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1ª Edição - Copyright © 2020 Jessika Rodrigues.

Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas. Nomes,


personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação
da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência. Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa. É proibido o armazenamento e/ ou reprodução de
qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios — tangível ou
intangível — sem o consentimento escrito da autora.Rodrigues, Jessika.
Arte da Capa: Hadassa M. Vaz
Diagramação: J. Rodrigues
Revisão: Flávia
Edição Independente.
Literatura brasileira. Ficção. Erótico. Romance.

Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido


na lei n °. 9.610/ 98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Todos os direitos reservados.
Conteúdo
Agradecimentos
Sinopse:
Prólogo
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
1 mês depois
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20.
Capítulo 21
EPÍLOGO.
Redes Sociais e Contato da Autora
Agradecimentos

Agradeço a Deus primeiramente por me dar o dom da escrita


e leitura. Eu amo ler e escrever também, desde meus doze anos que escrevo e
sou apaixonada.
Amo escrever romance, fantasia e sobrenatural. Meus gêneros
favoritos de leitura e escrita.
Agradeço as minhas revisoras por sempre me ajudarem quando
preciso. Obrigada meninas, Natasha, Larissa e Flávia. Vocês são uns amores
e moram no meu coração.
Obrigada também as capistas, Hadassa, Bianka, Tess Roberts, Thaís,
Kathy, Lil, Anael... Se esqueci alguém me perdoe. Obrigada a todas(o) vocês.
Obrigada Deus, por ser tudo na minha vida.
Obrigada esposo e filhinha. Amo muito vocês. Obrigada pais e irmãs.
Amo vocês.
Enfim, obrigada você leitor, por ler minhas obras e gostarem delas.

Um beijo. Boa leitura.


Sinopse:
Lucia era uma criança tão alegre, tinha seus pais que amava muito,
seu irmão caçula que lhe dava trabalho, mas que era um anjinho em certas
horas.
Tudo mudou quando sua mamãe faleceu, quando ela tinha apenas 10
anos de idade, tornando sua vida sombria. Seu pai se tornou amargo,
revoltado e até agressivo. Depois da morte da mãe, seu irmão e ela se
escondiam dele com medo dos seus ataques violentos.
Seu irmão e Lucia conseguiram sobreviver, apesar de tudo. Ela
trabalhava no centro da cidade, costurando roupas e limpando a loja,
enquanto João trabalhava em fazendas vizinhas.
O que ela não esperava era que, em meio a essa pobreza e
dificuldades, seu pai a venderia para um homem rico e estranho. Jamais Lucia
pensaria que ele pudesse fazer algo assim.
Ela seria capaz de se livrar do Sr. Jones? Ela conheceria o amor ou
ódio? Se entregaria a ele?
Venha descobrir !!

Contém cenas eróticas no livro, livro recomendando para maiores de


18 anos !!
Prólogo
Eu tinha apenas 10 anos quando tudo aconteceu...
Minha mãe faleceu...
Me sentia só. Sozinha...
Meu pai, era amoroso, mas não é mais...
Se tornou amargo e agressivo após o luto, ele não soube lidar com
isso.
Eu e meu irmão passamos por muitas coisas todos os dias. Ele briga
com a gente sem motivo, deixa a gente sem comer e sai para se entupir de
bebidas.
Eu aprendi sozinha a sobreviver, eu e meu irmão fomos até o centro
da cidade a pé, meu pai estava no bar bebendo. Nem saberia de nada, nem se
importava.
Fui até o centro da cidade e expliquei minha situação para uma
mulher de uma loja. Ela entendeu o que estávamos passando e ofereceu para
ajudar com a loja, eu só limpava e ela me dava uns trocados e cesta básica.

Graças a isso, conseguimos sobreviver. Pois meu pai nem ficava em


casa e se meteu em muitas dívidas.
Meu irmão ajudava em uma fazenda e conseguia uns trocados
também.
Meu pai no desespero vendeu todo nosso gado da fazendo para pagar
algumas dívidas, mas mesmo assim não foi o suficiente.
Ele se meteu em mais dívidas e o que conseguia com os trocados era
pagar a luz para não nos faltar energia. Agora a água, a prefeitura da cidade
não nos cobrava, pois nossa casa era afastada, graças aos Céus.

Quando chegava em casa, após limpar a loja da chefe, tomava um


banho e ajudava meu irmão com seu banho. Fazia alguma mistura para
comermos e depois escutamos nosso pai chegar batendo a porta e xingando.
A gente ia para o quarto e ficávamos presos lá... com medo.
Depois de alguns dias a dona da loja me ajudou com alfabetização,
pois não ia a escola, então ela me deu livros e me ensinou o básico do
português e passei tudo para meu irmão. Juntos aprendemos algumas coisas e
líamos muito os livros que ganhamos.
E esse foi só começo das nossas vidas.
CAPÍTULO 1

Cresci forjada no sofrimento. Há sete anos minha mãe foi arrancada


de mim e isso acabou transformando meu coração em uma pedra de gelo.

Meu pai deixou de ser o homem amável, para curar seu luto com
álcool e mulheres e o único acalento que sobrou para mim foi meu
irmãozinho.
Para ele sim, eu era capaz de dar todo meu amor.
Depois do luto consegui me recuperar e dou o maior amor ao meu
irmão, pois ele precisa.
Agora com meus dezessete anos, consegui um trabalho de meio
período no centro da cidade costurando roupas e limpando a loja e até
atendendo os clientes quando a loja ficava movimentada.
É uma loja simples, mas muita gente a frequenta. Nossa cidade é bem
pequena então as pessoas que habitam aqui enchem a loja, pois nossa cidade
é afastada das demais, por isso há muito movimento por aqui, ainda bem.
Fico o dia todo na loja e volto pra casa por volta das seis para
começar a janta mais cedo. Meu pai só fica em bares bebendo enquanto eu
tento manter nossa casa. E mal dá para pagar a conta de água e luz, graças aos
céus ganhamos cesta básica da dona da loja que trabalho, se não fosse por ela
passaríamos fome. Ela viu nossa situação e quis ajudar, só por ela ter
oferecido o trabalho a mim nos ajudou bastante, mas com a cesta básica ela
nos salvou.
Meu irmão trabalha nas fazendas vizinhas, cuidando do gado, e afins.
Eu sentia que eu podia fazer mais pelo meu irmão, afinal não era
justo, uma criança de doze anos trabalhar para ajudar a sustentar nossa
família.
Meu pai, que deveria ser nosso refúgio, era apenas um pobre coitado,
que afogava todas as suas mágoas em doses da cachaça mais barata que podia
encontrar. Mas mesmo assim o dinheiro usado para comprar essas porcarias
daria para pagar algumas contas. Esse dinheiro que ele gasta com bebidas é
uns trocados que sobrou do trabalho que meu pai fazia. Ele nunca para em
trabalho, ele presta serviços por uns meses e é demitido porque chega no
trabalho bêbado e desorientado, portanto não posso confiar no meu pai nessa
questão, por isso me virei e consegui o trabalho. Graças a Deus.
Todo o fardo de alimentá-lo acabava ficando em minhas costas, uma
garota de dezessete anos.
Nossa fazenda nos rendia muito, tínhamos porcos, vacas, galinhas,
cavalos e até ovelhas, era um bom investimento, mas tudo se perdeu quando
minha mãe morreu e meu pai vendeu todos os animais da Fazenda. Foi muito
chocante pois havia me afeiçoado aos animais. Mas ele fez isso e gastou todo
o nosso dinheiro com bebidas e prostitutas. Eu e meu irmão nos sentimos só,
mas sempre que posso, falo para ele que é uma fase que tudo voltará ao
normal. E sempre digo que o amo, aliás sou a irmã mais velha e devo
protegê-lo.
Mas não vai melhorar. Estou mentindo pra ele.
Chegando em casa, meu irmão ainda não chegou, deve estar
finalizando o serviço. Eu entro em casa e começo a fazer uma sopa de carnes
e legumes.
Ganhamos carne na última cesta e alguns legumes, isso é muito bom
por que só estávamos comendo arroz, feijão e tomate. Era o que tínhamos.
Ainda bem que agora temos um tipo de carne e legumes, graças a Letícia a
dona da loja que trabalho.
Começo a sopa e deixo no fogo baixo e vou tomar um banho.
Lavo minhas madeixas escuras, ensaboo todo meu corpo e logo
enxaguo e me seco.

Coloco um vestido simples de mangas curtas. Escovo os cabelos e


passo um creme que ganhei ano passado da dona da loja, é o que tenho de
"perfume".
Passo um pouco pelo corpo. Venho economizando, não sei quando
poderei comprar um.
Volto ao fogão e está quase pronto. Assim que termino escuto vozes
do lado de fora.
" Você não pode subir hoje, minha filha deve estar em casa fazendo a
janta. Volte amanhã de tarde que ela não estará em casa, até amanhã gata."
Escuto sons de lábios se beijando e me viro fazendo uma careta.
Vou até nosso minúsculo sofá e me sento. Olho para a parede e João
já devia ter chegado.
— Onde está seu irmão?
É assim que meu pai me deseja boa noite.
— Já devia ter chegado, vou lá na fazenda ver se ele está lá.
Ele me olha sério e diz.
— Não vou deixar minha filha sair a noite. Está louca? Fica aí que já
volto.

Meu pai sai todo apressado até a fazenda vizinha. Ele está bêbado mas
pelo menos não está agindo tão sem noção. Bom, Até agora.
Fico do lado de fora esperando os dois, olho a lua se formando no
céu. É tão linda.
Queria tanto você aqui, mamãe.
Digo baixinho olhando para o céu e uma lágrima escorre dos meus
olhos.
De repente vejo a figura de alguém, é um homem estranho que parou
ao meu lado, analisando—me dos pés à cabeça e uma vontade imensa de sair
dali surgiu em meu peito.
Mas eu tinha que esperar meu pai retornar com meu irmão. Eu não
podia ir para casa sem me certificar que ele estava bem.
O homem que está ali me encarando desce de seu cavalo, é um cavalo
muito lindo. Observo melhor o senhor a minha frente, ele é até bonito, os
seus olhos verdes são muito belos e até me deixa fascinada por alguns
minutos. Nunca cheguei perto de um homem, e ele aparenta ser bem mais
velho que eu, isso é errado, não posso encarar ele assim, devo me recompor.
Após eu o analisar ele me encara e diz:
— Boa noite. É filha do senhor Rodolfo?
Respondo sem demonstrar medo ao desconhecido.
— Sou sim. E o senhor é?
Ele sorri, se aproximando e diz:
— Sou Jones Krim. Prazer, senhorita?
Respondo esticando minha mão a ele, educadamente como qualquer
jovem.

— Lúcia.
Ele beija minha mão e diz após se afastar.
— Não é perigoso uma criança está aqui fora sozinha?
Eu o respondi a altura, corajosamente, pois não sou criança. Sou
quase uma adulta.

— Não estou sozinha, Deus está comigo.


Digo o espantando e ele diz:
— Claro, mil perdões. Claro que ele está aqui. Enfim… seu pai,
quando chega?
Eu olho para o senhor estranho ao meu lado e digo:
— Foi só buscar meu irmão, ele já vem. Pode esperar aqui de fora, se
quiser.
— Claro.
Ele sorri e fica olhando o horizonte como eu.

Sei que é estranho falar com estranhos, mas pelo menos ele não foi
inapropriado.
Graças a Deus, pois se fosse não saberia como agir.
CAPÍTULO 2

O homem ficou ali meia hora esperando meu pai, ele realmente é
paciente e estranho, pois não o conheço. Conheço todos os amigos, que na
verdade não são amigos de verdade, de meu pai. Nunca o vi por perto ou
mesmo na loja a qual eu trabalho. De vez em quando o pego me olhando.
Isso é errado, não é? Ele me olhar assim e fazer com que eu dê umas
escapadas e o olhar também. Isso é errado. Céus, que meu pai chegue logo.
Após alguns minutos, o avisto logo a frente. Vemos meu pai com meu
irmão, Jones corrige sua postura antes que meu pai o visse e lança lhe um
aceno de cabeça.
— Senhor Rodolfo, boa noite.
Meu pai fica todo estranho e sem jeito.
Os amigos de meu pai não o cumprimenta com tanta educação assim.
— Oi Jones. Que prazer em vê-lo. — Diz meu pai.
O vacilo que meu pai deu em sua voz me fez crer que algo aconteceu.
Esse homem não é tão velho, não veio aqui para chamá-lo para beber, não é?
Assim espero por que meu pai já bebeu hoje.
— Podemos conversar? — Diz o Senhor.
Conversar? O que será que eles têm para conversar, que não pode
deixar para outro dia?
Meu pai olha para mim e para meu irmão antes de concordar com um
meneio de cabeça e diz:
— Claro. Filho entra com sua irmã. Podem comer sem mim. Eu já
entro.

Eu e meu irmão nos entreolhamos e obedecemos.


Sentamos e tomamos nossa sopa. Depois que meu irmão termina de
tomar o caldo ele diz todo contente.
— Estava muito gostoso, amei irmã.
Sua voz é tão doce, ele lembra-me um pouco a mamãe. Só Deus sabe
o quanto de saudades sinto dela. Queria tanto que ela estivesse aqui e o visse
crescer.
Não tenho dúvidas que meu irmão será um grande homem. Mesmo
sem ter nossa mãe por perto para nos aconselhar, eu que vou ter que instruir-
lhe em um bom caminho.
Esse era o papel de nosso pai, porém infelizmente ele anda precisando
de instrução do qual caminho deve-se andar, infelizmente. Ele precisa de
ajuda. Mas quem pode o ajudar? Somente Deus mesmo.
Eu digo ao meu irmãozinho:
— Que bom que gostou, pode repetir maninho. — Digo sorrindo e o
olhando.

— Já estou cheio. Agora vou brincar um pouco. — Ele beija meu


rosto e vai até seu quarto todo contente.

Ele ama o brinquedo que meu pai comprou pra ele, e esse brinquedo
que ele ganhou foi antes da mamãe morrer, ele é muito apegado ao
brinquedo.
Às vezes pergunto-me se estamos fazendo certo em deixá-lo crescer
tão rápido. Digo, amadurecimento precoce. Mas aí lembro que o mesmo está
acontecendo comigo então não se tem muito o que fazer. Infelizmente nossa
âncora se foi e não nos resta mais nada, a não ser lutarmos diariamente para
mantermos a casa e nossa barriga cheia. Como dizia a mamãe "saco vazio
não para em pé".
Depois de jantar eu fico na sala esperando os dois lá de fora terminar
a conversa. Confesso que sou uma menina curiosa.
Porém veja bem; meu pai não é um homem a qual eu deva confiar
cem por cento. Depois de seus últimos comportamentos, tenho mais que me
preocupar, sim, com o que ele faz, e com quem anda. Se bem que esse tal de
Jones não o conheço, não posso julgar sem o conhecer, na verdade não
podemos julgar ninguém, não temos esse direito. Então apenas não gosto da
idéia dos dois estarem conversando lá fora. Contudo, conheço bem meu pai e
sei que ele não tem amigos de verdade. E se esse Jones está aqui uma hora
dessas é porque algo muito grave aconteceu.
Me levanto e fico em pé atrás da porta escutando.
Consigo escutar as vozes deles.
— Ela só tem dezessete anos. Pelo amor, né? — Essa é a voz do meu
pai. A quem ele se refere? "Ela, quem?"
Arqueei minhas sobrancelhas na tentativa de fazer com que as
palavras de meu pai assimilem mais rápido possível em minha mente.
A única nessa casa que tem dezessete anos sou eu. Eles não podem
estar falando de mim. Tenho certeza que é de outra pessoa. Meu pai nunca
falaria sobre mim ou meu irmão com os homens com quem bebe. Bom, assim
eu penso.
Volto a colar meu ouvido atrás da porta e reconheço a voz exaltada do
Senhor Jones.

— Eu não disse para que quero. — Seu tom me assusta um pouco,


mas continuo os ouvindo em silêncio. — Não coloque palavras na minha
boca. Mas como disse, daqui alguns meses você me entregará. Se não, você
já sabe o que irá lhe acontecer.
— Do que será que estão falando, meu Deus? O que meu pai fez
dessa vez?

— Até breve, Senhor. — Jones despede de meu pai.


Fico perdida em pensamentos. Quando escuto seu cavalo começar a
cavalgar eu vou até a pia devagar, sem fazer muito barulho e começar a lavar
as louças para disfarçar que estava os ouvindo.

Não posso deixar que descubra que eu estava ouvindo sua conversa
atrás da porta. Ele já deixou bem claro que não gosta que eu me intrometa em
assuntos particulares. Se não fizesse tanta besteira eu não me preocuparia
tanto.
Meu pai entra e tranca a casa como se estivesse com medo de algo.
Nunca lhe vi assim. Quando a mamãe morreu dormimos até com a casa
aberta porque nossa única preocupação naquele momento foi em chorar, e
hoje vendo lhe fechar tudo desesperado, me deixa assustada.
Se antes eu tinha dúvidas que ele tinha feito algo de errado, agora
tenho certeza que meu pai aprontou alguma coisa. Só não sei o que é ainda.
Não vou perguntá-lo agora para dar bandeira que estava escutando atrás a da
porta.
— Pai! — Seu olhar me assusta um pouco. Mas volto minha postura
de antes e completo no que estava falando: — A janta ainda está quente.
— Ah… Já janto. Obrigado.
Suspirou aliviado.
Ele liga nossa televisão e eu termino a louça e antes de subir para meu
quarto vejo meu pai pela última vez naquela noite e vou me deitar.
Capítulo 3

Meses se passaram, e agora sou a gerente da loja, as coisas melhoram


um pouco. Não ganho tanto como em outras lojas, por que essa loja ainda é
pequena e nossa cidade também, mas consegui quitar as dívidas, pelo menos
as contas e algumas coisas que comprei para a casa, agora duas vezes ao mês
comemos carnes, os demais dias são massas e legumes, já melhorou bastante
nossa situação.
Meu irmão agora começou a trabalhar com jardinagem e ganha um
bom dinheiro com isso. Meu pai de vez em quando ajuda meu irmão no
serviço, mas ele nunca voltou a ser o homem que era: Carinhoso, amável,
brincalhão. Ele cuida da gente, mas a maior parte do dia ele reclama,
resmunga e sai para beber. Ele não soube lidar bem com o luto e agora sua
vida é assim. Eu e meu irmão só queríamos ser amados, mas passamos amor
um para o outro, isso já vale muito.

