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Renata Bispo

Copyright © 2023
— Vou te beijar agora, tudo bem? — Pergunta, mas minha boca está tão
seca, que não consigo responder. Apenas assinto.Cola a boca na minha, bem
devagar, testando. Passa a língua em meu lábio inferior e no superior, me
levando a loucura, dou um suspiro e ele aproveita para invadir minha boca
com sua língua. Encosto minha língua na dele, e ele solta um rosnado
sensual, segura minha nuca mais forte e aprofunda o beijo, nossas línguas
estão em uma dança extremamente sensual. Escuto um gemido sexy e custo
a entender que fui eu que emiti esse som. Rápido demais, o carro estaciona e
ele para o beijo lentamente.
Emir e Briana
(A secretária do magnata turco)
Renata Bispo
rfgbispo@gmail.com
Copyright © 2023
Primeira Edição 2023
São Paulo – SP
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breves citações incluídas em revisões críticas e alguns outros usos não-
comerciais permitidos pela lei de direitos autorais.
Nome do Autor: Renata Bispo
Capa: Renata Bispo
Imagens: Adobe Stock e DepositPhotos
Esse é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares, negócios,
eventos e incidentes são ou produtos da imaginação da autora ou usados de
forma fictícia. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas ou
eventos reais é mera coincidência.
Sumário

Sinopse

Nota da Autora

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16
Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20

Capítulo 21

Capítulo 22

Capítulo 23

Capítulo 24

Capítulo 25

Capítulo 26

Capítulo 27

Capítulo 28

Capítulo 29

Capítulo 30

Capítulo 31

Capítulo 32

Capítulo 33

Capítulo 34

Capítulo 35

Capítulo 36
Capítulo 37

Capítulo 38

Capítulo 39

Capítulo 40

Capítulo 41

Capítulo 42

Capítulo 43

Capítulo 44

Capítulo 45

Capítulo 46

Capítulo 47

Capítulo 48

Capítulo 49

Capítulo 50

Capítulo 51

Capítulo 52

Epílogo 1

Epílogo 2

Bônus

Obras da Autora
Papo com a Autora
Sinopse
Aviso: pode conter gatilhos

A Secretária do Magnata Turco, é o primeiro livro da série Magnatas


Turcos, é um volume único, os próximos da série, poderão ser lidos
separadamente, mas podem conter spoilers dos anteriores.

Emir Aslan, é um advogado implacável e que só pensa em sua carreira,


com trinta e oito anos, só vive relacionamentos de uma noite, sem amarras.
Sua única regra é: não se envolver com suas funcionárias.
Lindo, charmoso e bem-sucedido, é só um estalar de dedos para que várias
mulheres apareçam dispostas a ocupar sua cama.
Até que um elevador quebrado e uma moça a procura de emprego, fazem
com que ele questione suas próprias diretrizes.
Briana Martinelli, é uma garota de vinte quatro anos, cheia de traumas.
Foi abusada sexualmente em seu primeiro ano de faculdade e teve que deixar
todos os seus sonhos para trás.
Chamada para uma entrevista de emprego, jamais imaginaria, que o
homem lindo que ficou preso com ela no elevador era o dono da empresa.
Após uma injustiça que cometem com ela, acaba sendo entrevistada pelo
próprio senhor Aslan.
Será que Emir, deixará sua regra de lado por Briana?
Será que Briana, conseguirá deixar seus traumas de lado, e conseguir se
envolver com Emir?
Para todos que sonham com um galã turco para chamar de seu.

São Paulo, julho de 2023.


Nota da Autora
A Secretária do Magnata Turco, é o livro 1 da série Magnatas Turcos que
contará a história de Emir, um advogado turco e Briana, uma secretária
brasileira.
Briana é cheia de traumas, seu passado foi repleto de perdas e traições de
pessoas que se disseram seus amigos. Emir, é a confiança em pessoa e nunca
imaginou se relacionar com uma funcionária, mas a vida tem suas surpresas,
não é mesmo?
Todos os irmãos de Emir, que aparecem no livro, serão protagonista de
obras próprias.
Um beijo no coração e boa leitura!

Renata Bispo
Prólogo
Seis anos antes

Acordo com a cabeça doendo, a boca seca. Olho em volta e agora estou
sozinha no porão da casa de Henrique, onde ele faz suas festinhas.
Tento me levantar e minha cabeça roda. Estou com uma dor horrível no
meio das pernas, as lembranças do que aconteceu voltando com força, a bile
vem até minha boca, só me pergunto o que fiz para eles se acharem no
direito de fazer isso comigo.
Henrique me convidou para uma festa no porão da casa dele. Nunca fui
em festas, mas, desde que ele e Victor se aproximaram, considero-os meus
amigos. Não tive amigos no colégio. O fato do meu pai ser o zelador,
morarmos na casinha que fica nas dependências do colégio e eu ter estudado
com bolsa integral contribuiu para que as pessoas de “alto padrão” ficassem
longe.
Agora na faculdade, todos sabem que também estudo com bolsa integral,
o colégio em que estudei era de fato ótimo, e eu sempre fui muito aplicada
nos estudos, então a consegui com algumas provas.
Sempre fui muito introspectiva, mas Henrique chegou de mansinho,
querendo ser meu amigo, eu confiei nele, inclusive me passava à impressão
de que gostava de mim de maneira romântica. Me apresentou ao Victor, que
também foi sempre muito legal comigo. Estávamos no primeiro semestre de
engenharia da computação.
Quando cheguei na festa e só havia nós três. Achei estranho, mas eles
disseram que eu havia chegado cedo e os outros estavam a caminho. Relaxei.
Me ofereceram uma cerveja. Não sou de beber álcool, mas, para não parecer
careta, aceitei. Quando estava na metade da latinha, comecei a ficar tonta.
Então, joguei o restante que estava na lata fora sem eles verem, mas já era
tarde demais.
Minha cabeça ficou confusa, parecia que eu estava no meio de um
pesadelo, os dois em cima de mim, se revezando, me molestando, a dor era
intensa enquanto eles arrancavam à força minha inocência, me arrependi de
não ter tomado toda a latinha, assim talvez eu tivesse apagado de vez.
Depois, veio o silêncio, a escuridão, a dor e a vergonha. Não sei quanto
tempo se passou, me levanto, cambaleando, pego minha bolsa e saio da casa.
Chego em casa chorando muito e meu pai, com todo seu carinho, me
acolhe e espera que eu conte o que aconteceu. Conto tudo, porque entre nós,
nunca houve segredos. Imediatamente ele me leva até uma delegacia, conto
tudo para o delegado que me olha com estranheza. Fico muito
envergonhada. Faço todos os procedimentos, inclusive corpo de delito, onde
constatam que houve penetração.
Quando os estupradores, são chamados para depor, as ameaças começam.
Até mesmo o dono do colégio onde meu pai trabalha, “alerta” que se
levarmos adiante o processo, ele não poderá mais nos abrigar e ele perderá o
emprego, afinal, os Alcântaras e os Medeiros, sempre doam generosas
quantias para as melhorias no colégio.
Converso com meu pai, que transtornado, aceita que eu retire a queixa.
Não trabalho e temos Luana, minha irmã com quatorze anos, não teríamos
para onde ir. Mas o pior ainda estava por vir.
Após duas semanas de licença da faculdade, onde a reitora, que sempre
acreditou em mim, me concedeu, volto a estudar.
Sou completamente humilhada, tanto por alunos, que no meu curso são
predominantemente masculinos, quanto por alguns professores machistas.
Falam que estava doida para transar com os dois, e depois que eles não me
quiseram mais, inventei essa história. Que eu era puta, mentirosa.
Aguentei firme, durante dois meses, mas a gota d’agua, foi o dia em que
um rapaz, me agarrou no banheiro e quis me violentar também, consegui
escapar e saí correndo da faculdade. Nunca contei para ninguém o que ele
fez, com certeza, não iriam acreditar, mas depois desse dia, nunca mais
voltei.
Capítulo 1
Dias atuais

Desperto assustada, suando, fazia muito tempo que não tinha pesadelos,
mas acho que a tensão que estou sentindo nos últimos dias, foi um gatilho
para isso.
Olho no relógio e ainda são cinco da manhã, minha entrevista está
marcada para às nove horas. Ainda tenho bastante tempo, mas como não
conseguirei dormir mais, acabo me levantando para fazer um café, assim não
preciso gastar dinheiro na rua.
A entrevista que farei será para o cargo de Secretária Executiva Júnior, em
um conceituado escritório de advocacia, onde a sede fica na Turquia, o país
que sonho em conhecer, desde quando comecei a assistir séries turcas aos
meus quinze anos.
Após largar a faculdade de engenharia da computação, optei por fazer o
curso na área de secretariado, talvez porque, em sua grande maioria, as salas
eram predominantemente femininas, não confio em homens por perto, minha
cota de macho escroto já é muito extensa.
O colégio onde estudei era de alto padrão, então inglês e espanhol, eram
matérias obrigatórias, e hoje com a internet, converso com pessoas do
mundo todo, treinando os idiomas, assim me conservo fluente.
Já trabalhei em empresas de pequeno porte, mas essa vaga pode mudar
tudo para nós, meu pai precisa se aposentar. O senhor Agenor sempre foi
muito guerreiro, mas já está com a idade avançada, para isso, teremos que
nos mudar, porque se não for mais o zelador, não poderemos morar na casa
que é propriedade do colégio.
— Bom dia, Bri! — Minha irmã Luana entra na cozinha, com certeza para
pegar a mamadeira do meu lindo sobrinho Gael de dois aninhos. Sim, ela é
mãe solo e tem apenas vinte anos.
— Bom dia, Lua!
— Acordou cedo. Sua entrevista não é mais tarde?
— É, sim, nove horas. Mas estou muito ansiosa e não consegui dormir
direito.
— Não esquenta Bri. Tenho certeza que dará tudo certo!
— Espero que sim, Lua. Vamos torcer para isso. E o Gael já acordou?
— Está resmungando, vim pegar a mamadeira dele. Assim já enche a
barriguinha e dorme até mais tarde — ficamos em um silêncio confortável,
enquanto ela faz a mamadeira.
— Boa sorte Bri!
— Obrigada, Lua — agradeço, ela vem, me dá um beijo e volta para o
quarto.
Tomando meu café, repasso tudo que possa ser perguntado na entrevista,
sei que não tenho experiência em grandes empresas, mas tenho
qualificações. Darei o meu melhor.
Coloco a saia-lápis cinza e a camisa branca, que comprei em três vezes
sem juros, exclusivamente para essa entrevista, faço um coque alto, com
alguns fios propositalmente soltos, brincos imitando pérolas e um scarpin
nude, estou me sentindo muito executiva, autoestima é tudo.
Saio de casa duas horas mais cedo, assim tenho certeza que não chegarei
atrasada, a pior coisa a se fazer em uma entrevista de emprego é chegar
cansada, suada e em cima da hora. Ou pior, atrasada, quero chegar
tranquilamente.
Vou de metrô até a zona sul da cidade, onde fica a sede da empresa no
Brasil. Que bom que saí com tempo de folga, porque hoje o transporte está
muito lento. Demoro mais de uma hora para realizar o trajeto que em dias
normais seria realizado em quarenta minutos.
Avisto o prédio que está do outro lado da avenida, é lindo, imponente,
todo espelhado, demonstrando o quanto é luxuoso. Tem alguns bancos
próximo a uma praça, decido sentar lá um pouco, afinal ainda faltam trinta e
cinco minutos, aguardarei até faltar quinze, não quero chegar em cima da
hora, mas também não quero chegar muito cedo.
Fico sentada observando as pessoas passando, todas muito apressadas.
Fico inventando histórias para elas na minha cabeça, sou mais de observar,
do que me envolver, não faço amizade fácil, tenho tendência a desconfiar da
maioria das pessoas.
Faltando quinze minutos para a entrevista, me dirijo até o prédio, levanto
minha cabeça, nessas horas temos que demonstrar confiança, mesmo que por
dentro eu esteja querendo sair correndo dali.
Falo com a recepcionista, pego um crachá de visitante e me dirijo até o
elevador. Quando as portas estão se fechando, uma mão grande se enfia no
vão e as portas voltam a se abrir, fico contrariada, mas, falo um bom dia, o
homem, só resmunga em resposta. Que grosso!
Parece que está tudo bem e que logo as portas se abrirão no andar da
minha entrevista. Mas com um solavanco o elevador para e as luzes se
apagam. Isso não pode estar acontecendo comigo, só pode ser uma piada de
mau gosto do universo.
Capítulo 2
— Não… não… não pode ser, isso só pode ser piada, eu não acredito que
me preparei tanto para esse dia e vai acabar assim, comigo presa no
elevador. — Estou em pânico, andando de um lado para o outro. Encosto na
parede e vou escorregando com as mãos tapando os olhos, quando sinto
mãos grandes me segurando.
— Cuidado moça, tenha calma — escuto a voz grossa, havia esquecido
totalmente do homem que estava aqui comigo — Vou ligar para alguém e
avisar. Droga! Está sem sinal.
Olho para cima, por o homem ser bem uns dez centímetros mais alto do
que eu. E olha que não sou nenhuma baixinha, tenho um metro e setenta e
estou de salto. O que vejo me deixa desconcertada. Um par de olhos tão
negros parecendo ônix, uma barba espessa, muito bem feita, cabelos revoltos
de um preto muito brilhante. Deu vontade de tocar para ver se são tão
macios quanto estou imaginando, ele parece um galã de novela turca. Fico
uns bons segundos olhando aquele ser lindo atônita.
— Moça, você está bem? — Pergunta, me dando uma leve chacoalhada,
nossa, o perfume dele é divino, deveria ser proibido alguém ser tão cheiroso.
Como deve ser encostar o nariz no seu pescoço e aspirar direto da fonte?
Balanço a cabeça para sair do meu devaneio. Porra, eu nunca fico
deslumbrada por homem nenhum, pelo menos não na frente deles.
— Sim… quer dizer não, não estou bem — falo lembrando o que está
acontecendo e me desesperando novamente, ele recua um passo,
provavelmente achando que sou louca. Começo a falar sem parar, como
sempre faço, quando fico nervosa.
— Tenho uma entrevista de emprego, me preparei com muita
antecedência, estava no horário, e agora acontece isso. A senhora que me
ligou disse que aqui não se toleram atrasos — falo, recomeçando a andar de
um lado para outro.
— Preciso tanto desse emprego, é a chance do meu pai se aposentar. De
poder alugar uma casa e não viver mais nas dependências do colégio. —
Começo a divagar, esquecendo-me novamente do homem que está aqui
comigo. — E agora, vou chegar atrasada, saí com duas horas de
antecedência de casa, para no fim, ficar presa no elevador com um galã de
novela turca! — Vou falando tudo de uma vez, porque quando fico nervosa,
meu filtro entre o cérebro e a boca fica esquecido.
— Moça — fala um pouco mais alto, me assustando. — É só avisar que
você teve um problema com o elevador, aposto que conseguirá fazer sua
entrevista — dou uma risada, parece mais um grasnar, e ele me olha
parecendo espantado.
— O senhor não entende, esse aqui é um escritório turco! — Grito e ele dá
um passo para trás — O mais conceituado em diversos países. Seria um
sonho conseguir trabalhar aqui, muito dos meus problemas seriam resolvidos
com o salário de secretária executiva que eles pagam — falo atropelando
tudo — Fora a experiência maravilhosa! — Exclamo, sonhando em conhecer
a Turquia. Olho para ele que está me olhando com tanta intensidade que fico
envergonhada, afinal nem conheço esse homem, e estou falando mais do que
devia.
Encosto em um canto, me sentindo derrotada enquanto os minutos vão
passando.
Gostaria que um buraco se abrisse e eu desaparecesse. Nenhum de nós
fala nada, fica um silêncio incômodo. Começo a bater o pé lentamente,
contando as batidas, para ter algo em que me concentrar, que não seja esse
homem lindo. Nunca saberia puxar uma conversa, com alguém como ele, ou
melhor, alguém como ele, nunca se interessaria em conversar com alguém
como eu.
— Tem alguém aí — escuto uma voz, saindo dos alto-falantes.
— Sim! Estamos aqui! — Grito desesperada. O homem vem para perto de
mim e num momento de loucura acho que ele vai me agarrar, mas para
minha total surpresa, não fico com medo e sim ansiosa.
— Tem, sim, estamos eu e uma moça presos aqui — ele fala com sua voz
rouca, e percebo que ele só veio perto de mim, para apertar o botão do
painel, que eu no desespero me esqueci completamente. Que vergonha!
— Certo, senhor, já estamos trabalhando para resolver o problema, logo
estarão livres — o homem fala me dando esperanças de conseguir realizar
minha entrevista.
— Tem que apertar para ele te escutar — me explica como se eu fosse
alguma criança, foi só um minuto de distração e desespero.
— Obrigada! — Agradeço, mas com um tantinho de ironia que o faz
arquear a sobrancelha perfeita dele. Volto para o canto e decido ignorá-lo
novamente, e ele faz o mesmo comigo.
E exatamente nove e meia, o elevador, como que por mágica, acende as
luzes e volta a subir, como se nada tivesse acontecido. Agora que eu já
estava meia hora atrasada, ia tentar realizar a entrevista.
Chego ao andar da entrevista e antes de sair me despeço do homem mais
lindo que já vi pessoalmente. Ele apenas balança a cabeça quando murmuro
um tchau, é realmente arrogante. Apesar de eu ter contado todas as minhas
frustrações em relação a estar presa, ele quase não disse nada. Gostaria de ter
um autocontrole assim.
Avisto a recepcionista, respiro fundo e vou até ela. Estou apreensiva pelo
atraso, mas já que estou aqui, vou pelo menos tentar.
— Bom dia, vim para a entrevista de Secretária Executiva Junior — falo
torcendo para não perceber o quanto estou atrasada.
— Qual seu nome? — Ela pergunta, me olhando com desprezo, devo estar
toda bagunçada, deveria ter conferido minha aparência no espelho.
— Briana Martinelli.
— Ah, sua entrevista estava marcada para nove horas, agora são nove e
meia, as outras duas candidatas já passaram na sua frente — fala com ar de
deboche. Não gostei dela.
— Eu sei, tive um problema com o elevador. Ficou mais de meia hora
parado. Eu estava adiantada — ela arqueia uma sobrancelha para mim.
— Desculpe senhorita Briana, infelizmente aqui nessa empresa, não
toleramos atrasos. A pessoa que está fazendo as entrevistas, tem um tempo
muito contado, infelizmente ela não poderá te atender. Ficaremos com o seu
currículo, se surgir uma nova oportunidade, entraremos em contato. — Já
nem escuto direito o que ela fala, agradeço e volto para o elevador,
totalmente arrasada.
Dessa vez essa caixa de metal do mal, funciona direitinho, parece até que
está debochando de mim, começo a chorar. Perdi minha chance. Não pude
nem tentar, isso é muito injusto — mas quando a vida foi justa com você? —
meu subconsciente me lembra. — Entrego o crachá para a recepcionista que
me olha com pena, vendo minhas lágrimas sendo derramadas.
Sento na mesma praça, do outro lado da rua. Fico olhando para o edifício,
choro mais um pouco. Ainda não estou pronta para ir para casa.
Olho no relógio, já são dez e meia, me levanto para ir e meu celular toca,
um número desconhecido, atendo, porque com tantos currículos que
entreguei, pode ser alguma entrevista.
— Senhorita Briana Martinelli? — Definitivamente é uma entrevista.
— Sim, em que posso ajudar? — Minha voz sai um pouco fanha devido
ao choro.
— Sou Alana responsável pelo RH do grupo Aslan. A senhorita tinha uma
entrevista de emprego aqui conosco, mas teve um problema e se atrasou
correto? — Meu coração dá um duplo mortal carpado.
— Sim, correto, a moça que estava na recepção me disse que eu não
poderia mais realizar a entrevista — falo um pouco rancorosa.
— Realmente, não toleramos atraso, mas no seu caso, abriremos uma
exceção. A senhorita consegue… voltar agora? Na verdade, estaria me
fazendo um grande favor, voltando. Eu poderia implorar para voltar — fala,
me deixando muito confusa.
— Sim, na verdade, estou bem próxima ainda, posso chegar em quinze
minutos. — Usarei esse tempo para ajeitar minha cara, que deve estar
péssima.
— Ai, graças a Deus, muito obrigada! — Não estou entendendo essa
comoção dela — Tem mais uma coisa, o próprio senhor Aslan irá te
entrevistar — fico em choque, pelo nome serei entrevistada pelo dono?
Quinze minutos depois, estou subindo novamente na caixa do mal, agora
diretamente para o vigésimo sétimo andar. Onde fica a presidência. Minhas
pernas tremem tanto, não estou entendendo nada, meu coração parece uma
bateria de escola de samba.
— Com licença, eu sou a Briana Martinelli, tenho uma entrevista com o
senhor Aslan — falo para uma senhora que está na recepção com cara de
simpática.
— Ah, sim, senhorita Briana, ele está te aguardando, vou anunciá-la —
pega o telefone, fala que estou aqui e logo desliga.
— Pode entrar — fala toda sorridente.
— Posso te fazer uma perguntar? — Ela assente — O que devo esperar
dessa entrevista?
— Só coisas boas, minha filha, pode ter certeza — sorri como se fosse
uma avó sorrindo para neta, assinto, sorrio e me encaminho para porta. Dou
duas batidas e olho para a senhora que me incentiva a entrar.
— Com licença, senhor Aslan — ele está de costas, mas assim que se vira,
para minha mais absoluta surpresa, é meu galã turco do elevador.
— Que bom que conseguiram te contatar, senão algumas pessoas seriam
demitidas hoje — fala com aquela voz rouca e sexy.
Fico parada, com os olhos arregalados e segurando minha bolsa como se
fosse um bote salva-vidas.
— Sente-se senhorita Briana, tenho uma proposta para te fazer.
Capítulo 3
Chego apressado ao prédio da Aslan, tenho uma reunião em quinze
minutos, preciso ir até os elevadores comuns, pois justo hoje meu elevador
privativo está passando por manutenção.
Quando estou chegando, observo as portas de um elevador fechando, mas
consigo colocar a mão no vão e as portas se abrem novamente. Bom que não
está cheio, só tem uma moça dentro que me cumprimenta com um bom dia,
apenas resmungo de volta, quero passar despercebido, sem dar chance de
algum funcionário me reconhecer e puxar conversa. Não estou de bom
humor.
Tudo parece tranquilo, até que com um solavanco o elevador para e as
luzes se apagam, que porra, mas antes mesmo de fazer qualquer comentário
a moça que está aqui começa a surtar, percebo que ela está quase caindo, por
um impulso a seguro pelos braços delicados.
— Cuidado, moça, tenha calma — falo, já tirando meu celular do bolso,
mas parece que a assustei — vou ligar para alguém e avisar. Droga! Está
sem sinal — constato e o coloco novamente no bolso.
Olho para baixo, porque sou mais alto que ela. Quando seus olhos me
encaram, são de um tom de azul, extremamente lindos, parecem violeta, um
rosto delicado, boca em formato de coração, um perfume gostoso, seria
cereja? Não consigo identificar.
— Moça, você está bem? — Pergunto por que ela está parecendo que vai
ter uma síncope.
— Sim… quer dizer não, não estou bem — começa a falar sem parar —
Tenho uma entrevista de emprego, me preparei com muita antecedência,
estava no horário, e agora acontece isso. Uma coisa que a senhora que me
ligou falou, é que aqui não se toleram atrasos. Preciso tanto desse emprego, é
a chance do meu pai se aposentar, de poder alugar uma casa e não viver mais
nas dependências do colégio. — Fico olhando pasmo para ela, parece que
fala sem se dar conta. — E agora, vou chegar atrasada, saí com duas horas
de antecedência de casa, para no fim, ficar presa no elevador com um galã de
novela turca.
Espera, o quê? Galã de novela turca? Fico tentado a gargalhar, o que seria
muito incomum, poucas coisas e pessoas me fazem gargalhar.
— Moça — falo e ela parece se assustar novamente, que intrigante. — É
só avisar que você teve um problema com o elevador, aposto que conseguirá
fazer sua entrevista.
Sei muito bem das regras de não tolerar atrasos, eu mesmo as fiz, mas
tenho bom senso e espero isso dos meus funcionários, não foi culpa dela,
realmente ela estava adiantada, o elevador que a atrasou.
— O senhor não entende esse aqui é um escritório turco! — grita, me
fazendo dar um passo para trás. Deve ser louca — O mais conceituado em
diversos países. Seria um sonho conseguir trabalhar aqui, muito dos meus
problemas seriam resolvidos com o salário de secretária executiva que eles
pagam — justo, pagamos bem aos nossos funcionários — Fora a experiência
maravilhosa — essa última parte, fala com olhar sonhador.
Fico olhando atentamente para ela, falou aquilo com tanta paixão, será
que me reconheceu? Ela não parece estar dissimulando.
Ao contrário do que ela pensa, eu entendo, sim, esse escritório só é tão
conceituado, porque eu e minha família trabalhamos duro para que ele seja.
Fico a observando atentamente intrigado e um pouco deslumbrado, pela
beleza. Certo, muito deslumbrado com a beleza, ela parece uma joia
preciosa.
No meu mundo, muitas pessoas são fingidas. Sempre querem tirar
algum proveito quando estou por perto. Mas agora vendo ela quieta quase
encolhida no canto, me faz acreditar ainda mais que está sendo sincera.
Gostei mais do que deveria em ver aquela paixão em seus olhos. Será que
ela é assim em todos os campos da sua vida? Até na intimidade? Melhor não
ir por esse caminho, já estou algum tempo sem transar e isso está me
afetando mais do que devia.
— Tem alguém aí — a voz sai pelos alto-falantes.
— Sim! Estamos aqui! — A doida grita, como se ele fosse escutar. Vou
até o painel que está próximo a ela, que arregala os olhos. Aperto o botão e
me comunico como uma pessoa normal faz.
— Tem, sim, estamos eu e uma moça presos aqui — respondo e ela fica
corada, fica mais linda ainda. Porra, Emir, para de cobiçar a moça, ela pode
se tornar sua funcionária, penso frustrado.
— Certo! Senhor, já estamos trabalhando para resolver o problema, logo
estarão livres — o homem fala. Estou puto, imaginando que todos estão me
aguardando para a reunião. Detesto atrasos, inclusive os meus.
— Tem que apertar para ele te escutar — explico, vai que em algum
momento, isso acontece e ela está sozinha.
— Obrigada! — Agradece, mas sinto um tom de ironia, arqueio uma
sobrancelha para ela, afirmando que entendi o recado. Ela volta para o canto
me ignorando novamente e faço o mesmo com ela.
Quando menos espero, o elevador volta a funcionar, ela desce no andar do
RH murmurando um tchau, não falo nada e sigo para meu andar.
Saio do elevador e cumprimento minha secretária, dona Mirtes. Na
verdade, era secretária do meu pai e quando ele voltou para a Turquia eu a
“herdei”. Sempre brinco falando que ela é a melhor herança que meu pai me
deixou na empresa. Está querendo se aposentar, o marido se aposentou
recentemente e querem viajar o mundo enquanto têm saúde, só preciso achar
alguém à altura dela.
— Bom dia, Emir. O cliente da reunião das nove, pediu para te avisar que
teve um problema. Ele vai ligar para marcar outro horário — fico até
aliviado, pelo menos não fiz ninguém esperar.
— Obrigado, Mirtes, foi até melhor assim — digo e ela assente.
Entro em minha sala, mas não consigo me concentrar, toda hora lembro-
me da menina do elevador, ela parecia tão desesperada por um emprego, será
que ela conseguiu realizar a entrevista? Porra, nunca me preocupei com
essas coisas, mas enquanto não souber, não conseguirei dar andamento ao
meu trabalho.
— Mirtes, ligue para a senhorita Alana do RH, por favor. Hoje uma moça,
loira, de olhos azuis, chegou atrasada para uma entrevista de emprego aqui
no nosso escritório. O elevador em que estávamos deu um problema, por
isso ela se atrasou. Pergunte se ela conseguiu realizar a entrevista.
Estou tendo uma ideia, não sei se é boa, ela é muito jovem pelo que pude
ver, mas me pareceu determinada, pode ser que dê certo.
— Mirtes, pode vir na minha sala um momento? — Preciso consultar a
pessoa mais interessada nisso.
— Pois não, meu menino? — ela sempre me chama assim quando
estamos sozinhos — já liguei para o RH, a Alana dará um retorno assim que
souber mais detalhes. — sempre eficiente.
— Certo. Quero fazer uma pergunta importante. Acha que consegue
treinar alguém de fora para ocupar o seu lugar? — Ela dá um sorriso
enorme.
— Posso treinar qualquer pessoa — fala com a confiança de quem
trabalha aqui há trinta anos.
— Essa moça que pedi para você perguntar para senhorita Alana. Percebi
que tem bastante potencial, mas vou deixar você avaliá-la. Oferecerei um
contrato de três meses de experiência. Não estou prometendo nada, mas, se
no final ela conseguir aprender tudo. Você poderá se aposentar mais cedo —
o sorriso que ela me dá, consegue iluminar o andar inteiro.
— Farei o meu melhor, mas se ela não for boa o bastante, encontraremos
uma que seja. — É categórica, e sempre a admirei pelo seu trabalho
impecável, tenho certeza, que ela encontrará a melhor.
O telefone dá mesa dela toca e ela atende pelo meu — sim, Alana, não a
entrevistaram? — Porra, como assim não a entrevistaram?
— Mirtes, me dá o telefone, por favor — ela me passa cautelosa —
Senhorita Alana, por que você não entrevistou a moça?
— Ela estava atrasada, senhor Aslan e... — Não a deixo terminar de falar.
— Sim, ela teve um imprevisto e não, ela não estava arrumando desculpas
— falo enfático, porque sei que foi isso que pensaram. — Fiquei preso com
ela no elevador, você deveria ter mais empatia com os candidatos — estou
com tanta raiva que nem a deixo responder. — Ela estava adiantada quando
o elevador parou, então eu te dou meia hora para encontrá-la e marcar uma
entrevista, diretamente comigo ainda hoje. Me mande o currículo dela por e-
mail — desligo o telefone sem me despedir. Estou muito decepcionado.
Não sei por que estou tão puto com isso. Acho que é porque vi algo nessa
moça e não foi só a beleza e o perfume doce de cereja, foi potencial, paixão,
garra.
Acesso meu e-mail e enfim tenho um nome para ligar ao rosto angelical,
Briana Martinelli, 24 anos, solteira, sabia que era bem nova. Tem
experiência como secretária executiva, em pequenas empresas, mas isso não
tem a menor importância. Com o treinamento certo, ela pode se sair muito
bem. Meus pensamentos querem correr para outro tipo de ensinamentos, mas
os coloco de lado. Nem pensar nisso.
Sei que conseguiram contatá-la, Alana informou à Mirtes. Ela chegará
dentro de alguns minutos, estou ansioso. Quando já fiquei assim por alguma
mulher? Ou por alguma entrevista, ou reunião? Tenho certeza que é pela
injustiça que seria cometida se eu não a tivesse procurado.
Mirtes anuncia que ela chegou. Me levanto, e fito o horizonte pela parede
envidraçada, me preparando para o impacto de vê-la novamente. Assim que
ela entra, sinto o perfume de cereja.
— Com licença senhor Aslan — fala com a voz doce, ouvi-lá falar meu
nome, faz um arrepio cruzar o meu corpo.
Me viro e não estava preparado para a visão de seus cabelos dourados
soltos. Imagino que o coque não aguentou as emoções.
— Que bom que conseguiram te contatar, senão algumas pessoas seriam
demitidas hoje — ela fica parada, com os olhos arregalados, segurando a
bolsa como se sua vida dependesse disso.
— Sente-se senhorita Briana, tenho uma proposta para te fazer.
Capítulo 4
Ele aponta a cadeira em frente a sua mesa e me pede para sentar. Minhas
pernas estão trêmulas enquanto caminho cautelosamente para me sentar,
sentindo que a qualquer momento eu possa cair desmaiada.
Como pude não associar o galã turco com o escritório turco? Acho que eu
estava muito nervosa para ligar os pontos.
— Senhorita Briana, me chamo Emir Aslan, sou o CEO do Grupo Aslan
no Brasil. Percebi que não me reconheceu no elevador e achei melhor assim.
— Melhor não contar que não fazia ideia de como era a aparência do CEO
do grupo Aslan — mas depois da injustiça com a qual foi tratada em minha
empresa, peço desculpas pessoalmente — como assim pede desculpas?
— Senhor Aslan, me desculpe — agora estou fervilhando de raiva e não
consigo refrear o mau gênio — mas o senhor me chamou aqui apenas para se
desculpar? Porque se foi isso não precisava me fazer vir até aqui — Acho
que percebo a sombra de um sorriso, mas não tenho certeza.
— Não, senhorita, eu a chamei aqui para te fazer uma proposta de
emprego — emprego? Meu coração erra uma batida — será um período de
teste — continua e eu me seguro para não surtar na frente dele — A senhora
Mirtes, minha secretária, irá te treinar durante três meses. Caso passe no
teste dela, ela se aposentará e você irá assumir o cargo de Secretária
Executiva Sênior — acho que meu cérebro sofreu uma pane agora.
— E… eu… Aslan… Sênior — não consigo formar uma frase coerente,
respiro fundo, tentando me acalmar e ativar meu cérebro novamente, e olho
em seus olhos.
— Muito obrigada, senhor Aslan, o senhor não irá se arrepender, farei o
meu melhor — falo com minha melhor pose de profissional.
— Espero realmente não me arrepender senhorita Briana — é bem direto
e reto, assim será mais fácil lidar com ele — Agora você pode ir até o RH
para providenciarem o seu contrato de experiência, te vejo amanhã —
estende a mão, em despedida.
— Obrigada novamente, até amanhã — pego sua mão retribuindo o
cumprimento, e um pequeno choque percorre meu braço, retiro-a
rapidamente. O vejo olhando para nossas mãos com a testa enrugada. Viro as
costas e saio rapidamente. É só a adrenalina do momento.
Saio da sala, me segurando para não saltitar. A senhora Mirtes está com
um sorriso enorme.
— Eu consegui senhora Mirtes, estou tão feliz, hoje meu dia passou de
alegre para triste, e de triste para muito feliz, rapidamente — sorrio tanto que
meu rosto está até doendo.
— Eu também estou muito feliz menina. Você será minha carta de alforria
— diz e nós duas gargalhamos.
— Vamos nos dar muito bem. Vou te ensinar tudo e cair fora em três
meses — fala fazendo um gesto com a mão, ela é muito engraçada — agora
vai lá no RH para assinar os documentos.
Mais uma vez, estou no andar do RH, mas o sentimento dessa vez é muito
diferente. Observo a mesma recepcionista. Quando me olha dá um sorriso
muito falso, que não alcança seus olhos.
— Olá, senhorita Briana, pode entrar direto. Mirtes avisou que você
estava descendo e a senhorita Alana a está aguardando — fala com
educação, mas ainda noto o seu olhar de desprezo.
Dou duas batidas na porta e entro. Nesta sala há três pessoas trabalhando,
duas mulheres morenas e um homem loiro.
Uma das morenas, muito bonita e bem vestida, se levanta e vem em minha
direção.
— Olá, você deve ser a senhorita Briana — assinto e ela me dá a mão —
sou a Alana responsável pelo RH.
— Olá, senhorita Alana, é um prazer conhecê-la — falo segurando a mão
que ela estende.
— O prazer é meu. Sente-se aqui — aponta uma cadeira em frente a sua
mesa — vou redigir seu contrato e falar sobre todos os benefícios que terá.
Já passa da uma da tarde quando enfim resolvo tudo e posso ir para casa
contar a novidade para meu pai e para Lua. Assim que as portas do elevador
se abrem, para minha surpresa o senhor Aslan está lá dentro. Hesito em
entrar, mas escuto sua voz grossa.
— Entre, senhorita Briana. Acho que não seremos premiados duas vezes
no dia — diz com um pequeno sorriso de lado, o que o torna ainda mais
lindo, eu dou um sorriso meio nervoso e entro.
— Conseguiu resolver tudo que precisava?
— Sim, a senhorita Alana foi muito educada e prestativa. Explicou-me
tudo direito, como funciona, amanhã às oito horas estarei aqui conforme o
combinado — falo tudo muito rápido, porque fico nervosa perto dele.
Olho em sua direção e está me avaliando, fico nervosa com seu olhar, é
intenso e parece ler meus pensamentos.
— A partir de amanhã, quero que você use o elevador privativo da
presidência. Só estou usando esses hoje, pois ele está em manutenção.
Mostre seu crachá para o segurança que estiver nas catracas e ele te guiará
— ele vai sempre direto ao ponto.
— Mas senhor Aslan, não é necessário, posso usar esses mesmo — tento
argumentar porque é estranho considerar usar um elevador privativo da
presidência.
— Vai por mim, senhorita Briana, você irá precisar. Os funcionários
costumam ser bem invasivos com pessoas com contato direto comigo ou
com outros membros da diretoria. A senhora Mirtes também o utiliza.
— Se é assim, farei como o senhor deseja e o utilizarei — Faço a besteira
de olhar em seus olhos novamente. Parece que estão ainda mais escuros, o
clima no elevador fica tenso, não sei explicar. Quando chegamos ao térreo e
as portas se abrem, me despeço e saio quase correndo.
Chego na calçada e solto a respiração que nem sabia que estava
prendendo.
O senhor Aslan é muito intenso, mas acredito que com o passar do tempo
irei me acostumar a ele, só espero que seja rápido.
Capítulo 5
Faz uma hora, que Briana deixou o meu escritório. Estou tentando não
fazer isso, mas não consigo evitar: estou olhando as câmeras de segurança
pelo meu celular para ver quando ela sairá. Temos câmeras em todos os
lugares desta empresa, mas algumas estão limitadas ao acesso apenas para
mim e para o chefe da segurança. Não estou nem conseguindo me concentrar
no trabalho.
Vejo-a se despedindo de Alana e vou rápido até o elevador, preciso saber
se deu tudo certo. Eu poderia ligar no RH para saber. Mas que graça teria?
— Senhor Aslan, o senhor… — Mirtes me chama.
— Só um instante Mirtes já volto — ela fica me olhando com curiosidade.
Vou rapidamente até o elevador que por sorte estava parado no andar da
presidência, aperto o andar do RH para ter certeza que irá parar lá.
Quando as portas se abrem no andar, ela me vê, um lampejo de choque
passa pelos seus olhos, e ela fica petrificada.
— Entre, senhorita Briana, acho que não seremos premiados duas vezes
no dia — ela hesita, mas entra.
— Conseguiu resolver tudo que precisava? — Pergunto, tentando soar
casual, porra, quando eu tentei ser casual antes?
— Sim, a senhorita Alana foi muito educada e prestativa. Me explicou
tudo direito como funciona. Amanhã às oito horas estarei aqui conforme o
combinado — ela parece ser tão doce, mas, simultaneamente, tem uma
chama nos olhos azuis, fico tentando entender o porquê de a senhorita
Briana me fascinar tanto.
— A partir de amanhã, quero que suba e desça pelo meu elevador
privativo. Só estou usando esses hoje, pois ele está em manutenção, mostre
seu crachá para o segurança que estiver nas catracas e ele te guiará — é
loucura pensar que não a quero presa no elevador comum com outro
homem?
— Mas senhor Aslan, não é necessário, posso usar esses mesmo — fala
me contrariando, mas eu já tenho meus argumentos na ponta da língua.
— Vai por mim, senhorita Briana, você irá precisar. Os funcionários
costumam ser bem invasivos com pessoas, com contato direto comigo ou
com outros membros da diretoria. A senhora Mirtes também o utiliza — é
verdade, Mirtes passou um sufoco com alguns funcionários querendo que ela
me pedisse favores em seus nomes.
— Se é assim, farei como o senhor deseja — olho em seus olhos,
observando se ela não falou aquilo com ironia, mas tudo que vejo é
sinceridade. Me perco um pouco naquela imensidão azul, com tons de
violeta, os olhos mais lindos que já vi. Percebo que prende a respiração e
fica corada, linda pra caralho, mas minha funcionária, não posso esquecer.
Quando o elevador abre as portas, ela se despede com um até amanhã e
sai quase correndo.
Observo-a se afastar, com aquele corpo delicioso, aperto novamente o
andar da presidência, talvez agora eu consiga trabalhar.
— Senhor Aslan — Mirtes me chama assim que saio do elevador —
deixei a documentação referente ao novo escritório do Grupo Aslan na sua
mesa.
— Ok, Mirtes, obrigado!
Aquela moça teve o dom de me desestabilizar. Agora trabalhando comigo,
logo esse interesse acaba, nos veremos diariamente, e eu não saio com
funcionárias.
Meus interesses sexuais são casuais, nunca fico mais de uma vez com a
mesma mulher.
Preciso focar no trabalho, quero expandir os negócios aqui no Brasil,
tornar o Grupo Aslan o maior da América Latina. Construiremos um prédio
do zero com vários escritórios, no Rio de Janeiro.
Pelas pesquisas que fiz a melhor empresa de arquitetura no Brasil
atualmente é a Mancini’s, irei marcar uma reunião para conhecer o
Eduardo Mancini[1], o arquiteto mais competente que tem atualmente.
— Mirtes, por favor, marque uma reunião com Eduardo Mancini, veja
quando ele pode me atender.
— Ok, Sr. Aslan, irei ligar agora mesmo.
Estou bastante ansioso para a nova sede ser construída rapidamente.
Quero que seja imponente, não pouparei esforços, nem recursos para isso.
Capítulo 6
Chego em casa com um sorriso enorme no rosto, pensei em brincar com
meu pai e minha irmã falando que não consegui, mas não estou me contendo
de felicidade.
— Você conseguiu o emprego — Luana fala assim que entro em casa,
assinto.
— Eu sabia que você conseguiria — meu pai fala já vindo me abraçar.
— Foi uma coisa meio louca, vou contar tudo para vocês, é melhor do que
vocês imaginam, vou trabalhar diretamente com o CEO, secretária executiva
sênior — o queixo de Luana quase bate no chão.
— É sério isso, Bri? A vaga não era para Junior? — Indaga, espantada.
— Acho melhor vocês sentarem, vou contar tudo o que aconteceu comigo
hoje, parece até cena das novelas turcas que assisto. — Começo a contar
toda empolgada, como meu dia foi de zero a cem, muito rápido.
Após contar tudo para eles, meu pai e minha irmã, ficam tão chocados
quanto eu. Muito felizes e confiantes. Apesar de inicialmente o contrato, ser
de três meses, sei que vou me dedicar totalmente e conseguir a vaga.
Infelizmente, meu pai tem que sair para fazer algum serviço no colégio.
Se tudo der certo, logo ele se aposentará e poderá descansar, como merece.
Ficamos minha irmã e eu, sentadas na cozinha. Aproveito, para falar dos
atributos físicos do meu novo chefe.
— Lua, ele é lindo demais, no elevador eu sequer liguei o homem lindo ao
CEO da empresa, os olhos negros tão intensos, pareciam conseguir ler meus
pensamentos. — digo fazendo ar de sonhadora para dar ênfase arrancando
uma gargalhada dela.
— Agora preciso ver uma foto dele, vou pesquisar. Qual o nome dele
mesmo?
— Emir Aslan — falo e ela digita no celular.
— Uau Bri, que homem é esse? Como será conviver com ele todos os
dias? — Está aí um ponto em que passei o caminho todo pensando.
— Espero me acostumar logo, porque preciso me concentrar no trabalho
— e com certeza, meu novo chefe é uma distração e tanto.
— Eu teria um sério problema de concentração perto dele — ela fala e nós
gargalhamos — já pensou se ele se apaixona por você?
— Lua, você acha que vivemos em um conto de fadas? Na realidade, um
homem como esse, não olha para moças como nós, você já deveria saber —
ela dá de ombros e vai ver meu sobrinho que acordou chorando. Não
sabemos ao certo quem é o pai do Gael, Lua nunca nos contou. Só sei que na
época em que ela engravidou, me disse estar saindo com um homem rico e
mais velho. Ela nunca mencionou quem era, e ele, nunca se preocupou em
conhecer o filho.
Eu mais do que ninguém sei que homens com dinheiro, só querem se
aproveitar de mulheres como nós. Mesmo que seja à força.
Aproveito o restante do dia para me preparar, faço algumas pesquisas
sobre o Grupo Aslan, a empresa é conhecida mundialmente, está sempre em
expansão, cada irmão assumiu um país diferente, são em cinco, na Turquia
quem administra é o pai, senhor Altan Aslan.
Emir no Brasil, Erhan na França, Kerim nos Estados Unidos, Okan na
Itália e Alim na Inglaterra, todos são lindos demais, parecendo que saíram
daqueles catálogos de modelo.
Busco pelo nome de Emir, aparecem várias fotos dele com modelos
maravilhosas, sempre diferentes, não parece que tem alguma por mais de
uma vez, lindo e rico, é só estalar os dedos que deve chover mulher.
Fecho o site de buscas, largo o celular e vou me preparar, fazer a unha,
uma hidratação no cabelo, se vou trabalhar naquele lugar chique e com
aquele homem lindo, quero pelo menos ficar apresentável.
Na manhã seguinte estou uma pilha de nervos. Estou com meu vestido
preto, muito formal, com cara de secretária executiva. Ele é discreto, mas
que marca minhas curvas, acho ele sexy, sem ser vulgar, um scarpin nude e
bolsa da mesma cor do sapato, deixei meus cabelos soltos, passei uma
maquiagem leve e fui para meu primeiro dia de trabalho.
Olho aquele prédio imponente e mal consigo acreditar que trabalho aqui
agora. São sete e quarenta, mas como não quero ter atrasos, já entro logo,
mostro meu crachá para o segurança que me conduz até o elevador privativo,
bem discreto, para quem não está procurando, nem imagina que ali é um
elevador.
Minhas pernas estão tremendo, quando as portas do elevador se abrem,
vejo que está tudo silencioso e não tem ninguém, dou um suspiro aliviada,
colocaram outra mesa estrategicamente ao lado da mesa da senhora Mirtes,
presumo que seja para mim, porque não estava aqui ontem.
Vou até a mesa, coloco minha bolsa em cima e me sento na cadeira
confortável, fico aguardando a senhora Mirtes chegar, mas quando as portas
do elevador se abrem novamente, não é ela que aparece e sim o galã… quer
dizer o senhor Aslan.
Ele está lindo demais, todo de preto, com um terno de três peças, a única
cor fica por conta da gravata, de um azul bonito, quase violeta, quando me
vê a sombra de um sorriso aparece em seu rosto perfeito, e sem saber o que
fazer eu me levanto rapidamente.
— Bom dia, senhorita Briana — cumprimenta, e não deixo de notar que
me esquadrinha rapidamente.
— Bom dia, senhor Aslan — não fala mais nada, apenas entra em sua
sala, deixando a porta aberta.
Sento-me e olho para a sua sala. Só então percebo que minha mesa está
totalmente em frente à porta. Ele me olha diretamente e eu desvio o olhar
rapidamente, sentindo meu rosto queimar. Será muito difícil me concentrar
se ele deixar essa porta aberta.
Antes de entrar em desespero, a senhora Mirtes aparece, com um sorriso
enorme.
— Bom dia, Briana, tudo bem, querida?
— Bom dia, estou bem e a senhora?
— Senhora está no céu minha filha, me chame de Mirtes apenas — ela
fala e é tão maternal que meu coração se enche de amor pela senhorinha.
— Bom dia, senhor Aslan — ela para na porta dele e o cumprimenta, não
escuto sua resposta e não olho na direção da sala.
— Então, menina, vamos começar a trabalhar, porque daqui a três meses
você vai estar tinindo — fala sentando em sua cadeira.
Pela minha visão periférica, observo o senhor Aslan se levantar e fechar
sua porta, respiro aliviada, assim é bem melhor. Foram só os primeiros
minutos e já sinto minha sanidade abalada.
Capítulo 7
Hoje minha euforia para chegar à sede da Aslan tem nome e sobrenome,
Briana Martinelli, nunca uma mulher se infiltrou tanto em meus
pensamentos quanto ela.
Sei que ela me fascinou pelo simples fato de não tentar me seduzir nem
tirar proveito, naquele elevador. Nem me reconheceu, na verdade,
geralmente, as mulheres jovens, sempre tentam ser perfeitas na minha frente
e ela foi o oposto disso.
Não sei se ela já chegou, me recusei a olhar as câmeras pelo celular, não
sou stalker. Me segurei, e talvez o impacto que ela causou ontem, nem me
abale hoje, eu sempre perco o interesse rápido e, agora que é minha
funcionária, esse interesse logo será dissipado.
Assim que entro no elevador privativo, sei que ela já chegou, sinto o
cheiro de cereja no ar, é um cheiro envolvente, eu me pego fungando
tentando aspirar o máximo possível.
As portas do elevador se abrem e, minha mente não fez jus à beleza dela,
ela me olha com aqueles olhos azuis maravilhosos e se levanta depressa, eu
olho para seu corpo rapidamente, conferindo o quanto é delicioso.
Ela está com vestido preto bem-comportado e elegante, mas que em seu
corpo fica uma tentação, o quadril um pouco mais largo, a cintura fina, os
seios volumosos, são um convite a perdição.
Quando volto a olhar em seus olhos ela está olhando para a minha gravata,
será que percebeu que eu a escolhi porque me faz lembrar seus olhos?
Provavelmente não!
— Bom dia, senhorita Briana — a cumprimento, sem deixar transparecer
o turbilhão que ela causa em meus pensamentos.
— Bom dia, senhor Aslan — caralho, essa voz, falando senhor Aslan, é
tentadora demais, me faz pensar em coisas que não deveria, não com ela.
Entro em minha sala, sem falar mais nada. Deixo a porta aberta, ando até
minha mesa e me sento. Ela olha na minha direção e percebo o espanto em
seus olhos. A mesa dela está estrategicamente posicionada em frente a
minha. Fica corada e desvia o olhar rapidamente.
Fico olhando suas feições, está completamente vermelha, será um indício
de que se sente atraída também? Ou é apenas tímida. Ela não volta a olhar
em minha direção e acho até engraçado o jeito que ela se esforça para isso.
Mirtes chega e começa a mostrar como fazer o trabalho para ela. Levanto-
me e fecho a porta, se deixar aberta, passarei o dia inteiro a admirando e
esquecendo o meu trabalho.
Meu dia é sempre muito organizado. Organização é primordial para se
fazer um bom trabalho. Por isso, sei que às dez horas, Mirtes traz os
documentos que preciso assinar. Escuto duas batidas na porta, e sei que não
será Mirtes a entrar. Trabalhamos há tanto tempo que até suas batidas eu
reconheço.
— Com licença senhor Aslan — fala e entra com os documentos, meu
corpo estremece, mais uma vez com a voz doce — Mirtes pediu para eu
trazer os documentos para assinatura.
— Pode colocá-los em minha mesa — percebo como seu rosto está
corado, ela foca nos documentos em suas mãos e não me olha, vem até mim
e coloca os documentos na mesa.
— O senhor tem uma reunião com o Eduardo Mancini às quatro da tarde,
o senhor irá atendê-lo em sua sala ou na sala de reuniões? — Só me encara
quando fala comigo, aproveito para contemplar seus olhos lindos.
— Irei atendê-lo aqui mesmo — como é uma reunião preliminar, não
precisarei da sala de reuniões.
Ela fica me olhando sem saber o que fazer, eu a encaro um pouco — Se é
só isso pode se retirar — nunca fui de muita sutileza, ela irá se acostumar.
— Com licença, senhor — e sai, fico reparando no balançar dos seus
quadris e meu pau dá sinais de uma ereção, porra, não posso nem pensar
nisso, não me envolvo com funcionárias.
As horas passam sem que eu perceba, estou atolado de trabalho,
principalmente devido à expansão da empresa no Brasil, não consigo nem
almoçar.
Às duas da tarde, alguém bate em minha porta, meu coração dá uma
palpitada forte, droga estou achando que ter contratado essa mulher foi uma
péssima ideia.
— Com licença, filho — Mirtes entra me deixando com um misto de
alívio e decepção — trouxe um lanche para você, vi que não saiu para
almoçar.
— Obrigado Mirtes, e como está sendo o primeiro dia da senhorita
Briana? — Pergunto tentando parecer casual, seria melhor se ela falasse que
a moça não serve para trabalhar aqui.
— Ela é ótima, meu filho, acho que encontramos a candidata perfeita para
me substituir — alívio me atinge, estou com pensamentos tão contraditórios,
que não me reconheço — ela aprende tudo muito rápido, é atenta e dedicada.
— A parte boa é que você poderá se aposentar e viajar com seu marido
pelo mundo — falo e ela fica com o ar sonhador.
— Eu sempre amei meu trabalho, mas chega uma hora que precisamos
desacelerar e curtir um pouco, pense nisso, meu filho.
Mirtes adora dar esses conselhos enigmáticos, o trabalho sempre foi o
número um, na minha lista de prioridades, mas eu sempre me divirto, faço
muito sexo e isso é tudo que enxergo como diversão.
Capítulo 8
Quatro horas em ponto, a senhorita Briana me avisa que Eduardo Mancini
chegou. Falo para ela que o peça para entrar.
Ele é moreno, alto e com olhos verdes, sei que é um solteiro convicto
assim como eu. E que ao contrário de mim, foi pego em uma situação muito
constrangedora com sua secretária.
Não me importo com isso, apesar de ser um playboy pegador, o cara é um
dos melhores arquitetos no Brasil.
— Boa tarde, Eduardo, é um prazer finalmente te conhecer formalmente
— digo isso porque já o vi no clube[2] que frequento, mas nunca
interagimos, ele fica no camarote particular dele e eu no meu.
— Boa tarde, o prazer é meu em conhecer o famoso Emir Aslan — ele é
uma figura, bem diferente de mim, que sou muito mais fechado.
— Onde posso mostrar meu projeto para você? — pergunta e eu aponto
para uma mesa redonda que fica em minha sala, ele vai até lá e abre o
projeto.
Vai me mostrando tudo e está incrível, o cara realmente é bom, ele incluiu
tudo o que pedi e ainda fez muito mais.
Escuto duas batidas na porta e quem entra é a senhorita Briana com uma
bandeja trazendo café e água, Eduardo para de falar na hora e esquadrinha
descaradamente a minha secretária.
— Desculpe incomodar os senhores, vim trazer café e água — fala com
sua voz doce, Eduardo se adianta e já pega a bandeja das mãos dela.
— Imagina, linda, você jamais incomodaria ninguém, e não me chame de
senhor, só Eduardo já basta — fala com um sorriso enorme, e ela assente,
sorrindo também. Sei o poder que ele tem com o sexo feminino, vejo isso no
clube. Tenho vontade de arrancar aquele sorriso da cara dele.
— Obrigado Briana, se era só isso já pode ir — agradeço um pouco mal-
humorado demais, mas faço questão de não chamá-la de senhorita, forçando
uma intimidade que não temos. Ela sai, e Eduardo se vira para mim com um
sorriso de filho da puta na cara.
— Nossa, Emir, que delícia… — não o deixo terminar de falar.
— Cuidado Eduardo, quero ser seu aliado e não seu inimigo — advirto
com um sentimento de posse, que eu definitivamente não deveria ter.
— Me desculpe, não sabia que ela era sua — fala, mas sem demonstrar
nenhum arrependimento verdadeiro, eu não desminto, é melhor que ele
pense que ela é minha.
Passamos o restante do tempo, ajustando pequenas coisas, queremos
iniciar o projeto, semana que vem, já tenho todas as licenças, então é só
iniciar a construção.
Quando vai embora, decido sair da sala com ele, quero ver qual será sua
reação agora pensando que Briana é minha. Fico muito satisfeito, ele não a
olha como antes, isso faz com que ganhe mais um ponto comigo, aprecio a
lealdade. Acompanho-o até o elevador.
Despeço-me de Eduardo e combinamos de nos encontrar no próximo mês,
no Rio de Janeiro, para darmos início ao novo prédio do Grupo Aslan.
Rio de Janeiro — Brasil

