou minha amiga, fazendo-me dar uma voltinha.
De repente, ouvimos suaves batidas na porta. Melissa se virou e foi
ver de quem se tratava.
— O que faz aqui? Acho que você errou de quarto — disse ela, de um
jeito grosso.
— Eu sei exatamente onde estou, e não vim aqui por sua causa.
Entregue o buquê à noiva, por favor — rebateu Sebastian, deixando-a sem
palavras.
— Isso é pra você, amiga. Foi o próprio Benjamin quem fez. Ele disse
que você gostaria que seu buquê fosse feito com flores do campo. Isso é
verdade?
— Sim. Está igualzinho ao que sempre sonhei. Eu não imaginava que
o brucutu lembrasse disso — declarei emocionada, sentindo o cheirinho das
pétalas multicoloridas.
— Mãe, leva o John, que eu levo a Charlotte — disse a loira, pegando
a sobrinha em cima da cama.
— Melissa, não vá arrumar confusão com o Sebastian e estragar o
casamento do seu irmão, tá me ouvindo? — advertiu minha sogra.
— Eu vou tentar, mãezinha, mas não prometo nada — declarou a
loira, dando um sorriso arteiro.
— Eu também já tive uma conversa com seu Sebastian. Vocês já
estão bem crescidinhos para ficarem se provocando. Hoje eu não quero saber
de baderna. Não me façam correr atrás de vocês com minha colher de pau —
bradou Bertha, olhando séria para Melissa.
— Ele que não me provoque, Berthinha... ele que não me provoque
— Melissa saiu dizendo corredor afora.
— Lizzy, você está usando algo velho, algo novo, algo emprestado...
— ... algo azul e seis centavos no sapato? Sim, estou — completei o
que minha sogra estava falando.
— Você sabe que essas coisas são para dar sorte no casamento. Não
podemos descuidar, minha filha — disse ela, dando os últimos ajustes no
meu vestido.
Dona Margareth é uma mulher bonita, de personalidade forte, muito
parecida com a Melissa. Ela veio de Montana, com o seu atual marido,
Joseph Becker, para conhecer os netos e ajudar com a festa.
Segundo o Benjamin, quando seu pai faleceu sua mãe ficou tão
arrasada que não conseguiu permanecer em Austin. Tudo a fazia lembrar do
amor que ela e o senhor Parker viveram na fazenda. E, em um certo dia, dona
Margareth comunicou que iria fazer a viagem que ela e o senhor John haviam
planejado antes do fatídico dia de sua morte. Eles pretendiam visitar alguns
amigos, conhecer alguns hotéis fazenda, ter uma segunda lua de mel. Em uma
de suas paradas ela conheceu o Joseph Becker, e estão juntos desde então.
Era chegado o momento de me tornar, oficialmente, a senhora Parker.
Mostrar para as raputengas quem era a dona do cavalão.
Desci as escadas com o coração acelerado, as mãos suadas, as pernas
trêmulas. Antes de abrir a porta da sala, inspirei e suspirei algumas vezes,
tentando me acalmar. Vendo que não estava surtindo efeito algum, abri a
porta e fui ao encontro do meu noivo, a passos lentos.
Fiquei encantada com o belíssimo arco, preenchido com flores
naturais, que havia na entrada da cerimônia. Mais adiante, debaixo de um
pergolado de madeira, com cortinas brancas presas nas laterais, estava
Benjamin em um belo smoking cinza, à minha espera.
O brucutu estava radiante, com um belo sorriso estampado no rosto.
Seus cabelos estavam penteados para trás, a barba bem aparada e os músculos
moldados no smoking rente ao corpo. Uma flor na lapela dava um charme a
mais ao seu look chique e atemporal.
Ao notarem seu olhar de encantamento, todos os convidados viraram
suas cabeças para trás, para me olharem.
Do lado direito, estavam os familiares e convidados do Benjamin. Do
lado esquerdo, meus padrinhos, amigos de Nova York e alguns ex-colegas de
trabalho. Todos estavam sentados em cadeiras brancas, formando um
charmoso corredor no gramado do jardim, onde lanternas decorativas e vasos
com flores completavam a impecável ornamentação. O meu sonho de
princesa estava se tornando realidade.
Apesar de não gostar de seguir regras, eu estava me esforçando para seguir as
tradições. Primeiro, entrou a mãe do Benjamin, toda elegante, em um vestido
azul-claro. Depois, as madrinhas, todas carregavam buquês e usavam
vestidos iguais, em um lindo tom de rosa antigo. Estavam deslumbrantes.