Meus horários de serviço agora são melhores, trabalho somente a


parte da tarde. Parte da manhã dedico a arrumar a Fazenda e de noite faço a
janta mais cedo e vou ler alguns livros. Minha mãe tinha alguns livros na sua
estante, estão empoeirados mas nada que uma limpeza não resolva. E amo
muito ler esses livros, mesmo que as histórias não sejam reais, eles me dão
esperança no "amor".
Será que existe? As únicas pessoas que amo é meu pai e meu
irmãozinho.
Nunca tive uma paixão na vida, nem sei como é isso, mas tudo tem
sua hora, como minha mãe dizia.
Pelo que sei minha mãe cresceu na igreja ouvindo de Deus e serviu
Ele até a morte. Ela encontrou o amor, foi amada, nos amou. Mas ela partiu,
Deus a levou. Nunca me indignei com ele. Foi a hora dela, mas tivemos tão
pouco tempo.
Lembro de uma frase que ela sempre falava:
" NÃO DESISTA DE DEUS, ELE NÃO DESISTE DE VOCÊ. "
" EU TE AMO E SEMPRE TE AMAREI."
" TENHA FÉ E ACREDITE EM DEUS."
Isso sempre fica martelando na minha cabeça. E sempre digo isso ao
meu irmão. Oramos toda noite juntos, e tentamos sempre não reclamar da
nossa vida e sim agradecer. Queremos parecer com nossa mãe: ser amável,
doce e espalhar amor pelo mundo.
Dia seguinte é minha folga. Vou até o mercado com meu irmão e
compramos algumas roupas, estávamos precisando. João ficou contente,
havia muito tempo que não compramos nada, só pagamos.
Comprei para ele dois pares de roupa e um tênis que ele ficou
apaixonado, e para mim dois simples vestidos, gosto de roupas simples,
combina comigo.
Depois João fica encarando um lindo caminhão verde. Ele fecha a
cara e sabe que suas economias não vai pagar o caminhão que tanto deseja.
Eu coloco minha mão em seu ombro. Ele se vira pra mim e eu digo:
— Pode pegar. — Digo sorrindo para ele.
Ele fica espantado e diz:
— Mas e suas economias?
— Bom… eu junto de novo, meu livro pode esperar, depois você me
paga o livro.
Eu pisco para ele, e João me abraça forte e enche meu rosto de beijos.
Compro o caminhão para ele e quando estávamos indo para a estrada
somos abordados por uma carroça muito linda, deve ser algum rico.
— Boa tarde jovens.

A voz é de um homem, me viro e quando observo o homem percebo


quem é, seria difícil não reconhecer aqueles olhos verdes, é aquele senhor de
meses atrás que estava tendo uma conversa estranha a qual não entendi
direito, é o Senhor Jones.
Reparo que ele continua com o mesmo jeito elegante, usando terno e
afins.
Fico com medo da forma como ele me fitou, seus olhos verdes
pousam sobre meu corpo intensamente, assim como a primeira vez, não
quero ter aquelas trocas de olhares intensas de novo.
Após sua troca de olhares sobre mim, ele diz:

— Subam, os levarei até sua casa. Vocês me conhecem, certo? Não


sou nenhum estranho. Sou o dono do bar onde seu pai se encontra todas
noites.
Que vergonha, céus.
Todo nosso dinheiro vai para esse senhor. Argh.
— Ahn. Tudo bem, vamos então, João.
Jones estende sua mão e entro na carroça, estendo a mão a João e ele
se senta do meu lado.

Ficamos em silêncio durante o percurso até a nossa fazenda.


De vez em quando pegava Jones me olhando. Estava me admirando?
Ou seria outra coisa? Bom, eu não sei, não vou ficar o encarando assim.
Reviro os olhos e olho para a janela. Não devia ter aceitado essa carona, aliás.
Após chegarmos agradeço ao Senhor, mas ele sai da carroça e nos
segue. Mas… por que? Eu não o convidei.
João entra em casa e vai guardar seu caminhão.
Encontro meu pai do lado de fora da fazenda e Jones e meu pai se
cumprimentam, secamente.
— Que coincidência, Rodolfo. Encontrei seus filhos no centro da
cidade, os trouxe em segurança pra você.
— Obrigado.
Meu pai responde seco e segura meu braço.
O que está acontecendo?
— Ora. Ora. O que acha que está fazendo? — Diz Jones sério, fitando
meu pai.
— Levando minha filha para dentro, pra gente conversar. — Ele arfa
para o Senhor Jones, eu francamente não sei o que está havendo.
— Não temos nada para conversar, Leôncio. — Jones chama um de
seus guardas costas que estava na carroça conosco, nem tinha reparado nesses
homens.
O homem negro e bem forte aparece ao lado de Jones, como ele
ordenou.
— Por favor, relembre a Rodolfo nosso acordo.
O homem negro assente e avança contra meu pai. Ele vai agredi-lo.
Eu fico na frente do homem grandalhão e antes de levar um tapa dele
eu ouço.
— NÃO TOQUE NA GAROTA.
Jones diz e o homem negro abaixa a mão e segura meu pai. Ele não
consegue sair dos braços daquele homem forte. Meu pai tenta lutar e sair,
mas ele não é forte o suficiente.
Fico sem saber o que fazer, se meu pai não teve chance contra aquele
homem, imagina eu.
Olho para Jones apavorada com tal cena e digo:
— O que está havendo? Ele está te devendo alguma coisa? No seu
bar? Eu posso pagar. Quitei todas as dívidas, só não sabia que papai tinha
mais dívidas.
Jones sorri e diz.
— Ele já quitou. — Diz o Sr. Jones, me encarando, intensamente.
— Como assim? — Questiono sem entender o que está acontecendo.
Jones parece um pouco tenso no início, e suas mãos me parecem
agitadas naquele momento, como se ele não soubesse como me contar o que
estava acontecendo.
— Você não contou a sua filha? — Jones pergunta ao meu pai, que
parece bastante tenso naquele momento.
Papai nega com um movimento de cabeça.
— Seu pai percebeu naquela noite que ele não tinha mais nada para
vender... exceto os filhos.
— Não! — Exclamo surpresa, ele não faria isso.
— Ele te ofereceu a vários homens naquela noite... — Ele continua
explicando, e eu só posso sentir meu coração se apertar dentro do meu peito.
— No fim ele vendeu você pra mim. Eu disse que esperaria alguns meses
para vir busca-la. Você já está quase completando dezoito, já é quase de
maior.

Me viro olhando para meu pai não acreditando no que aquele senhor
disse.
" Vendida?" Sério?
Meus olhos começam a lacrimejar e lágrimas escorrem pelo rosto.
Jones me olha com certa pena, mas ele ordena para o grandão pegar
minhas coisas.
Não, Eu não posso ir.
Eu olho para meu pai que desaba no chão após o outro o soltar.
Ele começa a chorar desesperado. Eu vou até ele, me ajoelho e digo:
— Pai. Por que fez isso? Pai… — Suplico apavorada.
— Me desculpa. Naquele dia estava bêbado. Só vi o que tinha feito
quando voltei para casa. Me perdoa. Eu fui um idiota, ainda sou... — Ele
chora mais e me puxa para um abraço, eu retribuo, mesmo ele tendo feito
isso, ele é meu pai, ele errou, mas eu o amo. Ele é minha família.
Ficamos nos abraçando e sinto ele tremer todo, ele está desesperado e
eu também, nós não temos chances contra Jones e seu guarda costas.
Após ele secar suas lágrimas eu começo a falar:
— Pai. Eu te amo, sei que errou muito me vendendo... mas...
Fui interrompida pelas mãos de Jones me levantando, tento sair de
seus braços mas ele é forte e sou incapaz de sair.
Meu pai se levanta com seus olhos cheios de lágrimas, tentando me
socorrer, mas vejo o guarda costas dar um soco no estômago do meu pai e ele
cai de costas no chão gemendo, eu fico com raiva e grito e começo a dar
tapas em Jones. Ele fala alto:

— Para com isso menina. Não adianta querer escapar, seu pai vendeu
você para mim, não há como voltar atrás.
Começo a desabar em choro e Jones me carrega até a carroça e me
sento o mais distante dele possível, o guarda costa entra e a carroça se
movimenta.
Não consegui ver mais meu pai, se ele estava bem. Só escutei sua voz
bem baixa, abafada pela carroça, que começou a se movimentar. " Não a
leve, só tenho meus filhos agora, não posso a perder. Por favor."
Sua voz em agonia me deixa mais com o coração partido. Eu não
posso o deixar, nem ao meu irmão, não posso.

Eu estou encolhida, com medo do que vai me acontecer agora, porque


o Senhor Jones é um desconhecido e isso me assusta.
Eu era uma mulher livre que lutava dia após dia para pôr comida em
casa, e infelizmente descobri ao final do dia que fui vendida pelo meu próprio
pai. E que agora, talvez, nunca mais o veja, nem meu irmãozinho.
Capítulo 4

Meu coração está apertado. Estou sendo levada a um lugar que não
conheço.
Estou chorando em silêncio para ele não ver. O que será de mim
agora? Serei serva dele?

Chegamos a sua enorme mansão. Ele mora na cidade e prefere usar a


moda antiga: carroça e cavalos, em vez de automóveis.
Aliás, nossa cidade é antiga, e todos preferem carroças e cavalos por
aqui.
Ele desce e me ajuda, eu estava tão nervosa que nem lembro se
agradeci, mas ele também não fez questão. Por alguns segundos ficamos os
dois ali, se encarando, um sem saber o que dizer ao outro, e então, ele desistiu
primeiro de dizer algo e se afastou.
O homem negro carrega algumas malas que ele pegou no meu quarto,
sem permissão, nós andamos em direção à mansão.
Jones se aproxima de mim novamente e me estende o braço e por
alguns segundos não sei se devo aceita-lo. Uma parte de mim quer fugir dali,
escapar daquela situação, mas engulo em seco e aceito ser guiada por ele para
dentro da casa. Não sei porque faço isso, porque aceito ser levada, mas minha
mente está muito confusa naquele momento.
Entramos na mansão e fico boquiaberta.
Admito que é um lugar lindo.
Ele é rico, e tem tudo o que quer. Mas por que? Por que se interessou
em me comprar? Por que meu pai me vendeu?
Fico mais triste pensando sobre isso.
Ele me conduz até sua luxuosa sala e diz após se sentar.
— Deseja algo?
— Ir embora.
Respondo como uma garota mimada e ele ri da minha resposta.
Me sento no sofá, mas bem longe dele.
Ele suspira um pouco e se refere a mim.
— Bem, Lúcia. Você pertence a mim agora, ele ficará de olho em
você quando eu não estiver aqui.
Ele aponta para o grandão que atacou meu pai. E começa a falar
novamente:
— Você vai ajudar nos afazeres da casa. Minha governanta irá te
orientar, caso tenha dúvidas. Não se preocupe, eu lhe pagarei um salário por
isso.
Então eu seria uma faxineira na casa? Tudo bem, eu poderia lidar com
isso. Em casa eu era responsável pela limpeza e eu gostava de fazer tal
serviço.
Ele disse que me pagaria um salário. Uma parte de mim quis
perguntar quantos, mas não tive coragem naquele momento, mesmo assim, a
ideia de ter algum dinheiro me animou, pois poderia enviar o dinheiro pra
casa.
Eu não confiava que meu pai se lembraria de comprar comida, roupas
ou outras coisas para meu irmão.
— Eu... eu não preciso do dinheiro, prefiro enviá-lo todo ao meu
irmão. — Disse ao Sr. Jones, gaguejando um pouco no começo devido ao
meu nervosismo.
— Você tem certeza disso? — Ele me questionou e eu acenei que sim
com a cabeça. — Tudo bem... Continuando: você também irá me acompanhar
em minhas viagens e afins. — Ele continuou a falar. — Terá seu quarto, mas
caso me desobedecer será punida.
O modo que ele diz a sentença final, sobre ser punida, parece ser
carregado de uma atmosfera sexual e eu fico sem saber como reagir naquele
momento, além de engolir seco.
— Punida...de que forma serei... serei punida? — Pergunto,
gaguejando pela tensão no ar.
— Você saberá de que forma será punida... e vai gostar.
Ele ri após terminar a frase e aquele riso desperta em mim sensações
estranhas. Não quero nem imaginar que punições eu terei se o desobedecer. O
que ele poderia fazer comigo? Olha só onde fui me meter.
Ele se levanta vem até mim, pede para levantar. Eu obedeci com certo
medo da punição que ele recém comentou.
Ele me encara e diz:
— Muito bem, continue assim. Vou dar uma volta. Daqui duas horas
esteja no meu escritório. Até lá, a governanta te mostrará a mansão.
Ele chega mais perto e cheira meus cabelos. Mas que…
Inapropriado…
Eu fico parada o olhando. Ele alisa meus cabelos e se afasta. Me olha
pela última vez e sai da mansão.
Ufa, até que enfim. Ele sabe como me deixar desconfortável. Nenhum
homem chegou tão perto de mim assim, ainda mais que ele é bem mais velho
que eu, e isso me assusta um pouco.
Após ele sair a governanta aparece ao lado da porta, ela me chama e
me mostra a mansão. Tem três andares.
A casa é linda, toda limpa e organizada. É impecável.
Ela me mostra os quartos, que são muitos, me mostra a cozinha e as
três salas que tem aqui, vejo onde fica o escritório de Jones, devo encontrá-lo
daqui umas horas.
Conheço uma sala de jogos, tem sinuca e outras coisas que
desconheço.
A governanta disse que alguns amigos de Jones frequenta sua mansão
e eles jogam esses jogos.
Conheço todos os lugares, fico até exausta. Por fim ela me mostra
meu quarto. Não é tão grande como o do Senhor Jones, mas é maior do que o
meu antigo. Não tenho que reclamar, mas não quero ficar aqui. Como vou
fugir e voltar para minha vida?

Não sei como. Estou me mostrando uma garota forte para minha
idade, eu chorei na carroça mas foi de desespero por meu pai ter sido
golpeado. Mas agora que estou só. Desabo no travesseiro em silêncio.
Papai, como o senhor está? Meu irmão… Não me despedi…
Como eles devem estar? Eu os verei?
São tantas perguntas que talvez nunca serão respondidas. Me sinto tão
estranha. Fui vendida, meu pai me vendeu. Como pode tal coisa?
Desabafo em lágrimas, mas me lembro das frases da minha mãe. Vou
fazer de tudo para sair daqui. Eu não pertenço a esse homem.

Ele não parece ser um homem muito bom, eu sinto isso.


****
Depois de ter tomado um banho eu vou até minha mala e visto uma
calça e uma blusa larga. Nunca tive condições de ter boas roupas. Aquele
cara que fez minhas malas colocou apenas quatro pares de roupas. Eu tinha
dez, o resto ficou lá, mas eu irei voltar para minha casa, custe o que custar.
Chega a hora de me encontrar com Sr. Jones, vou até seu escritório, é
no mesma andar que meu quarto, segundo andar.
A porta está aberta, eu entro e vejo o tamanho da sua biblioteca, é
linda demais.
Fico babando nos livros e de repente eu pulo, o Sr. Jones entrou na
sala. Céus que susto.
Ele sorri do meu susto e diz.
— Pontual, gosto disso. Se sente.
Ele ordena e olha para o sofá de couro que há ali. Eu me sento sem
graça e ele avança e senta do meu lado. O ar está estranho, o que ele vai
fazer?
Sr. Jones fica me olhando, de um jeito estranho. Por que ele está
fazendo isso?
Eu deveria odiá-lo, então por que meu coração bateu tão acelerado
naquele momento? Isso é tão estranho, eu não entendo.
— No que está pensando?
Ele me tira dos meus pensamentos e digo o fitando.
— Nada, você está me olhando estranho.
Ele ri e espreguiça no sofá e volta a me olhar de mais perto.
— Estava te admirando, mesmo que ainda tenha dezessete anos você
está mais linda do que da primeira vez que a vi.

Eu fecho o semblante e viro meu rosto, mas ele pega meu rosto com
sua mão firme e quente, ele está me mostrando quem manda, é ele. Nossos
olhares se cruzam naquele momento, e eu posso sentir minhas mãos
começarem a ficarem suadas, uma parte de mim quer desviar o rosto, eu me
sinto estranha com ele me encarando tão fixamente, quase como se pudesse
ler minha alma… E talvez, ele realmente pudesse.
— NÃO vire o rosto quando estou falando com você. Me entendeu?
Eu aceno com a cabeça e ele sorri e diz.
— Enfim. — Ele olha para minha roupa e continua. — Vou
providenciar roupas para você, porque francamente, esses trajes são horríveis.
Ele debocha de mim e vê que fiquei mais furiosa, então ele fala:

— Não fique assim, só estou sendo sincero, oras. Enfim, amanhã virá
alguns amigos e eu quero que você esteja comigo, fui claro?
Eu aceno e ele diz bravo:
— Quero escutar sua voz.
— Sim, eu entendi.
Eu respondo claramente e ele fala contente:
— Boa menina.
Ele acaricia meus cabelos e começo a recuar. Ele fica nervoso por ser
rejeitado e diz alto e claro fixando seus olhos verdes sobre mim:

— Eu gosto de obediência. Não estou fazendo nada demais com você,


Lúcia. Se você não me respeitar eu fico nervoso então por favor seja
obediente. Eu gosto de disciplina, eu fui claro?
Ele me encara esperando minha resposta.
— Sim, foi. Me desculpe.
Digo com a voz baixa e com certo medo do seu tom de voz para
comigo. Ele se afasta e diz após se acalmar:
— Vá ajudar com o jantar. Vá, suma daqui.
Ele diz alto e dou um pulo e me levanto e vou em direção à porta.
Passo por ela e caminho até a cozinha.
Esse homem e seu par de olhos verdes não me deixará em paz nunca.
Sei que vou enlouquecer, Senhor Jones me deixa confusa e não sei como
reagir a isso.
Capítulo 5

O dia passa e daqui algumas horas os amigos do Sr. Jones vão chegar.
Nem quero saber o que pode acontecer, aliás sou um tipo de brinquedo para
ele, e isso me fere muito. Nunca imaginei que passaria por isso, sempre fui
ingênua. Não sabia que uma pessoa podia ser comprada, muito menos que
meu pai me venderia. Fico pensando no que vou passar por aqui.
***
Eu ajudo a governanta com alguns afazeres da enorme mansão e faço
tudo o que ele me pede, enquanto tento a todo custo não mostrar a ele que
estou triste, por ter sido vendida pelo meu pai.
Meu objetivo é ganhar a confiança dele, pois assim terei uma chance
de sair daqui. Devo ser esperta.
Que assim seja.
Acabo de ajudar na cozinha e Jones me ordena a ir tomar um banho.
Vou até meu quarto depressa e tomo um banho rápido, e caprichado.