Um mês depois

As obras do novo prédio estão de vento em poupa, há cerca de um mês


quando estive aqui com Eduardo, ainda não tinha nada, é engraçado em
como pode se transformar tão rápido, já vejo a fundação do prédio em
estágio avançado.
Estou contemplando a obra, vendo os trabalhadores e caminhões para lá e
para cá, até que vejo Eduardo se aproximando, nós faremos reuniões
mensais aqui, até a conclusão da obra, gosto de ficar de olho em tudo.
— Oi, Emir, como vai amigo. Está gostando do que está vendo? — fala
me estendendo a mão — o lugar daqui a pouco começa a tomar forma.
— Oi, Eduardo — seguro sua mão o cumprimentando — estou, sim,
muito satisfeito, está em ritmo acelerado do jeito que eu quero.
— Me desculpe não te levar até meu escritório agora, mas tenho um
compromisso em São Paulo. Enviei um e-mail com o relatório dos
engenheiros, podemos abri-lo aqui mesmo para que eu te mostre tudo que já
foi feito?
— Podemos, claro! — Falo um pouco contrariado, mas não vou atrapalhar
o compromisso alheio.
Ele me passa tudo que está acontecendo, qual estágio estamos e fico muito
satisfeito, o cara é um bom profissional, e tem excelentes profissionais
trabalhando com ele.
— Bom amigo, preciso ir agora, tenho um evento beneficente, onde irei
apresentar minha namorada para o mundo — olho para ele sem acreditar.
— Então o grande Eduardo Mancini está se amarrando?
— Um dia tem que acontecer para todos não é? — Apenas assinto estendo
minha mão em despedida e ele se vai.
Ele sai e fico pensando que, um dia, isso tem que acontecer para todos.
Minha mente, imediatamente, vai até minha aspirante a secretária, aquela a
qual fujo sempre que posso. O impacto que ela me causa não mudou em
nada. Reprimo rapidamente esse pensamento. Tem que acontecer para todos,
menos para mim.
Capítulo 9
Assim que Eduardo se despede, indo para seu compromisso, decido voltar
para São Paulo. Antes de entrar no helicóptero que vai me levar, meu irmão
mais novo, Alim Aslan, que mora e administra o Grupo Aslan na Inglaterra,
me liga, provavelmente avisando que já está em meu apartamento.
— Olá, abi[3], já estou no seu apartamento. Onde você está? — O conheço
bem demais.
— Selam kardeşim[4], estou no Rio de Janeiro, mas já entrando no
helicóptero para voltar a São Paulo.
Os irmãos Aslan, sempre viajam para se encontrar, somos muito unidos e
o fato de cada um morar em um país diferente não diminui isso.
— Até logo então, kardeşim, faça uma boa viagem!
Assim que o helicóptero alça voo, olho pela janela, aquele pôr do sol lindo
do Rio de Janeiro. Me pego pensando em algo que nunca imaginei na vida,
ter alguém aqui do meu lado, compartilhando essa beleza romântica. O rosto
da senhorita Briana aparece em meus pensamentos e eu me esforço a colocá-
lo de lado.
Entro em meu apartamento com o coração transbordando de felicidade,
fico muito feliz quando um dos meus irmãos vêm me visitar, quero levá-lo
ao clube. Vamos nos divertir e se tivermos sorte, ficar com algumas
mulheres.
— Alim? — Chamo seu nome, assim que adentro a sala e não o vejo. Ele
vem da cozinha com uma tábua de frios nas mãos, com certeza feita pela
Arlete, minha cozinheira.
— Emir, que bom que chegou — ele deixa a tábua na mesa e vem me dar
um abraço.
— Alim, que bom que veio — falo retribuindo seu abraço.
— Nem preciso falar para você ficar a vontade, vejo que já está —
provoco como sempre faço.
— Se estou na casa do meu abi, estou em casa — fala e nós gargalhamos.
Ficamos conversando sobre nossos escritórios, ele me fala sobre tudo que
está fazendo na Inglaterra e eu o atualizo sobre o que estou fazendo no
Brasil.
Às dez horas da noite, já estamos prontos para sair, meu irmão adora sair
na noite paulistana, principalmente ir ao clube.

