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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido
pelo artigo 184 do Código Penal.
NOTA DA AUTORA
Espero que se divirtam e obrigada, mais uma vez, por todo o carinho que tenho recebido
nesses cinco anos de escrita. Vocês são demais!
Luna
Grávida.
Quando eu a vi
(Alexander Gerrard)
Faltava pouco mais de três meses para que o time da seleção
espanhola entrasse em uma rotina diária de treinamento e
começasse a se preparar para a Copa deste ano, que para o prazer e
felicidade dos espanhóis seria sediada em nosso próprio país. Essa
seria sem dúvida a melhor oportunidade de revidar a humilhação de
quatro anos atrás, quando perdemos nas semifinais para a Holanda.
Os caras caminhando comigo para dentro do pub próximo ao
edifício em que eu morava atualmente, também conhecido por ser o
lar de celebridades espanholas e jogadores das mais diversas
nacionalidades, que, assim como eu, jogavam no glorioso e
aclamado Real Madrid, pareciam animados. Três deles estariam
comigo na concentração que teria início em breve, inclusive
Murilo. Um dos meus mais antigos amigos.
***
— Você aceita uma bebida? — perguntei, segurando o sorriso
ao ver Luna olhar assombrada para a sala do meu apartamento. A
boca vermelha da garota estava entreaberta, sugerindo o seu
espanto. Analisei as sandálias altas, com estampa de onça, logo
depois, as pernas grossas e por último o seu rosto, graças ao qual eu
só me convenci ser maior de idade após verificar seus documentos.
Eu não a teria tirado daquele bar se fosse o contrário. Mesmo
que… vinte anos ainda fosse muito jovem para mim.
— Bem, talvez não quase até a morte. Mas eu fiquei sem ar.
— Suas bochechas ganharam um tom avermelhado, e ela pareceu
desconfortável. — E o gosto era terrível, eu nunca bebi algo como
aquilo…
— Não fui eu quem pediu… foi a minha irmã. Ela disse que
eu gostaria, que mulheres chiques o bebiam e…
— Como?
— Certo.
— Só por isso?
— Tem certeza?
Eu não tomaria uma virgem. Essa era uma das poucas regras
que eu levava a sério.
Bom, eu estava.
— Será que você é doce, Luna? Que sua boceta é tão gostosa
quanto a sua boca?
Foda-se!
— Foi maravilhoso.
CAPÍTULO DOIS
Luna
Mas não era uma vida de princesa que eu buscava, tudo o que
desejava era uma chance de cuidar da Lucy, fazer com que ela
continuasse a estudar e fosse para uma boa faculdade enquanto eu
poupava para pagar por seu estudo e nos tirar dessa vida. Porque eu
sabia que se continuasse vivendo aqui, o mísero dinheiro que
ganhava nunca seria suficiente. Não com mamãe e Loren o
gastando a cada oportunidade que surgia. Só este ano nós fomos
três vezes ameaçadas de despejo. Três vezes em que confiei em
uma delas para que pagasse o nosso aluguel, e elas não fizeram.
Alexander
Mas isso não justificava a forma tirana com que agia às vezes,
e essa era uma das vezes, merda.
Essa mulher não estava falando coisa com coisa. Por essa
razão eu me levantei e, sem me importar de vestir algo além da
cueca boxer, desci os degraus rumo ao primeiro andar do duplex.
Enquanto o fazia, eu ainda tentei puxar na memória alguém que
tenha convidado, mas nada. Não havia ninguém que eu pudesse
imaginar aparecendo às nove horas de um de um dia comum para
dizer o que fosse a mim.
Luna.
— Sim.
— Não.
— Quanto a mais?
— Eu estou grávida.
A despedida
Luna
— Como ela pode estar grávida? — Isso era tudo o que ele
dizia. Já tinha repetido a mesma questão dezenas de vezes, por
sinal.