Penteio meus cabelos e coloco um vestido rosa muito bonito que o Sr.
Jones comprou, agora tenho perfumes de vários aromas e utensílios para
meus cabelos e jóias. Isso é muito bom, até que gostei de ganhar tudo isso,
são bonitos e destacam minha beleza. Essas jóias e esses perfumes são
maravilhosos, mas ele não vai me comprar com isso. Meu foco é fugir.
Após me perfumar vou até a sala de jogos do Senhor Jones. Assim
que entro seus amigos param o que estão fazendo e me olham. Sr. Jones não
está ali. Onde ele está?
Fico procurando, e quando decido sair da sala e procurá-lo pela
mansão, uma mão firme segura meu braço.

Olho para cima e vejo um homem alto, musculoso, de pele morena


me encarando, seus olhos são pretos como carvão, e ele me aperta forte para
não me deixar sair.
Estou perdida. Cadê o senhor Jones?
Prefiro estar perto dele do que desse homem…
Ele me encara e observa meu corpo e diz.
— VOCÊ veio nos satisfazer, docinho?
Ele desliza sua mão sobre meu rosto e diz se aproximando mais.
— NÃO tenha medo, vou ser carinhoso.
Ele sorri e cheira meus cabelos. Tento sair de perto dele mas ele me
abraça por trás e diz aos seus colegas.
— Olha o que o Jones trouxe pra gente brincar, amigos. Olha que
delícia de menina. Jovem e gostosa.
Ele diz rindo alto e sinto seu cheiro podre de bebida, eu detesto
bebida.
Seus outros amigos se aproximam rindo e me secando.
O homem atrás de mim me segurando está excitado, sinto sua ereção
contra minha bunda.
Faço uma careta de nojo e tomo coragem e grito:
— ME solta !!
Minha voz solta um eco pela sala e todos se calam.
O homem atrás de mim não gostou de eu ter gritado, ele me vira com
violência e estamos de frente um para o outro, ele diz:

— Cala a boca sua infeliz. Você está aqui para nos satisfazer, Jones
mandou você para nós. Cala a sua boca e me deixa satisfazer meu desejo. Eu
estou excitado e quero você aqui e agora.
Ele bate no meu rosto e lágrimas escorrem pela minha face. Sinto sua
mão em meu rosto, está ardendo e doendo muito.

Droga, cadê o Jones?


O homem me empurra e caio de joelhos.
Ele tira seu cinto e abre o zíper da calça e diz:
— VOCÊ vai chupar tudo, até eu gozar.
Ele ri, e todos o imitam… até que uma voz os fazem calar.
— O que está havendo aqui?
Todos olham por detrás de mim, é o Jones.
Ninguém fala uma só palavra.
Sinto os passos vindo até mim, Jones fala:

— O que está fazendo aí ajoelhada? Levante.


Ele ordena e me levanto e olho para ele, meus olhos estão cheios de
lágrimas e meu rosto está ardendo ainda.
Ele me olha em choque e diz alto e claro:
— Quem fez isso com ela?
Todos se calam e ele pergunta mais uma vez, bem nervoso que faz
todos arregalarem os olhos.
— EU PERGUNTEI. QUEM FEZ ISSO COM ELA? SE NÃO
RESPONDEREM VAI DAR MERDA PRA VOCÊS.

Ele grita e todos ficam assustados.


Ele se vira para mim e diz baixo:
— Me diz quem foi e tudo acaba agora. Pode me dizer. Anda.
Eu olho em seus olhos e suspiro. Limpo minhas lágrimas e aponto
para o grandão.

Jones se transforma e avança contra ele.


O grandão é derrubado no chão e Jones soca sua cara com força várias
vezes.
Ele para, ajeita sua roupa e vejo o rosto do homem todo machucado e
sangrando.
— Que sirva de lição. Eu a chamei para apresentá-los, ela é minha, eu
a comprei, é minha submissa, criada. Enfim, ela é minha, foi vendida pra
mim. Aí chego aqui, e ela está ajoelhada, ia fazer um sexo oral nesse merda,
levou um tapa na cara. É assim? Vocês acham que podem pegar o que é meu?
Ela é minha e faço o que eu quiser com ela, mas ela é só minha. Se alguém
tocar nela de novo. Vai ficar pior do que o Denis. Entenderam?
Todos acenam com a cabeça chocados com a cena.
O homem se senta e arfa de raiva. Ele me olha com desprezo e muita
raiva, mas eu não tenho culpa. Não fiz nada demais, ele que foi um nojento
comigo.
Paro de encarar ele e Jones vem até mim.
— Você não merecia isso, até hoje não me desrespeitou, se tivesse
cometido algum erro eu te puniria. Mas você até agora, está fazendo tudo
certo. Então te peço desculpas por esse idiota. Pode ir para seu quarto,
mandarei alguém cuidar do seu ferimento. Mais tarde apareço em seu quarto.
Pode ir.
Eu apenas aceno com a cabeça e me retiro dali.
Eu sei que hoje foi apenas o começo do meu sofrimento.
Talvez Jones seja pior do que esse tal de Denis. Eu irei descobrir.
Fico pensando: cadê aquele cara que Jones disse que ficaria de olho
em mim? Se ele estivesse por perto, isso não teria acontecido.
Capítulo 6

Horas mais tarde, depois de ter colocado curativo no meu rosto,


disseram que por ordem do Jones podia ficar no quarto, meu rosto ficou um
pouco inchado e roxo, minha pele é sensível, sinto meu rosto ainda
formigando.
Antes de dormir ele vem me ver, pergunta se estou bem e me deseja
boa noite.
Ele sempre me trata assim: seco, frio e distante, mas ao mesmo tempo
ele parece se preocupar comigo, mas logo depois ele se distancia mais, como
se tivesse algum medo. Eu realmente não o entendo.
***
Os dias seguintes tenho orado antes de dormir e após acordar, sinto
saudades da minha família o tempo todo e após aquela cena de agressão que
Jones deu em seu amigo, se é que são amigos, me deixa desconfortável
porque eu não sei o que realmente foi aquilo.

A saudade pela minha família rasga em meu peito. Sinto falta do


sorriso do meu irmão, de sua presença e do meu pai também, mesmo depois
de ter feito tamanha loucura. Não sei quando poderei sair daqui e não tenho
coragem de pedir ao Senhor Jones que me deixe ir. E se eu pedisse, será que
ele deixaria? Eu acho que não.

***
Após almoçar eu lavo meu prato e ajudo em alguns afazeres da casa, é
tão imensa e graças a Deus por ter muitos empregados.

Terminado o serviço do dia escuto Jones reclamar alto.


— Mas já falei para cobrar aquele infeliz, se ele não me pagar vai
pagar caro, e você sabe. Volte lá e traga meu dinheiro.
Ele está nervoso, é melhor nem ficar perto dele. Muitas pessoas
devem a ele, e isso tem o irritado bastante.
Escuto meu nome sendo chamado e vou até a sala.
Ele está sentado e está usando um terno, seus cabelos negros estão
jogados para um lado, ele está bem formal. Ele me encara e manda me sentar
ao seu lado.
— Fez todos os afazeres?
Eu balanço a cabeça e ele diz impaciente:
— VOCÊ não é muda. Responda.
— Sim, eu fiz senhor. — Ele detesta quando respondo
silenciosamente.
— Ótimo. — Ele resmunga e continua. — Bom, tenho uma viagem
para fazer de manhã, quero que durma mais cedo hoje, pode ler livros se
quiser na minha biblioteca, mas antes do jantar já a quero na cozinha
ajudando. Me entendeu?
— Entendi.
— Perfeito. Parece que seu rosto melhorou. Que ótimo.
Ele se aproxima de mim e com seu polegar ele acaricia minha
bochecha e fixa seus olhos esverdeados nos meus, ficamos assim por alguns
segundos, e me sinto desconfortável com essa aproximação. Ele de imediato
recua, e respira fundo e diz sério.

— Bom, passe mais um pouco de pomada no seu rosto, reparei que


está um pouco inchado, porém está bem melhor. Pode ir. E não esqueça do
que te falei: dormir mais cedo. Pode ir.
Eu apenas assinto e me retiro dali. As vezes ele me confunde.
****
Passo a tarde lendo livros, isso me acalma, ler me faz viajar em
mundos que são bons, que todas as pessoas são amadas. Mas apenas na
fantasia que existe isso, na realidade é a pura crueldade. Estou passando por
isso, eu fui vendida e agora vivo obedecendo a esse homem e se não fizer ele
me punirá, e nem sei de que maneira. Ele acha que sou propriedade dele, e
isso me deixa extremamente infeliz, ele não me vê como uma pessoa, e sim
como um brinquedo, ele acha que é meu dono, e eu não quero ser mandada
por ninguém. O único que pode mandar em mim é Deus, somente ele.
****
Chega a hora da janta, já estou na cozinha e começo a ajudar a chefe
de cozinha, ela me orienta:
— Corte assim as verduras, em cubos.
Eu observo como ela faz e tento fazer o mesmo, não fica tão perfeito
como ela faz, mas pelo menos tentei.
Ela me pede para fazer o arroz e tempero com sal e outros temperos.
Ajudo a preparar a carne e após terminar de ajudar eu lavo as mãos e me
sento na cadeira.
Uma ajudante de cozinha começa a puxar assunto:
— Então essa é a Lúcia.
Eu olho para a loira e digo secamente:
— Sou eu.
A mulher me olha de cima a baixo e diz:
— VOCÊ terá muito trabalho por aqui mocinha, não fique feliz por
ter os cuidados do Sr. Jones, ele sabe ser muito mau, cuidado.

Ela solta uma risada sinistra e a chefe de cozinha chama sua atenção:
— Vá olhar as verduras, anda logo.
Ela empina o nariz e vai até o fogão dar uma olhada nas verduras, a
chefe de cozinha que se chama Margarida diz:
— NÃO liga para ela, sempre gostou de atormentar os novatos.
Eu sorrio para Margarida, ela se mostra uma pessoa legal, gostei
disso.
— Não ligo para isso. Está tudo bem. Precisa de mais alguma ajuda?
Ela sorri mexendo na carne e diz:

— Pode pôr a mesa e esperar o chefe chegar lá na sala principal. Por


hoje é só. Obrigada querida.
Eu me despeço dela e ponho a mesa.
Como a família do SR. Jones, pelo o que ouvi as criadas falarem:
Seus pais estão morando na Inglaterra. E ele é filho único e mora
sozinho aqui em Marolândia, cidade do Brasil, nossa cidade é pequena e
pouco habitada. Soube que os pais do meu Senhor nasceram aqui e
conseguiram uma bolsa para estudar na Inglaterra, eles eram melhores
amigos e se mudaram para lá juntos, quando eles cresceram se apaixonaram e
voltaram para a cidade natal, se casaram e depois de uns anos tiveram Jones.
Ele estudou em uma cidade bem longe daqui, teve os melhores estudos,
cursou administração e quando completou vinte e um anos já morava sozinho
em um apartamento, e seus pais voltaram para a Inglaterra, Jones não queria
ir com eles, conseguiu vários empréstimos e consegui ter seu próprio
negócio. Ele é dono do bar mais popular da nossa cidade, conseguiu também
ser o dono da empresa da cidade de São Paulo, as melhores mercadorias vem
de lá para cá, ele só não se muda para lá por que gosta dessa cidade. Porque
ele conquistou tudo sozinho e não quer largar isso.
Então ele é um Senhor muito rico, tem diversas empresas em São
Paulo e pelo que sei, seu melhor amigo cuida das empresas para ele. Todo
mês, em uma data de sua escolha ele viaja para São Paulo para ficar lá por
uma semana para ver como andam as coisas. E amanhã irei com ele, nunca vi
uma cidade grande, será a primeira vez.
Como as empregadas fofocam muito, sei que ele tem vinte e sete
anos, ele é dez anos mais velho que eu. Mas as empregadas não falam sobre
estilo de vida do Sr. Jones, parece que ninguém aqui sabe como ele é, mas eu
quero saber, mesmo que seja a coisa mais sombria que irei descobrir.

Após relembrar sobre isso tudo, termino de pôr a mesa.


Agora irei jantar na mesa com ele. Somente três pratos estão na mesa,
um para mim, Jones e seu guarda—costas. Pois é.
E agora por ordens dele, Leôncio me segue toda hora, chega a ser um
grande tédio.
Jones chega após alguns minutos e ao invés de me cumprimentar ele
manda eu chamar as cozinheiras para pôr a comida na mesa.
Vou até a cozinha e todas levam uma tigela de comida. Hoje temos
salada de verduras, arroz, feijão, e carne ao molho, Sr. Jones ama.
Me sento ao seu lado e espero ele se servir.
Ele enche seu prato e coloco somente um pouco de comida para mim,
não sou de comer muito.
Todos nós comemos em silêncio. Chega a ser estranho.
Na minha casa, era ótimo almoçar e jantar em família, mas depois que
mamãe morreu, só eu e meu irmão comíamos juntos, meu pai comia na sala.

Sinto falta da voz do meu irmão, e do meu pai, como desejo vê-los.
— No que está pensando?
Levo um susto e olho para o Sr. Jones, ele sempre me pega de
surpresa.
— Em nada. Já terminei de comer. Vou me retirar.
Ele me fita com raiva e diz.
— Vai ficar sentada até eu mandar. Portanto sente essa bunda na
cadeira agora mesmo.
Ele certamente é maníaco por controle.

Me sento novamente e fico fitando a mesa sem olhar para ele. Pelo
menos o obedeci. Eu não posso o desobedecer, não posso perder o foco.
Após a permissão do Sr. Jones, ajudo na cozinha e depois vou para o
jardim cuidar do mesmo.
O jardim é imenso e tem diversas plantações aqui. É maravilhoso. É
um lugar que me acalma. Me sinto viva, de certo modo.
Mesmo já sendo tarde da noite, o jardim é bem iluminado e bem
cuidado, é um colírio para os olhos, esse lugar.
Quando decido colher uma maçã sinto braços quentes em volta da
minha cintura. E para minha falta de sorte, é ele.

— Não se mova.
Ele já começa a mandar novamente e ele me vira de frente para ele.
" o que ele vai fazer? "
Fico com receio, nenhum homem chegou tão perto assim de mim, a
não ser ele.

— Mês que vem você fará dezoito anos, Lúcia, e você será minha.
Toda minha. Vou ser o primeiro a te tocar, a te sentir. Fique avisada, terá que
fazer tudo o que te pedir, se não será punida. Vou te dar uma amostra agora,
se você se recusar irá sofrer as consequências bem aqui.
Ele sorri e me derruba no chão, minhas costas doem, estou deitada
contra a grama debaixo da árvore.
Ele fica por cima de mim prendendo seu corpo ao meu.
— VOCÊ é de menor, não vou fazer nada, só quero te sentir. Você me
excita quando fica bravinha e não me obedece.

Ele fala no meu ouvido e não acho correto o que ele pretende fazer
comigo, céus não sei se vou suportar tudo isso.
Sinto a boca dele em meu pescoço, descendo para meu ombro. Ele
depositou vários beijos em meu rosto, seguindo para meu pescoço, ele geme
sentindo minha pele e eu fico calada, não posso recuar infelizmente.
Sinto seu membro duro contra minha intimidade, pressionando forte.
Isso faz com que me sinta tensa, nunca senti isso, um homem está me
desejando e isso é estranho e ao mesmo tempo o meu corpo gostou disso.
Mas como? Isso não é errado? Escuto sua voz rouca.
— Olha como você está me deixando, sua pele é macia, cheirosa.
Você é uma delícia. Mês que vem vou acabar com você.

Ele ri baixo beijando mais meu corpo e levando uma mecha dos meus
cabelos até seu nariz, ele cheira e depois se levanta e me puxa.
Ele ajeita sua roupa e diz sorrindo.
— Já arrumaram suas malas, não esqueça de acordar cedo amanhã.
Até mais.
Ele puxa meu rosto e me dá um selinho e sai dali.
Sento na grama chocada com tudo, ele tocou seu corpo no meu. Foi
estranho mas meu corpo gostou disso. Isso é correto? Posso sentir isso? Posso
dar razão a isso? Eu já não sei de mais nada. Jones está me confundindo toda,
ao mesmo tempo que ele está distante e frio, ele faz isso. O que ele quer
realmente? Eu preciso descobrir.
Capítulo 7

Antes de dormir, eu oro e peço a Deus para iluminar meu caminho e


me e dar forças para não surtar, por que estou em um lugar que não conheço
com um homem muito estranho, não sei nada sobre ele.
Acordo cedo, aliás é o dia da viagem.

Minha mala está pronta como o Sr. Jones havia falado. Troco meu par
de roupas por algo mais apropriado. Jeans e camiseta rosa de mangas. Uso
um All-star que ganhei do patrão e arrumo meus cabelos e escovo os dentes.
Desço até a cozinha e Jones já está impaciente me esperando. Ele
resmunga quando me vê e diz:
— Eu disse cedo, sabe o significado dessa palavra? — Nem um bom
dia eu recebo, como esperado.
Eu fito seus olhos esverdeados e digo:
— Perdão, Senhor.
Chego perto dele e escuto a ajudante da chefe de cozinha rir baixo.
O nome dela é Sabrina e ela adora caçoar de mim certas vezes.
Jones escuta a risada e dispara o olhar pra ela e diz:
— Qual é a piada?
Ele fita ela com raiva e Sabrina diz toda envergonhada recuando:
— Não é nada, Senhor, perdoe-me.
Ela vira o rosto triste e Jones se vira para mim:
— Vamos logo, não quero me estressar mais.
Ele puxa meu braço e me leva até a carroça. Ele está bem zangado.
Iremos de carroça até o aeroporto, de lá iremos pegar um avião até
São Paulo, não demora muito.
Em meia hora chegamos ao aeroporto e entramos na fila.
Esse lugar é imenso e muito lindo, nunca tinha explorado minha
cidade, agora vou para outra, mas não será mil maravilhas. Sei que não. Só
vou seguir ordens como sempre.
Jones providenciou tudo, quando me tirou da minha casa a força, o
Leôncio pegou minhas malas com meus documentos. Então Sr. Jones fez
meu passaporte, carteira de trabalho. Tudo que é meu está nas mãos dele,
inclusive minha vida. Mas, talvez Deus me tire daqui, preciso ter fé, não é
mesmo?
Chega nossa vez e ele entrega os passaportes e outros documentos
necessários.
Fomos em direção à fila de embarque. Somos da primeira classe
então, rapidamente estaremos dentro do avião.
Jones a todo tempo me segura forte contra si, estou bastante arrumada
e o incomoda tantas pessoas me olhando, teve um homem até bonito me
olhando e sorriu para mim, Sr. Jones ficou na minha frente e assustou o cara.
Ele está avisando que eu sou dele, mesmo não sendo verdade.