No clube, estamos em nosso camarote particular, Alim já está atracado


com duas morenas lindas. E eu estou aqui, olhando as pessoas dançando lá
embaixo, corpos balançando sensualmente, casais se seduzindo, se pegando
sem pudor.
Não estou conseguindo me interessar por nenhuma mulher, sempre
procuro características específicas, e quando encontro tais características,
sinto que falta alguma coisa.
Vejo uma loira linda no bar, peço para o garçom descobrir o que ela está
bebendo e entregar outro para ela em meu nome. Fico olhando e ele faz
exatamente o que falei, apontando para mim que agora estou em uma área
externa do camarote, para que ela me veja.
Levanto meu copo como em um brinde e ela faz o mesmo, a chamo com
um aceno de cabeça e prontamente ela vem até mim.
— Nossa você é ainda mais linda de perto — faço o elogio sincero, ela é
loira, com olhos azuis, parecendo o céu, gostaria de um tom mais para o
violeta, mas por hora serve. Sim, eu busco características da minha
secretária, acho que estou obcecado.
— Obrigada, você também é muito lindo — fala, simulando timidez, mas
seu rosto demonstra que de tímida não tem nada.
Ficamos conversando algumas amenidades, fingindo que estamos
querendo nos conhecer melhor. Nós dois sabemos que isso é só uma dança
do acasalamento, e então depois de mais ou menos uma hora, vamos para o
andar com quartos privativos.
Me esbaldo naquele corpo maravilhoso. Satisfazendo a ela e a mim, várias
vezes. Quando estamos satisfeitos, pego minhas coisas para ir embora.
— Já vai turco lindo? — Me pergunta com carinha de quem está bem
fodida.
— Tenho que ir linda — falo fingindo um pesar inexistente — mas você
pode ficar até amanhã, se quiser.
Ela assente, vira de costas, provavelmente se preparando para dormir.
Quem usa esse clube, geralmente, está acostumado com isso.
Mando uma mensagem para Alim, avisando que estou indo para casa,
provavelmente, ele não a verá tão cedo, deve estar se divertindo com as
morenas.
Chego em casa já é madrugada, pego um copo com uísque e olho São
Paulo pelas janelas da minha cobertura. Hoje foi incrível, com aquela loira
estonteante, mas ultimamente está sendo assim, quando a noite acaba, por
incrível que pareça, não me sinto satisfeito.
Capítulo 10
Já faz um pouco mais de um mês que estou trabalhando no grupo Aslan.
Mais de um mês que observo o senhor Aslan, e o impacto que ele me causa
apenas por me olhar, continua o mesmo.
Nunca me senti assim com ninguém, não sou boba, sei que é atração.
Minhas pernas ficam trêmulas, meu coração acelera e quando entrego algo
para ele e seus dedos esbarram nos meus, sinto como se tivesse levado um
pequeno choque.
Sou muito inexperiente, mas sei que chamo atenção dos homens, aquela
garotinha magrela e desengonçada que eu era, ficou para trás há muito
tempo, hoje tenho muito mais curvas e atributos.
Nunca tive relações com um homem por vontade própria, não sou mais
virgem, mas não foi minha escolha entregar minha virgindade, para aqueles
dois monstros que se diziam meus amigos, isso me gerou um trauma, não
consigo confiar em homens.
Até hoje, a única experiência sexual que tive, foi aquele momento terrível.
Gostaria de confiar em alguém ao ponto de me entregar, para sentir o prazer
que todos falam que sentem.
Faz alguns dias que o senhor Aslan viajou para supervisionar a obra do
Rio de Janeiro. Avisou que volta hoje. Justo no dia em que Mirtes teve que ir
ao médico e estou sozinha. Já conheço bem os procedimentos, mas continuo
um pouco insegura.
Quando o elevador privativo abre, sei que é o senhor Aslan chegando, mas
nada me preparou para ver, o senhor Aslan e uma versão mais nova sua, a
visão dos dois é de tirar o fôlego.
O senhor Aslan, vem até perto da minha mesa, com aquele olhar
penetrante de sempre, que faz minha calcinha dar uma leve umedecida. Me
julguem, mas o homem é lindo, e fica altamente gostoso com esses ternos,
feitos sob medida.
— Bom dia, senhorita Briana — fala com a voz sexy, fazendo meu
coração disparar — está tudo bem por aqui?
— Bom dia, senhor Aslan, está tudo bem sim — falo, e noto que o irmão
dele, que reconheci pelas minhas pesquisas, ser Alim, não para de me olhar.
— Onde está a Mirtes? — Pergunta com um leve franzir na testa, já
reparei que sempre que está intrigado faz isso.
— Mirtes não virá hoje, ela teve que ir ao médico.
— Mas ela está bem? — Sinto a preocupação evidente em sua pergunta,
eles realmente são como família.
— Sim, é só procedimento de rotina — falo com um sorriso sincero, pela
preocupação dele.
— Não vai me apresentar essa güzel kadın[5], meu irmão? — Alim
pergunta, me deixando sem entender algumas palavras. Percebo o senhor
Aslan revirar os olhos.
— Alim, essa é a senhorita Briana, a secretária que substituirá Mirtes
quando se aposentar — me apresenta, parecendo um pouco irritado.
— Prazer em te conhecer güzel kadin — ele vem até mim, pega minha
mão e a beija, todo galante, fico enrubescida na hora.
— O prazer é meu, senhor Aslan? Desculpe, é que agora vocês são dois
— fico constrangida.
— Pode me chamar apenas de Alim, o senhor Aslan é aquele velhinho ali
— fala e aponta para o irmão. Não consigo conter um sorriso. Escuto o
senhor Aslan bufando com raiva e me recomponho.
— Chega Alim, deixe a moça voltar ao trabalho — senhor Aslan fala, já
se dirigindo para sala dele.
— Não disse que era um velhinho rabugento — fala em um cochicho alto,
para o irmão escutar, não contenho uma risada — até mais güzel kadin.
— O que isso quer dizer? — não consigo conter a curiosidade.
— Linda mulher — fala, pisca e entra na sala do senhor Aslan. Fico
envergonhada, mas também envaidecida, um homem lindo desse me fazendo
um elogio? Não é todo dia que acontece.
Ao meio-dia o senhor Aslan e Alim, saem para almoçar. O senhor Alim é
muito diferente do senhor Aslan, muito simpático e galanteador, ele se
despede beijando minha mão, outra vez. Olho para o senhor Aslan, quero ver
sua reação, ele simplesmente pisca para mim e vai para o elevador. Estou
com o rosto pegando fogo, sem entender nada, será que o senhor Aslan,
também é um conquistador? Aposto que sim, com aquele olhar de derreter
calcinhas, consegue qualquer coisa.
Capítulo 11
Assim que meu irmão fecha a porta do escritório, deixando Briana
sorrindo, coisa que ela nunca faz comigo, se vira para me encarar e já sei que
falará sobre ela.
— Caralho Emir, que mulher é essa? A mais linda mulher que já vi, eu
poderia me casar com ela facilmente, que olhos lindos, de um tom único —
fala empolgado demais.
— Cuidado Alim, não nos envolvemos com funcionárias — o alerto, não
pela pontada de ciúmes, mas pelo bem da moça, Alim é um pegador, seu
lema é pega e não se apega, assim como todos os irmãos Aslan.
— Fale por você, senhor Aslan — fecho minhas mãos em punho e preciso
me controlar para não brigar com meu irmão — ela é casada? — Pergunta e
isso não o ajuda em nada.
— Escute Alim — chego perto e seguro seu ombro — fique longe da
Briana — falo e ele ergue uma sobrancelha — não por ser uma funcionária,
mas porque, eu não vou admitir que alguém se aproveite dela, pelo menos
não comigo por perto — soo mais possessivo do que gostaria.
— Porra, eu nunca imaginei ver o temido e frio senhor Aslan, com ciúmes
de alguma mulher — fala com ar de deboche, só um soco acho que não faz
mal.
— Vai se foder Alim, não é ciúmes, é proteção apenas, ela é uma boa
moça — nego o, ciúmes, mas a quem quero enganar? Só em ver como ela
sorriu para ele, já quero trancá-la em minha sala e ter todos seus sorrisos só
para mim.
— Ok, irmão, não está mais aqui quem falou — fala erguendo os braços,
como se tivesse em rendição.
— Agora mudando de assunto, vamos falar sobre o caso do senhor Matteo
Sanchez, você acredita que já está ganho?
— Com certeza, ela não tem nada de concreto, ele nem estava na empresa
no horário que ela diz ter acontecido o assédio. Temos imagens do senhor
Sanchez em outro lugar nesse mesmo horário.
O senhor Matteo Sanchez, é um empresário dono de um dos maiores
bancos de investimentos do país. Está sendo acusado de assédio por uma
funcionária, que já sabemos se tratar de uma golpista. Só com essa
possibilidade o banco Sanchez já perdeu alguns investidores e por
consequência milhões de reais.
— Você sabe que não podemos perder essa causa, Emir, já estamos
recebendo mais contatos, só por estarmos com ela. Pode ser que ganhando
essa causa, nós nos tornemos o maior na Inglaterra também — fala, já
imaginando ser a melhor lá fora também.
— A audiência será daqui a quinze dias, mas com todas as provas que
temos, essa causa, já está ganha — falo tranquilizando Alim.
Faremos de tudo para que o senhor Sanchez se sinta assistido de todas as
maneiras. Depois desse julgamento, ele irá nos recomendar para várias
pessoas, no Brasil e no exterior.
— Só não entendi, por que essa mulher fez isso? Ela tem muito a perder,
primeiro o emprego e agora se o senhor Sanchez quiser, pode processá-la.
Provavelmente não conseguirá muito, porque ela era assalariada, mas pode
foder muito a vida dela. — Alim pontua, e realmente é um ponto a se pensar.
— Você acredita que tem alguém “grande” por trás disso? — pergunto,
porque só agora penso nisso.
— Acredito que sim Emir, uma pessoa sem recursos como ela, não
mexeria com alguém igual ao senhor Sanchez.
— Tenho que concordar com você Alim. Após pegar esse caso, recebi
mais ameaças do que o normal, queriam que eu largasse o caso. Devemos
ficar atentos, acho que isso pode ser mais sujo do que possamos imaginar.
— Mais ameaças? E você não contou isso para nós? — Pergunta
preocupado.
— Nada que seja tão relevante, sempre sofro ameaças — ele assente,
porque também sofre algumas, todos somos ameaçados. Quando lidamos
com pessoas do alto escalão, o perigo está sempre presente — mas essas,
eram especificamente sobre o caso Matteo Sanchez, querendo que eu
largasse o caso dele. Já reforcei minha segurança, não se preocupe.
Ficamos os dois imersos em pensamentos. O senhor Sanchez me
confidenciou que vai se candidatar a governador. Pode ser alguém do círculo
dele infiltrado. Quer acabar com imagem dele para não conseguir vencer as
eleições.
— Vamos almoçar Emir, estou morrendo de fome — meu irmão quebra o
silêncio, me tirando dos devaneios.
— Claro, vamos — preciso pensar e sair é uma ótima opção.
Saímos da sala e logo meus olhos vão até Briana, parece haver um ímã
nessa mulher, que não consigo parar de olhá-la, linda como sempre. Assim
que olha para Alim, abre aquele sorriso lindo. Como era de se esperar, ele
vai até ela, pega sua mão novamente e deposita um beijo. Mas não é para ele
que ela olha, seus olhos voam em minha direção e eu pisco para ela, que
cora, me deixando totalmente satisfeito. Viu linda, também posso ser
galanteador.
Capítulo 12
Acordo com o meu celular tocando sem parar. Olho as horas e ainda são
quatro e meia da manhã de sábado, vejo se tratar do meu irmão Erhan.
— Porra, que caralho está acontecendo, Erhan, Paris está em chamas?
Porque só assim para você me ligar a essa hora — grito puto da vida.
— Estou embarcando para o Brasil agora — grita na minha orelha, tenho
até que afastar o celular — pelo visto, ainda não viu as redes sociais. Faça
isso.
Tento responder, mas ele já desligou, fico olhando para o aparelho sem
entender nada — que porra foi essa? — pergunto para o além. Acesso às
redes sociais e congelo na hora.
— PUTA QUE PARIU!
“Doutor Emir Aslan, advogado renomado, CEO do Grupo Aslan.
Simplesmente o maior escritório de advocacia do Brasil, que atua somente
com o alto escalão, entre celebridades e políticos, é flagrado, em vídeo, de
sexo com uma moça. Aparentemente, a moça está desacordada,
possivelmente drogada. Agora podemos entender o porquê dele ter aceitado
o caso Matteo Sanchez, os dois são abusadores”.
Clico no link para abrir o vídeo, e puta que pariu, é a minha cara que
aparece em cima de uma moça, que aparentemente, está apagada. Sei que
não sou eu, jamais drogaria uma mulher, e muito menos abusaria dela, mas
mesmo assim isso é assustador pra caralho.
A divulgação do vídeo tornou minha vida um inferno. Muitas pessoas
acreditam que molestei a moça desacordada.
Diversos clientes entraram em contato, alguns dispensando nossos
serviços, outros acreditando em mim, dando apoio, mas querendo que eu
prove que não sou eu naquele vídeo infernal.
Estamos meus quatro irmãos e eu, na sala de reuniões do grupo Aslan.
Eles viajaram para o Brasil para me apoiar. Nossa família é assim, sempre
estamos unidos, seja em momentos felizes ou de crise.
Aguardamos nosso melhor cliente, Matteo Sanchez, não consigo entender,
porque nossa equipe de tecnologia, que por sinal é muito bem paga, ainda
não conseguiu derrubar essa deepfake[6], provando que não sou eu naquele
vídeo grotesco.
Não consigo ficar parado na sala, aguardando o senhor Matteo, então saio
e vou até a recepção. Briana já deve ter chegado e por mais que eu negue,
preciso olhar para ela e saber se ela acreditou nessas mentiras. Para a minha
absoluta surpresa, só Mirtes está.
— Cadê a Briana? — Pergunto, Mirtes me olha com pena, ela me conhece
muito bem e sabe que jamais faria o que estão falando.
— Ela não apareceu, tentei ligar, mas o telefone está desligado — fala, e
pelo seu olhar, sei o que está pensando.
— Ela acreditou no vídeo — afirmo, e constatar isso, faz um sentimento
estranho de perda se instalar em meu coração.
Volto decepcionado para sala de reuniões, sei que ela não me conhece
igual Mirtes, mas não vir e nem entrar em contato? Preferir abandonar o
emprego que tanto queria e precisava, sem ao menos me dar o benefício da
dúvida? O pior é que muita gente, acredita na internet. Vou provar minha
inocência, e se ela quiser, pode voltar a trabalhar normalmente.
— Onde está o senhor Matteo? — Kerim, meu irmão que veio
diretamente dos Estados Unidos, me ajudar resolver esse caso, pergunta
assim que entro.
— Ainda não chegou — respondo a ponto de explodir de raiva — quero
isso resolvido ainda hoje. — Falo olhando diretamente para o responsável
pela minha equipe de tecnologia — Contrate os melhores hackers[7] se for
preciso. Substitua todos os membros da equipe se for necessário. — falo
batendo na mesa e assustando todos.
— Calma abi — meu irmão Okan fala com a mão em meu ombro, ele veio
da Itália para me ajudar. — Conseguiremos mostrar que você jamais faria
isso, só precisamos ter calma e colocar a cabeça no lugar.
Sento, tentando ficar um pouco mais calmo, e Mirtes entra na sala,
anunciando que o senhor Matteo chegou. Está tão pálida, e consigo entender
o porquê, assim que escuto os gritos do nosso cliente.
— Eu quero isso resolvido o mais rápido possível, Emir — fala assim que
me avista, apontando o dedo para mim — isso não deveria estar
acontecendo, caralho — está tão transtornado quanto eu.
— Senhor Matteo, estamos trabalhando sem parar, para resolver essa
questão o mais rápido possível — falo com os dentes trincados, tentando a
todo custo não mandar esse filho da puta, tomar no cú.
— Você viu as notícias de hoje? — pergunta e eu me apresso em direção
ao notebook, assim que abro o primeiro site, as notícias aparecem para
todos, pois o notebook está projetado no telão.
“Agora está tudo explicado, somente um abusador, para defender outro
abusador”. — embaixo da notícia, estão uma foto minha e ao lado uma foto
do senhor Matteo.
— Olha Emir, eu sei que você não faria nada do tipo, mas se essa sujeira
não for resolvida, irá respingar em mim — Matteo fala, me surpreendendo
— limpe essa bagunça. Sei que mesmo que eu troque de advogado, nessa
altura do campeonato não irá adiantar, então temos que desmascarar quem
está fazendo isso, juntos.
— Alguém está tentando nos desmoralizar — falo porque está óbvio —
imagino que estejam te descredibilizando, para não entrar na política, e a
mim, por estar te defendendo. Se seu advogado for taxado de abusador
também, mesmo que eu vença esse caso, ainda estaremos manchados.
— Sim, os corruptos não querem que eu me candidate. Sabem que não irei
me corromper, mas se estão tão desesperados a esse ponto, é porque estou
chegando perto — fala e tenho que concordar com ele.
— Não se preocupe senhor Matteo, dou minha palavra que iremos
resolver essa questão. Limparemos nosso nome e você será o nosso
governador. — Decreto porque, mesmo que eu tenha que mover céus e terra,
irei cumprir minha palavra.
Capítulo 13
— Bri, acorda, Briana, acorda, você precisa ver isso — minha nossa, o
mundo só pode estar acabado para Lua me acordar tão cedo, em um sábado.
— Lua, me deixa dormir, estou, cansada, sai daqui — falo na tentativa de
conseguir dormir um pouco mais.
— É sobre seu chefe, mulher, tem um vídeo de sexo dele na internet — o
quê? Me levanto tão rápido que fico meio zonza.
Ela me entrega o tablet que está segurando, assim que as imagens surgem,
meu estômago embrulha completamente.
— Não acredito Lua, ela está. . . Desacordada? — não consigo desgrudar
os olhos da tela, e então a gravação acaba e vou ler as notícias.
“Doutor Emir Aslan, acusado de abusar de uma moça, aparentemente
drogada”.
E aí está meu gatilho, começa a me faltar o ar, meus olhos perdem o foco,
não sei mais onde estou. Só consigo lembrar dos dois monstros em cima de
mim. Imagens do que aconteceu comigo e do vídeo que acabei de assistir se
misturam.
— Calma Bri. . . Paiiiiii — Lua grita e em segundos, meu pai está no
quarto — ela viu o vídeo — explica para ele.
— Vem cá, meu amor, calma, vai passar — meu pai me abraça e deita
comigo, enquanto choro muito — não vai acontecer nada com você Bri —
fala baixinho, me acalmando.
Lua pega um comprimido de calmante, que há tempos deixei de tomar,
mas que agora preciso muito. Vou relaxando e tudo vai ficando escuro,
enquanto apago.
Acordo, mais calma. Passei o dia todo dormindo, após ter tomado o
remédio milagroso. Acho que não estou mais acostumada com ele, por isso
foi tão eficaz.
Fico deitada na minha cama. Imaginando por que um homem como o
senhor Aslan, precisa drogar alguém para ter relações?
É só perversão?
Exercer o poder?
Ele é lindo, rico e poderoso, basta estalar os dedos e várias mulheres caem
em seu colo. Não faz sentido.
Faz mais de um mês que estamos trabalhando juntos, e só de imaginar que
eu poderia ter passado novamente pelo que essa moça está passando, me
deixa em desespero. E se ele tivesse colocado drogas na minha garrafa de
água? Ou no café? Me levaria para a sala dele e ninguém notaria,
principalmente quando Mirtes vai embora e fico sozinha com ele no andar.
Será que quem faz isso, não imagina o dano que possa causar à outra
pessoa? Faz seis anos que convivo com o trauma, e mesmo hoje sendo mais
fácil, ainda é doloroso.
Meu estômago, ronca alto, e lembro que não comi nada até agora. Forço-
me a levantar e ir à cozinha. Meu pai, Luana e Gael, estão comendo pizza e
sei que estão querendo me animar, amo pizza.
— Oi, minha filha, está melhor? — Meu pai pergunta e eu apenas assinto.
— Vem Bri, tem pizza de marguerita, a sua preferida — Lua fala sorrindo.
Vou até Gael, dou um beijinho em sua cabecinha, que por incrível que
pareça, também está engordurada da pizza. Sento e pego uma fatia.
— Obrigada! — agradeço olhando para os três amores da minha vida.
Após assistir a um filme com minha irmã, vou para cama, sem sono
algum, mexo e me remexo na cama. De um lado para o outro. Cogito tomar
outro remédio. Só que o medo de ficar dependente novamente, me faz
recuar.
Logo após o meu estupro, eu fiquei muito mal. Eles não só foderam com
meu psicológico, como também, me tiraram a oportunidade de entregar
minha virgindade a alguém que eu amasse. Não pensava em casar virgem,
mas queria que minha primeira vez fosse especial. Ao invés disso, tive que
fazer anos de terapia, e até hoje, não consegui me envolver com ninguém.
Às cinco da manhã, decido levantar porque sei que não vou conseguir
dormir em nenhum momento. Agora que o choque inicial passou, decido
investigar melhor essas denúncias.
Procuro por notícias relacionadas, aparece um vídeo novo do senhor
Aslan, clico com um certo receio e vejo que ele está esclarecendo as coisas.
Diz que vai desmascarar quem fez o vídeo, que é calúnia e que todos os
envolvidos irão sofrer as consequências.
Se o senhor Aslan é inocente, temos que provar. Decido usar minhas
habilidades de hacker, darei um voto de confiança a ele, se for inocente
mesmo será por uma boa causa, mas caso seja culpado, eu mesma mando o
vídeo para polícia.
Passo o domingo todo, analisando quadro a quadro do vídeo, de cara, já
descobri ser deepfake. Não imaginei que sentiria um alívio tão grande em
comprovar isso. Ele não é um monstro, é só o meu galã turco.
Comparando com vídeos reais do senhor Aslan, consegui comprovar
algumas diferenças no corpo. Porém, isso não é o suficiente, está tão bem
feito, que não consegui ainda desvincular o vídeo do rosto do senhor Aslan.
Passo o domingo todo e a madrugada de segunda-feira, trabalhando nos
vídeos. Quando estou fazendo esse trabalho que amo, nem vejo as horas
passarem. Já é quase hora do almoço de segunda-feira e consegui tudo o que
queria, nem me atentei que deveria ter ido trabalhar há horas, mas vai valer a
pena.
Pego meu notebook, coloco na minha mochila e corro do jeito que estou
para o escritório, de calça jeans, camiseta surrada e tênis.
Chego no andar da presidência feito uma louca, Mirtes me olha assustada.
— Onde está o senhor Aslan? — pergunto sem fôlego.
— Na sala de reuniões, mas. . . — não a deixo terminar de falar e corro
para lá, abro a porta sem bater e não estava preparada para ver cinco versões
do senhor Aslan, em tamanho e idades diferentes. Todos se viram para me
olhar, e fico um pouco constrangida.
— Senhorita Briana? O que houve? — o senhor Aslan pergunta e vem em
minha direção.
— Eu consegui — falo respirando com dificuldade.
— Conseguiu o quê? — pergunta sem entender nada.
— Posso provar que não é o senhor naquele vídeo.
Capítulo 14
— Senhorita Briana, não estou conseguindo entender o que está falando
— falo porque estou completamente perdido, com a entrada súbita dela.
Ela apenas faz um gesto com a mão, pedindo para eu esperar, tentando
recuperar o fôlego, senta na primeira cadeira que vê vazia e começa tirar um
notebook da surrada mochila.
Alim dá um copo com água para ela, na esperança de que se acalme e fale
algo que faça sentido. Pega o cabo do projetor e o liga no notebook dela.
Estamos tão atordoados que só ficamos olhando.
— Aqui — diz e todos olham para o telão, eu me aproximo dela para
conferir pela tela. — Esse é o vídeo original — mostra o vídeo de sexo que
circulou na mídia, mas não é meu rosto que aparece dessa vez. — Esse é o
vídeo manipulado — mostra o mesmo vídeo, só que com meu rosto. — E
aqui está o compilado de expressões faciais do senhor, que usaram para
introduzir seu rosto no vídeo.
Caralho, nem acredito que provarei ser inocente. Todos estão falando ao
mesmo tempo, na sala, todos alegres e satisfeitos e espantados com a garota
a nossa frente.
— Quem realizou esse trabalho senhorita? — Pergunto — a pessoa
merece um prêmio.
— Fui eu mesma, senhor — um silêncio paira no ambiente assim que ela
fala.
— Mas como? A senhorita é. . . Secretária — fico confuso com a
revelação.
— Digamos que. . . Seja meu hobby[8]? — Fala, e escuto um bufo, vindo
da pessoa que deveria ter efetuado esse trabalho, olho para ele com a
sobrancelha arqueada, e ele fica vermelho.
— E tem mais uma coisa — continua, mas noto que está encabulada —
descobri o IP[9]de onde foi postado o vídeo pela primeira vez. — A sala está
em silêncio novamente e todos olham chocados para ela.
— Um hobby? — pergunto — você é um gênio, Briana — mandando a
formalidade para o espaço, pego sua mão, a levanto, dou um abraço e um
beijo estalado em sua bochecha, a deixando completamente vermelha. Meu
corpo todo se acende com esse toque, como se uma descarga elétrica tivesse
me atingido. Todos estão batendo palmas e assoviando.
Estou com Briana nos braços, quando a porta se abre bruscamente e a
pessoa que menos esperávamos está ali parada, com cara de poucos amigos.
— Baba[10] — nós cinco falamos ao mesmo tempo.
— Espero ter chegado a tempo de arrumar a bagunça em que você se
meteu — diz apontando para mim, que, continuo com Briana nos braços. Ela
pula para longe.
— Baba, estávamos comemorando exatamente isso, a senhorita Briana —
falo e a puxo para ficar ao meu lado — conseguiu provar que não sou eu
naquele vídeo.
— E quem seria a senhorita Briana? — Pergunta, olhando diretamente
para a garota ao meu lado, fazendo com que ela se encolha um pouco.
— Minha secretária — aponto para Briana, que está mais vermelha do que
um tomate.
— Espera. . . Sua secretária? Mas? — Fica confuso e todos dão risada.
— Nem tente entender baba, nós ainda não conseguimos — diz Alim do
seu jeito extrovertido — mas ela disse ser um hobby.
— A propósito, eu sou Altan Aslan, o pai desses meninos — fala e
estende a mão para Briana.
— Prazer, senhor Altan, eu sou Briana — ela pega a mão que meu pai
estende e ele leva aos lábios, já sabemos quem Alim puxou.
Mostramos tudo para meu pai, os vídeos reais, os manipulados, Briana
liderava as explicações e porra, ela é incrível, preciso conversar mais com
ela referente esse talento.
— Menina, isso não pode ser um hobby, você é genial — meu pai diz
olhando para uma Briana, ainda mais vermelha do que antes.
— Bernardo — chamo a pessoa que deveria ter feito o trabalho que
Briana fez, e ele leva um susto — leve esses arquivos ao setor de
comunicação e peçam para veicularem em todas as mídias, nesse instante. E
não ouse levar os créditos desse trabalho — ele apenas assente e sai da sala,
parecendo envergonhado.
— Bom, meu filho, que bom que esse problema já está resolvido. Só que
agora temos outro problema. Por acaso já viu tudo que estão falando sobre
você? — Pergunta e já posso imaginar o contexto da conversa. Droga.
Capítulo 15
— Por acaso já viu tudo que estão falando sobre você? — o senhor Altan
pergunta para o senhor Aslan. Como fiz uma vasta pesquisa sobre ele, sim,
eu havia visto.
— Baba, a imprensa fala muita coisa que não existe, isso nunca foi um
problema — senhor Aslan desdenha. Essa é minha deixa para sair dessa sala.
Me levanto e já estou pedindo licença para me retirar, mas o senhor Altan,
me barra.
— Fique menina, você parece ser muito sensata, quem sabe nos ajuda com
isso — volto a me sentar constrangida.
— Emir — ele continua — quando não tinha nenhum escândalo, suas
aventuras, não tinham importância, mas agora, os holofotes estão todos em
nós. E não pelo lado positivo. Já perdemos alguns clientes mais reservados.
— Emir, não podemos perder o senhor Matteo Sanchez também — Kerim
fala — já estamos perdendo clientes, até nos Estados Unidos, minha
secretária me mandou mensagem agora pouco.
— Mas o que posso fazer, po. . .droga? — Fala exaltado, evitando um
palavrão na frente de seu pai — vocês sabem que foi tudo armado.
— Sabemos, mas também sabemos, que no tribunal, eles usam todos os
subterfúgios para conseguir ganhar uma causa — Erhan fala e, meu Deus, o
que estou fazendo aqui ainda?
— Podem usar sua vida vadia, para te desmoralizar — o senhor Altan fala
— o que você acha senhorita Briana?
— E... Eu? — falo e ele apenas assente — Bo. . . Bom, eu acho que se o
senhor Aslan tivesse um compromisso sério, ou uma família com esposa e
filhos, daria mais credibilidade, mas. . . — Meu Deus, o que estou fazendo
aqui? Devo ter entrado em algum universo paralelo.
— Excelente — diz e bate palma — menina, você é realmente muito
inteligente — faz o elogio e fico corada. — Então quando podemos anunciar
o noivado de vocês?
— O quê? — Emir e eu falamos juntos — se. . . senhor, eu não namoro
seu filho — falo rapidamente, acho que está tendo uma ideia equivocada
sobre nosso relacionamento.
— De onde tirou essa ideia baba? — Emir vem ao meu socorro — nunca
namorei uma funcionária.
— Mas isso seria perfeito, Emir — Okan fala e eu começo a ficar meio
zonza, afinal não como nada desde ontem.
— O chefe que se apaixonou pela secretária, é poético. — Alim completa.
— Faz pouco mais de um mês que ela está trabalhando aqui, então, podemos
vender a história de amor a primeira vista. — Eu realmente poderia ter me
apaixonado por ele a primeira vista, penso, mas logo descarto a ideia.
— Pensa bem Emir, ela é linda — Kerim, me deixa ainda mais
envergonhada. Deus quero fugir daqui — não seria difícil as pessoas
acreditarem.
— Já chega — o senhor Aslan fala alto e se levanta — não estão vendo
que a senhorita Briana está a ponto de desmaiar? — Todos olham para mim
e realmente, não estou me sentindo bem. — Venha, senhorita Briana, vou te
levar para longe deles. — me dá a mão e sai da sala.
— Viu, ele já está até cuidando da noiva — alguém que não consigo
identificar fala na sala. Minha vontade e correr e me esconder desses
malucos.
Ele me leva para a sala dele, me senta no sofá, vai até o frigobar que fica
em seu escritório, pega uma garrafinha com água e me entrega. Fica me
olhando tão fixamente, que me sinto um pouco acalorada, então quebro o
silêncio.
— Estou bem, acho que minha pressão baixou porque não comi nada —
explico, na tentativa de quebrar um pouco a intensidade do momento.
Ele não diz nada, apenas vai até seu telefone e liga para Mirtes — Oi,
Mirtes, você pode providenciar um lanche leve e um suco, por favor?
— Senhor Aslan, não precisa, eu vou. . . — não deixa eu terminar.
— Precisa, sim, Briana — noto que deixou a formalidade de lado — vou
te alimentar e depois conversaremos, tudo bem? — É tão incisivo e que não
tenho como questionar.
— Tudo bem — meu coração está parecendo uma escola de samba. O que
será que ele quer conversar?
— Vou fazer umas ligações, quero que fique aí sentadinha, descanse —
apenas assinto.
Logo Mirtes chega e coloca uma bandeja com o lanche em cima da mesa,
que está na minha frente.
Obrigada Mirtes — agradeço com um sorriso sem graça, ela apenas
assente com seu costumeiro sorriso simpático.
— Imagina, menina, só por ter salvado a pele do senhor Aslan, merece
isso e muito mais — pisca um olho para mim e sai da sala.
O senhor Aslan, saiu da sala, provavelmente, indo resolver as questões em
aberto com seu pai e irmãos. Me recosto no sofá, que, é muito confortável. A
noite sem dormir, está cobrando o seu preço. — Vou fechar os olhos só um
pouquinho — falo para mim mesma.
Capítulo 16
Ela dormiu. Precisei sair um pouco da sala, para falar para aqueles cinco
intrometidos, que iria conversar com ela. Caso aceitasse faríamos um
acordo, mas somente até passar o caso do senhor Matteo.
Sei que deve estar muito cansada, trabalhou duro para limpar minha barra.
Ainda preciso saber como ela fez isso.
Como está toda torta no sofá, preciso ajeitá-la para ficar confortável.
Agacho, e retiro seus tênis com cuidado, pego uma almofada, coloco
próximo ao braço do sofá e deito primeiro tronco, segurando a cabeça para
colocar em cima da almofada, depois pego suas pernas e coloco para cima
do sofá.
Pronto, e porra, assim tão perto dela, seu cheiro é ainda mais divino.
Inclino um pouco na direção de seu pescoço, e aspiro, poderia me viciar
nesse cheiro.
Ela é linda pra caralho, mesmo com as roupas surradas e sem nenhuma
maquiagem. Está com o semblante relaxado e sua boca naturalmente rosa
entreaberta, é a visão do pecado. Forço-me a sair de perto, para não ficar
cobiçando a moça adormecida.
Aproveito para adiantar alguns processos, mas antes, paro para ver o
comunicado enviado para a mídia.
Claro e sucinto, não tem como negar que Briana fez um trabalho
impecável, preciso arrumar um jeito de recompensá-la. O cargo já é dela, ela
já foi aprovada pela Mirtes desde o primeiro dia, e para ser sincero por mim
também.
Mas antes de recompensá-la, terei que lhe pedir mais um favor. A cada
vez que penso nisso, mas certo estou, devemos forjar um relacionamento.
Podemos até mesmo, nos divertir enquanto isso, será que ela toparia? Já que
todos acharão que estamos em um relacionamento, por que não?
— Senhor Aslan? — Escuto sua voz sonolenta e meu coração dá um pulo
— me desculpe, eu acabei dormindo.
— Não precisa se desculpar, Briana — digo chegando perto dela — você
estava cansada, chegou a dormir noite passada? — Ela nega com a cabeça —
foi o que pensei.
— Na correria de te mostrar o vídeo, não me arrumei adequadamente para
o trabalho, então pensei se o senhor se importaria de eu tirar o restante do dia
de folga — fala constrangida.
— Briana, você pode tudo, salvou minha pele — falo suavemente me
sentando na mesinha de frente para o sofá.
— Imagina senhor Aslan, somos uma equipe — fala e meu peito quase
explode de orgulho. Contratar essa mulher foi a melhor coisa que fiz,
bendito elevador quebrado.
— Verdade, mas antes de você ir embora, precisamos conversar — ela me
olha assustada.
— Sobre o que estavam falando na sala de reuniões? — perspicaz como
sempre.
— Sim, Briana, tenho uma proposta para te fazer — falo devagar e direto,
igual no tribunal. — No elevador, você me disse, que se trabalhasse aqui, seu
pai conseguiria se aposentar, mas teriam que se mudar de um colégio, pelo
que entendi.
— O senhor se lembra? — pergunta admirada.
— Me lembro de tudo Briana — acho que fui muito intenso — me conte.
— Meu pai é zelador de um colégio, e moramos em uma casa que fica no
terreno desse colégio. Se meu pai se aposentar, teremos que sair, para outro
zelador entrar.
— Entendo — falo, tentando criar coragem — e se eu pedir, para fingir
ser minha noiva, durante alguns meses? Em troca te daria uma das minhas
residências, ou qualquer uma que você escolher? — Ela fica de boca aberta,
piscando muito, acho que está em choque — Briana?
— E... Eu só teria que fingir alguns meses?
— Só até o processo do senhor Matteo acabar — tenho certeza que está
em choque.
— Serei efetivada?
— Briana, Você já passou no teste da Mirtes desde o primeiro dia, sua
efetivação já era certa — o sorriso dela é lindo.
— Certo, irei para casa conversar com meu pai e minha irmã — assinto
rapidamente, afinal ela está cogitando a ideia, não descartou logo de cara —
amanhã te dou uma resposta, pode ser?
— Claro que pode ser, está perfeito, vou pedir para o motorista te levar —
mando uma mensagem para Simon.
Ela calça o tênis, e se levanta para sair. O que farei agora é jogo sujo, eu
sei, mas nunca disse que eu jogava limpo. Chego perto dela devagar, coloco
uma mão, em um lado do seu rosto e dou um beijo no outro lado, mais
demorado do que seria permitido, finalizando com um cheiro rápido no
pescoço. Ela geme tão gostoso, que meu pau na hora ganha vida.
— Obrigado, değerli[11], bom descanso! — falo próximo de sua orelha, e
vejo sua pele se arrepiar, isso é muito promissor. Nossa atração é nítida e me
pego ansioso para sua resposta. No instante que tiro minhas mãos dela, ela
sai quase correndo porta afora.
O feitiço virou contra o feiticeiro, só em sentir seu cheiro, tão de perto,
estou com uma puta ereção, que terei que acalmar sozinho.
A ideia já está formada na minha cabeça, quero ela. Mesmo que tudo seja
apenas para limpar minha barra, nada nos impede de aproveitar a jornada.
Capítulo 17
Saio quase correndo da sala do senhor Aslan, minhas pernas tremem
tanto, que dou graças a Deus por estar de tênis e não de salto.
Chego à calçada com o coração quase saindo pela boca, preciso de ar. E o
pior, minha calcinha está encharcada, nunca senti nada tão potente quanto o
desejo que estou por ele.
— Senhorita Briana? — O motorista do senhor Aslan me chama,
assustando-me.
— Desculpe, estava distraída — esclareço para não pensar que sou doida.
— O senhor Aslan me pediu para te levar em casa — abre a porta do carro
para que eu entre.
— Obrigada!
Entro no carro, um pouco mais calma, começo a repassar tudo o que
aconteceu hoje. Parece que estou em outro multiverso, igual nos filmes de
super-heróis.
Salvei a pele do senhor Aslan, possivelmente, impedi o grupo Aslan de ter
um prejuízo grande. Me reuni com todos seus irmãos. Seu pai chegou de
repente. Fui pedida em noivado, mas não de verdade, um de mentirinha, mas
que será o fim de nossos problemas em relação à aposentadoria do meu pai.
Minha cabeça explodirá com tantas informações, saudades de alguns dias
atrás, onde só levantava e ia trabalhar como secretária do homem mais
gostoso que já conheci.
Chego em casa e Lua vem correndo saber o que aconteceu.
— Bri, você arrasou, noticiaram agora a pouco o verdadeiro vídeo — fala
toda empolgada — o que o senhor Aslan falou? Ele vai te dar alguma
recompensa?
— Onde está o pai? — pergunto — preciso conversar com vocês dois.
— Bri, o que aconteceu? O que o senhor Aslan fez, foi ingrato com você?
— Dispara tudo de uma vez.
— Não, Lua, ele não foi ingrato — falo sem paciência — só preciso
conversar com vocês.
— Tudo bem, calma, ele foi resolver algo no colégio, mas já deve estar
voltando — sai murmurando, acho que ouvi um “que grossa” no caminho.
Não consigo ficar parada, ando de um lado para o outro até meu pai
aparecer.
— Pai, que bom que chegou! — corro até ele, assim que passa pela porta.
— O que aconteceu, filha?
— Preciso conversar com o senhor e com a Lua, urgente.
Lua escuta o que disse e já aparece, curiosa como sempre.
Conto tudo o que aconteceu, desde a hora que cheguei no escritório, até a
hora que saí. Deixei de lado apenas o beijo sensual que o senhor Aslan deu
na minha bochecha.
— Cara. . . ramba — quase Lua fala um palavrão na frente do nosso pai
— isso está parecendo enredo de livro romântico — Lua é apaixonada por
romances. Lê vários grátis na assinatura do Kindle unlimited dela.
— Bri, eu confio em você, meu amor — meu pai fala com aquela voz
doce de sempre — mas tem certeza que é uma boa ideia?
— Será só até acabar um processo muito importante, alguns meses apenas
— tento passar confiança — e teremos uma casa, fora desse colégio.
— Mas isso não seria se vender, Bri?
— Pai — Lua fala exasperada — ela salvou a pele dele, fazendo sua
mágica — Lua sempre diz que faço mágica com computadores — com
certeza, salvou muito dinheiro que eles perderiam, nada mais justo ela ter
uma premiação por isso.
— Mas fingindo ser sua noiva? — ele indaga.
— Pai — falo chegando perto para fazer um carinho — é só fingir, vamos
dar uma declaração oficial, iremos em alguns jantares públicos, colocarei um
anel no meu dedo e é só. Depois, declararemos que não deu certo, fim da
história.
— E nesse meio tempo, o senhor vai poder se aposentar, e até que enfim,
iremos embora desse colégio — Lua complementa.
— Certo, não irei me opor — por fim aceita — mas se por acaso, esse
senhor Aslan, te machucar de alguma forma, você deixará essa farsa e pedirá
demissão. Nem que eu tenha que trabalhar o dobro para nos sustentar.
— Ta certo, senhor Agenor — dou um abraço e Lua logo se junta a nós.
Certo a aprovação que eu precisava, já obtive. Agora é só aguardar
amanhã para dar minha resposta para o senhor Aslan. Sei que o noivado é de
mentira, mas só de lembrar o beijo sensual que me deu, e olha que foi no
rosto, aquela voz rouca no meu ouvido, já fico pulsando de desejo. Será que
ele conseguiria me consertar depois do trauma? Me faria desejar ter
intimidade com alguém? A quem quero enganar? Estou louca para ter
intimidades com ele, já que todos acharão que estamos juntos, por que não?
Capítulo 18
Minha ansiedade está lá no alto, enquanto me dirijo para o escritório.
Pensei em mandar uma mensagem ontem a noite para Briana, mas quis dar o
espaço, extremamente necessário que ela precisava.
Quando entro no elevador, uma hora e meia, antes do expediente oficial
começar, sei que ela já chegou. O seu cheiro, delicioso de cereja, está por
toda a parte.
Meu coração, martela freneticamente no meu peito. Caralho, estou tão
ansioso, parece até que esse relacionamento será real.
Mas quanto mais penso sobre, mais parece certo. Será pelo bem da
empresa, muitos dos clientes, são pessoas influentes, que prezam a família.
Mesmo que alguns sejam escrotos, longe dos holofotes.
E então, as portas do elevador se abrem, e lá está ela. Assim que me vê se
levanta, o rosto tão ansioso quanto o meu.
— Senhor Aslan, bom dia — fala parecendo muito constrangida.
— Olá, Briana, bom dia — falo chegando perto e tentando me mostrar
confiante — venha, vamos conversar na minha sala. — Estendo minha mão
e ela pega prontamente, um arrepio eletrizante, atravessa meu braço. Porra,
eu acho que estou muito fodido.
Entro de mãos dadas com ela na minha sala, e parece ser tão normal,
segurar sua mão, como já fizemos isso há muito tempo.
Peço para ela sentar no sofá, enquanto sento na mesinha de frente. Nossos
olhos grudados um no outro, então ela quebra o silêncio.
— Aceito sua proposta, senhor Aslan — o alívio, atravessa meu corpo, e
não consigo conter o sorriso.
— Emir — ela olha para mim sem entender — diga que aceita novamente,
mas agora me chame de Emir — falo olhando intensamente em seus olhos.
— Aceito sua proposta, Emir — caralho, o meu nome, saindo de sua boca
perfeita, é altamente erótico. Minha vontade é selar esse acordo beijando sua