— Eu…
Não foi até levantar o meu rosto que percebi que Alexander
nos observava, ancorado no batente largo da porta, e que
possivelmente escutou cada palavra dita pela sua funcionária
enquanto escrevia algo em seu celular.
— Alex… eu…
Alexander
— Ligue para ela… ela não deve estar tão longe, certo?
Luna
— Eu falei.
— O que foi?
Alexander
Dias depois…
Rua das Gaivotas, número 333, casa amarela no final da
esquina.
— Ela não estará em casa até pelo menos 22h, tem sido assim
a semana toda — disse com desgosto.
— Por quê?
Bruxas más?
Luna
— Pior como?
Alexander
Não foi preciso muito tempo a avaliando para saber que tipo
de mulher a senhora Garcia era.
Claro que elas iriam perguntar pelo bebê. Ele era a galinha de
ovos dourados delas.
Olhei de relance para o idiota do meu advogado. Que me
olhou como se dissesse: eu te avisei.
— Não acho que o senhor deva ser o único a falar com ele, eu
sou a mãe dela… — Parte da máscara comovida da senhora Garcia
deslizou, ao ser contrariada.
— Obrigada.
Cuide de mim.
Cuide de mim.
***
— Eu? Eu não fiz nada, criança, sua irmã foi quem causou
toda essa merda de confusão ao achar que poderia mentir e me
fazer de idiota. — Lucy engoliu em seco e olhou para as mãos,
parecendo chateada.
— Então por que razão a sua irmã, que não é má, mentiu para
mim? — Ela empalideceu. — Você já não é nenhuma garotinha,
Lucy, tenho certeza de que na sua idade já é capaz de entender a
gravidade do que sua irmã fez. Ela engravidou de propósito, como
se eu fosse a porra de uma garantia para o seu futuro.
— E o senhor é.
— E?
— Sua irmã terá alta amanhã, Lucy. Então sim, você vai para
casa.
— Quinze.
— Por quê?
Bom, eu imaginava.
— A gente não sabe, tudo o que mamãe diz é que ele era um
imbecil inútil.
Eu estava surpreso.
— Com o quê?
— Por quê?
— Não seja desconfiada, Lucy. Apenas responda.
— Eu digo, se você prometer que não irá falar mal dela por lá.
— Certo, porque seu pai e eu não achamos que ela seja para
você, filho. Aquela mulher é uma oportunista que vive dos
escândalos que arma na mídia… — Será que eles veriam Luna da
mesma forma? Droga! Se meus pais soubessem como tudo
aconteceu, eles nunca a aceitariam. — Agora me diga, o que nós
precisamos saber sobre essa garota? Ela trabalha com o quê? É de
família católica?
— Tudo o que você precisa saber é que essa garota será a mãe
do seu neto e que… eu vou me casar com ela, mãe.
Luna
— Suba e faça suas malas, Luna. Você irá para casa comigo
hoje.
— Você não irá tirá-la dessa casa sem que o dinheiro esteja
comigo. — Meu Deus, será que ela não cansava? Eu estava
mortificada com a maneira fria com que Lara estava agindo. Era
como se… ela estivesse me vendendo?
Mas a pergunta que não queria calar: por que casar comigo
quando ele podia simplesmente acusar todas nós de o extorquir?
Fora que o homem tinha dinheiro suficiente para tirar essa criança
de mim quando nascesse. E assim como eu e toda minha família já
sabíamos, ele era mesmo o pai. Mas em nenhum momento desde
que recebeu o resultado ele mostrou algum tipo de emoção.
— O dinheiro não irá durar muito nas mãos dela, Luna, você
sabe disso.
— Eu sei, mas até que ele acabe você já estará maior e poderá
morar comigo. Só mais alguns anos…
Luna
— Então me deixe.
— Mas isso não significa que nós temos que nos casar.
— Sair?
— Mas…
Alexander
— Hum?