Em seguida, foi a vez da daminha e do pajem entrarem. Enquanto Bia
jogava pétalas de rosas pelo caminho, Nícolas, filho de um dos peões da
fazenda, levava Joe, que usava uma charmosa gravatinha borboleta, igual à
dos padrinhos. Os três eram as coisas mais lindas de se ver. Representavam o
amor na sua forma mais pura, mais inocente.
Por último, entrou Melissa, que se dirigiu até o altar. Como o espaço
no pergolado era pequeno, só a dama de honra e o padrinho principal
ficariam conosco. Ou seja, o Sebastian e ela.
Quando a marcha nupcial começou a tocar, eu soube que era chegada
a hora de caminhar até o meu belíssimo noivo. Meu coração batia tão rápido
que tive medo de que saísse pela boca. Era real. Eu estava prestes a me casar
com o cowboy, o pai dos meus filhos, o amor da minha vida.
À medida que eu caminhava, os convidados me olhavam sorridentes,
com admiração. Era tão bom ver rostos conhecidos em um dia tão
importante. Estavam todos ali: meus amigos, Jimmy e sua esposa Madelyn,
meus padrinhos e seus filhos, Bertha e seu namorado, Adam e sua família.
Ao chegar ao altar, Benjamin ergueu minha mão direita e a beijou
carinhosamente. Depois, nos posicionamos em frente ao juiz de paz, que deu
início a cerimônia, dizendo:
— Estamos aqui hoje para celebrarmos a união, o companheirismo e
o amor que une este casal. Benjamin Parker e Elizabeth Collins escolheram
um ao outro para constituir uma família, serem um só daqui em diante. E
sentem um imenso prazer em ter cada um de vocês fazendo parte deste
momento tão especial.
O casamento é um passo muito importante. É abdicarmos de
caminharmos sozinhos, para caminharmos lado a lado com a pessoa amada. É
uma caminhada rumo ao futuro, ao incerto, mas havendo respeito, empatia e
acima de tudo, amor, poderão vencer qualquer obstáculo que possa surgir
pelo caminho.
Dito estas palavras, eu vos pergunto:
— Benjamin Parker, você aceita de livre e espontânea vontade
Elizabeth Collins como sua legítima esposa?
— Sim, eu aceito — respondeu o cowboy, todo emocionado,
segurando em minha mão esquerda. — Lizzy, tenho que confessar que
quando a Melissa me disse que uma de suas amigas iria passar uns dias aqui
na fazenda, eu fiquei possesso. Achei que você fosse só uma patricinha nova-
iorquina, cheia de frescuras e problemática. Mas eu estava completamente
enganado — confessou, fazendo todos rirem. — Obrigado por me
proporcionar momentos incríveis ao seu lado, por quebrar minhas barreiras,
por me fazer conhecer o verdadeiro amor e por ser a mãe que minha filha
sempre sonhou em ter. Você não imagina o quanto é gratificante para mim,
como pai, ver minha princesinha feliz. Você chegou nesta família para somar,
para trazer amor, alegria, felicidade. Eu prometo te amar por toda a
eternidade, Elizabeth — disse ele, colocando o anel em meu dedo.
Lágrimas escorriam por minha face. As palavras proferidas pelo
Benjamin foram mais do que votos, foi uma linda declaração de amor.
Ainda bem que minha maquiagem é a prova d’agua, ou estaria tudo
borrado.
— Elizabeth Collins, você aceita de livre e espontânea vontade
Benjamin Parker como seu legítimo esposo? — perguntou o juiz de paz.
— Sim, sim, mil vezes sim — respondi alto, fazendo os convidados
rirem do meu exagero. Segurei na mão do cowboy, peguei a aliança e falei
emocionada:
— Eu não tenho nem palavras para expressar a alegria que estou
sentindo neste momento. Eu só tenho a te agradecer por ter me dado uma
família linda. Quando cheguei à fazenda pela primeira vez, não me apaixonei
só por você, mas por aquela garotinha também — declarei, soprando um
beijo para a bonequinha.
— Eu te amo de montão, mamãe — gritou ela, mandando um beijo
para mim, fazendo os convidados suspirarem com tamanha doçura.