boca que deve ser deliciosa.
Pego suas mãos e dou um beijo demorado nelas, olhando em seus olhos.
O cheiro de cereja, é divino ali também. Será que o corpo todo dela cheira a
cereja? Desejo muito conferir.
— Obrigado, değerli — agradeço com sinceridade.
— Qual o significado dessa palavra? — Pergunta acanhada.
— Quer dizer, preciosa — ela parece surpresa — porque você, realmente,
é uma joia rara. Agora, precisamos alinhar algumas coisas — falo, sem
largar suas mãos, temos que acostumar com o toque um do outro. O que não
será nenhum esforço, posso até me viciar em seu toque.
— Sim, senhor Aslan, pode falar.
— Em primeiro lugar, não pode mais me chamar de senhor Aslan, Briana
— falo e chego bem perto, vejo ela estremecer, e adoro isso — para você sou
apenas Emir. — Ela assente com os olhos vidrados e a pele corada.
— Teremos também que fazer um comunicado oficial e sair com
frequência — irei adorar essa parte — fazer coisas. . . que noivos fazem —
falo, testando o quanto a mente dela pode viajar com essas palavras, seus
olhos se arregalam de espanto.
— Co… como assim coisas que noivos fazem — gagueja e fica ainda
mais corada, parece que alguém ficou interessada nessa parte, espero que
sim.
— Andar de mãos dadas, abraçar, beijar — minha voz mais rouca do que
o normal, porque quero muito fazer isso, e mais um pouco, se ela deixar —
viajar — completo, imaginando tê-la no mesmo quarto que eu.
— Ent. . . entendi — não consegue formar uma frase sem gaguejar, isso é
muito fofo, na verdade — só isso? — pergunta, parecendo decepcionada?
— Podemos fazer tudo o que você desejar, linda — ela fica corada, vou
me aproximando devagar, para que ela tenha chance de me parar se quiser.
Encosto meu nariz em seu pescoço, porque estou obcecado pelo seu cheiro.
— O... o quê você está fazendo? — Pergunta, e dá um gemido, quando
deixo um beijo em seu maxilar. Porra, meu pau fica tão duro com esse som.
— Estou, só treinando — ela tomba a cabeça, me dando mais acesso e
fecha os olhos, me dando carta-branca para continuar. Ofega quando arrasto
minha boca, pelo seu maxilar e chego bem perto de sua boca, deixo um beijo
no cantinho dela. Me afasto e ela continua alguns segundos de olhos
fechados. Quando percebe que me afastei, ela dá um pulo ficando em pé.
— Acho melhor eu ir trabalhar senh. . . voltarei ao trabalho agora, Emir
— se atrapalha, mas logo se corrige, me chamando pelo nome.
— Como quiser değerli, se precisar do seu noivo, estarei bem aqui — falo
e ela sai quase correndo da sala. Do jeito que ela sempre corre de mim, não
precisa nem frequentar academia, dou risada do meu pensamento.
— Quero muito essa mulher, esse tempo que ficaremos noivo, vai ser
ótimo — falo para mim mesmo, depois que ela já se foi.
Capítulo 19
— Só estou treinando — Foi exatamente isso que ele me falou, e agora
essa frase não sai da minha cabeça. Toda vez que me lembro, sinto um frio
gostoso na espinha, isso acontece a cada um minuto.
A barba dele, roçando no meu rosto, o cheiro amadeirado, sofisticado, de
homem gostoso, só me deixaram com a calcinha encharcada. Fiquei com
medo de levantar e ter uma poça no sofá, de tão molhada que fiquei. Tudo
pulsou, principalmente lá embaixo, no meio das minhas pernas.
— Terra chamando Briana — sinto alguém tocar em meu braço.
— Oi? Me desculpe Mirtes não ouvi você me chamar.
— Querida, devo ter te chamado umas cinco vezes — fala dando risada.
— Vou ficar noiva do senhor Aslan — solto sem pensar, estou muito
sobrecarregada de informações e sentimentos.
— Devo te dar os parabéns agora? Ou só quando se tornar real?
— O quê? Pergunto sem entender.
— Nada, minha querida, sou só uma velha contando os dias para se
aposentar.
— Meu Deus! — Falo tapando meu rosto — não faz nem dois meses
inteiros que estou trabalhando aqui e já está tudo de cabeça para baixo.
— Calma, minha filha — fala, com seu jeito maternal, fazendo um
carinho em meu braço — às vezes, as coisas acontecem, exatamente na hora
em que devem acontecer.
— Você está muito enigmática Mirtes — tento fazer graça, mas falho
totalmente.
— Quando for a hora, minha filha, você se lembrará dessa conversa —
fala e me deixa ainda mais curiosa, tentando entender. — Sou uma mulher
vivida, mãe, avó. Já vi muita coisa e sei que o seu destino está nesta
empresa. Não lute contra.
Me deixa completamente atordoada, sem entender nada. Já tenho um
turbilhão de pensamentos na minha cabeça, então resolvo arquivar essa
conversa.
Perto da hora do almoço, meu noivo lindo de mentira, que consegue me
fazer sentir coisas que até então, nunca havia sentido. Abre a porta da sala e
me olha.
— Vem, değerli — estende sua mão, e sem entender nada, a pego.
— Para onde vamos, Emir?
— Comprar nossas alianças — fala e sai me puxando pela mão.
No elevador privativo, tudo parece ficar mais intenso. O ambiente fechado
me faz ficar quente. Ele encosta a mão nas minhas costas e eu dou um pulo,
tanto pelo susto, quanto pelo choque que me atravessou.
— Você precisa se acostumar com meu toque, linda — vai se
aproximando, e isso me causa um certo pânico. — E você também deve me
tocar, senão isso não vai funcionar — agora ele está muito perto — me toque
linda.
Quase perco o fôlego, mas ergo minha mão e coloco em seu rosto, a barba
tão macia, passo meus dedos por ela. Ele fecha os olhos e inclina o rosto na
minha mão.
Quando os abre, parece estar com fome. Fome de mim. Cedo demais o
elevador abre as portas e eu solto o ar, que nem sabia que estava prendendo.
— Esteja pronta — pega minha mão e sai do elevador, mas pronta para
quê? Nem dá tempo de concluir o pensamento e já sei do que está falando.
Todas as cabeças, viram em nossa direção para nos olhar andando de
mãos dadas. Ai, senhor, não sei se estava preparada para isso.
Entramos no mesmo carro que me levou em casa ontem, mas agora, não
consigo ver o motorista, tem um vidro, totalmente fechado, nos separando.
— Você está bem? — Pergunta, ainda segurando minha mão e perto
demais, para minha sanidade.
— Acho que não estava preparada para tudo isso — tento ser o mais
sincera possível.
— Por isso, precisamos dos ensaios, seremos o centro das atenções, caso
alguém desconfie que isso não é real, será pior do que antes — fala e coloca
uma mão no meu rosto e outra na minha cintura.
O nível de pulsação, na minha intimidade, é desconcertante. Estou toda
molhada. Nunca senti tanto tesão na minha vida.
— Vou te beijar agora, tudo bem? — Pergunta, mas minha boca está tão
seca, que não consigo responder. Apenas assinto.
Cola a boca na minha, bem devagar, testando. Passa a língua em meu
lábio inferior e no superior, me levando a loucura, dou um suspiro e ele
aproveita para invadir minha boca com sua língua. Encosto minha língua na
dele, e ele solta um rosnado sensual, segura minha nuca mais forte e
aprofunda o beijo, nossas línguas estão em uma dança extremamente
sensual. Escuto um gemido sexy e custo a entender que fui eu que emiti esse
som. Rápido demais, o carro estaciona e ele para o beijo lentamente.
— Nossa, Briana, você é deliciosa — fala com a testa colada na minha,
me fazendo sentir choquinhos por todo o corpo — muito mais do que nas
minhas fantasias. Vou te beijar, sempre que tiver oportunidade e você
permitir — decreta e antes que eu possa dizer algo, pega minha mão, saímos
do carro e rumamos para o interior da loja.
Quero desesperadamente esse homem. Sei que isso é tudo mentira, mas
nunca quis nenhuma intimidade com outro homem. Sei que sou quebrada,
depois do que aqueles monstros fizeram comigo. Mas se tem alguém que
deve conseguir me consertar, esse alguém, com certeza é Emir Aslan.
E com esse pensamento, de que, deixarei as coisas rolarem até o fim.
Seguro sua mão com mais confiança e ergo a cabeça.
Capítulo 20
Quando a chamei para comprarmos a aliança, estaria cumprindo o
protocolo de mostrar a todos que estamos noivos, e aproveitaria para
“treinar” um pouco. Precisamos estar confortáveis na presença um do outro,
com toques e olhares. Principalmente, quando chegarmos em algum evento,
onde todos ficam só observando para pegar alguma gafe.
Não quero perder nenhuma oportunidade de tocá-la. Desejei isso desde
que a vi, só não a tocarei se ela rejeitar meu toque, caso contrário, farei o
tempo todo.
No elevador, decido testar, o quão preparada ela está, coloco a mão em
suas costas e ela dá um pulo de susto. Por um momento, isso me deixa
desconcertado, mas noto o arrepio em sua pele, e avanço mais um pouco.
— Você precisa se acostumar com meu toque, linda — me aproximo
lentamente e noto que os olhos se arregalam um pouco. — E você também
deve me tocar, senão isso não vai funcionar — estou bem perto, consigo
sentir a respiração acelerada no meu queixo — me toque, linda — incentivo,
ficando extremamente excitado.
Ela toca o meu rosto timidamente, e é tão gostoso, que fecho os meus
olhos, querendo sentir mais seu toque. O nível de tesão que estou sentindo é
insano. Abro meus olhos e sei que nota o quanto estou faminto. Infelizmente
as portas do elevador se abrem, quebrando completamente o clima.
— Esteja pronta — aviso para prepará-la, sei que todos em volta olharão
imediatamente, quando me virem de mãos dadas com uma mulher.
Principalmente, se essa mulher for minha secretária.
Como previ, todos nos olham, alguns cochicham e sinto Briana ficar
tensa. Só quero sair rapidamente dali, e protegê-la de tudo.
Abro a porta do carro, e ela entra rapidamente, deslizo para bem perto
dela, segurando sua mão. Ela exerce um magnetismo tão grande sobre mim,
que não consigo parar de tocá-la.
— Você está bem? — está tão tensa, que faria qualquer coisa para que ela
relaxasse.
— Acho que não estava preparada para tudo isso.
— Por isso, precisamos dos ensaios — uma ideia surge e preciso colocar
em prática, a vontade que sinto de beijá-la se torna uma necessidade.
Coloco uma mão em seu rosto e outra na sua cintura, dando um leve
aperto.
— Vou te beijar agora, tudo bem? — Pergunto, dando a chance de ela
negar, caso não queira. Ela assente e meu coração dispara.
Me aproximo devagar, testando, ela pode me parar a qualquer momento.
Quando nossas bocas se encostam, perco toda a racionalidade. Ela suspira
e consigo invadir sua boca com minha língua e quando a sua, encontra a
minha, é como se todo o sangue do meu corpo fervesse, indo em direção ao
meu membro rígido. O gemido que ela dá é tão gostoso que me faz
necessitar, dessa mulher rebolando no meu colo. Quando vou puxá-la para
que se encaixe em mim, o motorista estaciona o carro em frente a loja.
Relutante, diminuo a intensidade do beijo até parar, colando minha testa na
dela.
— Nossa, Briana, você é deliciosa — não consigo me conter — muito
mais do que nas minhas fantasias. Vou te beijar, sempre que tiver
oportunidade e você permitir — ela sempre terá a opção de não me deixar
beijá-la. Jamais a tocaria sem sua permissão. Pego sua mão e saio do carro,
entrando na loja.
Pensei que ela ficaria novamente acuada, mas quando a olho, está com a
cabeça erguida. Maravilhosa e confiante.
— Senhor Emir Aslan, a que devo a honra dessa visita? — O dono da
joalheria, veio rapidamente quando soube que estava aqui. Ele é um cliente
nosso. Nunca perdemos uma causa dele, por isso o tratamento VIP.
— Olá, senhor Vivieiro, precisamos de anéis de noivado — levanto a mão
de Briana que estou segurando, ele arregala os olhos apenas por um segundo.
— Essa é minha noiva Briana Martinelli — falo, apresentando Briana para
ele.
— Ora, ora, vejo que o senhor Aslan, foi fisgado — se dirige até Briana,
pega sua mão e leva aos lábios. Porra, todo mundo beija a mão dela — posso
perceber o porquê ela conseguiu te laçar, é extremamente linda, com todo
respeito — respeito é o caralho, penso, o ciúme aflorando, como nunca senti
antes em minha vida.
— O senhor poderia nos mostrar as alianças agora? — O corto, e ele tem a
decência de parecer constrangido pelo menos.
O que está me deixando aflito, é que até agora Briana, não disse uma
palavra. Seguro sua mão até um pouco mais forte, com medo de que fuja
para as colinas a qualquer momento.
Fomos levados a uma sala privativa, e peço para que nos deixem a sós,
preciso entender, se Briana está bem.
— Está tudo bem linda? — pergunto assim que o vendedor sai da sala. Ela
apenas assente.
— Preciso ouvir você falar.
— Está, tudo bem — fala baixinho, um nó começa a se formar na minha
garganta.
— Se você quiser parar com tudo, é só me dizer, não quero te forçar a
nada — falo, com medo da resposta. Estou tão envolvido com esse negócio
de noivado falso, que pensar em não tocar mais nela, me deixa frustrado.
— Eu não quero parar. Quero te ajudar. É que só está sendo tudo muito
intenso. Hoje é só o primeiro dia, eu me acostumo.
Faço um carinho em seu rosto, e ela fecha os olhos colocando sua mão
sobre a minha. Nossa, como é linda, está cada vez mais fácil fazer isso.
— Não se preocupe, Emir, eu quero fazer isso também — foi só eu que
senti um duplo sentido nessa frase? Ou será que meu desejo, já está
nublando minha percepção?
O que importa é que ela me garantiu que não irá fugir, e isso me deixa
estranhamente eufórico.
Capítulo 21
Emir, sai da sala para chamar o vendedor novamente. Quando na minha
vida imaginei estar em uma loja dessas, com um homem, rico e poderoso,
comprando um anel de noivado? A resposta é: nunca!
A confiança que estava sentindo ao sair do carro, meio que desapareceu,
assim que entrei na loja. Uma joalheria de luxo, daquelas em que um anel, é
o preço de um apartamento pequeno.
E ainda por cima, fui apresentada para o senhor Vivieiro, simplesmente o
dono desse império de joias. Não sei como não desmaiei ainda.
E teve o beijo. Nossa e que beijo. Eu já tinha beijado outros rapazes é
claro, isso antes dos monstros me quebrarem, inclusive, cheguei a beijar o
monstro mor Henrique. Mas nada comparado ao beijo de Emir, uau, que
beijo, forte, possessivo, reivindicando minha boca.
Estou me abanando com minha mão, porque, apesar do ar-condicionado,
estou com muito calor, lembrando de tudo o que aconteceu no carro, e Emir
decide aparecer bem nessa hora com o vendedor. Me olha com a sobrancelha
arqueada e um sorrisinho de lado.
— Está tudo bem, linda? — fala daquela maneira intensa.
— Lembranças — apenas essa palavra, consegue acender o fogo em seus
olhos, Deus, será que ele não consegue ser menos intenso?
— Depois, değerli, prometo — me dá um beijinho casto. Borboletas
alçam voo no meu estômago.
Passamos quase uma hora, discutindo qual aliança levar. Todas eram
lindas, mas eu queria uma mais barata e menor, mas perdi essa causa.
Estou ostentando um diamante, cujo preço equivale a um apartamento
médio. Como vou andar com isso no metrô, sem ser assaltada? Não é a
minha realidade.
— Fala comigo, Briana — pede segurando minhas mãos, por cima da
mesa onde estamos almoçando — não quero que você se feche desse jeito.
— Como vou andar com isso aqui — solto de uma vez, mostrando meu
anel para ele — no metrô? É capaz de arrancarem meu dedo, só para levar a
aliança. Tudo bem que posso esconder na bolsa quando for sair, mas e se
roubarem minha bolsa? Ou posso, esconder na boca? Ninguém olharia
dentro da minha boca para assaltar, olharia? Só não poderia conversar com
ninguém.
— Respira Briana — fala e eu paro de falar — a última vez que ouvi você
falar tanta coisa de uma vez só, foi no dia que nos conhecemos no elevador.
Sinal de que você está muito nervosa.
— Me desculpa, realmente estou muito nervosa — lembro do dia da
entrevista, caraca, isso faz pouco tempo, mas parece que foi há uma vida. —
Vou dar um jeito, e... — ele me interrompe.
— Já está tudo certo, Briana, você não vai mais pegar metrô — como
assim? Vou tentar me manifestar, mas ele pede um momento — espera,
deixa eu terminar de falar, depois você coloca as suas condições e entramos
em um acordo, tudo bem para você?
Nossa, como é difícil tratar com advogado, penso um pouco irritada. Mas
assinto dando aval para ele continuar.
— Terá um motorista a sua disposição todos os dias — só pode ser
brincadeira, quero falar, mas deixo ele terminar. — Inclusive, já tem duas
propriedades minha, para você escolher para qual vai querer se mudar. As
duas são próximas ao escritório, não precisará usar o metrô — fico
boquiaberta com a rapidez.
— Certo, entendo. A propriedade, faz parte do acordo, mas o motorista,
não. E se for perto, posso ir andando. Não tem necessidade de designar
alguém para dirigir para mim — falo, e acho que estou arrasando na minha
defesa.
— Não pode, Briana, sei que isso pode te chocar ainda mais. Sendo minha
noiva e todos sabendo disso, além de motorista, também terá seguranças.
— Imagina, Emir, não precisa de tudo isso, eu sou uma pessoa simples.
— Você não está entendendo Briana. Não gostaria de por nesses termos,
mas vamos lá. Sou um advogado bilionário, minha família e eu, somos
donos de um império no ramo de advocacia. Sendo minha noiva, você corre
riscos, pode ser sequestrada para que me atinjam, tem muitas pessoas que
gostariam de ver o meu mal.
— Mas se corro risco, minha família? — Nem consigo concluir a frase,
um medo insano de acontecer algo com a minha família.
— Eles, também estarão seguros. Eu te coloquei nisso, Briana, jamais
deixarei que algo de mau aconteça com vocês.
— Obrigada! — Agradeço com sinceridade, o fato de que algo possa
acontecer com minha família me apavora.
— Não tem que agradecer, linda. Você salvou minha pele, revelando o
vídeo, e agora, está salvando novamente, se metendo nessa loucura. Quem
tem que agradecer sou eu — dou um sorriso sem graça — Vem — estende a
mão para mim — vamos para a empresa, ainda tenho algumas reuniões.
Capítulo 22
Voltamos para o escritório e tive mais duas reuniões. Aproveitei para falar
sobre o meu noivado, e os clientes, que são mais velhos e conservadores,
ficaram realmente felizes. Pude perceber o que meu pai sempre falava. O
respeito e a admiração no olhar deles mudou quase instantaneamente.
Agora, estou na sala de reuniões, com meus irmãos, que ainda não
voltaram para suas casas. Estamos discutindo estratégias e melhorias em
todos os escritórios. Na verdade, eles estão.
Meus pensamentos estão na, secretária, que fica na porta da minha sala.
Linda, e com a boca mais gostosa que eu já beijei na vida e o seu cheiro…
— Emir — Kerim fala estalando os dedos na frente dos meus olhos — ta
aí cara? — todos começam a rir.
— Aposto que os pensamentos estão na noiva estonteante que ele arranjou
— Okan fala — mas cara, se fosse eu também estaria, linda demais —
minha vontade é arrancar a cabeça dele.
— Nem fala nada, Emir, pode ser bem ciumento. No primeiro dia que a
vi, fui fazer um elogio e quase perco os olhos — Alim fala, se lembrando de
quando mandei ficar longe — e ela nem era noiva dele ainda.
Olho para Erhan, já aguardando a gracinha. Até agora me mantive calado.
— O que foi? — Pergunta, com o ar debochado.
— Estou esperando, agora é a sua vez de fazer uma gracinha — ele
balança a cabeça, discordando.
— Pessoal, deixem ele em paz — todos olham chocados para ele,
inclusive eu — esse noivado é falso, esqueceram? É só para ajudar nos
negócios. E se ele se apaixonar, qual é o problema? Já estamos todos
passando da hora de casar.
— Você ta apaixonado — Alim aponta para ele, ficamos o olhando,
aguardando a negativa.
— Vão se foder — simplesmente levanta e sai da sala. Ficamos nos
olhando de boca aberta.
— Caralho — Okan fala — quem diria que ele seria o primeiro — olha
para mim com sobrancelha arqueada — ou será que é o segundo?
— Acho que caíram ao mesmo tempo — Kerim, fala e os outros
assentem.
— Vão se foder — decido fazer o mesmo que Erhan. Saio da sala, em
busca da minha noiva. Vou levá-la em casa. Afinal já está quase na hora de
acabar o expediente.
Lá está ela, minha noiva, de mentira claro. Mas enquanto estivermos
noivos, ela é minha, certo? — Claro que não idiota, ela só será sua, se um
dia você fizer um pedido verdadeiro — minha consciência tentando me
sabotar, nem vou dar ouvidos.
Vou chegando perto e noto que está olhando para seu anel, com um ar
pensativo. Parece até um pouco chateada.
— Uma moeda pelos seus pensamentos — ela assusta, me olha e abre um
sorriso, capaz de derreter o mais gelado dos corações.
— Não é nada, só não consegui acostumar com o anel ainda. É tão caro,
tenho medo de quebrar — fala bem baixinho e dou risada, ultimamente estou
sorrindo, mais do que sorri, durante toda minha vida adulta.
— Vem, vou te levar para casa — falo e estendo a mão.
— Mas ainda faltam 20 minutos — fala e noto Mirtes sorrindo e olhando
para nós.
— Vantagens de ser noiva do chefe — dou uma piscada.
— Não quero vantagens por ser a noiva do chefe — fala e cruza os braços,
fica mais linda com carinha de brava — Até porque, quando isso acabar —
aponta de mim para ela — voltarei a ser só a funcionária, não quero ficar
mal-acostumada.
Olho para Mirtes, em busca de apoio, ela está com a cabeça abaixada,
tentando conter a risada, mas falhando totalmente.
— Certo! — Vou ceder, porque ela tem um bom argumento — daqui a
dezoito minutos, volto para te levar — viro com a cara emburrada e entro na
sala.
Assim que fecho a porta, minha cara emburrada, dá lugar a um sorriso
genuíno. Que ousada, gostei de conhecer essa nova faceta dela.
Aguardo, pacientemente, dar o horário. Sinto meu corpo energizado,
doido para poder tocá-la novamente.
Assim que abro a porta, ao dar o horário, ela já está com a bolsa no ombro
me aguardando. Estendo a mão e ela pega sem hesitar.
— Tchau, Mirtes — falamos juntos e nos olhamos rindo.
— Tchau, queridos — fala rindo também. É impressão minha, ou parece
que todo mundo está mais feliz hoje?
Quando saímos do elevador, todos nos olham novamente, e sinto que ela
fica tensa.
— Não esquenta, linda, logo eles se acostumam — falo próximo ao seu
ouvido, aspirando seu cheiro delicioso. Ela apenas assente, como sempre, ou
fica muda, ou fala pelos cotovelos quando está nervosa.
No carro, ela fica calada, mas está com o rosto completamente vermelho.
— Fala, Briana, não quero que você se feche. Pode me falar tudo que
estiver te incomodando — me olha e fica ainda mais vermelha.
— Eu gostaria de continuar… nosso… — afago o seu rosto, para lhe
transmitir confiança — treinamento — porra, por essa eu não esperava. Meu
coração parece que sairá pela boca.
— E o que você gostaria de treinar — chego mais perto, segurando sua
mão, ela se desvencilha e ergue a mão, para passar em meus cabelos.
— Quis fazer isso, desde a primeira vez que te vi no elevador — olho
espantado, no elevador ela parecia estar tão alheia a tudo. — Queria saber se
eram tão macios como parecia.
— E são? — pergunto, para me distrair, porque, já percebi que é inocente
e mesmo na sua inocência, está me deixando louco.
— Muito, mais sedosos do que imaginava, é gostoso pegar — fala e dá
uma puxadinha nos fios, que me deixa louco.
— Sabe o que eu quis fazer, desde a primeira vez que te vi? — nega e
amasso meu nariz em seu pescoço, aspirando o cheiro delicioso dela. — Seu
cheiro é altamente viciante.
Quando voltamos a nos olhar, eu a seguro pela nuca e a beijo. Não um
simples beijo, estou fodendo sua boca. Lábios, língua, dentes. Ela retribui
com o mesmo entusiasmo.
Puxo e a coloco no meu colo, sem desgrudar nossas bocas. A saia sobe até
acima das suas coxas. Desconecto nossas bocas, somente para olhar e vejo a
sombra da calcinha, dou um grunhido, e ataco sua boca novamente.
Me mexo e ela solta um gemido, rebolando bem em cima do meu pau, que
já está quase furando a calça. Subo a mão pela sua perna, e quando chego no
elástico da calcinha, ela trava, e para de me beijar.
— Desculpe, Briana, rápido demais, caralho. Não quero te assustar, nós
nem precisamos fazer nada disso — estou puto comigo mesmo, por avançar
tanto.
— Calma, Emir, eu também quero isso — fala colocando a mão em meu
rosto — mas precisamos conversar antes — porra, acho que já entendi tudo.
— Você é virgem? — Pergunto, porque só pode ser isso, a inexperiência,
o afastamento repentino.
— Não sou virgem, Emir, mas, não perdi minha virgindade, por vontade
própria — fala e acho que não entendi direito, na verdade eu não quero ter
entendido direito. Sou capaz de matar alguém nesse momento.
Capítulo 23
Sei que não preciso contar o que aconteceu para ele. Nunca contei para
ninguém, apenas meu pai, minha irmã e minha psicóloga sabem. Além dos
policiais da época que não deram créditos, para a menina pobre que queria
denunciar dois caras ricos.
Emir, não é meu noivo de verdade, mas essa atração que sentimos, é bem
real. Quero tentar fazer sexo com ele, quero que me ensine a sentir prazer,
igual é descrito em livros e filmes. Só o pouco que já me mostrou, me fez
ansiar por mais.
Nosso compromisso, tem data certa para acabar, mas nunca senti tanta
confiança em alguém, para me entregar. Resta saber, se quando eu contar
tudo, ele ainda terá vontade de ficar comigo, intimamente.
Então, quando pergunta se ainda sou virgem, coloco minha vergonha de
lado e respondo com a maior sinceridade.
— Não sou virgem Emir, mas não perdi minha virgindade, por vontade
própria.
— Como assim, Briana? Preciso que me explique, não sei se entendi
direito — noto suas mãos fechadas em punho.
— Podemos conversar em algum lugar? Não quero fazer isso no carro.
— Claro, minha casa? — Pergunta e assinto. Aperta um botão ao lado da
porta e dá as instruções para Simon, que desvia do caminho da minha casa e
começa a voltar para zona sul.
Se ele não quiser mais fingir ser meu noivo, posso devolver o anel e pegar
um carro de aplicativo para casa, ou podemos ainda fingir o noivado, mas
sem a parte sexual, apenas toques em público, para passar veracidade.
Apesar de não falar nada, minha mente fica a mil por hora. Ele pega
minha mão e entrelaça os dedos, fazendo eu me sentir acolhida, mas também
fica calado.
Simon, entra com o carro em uma garagem, de um prédio muito luxuoso,
a primeira coisa que noto quando saio do carro, é o chão. Caraca, nunca vi
uma garagem com o chão tão limpo.
Emir me pega pela mão e vai em direção ao elevador, me viro e aceno
para Simon, ele me dá um aceno com a cabeça e vai para outro lado. Muito
sério.
No elevador, Emir, coloca um código no painel e subimos direto para a
cobertura. Assim que ele abre a porta, meu queixo cai. O lugar é enorme, só
a sala, deve ser minha casa inteira.
— Uau, você mora aqui sozinho? — Não consigo me conter.
— Sim, gosto de espaço — fala com a expressão séria — vamos nos
sentar? — Aponta para o sofá.
Vou até o sofá e me sento, estou muito desconfortável e nervosa, já não sei
se foi uma boa ideia falar sobre o que me aconteceu. Poderia só fugir, como
faço com todos.
— Vinho? — oferece.
— Acho que vou precisar de algo mais forte — respondo e o vejo assentir.
Vai até um bar, onde tem várias bebidas, pega uma garrafa que parece ser
uísque e dois copos. Despeja o conteúdo nos copos e me oferece um. Tomo
tudo de uma vez só, sinto queimando tudo, por onde o líquido passa e ele
enche novamente.
— Agora vamos lá Briana, me conte tudo, por favor!
— Não é uma história bonita, vou tentar resumir.
— Temos tempo, Briana, conte-me tudo.
Tomo mais um pouco do uísque, não tudo dessa vez, quero criar coragem
para falar sobre o assunto, não ficar bêbada.
— Bom, como você já sabe. Meu pai é zelador de um dos colégios mais
conceituados de São Paulo. Então minha irmã e eu, tivemos bolsa integral e
estudamos lá desde o jardim de infância.
— Desde muito nova, eu me dava muito bem com computadores, era a
desengonçada da escola, magrela demais, olhos grandes demais, sempre
tinha um apelido pejorativo para mim. E não ajudava em nada eu ser filha do
zelador. Os riquinhos do colégio, não queriam amizade comigo, então meio
que vivia só com os computadores — olho para ele e noto que presta atenção
em cada palavra que digo, me sinto bem para continuar.
— Meu sonho desde sempre, foi cursar engenharia da computação, queria
ter minha própria empresa de segurança da informação. Me dediquei demais,
estudei muito e consegui uma bolsa de estudos integral. Eu e minha família,
ficamos muito felizes, seria a realização de um sonho — está tão atento que
parece nem respirar, ele acena com a cabeça para que eu continue.
— Quando comecei a cursar a faculdade, ainda não havia completado
dezoito anos, mas não era mais a garota desengonçada, minhas curvas já
tinham aparecido, meus seios crescido. Não tinha amigos, as pessoas ricas,
não gostam muito de se envolver com alunos com bolsa integral, sabe que
somos nerds pobres — falo e dou risada, mas ele está sério, não esboça nem
a sombra de um sorriso, então continuo.
— Foi aí que um rapaz, começou a se aproximar de mim. No começo
achei que logo ele cansaria, mas ele continuou querendo ser meu amigo, às
vezes insinuava querer algo mais. Até me apresentou para seu melhor amigo
e eu fiquei lisonjeada, afinal ele era lindo. E nunca ninguém havia se
interessado por mim — noto seus dedos brancos de tanto apertar o copo em
sua mão.
— Um dia, me chamaram para uma festa, ele sempre dava festas no porão
de sua casa. Eram super comentadas, fiquei eufórica, isso era sinal de que ele
gostava de mim.
— Cheguei na festa, na hora marcada, mas só estavam ele e o amigo, mais
ninguém. Achei super estranho, mas disseram que ainda iam chegar o
restante do pessoal. Colocaram uma cerveja no minha mão, já aberta. Não
gosto de cerveja, mas não quis parecer careta e tomei. Na metade da latinha,
comecei a passar mal, fiquei tonta, joguei o restante na pia sem eles verem
— o olhar de Emir é mortal, mal consigo continuar falando, ele faz um gesto
com a mão para que eu continue falando e vira o conteúdo todo do seu copo,
enchendo novamente.
— O restante é meio confuso na minha mente, eles… tiraram minha roupa
e... minha virgindade, foi dolorido, péssimo e traumático.
— Então, como nunca tive vontade de fazer novamente, mas agora com
você, sinto, a gente poderia… se você quiser… bem, não sou a mulher, mais
experiente do mundo… mas gostaria de saber como é sentir prazer. — O
olhar dele suaviza um pouco, mas ainda continua muito sério — se você não
quiser, tudo bem, não precisa… Ele me cala com um beijo, não um beijo
qualquer, mas um beijo que me faz ficar com as pernas bambas.
— Briana, você me enlouquece, eu quero muito te ensinar a ter prazer.
Estou louco para fazer isso, na verdade. Não importa o que aconteceu, meu
desejo por você não tem como diminuir — minhas pernas estão moles e
minha calcinha encharcada.
— Só me diga que eles foram presos, por favor — pelo meu semblante,
ele sabe a resposta — você denunciou né?
— Quando cheguei em casa, machucada, meu pai me levou na delegacia.
Mas eram dois caras ricos, contra uma menina pobre. Os policiais, me
olhavam como se tivesse culpa, eles tinham advogados, nós não. Fora que os
pais deles, conheciam o dono do colégio, meu pai poderia ter sido demitido.
Então não prosseguimos com o processo.
— Quero nomes Briana. Quero acabar com os dois, se eles tiverem
alguma influência, quero arrastar seus nomes na lama.
— Já faz muito tempo, Emir, não quero mexer com isso agora. Só te
contei, porque você precisava saber, antes de… bem você sabe…
— Antes de quê Briana? Pergunta me deixando vermelha — Antes de te
mostrar o que é prazer? — Apenas assinto — Antes de foder essa bocetinha
e mostrar como é gostoso chegar ao orgasmo? — Nossa, isso deveria me
deixar horrorizada, mas me deixa muito excitada.
— Não vou te foder hoje, Briana — fico decepcionada, eu já imaginava
que isso poderia acontecer.
— Tudo bem, me desculpe eu vou… — começo a falar, mas ele coloca o
dedo na minha boca.
— Não vou te foder hoje, porque sua primeira vez, tem que ser especial.
Sem a sombra dessa conversa no ambiente. Aquilo que fizeram com você foi
horrível de todas as maneiras possíveis. Foi monstruoso — assinto, meus
olhos querendo se encher de lágrimas.
— Não pode considerar como primeira vez. O que vamos fazer, com
consentimento mútuo, aí sim será considerado sua primeira vez. Garanto que
vai ser delicioso — fala, me dando um beijo casto. A promessa faz meu
cérebro virar gelatina — Agora vamos, vou te deixar em casa, antes que não
consiga me segurar, ficar com você na minha casa é tentação demais e quero
cumprir minha promessa.
Capítulo 24
Deixo Briana em casa e volto para meu apartamento, completamente puto
da vida. Não sei como consegui deixá-la ir, sem exigir que ela me desse,
nomes.
Violência contra mulher, é algo que me desestabiliza. No meu país natal,
ainda temos muitos casos de machismo, mas as mulheres, já estão
conseguindo ter mais voz ativa por lá também.
Não desistirei de descobrir, quem são os filhos da puta que fizeram isso a
ela. Pode ter passado alguns anos, mas quando eu descobrir, planejo acabar
com eles.
Não insisti muito nos nomes, por perceber o quanto Briana estava
fragilizada, esse também foi um dos motivos, para não tê-la arrastado para o
quarto e mostrado o quanto é bom sexo consensual.
Ligo para Ricardo[12], um detetive particular, muito conceituado, quero
levantar tudo que puder sobre o tempo em que Briana estudou engenharia da
computação.
— Emir, a que devo a honra dessa ligação? — Atende do seu modo
descontraído.
— Olá, Ricardo, preciso que faça um trabalho — vou direto ao ponto.
— Sempre as ordens, do que precisa?
— Mandarei por e-mail, o nome de uma pessoa. Preciso que descubra, em
qual instituição estudou há seis anos, o curso era engenharia da computação.
— Essa é fácil, Emir, em meia hora te mando — fala, sempre eficiente, ou
arrogante, depende de quem escuta.
— Mas, não é apenas isso. Preciso que descubra, se na turma em que ela
estudou, teve alguém com histórico de estupro — falo e ele solta um
assobio.
— Porra, vai ficar mais caro assim — brinca, mas com um fundo de
verdade — vai dar um puta trabalho.
— Não poupe recursos, estou te dando carta-branca — se ela não quer me
dar nomes, terei que descobrir sozinho.
Desligo o telefone, que começa a tocar imediatamente, vejo se tratar do
senhor Matteo Sanchez, lá vem bomba.
— Conferiu o noticiário? — Caralho, preciso ficar mais antenado nessas
coisas, todos me pegam de surpresa.
— Não! — falo sucinto, aguardando ele falar o que foi que fiz dessa vez.
— A polícia foi até a casa que Briana identificou, de onde o vídeo foi
postado. Houve um confronto com a polícia e o cara foi morto.
— Porra, por essa, eu não esperava, conseguiram identificar algo sobre
ele? É algum inimigo político, ou algo assim?
— Não, Emir, esse era só um cara comum, sem passagem pela justiça e
nem contato com a política, muito menos com o mercado financeiro. Tenho
um agente na polícia que é meu conhecido, está me deixando informado —
conhecido é? Tenho certeza que está sendo muito bem pago para passar
essas informações. — Não acharam nada na casa dele, somente um
computador novinho que continha o vídeo.
— Puta que pariu, está mais complicado do que imaginávamos. Devemos
ficar muito atentos, senhor Matteo, isso é coisa de peixe grande, farão de
tudo para te prejudicar.
— Eu sempre soube que não seria fácil, mas desistir, não é uma opção —
fala e o admiro ainda mais, com certeza, terá meu voto.
— Está certo senhor Matteo, espero que tudo dê certo, meu voto é do
senhor — declaro e o escuto dar uma risada.
— Obrigado, menino, isso me deixa muito feliz, até mais!
— Até, mais — realmente a política não é para qualquer um, eu jamais me
candidataria, nem mesmo para síndico de prédio.
Chego um pouco mais tarde na empresa. Tive uma reunião com uma
empresa de segurança da informação. Depois do que fizeram com aquele
vídeo, que quase acabou com a reputação da empresa e de quebra, ainda fez
com que eu ficasse noivo de mentira da Briana, preciso de uma empresa o
tempo todo, trabalhando na contensão de danos.
Pensei muito em Briana, quando os sócios estavam mostrando o esquema
de segurança deles. A confissão de que ela queria ter uma empresa daquelas,
me deixou ainda mais louco de vontade de acabar, com quem quer que sejam
as pessoas, que a fizeram desistir de seus sonhos.
Será que ela aceitaria minha ajuda para voltar a estudar? Ela quer voltar a
se dedicar ao seu sonho? Ela ainda é jovem, pode mudar de área a qualquer
momento, só ficaria triste de perder minha secretária, mas, por outro lado,
poderia ser muito vantajoso, ter na equipe interna, alguém tão talentoso.
Quando mostrei para os donos da V&HTech, o que Briana fez com aquele
vídeo, ficaram super empolgados para saber quem fez. Falaram até em uma
oportunidade na empresa deles, para alguém com essa capacidade. O que
eles não sabem, é que eu pagaria o dobro do que eles propusessem, só para
que Briana não saia de perto de mim, ou melhor, da minha empresa.
Como sempre acontece, assim que as portas do elevador se abrem no
nosso andar, a primeira coisa que reparo, é na loira estonteante, sentada em
frente a minha sala.
Sempre concentrada, nunca se atrasa, a não ser no dia em que salvou
minha pele, trabalho sempre impecável. Um rosto lindo e um corpo feito
para o pecado.
— Bom dia, senhor Aslan — Briana e Mirtes falam ao mesmo tempo, e
dão risada.
— Bom dia, Mirtes. Bom dia, Briana, você poderia vir na minha sala um
minuto? — Falo olhando para Briana, que assente e já se levanta.
Aguardo ela passar pela porta e a fecho, ela fica parada no meio da sala,
sem saber o que fazer, enquanto ando devagar em sua direção, olhando em
seus olhos lindos.
— Então, eu voltei a ser o senhor Aslan para você? — Pergunto, tão perto
dela que consigo sentir o calor que emana do seu corpo. Fora o cheiro de
cereja que sempre me inebria. Meu coração descompassado, imaginando que
ela desistiu de tudo que conversamos ontem. Seria como tirar o doce de uma
criança, e no caso ela é o doce e eu a criança.
— Pensei que quando estivéssemos trabalhando, eu deveria ser mais
formal. Fiz errado? — Pergunta inocentemente, e me sinto quase aliviado,
mas preciso ter certeza.
— Achei que tivesse desistido de ser minha noiva — falo e passo o dorso
da mão, delicadamente em seu rosto — pensei que não quisesse mais, que eu
te mostrasse tudo que conversamos ontem — passo meu polegar em seus
lábios e ela fecha os olhos. — Você ainda quer, linda?
— Sim, Emir. Quero muito — e dessa vez eu é que fecho os olhos com o
deleite de suas palavras.
— Então hoje, teremos um encontro, linda. Esteja preparada às oito horas
da noite. Avisa na sua casa, que você irá dormir fora — meu corpo todo
esquenta, quando ela assente devagar, dou um beijo casto em seus lábios e
sussurro.
— Até depois, değerli — quando acho que ela vai sair correndo
novamente, me olha com o olhar travesso, cheia de coragem.
— Estarei contando os minutos, Emir — sai rapidamente e me deixa com
mais tesão, pelo simples atrevimento.
Capítulo 25
Vou desmaiar, é sério, essa é a sensação que estou no momento. Pernas,
trêmulas, coração disparado e um latejar delicioso nas minhas partes íntimas.
Passo correndo pela minha mesa e vou para o banheiro. Preciso me
acalmar para conseguir me concentrar no trabalho. Passo um pouco de água
na nuca, tentando estabilizar minha respiração.
Nem acredito que topei essa loucura, fazer sexo com o senhor Aslan…
Emir. Não que isso seja uma coisa difícil, o homem, exala sensualidade por
onde passa. A excitação e a curiosidade de saber como é, já ultrapassaram a
minha vergonha, desistir jamais.
— Está tudo bem, querida? — Mirtes pergunta com seu habitual jeito
materno, assim que volto para minha mesa, sentirei muita falta, quando se
aposentar.
— Está, sim, Mirtes, só estava com muita vontade de ir ao banheiro —
devo estar muito vermelha, ela apenas assente, com um sorriso, de “eu sei de
tudo”, que deve ser apenas fruto da minha imaginação.
Não consigo focar no trabalho, tenho poucas coisas para organizar. Que
bom que as sextas-feiras são sempre mais tranquilas! Preciso urgente mandar
mensagem para Lua, sempre conto tudo para ela, se ela já estava surtando
com a conversa de ontem, imagina hoje. Discretamente pego meu celular.
Eu: Lua, você não vai acreditar, Emir me chamou para jantar hoje.
Luana: Caralho Bri — Sempre boca suja, ou nesse caso seria, dedos
sujos? — Ele não perdeu tempo.
Eu: E tem mais — escrevo só isso, para atiçar ainda mais a curiosidade.
Luana: Fala logo Bri, quer me matar de curiosidade? — Dou uma risada
disfarçada de tosse.
Eu: Disse para eu avisar em casa, que dormirei fora.
Luana: PUTA QUE PARIU — exatamente, letras em caixa alta — na hora
do almoço, você vai fazer depilação, tira todos os pelos possíveis desse
corpo. — Dou risada um pouco mais alta, e Mirtes olha com olhar de
desconfiança.
Eu: Como você consegue pensar nessas coisas?
Luana: Penso em tudo querida irmã, inclusive, já achei um endereço aí
perto, marcarei o horário e te mando. Vai enlouquecer o boy hoje — agora
gargalho alto. Olho para Mirtes pedindo desculpas e guardando o celular.
Com certeza alguém enlouquecerá hoje, mas acho que esse alguém serei eu.
Meia hora depois, Lua, manda o endereço e o horário em que devo ir ao
salão. Resolvo acatar essa dica, afinal, homens como Emir, devem estar
acostumados a mulheres impecáveis.