Chegando no avião eu me sento ao lado dele e Leôncio senta atrás de


nós.
Arrumo minha roupa e fico olhando pela janela. Vamos voar e acho
que ficarei com medo, nunca pus os pés em um avião.

Sinto o avião começar a subir e meu coração acelerar. Olho para a


janela e uma onda de medo e adrenalina percorre meu corpo, chego a
arrepiar. Putz, que loucura, eu vou morrer! Eu vou morrer! Entro em pânico.
Começo a tremer e apertar minhas mãos na minha coxa e Jones repara
no meu nervosismo e medo e ele diz:
— Calma, parece até uma criança.
Ele revirou os olhos e segura uma de minhas mãos. Ele pede para
controlar minha respiração e olha dentro dos meus olhos intensamente.
Eu retribuo o olhar e lentamente começo a me acalmar, ele dá um leve
sorriso de canto e diz:
— Boa garota. Se sentir medo, faça o que te ensinei agora. Confie em
você mesma.
Eu assinto e ele solta sua mão da minha e pega um livro que ele
trouxe para ler. Não sabia que ele lia livros, mas é óbvio, ele tem uma
biblioteca na sua mansão.
Sr. Jones pela primeira vez, se mostrou atencioso e cuidou do meu
pânico de avião. Ele deu um sorriso sincero que nunca vi, não tinha outras
intenções em seu rosto naquele momento.
Passa algumas horas e tirei diversos cochilos. Consegui, graças ao
exercício que Jones me ensinou, tirar alguns cochilos. Dormir em um avião é
bastante estranho, eu acordei assustada e depois caiu a ficha que estava em
um avião.
— Bela adormecida. Estamos quase chegando.
Jones chama minha atenção, me viro para ele, arrumo meu cabelo e
me sento corretamente no assento.

— Que bom.
Minha voz está rouca e falha. Preciso de água. Automaticamente é
como se ele ouvisse meus pensamentos, ele me entrega uma garrafinha de
água.
— Obrigada. — Pego de sua mão e bebo um pouco. Entrego a ele e o
mesmo a guarda.
Fico um bom tempo olhando para janela para não ter que ver aqueles
olhos verdes, ele é bem estanho. Não o conheço, ao mesmo tempo que ele se
mostra uma pessoa boa, ele é distante e frio, realmente deve ter acontecido
algo para ele ser assim.
Estou curiosa para saber.
****
Depois de um tempo chegamos ao aeroporto de São Paulo. Após
pegarmos nossas malas, Jones pede um táxi e nossa próxima parada é um
apartamento que ele tem aqui, de dois andares.
Chegando no apartamento, Leôncio pegou nossas malas e Jones me
segura pelo braço me levando até o apartamento.
Entramos e vejo como é bem decorado e arrumado. Impecável, assim
como sua mansão.
Ele me diz que ficarei no quarto de hóspedes e Leôncio dormirá na
sala.
Fico admirando o apartamento e Jones diz:
— Já abasteceram a geladeira como pedi, eu vou até minha empresa
falar com meu amigo e sócio. Você fica aqui e vai ter um segurança que
contratei ali do lado de fora. — Ele aponta para a porta. — Come o que
quiser, quando chegar quero a janta pronta. Durante essa semana você que
fará a comida. Portanto, capriche no jantar. Até depois.
Sim, ele é exigente e machista. Eu não gosto disso. Me despeço dele e
respiro fundo.
Deito no sofá e penso comigo mesma

"essa semana será uma loucura."


Decido tomar um banho, por que daqui a pouco tenho que pensar no
que farei de jantar para Jones.
Meu lanche da tarde é um Sucrilhos, não sou de comer muito, então
aproveito e como essa besteira que não comia há anos, só comi na verdade
quando era criança, queria matar a saudade. O sabor está bem melhor que
antes.
Depois olho na geladeira e vejo que tem verduras, legumes, no
congelador tem carnes, batata pré-cozida para fritar, carne de hambúrguer e
afins. Céus, o que farei?
Capítulo 8

Havia preparado a janta: fiz arroz bem soltinho, feijão, salada, bife
acebolado e batata frita. Foi uma comida básica, mas sei que ele ama batatas
fritas e bife. Então vou ganhar pontos por isso.
Após deixar a janta pronta, vou até o quarto que vou ficar e fico
olhando pela janela o tempo, está começando a ficar nublado, vai chover
daqui a pouco, eu amo chuva e gosto de ficar debaixo do cobertor, e ouvir o
barulho o som dela ecoando pelo telhado.
Eu aprendi a fazer comida na prática mesmo, quem fazia era a mamãe
e meu pai e meu irmão não sabia fazer nenhum tipo de comida, nem um ovo.
Estou imaginando se eles estão passando certas dificuldades, me parte o
coração essa distância, ter sido separada deles de um jeito tão horrível.
Não sei se os verei de novo, mas tenho me mostrado uma garota forte
para minha idade. Sempre fui fechada em não demonstrar sentimentos, mas
sempre mostrava que amava meu irmão, era carinhosa com ele, ele precisava
de todo amor, e fico pensando se meu pai está passando isso a ele. Agora que
não os tenho mais, sinto meu coração endurecido, raiva e ódio começa a
preencher meu coração, pelo fato dele ter me vendido, por que ele fez isso?
Mesmo não demonstrando o quão triste estou, pois sou fechada por não
demonstrar sentimentos, Deus sabe o que estou sentindo, e que irei sofrer os
dias que virão. Irei tentar ao máximo ser forte, e superar tudo que está por vir.
Após Jones chegar e exigir minha presença vou até seu encontro.
— A janta está pronta? Estou exausto.
— Está sim.
Ele ergue o olhar para mim e vai até a cozinha olhar as panelas, vejo
pelo seu olhar que ficou satisfeito, ele diz após tirar a gravata.

— Vou tomar um banho, assim que voltar quero que me sirva.


Sua voz é firme, ele me olha profundamente e assinto. Ele vem até
mim, passa suas mãos pelo meu cabelo e deposita em meus lábios um selinho
rápido e desapareceu pelo corredor indo até o banheiro. Suspiro revirando os
olhos e me sento no sofá. Meu Deus, por que ele faz isso? Está agindo como
se eu fosse sua… namorada, não sei. Ele me quer, mas não é assim que as
coisas funcionam, meu pai me vendeu para ele, mas ele não pode agir assim
comigo. Não pode. Achar que pode fazer isso, me beijar desse jeito e dizer
que quando eu fizer dezoito anos ele vai… céus, ele não pode…
Por nunca ter sido beijada na minha vida, eu senti algo estranho,
como um choque pelo corpo, foi estranho mais não foi ruim. Eu não quero
sentir nada por ele, se não estarei ferrada.

Ainda sentada batendo os pés no chão para passar os minutos vejo Sr.
Jones se sentando na cadeira, Leôncio está sentando também. Me levanto e
vou a cozinha e sirvo os dois. Quando vou me retirar, Jones diz:
— Arrume para você também.
— Não estou com fome. — Respondo sinceramente.
— É pra você comer alguma coisa. Se ficar doente? Anda logo. Trate
de comer.
Eu assinto e vou até a geladeira e pego uma fruta para comer, me
sento com eles e como a fruta.
Os dois comem em silêncio e escuto Jones reclamar baixo, ele parece
cansado e frustrado.

Após eles terminarem eu lavo os pratos e os seco. Jones está vendo


televisão, ele me vê terminando a louça, e me chama.
— Sente do meu lado.
Ele ordena e me sento ao seu lado.
Ele alisa meus cabelos e sussurra em meu ouvido.

— Pena que ainda não tem dezoito anos, eu estou louco de desejo por
você, querida. Como não pode me satisfazer. Eu vou só fazer isso.
Ele me olha intensamente, coloca suas mãos entre meus cabelos e me
beija.
Um beijo urgente, ele está necessitado.
Não sei como beijar e fico imóvel.
Ele me beija mais e ordena entre o beijo. – “Faça como eu, vai
sentindo, se entregue ao beijo”. “Eu estou te ordenando.”
Ele puxa meu cabelo com força e não tenho como recuar. Serei
punida se não obedecer.

Correspondi ao beijo. Ele suga mais meus lábios e sinto sua língua
entrar em minha boca, ele suga com urgência e geme ao me beijar
intensamente. Correspondo do jeito que posso e ele morde meus lábios, beija
meu pescoço e morde minha orelha. Ele vai para meu pescoço e começa a
sugar o mesmo, o que ele está fazendo? Um chupão? É assim que fala?
Ele suga com força, e sinto uma dor e reclamo um pouco. Ele para e
toma meus lábios de novo e morde meus lábios com força e diz.
— Eu mandei ficar calada. É só um lembrete que você é minha. É
uma marca. Vou aguardar ansiosamente mês que vem. Você será
oficialmente minha.

Ele diz após dar um sorriso malicioso.


Fico perdida em pensamentos, ele me deixou tonta com esse beijo, foi
tão bom, tão quente, sensual, não posso me apaixonar. Não devo, olha o que
ele está fazendo comigo. Não é assim que imaginava ter uma pessoa em
minha vida. Agora estou ferrada por que nem sei o que está havendo comigo.

Se eu me apaixonar, posso sofrer por que ele não gosta de mim. Vou
tentar não misturar as coisas. Não nutrir nenhum sentimento por ele.
Capítulo 9

Essa semana vai ser uma loucura.


Se eu não estivesse presa ao Jones, estaria vivendo minha vida como
sempre sonhei, iria encontrar um homem ideal pra mim, na hora certa.
Deus encaminharia esse homem.
Mas, aqui estou eu. E posso me apaixonar por ele. Por que ele sabe
como fazer uma mulher sentir tais coisas intensas, como ele faz comigo.
Como sinto falta do meu irmão, do meu pai, e mais ainda da minha
mãe.
Ela era tão calma, tão amorosa, como desejo um beijo dela de boa
noite, eu até dormia melhor.
Agora, eu estou aqui satisfazendo os desejos de um homem rico que
pretende fazer o que quiser de mim, como se eu fosse um objeto. Ele
realmente não sabe o que é amor, talvez nunca sentiu isso, e se ele fizer eu
me apaixonar, estarei ferrada. Ele me quer somente para satisfazê-lo, é o que
eu penso sobre ele, mas é o que quase todo homem quer, não é? Antes não
entendia nada disso, mas agora eu estou entendo muita coisa.
Mas de uma coisa eu prometo, eu vou sair daqui, eu vou fugir. Eu
preciso fazer isso.
Os dias se passam, e como sempre lavo as roupas de Jones e do
Leôncio, faço a comida deles. E sempre tenho que fazer o que ele quer, se
não, serei punida. Não sei como consegui não surtar até agora, pois detesto
que mandem em mim, só meu pai tem esse direito. Mas agora que ele me
"comprou" ele acha que tem posse sobre mim.

Reviro os olhos e respiro fundo.


Na hora quando ele não está em casa, e o segurança sai para ir ao
banheiro e tomar banho, eu saio e ando pelo hotel. Eu já tinha calculado
quanto tempo o segurança demoraria para se banhar ou fazer sua higiene e ele
demorava mais do que eu. Pois então, conseguia dar uma pequena volta pelo
hotel e tirar a tensão que estava sentindo.

O resto da semana não fiz mais nada do que ficar naquele


apartamento e atender aos desejos de Jones.
Certas vezes ele me dava um beijo, me empurrava na parede e ficava
se deliciando com minha boca, a saboreando e o que sentia era um desejo
imenso, o gosto da sua boca ficava em mim por horas e tinha que me
controlar, não posso o desejar, se me apaixonar, aí que não vou conseguir sair
daqui.
Hoje é o último dia em São Paulo e nem conheço a cidade. Tédio.
— Lúcia.
Ele me chama impaciente.
— Sim?

— Eu vou dar uma volta, comprar umas coisas pra mim, quer vir?
Ele leu meu pensamento? Só pode ser isso. Eu respondo ansiosa.
— Adoraria.
— Então troque de roupa. Ande logo que já estou saindo.
Ele diz de modo seco e nem sequer me olha.
Eu corro até o quarto para me trocar.
Pelo menos irei conhecer a cidade, isso é bom. Pelo menos um lado
bom de ter vindo até São Paulo.
No caminho, no centro de São Paulo, Jones vai até algumas lojas e
compra cintos, relógios, gravatas e ternos. Típico de um empresário esnobe.
Reviro os olhos quando ele está escolhendo alguns ternos e olho para um
vestido na vitrine, ele é lindo, todo vermelho, rendado e bem rodado, típico
de uma princesa. Só quem é rico pode comprar.
Eu penso alto e Jones olha pra mim pensativo.
— Gostou dele?
Eu apenas assinto e olho para outro lado. Ele suspira e pede a
atendente para pegar o vestido, a moça diz:
— Vamos experimentar.
Eu nego com os braços me afastando e digo.
— Não, obrigada.
Não posso, é lindo de mais.
Jones me olha como se lesse meus pensamentos e diz.
— Vai lá experimentar. Quero ver como fica em você.
Ele me olha, ordenando e apenas balanço a cabeça e vou
experimentar.
A moça me ajuda a colocar, porque é muito difícil e tem muitos
botões para abotoar.
Assim que ela termina, me olho no espelho e o vestido serviu
direitinho no meu corpo magro, fiquei muito linda. Nunca me imaginaria
vestida assim, pareço até uma princesa. Eu suspiro e digo que tenho que
mostrar para meu acompanhante. Ela sorri pra mim e diz que vai chamá-lo.

Cerca de dois minutos ele aparece, me olha de cima a baixo e arregala


os olhos. Fica me olhando por uns segundos e diz.
— Perfeito. Quero alguns desses, mas não tão extravagantes, mais
formais nas cores: preto e azul claro, por favor. Combina mais com o tom de
pele dela.

Como assim? Ele sabe que cor combina com minha pele? Eu bufo
baixo e vejo a moça atendendo o pedido dele.
Ele sorri se aproximando e diz.
— Ficou muito linda. — Ele chega mais perto e diz no meu ouvido.
— Fico imaginando você sem ele, na minha cama. — Ele me olha de um
jeito provocador e muda de assunto. — Mas enfim, essa hora vai chegar
ainda. Troque de roupa. Eu vou pagar a conta e aprovar as roupas que a
atendente escolher. Céus o jeito que ele falou deixou minha pele toda
arrepiada, é uma sensação tão gostosa, Meu Deus
Ele se vira já indo em direção à moça que nos atendeu.

Eu troco de roupa furiosa. Eu não queria nada mas ele que manda, e
ele me provocando desse jeito, não vai dar certo.
Depois de Jones pagar tudo que comprou ele me guia até o
apartamento de novo e fica me olhando daquele jeito sensual, com certos
olhares sobre mim, eu tenho que recuar, não posso retribuir o olhar se não ele
vai saber que … estou sentindo algo por ele.
Capítulo 10

Chegamos no apartamento com muitas sacolas, ele comprou muitos


vestidos pra mim e outras roupas, e para ele... muita roupa.
Assim que arrumo minhas roupas na mala. Ele me chama:
— Já vamos ao aeroporto. Ande logo com isso.
Ele exige e sai do quarto.
Eu termino a mala mais rápido que posso e desço até a sala onde ele
me espera.
Leôncio pega minha mala e a do Sr. Jones, pega no meu braço e ele
me leva para fora do apartamento gentilmente.
Já dentro do avião fico o máximo de silêncio possível para não ter que
falar com ele, é melhor evitar um pouco, então finjo estar dormindo para ele
não querer conversar ou me olhar daquele jeito.
Após as horas intensas no avião, o mesmo taxia e então para, Jones e
seu segurança me guia até a saída.
Eles pegam as malas e Jones faz uma ligação chamando um
automóvel para nos levar até o centro da cidade.
Para quem não gosta de carros, agora parece que ele está interessado.
Enquanto aguardo fico olhando para o horizonte e pensando...
Pai, irmão. Eu vou voltar, vou cuidar de vocês como a mamãe
cuidava, pode demorar anos, mas vou sair daqui. Custe o que custar. Para
isso, não devo me envolver com Jones.
Vejo o automóvel chegando. Jones vem até mim segurando meu
braço e me guiando até ele.

Já dentro do carro, o trajeto para sua mansão não demora muito.


Fico olhando pelo vidro o carro deixando aquele local.
Em meia hora chegamos. O motorista ajuda com as malas e Jones
manda eu entrar que vai cuidar de umas coisas. Eu simplesmente obedeci
entrando na mansão em silêncio.
Depois de descansar por um tempo. Margarida me enche de perguntas
sobre a viagem.
— Foi ótimo, no fim acabei conhecendo um pouco a cidade, Sr. Jones
foi lá a trabalho, mas fiquei feliz por ter conhecido o lugar. Eu nunca saí
daqui, então gostei bastante.
— Que ótimo, querida. Fico feliz que você se divertiu. Tem sorte de
que Jones a levou. Ele não leva qualquer criado a viagens com ele. Somente
Sabrina, mas ela foi somente em duas viagens com ele, depois disso, nunca
mais.
Sabrina? Será por isso que ela implica comigo? Ela gosta do Sr.
JONES? Eles já tiveram um caso?
Eu fico pensamento em múltiplas besteiras e Margarida me tira do
transe.
— Você está bem?
Eu olho para ela e dou um leve sorriso.
— Claro, estou sim. Eu vou descansar um pouco, tomar um banho. Já
volto pra te ajudar na cozinha.
Ela sorri pra mim meio desconfiada e começo a subir as escadas.
Chegando até meu quarto escuto uma voz conhecida. Tinha que ser
ela, é claro.
— Oi Lúcia. Que saudades.
Que falsa ela é. Me viro e vejo Sabrina, ela está com um sorriso
amarelo no rosto me olhando de cima a baixo. Suas madeixas loiras estão
presas como de costume e usa um avental para poder trabalhar sem sujar suas
roupas de baixo.
Eu respiro fundo e digo de uma vez.
— O que quer?
— Olha como fala comigo, sua vaca.
Me chamou de vaca, essa loira nojenta? É isso?
— Eu não sou vaca. Quem você acha que é para falar assim comigo?
Eu altero um pouco a voz e dou um passo para a frente e ela diz me
ameaçando.
— Você acha que Sr. JONES Está interessado em você? Ele não tem
nenhum interesse por você. Está entendendo? Ele só quer brincar com você.
Essa mulher é o que? Maluca? Ela gosta dele. Deve ser isso.
— Olha. Não quero discutir. Você, pense o que quiser. Eu agora vou
me retirar.
Digo me virando e ela já me ataca.
— Sua vaca. Não me dê as costas sua...
Ela me empurra e como sou um pouco frágil caio de costas no chão,
quando tento me levantar ela já me dá um soco na boca que me faz bater a
cabeça.