— Ela me conquistou com seu jeitinho meigo e tagarela de ser. Fez-
me conhecer um tipo de amor que eu não conhecia: o amor de mãe para com
seus filhos. Um tipo de amor que nos faz querer cuidar, proteger, defender
com afinco. Eu quero que saiba que você e nossos três filhos são o que eu
tenho de mais importante nesta vida. Vocês são meu alicerce, o motivo dos
meus sorrisos bobos. Obrigada por ser esse homem atencioso e que, apesar de
ser um ogro, é um ogro muito fofo. — Os convidados não seguraram as
risadas. — E é por isso que eu te amo de mais — declarei, colocando o anel
em seu dedo.
Não era só nós dois que estávamos emocionados. Convidados,
madrinhas e padrinhos riam e choravam ao mesmo tempo. Fiquei surpresa ao
ver o Noah e o Sebastian enxugando lágrimas que escorriam por seus rostos,
expressando seus sentimentos.
Depois de assinarmos o documento que nos tornava, oficialmente,
marido e mulher, o juiz de paz disse:
— Com base na belíssima troca de votos, e no documento que
acabaram de assinar, é com grande alegria que os declaro casados perante a
lei.
Antes que tivéssemos autorização para nos beijarmos, Benjamin me
ergueu do chão e tascou um beijo em minha boca. Foi um beijo quente,
apaixonado, delicioso. Aplausos, assovios e gritos de comemoração tomaram
conta do jardim, fazendo-me sorrir contra os lábios do cowboy.
Depois que desgrudamos nossas bocas, aproveitamos o belo pôr do
sol para tirarmos fotos e cumprimentar os convidados. Em seguida, nos
dirigimos para o celeiro, onde ocorreria a recepção.
— Parabéns pelo casamento, Lizzy. Cuide bem do meu irmão, está
bem? E a propósito, gostou do que fizemos aqui? — indagou Noah, olhando
ao redor. Ele estava todo elegante em um terno preto e camisa social branca,
que escondiam suas belas tatuagens. A barba e os cabelos estavam
impecáveis como sempre. Sua marca registrada.
— Está tudo perfeito! Obrigada por ter ajudado a tornar esse dia ainda
mais incrível — declarei, admirando toda a ornamentação.
— Não precisa agradecer, cunhadinha. Você é da família agora. E por
minha família faço o que estiver ao meu alcance — disse ele, dando uma
piscadela todo charmoso.
Era inacreditável como os rapazes tinham transformado um celeiro
cheio de feno em um belo salão de festas. Tinha luzes penduradas no teto,
flores e plantas espalhadas por todos os cantos. O bolo estava belíssimo,
chamando atenção em uma mesa decorada com rosas, artigos de decoração
relacionados à fazenda e doces diversos. Estava rústico, bonito e elegante.
Tocava uma música agradável e os garçons haviam começado a
servir. Os convidados se divertiam à beça. Minhas amigas de Nova York
pareciam bem enturmadas com os peões da fazenda. Até o Ethan, meu ex-
chefe, estava se engraçando por uma das moças da região.
Melissa não saía do lado de seu acompanhante, fazendo Sebastian se
morder de ciúmes. Já era a terceira taça de champagne que eu o via bebendo.
Não podia passar um garçom que ele pegava uma taça e mandava ver.
Observei-o caminhar até o palco e pegar o microfone. Na qualidade de
padrinho e dama de honra, ele e Melissa fariam os discursos da noite.
— Olá, pessoal. Boa noite a todos. Eu devia ter preparado um
discurso, mas pra ser sincero, eu não sou bom com essas coisas. Então, foda-
se.
— Benjamin, eu te desejo toda felicidade do mundo, cara. Você é
muito mais do que meu patrão e amigo, você é minha família. E eu me sinto
privilegiado em ser seu padrinho de casamento. Você é muito sortudo por ter
encontrado alguém como a Lizzy. Não é toda mulher que está disposta a
deixar a comodidade da cidade grande para vir morar no meio do mato. Eu
mesmo conheço uma que nasceu e se criou em uma fazenda e, na primeira
oportunidade que teve, foi embora sem nem olhar para trás. Espero que a dita
cuja tenha encontrado o que tanto procurava.
— Lizzy, obrigado por nos contagiar com sua alegria e leveza. E,
claro, por deixar o Benjamin menos insuportável. Você não sabe o quanto os
empregados são gratos por isso — falou o capataz, arrancando gargalhadas
dos convidados.
— Insuportável o caralho — resmungou o cavalão, tomando um gole
de sua bebida.