Em casa, após ser dispensada uma hora mais cedo do que meu horário
habitual, por Emir, com um olhar cheio de malícia. Ele também dispensou
Mirtes, dizendo ter um compromisso muito importante, do qual teria que se
preparar com antecedência. Nem ousei questionar dessa vez, apenas saí
correndo.
— Olha só, o chefinho dispensou até mais cedo, deve estar muito ansioso
— Lua fala assim que piso em casa.
— Para com isso, menina — falo exasperada — ele só está me ajudando,
assim como o estou ajudando no lance de ser sua noiva — ergue uma
sobrancelha a debochada.
— Até parece que ele não vai se divertir bastante no processo, né —
resolvo ficar quieta, até porque ela tem um pouquinho de razão. — Vem,
vamos te arrumar para sua noite inesquecível ao lado do galã turco — já
começa a me puxar pela mão em direção ao quarto.
Após tomar banho, onde Lua me fez passar creme em cada canto do meu
corpo. Com cachos nas pontas do meu cabelo e um vestido preto, discreto,
mas muito sexy, principalmente pelo decote nas costas. Estou aguardando
ansiosamente.
O carro de Emir, estaciona em frente a nossa casa, exatamente às oito
horas. Estou tão nervosa que tenho medo de passar mal.
— Vai lá gatona, arrasa — Lua diz, parecendo mais empolgada do que eu
— coloquei preservativos na sua bolsa — minha resposta é um revirar de
olhos.
Emir, está encostado no carro, todo de preto, camisa com as mangas
dobradas, totalmente sexy. Chego perto e fico sem saber o que fazer, mas
ele, sabe muito bem o que faz. Me enlaça pela cintura, grudando seu corpo
ao meu.
— Você está, ainda mais incrível, Briana — fala próximo a minha orelha,
e em seguida cheira meu pescoço. — Esse cheiro, pode fazer eu me viciar,
tome cuidado. — Meu cérebro meio que virou gelatina, agora, quero muito
que ele se vicie.
O jantar é muito tranquilo, Emir, a todo momento me deixa mais relaxada.
Conversamos sobre várias amenidades. Ele me contou como era viver na
Turquia, e que a mãe dele é brasileira.
— Meu sonho é conhecer a Turquia, desde quando tinha quinze anos. Me
apaixonei pelas novelas turcas. Assisto a todas que encontro com tradução
ou legendas — confesso e ele me olha com um olhar de ternura? Não sei
explicar.
— Quem sabe eu não te leve, para fazer um tour por lá? — fala, me
deixando eufórica.
Me olha tão intensamente que preciso desviar o olhar para não tremer.
— Terminou? — Pergunta olhando para minha sobremesa.
— Sim — respondo, um pouco rápido demais, ele ri e se levanta.
— Então vem, linda — estende a mão e eu a pego rapidamente — temos
uma noite inteira pela frente — fala baixinho em meu ouvido, fazendo meu
corpo voltar a latejar com a promessa velada em suas palavras.
Capítulo 26
Ele não tocou em mim nenhuma vez. Achei que no carro ele me beijaria,
mas apenas segurou minha mão, fazendo movimentos lentos com o polegar.
Meu nível de ansiedade estava no máximo, não conseguia ficar parada no
banco, me mexia o tempo todo, e o pior era vê-lo impassível ao meu lado.
A calma dele, estava aumentando meu nervosismo, tanto que agora parada
no meio da sala de sua casa, sem saber o que fazer, não consigo impedir a
pergunta que sai da minha boca.
— Devo tirar minha roupa? — Fecho meus olhos, me arrependendo do
que falei, assim que as palavras saem pela minha boca.
— Abra os olhos, linda — só notei que ele estava tão perto de mim,
quando tocou meu queixo — nunca se envergonhe de falar o que está
sentindo, ou pensando. — Me olha com carinho e assinto.
— Venha — pega minha mão — vamos tomar um vinho — me indica o
sofá para que eu sente, pega minha bolsa, que estou segurando com muita
força e depois vai buscar o vinho.
A percepção me atinge e eu fico muito agradecida. Ele está tentando me
deixar à vontade, sem forçar nada. Tem como ser mais fofo?
Ele volta com as duas taças, me entrega uma, senta bem perto e toca a sua
taça na minha, levando aos lábios, tudo sem deixar de me olhar nem um
segundo sequer.
Tudo nele exala sensualidade, o homem é uma força da natureza, eu nunca
teria chance de resistir a ele.
Ele se inclina, cheirando meu pescoço, percebo que ele faz muito isso,
mas é tão bom que solto um gemido. Meu corpo pulsa, em lugares que nem
imaginaria. Pega a taça da minha mão e deposita na mesa, com a dele.
Emir, me puxa pela nuca e cola nossos lábios, acariciando a minha língua
lentamente. Minhas mãos vão direto para seu cabelo, puxando-o para mais
perto, aumentando a profundidade do beijo.
O beijo se torna mais afoito e sem me dar conta, estou no colo dele.
Descendo suas mãos pela lateral do meu corpo, ele chega até minha bunda,
apertando, me esfregando em sua ereção poderosa. Subindo as mãos pela
minha barriga, alcança a base dos meus seios, e um som rouco sai pela sua
garganta, assim que encosta em meus mamilos intumescidos.
— Você me deixa louco, değerli — fala, me beijando com mais ardor,
descendo os lábios pelo meu pescoço, beija, morde e lambe a curva do
pescoço. Desce um pouco mais, pairando a boca sobre o bico do meu seio e
morde, sobre o tecido, sinto o mesmo beliscar lá em baixo, onde já está tudo
molhado. O gemido que escapa da minha boca é tão alto, que se não fosse a
névoa do prazer, poderia ter ficado com vergonha. — Deliciosa — rosna, me
levantando com ele, como se eu não pesasse nada. Na direção em que
caminha, só podemos estar indo para um lugar. O quarto.
Emir entra no quarto comigo em seus braços. Me beijando de um jeito
forte, como se quisesse desnudar minha alma com a língua.
Me coloca em pé próximo à cama, e me vira de costas para ele. Baixando
lentamente o zíper do meu vestido. Logo o tecido vai ao chão, deixando-me
apenas com a calcinha minúscula, cuidadosamente escolhida para a ocasião.
— Puta que pariu, Briana, você é ainda mais gostosa do que eu podia
imaginar — fala colando minhas costas em seu peito. Me vira de frente para
ele novamente. Se afasta apenas para apreciar meu corpo nu. Sinto minhas
bochechas ficarem quentes, sob seu escrutínio. — Tão perfeita. Ataca minha
boca novamente, me fazendo andar de costas, até que minhas pernas
encostam na cama.
— Deita no meio da cama, Briana — acho que faço isso um pouco afoita
demais, e ele dá uma risada.
Começa a tirar a camisa, devagar, abrindo botão por botão, sem desviar os
olhos do meu corpo. Fico cada vez mais agitada e aperto as pernas em busca
de alívio para o meu latejar insistente.
O corpo dele é sensacional, definido nos lugares certos, gominhos pela
barriga. Mas meu maior espanto é quando ele tira a calça. O contorno que
está em sua, boxer branca, é enorme, arregalo os olhos diante daquilo tudo.
— Será que vai caber? — falo olhando para ele, quando percebe do que
estou falando, joga a cabeça para trás e dá uma risada deliciosa. Porra, será
que só sairão absurdos da minha boca hoje?
— Cabe, sim, linda, serei bastante cuidadoso — vem subindo na cama e
ataca minha boca novamente.
Logo abandona minha boca, e desce os lábios pelo maxilar, a barba me
arranhando, faz com que minha pele fique ainda mais sensível. Consigo
sentir sua rigidez, pulsando em meu ventre.
Vai descendo um pouco mais, chupando, lambendo. A medida em que ele
se aproxima dos meus seios, a expectativa me deixa sem ar e quando sua
boca, fecha ao redor do bico, sugando e mordendo, fico em chamas.
— Emir… — grito, gemendo sem parar, completamente entregue às
sensações, o prazer com uma pitada de dor, me deixa zonza.
— Nunca ouvi som mais gostoso, do que meu nome saindo de sua boca
em um gemido, minha preciosa.
Desce a boca mais um pouco, beijando minha barriga, centímetro por
centímetro. Lentamente desce minha calcinha, jogando-a longe. Com as
mãos em minhas coxas, abre minhas pernas lentamente.
— Vou saboreá-la, Briana, quero ouvir você gritar meu nome, quando
estiver gozando na minha língua.
— Emir — grito, arqueando minhas costas, assim que sua língua, toca
meu ponto pulsante. Em algum momento, enquanto ele suga e chupa, meu
senso de vergonha se perde e começo a mexer meu quadril em seu rosto.
— Gostosa pra caralho, Briana — vocifera, penetrando um dedo em meu
canal, totalmente ensopado — tão molhada — declara, voltando a sugar
aquele botãozinho com força. Ele realmente entende o que está fazendo.
— Ahhh, Emir, que gostoso — grito e ele intensifica a pressão, enfiando
mais um dedo, até que meu corpo explode em mil pedaços. Fecho meus
olhos com tanta força, que vejo vários pontinhos brilhantes.
Emir, faz o caminho inverso, chegando até minha boca e enfiando a língua
nela, fazendo com que sinta meu próprio gosto. Sou tomada por um desejo
insano, levo minha mão até a frente de sua, boxer, apertando seu membro
grande e grosso, ele geme, me fazendo ficar ainda mais desejosa.
Ele vai até a mesinha de cabeceira e retira de lá um pacote com
preservativos, arranca a boxer, instintivamente, passo a língua pelos lábios,
imaginando o sabor dele.
— Outra hora fodo sua boquinha, princesa, agora preciso me enterrar em
você — um arrepio gostoso atravessa minha espinha, com suas palavras.
Ele se deita sobre mim, e abre minhas pernas se encaixando entre elas.
Toma meus lábios, e me perco no seu beijo enquanto vai entrando
lentamente em mim.
— Emir… — suspiro seu nome, abrindo mais as pernas, sem nenhum
pudor, para que entre em mim.
— Caralho, tão apertada e quente. É a porra do paraíso — profere em
êxtase. Quando está inteiro em mim, fica imóvel, deixando eu me acostumar
com sua invasão. Percebo que todos seus movimentos estão contidos, o
maxilar travado, as veias de seus braços saltadas, se controlando para não me
machucar. Não sinto dor, apenas um incômodo pela invasão, quando me
acostumo, movo meus quadris dando carta-branca a ele.
Emir, começa com estocadas curtas, testando, mas logo se intensificam. O
prazer é indescritível. Suas mãos ficam sedentas, tocando em todo lugar. Ele
usa, lábios, língua, dentes, para me beijar em todos os lugares possíveis. Me
marcando, rosnando.
— Ahhhh, Emir — grito mais uma vez seu nome, quando o prazer varre
meu corpo, apertando seu membro em meu centro com força.
— Ah, caralho, Briana, que delícia — rosna no meu ouvido, ofegando.
Fecho meus olhos, tomada por um sentimento inexplicável e uma lágrima
escorre pelo meu rosto.
— Agora você é minha, Briana — declara, me olhando intensamente,
beijando meu rosto onde a lágrima escorreu.
Capítulo 27
Sentir o interior quente de Briana apertar meu pau, enquanto ela chegava
ao ápice do prazer, me fez gozar intensamente, enchendo o preservativo de
maneira insana.
Observá-la ofegante e com os olhos fechados, enquanto uma lágrima
descia pelo seu rosto, me fez sentir que ela era minha, não consegui conter a
declaração.
— Agora você é minha, Briana — um sentimento novo invadiu meu ser,
algo que nunca havia experimentado antes. Então capturei sua lágrima com
meus lábios, beijando seu rosto.
Saio de dentro dela, com cuidado, retiro o preservativo , jogando-o na
lixeira e me deito na cama, trazendo-a para se deitar em meu peito.
— O que achou da sua primeira experiência, princesa? — Ela levanta a
cabeça do meu peito, me olhando, me perco naqueles olhos azuis
hipnotizantes.
— Foi simplesmente… Espetacular — com uma pontada de orgulho no
peito, me pego espelhando o sorriso dela — é sempre assim? Indaga curiosa.
— Para mim, nunca foi assim, değerli — percebo que fica intrigada com a
resposta, então mudo de assunto, porque ainda não estou preparado para me
aprofundar nos sentimentos que estão em meu peito nesse momento. —
Espetacular é? — pergunto, em tom de brincadeira, afundando o nariz em
seu pescoço, ela gargalha.
— Sim. Quando podemos começar tudo de novo? — Agora eu que
gargalho, mas meu pau já dá sinal de vida, só de pensar em possuí-la
novamente.
— Vamos tomar um banho que eu já te mostro quando — ela dá um
gritinho, quando a pego no colo e vou em direção à suíte do meu quarto.
Coloco-a sentada na borda da banheira, abro as torneiras, mesclando
quente e frio, para a temperatura ficar agradável e jogo alguns sais de banho.
Ela presta atenção em tudo que faço, me olhando com cobiça o tempo todo.
— Você é tão lindo — diz, e logo parece ficar constrangida, como se a
declaração não fosse para ser feita em voz alta.
— Você é um conjunto de perfeições, minha linda — passo a mão pelo
seu rosto, lindo — vamos entrar? — Aponto para banheira, ela assente, com
um pequeno sorriso.
Nos acomodamos na banheira, ela sentada na minha frente, com os olhos
fechados, se aconchega em meu peito. Dou vários beijos em seu rosto, ela
tomba a cabeça, me dando acesso ao seu pescoço, faço uma trilha de beijos e
pequenas mordidas, escutá-la gemendo é minha nova música favorita.
Pego um óleo com cheirinho de cereja, que comprei exclusivamente para
ela, e começo a massagear seus ombros, ela geme mais alto.
Desço as mãos pelos seus braços, resvalado meus dedos, nos bicos,
intumescidos e ela treme se arrepiando inteira, espalmo as mãos em sua
barriga, e volto até os seios, devagar, pegando-os e apertando os dois
biquinhos de uma só vez. Ela arqueia as costas, a boca aberta em um grito
mudo.
— Você é gostosa demais, Briana — declaro, e com uma das mãos, viro
seu rosto para um beijo desesperado, enquanto a outra, continua a massacrar
seus seios durinhos.
Desço a mão novamente, pela sua barriga e alcanço a bocetinha quente,
pressiono seu clitóris e ela arfa na minha boca.
— Vou fazer você gozar nos meus dedos — ela geme rebolando,
procurando o atrito que vai acalmar o seu núcleo pulsante. — Você quer
isso, princesa? — Apenas assente e eu paro de mexer os dedos — Preciso
ouvir você princesa — provoco, levando o dedo até próximo a sua entrada
— Você quer isso? — Questiono novamente.
— Simmm… — Grita sem controle.
— Sim, o quê, princesa?
— Sim, me faz gozar nos seus dedos, Emir, por favor.
— Seu pedido é uma ordem — enfio o dedo médio, naquela abertura,
deliciosamente quente, pressionando seu pontinho de prazer com o polegar.
Ela monta na minha mão, rebolando, em busca do prazer, sem ressalvas,
completamente entregue ao momento.
Nunca senti tanto tesão, apenas masturbando uma mulher. Meu pau está
quase rasgando de tão duro, só de vê-la tão entregue ao prazer. Enfio mais
um dedo, fodendo com força e ela grita.
— Ahhh, nossa, como isso é bom… — sinto sua boceta, esmagando meus
dedos, quando goza e quase vou junto, sem ao menos ser estimulado, só por
olhá-la.
Cai amolecida, em meu peito, arfando, com as bochechas vermelhas, pelo
orgasmo. Pego o preservativo ao lado da banheira e visto rapidamente.
— Agora, quero ver você cavalgando em mim — se levanta depressa, vira
de frente para mim, montando minhas pernas.
Seguro meu membro em sua entrada, e ela começa a deslizar, fechando os
olhos e jogando a cabeça para trás.
— Porra, Briana, eu poderia morar nessa boceta — deliro, com o calor do
corpo dela.
— Você tem a boca muito suja, senhor Aslan.
— Você ainda não viu nada, princesa — projeto meu quadril para cima,
me enterrando por inteiro nela. Gememos juntos. Começo a estocar com
força, a água da banheira se agitando, molhando o banheiro todo.
— Quando chegamos ao êxtase, a água da banheira, já estava
praticamente gelada. Briana, praticamente apagou em meu colo. Tiro-a da
banheira, a seco e a levo para cama. Deito ao lado dela, e ela se aconchega
em meu peito.
Nunca dormi com uma mulher antes, sempre foi apenas sexo. Mas com
Briana, sinto que é... certo. Como se ela fosse uma peça de um quebra-
cabeça que estava faltando na minha vida.
Capítulo 28
Acordo, me sentindo extremamente feliz e relaxada. Abro os olhos e levo
um susto, as memórias do que aconteceu, ontem a noite voltam vividas, me
deixando com um frio gostoso na espinha.
Estou sozinha no quarto. Levanto o lençol que está me cobrindo e percebo
estar nua. Nua na cama de Emir, abro um sorriso enorme. Que homem
gostoso! Nunca imaginei que sexo pudesse ser tão bom, quando se é
realizado com consentimento.
Escuto um barulho vindo do banheiro e finjo estar dormindo, não sei
como tenho que me comportar. Ir embora assim que levantar? Ficar e tomar
café com ele? Será que ele vai me levar em casa? Ou é melhor eu pegar um
carro por aplicativo?
— Se vai fingir que está dormindo, não pode ficar corada e tem que se
lembrar de respirar — solto o ar que estava prendendo e abro os olhos.
— Bom dia, princesa! — O sorriso que me dá, poderia derreter minha
calcinha, se eu estivesse com uma.
— Bom dia, Emir — respondo, acanhada, me mantendo completamente
coberta.
— Por que fingiu estar dormindo? — Indaga divertido.
— Não sei como me comportar — falo encabulada.
— Seja você mesma, Briana — diz de forma divertida — Venha, vamos
tomar café.
— Preciso… — aponto para o banheiro.
— Pode ir — senta na poltrona próximo à cama. Tento levantar,
escondendo meu corpo no lençol, me atrapalhando no processo, e ele parece
se divertir com isso.
— Você sabe que eu já vi tudo ontem, né? — Pergunta sorrindo, tirando
uma com a minha cara. Me armo de coragem e deixo o lençol deslizar pelo
meu corpo, ficando completamente nua, diante dele. O sorriso morre em sua
boca. Me sinto poderosa com a ousadia.
— Gostosa pra caralho — murmura enquanto vou rebolando para o
banheiro. Ponto para mim.
Faço minha higiene matinal e me preparo para sair do banheiro, mas agora
estou com um roupão bem fofinho que estava no banheiro. Assim que abro a
porta, constato que estou sozinha, e fico aliviada.
Em cima da cama, tem o vestido que eu estava ontem e uma camisa de
Emir, colocada ao lado, acho que ele me deu opções. Opto pelo vestido,
afinal, não sei que horas devo ir embora. Será que logo depois de acabarmos
de tomar o café?
Desço um pouco constrangida, ele me vê e vem até mim, me dá um beijo
casto e me leva até a mesa onde está nosso café da manhã.
— Quero te levar em um lugar, após o café — fala me fazendo perceber
que ele, ainda não quer que vou embora.
— Para onde? — Questiono curiosa.
— É surpresa — fala com um sorriso lindo, fica ainda mais lindo sorrindo
— mas adianto que você vai gostar.
Ele entra na garagem de um prédio, muito luxuoso, parecido com o
próprio prédio em que mora.
— Vamos visitar alguém? Pergunto me sentindo receosa, estava com o
vestido de ontem, era discreto, mas mesmo assim, me sentiria melhor se eu
pudesse ter trocado de roupas.
Digita um código no elevador e subimos direto, ninguém nos anunciou,
deve ser alguém muito íntimo, será algum familiar dele?
Chegando na porta do apartamento, ele digita outro código e a porta se
abre, fico na expectativa de ver alguém no apartamento, mas está vazio. Um
lugar lindo, quase tão grande quanto o apartamento dele.
— Quem mora aqui? — Indago, porque não estou conseguindo entender
nada.
— Ainda ninguém — fala e minha confusão fica ainda maior — mas você
e sua família podem morar, se você quiser.
— Co… como assim? — Minha voz nem sai direito, ele disse que me
daria uma de suas propriedades pelo noivado e por eu salvar a pele dele, com
aquele vídeo, mas não imaginei que seria algo, tão grandioso.
— Foi nosso trato, linda, eu estou te devendo uma propriedade — fala
como se isso não fosse nada.
— Não imaginei que seria algo tão… luxuoso.
— Você não gostou? — Pergunta parecendo, genuinamente preocupado,
me dá vontade de rir.
— Emir, eu amei. Como não amar, este lugar é incrível.
— Então é de vocês — começo a olhar tudo, deslumbrada, imaginando,
meu pai, minha irmã e o Gael, aqui preenchendo esse espaço, com amor e
carinho.
— Luana vai ficar louca quando vir isso tudo — falo e começo a rir, Emir
fica só me olhando, sem esboçar reação. Seu olhar é de carinho, faz alguns
dias que me olha assim.
— Vamos ver o restante então? — Me pega pela mão e vai me mostrando
todos os cômodos, é tudo tão incrível, não dá nem para imaginar que
moraremos aqui.
— E esses móveis? Quando serão retirados, é da pessoa que estava
morando aqui antes?
— Não, esses móveis vêm com o apartamento, ontem pedi para alguém
vir limpar, este apartamento estava fechado — meu queixo está literalmente
no chão, ele aguarda pacientemente até que eu consiga me expressar
novamente.
— Mas isso tudo é muito, Emir, estou envergonhada de aceitar tudo isso.
— Você acha mesmo que é muito? Briana, você imagina o quanto de
dinheiro, iríamos perder se aquele vídeo estivesse rolando por aí ainda? —
Nego com a cabeça, porque eu realmente não faço ideia.
— Esse apartamento e esses móveis, não chegam nem perto, além deles,
irei te dar uma bonificação também. Espero que não surte com isso — não
tenho tempo de retrucar, porque na hora em que vou abrir a boca, ele cola a
dele na minha.
— Agora, podemos estrear esse apartamento? — fala com a boca colada
na minha — Quando sua família se mudar não teremos oportunidade — Me
pega no colo e vai em direção a um dos quartos. Como contestar esse
argumento?
Capítulo 29
Ando em direção aos quartos com Briana no colo, preciso estar dentro
dela novamente, ela é deliciosa demais.
No quarto, coloco-a no chão e pegando a barra do seu vestido, puxo para
cima, retirando pela cabeça, a visão me paralisa.
— Porra, Briana, não me canso de te olhar, você é deliciosa — ela fica
rubra de vergonha e meu pau já está rasgando a calça.
Devoro sua boca, e ela responde gemendo e se esfregando em mim, desço
a boca pelo seu pescoço e alcanço um biquinho do seio intumescido, ela é
toda gostosa.
Desço a mão até seu sexo e o encontro completamente molhado,
massageio o clitóris e ela geme, mexendo os quadris.
— Caralho, Briana, essa bocetinha está toda meladinha pra mim, que
delícia! — Sem aguentar mais, conduzo-a até a cama e a deito — estou
louco pra sentir seu gosto novamente, acho que já estou viciado — meu
maior tesão, é sentir a mulher gozando na minha língua.
Passo minha língua de sua entrada até o montinho de nervos inchado e
pulsante, ela geme alto, e tenta fechar as pernas, eu seguro-as bem abertas
para que me dê bastante acesso. Repito o movimento, e ela se debate,
expelindo cada vez mais lubrificação, arqueando as costas e me deixando
ainda mais rendido por ela.
Não gosto de contar vantagens e não saio, por aí seduzindo qualquer
mulher que atravesse meu caminho, tenho uma considerável experiência
sexual, e tive transas sensacionais.
Mas com Briana é diferente. Tenho uma necessidade quase primitiva em
possuí-la. Tudo nela me envolve, me conquista. Esse noivado falso mal
começou e eu já estou pensando em uma maneira de estender nosso prazo.
A visão do prazer de Briana, me deixa maluco, ela é inteiramente perfeita.
Beijo lentamente a parte interna de suas coxas, provocando-a.
Ela enterra as mãos no meu cabelo e começa a rebolar, buscando o próprio
prazer, eu a seguro parada e desacelero o ritmo. Ela suspira, demonstrando
sua frustração.
— O que foi, linda? O que você quer? — Esfrego minha barba em sua
pele sensível.
— Por favor — arfa, baixinho.
— Por favor, o quê, Briana? Quero ouvir você falar, linda, me pede o que
quiser que eu te dou — sugo devagar seu clitóris inchado.
— Preciso gozar Emir, por favor!
Sugo seu clitóris com um pouco mais de força, enfiando dois dedos de
uma vez, ela está tão melada, que os dedos entram facilmente. Dou lambidas
ritmadas, alternando com leve batidinhas com a língua, enquanto estoco os
dedos nela.
— Ahhh, Emir, céus… — solta um monte de palavras incoerentes,
segurando meus cabelos com força. Se eu não estivesse inebriado de tesão,
poderia até estar doendo — vou… gozar, Emir.
Sinto quando ela se desmancha, essa mulher gozando é um espetáculo, ela
se entrega totalmente ao prazer, sem vergonha e sem pudores, é tesão cru, e
isso me deixa ainda mais fascinado por ela.
Quando os espasmos cessam, me levanto e começo a tirar a roupa. Briana
senta na cama assistindo, o olhar dela, me faz ficar ainda mais em chamas.
Quando retiro a boxer, olha para minha virilha com bastante atenção,
lambendo os lábios.
— Quero te provar também — meu pau quase rasga de tão duro que fica
— fazer o que você faz comigo. Mas você terá que me ensinar — termina a
frase um pouco insegura. Como se isso fosse motivo para que eu ficasse com
menos tesão.
— Será literalmente um prazer te ensinar — falo com um olhar lascivo,
ela enrubesce — toca nele — chego mais perto e ela imediatamente, envolve
os dedos no meu membro, preciso fazer um enorme esforço, para não gozar
na hora.
Sem que eu estivesse preparado, ela lambe a cabeça, provando o
líquido pré-ejaculatório que estava ali, me fazendo gemer alto.
— Porra, linda, você me mata desse jeito. Coloca na boca, sem usar os
dentes, siga seus instintos — ela abocanha, descendo até onde aguenta e
quando volta, usa a língua no processo, me levando as nuvens — boca
gostosa da porra. — Ela lambe, coloca na boca, chupa, o jeito meio
descoordenado dela me leva a loucura. Nada é simulado ou forçado nela, é
curiosidade, entrega, exploração. Preciso pará-la, não quero gozar na sua
boca, preciso estar dentro dela.
— Você precisa parar, linda, quero gozar, enterrado na sua boceta — vejo
sua pele arrepiando, pelo visto adora meu palavreado chulo — outra hora te
alimento com minha porra.
Deito-a na cama e sem aviso, a viro de barriga para baixo, ela dá um
gritinho gostoso, ergo seu quadril, deixando aquele rabo gostoso empinado.
— Vamos explorar outra posição, tudo bem? — Falo bem próximo ao seu
ouvido, ela assente, com a respiração já se descontrolando.
Pego o preservativo, que já havia colocado próximo à cama e visto,
começo a me encaixar, lentamente, naquela abertura molhada e quente.
Quando meu pau está totalmente enterrado nela, arfamos juntos.
— Boceta, apertada do caralho, deliciosa — Briana, geme, rebolando
aquela bunda, me levando a loucura, estoco, com vontade, forte. Ela geme,
grita palavras incoerentes, grita meu nome.
— Goza gostosa, quero gozar com você — como se ela só estivesse
esperando o comando, goza, gritando meu nome, o aperto que a boceta dela,
dá no meu pau, faz eu ver estrelas e gozar, enchendo o preservativo.
Saio de dentro dela com cuidado, retirando o preservativo e indo até o
banheiro jogar na lixeira. Volto para cama, deito, puxando ela para cima do
meu peito, estamos os dois ofegantes e satisfeitos.
— Agora é oficial — falo e ela me olha com curiosidade — estou
completamente viciado em você! — Ela me dá um sorriso lindo que aquece
meu coração.
— E eu em você — me dá um beijo casto e se deita novamente em meu
peito, a abraço muito forte. O único pensamento que me invade é que não
posso deixar essa mulher sair tão cedo da minha vida.
Capítulo 30
Estou muito ansiosa. Emir, mandou o motorista buscar, meu pai, Luana e
o Gael, para conhecer nosso novo lar.
Dormi novamente na casa de Emir, ele pediu de um jeito tão fofo, que foi
impossível negar. Na verdade, eu não queria negar. Ele, ainda, mandou
comprar algumas trocas de roupas e lingerie, porque só estava com a roupa
de sexta.
Estou andando para lá e para cá, no meio da sala, aguardando o interfone
tocar, avisando que eles chegaram.
— Calma, linda — ele vem até mim, me abraçando por trás — logo eles
estarão aqui.
— Eu sei, só estou ansiosa, para verem o palácio que vamos morar — ele
me olha, por alguns segundos, depois assente.
Achei que ele ia falar alguma coisa, mas o interfone toca, bem na hora.
Saio correndo para atender.
— São eles — autorizo a entrada e corro para porta da frente, super
empolgada. Nunca imaginei que poderia um dia proporcionar um lugar
desses para minha família. Mesmo que eu não o tenha comprado com
dinheiro, foi com meu esforço, não considero que esse apartamento seja por
conta do meu noivado falso com Emir, e sim pelo vídeo. Se não tivesse
conseguido provar que aquele vídeo era deepfake, não estaríamos aqui hoje.
Assim que as portas do elevador se abrem, Gael me vê e vem correndo em
minha direção.
— Tiaaaaa — pego ele no colo e dou um monte de beijos, ele dá risada e
começa a limpar onde beijei.
— Oi, meu amor, vem conhecer nossa nova casa — olho para meu pai e o
percebo meio desconfiado, olhando em direção ao Emir.
— Meu Deus, Bri, nem acredito que vamos morar aqui — Lua fala e já
vai entrando no apartamento — oi sou a Luana, irmã da Bri e sua cunhada
— fala estendendo a mão para Emir. Essa menina, não tem vergonha de
nada.
— Luana — ralho com ela, Emir, pega a mão dela, com um sorriso
divertido.
— Prazer, Luana, espero que goste do apartamento — olho para meu pai e
ele está entrando. Emir larga a mão de minha irmã e vai em direção ao meu
pai.
— Muito prazer, senhor Martinelli, sou Emir Aslan — fala, estendendo a
mão para ele que a pega de pronto, um pouco forte demais.
— Prazer, senhor, Emir Aslan — sei que meu pai não está bravo de
verdade, só está se fazendo de durão para um suposto pretendente.
— Me chame apenas de Emir, por favor — fico olhando de um para o
outro, como se estivesse em uma partida de tênis.
— Querida — meu pai fala me olhando — vai mostrar o apartamento para
Luana, eu preciso dar uma palavrinha com o Emir.
— Pai… — começo a falar, mas Emir, me olha, tranquilizando-me.
— Vai, Briana, está tudo bem, mostre o apartamento para sua irmã e
sobrinho — olho para ele, depois para meu pai, dou um suspiro resignado e
saio levando Lua e Gael comigo.
— Nossa, Bri, a testosterona lá na sala tá gritando — fala dando risada da
situação.
— Para com isso, Lua, estou apreensiva. O que será que o pai quer falar
com ele? — Pergunto, esperando que ela me ajude a entender.
— Tá na cara né, Bri — olho confusa para ela — depois de tudo que
aconteceu com você, ele está preocupado, você nunca namorou ninguém e
com o noivado falso e namoro verdadeiro, ele está confuso, até eu estou —
confessa, e eu tenho que dizer que também estou.
— Não tem namoro de verdade — falo me sentindo meio perdida.
— Ah, claro, não é namoro, é s.e.x.o de verdade — fala, soletrando, para
que Gael, não invente de repetir essa palavra.
Decido não falar mais nada, e vamos olhando o apartamento, ela fica
encantada com cada cômodo, principalmente os quartos, todos com suíte,
cada um terá seu banheiro, tudo bem que ela dividiria o dela com Gael, mas
ele ainda é muito pequeno para dar alguma opinião.
Determinamos que Lua, ficará com a suíte maior, afinal ela precisa dividir
com Gael, e eu ficarei na suíte em que tive meu momento com Emir. Terei
muitas lembranças boas e deliciosas.
— Eca, vocês estrearam esse quarto — a doida da minha irmã solta essa,
enquanto estou lembrando de tudo que fizemos.
— Co… como? — Pergunto procurando algum vestígio, não conseguindo
terminar a frase, afinal, daqui a pouco meu pai estará aqui, e por mais que
ele saiba que dormi com Emir, não quero que ele veja provas concretas.
Seria constrangedor.
— Vocês esqueceram a prova — fala apontando para o banheiro, quando
vou olhar, o preservativo está jogado na lixeira, sem nenhum papel, para
disfarçar. Imediatamente pego um papel e enrolo a prova do crime.
— Graças a Deus, não foi o pai que entrou aqui primeiro — murmuro e
saio do quarto, com o rosto pegando fogo.
— Pelo menos estão se protegendo — a doida da minha irmã, dá de
ombros e saí do quarto também.
Vamos em direção à sala, e assim que aparecemos no campo de visão dos
dois, eles param de falar. Meu pai se levanta e Emir faz o mesmo, os dois
apertam as mãos, como se tivessem selando um pacto, muito estranho.
— Bom rapaz, agora deixa eu ir conhecer o resto do apartamento.
— Deixa que mostro nossos quartos — Lua, agarra o braço dele e sai o
arrastando pelo corredor.
Chego próximo ao Emir, com o olhar investigativo. Parece estar com o
semblante tranquilo. Me lança um sorriso e enlaça minha cintura, me dando
um beijinho casto.
— Não se preocupa, linda, está tudo bem — fala me tranquilizando.
— Vai me contar o quê conversaram? — nega com a cabeça.
— Não, isso é assunto de homem — dou um tapinha de leve em seu
braço.
— Machista — o acuso, brincando porque sei que ele também está.
— É sério, Briana, não precisa se preocupar, seu pai só está querendo te
proteger, então deixei claro que ele não precisa se preocupar com nada — na
tentativa de tentar esclarecer, ele acabou me deixando mais confusa.
Capítulo 31
Hoje é o último dia da Mirtes aqui no escritório, enfim ela conseguiu o
que tanto queria, se aposentar.
Lembro de três meses atrás, me deparar com uma linda mulher e ficar
preso no elevador com ela. Entrevistá-la para ser minha secretária, apenas
porque ela mexeu demais comigo, nos parcos minutos em que ficamos
naquele espaço apertado.
Faz tão pouco tempo, mas parece que já conheço Briana há uma vida.
Hoje estamos em um noivado de mentira, em um relacionamento de
verdade, há mais de um mês.
O processo do senhor Sanchez, foi adiado, por parte do autor da ação. Ela
sabe que temos provas de que está mentindo, por isso essa ação desesperada.
O novo julgamento está marcado para daqui a dois meses.
Saber que o noivado falso com a Briana, findará, assim que o processo
terminar, está mexendo com meu psicológico. Fico, constantemente,
pensando em argumentos para que nosso acordo continue.
Briana é meu primeiro e o último pensamento do meu dia, preciso
entender o que isso significa. Essa necessidade de estar com ela a cada
momento livre. Saber que fui o homem que mostrou o que é sentir prazer,
me deixa ainda mais passional em relação a ela.
— Senhor Aslan — Briana enfiou na cabeça que quando estivermos
trabalhando ela me tratará formalmente, para não ser estranho, quando
acabarmos o acordo de noivado — posso te pedir um favor?
— Claro, linda — ela quer a formalidade, eu nunca concordei com isso —
pode distrair a Mirtes para podermos arrumar a festinha dela na sala de
reuniões?
— Com certeza, ela tem que assinar alguns papéis mesmo, daqui a uns
cinco minutos eu a chamo — o sorriso que ela me dá aquece meu coração,
fazendo o errar uma batida.
— Obrigada, Emir — a safada, me chama pelo nome com carinha de
safada.
— Ah, Briana — ela para e me olha — precisa me pagar pelo serviço —
levanto e vou em direção a ela, suas pupilas se dilatam e ela ofega baixinho.
— Emir, estamos na empresa — tenta argumentar, mas preciso de um
beijo.
— Se não me pagar adiantado, não farei o serviço — enlaço a cintura e a
puxo para que seu corpo grude totalmente no meu.
— Isso não é justo, o pagamento, geralmente, é feito depois do serviço
prestado — brinca e já sei que terei meu beijo, raramente ela me beija no
escritório.
— Nunca ouviu falar que a vida não é justa? — Ela tenta contra
argumentar, mas colo nossas bocas, a beijando intensamente.
Quando nos separamos estamos os dois ofegantes.
— Quero te colocar sentada na minha mesa, levantar sua saia, e fazer você
gozar na minha língua — fecha os olhos, dando uma pequena gemidinha,
mas logo se recompõe.
— Para com isso, já teve seu pagamento, agora realize o serviço — fala
em tom autoritário, mas fica na ponta dos pés e me dá um beijinho casto.
— Agora vou ter que esperar pelo menos dez minutos — falo apontando
na direção da minha ereção.
— Pense na sua vó, raspando o sovaco — fala e gargalha.
— Realmente, minha ereção já era, depois da cena que me fez imaginar
— ela gargalha ainda mais alto e sai da sala, rebolando aquele rabo
delicioso.
Passado alguns minutos, ligo no ramal da Mirtes a chamo até minha sala,
meu coração fica apertado de ela ir embora, sei que ela merece essa
aposentadoria, mas sou afeiçoado a ela.
Meu pai veio para o Brasil ainda jovem, conseguiu com meu avô fundar
esse escritório e depois expandir para outros países, e Mirtes, esteve aqui em
boa parte desse processo.
Ela trabalhou aqui durante 30 anos, eu era pequeno, vinha visitar meu pai
e ela estava aqui, será muito difícil, sair daquele elevador e não ver a
senhora, mais profissional e amorosa que já conheci.
Cinco minutos depois, ligo para o ramal da Mirtes chamando-a até minha
sala.
— Olá querido — ela está radiante, esperou muito por essa aposentadoria
— o que posso fazer por você?
— Olá, Mirtes, você precisa assinar uns documentos, sente-se — ela
arqueia uma sobrancelha, Mirtes é muito perspicaz, duvido que algo
aconteça aqui sem que ela saiba.
— Eles estão preparando uma surpresa para mim, né? — Pergunta,
arrancando de mim um suspiro.
— Por favor, finja que ficou surpresa — ela ri — já estou com saudades
de você, Mirtes, você vai fazer muita falta.
— Para com isso, menino, não me faça chorar.
— De jeito nenhum, venha, me conte dos planos para as viagens que você
e seu marido irão fazer.
Ela passa vinte minutos, contando seus planos de viagens animadamente.
Briana manda uma mensagem apenas com um sinal de positivo, e eu mostro
para Mirtes sorrindo.
— Querido, posso te dar um conselho? Me perdoe se eu for um pouco
enxerida.
— Claro que sim, Mirtes, você conquistou esse direito — falo sorrindo
para que perceba que pode, falar o que está em mente livremente.
— Reparei que você está tão feliz — fala e fico surpreso pelo rumo da
conversa — sempre sorrindo e com aura mais leve — abro um sorriso tímido
— não perca aquela menina, ela faz bem para você, assim como você faz
bem a ela.
— Não planejo perder Mirtes — digo um pouco constrangido e ela abre
seus sorrisos fáceis, assentindo.
— Agora vai, sente-se na sua mesa, como se não soubesse de nada e
quando for chamada, finja surpresa.
— Entendido, chefe — faz uma continência como se fossemos militares e
sai sorrindo da sala.
Briana ainda não sabe, mas farei de tudo para tê-la comigo, essa menina
abriu uma janela na minha vida, iluminando minha alma escura.
Aguardo mais um pouquinho e me levanto indo para sala de reuniões,
onde meu papel, será chamar novamente a Mirtes, mas agora para ir até a
sala de reuniões. Somente Briana mesmo, para conseguir essas proezas.
Capítulo 32
Estamos eu e mais alguns membros da diretoria, e suas secretárias,
escondidos na sala de reuniões. Tem bolo, alguns docinhos e salgadinhos.
Decoramos com alguns balões e uma faixa onde tem os dizeres. “Você é um
exemplo para todos nós. Sentiremos sua falta!”
Nesses três meses que passei aprendendo tudo com Mirtes, me fizeram a
admirar muito. Ela nunca aumenta o tom, mostra como o trabalho deve ser
realizado, com firmeza, mas também com carinho e respeito.
Sei que estou apta, para assumir o trabalho integralmente, mas confesso
que estou um pouco apreensiva. Por mais que Mirtes, gradualmente, foi me
deixando tomar a frente do serviço, sempre a tive por perto, quando estava
com alguma dúvida ela me elucidava.
Emir entra na sala e para ao meu lado sorrindo. Pega o telefone e liga para
Mirtes.
— Mirtes, pode me trazer um papel que ficou na minha mesa — fico
imediatamente nervosa. Será que ela gostará? Não estou sendo muito
invasiva? Nem sei mais o que é amor de mãe, mas acho que desenvolvi algo
parecido por Mirtes. Não quero pensar sobre isso agora, esse compartimento
está muito bem escondido nas minhas lembranças.
— SURPRESAAAAA — todos que estão aqui gritam assim que ela abre
a porta. A cara de espanto dela, e a olhada que ela da a Emir, não me deixam
dúvidas.
— Você contou para ela — acuso, com o olhar bravo, todos na sala
começam a rir, inclusive ele.
— Não tenho culpa se a mulher é perspicaz demais, quando entrou na
minha sala ela já sabia — se defende, com as mãos para cima em rendição.
Olho chocada para Mirtes.
— Eu já devia imaginar, nada passa despercebido por você — falo e vou
dar um abraço apertado nela — o que importa é que você saiba o quanto
sentiremos sua falta.
— Menina, você foi um anjo que apareceu em nossas vidas. Felizmente,
recebi minha carta de alforria — todos riem — mas, você está sendo um
anjo, principalmente na de Emir — todos me olham e eu fico sem graça.
Quando olho para Emir, ele está com uma expressão que não consigo
decifrar, o olhar intenso em minha direção. Meu coração acelera
consideravelmente, fico com medo de que as pessoas consigam ouvi-lo.
Passamos o restante da tarde, festejando. Mirtes contou várias histórias
engraçadas, principalmente de quando Emir era criança, demos muitas
risadas.
A tarde, passa muito rápido e logo, estou me despedindo de Mirtes,
com lágrimas nos olhos. Sentirei muita falta dela, agora serei eu a dar conta
de tudo por aqui.
— Querida, não chora, logo venho aqui para gente fofocar um pouco.
Você tem meu telefone, se precisar de qualquer coisa é só me ligar — Mirtes
fala, me abraçando apertado.
— Não, se preocupe, logo ficarei bem, só não gosto de despedidas — falo,
fungando, despedidas me fazem lembrar dela. Ela disse que voltaria, mas
nunca mais voltou, isso já faz quatorze anos, mas é como se fosse ontem.
Mirtes se despede de todos e vai embora. Logo a equipe de manutenção
aparece, para retirar a mesa dela.
— Janta comigo? — Emir, sai de sua sala me convidando — preciso falar
com você, é algo importante — fico um pouco apreensiva, será que além de
Mirtes, também perderei Emir? Nosso noivado não é real, mas ainda não
estou pronta para terminá-lo.
— Claro que sim — tento parecer tranquila, não quero ninguém com pena
de mim, se for para acabar, pelo menos conservarei minha dignidade. Será
que poderíamos continuar com o sexo? Com certeza eu não me oporia.
Ele fica me aguardando enquanto desligo meu computador. Assim que
vou para perto dele, ele pega na minha mão.
Sentado na minha frente, num restaurante para lá de chique, Emir está
completamente sério, pediu vinho e agora está bebericando, apenas me
olhando.
— Emir, você pode me falar o que quer? Estou ficando nervosa já — não
consigo conter a curiosidade.
— Não sei como começar — fala e meu coração palpita de medo, será que
posso falar que gostaria de continuar com o sexo? Teria coragem de propor
algo assim?
— Começa pelo começo — falo e tento sorrir, mas parece que meu rosto
está travado.
— Então ta… — ele fala — você me falou que seu sonho era ter cursado
engenharia da computação — espera, não era isso que estava esperando.
— Sim… mas não estou entendendo — ele faz um gesto com a mão, para
que eu espere.
— Me deixa terminar. Briana, o que você fez com aquele vídeo, foi
incrível. Falei com diversas pessoas da área, que exaltaram, o quanto é
difícil, fazer o que você fez. — Fico extremamente vermelha, nunca havia
mostrado o que realmente sei fazer com um computador e internet.
— Quero investir nisso. Investir em você — acho que estou meio zonza
agora — o que você acha de começar a fazer o curso dos seus sonhos
novamente? — Acho que minha cabeça deu branco agora.
— Nem sei o que dizer, Emir — falo meio atônita — nunca imaginei
recomeçar, estou confortável, com minha carreira.
— Confortável, mas não feliz. Quero que você esteja feliz.
— Estou feliz — falo, porque, realmente, trabalhar para Emir é sempre
uma emoção.
— Ainda não terminei. Irei contratar uma empresa para fazer a segurança
digital de todo o grupo Aslan e quero que você seja a responsável, por
supervisionar, se eles estão fazendo tudo correto — meus olhos se
arregalam.
— Pense nisso, linda, não preciso de uma resposta agora. Leve o tempo
que precisar — fala e assinto, incapaz de conseguir formular uma frase. —
Agora vamos jantar — faz um aceno com a cabeça para o garçom, que já
estava aguardando para nos atender.
Capítulo 33
— Eu quero — Briana diz, assim que nossos pratos são colocados a nossa
frente, fazendo com que eu a olhe confuso.
— Não entendi, linda, você quer mais alguma coisa? — Será que ela está
se referindo ao que estou pensando?
— Quero voltar a fazer a faculdade e realizar meu sonho — fala com um
sorrisinho tímido, que a deixa ainda mais irresistível. — Cansei de fugir dos
meus desejos, Emir — me olha de uma maneira tão intensa, que minha boca
seca, imaginando todos os seus desejos.
— Você está extremamente certa, değerli, e eu faço questão de te ajudar,
com todos eles — falo, em tom sugestivo, fazendo suas bochechas corarem.
— Espero que sim, boa parte deles, é com você — porra, a forma como
ela fala isso, faz com que meu pau comece a despertar. Fico com meu ego
inflado, sabendo que estou conseguindo fazer com que ela busque seus
desejos.
— Por acaso, tem algum que eu possa realizar ainda hoje? — Com
certeza, depois dessa conversa, quero me enterrar nela desesperadamente.
Ela assente, com carinha de safada. Essa mulher quer me matar, com certeza.
— Vou pedir a conta — falo procurando o garçom, ela dá risada e segura
minha mão.
— Mas nós ainda nem comemos, vamos terminar nosso jantar, Emir,
depois me leve para sua casa — pisca um olho para mim, sedutoramente e
ataco minha comida, rapidamente, ela ainda fica me olhando e rindo.
— Come, Briana, não demore — faço um gesto com a mão, falando com
a boca cheia e ela gargalha, mas começa a comer.