Minha boca está doendo, sinto gosto de sangue e minha cabeça está
latejando. Eu tento me levantar com dificuldade. Estou meio tonta. Aperto
meus olhos com força e vejo ela rindo. Eu seguro na parede e digo.
— Você me paga, sua...
Eu grito e não consigo ficar em pé. E caio de joelhos. Meus olhos se
enchem de lágrimas. Eu estou fraca para revidar não vou conseguir bater
nessa vaca. Minha cabeça dói muito, mas que saco!
Coloco a mão na cabeça e sinto uma pontada de dor.
De repente ouço passos pesados vindo até mim. Olho para Sabrina
que está parada feito pedra. Ouço a voz do Sr. Jones.
— De novo no chão Lúcia? Que porra aconteceu aqui?
Ele pergunta severo.
Eu só levanto a cabeça e ele me olha com pavor novamente.
— MERDA.
Ele fala e me levanta com rapidez. Ele me pede para apoiar nele e
assim o faço, segurando em sua cintura enorme.
Ele diz ríspido para Sabrina.
— Me espere no mesmo local de costume. Vamos ter uma conversa.
Anda logo, eu já vou para lá.
A loira rapidamente assente e obedece desaparecendo dali.
Jones abre a porta do meu quarto e me coloca na cama.
— Como se sente? Tonta? Com dor?
—Tudo está girando, minha cabeça está explodindo de dor, minha
boca tá sangrando e latejando. Por que ela me odeia? Eu não fiz nada para
ela. Eu estou fazendo tudo que me pedem.
Eu choramingo e abaixando a cabeça. Ele levanta meu rosto com seu
polegar e diz tentando me consolar.
— Ela vai pagar pelo o que fez. E você, não fez nada. Não se culpe,
querida. Agora vou pedir alguém para cuidar de você. Certo?

Eu só balanço a cabeça e ele beija o alto da minha cabeça e sai do


quarto.
Após ele me consolar eu me sinto bem, protegida. Algo que não
sentia a séculos. Mas o que ele fará com Sabrina? Eu não sei e quero
descobrir.
Talvez aconteceu algo com ele para ser frio, seco e distante certas
horas. Por que nesse momento eu o vi protetor, que cuidou de mim e me
protegeu, mas eu sei que ele vai disciplinar a Sabrina, tenho medo do que ele
possa fazer, é assim quando alguém o desafia, ele castiga, mas não sei como
ele puni.
Capítulo 11

Depois de terem cuidado dos meus ferimentos e colocado os curativos


me deito na cama um pouco. Um bom banho também me ajudou. Tomei
alguns analgésicos e me senti melhor. Depois decido andar um pouco pela
mansão. Ando por todos os corredores e no terceiro andar vejo o tamanho
que tinha um corredor que ainda não tinha reparado. Caminho até esse
corredor escuro, dá até um medo, é muito escuro aqui, na última porta escuto
vozes:
" Nunca mais você irá fazer o que fez hoje me entendeu? Nunca mais.
" e escuto um som de batidas, será um cinto? O que é? Ele está batendo nela?
Não escuto ela gritar, que estranho.
" ME RESPONDA"
Ele ordena e escuto a voz de Sabrina.
" Nunca mais farei, Senhor."
" Ótimo. Agora vá tomar banho que vou acabar com você. Anda
logo."
Acabar com ela? O que isso significa? Ele vai transar com ela? Ele
pune e depois transa? Por que ele é assim, meu Deus? Fico horrorizada.
Depois escuto ele mandando ela ficar de quatro na cama e escuto ela gemer
de prazer e ele diz " Vou acabar com você sua safada"
Saio dali, não posso mais ouvir isso. Vou até o jardim da mansão e
fico cuidando das frutas que tem ali e algumas verduras.
Sei que me dispensaram dos serviços por hoje, mas aqui me faz bem.
Gosto de ficar conectada com a natureza.

Depois me sento ali em um banco e fico sentindo o ar gélido contra


meu rosto pálido, não pego sol há um tempo, e já está tarde, já são quase sete
horas. Olho para o céu que está escurecendo e digo a Deus:
" PERDÃO POR TER ME AFASTADO, SENHOR. O SENHOR
SABE O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO, ESTOU ASSUSTADA
COM ALGUMAS COISAS, E JÁ NÃO SEI O QUE FAZER, MAS EU
NÃO QUERO ME AFASTAR DO SENHOR. SEI QUE O SENHOR
CUIDOU DA MINHA MÃE E AINDA CUIDA DELA. ENTÃO NÃO VOU
AGIR DESSE MODO. ME PERDOA. PROMETO QUE VOU SER
FORTE."
Limpo uma lágrima que escorre dos meus olhos e respiro fundo me
sentindo um pouco aliviada.
— Com quem estava falando?
Ele me pega desprevenida de novo. Como sempre.
— Com Deus, tinha tempo que não falava com ele. Me sinto bem
quando converso com ele.

Jones dá de ombros e senta ao meu lado.


— Entendo. O que faz aqui?
— Gosto da natureza, vim ver se está sendo bem cuidado o jardim. Eu
já vou voltar para o quarto, mas eu precisava respirar um ar puro.
— Claro. Pode ficar aqui mais um tempo, mas está esfriando e você
não está agasalhada, pode ficar doente. Enfim, Sabrina foi punida. Nunca
mais fará algo parecido com o que fez hoje.
Eu assinto. Nem quero perguntar nada, ele sabe que estou curiosa,
mas prefiro ficar calada.

— Bom... daqui meia hora vem jantar, está bem?


— Claro. Eu já vou. Obrigada!
Ele sorri e me olha por um tempo e sai me deixando só.
Fico ali por mais um tempo sentindo-me bem nesse lugar.
Depois da janta eu durmo que nem uma pedra. Tomei tanto
analgésico que dormi rapidamente...
1 mês depois

Esse mês passou rápido, levei umas broncas de Jones por que guardei
uma coisa no lugar errado. Eu já tinha decorado tudo e foi só um descuido e
ele brigou comigo falando um monte. Apenas fiquei calada e pedi desculpas.
Por outro lado nem via mais Sabrina, mas sei que ela vai aprontar alguma. Eu
sinto isso, e ela também vai pagar pelo o que me fez. Ah se vai, eu não vou
deixar barato.
Amanhã é meu aniversário e já sei o que me espera. Estou um pouco
preocupada com isso, mas o que farei? Não tem nada para fazer em relação a
isso. Eu apenas tenho que deixar, pois eu também estou meio que ansiosa.
Não devia, não é? Mas meu corpo deseja ele, céus que loucura.
Sr. Jones reservou um lugar para jantarmos amanhã. E vou usar um
dos vestidos que ele comprou na viagem que fizemos para são Paulo.
Só posso usar eles para ocasiões especiais e ele acha que amanhã será
especial por duas ocasiões: será meu aniversário e também será minha
primeira vez e eu não deveria querer isso, mas uma parte de mim quer.

Na hora da janta eu e Margarida preparamos uma torta e suco de


morango. A torta ficou maravilhosa.
Eu, Jones e Leôncio comemos em silêncio. Depois ele agradeceu e
disse que estava delicioso. Eu fiquei feliz, por que caprichei muito.
— Boa noite. Até amanhã aniversariante.
— Boa noite Jones.
Ele me dá um selinho e vai até seu quarto. Eu vou até o meu e tento
dormir, mas não consigo.

Estou bastante ansiosa e meu corpo começa a suar por causa da


ansiedade.
Fico acordada até às três da manhã, só depois dessa hora que pego no
sono.
Sou acordada com olhos verdes pousando sobre mim.
Jones está me olhando sorrindo, eu me sento, tento arrumar meus
cabelos, coço os olhos ele diz:
— Se arrume, estou esperando você para tomar café.
— Já vou.
Ele sorri e beija meu rosto e sai do quarto. Meu coração congelou, ele
estava muito perto, muito cheiroso e lindo, admito.
Ele está agindo muito doce comigo hoje. E isso me deixa fascinada.
Tomo um banho e coloco uma roupa fresca, hoje está ensolarado.
Escovo os dentes e o cabelo. Arrumo meu cabelo e vou até a sala para
o café da manhã.

Olho a mesa e fico de boca aberta.


Tem muitos buquês na mesa, balões por toda parte. Tem várias coisas
na mesa. Torradas, bolos, pão de queijo e afins.
Eu me sento maravilhada e Jones diz:
— Feliz aniversário.
— Obrigada, não precisava.
— Precisava sim, hoje é o seu dia.
Eu sorrio agradecendo de novo, e todos comemos felizes. Estava
ótimo o café da manhã, foi o melhor que já tive, mas é claro que preferia
comemorar com meu pai e meu irmão, mas eu os verei em breve.
Depois de ajudar com a louça, Margarida me parabeniza.
— Que você tenha muitos anos de vida, minha filha.
— Obrigada, Margarida.
A gente se abraça e vejo Sabrina me olhando.

A gente se encara por um tempo. Desfaço o abraço e Margarida sai da


cozinha.
— Curtindo o aniversário?
Eu não respondo, ela continua.
— Só quero te alertar, ele fez o mesmo comigo. Ele me comprou
também. Eu era órfã, tinha dezessete anos quando ele me adotou, e desde
então sou escrava dele. Ele fez assim como está fazendo com você: te
tratando com amor, mas também te pune quando você o desobedece. Eu não
fujo daqui porque eu o amo, eu sei, posso ser doente, mas pela convivência
você se apega. Ele cuida de mim, mas nem sempre sigo suas regras e por isso
ele me castiga. Já me acostumei com os castigos, mas se liga: você não vai
pegar meu lugar. Ele vai cansar de você e vai voltar pra mim. — Ela dá um
sorriso macabro e continua. — Mesmo que eu tenha que te tirar do caminho
pra ele voltar a me olhar como antes, eu farei. Por que eu que sou a preferida
dele. Por enquanto vou te deixar em paz, como ele me ordenou, mas isso não
vai durar para sempre. Quanto menos você esperar, vou estar na sua cola. —
Ela ri e termina. — Você sabe o que fiz com você. Posso fazer ainda pior se
você não sair do caminho.
Ela termina e sai da cozinha me deixando com mais medo, ela está
disposta a me matar se for preciso pra ficar com ele.
Ela é um monstro. E agora, o que vou fazer? Eu não sei.
Pelo que sei, Jones só pune quando não fazemos o que ele pede. Já
essa Sabrina é louca e psicopata e isso me dá medo.
Céus. O que farei?

Depois daquela cena, eu passo a tarde no jardim pensando, e


pensando. Tenho que tomar cuidado com essa mulher, se não posso me dar
mal. Tenho que pensar em algo.
Depois de passar um tempo ali... vou me arrumar para o jantar.
Capricho no banho. Arrumo meus cabelos em um coque deixando
alguns fios soltos. Coloco o vestido preto e passo perfume. Estou pronta.
Desço as escadas e vou até a sala. Jones já está me esperando, com
seu melhor terno, seu cabelo arrumado e bastante cheiroso.
Ele sorri e pega na minha mão delicadamente, me leva até sua carroça
e vamos até um restaurante fora da cidade.
O caminho não é longo. Chegamos em meia hora.
Ele me ajuda a descer e vamos até o restaurante. É um lugar chique.
Fico espantada, nos sentamos bem no meio do restaurante. Assim, todos
ficam me olhando e Jones faz questão de mostrar que sou dele. Ele fica me
dando selinhos e sorrindo para mim toda hora.
Na hora do pedido peço para ele pedir, já que não conheço nada
daqueles pratos chiques.
Ele pede um prato italiano que não conheço.
— Está muito linda.
Ele me tira dos meus pensamentos, sorrio corando e digo:
— Obrigada. Você também está.... elegante. — Eu termino a fala, não
sabia o que falar, mas espero que tenha o agradado.
Ele sorri, se achando o todo "gostoso". E na verdade, agora ele é bem
atraente.

Tomamos uma taça de champanhe enquanto o nosso pedido não


chegava.
Ficamos conversando sobre coisas do dia a dia para passar o tempo.
Enfim, nosso pedido chega.
Começo a comer e está uma delícia. Limpo o prato e tomo todo
champanhe. Jones sorri com meu apetite.
— Quer mais?
— Não, estou satisfeita. Obrigada.

— Vou pagar a conta e já volto.


— Eu vou ao banheiro.
Ele assente e vou até lá rapidamente.
E depois daqui vamos ao motel. Eu estou ansiosa, será que vai ser
bom? Tenho que respirar fundo e deixar ele me guiar, não era assim que
queria minha primeira vez mas… vou confiar nele.
Lavo a boca e respiro fundo. Faço minhas necessidades, lavo bem a
mão e controlo meu batimento. “Tenho que me acalmar.”
Digo a mim mesma e saio do banheiro. E para meu espanto, ele está
encostado na parede me esperando.
— Se assustou?
— Claro. Você sempre aparece assim do nada. Com todo respeito.
Ele ri e me puxa para ele. Estamos com nossos corpos colados. Ele
me olha fixamente sem desviar o olhar. Ele me beija, um beijo urgente e
agressivo. Ele sugou minha língua e explora cada parte da minha boca. Ele
toma fôlego e diz:
— Vamos logo. Eu não consigo esperar.
Ele morde minha boca e segura minha mão me levando para fora do
restaurante.
E será agora que tudo vai começar, e vou enlouquecer.
Capítulo 12

Por um certo tempo de silêncio chegamos ao motel. Fico com receio


de ser apenas mais uma das mulheres que ele sai. Eu serei apenas mais uma
da fila? Ele não pode fazer isso comigo.
Ele pega na minha mão e entramos no local. Fico atrás dele e ele pede
um quarto.
Após ele efetuar o pagamento vamos até o quarto que ele escolheu.
Ele entra e me conduz para dentro e obedeço.
Olho para o lugar e é bem erótico, isso me deixa desconfortável. Por
ser virgem e estar em um lugar desses. Somente o banner que está na parede
me deixa sem graça, o casal que está pendurado ali, estão se agarrando,
"nus". Meu Deus.
Eu respiro fundo e olho para a cama, está toda com rosas perfumadas.
Me sento na cama e fico olhando de um lado para o outro. Ele senta do meu
lado e diz.

— Eu não vou te machucar. Prometo que vou ser gentil, mas agora
você é minha. Eu esperava muito por isso, Lúcia, você não tem idéia. — Ele
diz com a voz rouca e se aproxima de mim.
Ele sorri para mim e começa a tirar seu terno e a gravata.
Fico olhando sem saber como agir.
Depois de tirar o terno, ele tira o cinto e depois a calça. Olho o
tamanho da sua ereção e fico chocada.
Caraca, olho o tamanho desse negócio.
Ele vê como fiquei chocada e ri baixo.
Ele avança sobre mim e beija minha boca.
Ele me beija violentamente, me deixando sem fôlego, retribuo e ele
começa a deslizar sua mão sobre minhas pernas. Ele encosta na minha
calcinha e arranca ela de mim. Vejo ela deslizando sobre minhas pernas e
caindo na cama.
Jones abre o zíper do meu vestido, que fica na lateral, e fica fascinado
ao retira-lo de mim.
Ele me olha ainda mais excitado e olhando minha intimidade exposta,
tira meu sutiã devagar, observando meu corpo todo nu.
Ele diz rouco:
— Mais que gostosa. Sua delícia.
Ele começa a passar a mão sobre meus seios sentindo a maciez deles.
Eu me arrepio toda com seu toque delicado sobre mim. Depois, devagar,
começa a beijar com seus lábios quentes que transmite em mim sensações
que jamais senti, nunca pude imaginar que a sensação que sentiria seria
assim, tão intensa. Ele me tocando desse jeito, me deixa muito excitada e
transmitindo sensações maravilhosas. Ele suga um seio e vai para o outro,
solto um gemido sem querer. Por que o que estou sentindo é inexplicável, ele
está mexendo comigo, de uma certa forma. Eu não podia sentir isso. Não
podia. Mas… Como evitar sentir esse prazer? E se eu me apaixonar?
Ele fica satisfeito vendo como estou gostando e desce beijando minha
barriga e indo para minhas coxas.
Ele as morde levemente e diz me olhando:
— Eu sou limpo, e não faço sexo oral com ninguém e ninguém faz em
mim. E sempre uso camisinha. Como sei que você é limpa como eu, vamos
fazer do modo tradicional. Pele a pele.

Ele ri e morde de leve minha parte íntima, abre minhas coxas e sorri
para mim. Estou toda aberta para ele, mas que vergonha.
Ele sente o cheiro da minha intimidade e começa a saborear com a
língua. Depois começa a sugar com força, me deixando toda excitada e
gemendo. Ele me chupa com mais força e me deixando bamba e gemendo
mais alto, ele satisfeito, faz vários movimentos até sentir uma onda intensa,
sinto tudo explodir e penso que isso é que é chegar ao êxtase (gozar), meu
Deus, é uma sensação louca e maravilhosa. Mas não queria ter essa primeira
vez com ele. Não podia. Sinto aquela onda e explodo dizendo seu nome, após
gozar.
Ele satisfeito, para de me chupar e beija minha boca para eu sentir
meu gosto, sou salgada.
O beijo e ele desce para meus seios novamente e os chupa bem
gostoso que me faz gemer de novo.
Levemente ele coloca seu negócio na minha entrada e pressiona bem
devagar, sinto uma pequena dor e ele continua. Ficamos alguns minutos até
que ele entrou completamente dentro de mim, e só prazer eu senti… Foi a
melhor sensação que já tive. Mesmo não querendo que fosse com ele e
daquele jeito, aconteceu e foi bom. Ele não foi estúpido comigo. Foi bem
gentil.
Depois dele me usar muito naquela noite, cada um foi para um
banheiro se limpar. Ele transou comigo mais de três vezes essa noite e já são
três da manhã. Eu tomo meu banho me limpando toda e coloco uma blusa
larga branca e um short curto, prendo os cabelos e vou até a cama e me deito.
Estou morrendo de sono.

Dentro de uns minutos sinto que ele deitou na cama também. Sinto
seu cheiro de limpo invadindo o quarto, o sinto beijar o alto da minha cabeça
e passar sua mão em meus cabelos.
Fico quieta na cama fingindo estar dormindo e ele logo vira para o
outro lado e dorme.

***

Já são cinco da manhã, eu acordo porque Jones fica revirando na


cama toda hora e isso me incomoda. Nunca dormi com ninguém, nem mesmo
com meu irmão, então isso é novo e estranho para mim.
Me levanto sem fazer barulho e vou para um outro quarto que há na
suíte. Tem uma cama de solteiro aqui, e é bem menor que o outro quarto.
Fico ali olhando para a cama com olhos cansados de sono, me rendo e me
deito naquela cama minúscula sem me cobrir e apago.