Melissa não perdeu tempo, subiu no palco e tomou o microfone das
mãos do loiro, dizendo:
— Lizzy, não tem nada mais gratificante do que te ver casada com
meu irmão. Quando te ofereci a fazenda para passar uns dias, eu tinha
esperanças de que se apaixonassem um pelo outro. Eu sabia que não se
entenderiam de início, pois são dois cabeças-duras, mas sonhar não custa
nada, não é? — disse descontraída.
Nossos amigos riam, assoviavam, aplaudiam. Era uma algazarra só.
Melissa tinha o dom de contagiar as pessoas com sua alegria e
espontaneidade.
— Benjamin, eu o admiro por ter tido coragem de ir até Nova York
atrás do amor da sua vida. Não é como uns e outros que não lutam pelo que
querem. Além do mais, nem toda mulher está disposta a esperar por um
cowboy xucro a vida inteira. Homem que é homem pega o que lhe pertence e
ponto final.
Sem mais delongas, vou aproveitar o ensejo e fazer um comunicado
importante — disse ela, fazendo o capataz ranger os dentes. O homem estava
tão bravo que sua respiração saía pesada. Parecia um touro enfurecido.
— Fala logo! Estamos megacuriosas — gritaram nossas amigas, um
tanto bêbadas.
— O que diabos a Melissa está aprontando? — resmungou Benjamin,
estreitando os olhos.
— Vai bem anunciar que está noiva do almofadinha que veio com ela
— ironizou Sebastian, olhando para mim, esperando que eu falasse do que se
tratava.
— Não olhem para mim desse jeito. Eu não sei de nada, se é o que
estão se perguntando. Mas que o Luke é um pedaço de mau caminho, isso ele
é. Só de olhar, dá para ver que o homem é muito bom de cama — provoquei
o capataz, botando lenha na fogueira.
— Elizabeth Collins! Se comporte como uma mulher casada e mãe de
família. Não queira que eu perca minha paciência com você no dia do nosso
casamento — rosnou o cavalão, nada contente com o meu comentário.
Diacho de homem lento! Sequer entendeu a jogada...
— Aposto que ele não tem tanta pegada quanto um peão — bufou o
capataz, cruzando os braços. Ele estava vermelho de raiva, se mordendo de
ciúmes.
— O que diabos deu em vocês, hein? Ou melhor, que porra
colocaram dentro desses doces? Tá todo mundo virado ao avesso.
É amor, garanhão. Amor reprimido, mas não deixa de ser amor.
— Deixa de suspense, amiga! — Chloe e Abigail gritaram ao mesmo
tempo.
— Tá bom. Eu vou contar. É que... — disse Melissa, fazendo charme.
— é que eu vou voltar a morar em Austin! — confessou, dando um gritinho
de animação. — Desde que a Lizzy veio embora, venho me sentindo muito
sozinha. Está na hora de voltar para casa, ajudar meus irmãos nos negócios da
família e ficar perto das pessoas que amo.
— Puta que pariu! Agora fodeu tudo — disse Sebastian, atordoado.
Era o fim dos dias de sossego do loiro. O furacão Melissa estava prestes a
retornar ao Texas.
— Que notícia boa, não é, Sebastian? — indaguei com um leve
arquear de sobrancelha.
— Só se for para vocês — retrucou ele encarando a loira, que descia
do palco.
Como o jantar já tinha sido servido, Ben e eu nos dirigimos até a mesa
para cortarmos o bolo. Depois de provarmos a primeira fatia, cortamos o
restante, que foi distribuído entre os presentes.
A festa não tinha hora para acabar. Os solteiros paqueravam, os
casados conversavam e dançavam agarradinhos. Bia e as outras crianças
corriam pra lá e pra cá, brincando animadas, sem preocupação.
— Agora que todo mundo já comeu. Será que podemos ter nossa
dança, bela donzela? — indagou Benjamin, dando um sorriso de canto de
boca, fazendo-me derreter toda.
— Será uma honra — respondi, dando-lhe a mão.
Ele me puxou para o meio do salão e dançamos agarradinhos.
— Você está feliz, meu amor? — indagou ele, olhando em meus
olhos, enquanto dançávamos ao ritmo da música.
Benjamin estava com um brilho diferente no olhar. Um brilho de
felicidade, realização e esperança. Encostei minha cabeça em seu peitoral e
respondi baixinho:
— Estou muito, muito feliz. Ao seu lado, eu tenho tudo que preciso.