Assim que adentramos em casa e eu fecho a porta, pego Briana no colo e a


levo para meu quarto. Coloco-a devagar, sobre o colchão, sem tirar meus
olhos do dela. O pensamento que me toma, é como essa mulher está sendo
uma grata surpresa em minha vida.
Começo a desabotoar sua camisa, resvalando meus dedos em sua pele, ela
arqueia o corpo, em direção as minhas mãos, querendo mais contato.
Acaricio seus seios, por cima do sutiã rendado, quase transparente e ela
estremece, geme com a boca entreaberta e fecha os olhos. Quero saboreá-la
lentamente.
Esfrego devagar minha boca na dela, e sem paciência, ela força a língua
entre meus lábios. Sorrindo abro-os, dando passagem, desfrutando do seu
gosto. Remexo meus quadris, contra os dela, para que ela sinta o quanto a
desejo.
Briana crava as unhas no pescoço, próximo a minha nuca, e eu puxo seu
sutiã para baixo, liberando seus seios, agarrando-os e brincando com seus
mamilos, que já estão intumescidos. Belisco-os, e seu corpo todo se arrepia,
fazendo com que ela solte um de seus gemidos que me enlouquecem.
Sem aguentar mais a falta de contato, pele com pele, começo a arrancar
sua roupa toda e depois a minha, livrando-nos de qualquer barreira que nos
impeça de sentir o corpo um do outro.
Meus lábios, saem de sua boca, passando pelo queixo, o pescoço e se
perdendo entre o vale de seus seios. Chupo um bico, rosado, prendendo-o
entre os dentes. Ergo meus olhos, e a vejo mordendo o lábio inferior. Passo
para o outro, dando o mesmo tratamento.
— Que delícia, Emir — ofega, remexendo um pouco os quadris, em busca
de mais contato.
Deito de costas na cama e a faço montar em mim. Imediatamente, ela
começa a esfregar os lábios de sua boceta, no comprimento do meu pau,
quase me levando ao orgasmo. Mas quero sentir seu gosto, enquanto goza
primeiro na minha língua.
Arrasto-a para cima, até a altura do meu rosto, ela se desequilibra, mas
logo, coloca um joelho de cada lado, entendendo o que quero, ela geme por
antecipação.
— Quero que monte na minha língua — falo e arrasto minha língua, da
abertura até o clitóris, fazendo com que ela, grite de prazer. É uma delícia, o
jeito que se esfrega em meu rosto, buscando o próprio prazer.
Briana, agarra meus cabelos, gemendo alto e rebolando mais intensamente
na minha boca. Concentro a sucção em seu clitóris, e em poucos segundos,
ela estremece.
— Ahhh, Emir, isso é muito bom — sorrio, porque é simplesmente,
maravilhoso, vê-la assim entregue gritando de tesão.
Coloco-a deitada sobre a cama, ainda arfando de prazer. Rasgo o pacote
do preservativo e coloco-o.
Olhando em seus olhos, me posiciono e vou me afundando, em seu
interior, sentindo o quanto está quente e molhada, deslizando em seu interior
apertado e pulsante. Só começo a rebolar, quando estou totalmente
enterrado, o mais fundo possível. Nós dois arquejamos.
— Isso é... — balbucia.
— Incrível! — completo, começando a estocar, mais forte.
Os movimentos começam a ficar mais desesperados. Saio quase todo e
volto a entrar, cada vez mais rápido, mais forte, perdendo-me em nossa
bolha de prazer.
Briana, geme, grita, arranha minhas costas, enlouquecida. Sei que está
próxima do êxtase. Desço minha boca, contra a sua, a beijando, e quando
belisco um bico do seu seio, ela goza, gritando meu nome. Sem aguentar o
aperto de sua boceta no meu pau, gozo, liberando todo o tesão que sinto por
essa mulher.
Ainda dentro dela, ofegante, a olho e o pensamento que tenho é um pouco
assustador. Estou muito apaixonado.
Saio de dentro dela e a pego no colo, indo para o banheiro, deixando esse
pensamento de lado por enquanto.
— Você gosta mesmo de me carregar no colo né? — fala dando risada.
— Sim, amo seu corpo quente colado no meu — beijo a ponta do seu
nariz e ela gargalha, porra amo esse som.
Capítulo 34
Já faz quase três meses que eu e Emir, começamos com a história do
noivado falso. Não surto mais, em ver sempre minhas fotos nas revistas de
fofoca, até o que eu visto, ou como meu cabelo está no dia, eles colocam.
Então nunca tem nada de interessante, afinal, minhas roupas não são de
marca e meu cabelo, em grande maioria, estão em um coque bem feito, ou
um rabo de cavalo alto.
Há um mês, Emir, fez a proposta para que eu voltasse a estudar,
engenharia da computação. Só não esperava que estava tudo acertado,
faculdade, aulas particulares e tudo o mais que o dinheiro pode comprar.
Ele disse, que os custos seriam do grupo Aslan, porque eles iriam
desfrutar do meu conhecimento, e talento. Nem questionei, estou na época
de viver meus sonhos e desejos.
Estou muito empolgada com as aulas particulares, já que a faculdade só
poderei começar no próximo semestre. Agora tenho um notebook de última
geração e já estou desenvolvendo um projeto de segurança digital, que
acredito que será revolucionário.
Por incrível que pareça, Bernardo, o responsável pelo TI, sempre vem
aqui, pedir alguns conselhos sobre o trabalho. Sei que ele é muito
competente, mas duas cabeças, às vezes, pensam melhor do que uma. Gosto
muito de conversar com ele, sempre que ele vem, conto tudo que estou
aprendendo com as aulas e trocamos várias dicas.
Emir, chega, bem na hora em que solto uma piada para Bernardo que
segura minha mão, gargalhando, já percebi que ele gosta muito de conversar
tocando nas pessoas. Emir imediatamente, fecha o semblante, olhando para
nossas mãos.
— Boa tarde — nos cumprimenta, e Bernardo solta minha mão, como se
tivesse levado um choque. Posso sentir o olhar frio que ele nos dá, faz muito
tempo que esse olhar não é direcionado a mim — estamos com pouco
trabalho, lá no setor de TI? Já conseguiram cobrir todas as falhas de
segurança? — Bernardo se estremece todo e fica com o rosto completamente
vermelho.
— E... eu, só vim, pedir a opinião da senhorita Briana, sobre o novo
sistema de cibersegurança[13] que estamos implementando — fala
gaguejando, enquanto o olhar implacável de Emir está nele.
— E já pediu essa opinião? — O tom frio dele, pode congelar o verão,
igual a Elsa[14]. Me seguro para não rir do meu pensamento.
— Si… sim, já estou de saída, obrigado, Briana — sai quase correndo.
— Tchau, Bernardo. Depois continuamos a conversa — ele dá um aceno
de costas mesmo, desaparecendo no elevador.
— Briana, venha até minha sala por favor — seu tom me desconcerta,
mas faço o que ele me pediu, entro em sua sala e ele fecha a porta. Vem em
minha direção e para na minha frente.
— Ele estava segurando sua mão — afirma, olhando para as minhas
mãos.
— Ele gosta de tocar nas pessoas enquanto fala, é normal dele.
— Engraçado, ele nunca pegou na minha mão para conversar comigo —
diz com um tom de deboche.
— Está com ciúmes, Emir? — Pergunto e parece que o deixo sem graça.
— E se eu tiver, Briana? Afinal você é minha noiva, perante todos,
ninguém deveria falar com minha noiva, segurando sua mão!
— É tudo tão confuso, Emir. Esse noivado falso, mas também tem todo o
sexo que fazemos, sempre que podemos — coloco para fora, tudo que está
me angustiando. — Somos exclusivos? Tenho a sua exclusividade? Nunca
falamos sobre isso.
— Como assim, nunca falamos, achei que estivesse bem claro isso. Somos
completamente exclusivos Briana. Depois que tive você, nunca mais tive
vontade de ter mais ninguém. Por acaso você teve? — Pergunta, e noto
insegurança em seus olhos.
— Eu só quero você. Eu só quis você, nunca quis nenhum outro. Você
derrubou minhas barreiras. Mas o quê somos, um para o outro?
— Você é minha, Briana — declara e passa o dorso de sua mão pelo meu
rosto — mas se você quer rótulos. Você é minha namorada.
— Você está me pedindo em namoro? — fico espantada, nunca imaginei
que chegaríamos a isso de verdade.
— Estou, Briana. Quer namorar comigo? — O olhar dele, faz borboletas
voarem em meu estômago.
— Sim, Emir. Mil vezes sim! — falo me jogando em seus braços e o
beijando, ele me segura como pode e retribui o beijo.
O beijo começa a ficar mais intenso, ele desce a boca para o meu pescoço,
cheirando e beijando, caminhando para o vale dos seios, morde um mamilo,
por cima da blusa.
— Emir, estamos na empresa, não pod… — o protesto para no meio,
assim que sinto suas mãos alcançarem a barra da minha saia, subindo em
direção ao ponto que pulsa sem parar.
— Preciso entrar na minha namorada agora — fala alcançando a calcinha
já melada de tesão. — Preciso selar esse namoro. Me vira e me apoia em sua
mesa, com a bunda para cima, levanta minha saia e tira minha calcinha. Olho
por cima do ombro e o vejo, tirando seu pau para fora, e colocando um
preservativo.
A adrenalina que sinto, só faz o tesão aumentar. Aperta minha bunda,
descendo a mão para alcançar meu clitóris.
— Porra, Briana, sempre tão pronta para mim — grunhe, enquanto entra
de uma vez, me fazendo gemer alto — quietinha linda — coloca a mão em
minha boca — só eu posso ouvir esses gemidos deliciosos. Vamos dar uma
rapidinha agora, mas quando chegarmos em casa, vou adorar cada pedacinho
da minha namorada — fala próximo a minha orelha, me fazendo arrepiar
inteira.
Estoca com força, tapando minha boca, e com a outra, estimula meu
clitóris, me fazendo gozar rapidamente, gozando em seguida, grunhindo
palavras desconexas.
Sai de dentro de mim, me vira para ele e me beija. O beijo tem um sabor
diferente, agora que consigo rotular esse relacionamento, me sinto mais
segura.
— Minha… — sussurra assim que para de me beijar. O eu te amo, fica na
ponta da língua, mas decido que ainda não, é hora — vem linda, vamos nos
limpar e depois voltar ao trabalho. Pega na minha mão e me leva para o
banheiro em anexo.
Capítulo 35

Após muitas pesquisas, parece que achei a empresa ideal para fazer a
cibersegurança do grupo Aslan.
A V&HTech, está em ascensão, com dois jovens sócios, estão,
expandindo seus negócios de forma sólida e honesta.
Pedi para Briana marcar uma reunião, mas os sócios, pediram para ser um
almoço, segundo eles, é a melhor forma de nos conhecermos. Algo mais
informal, em um ambiente descontraído, eles gostam de criar vínculos com
seus clientes, dizem que os negócios fluem melhor desse jeito. Como estou
botando fé neles, aceitei tranquilamente.
Alim, me liga dizendo que já está me aguardando na portaria do prédio.
Ele chegou ao Brasil, ontem, e pedi para que participasse desse almoço,
afinal, caso fechemos o contrato, a V&HTech, irá fazer a cibersegurança de
todo o grupo Aslan.
— Já estou indo almoçar com os sócios da V&HTech, linda — comunico
a Briana assim que saio da minha sala — Alim também vai estar lá — dou
um beijo casto de despedida.
— Tudo bem, amor, a Lua, vem almoçar comigo, ela fez uma entrevista
aqui perto — me sinto bobo quando ela me chama de amor.
— Fala de novo? — Peço, parecendo um adolescente apaixonado.
— O quê? — fica confusa.
— Você nem reparou né? — Nega com a cabeça — me chamou de amor
— ela dá um sorriso lindo.
— Meu amor — não resisto e dou mais um beijo, na verdade, minha
vontade, era agarrar ela bem aqui, mas estamos na empresa e tenho um
compromisso, me despeço e saio.
O almoço transcorre, extremamente bem, os dois se mostraram, muito
profissionais e conhecedores do que fazem. Alim, que está com a idade mais
próxima a deles, se enturmou logo de cara. Já estão até marcando algum
programa para se divertirem.
— Bom, rapazes — falo e é estranho achá-los tão jovens, já que Briana
tem a idade deles, apesar de parecer muito mais madura — tenho que voltar
ao trabalho.
— Certo, irmão, vou com você — Alim se levanta para me acompanhar e
todos se levantam.
— Aguardo vocês para a assinatura do contrato, semana que vem. Quero
começar logo, não quero mais nenhuma confusão com minha imagem —
eles assentem, todos sabem o rolo que deu aquele vídeo.

Na volta para o escritório, Alim decide me acompanhar. Quero terminar


logo o que tenho que fazer, para poder levar, Briana para casa e passarmos
um tempo juntos, já que faz três longas, noites que ela me deixou dormindo
sozinho.
Ela disse que não poderíamos, ficar dormindo todos os dias juntos, afinal,
ainda não éramos casados, mas para mim, isso é mera formalidade, quero
que ela seja minha de qualquer jeito, só que ela ainda não está preparada
para o próximo passo.
Ainda estou divagando, sobre, dar o próximo passo com a Briana, quando
escuto a voz do meu irmão.
— Quem é essa beldade que está com sua namorada? — Deixo os
pensamentos de lado e vejo o que ele está olhando.
— É a Luana, irmã de Briana. Nem preciso falar para você não mexer
com ela né?
— Poxa, irmão, me dê um crédito, jamais mexeria com sua cunhadinha —
debochado, sei exatamente como ele é.
— Boa tarde, cunhada — dá um abraço em Briana — vai me apresentar
essa güzel kadın? — Pergunta já pegando a mão de Luana e levando aos
lábios — Eu sou Alim, cunhado da sua irmã — a moça dá um sorriso,
ficando um pouco vermelha.
— Prazer Alim, sou a Luana, irmã de Briana — se apresenta, um pouco
fria demais para o gosto de Alim, que rapidamente se endireita e fica
parecendo meio chocado.
— Bri, já estou de saída, preciso buscar o Gael — dá um beijo na irmã e
sai, sem dar uma segunda olhada no pobre do meu irmão. Passa por mim e
acena. Tenho que me controlar para não gargalhar.
— É irmão, não são todas que caem em seu charme — seguro no ombro
dele, rindo.
— Vamos ver irmão — me olha em desafio.
— Alim, não faça da minha irmã um desafio. Não mexa com ela —
Briana fala, com carinha de brava.
— Claro que não cunhadinha, jamais — fala debochado.
— É serio, Alim — digo, deixe a moça em paz.
— Deixarei, quem vocês acham que eu sou? — diz isso e sai, não nos
dando chance de falar mais nada.
— Eu arranco as bolas dele, Emir — Briana fala e seguro uma gargalhada,
porque sei que ela está brava.
— Eu te ajudo, linda! — digo, tentando deixá-la mais tranquila, ela
aquiesce e voltando ao trabalho.
Capítulo 36
Ainda segurando para não rir, a acompanho até sua mesa e entro em
minha sala. Briana tem todo o direito de desconfiar de Alim, ele é visto
sempre com mulheres diferentes. Ela sabe que ele é um conquistador nato.
O que me fez achar mais engraçado, a forma como Luana o dispensou,
sem ao menos dar uma segunda olhada, por isso, ele ficou tão desconcertado
e meu medo é que ele faça dela, um objetivo.
É engraçado o quanto pessoas que são acostumadas a terem tudo se sente
atraídos por aquilo que não podem ter. Alim, é assim, sempre teve tudo,
inclusive as mulheres que quis, então aquela em que ele não pode ter, será
seu desafio.
Tenho que me preparar, porque o julgamento do senhor Sanchez, está
chegando. Tudo indica que eles irão propor um acordo, afinal, não
conseguiram nada de concreto, e sabemos que a mulher armou tudo contra
ele.
Saio da minha sala, para falar com Briana e me deparo com ela,
completamente pálida, segurando o telefone contra o peito.
— Briana, você está bem? — ela demora alguns minutos, para perceber
que estou falando com ela. Cogito dar uma chacoalhada.
— Minha mãe — pisca depressa e sussurra.
— Como assim sua mãe, meu bem? — Não consigo entender, a mãe dela
não está morta? Tento puxar na memória e constato que Briana, nunca me
falou sobre a mãe dela, o que me levou a crer que ela estivesse morta.
— Ela voltou — ela parece estar em choque e não estou conseguindo
entender nada, preciso que ela volte a si e me esclareça.
— Vem linda, vamos para minha sala, me conte tudo o que está
acontecendo — chego perto dela, tiro o telefone de sua mão, o colocando no
gancho, pego sua mão, seguro sua cintura, e a levo para minha sala.
Entro com ela na sala e a coloco sentada no sofá, ela fica parada, olhando
para o nada, pego uma garrafinha de água e entrego para ela.
— Me conta com calma, o que aconteceu com sua mãe? — Pergunto,
sentando na mesinha que fica em frente ao sofá.
— Minha mãe, ela voltou — fala, como se isso pudesse fazer algum
sentido para mim.
— Voltou de onde? Eu achava que ela… tinha falecido. Você nunca falou
nada dela, então meio que presumi isso.
— Só morreu em nossos corações — arfa, fazendo um esforço enorme
para não chorar.
— O que aconteceu, amor? Pode me contar?
— Quando eu tinha 10 anos e Lua apenas 6, minha mãe decidiu que não
queria mais ser pobre e nem ser mãe. Conheceu um viúvo muito rico na
porta do colégio em que meu pai trabalhava e foi embora com ele. Nunca
mais nos ligou, não fez nenhum tipo de contato, apenas, desapareceu.
— E agora ela te ligou? — Assente parecendo tão desolada que meu
coração se aperta — Ela disse o que quer?
— Ela só disse estar com saudades e, que queria ver suas filhas — fala e
noto uma centelha de raiva em seus olhos — eu disse que agora é tarde
demais para ela se preocupar com as filhas, ninguém quer vê-la.
Conforto Briana, o quanto posso, ela desabafa, tudo que teve que fazer,
principalmente cuidando de sua irmã, enquanto o pai tinha que trabalhar.
Imagino o quanto foi difícil para elas.
Minha família é grande, sempre com minha mãe e meu pai me apoiando,
fora meus irmãos. Não imagino como seria se algum deles tivesse me
abandonado.
Estou muito desconfiado, porque voltar agora, 14 anos depois? Justo
quando Briana, está saindo em diversas matérias de fofocas, por estar noiva
do CEO do grupo Aslan no Brasil?
Preciso urgente saber tudo sobre essa mulher, não quero ver Briana sofrer,
ela já sofreu muito nessa vida e agora, estou aqui para protegê-la. Preciso
falar com o Ricardo. E quando Briana se recompõe e volta para sua mesa, é
isso que faço.
— Alô Ricardo, aqui é o Emir — ligo imediatamente.
— Oi, Emir, o que manda?
— Preciso que você inclua, mais um nome na lista de investigados.
Preciso que me passe todas as informações sobre a mãe de Briana. Ela
entrou em contato com Briana alegando estar com saudades, só quero me
prevenir.
— Cara, eu já pesquisei sobre a mãe dela, imaginei que uma hora você
fosse pedir. Investiguei toda a família — fico impressionado.
— Confesso que estou impressionado com sua eficiência, pode me
mandar o que você descobriu?
— Mandarei imediatamente, mas já te adianto que essa mulher, chegou
há dois anos no Brasil, e só está procurando a filha agora. Acho que o fato
dela estar noiva de um bilionário, ajudou na decisão — fala dando vazão
aos meus pensamentos.
— Para ser sincero, foi o que imaginei — gostaria de estar errado, mas
tudo indica que não.
— Ta certo Emir, irei te enviar agora, até mais amigo — apesar de nos
conhecermos a pouco tempo, já o considero um amigo, ele é altamente
eficiente no que faz.
Farei de tudo para proteger Briana, de qualquer pessoa que seja. Até
mesmo da mãe dela.
Capítulo 37
Continuo em choque pelo que acabou de acontecer, repasso as poucas
palavras que ela ousou me falar, várias vezes em minha mente.
“Oi, Bri, é a mamãe, estou com saudades, quero ver vocês” — em um
primeiro momento, achei que era pegadinha, mas com sinceridade, nunca
esqueci o timbre de sua voz. Passei anos, lembrando de como ela contava
histórias para nós dormirmos. Anos aguardando seu retorno. Agora é tarde
demais, não a quero perto de nós.
O que me deixa mais angustiada, é que terei que contar para Lua e para
meu pai, não seria justo, guardar isso para mim, eles também são parte
interessada no assunto.
Chego em casa e na hora, meu pai pergunta o que aconteceu. Só de olhar
ele já sabe que tem algo errado.
— Preciso, conversar com o senhor e com a Lua — falo me sentindo
esgotada. Lua aparece, assim que pronuncio seu nome, parece que está
sempre escutando as conversas.
Os dois ficam me olhando, sabem que algo muito sério está acontecendo,
as lágrimas começam a descer pelo meu rosto, meu pai se levanta e me
abraça.
— Conte-nos filha, estou ficando preocupado — fala alisando meus
braços me dando força, como sempre faz.
— Nossa mãe me ligou — solto, olhando para minha irmã e sinto meu pai
ficar tenso na hora.
— O que Odete quer, depois de tantos anos — quem pergunta é meu pai,
porque Luana, parece que está em choque.
— Disse estar com saudades e queria nos ver. Mas eu já disse que agora é
tarde — Luana começa a chorar, chego perto dela e a abraço, só nós duas,
sabemos como é difícil crescer sem mãe.
— Você quer vê-la? — Pergunto, porque ela não esboçou nenhuma
opinião até o momento.
— Eu não sei — sussurra, como se estivesse com vergonha de expressar
sua vontade.
— Se quiserem vê-la, não pense que ficarei magoado — nosso pai fala e
nos abraça — afinal ela é a mãe de vocês — beija o topo de nossas cabeças e
sai da sala, dando-nos privacidade para conversar.
— Você quer vê-la, Lua? — pergunto novamente, agora que estamos
sozinhas.
— Eu quero conhecê-la, Bri, não me lembro como ela era, nem de sua
voz. Gostaria, que Gael tivesse uma avó, mas estou com muito medo.
— Faremos assim, marcaremos um almoço, só nós três, e se a intenção
dela for boa mesmo, apresentaremos Gael — ela assente e Gael, entra na
sala, correndo, pulando e brincando, mostrando o quanto ilumina as nossas
vidas.
Dois dias se passam, sem que minha mãe entre em contato, fico em um
misto de tristeza e alívio, tristeza, por me sentir mais uma vez abandonada e
alívio, por não precisar encarar tudo isso.
Com sentimentos contraditórios, em uma manhã, quando saio do carro
que Emir manda me buscar todos os dias, meu coração acelera e quase tenho
uma síncope. Reconheço aqueles olhos azuis, em qualquer lugar, vejo-os
sempre que me olho no espelho ou quando olho para Lua.
Assim que me vê, caminha cautelosa em minha direção com um sorriso
no rosto, me sinto tão perdida, que tenho que me esforçar, para minhas
pernas funcionarem.
— Porque você não ligou, ao invés de aparecer aqui? — Não consigo
frear minha língua, um misto de saudade e ódio. Saudades, pela menina que
sempre esperou a mãe, imaginando como seria quando ela voltasse. Ódio,
por ela nunca ter sequer nos procurado, por tudo que passamos, sem ter uma
mãe ao nosso lado.
— Tive medo de você desligar novamente, precisava te ver pessoalmente
— os olhos dela, cheios de lágrimas, não me causam nenhum tipo de
compaixão. — Posso te dar um abraço? — Assim que ela pergunta, dou um
passo para trás, ela baixa os braços, que já tinha levantado.
— A Lua e eu, concordamos em te ouvir — ela abre um sorriso, que me
incomoda — Me ligue mais tarde, que eu passo o dia e a hora do encontro.
— Obrigada, filha, vou aguardar ansiosamente. Quero me redimir por
todos esses anos, estou muito arrependida de ter ido embora.
— Deixe esse papo todo, para o dia do encontro, agora preciso trabalhar
— falo e entro no prédio da Aslan, sem olhar para trás.
Chego ao meu andar, e Emir está me aguardando, assim que me vê
percebe que algo está me incomodando.
— O que aconteceu, linda? — Pergunta, fazendo um carinho gostoso em
meu rosto.
— Minha mãe, me interceptou aqui na porta — respondo e imediatamente
o semblante dele muda para raiva — falei para ela me ligar mais tarde. Eu e
a Lua vamos nos encontrar com ela, quero ver o que ela tem para nos falar.
— Estava torcendo para que ela deixassem vocês em paz — fala e eu fico
sem entender — que não ligasse mais, assim eu não teria que te mostrar o
que encontrei.
— Como assim Emir? Encontrou o quê?
— Vou te mostrar, não fique chateada comigo, eu só estou querendo
proteger vocês. Pedi para um detetive, investigar sua mãe — fico espantada
com essa revelação.
— Certo, não fiquei chateada, isso até que foi boa ideia, afinal, nem sem
quem essa mulher se tornou. Achou algo estranho? — Vai até sua mesa e me
entrega, alguns papéis com muitas informações.
— Tem muita coisa errada com sua mãe — abro e me deparo com
informações realmente perturbadoras. — Analise tudo com cuidado, assim,
poderá ficar um passo a frente, caso, ela esteja aqui por interesses obscuros.
Começo a analisar e o choque é enorme. O marido foi assassinado,
suspeito de envolvimento com a máfia.
Já faz dois anos que ela está no Brasil, por que nos procurar somente
agora? Ninguém sabe onde ela mora, provavelmente está se escondendo de
alguém.
Marcarei esse almoço, mas primeiro, preciso conversar com a Lua para
analisarmos juntas esses documentos que Emir me deu. Agora, mais do que
nunca, preciso saber o que essa mulher quer com a gente, e acredito que não
seja nada maternal.
Capítulo 38
Briana, está tão nervosa e abalada, com o aparecimento de sua mãe,
novamente em sua vida. Só consigo pensar em levá-la para minha casa e
fazê-la relaxar de todas as maneiras.
— Já está pronta, minha linda? — Pergunto e ela me olha, com tanto
carinho, que meu peito aperta — Já pedi o jantar, assim que chegarmos, irão
entregar, tem vinho, banho de banheira relaxante e eu para te fazer
massagem. — Falo e abro os braços, ela ri e se empertiga para me dar um
beijo, que aceito com o maior prazer.
— Só o jantar e a massagem já estariam ótimos — fala com a boca
grudada na minha — mas como você é perfeito e completo, está melhor do
que eu imaginava. — Dou um beijo em seu nariz, pego sua mão e vou em
direção ao elevador, me sentindo o homem mais sortudo do mundo.
— Seja bem-vinda, novamente senhorita — brinco e acendo as luzes da
sala.
Vou até a cozinha e vejo que Briana me segue, sirvo duas taças de vinho e
entrego uma a ela.
— A nós — falo tocando nossas taças e bebemos um gole, sem tirar os
olhos um do outro.
Deposito minha taça no balcão e chego perto dela, enlaço-a pela cintura e
fico com a boca bem próxima a dela. Ela sorri e me puxa pela nuca,
encaixando sua boca na minha.
Havia planejado ir com calma, que conduziria tudo sem pressa, mas essa
mulher desperta meu lado animalesco, me tira completamente do controle.
Devoramos nossas bocas com paixão, seguro seu cabelo próximo à nuca,
inclinando um pouco sua cabeça e desço meus lábios para o pescoço
cheiroso, lambendo e chupando.
Em um movimento rápido, encaixo as mãos sob a bunda e a levanto.
Briana enlaça as pernas na minha cintura, sem que nossas bocas se
desgrudem, a conduzo para o quarto.
— Você me enlouquece, Briana — desço o tronco devagar e a deito na
cama, saboreando a visão dela, mais uma vez em minha cama, com os
cabelos loiros espalhados no lençol escuro, em um contraste perfeito.
Me dispo rapidamente, prometendo a mim mesmo, que a próxima rodada,
será com mais calma. Agora, só consigo pensar em devorar Briana. Ela já
tirou a camisa e o sutiã, me fazendo perceber, que está tão faminta, quanto
eu.
Deito ao seu lado na cama e a puxo para mim, encontrando o zíper atrás
de sua saia, e a liberto da peça. Afasto um pouco para admirá-la, somente
com a calcinha de renda preta, os seios com os biquinhos rosados
intumescidos.
— Você é gostosa pra caralho — ela sorri com timidez e a beijo, descendo
minha boca até seus seios, que estão pedindo por atenção. Prendo o biquinho
levemente entre os dentes e ela, geme alto, jogando a cabeça para trás. Amo
o quanto ela tem sensibilidade nos seios, sugo o biquinho, estimulando com
a língua e ela começa a se esfregar na minha perna. A calcinha está tão
molhada, que chega a melar minha coxa, e isso me deixa ainda mais maluco.
Desço minha mão, encontrando a calcinha, coloco-a de lado e solto um
grunhido ao sentir o quanto está encharcada. Exploro toda a bocetinha
melada com facilidade.
— Porra, Briana — praguejo, alucinado, ansioso para sentir o seu gosto
novamente. Escorrego o corpo para baixo, e me posiciono no meio de suas
pernas. Com uma única lambida, percorro toda a bocetinha, Briana arqueia o
corpo, gemendo, agarrando o lençol, até sua juntas ficarem brancas.
Me concentro em seu clitóris, sugando e dando algumas batidinhas com a
língua. Briana se contorce, grita, rebola. Observar o quanto ela está se
permitindo, o quanto busca pelo seu prazer, me faz ficar, ainda mais
alucinado por ela.
Briana, goza, gritando meu nome e algumas palavras incoerentes, ver essa
mulher gozar, é meu espetáculo favorito.
Pego um preservativo na mesa de cabeceira e coloco, sob o olhar lascivo
dela. Me posiciono em sua entrada, arremeto de uma vez, fazendo com que
nós dois gritemos juntos. Estoco forte, Briana crava as unhas nas minhas
costas. Giro os quadris, levantando um pouco seu tronco, fazendo com que
ela fique mais aberta para mim.
— Emir… isso é… delicioso — declara ofegante, com os olhos fechados
e a cabeça levemente inclinada para trás.
Sentindo o início dos espasmos no meu pau, acelero ainda mais os
movimentos, alcanço seu clitóris com o polegar e começo a masturbá-la.
Briana se contorce em um orgasmo intenso. Sua boceta, esmagando meu
pau, faz com que eu alcance meu clímax logo depois dela, enchendo
preservativo, de uma forma que só acontece com ela.
— Você é a mulher mais gostosa que existe — declaro, ainda ofegante,
saio dela com cuidado, tirando o preservativo e dando um nó, descartando-o
na lixeira do banheiro.
Coloco a banheira para encher e volto para o quarto, encontrando Briana
do mesmo jeito no qual a deixei. Como sempre, a pego no colo, levando-a
para o banheiro.
— Vamos, minha linda — dou um beijinho em sua testa — vamos tomar
banho e depois jantar. Invertemos toda a ordem que eu havia programado,
mas não me arrependo. — Ela abre um daqueles sorrisos que fazem meu
coração errar uma batida.
— Podemos, começar de novo — fala em tom de brincadeira — agora na
ordem em que você programou — pisca um olho para mim, e eu gargalho.
— Hmmmm, acho uma excelente ideia, senhorita safada — e o som de
sua risada, faz meu coração ficar mais leve.
Capítulo 39
Estou, muito nervosa, andando de um lado para o outro, na calçada em
frente ao prédio da Aslan.
Hoje, será o tal almoço com Odete, vulgo nossa mãe. Estou impaciente,
aguardando a Lua chegar, marcamos de nos encontrar meia hora mais cedo,
para que quando ela chegasse ao restaurante, nós duas já estivéssemos lá.
— Nossa, Lua, achei que você ia atrasar — falo assim que ela desce do
carro, pedi para o motorista que Emir, deixa a minha disposição ir buscá-la.
— O trânsito está um caos hoje, por isso demorei — esclarece me dando
um rápido abraço, noto em seu semblante, que ela está tão nervosa quanto
eu.
Mostrei todos os documentos que Emir me deu, expliquei tudo para
Luana. Sei que ela não se lembra, do tempo em que vivemos com nossa mãe
e ela sempre imaginou tê-la novamente em nossas vidas. Não quero que ela
se decepcione.
No restaurante, estamos tão tensas, que nem conseguimos conversar. Já
decidimos que deixaremos ela falar tudo o que precisa, sem que façamos
perguntas, ou a confrontemos de qualquer jeito. Não iremos nem tocar no
assunto sobre o buraco em que está vivendo, escondida de todos. Só
sabemos disso, porque Emir, colocou alguém para segui-la.
É com estranheza que olhamos para a mulher que para em frente a nossa
mesa, com óculos escuros e um chapéu, cobrindo praticamente seu rosto
todo. Só a reconhecemos, quando ela tira o chapéu e os óculos.
Ela está muito elegante, parecendo ainda ser rica, nada condizente com o
lugar em que está vivendo. Isso por si só me deixa ainda mais desconfiada.
— Queridas — abre os braços, provavelmente, aguardando por um
abraço, quando vê que não nos movemos, seu semblante se fecha e ela senta
a nossa frente.
— Certo, eu já imaginava que essa recepção, não seria calorosa, mas eu
estava com tanta saudade, que não custava tentar.
— Vamos lá, mãe — Lua praticamente cospe a palavra mãe, em claro tom
de desprezo — nos diga o que te fez aparecer depois de tantos anos? — Me
mantenho calada, apenas a observando.
Sei que em algum lugar nesse restaurante, tem seguranças, Emir, me disse
que deixaria alguns, porque, assim como eu, claramente não confia nessa
senhora sentada a minha frente.
— Já disse querida, saudades — leva a mão até os olhos, secando uma
lágrima inexistente — Vocês se tornaram mulheres lindas. Só me conte um
pouco sobre vocês.
— Você tem um neto — Lua solta e olho para ela, sei que contar isso, é
importante para ela, mas imaginei que esperaria mais um pouco.
— Oh querida, você já é mãe? — Odete parece genuinamente espantada,
sinal de que não estava nos monitorando durante esse tempo. — E o pai da
criança? Vocês são casados, é alguém importante, como o noivo de sua
irmã? — Bingo, está aí, o motivo que imaginei, ela veio atrás de nós por
Emir.
— Um degenerado, sumiu assim que ficou sabendo que estava grávida —
noto o tom petulante de Lua, ela está testando nossa mãe, que tenta disfarçar
o olhar de desprezo, mas não faz um bom trabalho.
— E você querida — se vira para mim, com um sorriso brilhante, mais
falso do que anel de diamante do camelô — me conta sobre seu noivado,
estou ansiosa para saber de tudo.
Olho para Lua que está, visivelmente, abalada. Não precisei de meia hora
escutando essa mulher dissimulada, para saber o que ela quer: dinheiro e
status, como sempre. A forma como ignorou Lua, depois de constatar que
ela é mãe solo, foi a gota d’água.
— Você nem perguntou sobre seu neto — me olha sem entender de
imediato, mas logo compreende.
— Ah, sim, claro. Querida, como é meu neto? — tenta segurar a mão de
Lua, que rapidamente a puxa, para seu colo, Odete, faz aquela cara de
desagrado, mas novamente, tenta dissimular.
— Tarde demais, mamãe — cuspo as palavras com raiva, e ela me olha
com cara de espanto — Vamos, Lua, esse almoço acabou — pego a mão de
Lua, que se levanta rapidamente, querendo manter a maior distância possível
desse ser.
— Mas nós ainda nem comemos — a voz irritante, se entranha em meu
cérebro. Volto alguns passos, parando em frente a mesa em que ela está.
— Toma, acho que isso paga seu almoço — jogo algumas notas na mesa
— não nos procure mais, se você pensa que irá chegar até a família Aslan,
através de mim, está muito enganada. — O olhar de ódio que ela direciona a
mim, mostra a verdade, por trás de toda a fachada de boa mãe. — E não
chegue perto de Luana e nem do meu sobrinho, sou capaz de qualquer coisa
para protegê-los — viro as costas e saio, sem olhar para trás e sem deixar
que fale mais alguma coisa.
Lua, está me aguardando na calçada, algumas lágrimas banham seu rosto
e isso parte meu coração. Ela ainda tinha esperanças.
— Quer ir até o escritório, podemos pedir um lanche — proponho e ela
nega.
— Só quero ir pra casa, abraçar meu filho. Como mãe, eu não imagino
como alguém pode abandonar seus filhos, faço qualquer coisa por Gael, ele é
toda a minha vida. — fala, com a voz embargada e eu assinto, sem saber o
que responder.
— Também não entendo, Lua, agora, vamos apenas esquecer novamente a
existência dessa mulher — Lua assente, me abraça e entra no carro, indo
embora, encontrar com o nosso principezinho.
Volto para o escritório, andando, Emir, pediu para o encontro ser em um
restaurante aqui perto, assim se precisasse de algo, era só chamá-lo.
Quando chego ao andar da presidência, ouço vozes na sala de Emir, e me
lembro que hoje, ele me apresentará, os sócios da V&HTech. Fico animada
de imediato, vamos formar uma parceria, para garantir a segurança digital de
todo o grupo Aslan, e estarei a frente de tudo.
Apareço na porta da sala, que está aberta e Emir se levanta rapidamente,
abrindo um sorriso.
— Chegou na hora certa, Briana, vem conhecer o Victor e o Henrique da
V&HTech — entro na sala, com o coração martelando no peito, assim que
os dois se viram, o reconhecimento é imediato, estaco no lugar, em choque.
Percebo o exato momento em que eles me reconhecem também.
Henrique, parece se recompor mais rápido e dá um passo em minha
direção, não consigo respirar, tento buscar o ar que não chega até meus
pulmões. Não é possível que todos os fantasmas do meu passado, resolveram
aparecer de uma só vez. Quando Henrique, estende a mão em minha direção,
não vejo mais nada, caio na escuridão, só consigo escutar o grito de Emir,
chamando meu nome.
Capítulo 40
— Briana, meu Deus — assim que vejo ela desabando e batendo a cabeça
na mesa que fica no centro da sala, grito e saio correndo, para segurá-la.
— Ligue para o ramal do ambulatório da empresa — grito para os dois,
que estão em minha sala, passando o número para eles, não sei qual dos dois
faz a ligação, mas em instantes o médico chega a minha sala. Briana está
totalmente apagada e começo a entrar em desespero.
Pego ela no colo e a coloco deitada no sofá, abrindo espaço para o médico
examiná-la, ele coloca algo, próximo ao nariz dela, que a faz voltar os
sentidos, lentamente.
— Emir, vamos deixar para acertar tudo em outro momento — Victor,
fala, percebo que está abalado com a situação, o que só me deixa mais
desconfiado.
— Claro, entro em contato com vocês — aperto a mão dos dois, em
despedida, não quero alertá-los de que já desconfio por que Briana se
comportou dessa maneira.
— Amor? — A chamo me aproximando, envolvo sua mão na minha. Ela
olha desesperada para os lados, a procura dos homens que estavam aqui.
— Eles já foram, minha linda — informo e vejo que relaxa, mas não diz
nada.
— É melhor levá-la ao hospital, senhor Aslan — o médico diz — será
necessário, fazer alguns exames, ela bateu a cabeça com muita força.
— Não precisa, Emir… — começa a falar, mas não aceito sua negativa,
não quando se trata de sua saúde.
— Precisa, sim, linda, sua saúde está em jogo, querendo ou não te levarei
para fazer esses exames — sou incisivo, posso estar parecendo um macho
escroto, mas com saúde não se brinca. Para meu alívio, ela apenas assente e
eu a ajudo a se levantar.

No hospital, já fizemos, todos os exames necessários, Briana foi


medicada, porque alegou uma forte dor de cabeça, e agora, estamos só
aguardando os resultados.
O mais difícil, é mantê-la acordada, já que o médico disse que ela não
poderia dormir por enquanto, devido à pancada na cabeça.
Já contei praticamente todas as minhas histórias de infância, e todas às
vezes que ela vai fechar os olhos, eu conto mais alguma.
Estou a ponto de começar a contar algumas proezas dos meus irmãos,
quando o médico aparece, com os resultados nas mãos.
— Tenho excelentes notícias, a senhorita, não tem nenhuma concussão, os
exames estão ótimos — informa, fazendo com que um peso enorme, seja
retirado de minhas costas.
— Já posso dormir? — A pergunta, nos surpreende e me faz rir, seguro o
máximo que posso, afinal, sei que ela está muito cansada. Minha vontade de
sorrir, tem a ver também, pelo fato dela estar bem.
— Pode, sim, senhorita, inclusive, já podem ir para casa — anuncia e
rapidamente, Briana se levanta, querendo sair da maca, corro para ajudá-la.
A levo para minha casa e a acomodo em minha cama, ajustando as
persianas, para ficar tudo escurinho.
— Quer comer alguma coisa? — Pergunto baixinho, para que a cabeça
dela não doa mais do que o necessário.
— Agora não, só preciso dormir um pouco — assinto, mesmo que ela não
veja, por já estar com os olhos fechados, deixo um beijo suave em sua testa e
saio do quarto, com uma missão em mente.
— Ricardo, tenho mais um trabalho para você — ligo para o detetive,
assim que chego na sala, longe dos ouvidos de Briana.
— Fala, Emir, desse jeito você vai me fazer um homem rico — sei que
está brincando, porque, Ricardo já é muito rico.
Passo todos os dados que tenho sobre os dois, sei que terei uma conversa
com Briana assim que ela melhorar, mas quero estar um passo a frente,
porque, tenho quase certeza que foram esses dois que a machucaram.
Se tudo for confirmado, vou acabar com eles. Não haverá mais nenhum
trabalho para eles, a empresa irá à falência. Quem sabe, reunir provas o
suficiente, para colocá-los na cadeia.
Ricardo me manda uma mensagem, dizendo que sim, eles estudaram na
mesma turma de Briana, quando ela fazia engenharia da computação.
Meu sangue ferve, só de pensar que estava prestes a fechar um negócio
com dois estupradores de merda, me deixa enojado.
Ricardo vai investigar cada pedacinho podre de suas vidas. Vou descobrir,
cada um de seus clientes e acabarei com a reputação de sua empresa. Nem
que eu tenha que comprar alguns, quero vê-los na sarjeta, sem credibilidade.
Mas antes de tudo, preciso que Briana melhore, e converse comigo, para
confirmar todas essas suspeitas.
Antes, Briana, não conseguiu se defender deles, mas agora, eles irão pagar
por todo o trauma que a fizeram passar.
Capítulo 41
Acordo com uma dor de cabeça terrível. Fico com os olhos fechados,
querendo voltar a dormir, só para não sentir essa dor horrível, mas no
instante em que, imagens de tudo o que aconteceu, mais cedo, vem à minha
mente, me sento rapidamente na cama, o que me causa uma vertigem.
— Calma, Briana — a voz de Emir, preenche o silêncio, não havia notado
que ele estava no quarto, se levanta de uma poltrona, próxima à cama e vem
em minha direção. — Está melhor? — Pergunta, passando o dorso de sua
mão bem de leve pelo meu rosto.
— Estou com uma dor de cabeça, terrível — admito, e no mesmo instante,
o vejo buscar na mesinha, um remédio e um copo com água.
— Tome, minha linda, é um analgésico, você vai se sentir melhor — pego
o comprimido e tomo, deitando novamente.
— Não durma ainda, vou buscar uma sopa que pedi para você — fala
saindo do quarto, respiro aliviada, sei que uma hora ele vai querer conversar,
sobre o que aconteceu.
Ele volta, com uma bandeja. O cheiro da sopa está tão bom, que meu
estômago ronca alto, fazendo Emir, dar risada.
— Acho que tem alguém com fome — rindo, coloca a bandeja a minha
frente. — Sopa de legumes, espero que goste, achei que seria a melhor
opção, depois de todo o acontecimento.
— Esqueci que não cheguei a almoçar — o ar sério e preocupado, volta ao
seu rosto, assim que admito não ter almoçado.
— Não? Mas você não foi… — não chega a terminar a frase, quando
percebe que balanço a cabeça em negativa.
— Se alimente primeiro — aponta para tigela na qual está a sopa —
depois você me conta tudo o que aconteceu hoje. Combinado? — Apenas
assinto e começo a tomá-la, constatando que está tão boa quanto o seu
aroma.
Termino de comer, Emir, pega a bandeja e senta na beira da cama, com o
olhar inquisidor.
— Está se sentindo melhor? — Pergunta e assinto.
— Até minha dor de cabeça melhorou, muito obrigada! — Ele assente,
muito sério, sei que agora, vou precisar contar tudo para ele.
Começo, contando sobre o encontro desastroso com minha mãe, o quanto
Lua, ficou arrasada, por perceber que ela, estava apenas interessada, em meu
relacionamento com ele. A expressão dele é neutra, não consigo identificar o
que possa estar pensando ou sentindo, isso vai me deixando nervosa, ao
decorrer da narrativa.
— Agora conte-me o que aconteceu no escritório — fala e meu sangue
gela, é muito difícil falar sobre esse assunto, ainda mais agora, sabendo que
Emir, conhece os dois monstros.
— Foram eles — a expressão no rosto de Emir agora é mortal.
Inconsciente, me encolho um pouco, abraçando minhas pernas, querendo me
defender de tudo novamente. Sei que não preciso, discorrer mais sobre o
assunto, ele já entendeu.
Em um átimo, ele está em pé, andando de um lado para o outro, parecendo
um animal enjaulado. Fico constrangida com a situação que causei.
— Agora que contei tudo — ele para e me olha — Acho que vou pra casa
— tento me levantar, ele vem até mim e segura minha mão.
— Você ainda não entendeu, né? — olho para ele, realmente sem entender
nada.
— Não entendi? — Pergunto, completamente confusa com a questão.
— Agora você é minha, Briana, vou cuidar de você. Lutarei, contra tudo e
contra todos, por você. — Se inclina e me beija, um beijo lento, cuidadoso,
carinhoso. Meu coração bate tão frenético que tenho medo de estar com
algum problema cardíaco. O eu te amo, fica na ponta da língua novamente.
— Dorme aqui hoje? — E eu conseguiria recusar algo para ele, depois
dessa declaração?
— Durmo — o sorriso que ele dá, só faz com que eu fique mais
apaixonada.
— Então vem — se levanta e estende a mão para mim — vamos tomar
banho e depois dormiremos abraçadinhos, a senhorita ainda tem que
descansar.