***

Sou acordada por carinhos no cabelo. Sr. Jones e seus lindos olhos
verdes estão me olhando. Sim ele tem olhos lindos, que me fascinam. Após
nossa noite sexual eu estou o olhando com outros olhos, mas o que me
incomoda é aquela maluca da Sabrina ser uma louca psicótica por ele, não
estou disposta a me envolver, senão vou ter problemas, melhor eu tentar a
todo custo evitar me apaixonar por esse homem. Não sentia nada por ele, mas
agora… eu já não sei. Após refletir sobre isso eu me sento e ele já começa
com as perguntas.

— Por que dormiu aqui?


Ele me olha sério, esperando uma resposta. Se senta do meu lado e
cruza os braços. Espero que não esteja bravo.
— Bom. Com todo o respeito, você revira muito na cama e toda hora
você me empurrava. Eu não sou acostumada a dividir a cama, nunca dormi
com alguém e estava com tanto sono e por sorte tinha essa cama aqui. Me
desculpe.
O olho e ele suspira fundo e diz.
— Só porque era seu aniversário, por isso não vou ficar bravo. — Ele
sorri para mim e com sua mão ele alisa meu rosto, é uma sensação tão boa
que fecho os olhos sentindo aquele carinho e escuto sua voz — Chegou café
da manhã... vamos comer. — Ele já se afasta de mim como sempre e me
recomponho e pergunto.
— Que horas são?
— Dez horas. E preciso trabalhar.
Eu assinto e vamos comer na minúscula mesinha que há ali.
Comemos torradas, bolachas e bolo. Tomei café com leite e depois
limpo a boca com o guardanapo.
Vou ao banheiro fazer minhas necessidades, passo perfume e saímos
dali.
Fomos de carro até a mansão, ele se despediu de mim com um beijo
no rosto e eu entrei. Ele está atrasado, mas ainda bem que não ficou nervoso
comigo, eu me viro e sigo até a entrada.
Capítulo 13

Ao chegar na cozinha, já vou começar a ajudar Margarida, Sabrina me


olha com desprezo. Eu apenas finjo que ela não está ali, sei que devo ter
cuidado, mas não vou ter medo dessa menina, eu também posso ser mais
forte do que imagino.
Ajudo com a louça, limpo a cozinha, os quartos, a sala, limpo meu
quarto e vou para o jardim cuidar do mesmo. Tem jardineiro, mas eu amo
deixar tudo pra ficar por aqui. Assim que termino vou me lavar, por que não
usei avental de jardinagem e me sujei de terra.
Vou para um banheiro que tem do lado de fora da mansão, em um
quarto ao lado do banheiro tem um conjunto de roupa minha que sempre
deixo aqui quando venho cuidar do Jardim. Pego a roupa e vou ao banheiro.
Me lavo toda, me seco, me visto com a roupa limpa e a suja levo até a
lavanderia e aproveito e lavo umas roupas do Sr. Jones.
No fim de tarde quando termino meus afazeres eu vou até a biblioteca
e leio um pouco. Ler me faz bem, aquece minha alma, me faz sorrir e viajar
para mundos literários que tanto amo. Onde o amor é real, e tudo pode
acontecer.
Quando vou ao banheiro, vejo que a inimiga do mês chegou, é agora
que tudo vai explodir. Corro até meu quarto e pego a minha nécessaire (que
também ganhei do Sr. Jones), pego o absorvente e vou no banheiro colocar.
Pego meu remédio para cólica e espero as dores começarem, tomo o
medicamento, mas a dor continua por todo o dia, só alivia um pouco.
Fico pensando, ainda bem que tomo anticoncepcional, Jones mandou
eu tomar uma semana antes de fazer dezoito anos. Assim o remédio faria
efeito e ele poderá transar comigo sem camisinha, e assim ele fez com nossa
primeira vez, que as vezes me vejo pensando naquela noite, foi tão intensa
que queria novamente. Tiro aqueles pensamentos da minha mente.
Após escutar ele chegar todo estressado do trabalho, ele exige minha
presença.
Vou até ele, me sento no sofá e ele diz:

— Preciso de você nesse momento, sei que vou me acalmar após estar
a sós com você, por favor tome um banho e me encontre no meu quarto. —
Ele pede, não ordena, como sempre. Que diferença, não é? Ele me olha e digo
sem graça:
— Houve um imprevisto.
— O que seria? — Ele diz desapontado.
— Estou menstruada. — Digo toda envergonhada olhando para baixo.
— O que? Logo hoje, merda. — Ele resmunga baixo e continua. —
Quanto tempo isso dura?
— Bom, acabou de acontecer, costuma durar sete dias, mas agora que
estou tomando o remédio eu não sei por quanto tempo irá vir. — Fico
vermelha e tento não olhar em seus olhos pois é um assunto estranho de se
falar, ainda mais com um homem. Nem com minha mãe tinha falado, ela
faleceu antes de acontecer e quem me ajudou com isso foi a mulher da loja a
qual eu trabalhava. Vendo eu toda envergonhada ele se aproxima segura meu
rosto gentilmente e fala tão suavemente que até me assusta.
— Tudo bem Lúcia, não precisa ficar assim. Essas coisas acontecem,
não precisa se envergonhar por estar falando da sua intimidade comigo. Eu já
te vi nua, então não precisa ficar assim, se precisar de algo me fale, vou
respeitar seus dias e não me aproximar tanto. Estou nervoso e precisava de
você, mas como está nesses dias, é melhor cuidar bem de você, certo? Pode
me chamar se estiver com muita dor. — Nossa, ele está preocupado, isso já é
demais. Eu achava que ele só me queria para sexo, agora parece que ela
realmente se preocupa comigo, seria mais fácil ele dizer o que quer de mim
de verdade, assim não ficaria tão confusa.
— Obrigada por entender. Já tomei remédios, espero que ajude com
minha dor. — Agradeço a ele e agora fito seus olhos que encaram os meus,
ele se aproxima e toca em meu rosto, e sinto a mesma coisa, meu coração
acelera e seu toque me faz ficar toda quente.
— Jones, acho melhor parar eu…
Não consigo terminar, é tão gostoso, eu estou o desejando, mas que
merda. Eu não posso. Assim que abro os olhos sua boca já devora a minha,
ele me quer, sinto isso, eu TAMBÉM o quero, mas não podemos nos tocar.
Sem pensar direito eu o beijo, esse beijo quente que me deixa toda
louca, chupo sua língua e gemo de prazer. Estamos nos pegando bem aqui na
sala, que loucura. Quando dou por mim, com muito custo, me afasto e digo:

— Jones eu estou nos meus dias, nós… não podemos, por favor.
Vamos parar. — Eu peço com a voz toda rouca de desejo por esse homem.
Ele respira fundo e percebe a loucura que estávamos fazendo e diz:
— Verdade, eu… não devia ter feito isso, melhor você sair para não
ocorrer isso novamente. Nos vemos depois, talvez.
Ele diz com a voz rouca de desejo, eu assinto e começo a sair dali,
isso não devia acontecer, agora de fato ele sabe o quão o desejo.
Acho que agora vai ser difícil sair daqui e fugir, com esse desejo que
brota em meu peito por ele, pode ser impossível. Agora Jones pediu para que
Leôncio não me vigiasse, acho que Jones confia um pouco em mim, por que
Leôncio só fica acompanhando Jones em suas saídas pelo dia. Quem sabe
dou uma volta, eu preciso disso até para encontrar com meu pai, mas não sei
se quando o ver, voltarei com ele para nossa casa, eu seria capaz?
Mas eu sei que se Sabrina ver eu sair daqui ela pode me dedurar. Por
que sei que ela está esperando eu fazer alguma coisa pra acabar comigo.
Disso sim. E não posso dar esse gostinho a ela.
****
Mais tarde ajudo com a janta e depois comemos em silêncio. Jones
tenta a todo custo não me olhar, mas peguei ele me encarando algumas vezes
e eu fiz o mesmo. Após todos comerem, recolho os pratos e me viro para
Jones e digo baixinho para ele ouvir.
— Boa noite Sr. Jones, te desejo uma ótima noite. — Eu ouso em
dizer isso, querendo o seduzir como ele faz, posso fazer isso, não é? É
divertido.
Ele pousa seus olhos sobre mim e diz sedutoramente:
— Boa noite, Lúcia. Espero que acorde toda suada, por que você vai
sonhar com a gente transando e vai ficar triste pelo sonho não ser real. Ótima
noite, querida.
Ele pegou pesado, eu engulo em seco e ele dá aquele sorriso safado
que agora estou gostando, me afasto dele e vou até a cozinha lavar os pratos.
Se ele quer jogar assim, ele que se prepare, porque agora vou ser muito
ousada.
Após terminar na cozinha, dou um beijo em Margarida e vou até meu
quarto. O quarto de Jones fica no mesmo corredor que o meu, os outros
quartos são de hóspedes que às vezes, Jones convida amigos para dormir
aqui, mas depois que aquele amigo dele me bateu, não os vi mais. Ainda
bem.
Quando vou até a minha porta, escuto vozes.
— Tem certeza que não quer saciar seu desejo comigo, SENHOR?
Prometo fazer tudo e mais um pouco. Como o Senhor ordenar.

Essa safada, está se vendendo ainda mais para Jones. Ela é mesmo
louca por ele, e Jones não vê isso. Pelo amor, eu vou ter que abrir os olhos
dele, uma parte de mim quer que ele deseje só a mim, que durma só comigo,
mas ele somente me quer para passar suas noites, ele não gosta de mim, e
espero que ele se canse logo, para eu poder ir embora, porque se me
apaixonar será uma fria. Escuto a voz dele a respondendo secamente.
— Não. Obrigada, Sabrina. Estou com sono. Pode se retirar.
— Sim, senhor.
Ela sai dali e Jones suspira cansado e entra no seu quarto.
E os dias seguintes, seria assim. Ele me querendo e eu a ele, mesmo
dizendo ao meu corpo que não posso, mas não sei como parar isso. E Sabrina
iria ficar de cima querendo que Jones ficasse só com ela. Seria uma semana
bastante intensa, mas talvez ele até iria para a cama com ela, ele pode até ter
seu lado carinhoso, amável e afins, mas quando não o obedecemos ele pune,
e pelo o que ouvi, ele só o faz na cama e na hora H. Mas, por que ele faz
isso? Preciso saber.
Capítulo 14

JONES

Essa Lúcia é uma mulher que jamais saberia que me deixaria assim,
todo louco. Que merda.
Quando a vi pela primeira vez, toda tímida, mas mesmo assim
determinada, achei ela fascinante. Ela não teve medo de mim, um
desconhecido à espera do seu pai. Não. Ela ficou ali comigo do lado de fora o
esperando chegar. Não foi rude comigo. Me tratou com respeito, de certo foi
bem educada, e não era nada maliciosa.
Seria uma perfeita submissa, não? É jovem, tinha dezessete anos,
apenas teria que esperar um pouco até completar dezoito anos e ela seria
minha. Isso que sempre busquei. Uma submissa para atender todos meus
desejos, mas as moças jovens que comprei, no começo achei que serviria mas
não, elas não despertaram o interesse que tanto busco.

Já comprei várias moças, e nenhuma delas durou muito tempo. Não


eram obedientes e eu as punia, mas só fazia isso no ato sexual, pois elas iam
sentir uma leve dor e depois ser preenchida por prazer, eu não sou
masoquista, não maltrato as mulheres só gosto de respeito e quando elas não
fazem eu as levo para meu quarto, dou umas palmadas em suas nádegas e
depois transo com elas. Pois elas têm que me respeitar.
Mas certo dia eu cansei e as libertei para viverem suas vidas como
quisessem.
Então, estava buscando uma moça até que pousei meus olhos em
Lúcia. No começo não sabia seu nome, mas não me interessei no nome.
Sempre busco mulheres com físico bem grande, corpo esbelto e
quando pousei meus olhos nela, uma garota de dezessete anos, olhos
castanhos, o corpo se formando ainda, cabelos negros e longos e pele branca
como a neve, eu a quis para mim, no momento somente para ser minha serva.
Ela me encantou com sua beleza e queria ela na minha mansão, no começo só
cuidando da minha casa e dos meus desejos.
Sempre procurei isso e nunca consegui o que realmente quero. E se
com ela eu conseguir?
Meus pais não me deram amor como as demais crianças têm. Então
eu ordeno disciplina e respeito. Pra mim é assim que funciona.
Até hoje tenho Sabrina comigo. Ela tem vinte anos, é órfã, temos
setes anos de diferença. Eu não a libertei por que ainda preciso dela para
minhas necessidades de homem, e ela sempre me atende, mas não é tão
obediente como queria que fosse. E isso me leva a castigá-la.

Mas tudo se encaminhou bem pra mim, o pai de Lúcia, o Rodolfo,


tinha tantas dívidas comigo que não podia pagar, e no ato de desespero
vendeu sua filha sem pensar, e com isso eu ganhei o dia. Consegui tão rápido,
que foi um presente para mim. A gente negociou que quando ela fizesse
dezoito anos, eu a levaria. Ele tentou voltar atrás, coitado, mais o acordo já
estava valendo e eu não volto atrás com acordos como esses. Nem sonhando.
Passou um tempo e a observei, ela era dedicada e ainda é. Sempre
trabalhou para cuidar do pai e do irmão. Isso sim que busco, uma mulher que
não depende de ninguém, que vai e faz, e isso me encantou, nunca vi uma
mulher assim e ainda jovem.
Depois de a observar mais, a vi no mercado com o irmão. Era a
oportunidade perfeita de já a levar comigo. Seria uma pena ela deixar o
irmão, ele não merecia. Mas agora o pai dela, é um frouxo e só sabia beber
depois que sua mulher se foi.
Os convidei para pegar uma carona comigo. Ela não queria, mas
depois reconheceu quem eu era então aceitou. Ela a cada dia ficava mais
linda. Como podia isso? Até séria ela é linda.
Depois eu a levei comigo. O pai dela entrou em desespero e ela
também. Senti pena do desespero dela, mas tinha conseguido meu troféu,
essa mulher preciosa agora é minha.
Os dias foi passando e eu a tratava como qualquer empregado da casa.
Do meu jeito seco e mandão e ela nunca me desrespeitou e isso me deixou
extremamente feliz, certas horas era bom com ela, gentil como todo homem
devia ser, mas em outras horas voltava a ser aquele homem seco e distante.
Quando vi um amigão meu querendo abusar dela, e vi seu rosto
vermelho do tapa que ele deu na Lúcia virei uma fera. Ela não merecia
aquilo, ninguém podia tocar nela a não ser eu. E ela ainda era de menor e isso
é errado. Eu bati tanto nele, queria matar aquele idiota, mas não faria isso. Foi
só a raiva me consumindo, mas depois de uns socos eu me aliviei.
Consolei ela depois disso e me partiu o coração ver ela daquele jeito.
“Mas eu não tenho que ficar tão preocupado com ela”, eu tinha pensado.
“Não posso me envolver desse jeito com essa menina.”
Sempre disse isso a mim mesmo. Até que depois de um tempo
comecei a ver ela com outros olhos. Eu até esfreguei meu corpo no dela um
dia, mas não fiz mais nada do que beijar aquela boca doce e deliciosa, eu
fiquei louco, e a queria. Mas tinha que esperar a maldita hora que ela fizesse
dezoito anos e pra mim pareceu demorar uma eternidade. O desejo
aumentava e a vontade de querer ficar perto dela, também, mas mantinha
distância. A todo custo.
Quando o dia CHEGOU fiquei todo bobo. Mandei fazer um
esplêndido café da manhã. Com balões e muita comida. Ela chegou toda feliz
e agradeceu e eu fiquei todo bobo olhando para ela. Mas que idiota. Um
homem de vinte e sete anos se apaixonando por uma mulher de dezoito. Que
porra é essa? E foi assim que essa inocente mulher me enfeitiçou e não sei
como sair desse encanto que ela pôs em mim. Com seu jeito simples, tímido,
mas uma mulher determinada e que não tem medo de nada.
Não quero tocar em mais nenhuma mulher depois que senti o corpo
dela. Transamos tanto naquele motel e ainda queria mais, mas ela já estava
cansada e a deixei dormir.
E agora Sabrina fica querendo transar comigo, mas meu corpo quer
Lúcia. Não sei como tirar ela da cabeça, e para piorar ela tá menstruada.
Maldita hora para acontecer. Logo agora que estou louco de tesão. Eu preciso
arranjar uma mulher para passar a noite e parar com essa merda de querer ela.
Eu não posso e não quero me apaixonar de verdade. Não posso.
Capítulo 15

Os dias foram passando e minha cólica me tira do sério a cada


minuto, tomei muito remédio para a dor sumir, mas a cólica não some e isso
me deixa estressada. Fui para o jardim tentar relaxar um pouco, depois de
fazer todos meus afazeres. Sempre faço assim, e neste lugar me sinto em paz,
tranquila.
Quando decido apanhar uma maçã escuto vozes… está vindo de um
outro pé de maçã aqui perto. Eu me inclino para ver quem é, sou bastante
curiosa. E para minha falta de sorte, vejo Jones e Sabrina. Caraca, mas que
lugar inapropriado, não?
Ela está de costas na árvore e ele atrás dela. Eu escuto sua voz:
— Nada de gemer. Calada.
Porra, estão transando aqui? Mas que nojento… uma parte de mim
não quer ver isso, e outra parte fica triste, isso que dá me envolver com ele,
ele é um mulherengo e… não gosta de mim, penso.

Eu arregalo os olhos quando vejo ele se inclinar para trás e para frente
"metendo" seu troço na Sabrina.
Mas que cena mais bizarra, não devia estar vendo isso.
Eu paro de ver aquela cena nojenta e me estico para pegar a maçã, me
inclino mais e quando vi, estou caindo.
Caio de cara no chão.
— Merda.
Eu falo alto, e me arrependo.
Agora Jones vai achar que estava bisbilhotando. Eu não estava. Como
ia saber que ele transava no jardim? Oras, esse lugar sagrado não é para
transar. Isso é nojento.
Me ajeito e me levanto. Passo a mão na testa e sinto um galo.
— Que merda eu só me machuco, acho que atraio problemas.
Faço uma careta quando toco de novo no galo e quando olho para o
lado, Jones está ali, eu dou um pulo e ele avança pra mim.
— O que está fazendo aqui?
Eu o respondo com vergonha.
— Eu não estava te seguindo, vim pegar uma maçã, e como tenho pés
tortos, eu caí. Como sempre. Parece que meu corpo gosta de se machucar.
Dou de ombros e termino minha falar:
— Não quero te atrapalhar, vou para meu quarto.
Ele segura na minha mão me impedindo de sair. Olho nos seus olhos
e vejo que ele não desvia o olhar nem por um segundo. Seus olhos estão fixos
nos meus, como se quisesse me ler. Isso é muito estranho. Eu não entendo
ele. O que ele quer? Ele estava transando agora a pouco e fica me olhando
assim, ele me confunde pra caramba.
— Está doendo?
Ele solta minha mão e aponta para meu galo que deve estar enorme.
— Vou pôr gelo. Não é nada grave. Tenha um bom dia.
Eu sorrio torto para ele e me retiro dali.
Prefiro distância. Não quero me envolver, se não vou sofrer.
Depois de ficar mais de uma hora com uma bolsa de gelo na testa, o
galo desincha um pouco. De noite farei o mesmo processo.