Fiz uma promessa silenciosa para mim mesma, de que faria o possível
e o impossível para que fôssemos felizes até o fim dos nossos dias. Levantei
o rosto e o fitei. O cowboy sorriu para mim e me deu um beijo. Continuamos
dançando, com os olhos fechados, curtindo aquele momento tão especial para
nós dois.
Quando a música acabou, ele disse:
— Acho melhor você jogar logo o buquê. Daqui a pouco os potrinhos
vão chorar pedindo peito e teremos que ir para casa.
— Agora mesmo, amor da minha vida — respondi, olhando para os
potrinhos, que estavam sob os cuidados das avós. Bertha e dona Margareth
não perdiam a oportunidade de paparicar os bebês e a Bia.
São duas vovós corujas, mesmo. Não é à toa que a bonequinha
prefere estar na companhia delas, do que comigo e com o pai.
Subi ao palco e falei:
— Garotas, se preparem! Chegou a hora de jogar o buquê! Quem será
a próxima a desencalhar, hein? — perguntei animada, balançando o buquê,
fazendo uma dancinha.
— Eu! — gritaram em uníssono, eufóricas, se posicionando em frente
ao palco. Até a Bertha se juntou às meninas. Melissa por outro lado, preferiu
degustar seu champagne, um pouco mais afastada. Não estava nem aí para
pegar o buquê.
Virei-me de costas e comecei a contar: é um, é dois... — gritava,
fazendo suspense. Depois de contar umas três vezes, joguei-o o mais forte
que pude, virando-me rapidamente para ver quem tinha sido a sortuda, ou
melhor, o sortudo.
O buquê passou por cima de todas as garotas, caindo nos braços do
Sebastian, que observava a algazarra com o Ben, Noah e o xerife.
O Loiro olhava, fixamente, para o buquê. Parecia não saber o que
fazer com ele. Os convidados o observavam sem entender o que estava
acontecendo. Sem falar nada, ele entregou o buquê ao Noah e começou a
caminhar para fora do celeiro, deixando-nos confusos. Pedi para os rapazes
da banda animarem os convidados e desci do palco.
— Sebastian, espere! — gritei, tentando alcançar o loiro.
— Deixe-o ir, potranca. Não se preocupe, daqui a pouco o Walker
volta. Esse é o jeito dele. Que tal levarmos os bebês para dormirem?
Aproveitamos e consumamos o casamento — falou Ben, puxando-me pela
cintura.
— Não acha que está cedo demais para darmos início a lua de mel,
cowboy?
— Que nada! A gente dá o mamá dos potrinhos, os colocamos para
dormir e damos uma rapidinha. Depois voltamos para a festa. Bertha disse
que ficaria de olho neles.
— Você sempre pensando em tudo, né? — falei, arqueando uma
sobrancelha, enquanto enroscava minhas mãos em seu pescoço. Ele sorriu e
disse:
— Hoje a Bia vai voltar a dormir no quarto dela. O Noah disse para a
sapeca que se continuasse dormindo conosco, a cegonha não traria um novo
irmãozinho para ela.
— E ela aceitou tudo numa boa? — perguntei segurando uma risada.
— Sim. Mas somente, depois do Noah ter respondido um mundaréu
de perguntas. Inclusive, quando é que a cegonha vai trazer bebês para ele e
para a Melissa.
— Se não perguntasse não seria a Bia. Nossa princesinha não deixa
passar uma — declarei admirada com a esperteza da pequena.
— Venham, pessoal! Vamos tirar uma foto. — Escutei Bertha
chamando os presentes para uma foto em conjunto. Todos saímos do celeiro e
nos reunimos no gramado do jardim.
O fotógrafo pediu que os padrinhos e os noivos ficassem à frente, com
os convidados logo atrás.
— Vocês dois, fiquem do lado direito dos noivos — proferiu o
fotógrafo olhando para Melissa e Sebastian, que por serem a dama de honra e
o best man, tiveram que ficar bem juntinhos.
Benjamin segurou o pequeno John e eu, a pequena Charlotte. A Bia
ficou a nossa frente, de mão dadas com seu amiguinho Nícolas.
— Sorriam! — disse o cara atrás da câmera. Logo ouvimos o clique, e
nossa história estava registrada para a eternidade. Eu me virei para o
Benjamin e olhei no fundo dos seus olhos.
— Eu amo você, cowboy!
— Eu também te amo, meu Raio de Sol!
FIM!
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