Que seria prová-la entre as pernas. Algo que fiz antes, mas
que desejava repetir.
Alexander
Foi graças a ele também que descobri que Luna foi uma das
poucas pessoas com esse transtorno a terem recebido ajuda antes de
o problema se tornar um agravante e ela acabar por abandonar o
estudo. Ainda de acordo com ele, o número de evasão escolar por
conta desse distúrbio era alto, e muitos pais não se preocupavam
em descobrir a razão pela qual a criança apresentava dificuldades.
— Sim.
Foi bom saber que minha mãe não julgaria Luna. Eu não
estava com cabeça, ou saco, para ter de lidar com essa situação,
caso ela se colocasse contra a mãe do meu filho.
— Não seja frio, Alexander Gerrard. Não foi assim que seu
pai e eu o educamos.
— Eu sei, mas com meus pais aqui você irá dormir comigo.
Não quero que eles saibam que há algo de errado com esse
casamento. Eu sou o único filho deles, a única chance que terão de
ter netos, e eu quero que nosso filho seja criado sob o que eles
acreditam. Para isso precisam acreditar que estamos apaixonados.
A forma como foi criada, como sua mãe a moldou. Não acho
que Luna tinha tanta culpa pelo que estava acontecendo. Não
completamente.
Exausto do dia cheio que tive, já que havia passado parte dele
treinando, eu cobri o corpo de Luna e fui para o banheiro tomar um
longo banho frio.
CAPÍTULO SETE
Luna
— Não fique nervosa, Luna. Você está rígida desde que saiu
de casa.
— Eu quero testar essa coisa entre nós dois, Luna — foi o que
disse, fazendo-me virar o rosto e sorrir… esperançosa. Eu não
queria que ele visse o efeito que suas palavras tinham sobre mim.
Você é deliciosa, era o que ele dizia a cada noite. Mas eram as
palavras “durma bem, Luna” que vinham logo em seguida que
faziam com que o meu coração batesse mais acelerado.
— Ele me pediu para casar com ele… e eu disse que não. Fui
uma tola, achei que teríamos mais tempo. — Alex a havia pedido
em casamento?
— Nós não iremos falar sobre isso aqui, Lola. — Ele ainda
não havia olhado na minha direção, e isso fez com que qualquer
esperança de que ele se importasse comigo desmoronasse.
Alexander
Para piorar, ela veio com aquela porcaria de anel que lhe dei
anos atrás e o qual ela passava a usar quando se via desesperada,
prestes a me perder. Que era o que estava acontecendo agora.
Quando lhe comprei o anel, porém, eu pensei que a amasse.
Realmente pensei que todo o tesão e luxúria que me invadiam
quando ficávamos juntos pudessem ser amor. Então eu a pedi em
casamento e Lola disse não. Simples assim.
— Eu não vou dizer isso e o que for que você tenha feito, a
fez chorar a tarde toda. A pobrezinha só conseguiu dormir agora,
então…
***
Passaram-se três dias e todo o contato que tive com Luna foi
através de Lucy, que me atualizou diariamente sobre o estado
ferido da irmã. Eu deveria ter imaginado que a garota seria teimosa,
mas ela iria aprender em breve que eu era muito mais. Tanto que,
no dia seguinte, ao ver uma foto armada, minha e de Lola,
estampando cada jornal do país, eu desisti da ideia absurda de lhe
dar espaço e a procurei.
— Mas?
— Quando você disser sim para mim, Luna. Eu quero que seja
verdadeiro e que a última coisa a passar pela sua cabeça seja… o
que nos levou a ficar juntos. O que aconteceu não importa mais, me
ouviu? — Eu estava sendo brutalmente honesto aqui. — Não
importa, porque eu quero estar com você e quero que você também
queira estar comigo.
Suas principais obras: Aconteceu Você, Doce Prisão, Instinto Indomável e o seu mais
recente lançamento, O Barão do Café."
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