Ajudo com a janta mais cedo e decido jantar no meu quarto, dou uma
desculpa para Margarida dizer a Jones que estou sentindo dores e ele nem vai
vir saber o que tenho, já que estou nesses dias.
Tomo mais um banho antes de dormir e oro…
"SENHOR, OBRIGADA POR ESSE DIA, SEI QUE ACONTECEU
COISAS QUE O SENHOR NÃO SE AGRADA, DE TER PERDIDO
MINHA PUREZA, ESPERO QUE O SENHOR ENTENDA MINHA
SITUAÇÃO, POIS NÃO SEI O QUE FAZER. SÓ PEÇO QUE CUIDE DO
MEU IRMÃO E DO MEU PAI. SEI QUE EM BREVE EU OS VEREI.
OBRIGADA POR TUDO SENHOR. AMÉM. "

Dia seguinte.
Acordo um pouco melhor da cólica. Tomo um banho cedo e percebo
que está no fim dos dias de tristeza, que nós mulheres temos.
Coloco um vestido solto, passo perfume e olho pela janela. O céu está
tão lindo, espero que hoje seja um dia agradável, por que o clima está
perfeito.
Vou sorridente para a cozinha. Ajudo Margarida com o café da
manhã. Faço bolinhas de pão de queijo e unto a forma e coloco os pães.
Faço um café do jeito que o Sr. Jones gosta. Forte e um pouco doce.
Assim que termino, ajudo a colocar tudo na mesa e me sento junto de
Jones e Leôncio, quando olho para o lado e vejo Jones indicando para
Sabrina sentar conosco.
Mas o que?
Olho para ela sem entender, mas logo desvio o olhar e começo a
comer.

Não é problema meu, não tenho que saber o porquê ela está comendo
conosco. Nem eu devia comer aqui. Preferia mil vezes meu humilde quarto.
Na verdade prefiro minha família.
Como os pães de queijo e tomo café com leite e evito a todo custo
olhar para os dois. Acho que a pegada que eles tiveram ontem, resultou dela
estar aqui agora.
— E sua cabeça, está melhor?
Jones me pega desprevenida.
Olho para ele, que me fita seriamente.
— Sim, desinchou um pouco. Estou bem. Obrigada por perguntar.
Sempre tento ao máximo ser educada com ele, na verdade sempre
gosto de tratar todos com respeito, mesmo que a pessoa tenha várias
personalidades como ele.
— Que bom.

Ele diz seco, e para de me olhar.


Eu me levanto e digo.
— Já terminei, bom dia.
Ele apenas assente e termina seu café. Eu saio dali e vou iniciar meus
afazeres como todos os dias.
No fim do dia, reparo que a inimiga do mês, finalmente foi embora.
Deito na cama satisfeita por agora estar totalmente "limpa" daquilo.
Depois de mais um banho tomado, me sinto bem. É tão bom se sentir
limpa. Penso, em como mudei desde que vim pra cá. Uma moça tímida, agora
se tornou mulher e mais experiente, nunca pensei que agiria dessa forma, que
mudaria tanto assim, mas de certo modo isso me fez bem, abriu meus olhos,
ainda mais sabendo que nessa mansão que vivo, existe um homem que gosta
de punir mulheres e uma mulher que é capaz de tudo por um homem, os dois
tem problemas. Eu que não vou me meter entre eles. Mesmo que quero
entender Jones sei que devo me afastar, para meu próprio bem.
Após esse pensamento, vou a biblioteca e leio alguns livros, leio
versículos da bíblia, isso faz meu dia valer a pena, e sei que vou dormir bem
depois dessa leitura.
Após retornar ao meu quarto, escuto sons do quarto de Jones, Sabrina
está gemendo alto e ouço som de chicotadas e ela geme mais ainda. Apenas
reviro os olhos e faço uma careta e tranco minha porta e tento dormir depois
deles terminarem o que estavam fazendo. Só assim consigo dormir.
Francamente ele é um mulherengo não vale a pena sentir o que sinto por ele,
melhor arrancar esse desejo que sinto por ele logo.
Capítulo 16

As semanas se passaram e pelas minhas contas tem dois meses que


estou aqui. Depois que perdi minha pureza Jones não me procurou,
infelizmente. Porque eu o queria muito, ele tem procurado a Sabrina, que
deve estar totalmente feliz e satisfeita agora.
Prefiro assim, espero que eles fiquem juntos e Jones me leve para
meus pais. Seria perfeito, não? Eu esqueceria dele e cada um seguiria com
suas vidas.
Depois de todos afazeres, vou ler como sempre. Quero tanto fazer
algo diferente. Mas não dá, estou presa nessa mansão. E isso é entediante.
A tarde fico conversando com Margarida, de vez em quando
conversamos e é bom bater um papo com uma mulher mais velha, como
minha mãe morreu cedo, sinto falta de conversar, ela é como uma mãe. Me
ensinou tudo aqui, e foi ela que cuidou dos meus ferimentos que tive nessa
mansão. Ela é um amor, e temos boas conversas.
— Margarida. Você trabalha há muito tempo aqui, né?

Pergunto enquanto como uma torrada de lanche da tarde.


— Sim, meu amor, tem mais de quinze anos que trabalho para o Sr.
Jones e como não tenho mais para onde ir, vou prestar serviços para ele até
quando Deus decidir me levar.
Eu a corto.
— Não fale assim. Sabe, eu acho que seria perfeito você ter sua casa,
uma família. Não é? Se fosse possível, te levaria para minha antiga casa.
Ela dá um riso baixo e diz.
— Eu iria sem pensar duas vezes, meu amor. Mas como não tem
volta, vamos ter que ficar aqui. Não adianta fugir. Você só sai se Jones te
libertar. Sempre funciona assim com quem ele compra. Sinto muito por ter
sido tirada da sua família, mas se Deus quiser, você pode voltar para eles.
Deus sabe de tudo. Creia nisso.
Eu sorrio concordando com ela.

— Claro, eu confio em Deus. Ele tudo sabe, tudo vai dar certo.
Eu abraço ela e digo.
— Tudo vai dar certo para nós, viu? Tenho certeza.
Beijo o rosto dela e termino de varrer a mansão e depois vou
descansar após ajudar com a janta. Sempre o dia é cansativo, mas pelo menos
ocupo minha mente da tristeza que ainda dói em meu peito. Ser tirada da sua
família, é uma dor que não desejo a ninguém.

Depois dos dias cansativos Jones me chama para uma conversa no


sábado de manhã após o café da manhã.

— Lúcia. Como percebi que está realizando um ótimo trabalho, decidi


que você merece umas folgas. Sábado e domingo será sua folga, só quero que
ajude Margarida na cozinha, pode ser? O resto dos afazeres aos fins de
semana deixe com as outras empregadas. Certo?
Uau, isso foi incrível. Não imaginava que teria folgas, isso é um
máximo. Digo toda contente:
— Claro, vou ajudar Margarida. Muito obrigada.
— Por nada. Agora vou fazer uma viagem e volto no domingo de
noite. Espero que aproveite seu fim de semana. E todo o dinheiro que daria a
você já mandei entregar a seu irmão. Pelo que sei eles estão bem, queria te
manter informada.
Uau, isso me tirou um peso, eles estão bem, isso é um máximo. Sem
pensar eu abraço ele, Jones fica imóvel sem saber como reagir, quando dou
por mim eu desfaço o abraço.
— Me desculpe, eu…
Jones avança e me beija. Aquele beijo que me deixa toda bamba, sua
pegada faz escapar meus gemidos. Ele passa a mão por cima do meu sutiã e
entre o beijo escuto seu gemido. Ele para de me beijar e morde minha orelha
e me dá um chupão no pescoço. Não doeu como da primeira vez, ele foi mais
carinhoso. Ele diz após me olhar sedutoramente:
— Olha o que você faz comigo, Lúcia. Eu já aguentei muito tempo.
Você vem comigo para a viagem. Não precisa levar nada, lá eu providencio
roupas para você. E quando chegar lá eu te quero toda.
Ele diz baixinho na minha orelha. Meu corpo se arrepia com o que ele
diz e escuto uns passos vindo até nós, é a Sabrina. Ela me olha de cima a
baixo. Ela está com umas malas, ela ia com ele? Céus.
— Mudanças de planos Sabrina, você ficará aqui ajudando Margarida.
Lúcia vai comigo. Volto amanhã. Até mais.
Ele diz e se vira para mim me guiando até a saída. Céus agora que ela
realmente vai querer se vingar de mim, tenho até medo.
Nós já estamos na carroça e vamos para São Paulo de novo, devo
contar a ele sobre Sabrina, é melhor, não é? E espero que ele acredite em
mim.
Capítulo 17

Depois de certas horas, chegamos a São Paulo. Jones me olha a todo


tempo, não sei como devo começar o assunto sobre a Sabrina. Ela é louca e
quer ele e deseja se vingar de mim, o que farei?
Me ajeito no sofá assim que chegamos no apartamento e ele se senta
do meu lado, me olha intensamente com seus olhos esverdeados que me
deixa toda mole. Ele coloca sua mão quente sobre meu pescoço e acaricia
com seu polegar minha bochecha. Solto uma respiração leve e ele diz:
— Não consigo me afastar mais, Lúcia. Sei que ficamos um tempo
distantes, mas... é mais forte que eu, eu te desejo, e pode até ser errado, mas...
te quero, e sei que me quer também, então... Podemos parar com isso, de
você se afastar? Estou aqui, te falando que desejo você, que gosto de você,
mesmo não querendo...
Ele se levanta colocando as mãos na cabeça e continua.
— Seu pai me vendeu. Eu te quis, outro homem poderia te comprar e
fazer maldades com você. Eu não fiz nada de mais, exigi obediência de você
que fez corretamente e quis você logo a seguir, você é uma mulher e sou
homem, oras. Você queria o que? Como negar a atração? O desejo. E você
nega, mas me quer. Se não quisesse não teria se entregado a mim... então. O
que faremos?
Ele dá passos largos em volta daquele apartamento. Ele está pensativo
e impaciente. Eu não sei o que fazer. Ele gosta de mim? Mas... eu... não sei se
é uma boa isso, ele está pedindo o que afinal? Mas não o conheço direito, está
certo que sinto uma atração por ele, mas ... ele tem um lado estranho, um lado
que puniu Sabrina e não quero que ele faça isso comigo. E também se me
envolver com ele, Sabrina irá se vingar. Eu não quero ficar no meio disso.

Me levanto decidida e começo a falar.


— Olha... Jones, não acho certo nos envolver emocionalmente. Sou
apenas sua... bom... a doméstica da casa, é melhor deixar como está. Fomos
só atraídos um pelo outro, algo normal de acontecer. Vamos ser somente
profissionais. Ok?

Jones vem até mim rapidamente colocando suas mãos no meu rosto e
diz.
— Porra, Lúcia. Como ser profissional? Você entendeu o que disse?
Sabe como é difícil pra mim se abrir? Um cara como eu, da minha idade se
abrindo para uma mulher mais nova e que de certa forma é imatura em
relação a relacionamentos. Se não entendeu. Eu estou dizendo que gosto de
você, e quero você. Eu nunca... amei... eu não me envolvo a ponto de amar e
agora ... estou... te amando. Merda.
Ele solta sua mão de meu rosto e se vira e bufa de raiva.
Ele me amando? Não. Não pode ser, não pode acontecer.

Me sento chocada. Não sei mais o que fazer. O que falar em uma hora
dessas? Eu não sei. Simplesmente não sei....
Olha onde essa situação foi...
Mais tarde fico no meu quarto e Jones no dele, não sei o que falar e
ele não quer falar comigo, eu o entendo, e ele não está me forçando a dar uma
resposta a ele, mas não sei é o que responder. Dentro de trinta minutos escuto
ele falar que vai a sua empresa e sai me deixando só com os pensamentos a
mil...
O que farei? É uma fria dizer sim ao pedido dele, né? Ele na verdade
nem sabe do que estava falando, nem eu sei. Então... tudo está confuso. Meu
Deus.
Fico o resto do dia lendo, para poder colocar outras coisas na mente,
pois pensar no que Jones falou me deixa estranha e bastante confusa.
Depois deixo a janta pronta para ele e passo um pano naquele
apartamento para deixar o mesmo limpo.

Vou até a sacada e coloco uma cadeira ali e fico sentada sentindo o ar
gélido em minha pele e balançar meus cabelos...
É uma sensação boa que me conforta por um tempo...
De olhos fechados começo a dizer.
" Deus, sei que tem tempo que não falo contigo. Perdão por ter me
afasto, quero continuar a falar contigo, de me sentir protegida em seus
braços. Quero minha família de volta, mas não sei o que fazer. Por isso
deixarei em suas mãos a minha vida e a de minha família, e preciso da sua
ajuda para poder resolver o problema que surgiu hoje cedo. Parece que
Jones quer algo comigo, mas eu não sei quem realmente ele é. O que devo
fazer Senhor? Estou perdida, não sei o que fazer."
Abro os olhos e sinto mais do vento gélido em meu rosto e me levanto
e coloco as mãos na barra que tem ali, e fico olhando para o céu...
Devo pensar no que fazer a respeito sobre o comentário de Jones,
devo mesmo fazer algo.
Escuto a porta se abrir. Vejo Jones entrando e caminhando até mim, a
primeira que coisa que sai de minha voz é ...
— A janta está pronta.
Eu digo nervosa e ele diz sorrindo.
— Não precisava, ia te chamar para jantar fora. A gente come sua
janta que preparou no nosso almoço amanhã antes de ir embora. Podemos ir?
Ele me pergunta fixando seu olhar sobre mim.
— Claro. Só vou tomar um banho e vamos.
Respondo e passo por ele a caminho do banheiro.
Capítulo 18

Já estou pronta, tomei meu banho e no guarda roupa vejo muitos


vestidos ali. Coloco um vestido roxo claro e sapatilhas pretas. Penteio meus
longos cabelos escuros e passo perfume.
Estou pronta. Tenho que me acalmar, é só um jantar.

Após ir até a sala vejo ele, lindo como sempre.


Paro de o admirar por um tempo e escuto sua voz próxima a mim:
— Está linda. Muito linda.
Ele sorri para mim e estende sua mão, eu a pego e seguimos até o
restaurante.
Não demoramos para chegar, assim que escolhemos nossa mesa
fazemos um pedido simples.
Como bastante, pois estou nervosa e detesto quando estou assim.
Limpo minha boca com o guardanapo e bebo o restante do meu vinho,
eu estou nervosa e preciso falar com ele sobre Sabrina, mas não sei como
falar isso.
— Tudo bem Lúcia? — Ele me fita. Parece preocupado. Eu tento o
tranquilizar.
— Não é nada... é ... tá bom. É a Sabrina. Sei que não vai confiar em
mim, mas... ela está armando algo.
— Como é? — Ele se ajeita na cadeira prestando a atenção em mim.
— Continue.
Eu olho em seus olhos que me acalmam por um momento e continuo.
— Pois bem. Sabrina um dia me alertou que gosta de você. E ela
percebeu seu interesse em mim e disse que ela era a preferida e que... se eu
não saísse do caminho ela iria acabar comigo. Que já me machucou e faria de
novo. Ela que iria estar aqui com você nessa viagem e você me chamou, e
quando a gente chegar lá ela vai tentar fazer algo. E eu não entendo o que
você quer comigo.
Eu desabo e olho para os lados. Graças a Deus não falei alto e
ninguém ficou me olhando. Estou nervosa e minhas pernas treme.
Jones repara que estou nervosa e diz:
— Olha para mim, Lúcia. — Eu obedeço e fito seus olhos verdes de
novo. — Confio em você, sei que está falando a verdade para mim. Vamos
resolver isso, não vou deixar ela te fazer mal. Agora sei que ela é louca e
precisa se tratar, ela já te machucou uma vez e não vou deixar ela fazer isso
de novo. Eu prometo. Confia em mim? E sobre a gente: eu quero você. Sei
que era só uma pessoa que me servia na minha mansão, mas quero algo sério
com você. Nunca fiz isso, me dê uma chance de te provar que não sou tão
ruim. Posso não ter te tratado como merecia. É que na minha cabeça você era
só minha serva, trabalhava para mim, mas não te vejo mais assim, te peço
perdão por ter sido grosso com você.
Ele para por um momento, bebe mais vinho e continua.
— Eu era seu patrão e te tratava como tal. Gosto de obediência e era
assim que te tratava. Te peço perdão... sei que sente falta de sua família. Se
me der uma chance, para nós dois, porque sei que você gosta de mim
também. Se concordar, você pode ver sua família quando quiser, ou até morar
com eles, contanto que você dê uma chance. Eu nunca pedi isso a uma
mulher. É eu... nunca puni nenhuma mulher, eu só fazia... um sexo violento,
mas nada de maltratar uma mulher, só fazia uma... foda intensa. Você
entende?
Ele fala baixo a palavra “foda”.
Eu rio baixo e concordo com a cabeça.
Então... ele não era quem eu pensava. Me tratava daquele jeito grosso
e mandão por que ele era meu patrão e exigia obediência. Até aí tudo bem, eu
tinha entendido errado sobre a punição, não houve punição, mas sim uma
foda bem louca com a Sabrina que ela recebeu umas palmadas na hora do
sexo.
Mas essa parte de mandão se tivermos algo, ele não vai mandar em
mim, eu não sou submissa.
— Certo. Entendi. Se rolar algo sério entre nós... eu não... quero que
mande em mim, serei sua companheira e não submissa. Certo? E por que
depois que tive minha primeira vez com você, logo depois procurou a
Sabrina?
Digo brava, cruzando os braços querendo uma resposta.

Ele sorri e diz.