Emir

Fiquei um bom tempo, olhando-a dormir, apreciando o quanto é linda. Foi


a primeira vez, que tomei banho e dormi com uma mulher sem sexo. Meu
instinto foi apenas de proteção, quero proteger essa mulher, de qualquer dor
possível.
Meu celular apita e o pego, vendo ser um e-mail de Ricardo. Esse cara
nunca dorme? Abro o e-mail e vejo que tem um relatório completo dos dois
estupradores. No final do e-mail, tem uma observação “Precisamos,
conversar pessoalmente”. Com certeza, o assunto deve ser muito importante,
porque, Ricardo, nunca aparece pessoalmente.
Marco para o dia seguinte, pela manhã, quanto mais rápido tiver aqueles
dois nas mãos, mais rápido eu acabo com a vidinha de merda deles.
Briana se remexe inquieta na cama e deixo meu celular de lado, para
abraçar essa linda mulher em minha cama.
Primeiro vou lidar com esses dois. Depois vou lidar com a mãe dela,
Briana, nunca mais vai precisar passar por nada sozinha, seja momentos
bons ou ruins.
Briana, se aninha em meu peito, beijo o alto de sua cabeça e me entrego
ao sono, sentindo seu doce cheiro de cereja.
Capítulo 42
Pela manhã, enfim, conheço Ricardo pessoalmente, ele é muito forte, alto,
de pele morena, e sério. Consigo enxergar algumas tatuagens, saindo pela
gola de sua camisa.
Ele chega na sede da Aslan, bem cedo, e o espero próximo ao elevador,
estou aflito para saber o que ele descobriu. O que quer que tenha descoberto,
deve ser bem grave.
Deixei, Briana, em minha casa, ela precisa descansar, ficou relutante, mas
fiz de tudo para que ela ficasse a vontade. Só de pensar em voltar para casa e
a encontrar, me esperando, me deixa radiante.
— E então Ricardo, o que tem para mim? — Pergunto assim que alcanço
minha mesa, apontando a cadeira em frente para que ele se sente.
— Direto ao ponto, gosto disso — fala me dando um meio sorriso,
simpatizei com ele logo de cara, até mesmo quando estávamos tratando
apenas pelo telefone.
— Consegui hackear a rede de computadores da empresa deles — fico
ainda mais impressionado com as habilidades dele.
— Mas como… — iria contratar a empresa deles para fazer a segurança
da informação da minha e agora percebo a baita burrada que seria, mesmo se
eles não fossem crápulas da pior espécie.
— Encontrei vídeos, Emir, os desgraçados, guardavam lembranças de
seus atos, pensando que estariam muito seguros. Derrubei o sistema de
segurança deles em cinco minutos, e fiquei estarrecido, com o que achei.
Briana não foi a única.
Fico completamente atônito, e o encaro durante alguns segundos, sem
saber o que falar. Ele estala os dedos próxima ao meu rosto, fazendo com
que eu volte a raciocinar.
— Puta que pariu, Ricardo, isso é pior do que imaginávamos — continuo
atordoado com essa descoberta — você chegou a ver as filmagens?
— Só algumas, e apenas uma parte muito pequena, que já fez meu
estômago embrulhar. Precisava ter certeza do que se tratava. — Ele me olha,
noto o pesar em seus olhos, antes mesmo dele falar, já sei o que vai dizer —
Tem uma pasta com o nome de Briana, não olhei, seria desrespeito com
vocês, vou deixar você fazer isso.
Ele me entrega um pen drive e diz que todos os vídeos estão ali, encaro o
pequeno objeto, como se a qualquer momento ele pudesse me atacar.
— Preciso ir, Emir — fala e se levanta — só vim te entregar isso,
precisava ser em mãos, é mais seguro.
— Muito obrigado, Ricardo — levanto e estendo a mão em cumprimento
— isso aqui, vai acabar com a reputação deles, farei com que eles se
arrependam de um dia ter feito mal para essas meninas..
— Pode contar comigo, o que puder farei com prazer, esses estupradores,
merecem o pior. Caso queira, acabar com eles de outra maneira, conheço um
pessoal — fico surpreso, mas me agrada à confiança que está depositando
em mim.
— Pensarei no assunto — ele aperta minha mão e vai embora, fico em pé,
contemplando a porta, durante alguns segundos, abalado com as
informações.
Pego o pen drive e no momento, não tenho coragem de ver isso, vou até o
cofre e o coloco lá, ninguém pode saber por enquanto. Preciso planejar, cada
passo do que vou dar, sei que essas provas, não serão aceitas no tribunal,
pela forma ilícita em que elas foram adquiridas, mas pensarei em algo.
Passo o dia contando os minutos para chegar em casa. Saber que Briana,
está em minha casa, faz com que eu não consiga segurar a ansiedade e antes
mesmo de acabar o expediente, já estou a caminho dela. Estou levando
comigo o pen drive, quero conversar com ela sobre isso.
Assim que entro em casa, algo que nunca acontece, me atinge, o cheiro de
comida fresca e caseira. Vou até a cozinha, seguindo o aroma delicioso e o
que vejo, faz meu coração palpitar.
Briana está cozinhando, apenas com uma camisa minha, os cabelos,
presos em um coque bagunçado, deixando alguns fios dourados, escaparem,
é a visão mais linda do mundo.
Um sentimento, completamente diferente, me atinge, assim que ela se vira
com um sorriso lindo estampado em seu rosto perfeito. Preciso ter isso todos
os dias.
Vou até ela, completamente entregue e a enlaço pela cintura, afundando
minha boca na sua, devorando seus lábios, sentindo seu cheiro e seu gosto.
— Bem-vindo — fala, um pouco tímida e corada — fiz nosso jantar,
espero que goste de estrogonofe de carne, também fiz arroz e uma salada.
— Tenho certeza que está tudo, incrivelmente, delicioso — digo e a
levanto, fazendo com que encaixe as pernas em volta de mim — mas
primeiro, preciso ter um pouco de você.
Ela ri, quando eu a levo até a bancada, a sento e dobro suas pernas, até
que esteja com os pés na bancada, completamente exposta para mim, me
afasto um pouco para admirá-la, coloco um dedo no tecido da calcinha e
sinto como está molhada.
— Caralho, amor, sempre tão pronta para mim — coloco um dedo, por
dentro da calcinha, alcançando seu clitóris e ela geme, jogando a cabeça para
trás.
— Acho que hoje, vou degustar a sobremesa, primeiro — sussurro em seu
ouvido, e a sinto estremecer, enquanto me livro de sua calcinha, deslizando
devagar por suas pernas.
Com os olhos pregados nos seus, me abaixo lentamente e passo minha
língua, por toda a bocetinha doce dela, imediatamente, suas mãos vêm até
meu cabelo e os puxa, clamando meu nome.
Estou com sede de seu gosto, a fodo com minha boca e quando percebo
que está prestes a chegar ao ápice, açoito seu montinho de nervos com minha
língua, ela convulsiona, gritando meu nome, me dando seu doce mel, que
faço questão de tomar tudo.
Sem esperar que se recupere, me levanto e abrindo meu cinto e minha
calça, puxando meu membro, duro e pulsante, para fora e a preenchendo de
uma só vez, sedento.
Gememos juntos, é a porra do paraíso estar dentro dessa mulher, nunca
me canso de sentir essa boceta apertada, esmagando meu pau. Quente
demais, molhada demais, me perco totalmente, ela tira meu juízo.
— Porra, Briana, essa boceta gostosa, me deixa maluco — falo trincando
os dentes, me esforçando para não, gozar antes dela.
Alcanço seu clitóris, fazendo movimentos circulares com meu polegar,
Briana, geme cada vez mais alto, mais entregue, sinto seus espasmos me
espremendo e sei que está quase gozando.
— Ah, Emir, que delícia — grita, gozando gostoso e me levando junto,
me derramo inteiramente dentro dela, percebendo que não estou com
preservativo.
— Desculpa, amor, esqueci o preservativo — falo, angustiado, se ela ficar
grávida, ficarei, imensamente feliz, mas não sei se é o que ela deseja.
— Não se preocupe, fui ao ginecologista e comecei a tomar
anticoncepcional, ela disse que estaríamos, mais seguros se esperássemos até
eu começar a segunda cartela, mas que já começa a fazer efeito em sete dias.
— Como eu imaginava, ela não quer filhos por enquanto, mas confesso que
fiquei um pouquinho frustrado, acho que estou ficando maluco mesmo.
Assinto, e dou um beijo casto em sua boca, pegando-a no colo e levando
para o banheiro, temos que tomar banho antes do jantar.
— Nosso jantar já deve estar frio — diz, me abraçando e deitando a
cabeça em meu ombro.
— A gente esquenta, amor, não se preocupe.
— Adoro quando me chama assim — beija meu pescoço, me fazendo
arrepiar.
— Meu amor — falo, olhando em seus olhos — se continuar beijando
meu pescoço, o jantar vai esfriar ainda mais — ela gargalha, estou triste de
ser portador de notícias desagradáveis, mas após o jantar teremos que
conversar.
Capítulo 43
Após o jantar, Emir, diz que precisamos conversar. A seriedade dele, me
faz ter um arrepio na espinha, sei que é algo sério.
— Você sabe que coloquei um detetive particular, para investigar, aqueles
dois filhos da puta — apenas assinto. Sinto um nó se formar em minha
garganta, e neste momento, não conseguiria proferir nenhuma palavra.
— Ele conseguiu invadir os computadores da V&HTech e achou alguns
vídeos comprometedores — continua, com cautela e meu estômago
embrulha, já antecipando o que está por vir.
— Aqueles desgraçados, gravaram tudo, o que fizeram com você, aquele
dia — me sinto meio tonta, perplexidade, não chega perto do que estou
sentindo. Ele tira um pen drive do bolso e me mostra. — Está tudo aqui, e
você não foi a única.
— Vo... você viu? — pergunto baixinho, com um misto de raiva e
vergonha.
— Não. Nem o detetive viu — uma onda de alívio me atinge — ele viu
apenas um vídeo, por pouco tempo, só para ter certeza, do que se tratava,
mas não abriu sua pasta.
— Eu quero ver — falo, ele estuda meu rosto por um tempo.
— Tem certeza? — Indaga, preocupado.
— Sim. Quando ele me drogaram, lembro de jogar o restante da bebida
fora, porque, estava ficando tonta. Não fiquei totalmente apagada, mas meus
braços e pernas, não se moviam e eu não conseguia falar. Tenho flashs
daquele dia que me atormentam. Passei anos, buscando na memória,
tentando entender o que aconteceu completamente e agora tenho as
respostas, eu preciso delas.
— Certo! Eu te entendo meu amor, também não gostaria de ter metade das
memórias de um dia apagadas — me entrega o pen drive — você pode usar
o notebook do meu escritório.
— Você, pode ficar comigo, enquanto assisto? — Não consigo decifrar
olhar dele — mas se não ficar confortável com isso, não precisa.
— Sempre vou estar ao seu lado meu amor — fala segurando minhas
mãos — não deixarei que passe por isso sozinha — entrelaça nossos dedos e
segue em direção ao escritório.
Meu coração está acelerado, enquanto Emir, espeta o pen drive e liga o
notebook, ele entrelaça novamente nossos dedos e não solta em nenhum
momento.
O vídeo inicia, com eles ajustando a câmera em direção ao sofá. Quando
apareço na câmera, meu coração quase sai pela boca. Eu era tão jovem, cheia
de expectativas e planos, lágrimas começam a banhar meu rosto e Emir,
aperta mais minha mão.
Adianto o vídeo, porque só preciso ver as partes que não me lembro.
Levanto, com a latinha na mão, já meio zonza e sei que fui jogar o restante
da bebida fora. Volto cambaleando para o sofá e me deito, já apagando, os
dois param de jogar o videogame e se levantam, vindo em minha direção.
— Porra, ela é muito gostosa — Victor fala alisando o pau por cima da
calça — tava louco pra catar ela.
— Sai fora que esse cabacinho é meu, eu que consegui essa — agora é
Henrique que fala, me fazendo chorar ainda mais. Ele, ergue meu vestido,
tira minha calcinha e cheira minhas partes íntimas.
— Caralho, cheirinho de boceta virgem, sente aqui esse cheiro — Victor
se aproxima, cheira e dá uma lambida, me deixando ainda mais enojada.
Emir, aperta minha mão, quase esmagando. O ódio no rosto dele é algo
assustador.
Henrique, coloca um preservativo e me penetra com tudo, faço uma careta
de dor e saem alguns gemidos de minha boca, me lembro desse momento, da
dor que senti.
— Isso, vadia, geme gostoso, tava doida pra sentir meu pau te rasgando
— choro desesperadamente, Emir, pausa o vídeo.
— Tem certeza, que quer continuar vendo isso, amor? Pergunta, e percebo
que também tem lágrimas em seu rosto.
— Preciso ver, só assim para virar essa página da minha vida — falo e ele
dá o play novamente.
Henrique, passa algum tempo, em cima de mim, enquanto, Victor, se
masturba olhando. Assim que o primeiro goza, o outro se enfia em mim, se
fartando, enquanto estou semi acordada. Os gemidos de desespero que dou,
parece, inflar o tesão dos dois, Henrique acaba gozando novamente, só que
em meu rosto, tentando enfiar na minha boca. Victor goza, olhando a cena de
seu amigo gozando em mim. É nojento. É perturbador. Não quero ver eles na
cadeia, quero que vão para o inferno.
— Você adorou né, putinha gostosa? — Henrique, fala, enquanto limpa
meu rosto e Victor, coloca minha calcinha novamente — Se quiser mais,
basta pedir — Eles se levantam e saem, me deixando lá sozinha e
desacordada. Paro o vídeo e olho para Emir, que está com o rosto banhado
em lágrimas também.
— Gostaria de poder matá-los, com minhas próprias mãos, mas antes,
queria que eles sofressem muito — o ódio que estou sentindo, me assusta.
Emir me olha, examinando meu rosto.
— É isso mesmo que você quer? — Pergunta, tão sério, que um arrepio
atravessa minha espinha.
— Mais do que qualquer coisa — admito, e ele apenas assente. De alguma
forma, mesmo sem que Emir, me confirme, sei exatamente o que irá
acontecer com eles.
Capítulo 44
Foi brutal. Assistir aquele vídeo com Briana, fez minha alma sair do
corpo, dando lugar a uma completamente vingativa.
Assistir o seu sofrimento, tanto no vídeo, quanto pessoalmente, foi uma
das piores coisas que aconteceram em minha vida.
Queria, poder arrancar o sofrimento de dentro dela, e só colocar coisas
boas em seu lugar, mas infelizmente isso não é possível.
Olhando-a dormir, após tomar um ansiolítico, a ideia de fazer exatamente
o que ela pediu, se forma em minha mente. Mandarei aqueles vermes para o
inferno.
Não sou um fora da lei, pelo contrário, sempre me mantive dentro da lei,
cursar direito, sempre foi um sonho, não só por ser o negócio da família, mas
porque amo advogar.
Só que, sabendo que esse vídeo, nunca será aceito em um tribunal, por ter
sido, adquirido de forma ilícita, faz com que minhas chances diminuam
drasticamente. Não temos outras provas, e duvido muito que eles confessem
seus crimes.
Briana, se remexe e me aconchego nela, a abraçando, desejando que o
amor que sinto por ela, possa acalmar seus pesadelos. Ela suspira, se
aquietando novamente.
No meu escritório, pela manhã, não hesito em fazer a ligação, que acabará
com existência de dois seres malignos, que não farão falta para mundo, pelo
contrário, será um favor, para todos.
— Quero resolver da outra maneira — falo assim que Ricardo atende,
minha ligação, não preciso me explicar, ele sabe ao que estou me referindo.
— Ele não cobra barato, mas o serviço é impecável.
— Não me importo com o valor. Só quero que antes, aconteça o mesmo
que foi feito a ela, e claro, com os nossos cumprimentos — ele dá um
pequeno assobio.
— Falarei com ele. Não passarei o contato dele, ele irá entrar em contato.
É um homem de poucas palavras, não se ofenda.
— Sem problemas. Portanto, que seja feito, pago o que for, para ser o
mais rápido possível.
— Assim será feito, aguarde o contato — fala e desliga. Sinto uma euforia
diferente, em saber que encomendei dois assassinatos, mas não me
arrependo.
Volto ao trabalho, fazendo o possível, para não pensar, até o trabalho ser
concluído, não posso ficar ansioso.
Tenho uma videoconferência, com Eduardo Mancini. A filial do Rio de
Janeiro, está a pleno vapor, quase tudo pronto, a empresa do cara realmente é
competente. Mesmo ficando alguns meses fora, quando sua esposa foi
sequestrada e quase morta[15], não atrasou em nada a demanda.
Levo Briana, para almoçar e para nossa surpresa, sua mãe, está parada na
porta, espreitando.
— O que você está fazendo aqui? — Briana esbraveja, assim que chega
perto dela.
— Só vim te ver filhinha — a mulher fala, com um tom de voz cínico,
mas seus olhos estão fixos em mim.
— Oi, eu sou a mãe da Briana — se apresenta, estendendo a mão em
minha direção.
— Sei bem quem você é — anuncio, apenas olhando sua mão estendida,
ela fica sem jeito e abaixa a dela.
— Serei bem sincera, então — fala com uma arrogância, que me deixa
furioso — preciso de dinheiro e sei que você, não deixará a mãe de sua
noiva, morrer nas mãos dos mafiosos. — Briana gargalha.
— Eu não tenho mãe! — Briana, fala, tão perto e ameaçadoramente, que
fico atento, caso precise, impedi-la de agredir a mãe — pra mim, ela já está
morta, não vai fazer diferença — vira as costas me puxando para longe, mas
consego ter um vislumbre de sua face atônita.
Briana, continua tremendo, quando se senta no restaurante, peço um copo
com água para o garçom, que o traz, rapidamente, entrego para ela, que toma
tudo se acalmando um pouco.
— Tem certeza, Briana? — Pergunto e ela já sabe do que se trata — posso
descobrir quanto… afinal ela é sua mãe.
— Não, Emir, minha mãe morreu, quando eu tinha dez anos, eu não
conheço essa mulher — diz, e não toco mais no assunto.
Passamos o restante do almoço, sem tocar no assunto incômodo, apenas
amenidades. Ela me falou sobre seu sobrinho, como está crescendo rápido,
indo para escolinha e é notável o amor que ela sente por ele.
Fico, imaginando como ela será com nossos filhos, decerto, será uma mãe,
excepcional.
Assim, que entro em meu escritório, meu celular toca com um número
privado.
— Cem mil dólares antes, e cem mil depois — anuncia, uma voz sinistra,
e sei exatamente quem é.
— Fechado — respondo apenas isso.
— Assim que for pago, começarei o trabalho, anote a conta para onde
deve ser enviado — anoto tudo com muita atenção.
— Será feito ainda hoje — falo e ele desliga, fico um tempo apreensivo,
olhando para o celular.
Agora, vem a pior parte, aguardar o serviço ser concluído. Nunca revelarei
para Briana, o que fiz. De alguma maneira, quando eles sumirem, ela vai
saber, mas jamais confirmarei nada, assim ela fica longe de toda essa sujeira.
Capítulo 45
Caminho, lentamente, até o galpão aparentemente abandonado, no meio
do nada. Uso esse lugar para utilizar os meus brinquedinhos.
Muitos me chamam de demônio, mas os verdadeiros demônios, são
aqueles ao qual ceifo a vida, por isso me nomearam de O Ceifador.
E hoje, tenho aqui comigo, dois demônios. Foi muito fácil de atraí-los, em
menos de uma semana, já se encontram em meu poder. Precisei só marcar
uma reunião, como se fosse um cliente, em um lugar deserto e escuro, os
idiotas, foram sozinhos, sem desconfiar de nada. Fico decepcionado, quando
é assim tão fácil.
Eles estão apagados. Ambos estão nus, naquelas cadeiras para prática de
BDSM, onde a pessoa, fica com a bunda para cima, todo amarrado, sem
conseguir se mexer.
Atrás dele, uma espécie de máquina, que vai para frente e para trás,
simulando uma foda, com dois dos maiores consolos que eu poderia
encontrar, na ponta.
Agora, chega de dormir, está na hora do show, nem me dei ao trabalho de
saber quem é quem, então, apenas chamarei o da esquerda de cadáver 1 e o
da direita, cadáver 2.
Jogo água na cara primeiro do C1, que começa a tossir e quando vê que
está preso e pelado, começa a gritar e se debater, patético.
Realizo o mesmo processo com C2, que também tosse e começa a se
debater, tem horas que fico entediado. Enquanto eles gritam, eu fico
olhando, aguardando eles se cansarem, e acreditem, eles se cansam.
— O que estamos fazendo aqui? — C1 pergunta e apenas ergo uma
sobrancelha em sua direção.
— Ele vai nos matar — C2 confirma, parece ser mais esperto, então pisco
um olho para ele.
C1 começa a implorar, chorar, gritar, suplicar, essas coisas de sempre, mas
C2 parece ser um pouco mais esperto e decide barganhar.
— Eu pago o dobro de qualquer quantia — fala e até agora, não abri
minha boca, gosto dessa tortura do silêncio — quem te contratou? —
Pergunta — Fala alguma coisa caralho — grita, enlouquecido.
Caminho devagar, até uma mesa com um notebook em cima, quero que
eles saibam, que não está sendo só pelo magnata que me contratou, mas
também por todas elas.
Começo a passar o vídeo e eles arregalam os olhos. São compilados de
todas as meninas que eles abusaram, fico enojado de ter que ver novamente,
mas é por uma boa causa. Quero que eles cheguem ao inferno, sabendo por
que morreram.
— É por causa dessas putas? — C1 realmente não é inteligente — elas
estavam adorando, todas molhadinhas, só precisavam de um incentivo.
Várias gemeram, desesperadas pelos nossos paus.
— Cala boca, Victor, caralho — então o C1 é o Victor? Agora sei quem é
quem.
— Então elas estavam gostando? — É a primeira vez que falo, eles
imediatamente me olham. — Estavam gemendo? Então com certeza estavam
gostando — finjo estar entendendo e os dois afirmam, efusivamente.
Ando até a parte de trás de suas mesas, eles não conseguem me ver, a
forma como estão amarrados, não permite.
Pego talco, e jogo nos consolos e em seus rabos, não quero, nenhuma gota
de suor, ajudando na lubrificação. Eles começam a chorar novamente e
gritar, pedindo para que eu não faça isso. Decerto estão achando que comerei
esses cús fedidos que eles têm.
— Será que vocês vão gemer também? — Pergunto, em meio suas
súplicas — aposto que vão até mesmo gritar. Essa deliciosa foda, são com os
cumprimentos de Briana, Emir e todas as meninas que vocês fizeram mal.
Assim que cumpro o combinado de deixar eles saberem, quem me
mandou atrás deles, ligo a máquina, que se enterra violentamente dentro
deles.
Vou para frente deles novamente, porque não estou com nenhuma vontade
de ver seus rabos arregaçados. Os dois gritam, se desesperam, e eu fico
olhando. Os gritos deles, são como uma droga, correndo em minhas veias.
Nasci para isso.
Tortura.
Medo.
Raiva.
São o que me motiva, a continuar ceifando a vida de pessoas como eles,
no topo da minha lista, estão os pedófilos e estupradores, o resto eu analiso e
vejo se a pessoa merece ter a vida interrompida. Não me comparo a Deus,
sou só um enviado do capeta.
Após meia hora, os dois já estão sem forças, os ânus estão jorrando
sangue e eles, apenas gemem, enquanto o consolo, vai e vem.
— Olha só, vocês devem estar adorando, estão gemendo feito duas
putinhas — os filhos da puta, não conseguem nem abrir os olhos.
— Uma pena que não poderei brincar com vocês mais um pouco —
anuncio e eles abrem um pouco os olhos, acho que ainda têm esperanças de
saírem vivos.
Pego meu punhal e passo primeiro na garganta do C1 que agora sei ser o
Victor, faço um corte profundo de ponta a ponta e vejo o sangue jorrar,
manchando toda a minha mão. Vou até o C2 Henrique e faço o mesmo
processo.
Paro um pouco para assistir, o sangue jorrando dos dois e a vida se
esvaindo de seus corpos. A máquina fica barulhenta e irritante, sem os sons
dos gritos e gemidos, vou até ela e a desligo.
Em seguida, vou até um banheiro anexo ao galpão, me limpo e troco de
roupa, pego meu celular e ligo para equipe de limpeza.
— Já podem vir fazer a limpeza — aviso e após dez minutos, minha
equipe aparece. Meu trabalho acabou. Já posso ir para casa em paz.
— Está feito — é a única frase que falo para Emir, desligo e envio duas
fotos dos dois mortos. Em meia hora, o restante do dinheiro está na minha
conta. Quer trabalho melhor? Livro o mundo dos vermes e ainda sou pago
para isso.
Capítulo 46
Duas semanas depois

Faz mais ou menos duas semanas que recebi a ligação, com uma simples
frase: “Está feito”. Na hora, meu coração deu uma acelerada, mas a
sensação maior, foi a de alívio, dois seres humanos terríveis, foram banidos
da face da terra.
Tudo bem que eu não estava preparado, para ver as duas fotos que ele
mandou, vi rapidamente e já foi excluída. Eles conseguem fazer sumir
qualquer mensagem ou ligação, e corpos e coisas mais.
Briana e eu, estamos, praticamente, morando juntos. Raramente, ela
dorme em seu apartamento, só vamos para visitar e pegar algum objeto que
precise. Já disse várias vezes para ela trazer tudo para cá, mas a teimosia
dela é algo inacreditável.
Estamos tomando café da manhã, assistindo ao noticiário, quando uma
notícia, chama nossa atenção.
“Os empresários Henrique Alcântara e Victor Medeiros, fundadores da
V&HTech, estão há mais de duas semanas desaparecidos. Familiares
afirmam que não receberam nenhum contato pedindo resgate, é como se eles
tivessem simplesmente evaporado. A polícia está trabalhando no caso com
afinco e não descarta, nenhuma linha de investigação. Caso acreditem,
coloquem eles em suas orações, mas se não acreditam, torçam por eles.”
Briana me olha, e fico nervoso, não sei qual será sua opinião sobre isso.
Se ela relacionará isso tudo a mim e me achar um monstro, tanto quanto eles.
Ela se levanta, vem até mim, faz com que eu me levante e me dá um
abraço, muito apertado como se estivesse me agradecendo, no fundo, ela
sabe que fui eu, e pelo modo como me abraçou, está feliz com esse arranjo.

Rio de Janeiro — Brasil

Um mês depois

Finalmente, consegui um tempo para vir pessoalmente ver como está o


andamento da filial do Rio de Janeiro. Está melhor do que esperava,
começaremos a fase de acabamento em breve, que é a fase, mais demorada.
Briana, é claro, veio comigo, preciso de minha secretária sempre por
perto, nas reuniões e minha mulher a noite.
Já faz um mês, desde a notícia do “sumiço” dos vermes. Sempre aparece
uma nota ou outra, falando que eles ainda não foram encontrados e que
ninguém tem pistas. Só consigo pensar que nunca terão.
Minha mulher, está mais radiante, depois disso, ela nunca tocou no
assunto, mas ela sabe, lá, no fundo, que eles estão mortos e isso parece que
renovou as esperanças dela.
Estamos em uma praia, assistindo ao pôr do sol, ela está com um vestido
branco, cabelos soltos e descalça sentada na areia. Olhar para ela é ainda
mais hipnotizante do que olhar para o pôr do sol. Briana é simplesmente, a
mulher mais linda que eu já vi na minha vida.
— Minha irmã de novo? Será que ela não vai nos deixar assistir esse pôr
do sol lindo? — Fala, desligando a chamada pela terceira vez.
— Já é a terceira vez, değerli, não é melhor atender? — Pergunto, porque
fiquei ligeiramente preocupado.
— É nada, provavelmente, ela quer me contar algum babado que
aconteceu na série que ela está assistindo, depois falo com ela — meu
celular começa a tocar e percebo ser seu pai. Viro o celular para ela, que
arregala os olhos assustada.
— Senhor Agenor? — Atendo sentindo uma pontada de preocupação,
quando ele começa a falar desesperadamente e não consigo entender nada.
Vejo Briana ligar, imediatamente, para a irmã dela.
— Senhor Agenor, se acalme, não estou entend… — não consigo
terminar, porque, Briana, começa a gritar desesperada, esqueço o telefone e
vou até ela.
— O Gael, Emir, o Gael… Ela chora desesperada, me fazendo ficar em
pânico.
— O que aconteceu, Bri? Fala comigo.
— Su… sumiu da escolinha, minha irmã chegou lá e ele, não estava —
fala soluçando.
— Estamos indo para São Paulo — lembro que meu sogro continua na
linha e o aviso, desligando em seguida.
— Prepare o helicóptero agora, você tem dez minutos — dou a ordem,
assim que o piloto atende, ele me confirma que em dez minutos, estará tudo
pronto para partimos.
Pego Briana pela mão e começo a rebocá-la até meu carro. Coloco-a
sentada, prendo seu cinto e assim que estou acomodado no meu lugar, dou a
partida e vou rapidamente até o heliporto.
— E as nossas coisas? — Briana parece ter saído do estupor em que
estava e pergunta.
— Mandarei alguém buscar, a prioridade agora e chegar em São Paulo, o
mais rápido possível. — Assente, com lágrimas ainda escorrendo pelo seu
rosto.
Capítulo 47
Emir, corre feito um louco, pelas ruas do Rio de Janeiro, para chegar o
mais rápido possível no heliporto e eu fico muito grata por isso.
Quando chegamos lá, o piloto havia acabado de chegar e já estava subindo
para ligar o helicóptero. Emir pega o celular e vejo que está ligando para
alguém chamado Ricardo.
— Ricardo, Emir falando — anuncia assim que a pessoa atende — você
tem acesso às câmeras de segurança das ruas de São Paulo, certo? — A
pessoa responde algo que não consigo escutar.
— Vou te mandar um endereço, e uma foto de um garotinho, preciso que
você veja, quem tirou o garoto da escola, antes do horário — meu coração
acelera, afinal, podemos ter uma pista.
Já começo a enviar algumas fotos do Gael para Emir, afinal, tenho certeza
que ele não tem nenhuma na celular.
Ele, manda o endereço da escola e fotos para o tal de Ricardo, assim que
desliga o telefone, me olha segurando forte minha mão.
— Se alguém pode encontrar o Gael rapidamente, esse alguém é o
Ricardo — me fala e eu assinto, me agarrando a qualquer esperança.
— Você se lembra da esposa de Eduardo Mancini? — Assinto, a notícia se
espalhou pelo país todo — foi Ricardo quem encontrou o cativeiro.
Olho para ele, com os olhos cheio de lágrimas e o abraço, agradecendo,
porque se ele achou a Melissa Garcia Mancini[16], pode encontrar meu
sobrinho também.
Assim que chegamos em casa, cerca de três horas e meia depois, o celular
de Emir toca e ele atende rapidamente.
— Certo, me mande rapidamente, por favor — desliga e olha para o
telefone, quando uma mensagem surge e ele me olha com espanto.
— O que aconteceu, Emir — falo e vou até ele, que me mostra o vídeo de
uma câmera de segurança em frente a escola de Gael. O que vejo, me deixa
em choque, minha mãe, está arrastando o menino, para dentro de um carro,
ela sai em alta velocidade.
— Foi a mãe — falo, mostrando para Luana que, só não vai ao chão,
porque meu pai a segura.
— O que ela pode querer com isso? — Lua pergunta e olho para Emir,
sabemos bem o que ela quer.
— Dinheiro — respondo e ela me olha aflita — há um pouco mais de um
mês, ela me procurou, Emir estava comigo e ela pediu dinheiro, disse que os
mafiosos, querem matá-la, por isso, precisava de dinheiro.
— Mas até agora, ela não entrou em contato — meu pai fala.
— Deve estar tentando nos deixar aflitos primeiro — esclareço e percebo
que, Emir, está novamente falando com alguém pelo telefone, ele vem
novamente para perto e dispara.
— Já sabemos onde ela está — meu peito se enche de alegria — vamos
chamar a polícia e ir para o local — nós quatro, saímos correndo porta afora,
por essa ela não esperava.
Quando chegamos, a polícia, já está no local, negociando a liberação de
Gael, vou chegando perto e o que vejo, faz meu coração parar por um
segundo. Minha mãe, a avó dele, está com uma faca, encostada em seu
pescoço e ele chora sem parar, tenho vontade de ir até lá tirar ele dela, mas
Emir me segura.
Enquanto um policial, fica conversando com ela e a distraindo, outro pula
o muro em silêncio e por trás dela, consegue a segurar e liberar meu
sobrinho, que corre chorando, minha irmã desesperada, corre em direção a
ele, o pegando no colo e correndo para longe daquela cena.
Odete se debate, sendo jogada ao chão, e algemada, olho para meu
sobrinho e vejo sangue escorrendo pelo seu pescoço e aquilo me revolta,
apesar de ser superficial, ele é levado para ambulância para ser examinado.
Toda a cena, parece um filme de terror, Odete me vê e começa a gritar
pedindo ajuda.
— Não deixem me levar, filha — implora me olhando, como se eu
pudesse fazer um crime desaparecer — eles vão me matar na cadeia, a culpa
vai ser de vocês — grita descontrolada.
— Não me importo — a encaro com a maior frieza que consigo, apesar de
lá, no fundo, me sentir destruída — você não é nada minha — viro as costas
e saio andando em direção à ambulância, mas ainda consigo escutar o meu
pai.
— A única coisa boa em ter te conhecido, foi as nossas filhas, você foi a
minha maior decepção, nunca mais chegue perto de nós.
Gael, aparentemente, está bem, tem apenas um corte superficial no
pescoço, mas terá que ir até o hospital, fazer alguns exames, Luana e ele, vão
na ambulância, e eu, Emir e meu pai, seguimos de carro atrás.
Fizeram, todos os exames em Gael e o liberaram, rápido, graças a Deus,
foi apenas o pequeno corte mesmo, estamos eu e Lua, deitadas com ele em
seu quarto. Percebo que os dois dormiram, Lua tomou um calmante leve, por
isso, caiu no sono com ele.
Vou até a sala e vejo Emir, dormindo no sofá, com a cabeça no encosto,
hoje o dia foi exaustivo para todos, sento ao seu lado e dou um beijo em seu
rosto, fazendo com que ele acorde.
— Sua irmã e Gael estão bem? — Pergunta assim que desperta.
— Estão, sim, já estão dormindo — falo e ele começa a se ajeitar, acho
que para ir embora.
— Dorme aqui? — Pergunto e ele me olha surpreso, afinal, nunca o
chamei para dormir aqui, eu praticamente moro na casa dele.
— Claro que sim — diz, eu me levanto, pego sua mão e o guio até meu
quarto. Precisamos descansar e esquecer esse dia infernal.
Capítulo 48
Dois meses depois

Estou ansioso, Briana, já percebeu que estou escondendo algo, mas ela
ainda não pode saber de nada, será uma surpresa.
Percebo como ela está nervosa, sempre me perguntando se está tudo bem,
ou se aconteceu alguma coisa. Após todo o estresse que tivemos, quero que
tudo seja perfeito para ela.
— Briana, você pode vir até minha sala — ligo no ramal dela e ela
prontamente aparece. — Surgiu uma viagem de última hora, que precisarei
ir.
— Tudo bem, me diga para onde que compro sua passagem e reservo o
hotel — me fala, sempre muito eficiente.
— Não precisa, já está tudo certo, mas vou precisar que você vá comigo,
te pego amanhã as oito da manhã para irmos até o aeroporto. — Ela assente
e fica parada na minha frente, fico com vontade de rir, mas me seguro.
— Precisa de mais alguma coisa? — Pergunto e ela pisca algumas vezes.
— Para onde iremos?
— Amanhã você vai saber — ela parece ficar em choque e sinto que está
um pouco magoada com meu jeito frio.
— Aconteceu alguma coisa, Emir? — Pergunta e escuto tensão em sua
voz, fico tentado a levantar e a beijar até perder o ar, mas valerá a pena,
aguardar até amanhã.
— Você já me perguntou isso, Briana e eu já disse que não, estou apenas
cansado, o trabalho está me consumindo. Agora, pode ir para sua casa,
Simon te levará, arrume suas malas, não leve muita coisa, amanhã passo
para te buscar. Como não sou de ferro, vou até ela, dou um abraço rápido e
um beijo casto em seus lábios, e ela vai, cabisbaixa, sei que está triste, mas a
surpresa, será melhor.

Briana

Saio dos escritórios Aslan, me sentindo arrasada e assim que entro em


casa, minha irmã percebe que algo está errado comigo.
— O que aconteceu, Bri? Pergunta me abraçando, porque já comecei a
chorar, passei o caminho todo me segurando, não quero que Emir saiba que
estou sofrendo.
— Acho que eu e o Emir iremos terminar — exteriorizo o que está me
afligindo durante esses dias.
— Por que você acha isso? Vocês são loucos um pelo outro.
— Emir, está me tratando de um jeito muito frio, se ele pensa que sou
dessas que ele pode humilhar, está enganado. Mando ele enfiar esse emprego
no rabo e vou embora — Lua dá risada e acabo rindo junto.
— Amanhã teremos uma viagem de negócios, acredita que nem para onde
vamos ele falou?
— Acho que para onde vão, não deve ter importância, já que são negócios
e não férias — faz sentido, mas seria educado ele me falar, guardo esse
pensamento para mim, afinal, não quero ficar remoendo isso.
Dou um beijo na minha irmã e vou para o meu quarto arrumar a mala.
Coloco roupas de trabalho e algumas para dormir, nem a quantidade de dias
que ficaremos lá ele não disse.
Fico um bom tempo olhando para o anel de noivado que ainda está em
meu dedo, desde a época do noivado falso. Nem sei como me sinto quanto a
isso, namorada com anel de noivado falso, nunca parei para pensar.
Agora, que parece que as coisas estão desandando, me pergunto: será que
o Emir, ainda considera um romance de fachada? Mas ele me pediu em
namoro, e já fez tanta coisa por mim, inclusive sumir com os dois monstros.
Nunca perguntei nada e ele, nunca falou nada sobre isso, mas, no fundo, sei
que foi ele.
Exigirei, uma conversa franca com ele nessa viagem, se ele não quer mais
que eu seja sua namorada, terá que me dizer, porque ficar me dando um gelo,
não adiantará, afinal não somos mais crianças.
Termino de arrumar a mala e vou direto, tomar um banho bem gostoso e
demorado. Dormirei cedo e me preparar para o desgaste de uma DR[17] em
plena viagem.
Passo a noite toda acordada, me revirando na cama, levanto cedo e
começo a me arrumar, as oito horas em ponto, Emir manda uma mensagem
avisando que chegou, é ainda mais estranho, porque ele sempre sobe para me
buscar.
Desço com a mala e assim que me vê saindo do elevador, vem me ajudar,
me dá um beijo rápido e sai arrastando a mala. Ele está distante, mas sinto
que ele está um pouco eufórico, nervoso.
Chegamos ao aeroporto, ele ainda não disse nada sobre o nosso destino e
estou muito curiosa.
— Agora que estamos aqui, você pode me dizer, pelo menos, para onde
vamos? — Pergunto irritada com tudo isso.
— Bom, agora que estamos aqui — ele me olha tirando os cartões de
embarque da pasta que está carregando e me entregando — SURPRESA!!!
Capítulo 49
— TURQUIA???? — Grito parecendo uma maluca, e ele gargalha — Eu
achando que íamos terminar e você vai me levar para Turquia? — Falo
alucinada.
— Espera o quê? — Pergunta desnorteado — que história é essa de
terminar mulher?
— Esquece amor, estamos indo para Turquia — me jogo em seus braços e
ele me roda, beijo o rosto dele todo. Turquia sempre foi o meu sonho.
— Depois você vai me explicar direitinho essa história de término, não
me assuste — diz, me segurando pela cintura.
— Não é nada, eu que fui boba e achei que você estava estranho, porque
queria terminar nosso relacionamento — falo, com o coração bem mais leve.
— Nunca — me responde prontamente.
Fico encantada com a sala VIP do aeroporto, tem lanches, bebidas e dá até
para tomar banho, nunca imaginei como é fácil a vida de pessoas que têm
dinheiro.
Não consigo conter a empolgação, principalmente quando o avião decola,
rumo ao país que eu tanto tenho vontade de conhecer.
— Pronta para conhecer meus pais, como namorada oficial? — Emir me
pergunta e só agora me lembro que os pais dele moram lá, sinto um frio na
barriga de medo.
— Tem como fazer esse avião dar meia volta? — Brinco e ele cai na
gargalhada.
Capadócia — Turquia

Emir

Chegamos à Turquia de madrugada, estamos completamente exaustos,


mas Briana está tentando ver tudo pela janela do carro que aluguei.
Trouxe-a para Capadócia, porque aqui, será a primeira parte do plano e
também, porque preciso dar um tempo para que minha mãe arrume tudo que
planejei, para essa viagem.
Mesmo indo dormir só de madrugada, as seis da manhã já estou em pé,
tudo o que planejei, só dará certo se ela aceitar minha proposta hoje, então
tenho que ser rápido, peço o café da manhã, tipicamente turco e vou acordá-
la.
— Briana, meu amor, acorde, temos um compromisso, importante e
especial, agora pela manhã. — Ela geme de um jeito preguiçoso e meu pau
dá sinais na mesma hora, porra é uma delícia essa mulher gemendo.
— Emir? Estava sonhando com você, agora mesmo — fala me deixando
curioso.
— Ah, é amor? E o que você estava sonhando? — não diz nada, apenas
pega minha mão e leva para o meio de suas pernas, coloca a calcinha de lado
e faz com que eu a toque.
— Porra, amor, você ta encharcada, que delícia — meu pau já está quase
rasgando a calça — estava sonhando comigo fodendo sua bocetinha? —
Pergunto, dedilhando suas carnes macias, ela assente, rebolando na minha
mão.
— Vou realizar seu sonho amor, mas temos que ser rápidos, senão iremos
nos atrasar — ela geme em resposta, fazendo eu esquecer de tudo que
planejara.
Viro-a de bruços e faço com que a bunda fique empinada, ela rebola,
louca para sentir meu pau nela. Abro minha calça, tirando só o meu pau para
fora e aproveitando que ela está muito molhada, entro de uma vez, gememos
juntos, entregues ao momento.
Sem ter muito tempo, soco na bocetinha de forma implacável. Levo minha
mão até seu clitóris, e começo a massagear, da forma que sei que ela adora.
— Ahhh, Emir, que gostoso — grita e sei que já está próximo do êxtase.
— Isso, gostosa, goza no meu pau… — ela começa a gozar, estrangulando
meu pau na boceta apertada — Caralho, Briana — grito e me derramo dentro
dela. Ainda ofegantes, escuto a campainha tocar. — Nosso café da manhã
chegou — anuncio me levantando e guardando meu membro ainda semi
ereto na calça.
— Vou só me lavar e já te encontro — fala me dando um beijo e depois
vai para o banheiro.
Após tomarmos o café, sigo rumo à primeira parte do plano, Göreme[18], a
melhor base para se fazer um voo de balão. Quando chegamos ao nosso
destino, Briana não consegue conter a empolgação.
— Ah, Emir, não acredito que vamos voar de balão — fala abrindo os
braços como se estivesse voando — eu já disse que te amo?
— Hoje ainda não — entro na brincadeira.
— Te amo — fala, me dando um beijo rápido, acho que por ela ser tão fã
da Turquia, sabe que demonstrações públicas de afeto, não são bem vistas
por aqui.
Quando o balão começa a levantar voo, Briana, ri, grita e quando ele está
no alto, vejo lágrimas escorrendo em seu rosto, e acho que farei ela chorar
mais um pouco agora. Ela nem reparou que o rapaz que veio conosco está
filmando.
— Briana, você pode me devolver o anel que está no seu dedo? — ela fica
confusa e olha para o anel — preciso dele, porque quando o compramos era
para um falso noivado — continuo com meu discurso.
— Claro — fala e vai retirando devagar, um pouco triste — eu já estava
acostumada com ele — lamenta e me entrega olhando para o lado,
escondendo sua chateação.
— Preciso dele — estou com um joelho no chão, mas ela ainda não me
olha — olhe para mim amor — peço e assim que ela olha, coloca a mão na
boca em surpresa.
— Eu precisava, trocar por esse, para fazer meu pedido oficial — agora
ela chora muito e o rapaz vem mais perto para pegar os melhores ângulos. —
Briana Martinelli, aceita ser minha esposa?
— Sim, sim, sim — aceita em meio a lágrimas, eu levanto a pego no colo
e quando vou girá-la ela grita de medo, então a coloco no chão, mas sem
deixar de abraçá-la.
— O melhor pedido de casamento do mundo, com o melhor noivo do
mundo — fala, inflando meu ego.
— Você mudou minha vida, como abrir uma janela, muda um quarto
escuro, meu amor — declaro o quanto ela fez bem para minha vida.
Capítulo 50
Um sonho, sinto como se estivesse sonhando acordada, sempre vi pela
televisão esses balões na Turquia e achava o máximo. Só nunca imaginei
voar em um e ainda por cima ser pedida em casamento, nas alturas.
Emir, é meu sonho realizado, lindo, inteligente, carinhoso e safado na
medida certa, tudo que sempre sonhei.
Estamos passeando por vários lugares, e amanhã vamos para Istambul,
para casa dos pais dele. Sinto os olhares mais safados do Emir em mim, e
minha vontade é agarrá-lo aqui mesmo, mas como sempre fui fã desse país,
sei que demonstrações públicas de afeto, não são bem vistas e eu quero
respeitar a cultura do país.
— Vamos para o hotel? — Emir cochicha em meu ouvido — preciso
muito comer minha noiva agora. — As palavras dele me deixam arrepiada e
com a calcinha encharcada.
— Vamos, meu noivo, estou louca para isso — cochicho de volta, fazendo
minha melhor cara de safada. Emir me pega pela mão e só falta sair
correndo.
Assim que chegamos ao quarto, Emir, gruda sua boca na minha, descendo
pelo queixo, lambendo e chupando meu pescoço. Entre gemidos e sussurros,
meu vestido é jogado para longe, assim como sua camisa.
Ele me pega no colo e vai até a cama, sem tirar os lábios dos meus,
sentando comigo em seu colo. Me mexo devagar, aproveitando o roçar de
nossos corpos, seminus. Seu cheiro, seu gosto, me domina e descontrola.
Com os dedos enfiados em meus cabelos e a outra mão segurando firme
em minha cintura, ele inverte nossas posições, e deita por cima de mim na
cama. Beija meu queixo, meu pescoço e desce até os seios, lambendo o
biquinho completamente intumescido. A sensação é tão gostosa que me
contorço na cama, em busca de alívio.
Emir se levanta, olhando para meu corpo, coberto apenas pela pequena
calcinha, com lascívia, se despindo completamente. Olho para seu membro,
grosso, completamente duro e minha boca seca, então passo a língua nos
lábios.
— Depois, amor, agora quero chupar sua bocetinha deliciosa — vem até
mim e retira minha calcinha lentamente. — Se abre pra mim deliciosa,
mostra como você já está melada e pronta pra mim.
Vou até perto da beirada da cama, sento e coloco os pés no colchão, me
deixando completamente exposta para ele, que se agacha na minha frente e
enfia o nariz nas minhas dobras.
— Amo o seu cheiro, amor — sem aguentar mais, solto um gemido
manhoso, e quando sem parar de me olhar, leva os lábios até minha boceta,
beijando e enfiando a língua no meu centro, seguro seus cabelos e começo a
me esfregar sem pudores na sua boca.
Enquanto ele me fode com a língua, massageia meu clitóris, com
movimentos circulares, jogo a cabeça para trás, sem conseguir parar de gritar
seu nome. O prazer se acumula em meu baixo ventre e então explode,
fazendo com que eu veja estrelas mesmo com os olhos fechados.
— Adoro ver você gozar — sussurra em meu ouvido, e depois me beija,
fazendo com que eu sinta meu próprio gosto. Sobe na cama e deita de
barriga para cima.
— Vem cá, linda — me chama — monta no meu pau, quero você me
cavalgando — as palavras, fazem minha boceta latejar novamente.
Subo nele, pego seu pau, segurando na minha entrada, começo a sentar
lentamente, sentindo ele me alargando, deliciosamente. Quando ele está
totalmente enterrado em mim, solto um gemido de contentamento.
— Gostosa pra caralho, Briana. Porra! Puta que pariu! — Xinga
descontrolado e eu amo isso. Começo a rebolar, quicar e gemer. Ele segura
meu quadril, puxando e me ajudando com os movimentos. Grito tão alto,
que duvido que o hotel inteiro, não saiba o que estamos fazendo.
Em um movimento rápido ele inverte nossas posições, me deixando sob
ele, e estocando, com força, me fazendo delirar. O orgasmo começa a se
formar, fazendo minha boceta se contrair em volta do pau de Emir, ele geme
cada vez mais alto e sei que também está perto.
— Ahhh, Emir, porra que delícia! — Não consigo segurar o xingamento
que sai naturalmente, o gozo vem intenso. Emir dá mais algumas estocadas e
se derrama dentro de mim, gritando meu nome e alguns palavrões.
— Te amo pra caralho, minha noiva — fala com o rosto enterrado em
meu pescoço, ofegante e dou risada.
— Também te amo muito, meu noivo — retribuo a declaração, com o
coração leve e a certeza de ser amada.
Passamos o restante da tarde e a noite, assistindo séries, comendo e nos
amando, agora estamos indo dormir, porque amanhã cedo, pegaremos mais
um voo, só que agora para Istambul, finalmente, ser apresentada para os pais
dele, como sua noiva verdadeira.
Fico pensando em que seu pai irá pensar, já que foi ele mesmo, quem
sugeriu para que entrássemos em um falso relacionamento.
Estou meio que surtando, afinal, eles são bilionários e eu sou apenas uma
garota comum. Espero de coração que eles me aceitem.
O voo até Istambul, dura um pouco mais de uma hora, e agora, estamos
em um carro luxuoso em direção à casa de seus pais. Estou muito nervosa,
Emir, segura minha mão o tempo todo, na tentativa de me acalmar. Quando
o carro para em frente a uma casa eu não me contenho.
— Porra, Emir, isso não é uma casa, é um palácio — a casa, tem pelo
menos três andares, caralho. Sabia que eles eram ricos, mas nunca imaginei
essa grandeza toda.
Capítulo 51
— Porra, Emir, isso não é uma casa, é um palácio — ouvir Briana, falar
um palavrão, assim do nada, só pelo tamanho da casa dos meus pais, me faz
dar uma gargalhada.
Minha mãe aparece na porta, e Briana, fecha a boca, tentando não
demonstrar o seu abalo, mal sabe ela que vai se impressionar, ainda mais,
com os acontecimentos.
— Oğul[19] — minha mãe vem até mim e me abraça, entrando no nosso
teatro — você emagreceu querido? Não está se cuidando? — Tudo bem, não
precisa ser tão atriz assim.
— Estou ótimo anne[20] — falo, revirando os olhos teatralmente — Essa é
minha Briana — apresento e minha mãe, a olha de cima a baixo.
— Querida, seja bem-vinda — minha mãe a cumprimenta dando um
abraço.
— É um prazer conhecer a senhora — Briana fala, encabulada e fica ainda
mais linda, se é que isso é possível.
— Que bom que chegaram, o almoço está quase pronto, vamos entrar —
minha mãe fala, e vai em direção à porta, sem dar muita atenção para o que
Briana estava falando.
— Acho que ela não gostou de mim — Briana cochicha, e mal sabe ela,
que minha mãe a amaria até se ela tivesse três olhos. A vontade de casar o
primogênito e ser avó é maior que isso. Tudo isso só faz parte do plano.
— Imagina, amor, dona Celeste é assim mesmo, uma força da natureza —
Briana assente meio contrariada.
— Querida, você não pode almoçar vestida assim — Briana se olha, ela
está com uma calça social e camisa, depois me olha, apenas encolho os
ombros, como se estivesse, concordando com minha mãe.
— Venha, vou te mostrar o que vestir, Emir disse, que não trouxe muitas
roupas, então providenciamos algumas — Briana é arrastada pela minha
mãe, sem entender nada do que está acontecendo, fico até me sentindo um
pouco culpado, mas é por uma boa causa.
Vou até o jardim, e vejo que tudo está mais do que perfeito, apesar dela só
ter aceitado se casar comigo ontem, já estava tudo programado.
Estavam todos lá, meus irmãos, meu pai, Luana, senhor Agenor e o
pequeno Gael. Todos aguardando a nossa festa de noivado, em estilo turco.
Briana, sempre conta o quanto ama as novelas turcas e acha linda a nossa
cultura, e se posso proporcionar esse sonho, estou aqui para isso.
Trazer seus familiares, foi fácil, liguei para Luana e contei meus planos e
ela prontamente se prontificou a organizar tudo para a viagem deles,
sigilosamente. Como nos últimos tempos, Briana, passa mais tempo em meu
apartamento do que no dela, até que foi fácil. Tive que providenciar
passaporte para todos, mas com meus contatos, até que foi mais rápido do
que imaginei.
Meu único receio, seria se Briana tivesse dito não, ao pedido de
casamento, mas se isso acontecesse, pelo menos ela e seus familiares, teriam
uma viagem incrível. Sorte minha que ela aceitou e tudo está caminhando na
mais perfeita ordem.
Briana

Não consegui entender até agora o que está acontecendo. Dona Celeste,
mãe do Emir, com certeza não foi com a minha cara.
Primeiro, ela não me deu nenhuma atenção, quando fui tentar ser educada,
ela praticamente me cortou, dizendo que o almoço já estava quase pronto.
Que horas esse povo come se ainda são onze da manhã?
Depois me olhou como se eu estivesse, suja e maltrapilha, o que não pode
ser verdade, porque estou com roupas, limpas, elegantes e confortáveis, fora
que tomei banho antes de sair do hotel.
A mulher é muito elegante, com seus cabelos castanhos, que vão até o
meio das costas e os olhos de um tom de mel, incrivelmente lindos. Ela usa
um vestido midi, verde, de um tecido leve, mas muito sofisticado com
alguns detalhes dourados. Tudo bem que olhando para como ela está vestida,
posso não estar a altura desse almoço.
Deve ser algum costume de gente rica e turca, almoçar tão bem vestidos e
oferecer as vestimentas aos seus convidados que não estejam nos padrões.
Não faço ideia de como seja e apesar de a mãe dele ser brasileira, mora
muito tempo por aqui e deve ter adquirido os costumes. Estou em meio as
minhas divagações, quando ela para em frente a uma porta.
— Esse será seu quarto, querida, tem um vestido e um sapato em cima da
cama, vista-os, estarei te esperando aqui — explica com tanta naturalidade,
que apenas assinto e adentro o quarto.
O quarto em si, é uma suíte enorme, com uma cama muito grande, closet e
uma penteadeira, daquelas que parecem ter saído direto de um filme antigo.
Simplesmente maravilhoso.
O vestido que ela mencionara é simplesmente lindo. Branco, midi de um
tecido leve, porque estamos em pleno verão na Turquia, todo com flores
bordadas delicadamente, de um ombro só, simples e sofisticado. Acho até
que me casaria com um vestido desses.
Uma sandália, de salto médio, toda dourada, complementa o visual. Fico
alguns minutos apenas olhando para tudo aquilo, sem saber ao certo como
proceder, até que batidas na porta me tiram do devaneio.
— Querida, está dando tudo certo — a voz de minha sogra, soa através da
porta.
— Está, sim, só preciso de mais alguns minutos — falo, e começo a tirar a
roupa rapidamente me vestindo da forma que ela acha apropriada.
Me visto, e olho no espelho, o resultado está maravilhoso. Arrumo um
pouco meu cabelo, pego na minha bolsa, uma máscara para cílios e um
gloss, para melhorar um pouco o visual.
Quando abro a porta, minha sogra está me aguardando, seu olhar está
muito mais suave e pude ver um brilho diferente assim que me viu. Não
parece a mulher de antes e fico confusa.
— Você está linda, minha filha — elogia, suavemente. Pega minha mão e
vai me guiando até o lado de fora da casa, onde imagino que o almoço será
servido.
Quando atravessamos a porta que levará até o lado de fora, vejo Emir, que
também havia se trocado e está lindo de terno. Percebo terem mais pessoas
por ali e quando foco nelas, mal posso acreditar em meus olhos. Olho para
meu noivo, procurado uma explicação e ele me oferece sua mão.
— Bem-vinda a nossa festa de noivado, değerli!
Capítulo 52
— Festa de noivado? — Fico meio atordoada em ver minha família aqui.
— Sim, amor, festa de noivado turca — olho espantada para ele — como
você vê nas novelas que tanto gosta.
— Briiiiiii — Luana, vem correndo e gritando, em minha direção, se joga
em meus braços em um abraço desajeitado.
— Como vocês? — Estou realmente desorientada agora. Meu pai com o
Gael no colo se aproxima me abraçando e beijando com um sorriso enorme
no rosto.
— Meu cunhado aqui — fala dando tapinhas nas costas de Emir —
providenciou tudo, pegamos um voo diferente do de vocês, mas foi quase no
mesmo horário — Emir, parece estar corando, que fofo.
— Você gostou? — Emir, pergunta, parecendo envergonhado.
— Claro que ela gostou, seu bobo — Lua quem responde, fazendo com
que todos deem risadas — Nosso medo era você não aceitar o pedido, mas
eu sabia que aceitaria.
Emir não para de me olhar nem um minuto, acredito que esteja analisando
se realmente gostei de tudo isso.
— Eu amei — confesso, colocando a mão em seu rosto e olhando dentro
de seus olhos para que ele veja a verdade nos meus. Ele parece respirar
aliviado.
Todos chegam perto para nos parabenizar. Minha sogra confessa que foi
tudo uma atuação para que eu não desconfiasse de nada. Ela está radiante
que o filho mais velho irá se casar e já me pediu netos, quase engasguei com
a própria saliva na hora.
— Tenho que te falar mais uma coisa Bri — Emir me puxa de lado, depois
que cumprimento todos — Não se sinta obrigada a nada, eu só quero que
você tenha a experiência completa.
— Fale logo, Emir, estou ficando nervosa — digo apreensiva.
— Se você quiser, amanhã virá um, juiz de paz para fazermos o
casamento turco — fico chocada, e Emir, parece estar muito envergonhado,
me jogo em seus braços e o beijo, então me lembro que estou na terra dele e
me afasto, mas ele me abraça novamente.
— Emir, você não imagina o quanto estou feliz, obrigada! — Os olhos
dele ficam marejados de emoção, assim como os meus.
— Vamos nos casar amanhã — Emir, grita, me rodando e todos
comemoram, gritando e batendo palmas.
— Nem acredito, meu filho, mais velho vai casar! — Minha sogra grita,
fazendo todos gargalharem.
Minha sogra, pega eu e minha irmã pelo braço, afinal, além dela, éramos
as únicas mulheres ali.
Ela me explicou como as coisas seriam, fiquei muito contente em fazer
algumas coisas em que vi nas novelas. Primeiro, teria que servir o café,
então servi ao meu noivo um café turco salgado.
Pelo que ela disse, ele deveria beber esse café de ótimo grado, com um
sorriso no rosto. Isso seria uma demonstração do quanto ele me amava e de
como estaria disposto a suportar os momentos doces e salgados da vida ao
meu lado.
Não fui tão má, coloquei só um pouquinho de sal, e a cara do Emir, ao
beber, foi hilária, mas aguentou firme e tomou tudo.
A minha irmã ficou encarregada de levar as alianças em uma bandeja com
uma tesoura decorada. As alianças estavam unidas entre si por meio de uma
fita vermelha. O meu pai colocou as alianças nos nossos dedos e o pai de
Emir, cortou a fita vermelha que unia as alianças, simbolizando que mesmo
separados ainda estávamos ligados por um vínculo de amor.
Após esse primeiro momento, fiquei eufórica, quando minha sogra me
avisou que teríamos a festa da henna, ela chamou, duas parentes do senhor
Altan para participar.
Troquei o vestido que estava, por um vermelho com muitos bordados e
detalhes em dourado.
Na hora em que começou, cobri a minha cabeça com um lenço vermelho
brilhante. Emir, também vestiu alguns acessórios tradicionais nesse
momento. Uma das parentes deles, abriu o ritual portando uma bandeja
composta com velas e a henna já preparada em forma de creme.
Emir e eu, nos sentamos no centro do lugar e minha irmã enfeitada com
acessórios na cabeça, além de velas e alguns instrumentos nas mãos, se
moveu ao som da música ao nosso redor.
Na cultura deles, esse momento é de tristeza para a noiva e sua família,
por significar uma despedida, uma vez que ela se unirá ao seu futuro marido
muito brevemente.
No decorrer da música, a minha sogra, pede para que eu lhe mostre minha
mão. Estendo, então, a minha mão fechada, mas em seguida abro para ela
colocar uma moeda de ouro no centro dela. Nos costumes deles, isso
significa que a noiva aceitou o dote oferecido anteriormente pela família do
meu noivo.
Minha sogra, então, colocou henna no centro das minhas duas mãos e
cobriu-as com uma espécie de luvas vermelhas brilhantes. A mulher que
coloca a henna na mão da noiva é muito importante por simbolizar que
assim como essa mulher tem um bom casamento e harmonia na sua casa, a
noiva também terá, podendo se espelhar nessa pessoa. A outra parente deles,
colocou henna também nas mãos do meu noivo e as cobriu com luvas
brilhantes verdes.
Após essa parte, nos levantamos e ficamos de frente um para o outro.
Emir levantou o véu vermelho que cobria o meu rosto e beijou a minha testa,
simbolizando que me aceitava como a sua futura esposa. Fui informada que,
antigamente, quando os casamentos eram arranjados, essa era a primeira vez
que o noivo veria o rosto da sua noiva.
A cerimônia foi, finalizada com um jantar e doces tradicionais, meu peito
estava explodindo de tanta alegria, não conseguia tirar o sorriso do rosto, um
sonho sendo realizado.
Na manhã seguinte, acordo e olho pela janela, vejo que tem uma equipe,
decorando o jardim, uma mesa com uma toalha branca, e cinco cadeiras que
parecem tronos ao redor. Imagino que lá será realizada a cerimônia.
Minha irmã e sogra, batem na porta e aparecem com meu vestido de
noiva. Mal posso acreditar que eles pensaram em tudo e em tão pouco
tempo. Estou muito emocionada.
Na hora em que estou pronta, quebrando um pouco o protocolo turco,
quem vem me buscar é meu pai. A felicidade no olhar dele é impagável.
— Você está linda, minha filha — fala com os olhos marejados, o homem
que sempre cuidou e me apoiou. A melhor pessoa do mundo, sozinho,
conseguiu criar eu e minha irmã, e agora está criando o neto também.
— Obrigada, pai. Não só pelo elogio, mas por tudo que o senhor sempre
fez por mim. Se não fosse seus ensinamentos, não estaria aqui neste
momento — falo e uma lágrima desce pelo meu rosto.
— Não chore, querida, hoje é o seu grande dia. Venha, vou te levar até seu
marido, apesar de não ser essa a cultura, eles me deram esse privilégio.
Emir, está próximo à mesa, lindo com um smoking preto, altamente
delicioso. Assim que meu pai chega perto dele, ele me pega pela mão e
aperta a de meu pai. Somos conduzidos para sentarmos nas cadeiras, onde o
juiz já está sentado. Nossas testemunhas, serão, minha irmã e Alim, irmão
mais novo de Emir.
A cerimônia, é muito rápida. São feitas as seguintes perguntas básicas
para o casal. Qual é o seu nome completo? Qual é o nome do seu pai? Qual é
o nome da sua mãe?
A seguir, tenho que responder ao juiz, se desejo me tornar, a senhora Emir
Aslan e Emir tem que responder quando é perguntado a ele, se ele deseja
tomar Briana Martinelli como sua esposa. Nós dois, é claro, respondemos
que sim. Após assinarmos nossos nomes o juiz declara: “Vocês agora estão
casados”.
Apesar de não fazer parte dessa cultura, participar desse momento foi tão
especial para mim como foi para Emir. Poder dividir esse rito de passagem
com minha irmã, meu pai e meu sobrinho e proporcionar a eles esse contato
com um país tão encantador como a Turquia realmente foi muito especial
para nós.
A festa é realmente alegre, muita dança típica e comidas gostosas. Só a
família está presente. Estou tão cansada que me sento um pouco e Emir, logo
se junta a mim.
Vejo minha irmã e Alim, discutindo, e acho tudo muito estranho. Em
outros tempos, Luana estaria encantada com um homem rico e bonito como
ele.
— Acho que Lua não gosta de Alim — falo olhando para eles.
— Ou em breve, teremos outro casamento na família — gargalho, porque
bem sei que Alim é avesso a compromissos. Emir me olha profundamente
que até esqueço dos dois brigões.
— Está feliz, minha esposa? — pergunta, me fazendo arrepiar com essa
frase.
— Mais do que você pode imaginar. Você é meu sonho realizado, meu
galã turco — falo e Emir gargalhar, tão gostoso, que tenho vontade de
mordê-lo.
— Farei de tudo para sermos, felizes sempre. Você é a luz da minha vida.
— Quem diria que me tornar a secretária do magnata turco, me traria até
esse momento — digo, e a felicidade, quase não cabe em meu peito.
— Te amo, değerli — declara com os olhos transbordando de amor.
— Te amo, meu galã — e assim selamos nossos lábios, com a promessa
de sempre nos amarmos.
Epílogo 1
Quatro anos depois

— Tenho a honra de chamar ao palco, Briana Martinelli Aslan, a CEO da


Britech, uma salva de palmas para ela — ouço Emir falar, porque ele fez
questão de ser o cerimonialista nesta noite.
Sim, hoje é a noite de inauguração da Britech, minha empresa de
segurança da informação, meu sonho realizado, claro com a ajuda
incondicional do meu amado marido.
Mal consigo acreditar que depois de tudo, eu conseguiria realizar meu
maior sonho. Emir me acompanhou em todo o processo, sempre me
auxiliando, principalmente na parte jurídica.
Hoje é um dia mais do que especial, farei meu discurso e no final,
revelarei a surpresa que estou guardando durante três meses. Estão todos
aqui, meu pai, Luana, Gael, meus sogros e meus cunhados. Fora, os
funcionários que no momento temos cinquenta e alguns veículos de
imprensa. Todos vieram especialmente para nos prestigiar.
Com as mão, tremendo e o coração quase saindo pela boca, subo ao palco
e pego o microfone, dando um beijo casto em Emir, que é prontamente
aplaudido.
— Olá, boa noite a todos! É com muito prazer e emoção que venho aqui
essa noite para agradecer a presença de cada um de vocês. Para mim, é uma
alegria imensa saber que tiraram um tempo do seu dia a dia para
participarem com a gente desse momento tão especial. Para quem ainda não
me conhece, meu nome é Briana. Sou engenheira da computação,
apaixonada por tecnologia desde que me entendo por gente.
— A minha ideia é poder oferecer para todo mundo segurança da
informação, para que hackers, mal-intencionados, não roubem nem
manipulem a vida das pessoas. As pessoas, têm que ter segurança quando se
sentam na frente de seus computares, tanto para o trabalho, quanto para o
lazer. E esse é o principal lema da Britech, segurança para sua rede. —
Todos batem palmas e vejo meus familiares, emocionados.
— Mas ainda tenho mais uma surpresa para essa noite, Emir, você pode
vir até aqui? — Vou até uma cadeira e pego a caixa com a surpresa. — Esse
presente, meu amor, não é só para você e sim para todos da nossa família. —
Ele abre e tira um pequeno body de bebê escrito “Papai, estou chegando” —
Emir, pisca atordoado, seus irmãos já estão tudo fazendo festa, sua mãe e
Lua, chorando, quando me olha eu aceno positivamente com a cabeça.
— E... eu vou ser? — Engasga sem conseguir terminar — Caralho! Eu
vou ser pai, puta que pariu — todos gargalhando e Emir me pega no colo e
me gira, beijando meu rosto sem parar.
— Você me faz o homem, mais feliz do mundo, minha secretária hacker!
— E você me faz a mulher mais feliz do mundo, meu galã turco!
Todos nossos familiares, vêm nos abraçar, meus cunhados me levantam no
colo e tenho que dar um tapa em cada um. Minha sogra me abraça e chora
sem parar. Lua e meu pai, me abraçam juntos, Gael pula no meu colo, tudo
um caos, mas um caos maravilhoso.
Após o evento, vamos todos a um restaurante, comemorar. Uma bagunça
total e eu, amo essa bagunça. Passamos de ser uma família pequena, para
uma grande e isso é incrível.
— Eles são completamente loucos né? — Emir sussurra no meu ouvido,
me fazendo dar uma gargalhada.
— Sim, e eu amo todos por isso — mas o que me chama a atenção é Lua e
Alim, no canto como se estivessem discutindo.
— O que há entre eles? — Pergunto para Emir, que olha na direção em
que estou olhando, vendo a cena.
— Não sei o que dizer, eles parecem, gato e rato — muito estranho,
espero que ele não esteja enrolando minha irmã, ela já sofreu demais.
Noto que os dois apertam as mãos, como se estivessem selando um
acordo, o que me deixa ainda mais intrigada, cada um vai para um lado e
decido interceptar minha irmã.
— Lua, o que está acontecendo, entre você e Alim? — Pergunto sem
rodeios.
— Vou para Inglaterra, ser assistente dele[21] — fala e sai andando, me
deixando em choque. Por essa eu realmente não esperava.
Epílogo 2
Seis anos depois

Estou sentado em uma cadeira, olhando minha princesa Sophia, pular


alegremente na piscina.
— Olha papai, o que sei fazer — Sophia corre e pula com tudo na piscina,
toda vez que essa pequena de cinco anos faz isso, meu coração dá um salto,
mesmo ela estando com a boia que veste todo o seu tronco, não deixando
que ela afunde. Bato palmas e grito palavras de incentivo, e ela gargalha,
saindo de novo, só para dar mais um salto.
Ao meu lado, cochilando em uma manta, colocada no chão, na sombra de
um guarda-sol, está Lucca, nosso pequeno de dois anos.
Briana, está no escritório que temos aqui em casa, a Britech, virou uma
gigante em segurança da informação, uma das melhores do mundo. Briana,
está sempre a frente de tudo. O trabalho é sempre impecável, fazendo com
que a empresa cresça cada vez mais.
O objetivo da companhia é assegurar a segurança da informação para
todos, impedindo que as pessoas tenham seus dados ou projetos hackeados.
A Britech Também tem um lado que se dedica à justiça e essa é a área em
que Briana mais se dedica ultimamente, na identificação de estupradores e
pedófilos, desmascarando-os. Já conseguimos, prender políticos e artistas
famosos, fazendo justiça, para aqueles que não sabem como se defender.
Olho para a porta e vejo Briana, saindo com uma bandeja, alguns copos e
uma jarra com suco. Está com um vestido curto e sei que por baixo, tem um
biquíni branco, que a deixa gostosa pra caralho. Mais de dez anos com essa
mulher e não consigo parar de babar por ela.
Ela confere se o Lucca esta confortável, acena para Sophia, que não para
de sair e pular na piscina e vem até mim, sentando em meu colo.
— E aí, meu amor, conseguiu o que precisava? — Pergunto, porque ela
estava apreensiva, o pedófilo que eles estão monitorando é um nojento filho
da puta, que estuprou várias crianças em um vilarejo.
— Sim, encontramos o desgraçado e a polícia já está a caminho — diz e
noto como está tensa.
— Vou fazer uma massagem bem relaxante, assim que colocarmos os dois
na cama hoje à noite — falo em seu ouvido, fazendo ela se arrepiar e dar
uma rebolada no meu colo.
— Só a massagem? — Pergunta com a cara de safada que eu amo.
— Tudo o que você quiser, amor — meu pau já dando sinais de que quer
se enterrar nessa mulher.
— Tenho várias ideias — conclui.
— Será que demora muito para anoitecer? — Pergunto, e nós
gargalhamos.
— Te amo, değerli! — Não me canso de me declarar para a mulher da
minha vida, aquela que trouxe luz para meus dias solitários.
— Te amo, meu galã, para todo o sempre!

FIM!
Bônus
Estou no bar de sempre, após um longo dia de trabalho pesado. Sempre
venho a esse bar para caçar. Observo quem será minha próxima presa e
quando identifico o alvo, aguardo o momento certo para o abate.
Meu foco, agora, está todo em uma morena linda, com cabelos cacheados,
não consigo conferir a cor de seus olhos na penumbra do bar. O tempo todo
ela me olha, cochichando com sua amiga, que está ao seu lado. Ela parece
ser bem jovem, deve ter seus vinte e três anos, mas não ligo para isso, se ela
sabe o que está fazendo, quem sou eu para julgar?
Chegou a hora do abate! Me aproximo da moça que me olha com malícia,
de perto, consigo constatar que seus olhos são verdes.
— Olá, posso te pagar uma bebida? — pergunto, chegando tão perto que
consigo sentir seu cheiro de baunilha, o que me deixa duro na hora.
— Por que não pulamos as formalidades e vamos conversar no setor
privativo? — A voz é muito sexy e nossa, é do jeito que gosto, sem
frescuras.
Pego-a pela mão e a levo até o corredor onde ficam os quartos, passo
minha credencial em uma porta que está com a luz verde e ela se abre. Faço
um gesto com a mão para que ela passe na frente e a sigo.
Fecho a porta e ela, praticamente, voa em minha direção, a pego no ar e a
imprenso na porta. Nos devoramos mutuamente, o beijo é quente, excitante,
esfomeado.
O vestido dela sobe, olho para baixo e noto a calcinha minúscula
vermelha, porra que delícia. Esfrego minha ereção na bocetinha, por cima
das roupas e sinto a quentura dela. Ela se esfrega, geme, grita, puxa meus
cabelos e goza lindamente.
— Caralho, mulher, que delícia você é. Quero me enterrar com vontade
nessa boceta — vou subindo minha mão em direção aquele paraíso molhado
e um toque de celular a faz me afastar rapidamente.
— Tenho que ir — fala e simplesmente, abre a porta fugindo como se
estivesse cometendo um crime. Me recomponho e corro atrás, mas em vão,
não a encontro em lugar nenhum.
Puta que pariu, o que foi isso? O pior é que nem perguntei seu nome, e
agora só ficarei com essa diaba na imaginação.
Obras da Autora
Uma Noiva Contratada (Livro 1 da série Três Mosqueteiros)

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Espero tenham gostado de acompanhar a história de amor de Emir e
Briana, amei escrevê-la. Sendo esse meu segundo livro, fica difícil dizer por
qual dos dois sou mais apaixonada.
Me emocionei em muitos momentos com o passado de Briana, ela
merecia ser feliz e realizar todos os seus sonhos. Emir, é um herói sem capa,
salvando Briana de diversas formas.
Como puderam notar, o próximo livro dessa série será com o irmão Erhan.
Beijo no coração e até a próxima.
Renata Bispo

[1] Protagonista do livro Uma noiva Contratada

[2] Citado pela primeira vez em Uma Noiva Contratada


[3] Irmão mais velho, em turco
[4] Olá, irmão, em turco
[5] Linda mulher, em turco
[6] Deepfake é uma técnica que utiliza inteligência artificial para criar fotos, vídeos e áudios
falsos por meio da combinação entre eles.
[7] Hacker é uma palavra da língua inglesa que, no âmbito da informática, designa alguém capaz
de invadir dispositivos eletrônicos, redes e sistemas de computação, seja para verificar sua segurança,
para aperfeiçoá-lo ou para praticar atos ilícitos.
[8] Um hobby é uma atividade praticada nos momentos livres para lazer e descontração.

[9] Endereço IP é um endereço exclusivo que identifica um dispositivo na Internet ou em uma


rede local. IP vem do inglês “Internet Protocol” (protocolo de rede) que consiste em um conjunto de
regras que regem o formato de dados enviados pela Internet ou por uma rede local.
[10]
Pai em turco
[11] Preciosa em turco
[12] Apareceu primeiro em Uma Noiva Contratada.
[13] É a prática que protege computadores e servidores, dispositivos móveis, sistemas
eletrônicos, redes e dados contra-ataques de hackers.
[14] Elsa de Arendelle é uma personagem fictícia da animação Frozen dos estúdios Walt Disney
Pictures.
[15] O fato é narrado em Uma Noiva Contratada, só foi citado aqui para efeito de contexto.
[16] Protagonista de Uma Noiva Contratada.
[17] Discutir a relação.
[18] É uma vila da região histórica e turística da Capadócia, pertencente ao distrito e província de
Nevşehir e à região administrativa da Anatólia Central da Turquia.
[19] Filho em turco
[20] Mãe em turco
[21] A estória será contada no quinto livro da série, magnatas turcos

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