— Sabia que ia perguntar isso. Bem... eu não queria admitir que
estava sentindo algo por você. Nós homens fazemos muito isso, sei que foi
errado. Te peço perdão. Se quiser, a gente faz do seu jeito, vou mudar para
não ser controlador e te tratar como merece. Está em suas mãos e em questão
a Sabrina, vamos dar um jeito.
Fico pensando, mexendo os pés por detrás da mesa e pego mais vinho
para me dar coragem. Eu preciso ser forte e decidir o que quero.
O que eu quero? Quero Jones? Posso lhe dar uma chance?
São tantas perguntas... Céus...
— Está bem. Uma chance.
Ele ri e levanta da cadeira, me puxa e me beija.
Um beijo quente, gostoso e sexy...
Ele me deixa toda bamba e uma corrente de calor passa por todo meu
corpo.
Ele separa seus lábios dos meus e diz.
— Vamos embora. Quero fazer muita coisa com você.
Ele diz no meu ouvido e fomos pagar a conta.
Chegando no apartamento ele já me agarra e tira minha roupas. Eu
ajudo a tirar a sua e ficamos nos beijando até chegar na cama.
Ele me joga na cama e beija cada parte do meu corpo nu. Chegando a
minha intimidade ele saboreia cada pedacinho. Eu puxo seus cabelos e
aproximo mais sua boca para o meu sexo.
Ele faz movimentos incríveis me fazendo gemer mais, até que gozo
de puro desejo.
Jones se levanta, tira sua cueca e vejo seu membro duro na minha
frente, eu pego ele e chupo todo na minha boca fazendo movimentos de vai e
vem...
Ele geme dizendo meu nome, falando para ir mais rápido. Obedeço e
sinto ele gozar na minha boca. Engulo todo o líquido e ele me levanta e fala
para ficar de quatro para ele.
Obedeço e ele me dá um tapa da bunda de leve e ri baixo. Ele penetra
seu pênis em mim e estremeço de prazer, faz movimentos leves e depois
começa a ir mais rápido. Quando me ouve gemer de satisfação, ele continua a
mexer mais forte em mim até que nos dois gozamos outra vez.
Deitamos na cama e com meu rosto em seu peito eu digo.
— Eu adorei. Foi ótimo.
— Eu amei mais.
— Mas... quero te pedir uma coisa. Se vamos ficar juntos, podemos ir
devagar? Eu... sempre quis casar virgem. Não estou dizendo que vamos casar
eu... só... queria respeitar isso. Sei que não sou mais virgem, mas quero fazer
certo. Quero ver se realmente nos gostamos. Se você gostar de mim, vai me
entender e vai concordar.
Olho para ele, e Jones me olha sério. Ele diz:
— Não estou com você pelo sexo. Desde a primeira vez que ti vi eu a
achei a mulher mais forte e linda do mundo. Uma mulher que trabalhava para
manter seu pai e irmão. Soube na hora que você era diferente, por isso, você
não deve ser tratada da forma que te tratei. E sim, concordo com você, farei
de tudo para te provar que realmente gosto de você, e que vou te amar com o
tempo.
Ele beija o alto da minha cabeça e sorrio para ele.
— Obrigada.
Sinto sua respiração em meus cabelos e adormeço ali mesmo em seus
braços.
Capítulo 19

Dia seguinte acordo com um beijo no meu rosto. Olho para Jones que
já está me admirando. Ele olha meu corpo nu, mas antes de avançar sobre
mim ele se senta e entrega um par de roupas limpas.
Eu as visto e vejo ele por uma roupa.

Vou até Jones, lhe dou um selinho e digo:


— Obrigada por concordar. Bom dia.
— Bom dia. O café já chegou. Vamos...
Ele pega na minha mão e caminhamos até a cozinha para comermos.
Tomamos nosso café da manhã: Pães de queijo e suco de uva.
Após ficarmos satisfeitos vou escovar meus dentes e lavar meu rosto.
Devia ter feito mais cedo, mas estava com fome.
Termino e passo perfume.
Ajudo Jones a arrumar as malas e quando acabamos vamos ao
aeroporto até nossa cidade.
Após horas de vôo, chegamos até a mansão. Jones segura minha mão
e eu a aperto.
— Estou com medo.
— Não fique, estou com você.
Ele beija minha testa e continuamos a caminhar até a mansão.
Assim que entramos, avisto que Margarida está arrumando a enorme
sala, olho para ela que vem até mim sorrindo.

Ela repara nas mãos entrelaçadas entre eu e Jones e diz:


— O que...
Ela pergunta sem terminar a frase. Sei que ela não quer ser
intrometida e eu não sei o que dizer a ela...
Jones sorri e diz:

— Estamos juntos. Pode se acostumar.


Ela sorri e diz:
— Sério, Senhor? Que maravilha! Desejo felicidades a vocês.
Ela me abraça e retribuo seu abraço sem jeito.
Após nos afastamos ela volta para a cozinha, eu e Jones nos sentamos
no sofá.
— E em relação a Sabrina?
— Calma, eu vou procurar por ela. E você fica aqui, certo? Tudo vai
dar certo.

Ele me dá um selinho, sorri para mim e desaparece da sala. Fico ali


parada, olhando de um lado para o outro nervosa.
Começo a roer as unhas de nervoso, quando olho para a enorme janela
de vidro da mansão e vejo um vulto.
Meu coração se acelera, será ela? Tenho que ir lá ver.
Tomo coragem e me levanto, indo para fora da mansão. Andando de
um lado para outro, passando pelo jardim da mansão, avisto Sabrina comendo
uma maçã, na macieira que mais costumo relaxar, ela está comendo a maçã
com um sorriso sinistro nos lábios.
Ela me olha rindo baixo e diz:
— Olha só... Lúcia chegou de viagem e agora está com meu homem.
Você enfeitiçou ele sua bruxa... Vai pagar. Eu avisei.
Ela ri alto e avança contra mim, não deu tempo de correr, ela está com
uma faca nas mãos e passa a faca próximo a minha garganta.
Minha pulsação sobe, meu rosto está vermelho, meu batimento está
rápido, estou com medo e apavorada. Essa mulher é maluca.
Minhas mãos tremem e estão suando frio. Vai ser assim, meu fim? O
que farei? Como vou enganar ela?
Meus lábios tremem de medo e ela ri da minha reação e diz.
— Não vai chorar agora, não. Quem mandou mexer no que é meu,
hein? — Ela grita e faz um pequeno corte na minha nuca. Sinto a ardência e
um pequeno sangramento escorrer. Respiro fundo para não entrar em pânico.
Tenho que ser forte, tenho que pensar em algo.
— Vou acabar com você e Jones será meu. Você entendeu?
Ela grita tão alto, que meu corpo pula em reação ao seu grito.

Com seus gritos, escuto passos pesados vindo até nós. Jones aparece
na nossa frente com seu rosto apavorado.
Sabrina me prende e coloca a faca no meu pescoço e ameaça.
— Se chegar mais perto, vai ver ela sangrar até morrer.
— Por favor, Sabrina, você não precisa disso. Eu faço o que você
quiser.
Ela arregala os olhos e ri alto.
— Acha que sou burra, é? Isso é coisa de novela. Eu não sou burra.
Sei que é apenas um jogo para me distrair. Não vou cair nisso.
Jones respira fundo e diz a ela.
— Acredite em mim, só estava usando ela. Eu fico com você, se
solta-la, por favor, vem comigo.
Ele implora a ela e Sabrina fala sorrindo.
— Se soltar ela, promete que fica comigo?

— Prometo.
— Não é mentira?
— Não, eu prometo.
Sabrina confia nele e me solta.
Caio de lado e meu braço e minha perna dói pela batida. Espero Jones
me ajudar a levantar, mas assim que me sentei vejo ele sumir segurando na
mão de Sabrina.
Mas que merda é essa?
****

Horas se passam e estou chorando sentada na grama. Pelo meu


sumiço, Margarida vem até mim e me pergunta o que houve e digo tudo a ela.
Ela me leva para dentro e fico chorando por um tempo sem entender. Ele me
usou? Mentiu pra mim? Esse... desgraçado...
Não queria tê-lo xingando, mas ele mereceu.
Resolvo no fim da noite, ir embora. Pego minhas roupas e meus
documentos, digo para Margarida que vou embora. Ela não vai ficar sozinha,
tem muitos empregados aqui. E alguns seguranças, ela ficará protegida.
Despeço dela e saio dali às pressas... correndo...
Enquanto corro até meu lar, estou chorando. Me sinto sufocada e
enganada. Só queria sumir. Fugir. Partir.

****

Depois de meia hora chego até meu antigo lar. Entro pela porta e vejo
meu pai e meu irmão jantando, eles me olham surpresos e correm até meu
encontro e me abraçam... Foi um abraço muito gostoso. Reconfortante... Me
senti em casa, segura. Sentia isso com Jones, mas ele me enganou. Aquele....
Conto tudo para eles o que e aconteceu durante esses meses. Que
Jones me tratava como empregada e que era muito mandão e grosso, mas que
depois nos apaixonamos, mas resolvi deixá-lo e vir pra cá.
Não contei tudo, e disse que ele não procuraria por mim, pois disse
que rompemos e que tudo ficaria bem.
Era melhor isso, eles não merecem saber de tudo e sofrer como eu.
Preciso guardar isso para mim. Sei que vou ficar bem. DEUS me livrou da
morte, me protegeu, devo tudo a ele. Tudo...
Contanto que estou minha família, estarei bem.
Antes de dormir tomo um bom banho e me ajeito na minha antiga
cama. Como sentia falta da minha casa, do meu lar, do meu canto. E voltar
para minha família foi tudo de bom.
Meu pai engordou um pouco, está com uma barba enorme, mas ainda
continua lindo. Meu irmão também continua lindo e engordou também. Estão
saudáveis, pelo menos Jones manteve sua palavra, mandou dinheiro para eles.
Pelo menos isso ele fez, porque o resto não acredito em nada. Nem no amor
que disse que sentia por mim, nada. Simplesmente nada.
Capítulo 20.

Enfim juntos

Dia seguinte acordo e preparo o café, estava com uma vontade imensa
de fazer diversas coisas aqui em casa. Vejo que tem ovo e faço omelete e café
com leite.
Deixo na mesa e vou para nosso quintal, meu pai agora tem galinhas,
isso é tão maravilhoso que grito de felicidade.
Assim que me viro vejo meu pai e meu irmão correndo até mim.
— O que aconteceu? — Meu pai pergunta todo pasmo.
— Nada. É que vocês têm galinhas, isso é demais.
— Ahhh. — Ele coloca a mão na cabeça sem graça. — Não
queríamos te falar, mas foi Jones que enviou essas galinhas pra gente.
Jones? Mas por que ele faria isso? Por que iria os ajudar além do
dinheiro que pedi? Céus...
— Certo. Eu fiz café da manhã pra vocês. Eu cuido das galinhas e
vocês comem.
Eles assentem e vão comer.
Dou milho para elas e fico ali apreciando o dia enquanto tomo um
banho de sol, sentia falta da minha casa.
Quando decido sair dali e me juntar aos meus pais, ouço palmas em
frente ao portão.
Vou até lá e vejo Jones parado em pé.
O que ele faz aqui?
Meu coração pula quando o vê.
Eu falo com a voz falha.
— Sai daqui. Você não é bem-vindo.
— Me escuta, por favor.
— Não tenho nada a escutar. Sai.
Digo gritando e me viro mas escuto sua voz.
— Tive que dizer aquilo. Antes de sair eu disse para ficar na mansão e
você não obedeceu e pensou errado de mim. Eu menti para que ela
acreditasse. Assim que saí com ela, a levei para ser internada, ela precisa de
auxílio de um psiquiatra, a levei para uma cidade vizinha a nossa. Tinha que
ser assim, se não, não iria funcionar.
Me viro para ele e vejo sinceridade em seus olhos.
— Se fosse verdade eu não estaria aqui fazendo essa cena. Pelo amor.
Eu te amo. Sabrina era louca. Eu me apaixonei por você desde a primeira vez
que te vi, mas fui profissional e tentei te ver como uma empregada, mas não
consegui. Me envolvi, e agora estou aqui, te pedindo que acredite em mim.
— Eu te dei uma chance e você a desperdiçou. — Eu o corto e ele diz.
— Não. Foi você que não confiou e me julgou. Se quiser te passo o
telefone para você falar com a psiquiatra da Sabrina. Assim você acredita,
né? Você está parecendo comigo, agora. Sendo egoísta, mas tudo bem, a
escolha é sua.
Ele se vira e entra na sua carroça.
Vou deixá-lo ir? Devo acreditar nele? Mas... que merda. Não posso
deixar ele ir...

— Espera.
Eu grito...
Ele sai da carruagem e vem até mim, abre a cerca e fica na minha
frente.
Seus olhos verdes e lindos me encaram. Como é lindo. Me apaixonei
por um homem totalmente diferente do que imaginei, mas ele está disposto a
mudar por mim. Devo dar essa chance a ele.
— Tudo bem. Acredito em você. Quero que a gente dê certo, mas pra
isso, precisamos de confiança, amor e amizade. Certo?
Ele sorri, me abraça e diz:
— O que você quiser.
Eu o abraço e digo:
— Nunca mais faça uma coisa dessa sem avisar, seu louco.
Dou um leve tapa nele e nós dois rimos.

Soltamos do abraço e vemos meu pai e meu irmão se aproximando.


Jones se aproxima deles e diz:
— Rodolpho, João, temos que conversar, por favor.
Eles vão até os fundos da casa para conversar.
Eu os deixo à vontade e vou tomar meu café da manhã e arrumar a
casa.
Sei que eles têm muita coisa para conversar e espero que meu pai e
irmão entendam a gente e nos dê uma chance. Assim como dei uma chance a
Jones.

Seja o que Deus quiser.


Termino de arrumar umas coisas e vou almoçar.
Chamo os meninos e eles vêm comer.
Jones devora a comida satisfeito e diz:

— Estava uma delícia.


Eu sorrio e meu pai e irmão dizem o mesmo.
Retiro os pratos e os lavo na pia. Jones me abraça por trás e diz:
— Vou indo, tenho que trabalhar. Passo aqui de noite. Beijo.
Ele beija meu rosto e despeço dele.
O vejo ir embora pela janela e após lavar a louça meu pai me chama.
Sentamos nos sofá e ele começa.
— Ouvi tudo que Jones disse, ele se tornou um bom sujeito. A nossa
última conversa não foi como essa, vi que ele mudou, você mudou ele. Você
fez assim como sua mãe, ela me fez um homem bom. Mesmo tendo surtado
após a morte dela, agi errado com você e seu irmão, virei o velho homem
ruim que era. Te peço perdão por isso. Estou me tornando melhor agora. E
vejo que vocês dois juntos ficarão bem, serão felizes. Então, tem meu
consentimento para namorar e futuramente casar com ele. Quero sua
felicidade e seu irmão disse a mesma coisa. Eu te amo minha filha.
Me emociono com suas palavras e começo a chorar e logo a seguir
meu pai também.
Ficamos um bom tempo nos abraçando e logo chega João para se unir
no abraço.
Estou feliz. Me sinto feliz, agora tenho tudo o que eu queria.
Capítulo 21

Nas semanas seguintes meu namoro com Jones está progredindo, ele
está tendo dificuldades na parte de querer mandar no relacionamento, mas
tenho conversado que não é assim que funciona. Num relacionamento os dois
conversam e resolvem as coisas, para ele isso é difícil, mas sei que ele
consegue.
Jones comprou uma loja para mim. Eu, meu pai e meu irmão somos
os donos. Vendemos brinquedos, flores e plantas nessa loja. Está nos
rendendo muito e estamos bastante felizes.
Na parte da manhã meu pai e meu irmão ficam na loja comigo e na
parte da tarde eles vão trabalhar de jardinagem. Fico feliz que eles estão
trabalhando. Eu fico a parte da tarde sozinha, mas consigo, temos bastante
clientes e isso é bom. A maioria do tempo fico conversando com os clientes,
para criar aquele clima bom. Fiz até alguns amigos que estão me visitando na
minha casa.
Todos os finais de semana fico na mansão de Jones, ficamos vendo
filmes, conversando, e saindo. Até acompanho ele em algumas viagens, está
sendo divertido. Nosso namoro tem melhorado a cada dia. Ele está sendo
mais paciente e menos mandão comigo.
Meu plano de não fazer sexo está funcionando. Ele está me
respeitando. Ainda bem.
Fico a maior parte do fim de semana com ele e de noite volto para
dormir na casa dos meus pais.
Hoje e sábado e saímos para jantar e conversamos muito.
No final da noite ele me leva para casa.
— Me diverti muito.
Eu sorrio e ele diz me abraçando.
— Eu também. Até amanhã. Te amo e se cuida.
— Te amo. Ótimos sonhos. Sonhe comigo.
Pisco para ele e entro na minha casa.
EPÍLOGO.

Quatro anos depois.

Caraca, como o tempo passou rápido. Já tenho vinte e dois anos e


estou casada há um ano. Os primeiros meses foram difíceis, mas até que está
sendo bom.
Agora ajudo meu marido com suas empresas e a minha loja também,
mas meu irmão e meu pai são os donos. Fiquei alguns meses curtindo a lua
de mel. Ficamos viajando, mas agora a rotina é outra.
Me sinto tão bem. Tão viva.
Me lembro ainda de como Jones me pediu em casamento: estava com
vinte anos na época, namoramos por dois anos sem sexo, ele me respeitou,
foi um amor. Me levou para jantar e lá se ajoelhou e me pediu em casamento.
Foi maravilhoso, ele ficou tremendo todo, não sabia como fazer aquilo e fez,
e foi um máximo. Meu pai e meu irmão já sabiam de tudo, aqueles lerdos, eu
fui a única bobona que não sabia de nada e fiquei muito surpresa.
Foi o melhor dia da minha vida.
Após o trabalho, chego em casa cansada. Deito na cama e espreguiço
o corpo.
Após meia hora a porta do quarto abre e Jones adentra e deita do meu
lado. Ouço sua voz no meu ouvido:
— Dia cansativo, amor?
— Com certeza. — Digo sorrindo
Ele me provoca.
— Está a fim de relaxar?
— Só se for agora.
Dou um sorriso malicioso e ele me levanta.
Ele já me devora como sempre. Retribuí seu beijo quente e tentador.
Jones me leva para o banheiro e tira meu vestido rapidamente. Tiro
seu paletó e sua calça. Ele olha meu corpo e morde os lábios. Ligo a banheira
e entro, logo o sinto atrás de mim e começa a lavar meu corpo. É uma
sensação tão maravilhosa, que relaxo.
E é assim quase todos os dias. Temos nossas brigas de casal
diariamente, mas sempre resolvemos. Os dias de amor é que vale a pena. Ele
vale muito a pena.
Uma mocinha de dezessete anos agora se tornou uma mulher esbelta
de vinte e dois anos.
Encontrei o amor. Na verdade Deus me deu esse amor. Esse homem
que não sabia como amar, mas nem eu sabia. Nós descobrimos juntos como
amar e nunca me esquecerei disso: de como é bom amar alguém.
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