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Meu pai deixou de ser o homem amável, para curar seu luto com
álcool e mulheres e o único acalento que sobrou para mim foi meu
irmãozinho.
Para ele sim, eu era capaz de dar todo meu amor.
Depois do luto consegui me recuperar e dou o maior amor ao meu
irmão, pois ele precisa.
Agora com meus dezessete anos, consegui um trabalho de meio
período no centro da cidade costurando roupas e limpando a loja e até
atendendo os clientes quando a loja ficava movimentada.
É uma loja simples, mas muita gente a frequenta. Nossa cidade é bem
pequena então as pessoas que habitam aqui enchem a loja, pois nossa cidade
é afastada das demais, por isso há muito movimento por aqui, ainda bem.
Fico o dia todo na loja e volto pra casa por volta das seis para
começar a janta mais cedo. Meu pai só fica em bares bebendo enquanto eu
tento manter nossa casa. E mal dá para pagar a conta de água e luz, graças aos
céus ganhamos cesta básica da dona da loja que trabalho, se não fosse por ela
passaríamos fome. Ela viu nossa situação e quis ajudar, só por ela ter
oferecido o trabalho a mim nos ajudou bastante, mas com a cesta básica ela
nos salvou.
Meu irmão trabalha nas fazendas vizinhas, cuidando do gado, e afins.
Eu sentia que eu podia fazer mais pelo meu irmão, afinal não era
justo, uma criança de doze anos trabalhar para ajudar a sustentar nossa
família.
Meu pai, que deveria ser nosso refúgio, era apenas um pobre coitado,
que afogava todas as suas mágoas em doses da cachaça mais barata que podia
encontrar. Mas mesmo assim o dinheiro usado para comprar essas porcarias
daria para pagar algumas contas. Esse dinheiro que ele gasta com bebidas é
uns trocados que sobrou do trabalho que meu pai fazia. Ele nunca para em
trabalho, ele presta serviços por uns meses e é demitido porque chega no
trabalho bêbado e desorientado, portanto não posso confiar no meu pai nessa
questão, por isso me virei e consegui o trabalho. Graças a Deus.
Todo o fardo de alimentá-lo acabava ficando em minhas costas, uma
garota de dezessete anos.
Nossa fazenda nos rendia muito, tínhamos porcos, vacas, galinhas,
cavalos e até ovelhas, era um bom investimento, mas tudo se perdeu quando
minha mãe morreu e meu pai vendeu todos os animais da Fazenda. Foi muito
chocante pois havia me afeiçoado aos animais. Mas ele fez isso e gastou todo
o nosso dinheiro com bebidas e prostitutas. Eu e meu irmão nos sentimos só,
mas sempre que posso, falo para ele que é uma fase que tudo voltará ao
normal. E sempre digo que o amo, aliás sou a irmã mais velha e devo
protegê-lo.
Mas não vai melhorar. Estou mentindo pra ele.
Chegando em casa, meu irmão ainda não chegou, deve estar
finalizando o serviço. Eu entro em casa e começo a fazer uma sopa de carnes
e legumes.
Ganhamos carne na última cesta e alguns legumes, isso é muito bom
por que só estávamos comendo arroz, feijão e tomate. Era o que tínhamos.
Ainda bem que agora temos um tipo de carne e legumes, graças a Letícia a
dona da loja que trabalho.
Começo a sopa e deixo no fogo baixo e vou tomar um banho.
Lavo minhas madeixas escuras, ensaboo todo meu corpo e logo
enxaguo e me seco.
Meu pai sai todo apressado até a fazenda vizinha. Ele está bêbado mas
pelo menos não está agindo tão sem noção. Bom, Até agora.
Fico do lado de fora esperando os dois, olho a lua se formando no
céu. É tão linda.
Queria tanto você aqui, mamãe.
Digo baixinho olhando para o céu e uma lágrima escorre dos meus
olhos.
De repente vejo a figura de alguém, é um homem estranho que parou
ao meu lado, analisando—me dos pés à cabeça e uma vontade imensa de sair
dali surgiu em meu peito.
Mas eu tinha que esperar meu pai retornar com meu irmão. Eu não
podia ir para casa sem me certificar que ele estava bem.
O homem que está ali me encarando desce de seu cavalo, é um cavalo
muito lindo. Observo melhor o senhor a minha frente, ele é até bonito, os
seus olhos verdes são muito belos e até me deixa fascinada por alguns
minutos. Nunca cheguei perto de um homem, e ele aparenta ser bem mais
velho que eu, isso é errado, não posso encarar ele assim, devo me recompor.
Após eu o analisar ele me encara e diz:
— Boa noite. É filha do senhor Rodolfo?
Respondo sem demonstrar medo ao desconhecido.
— Sou sim. E o senhor é?
Ele sorri, se aproximando e diz:
— Sou Jones Krim. Prazer, senhorita?
Respondo esticando minha mão a ele, educadamente como qualquer
jovem.
— Lúcia.
Ele beija minha mão e diz após se afastar.
— Não é perigoso uma criança está aqui fora sozinha?
Eu o respondi a altura, corajosamente, pois não sou criança. Sou
quase uma adulta.
Sei que é estranho falar com estranhos, mas pelo menos ele não foi
inapropriado.
Graças a Deus, pois se fosse não saberia como agir.
CAPÍTULO 2
O homem ficou ali meia hora esperando meu pai, ele realmente é
paciente e estranho, pois não o conheço. Conheço todos os amigos, que na
verdade não são amigos de verdade, de meu pai. Nunca o vi por perto ou
mesmo na loja a qual eu trabalho. De vez em quando o pego me olhando.
Isso é errado, não é? Ele me olhar assim e fazer com que eu dê umas
escapadas e o olhar também. Isso é errado. Céus, que meu pai chegue logo.
Após alguns minutos, o avisto logo a frente. Vemos meu pai com meu
irmão, Jones corrige sua postura antes que meu pai o visse e lança lhe um
aceno de cabeça.
— Senhor Rodolfo, boa noite.
Meu pai fica todo estranho e sem jeito.
Os amigos de meu pai não o cumprimenta com tanta educação assim.
— Oi Jones. Que prazer em vê-lo. — Diz meu pai.
O vacilo que meu pai deu em sua voz me fez crer que algo aconteceu.
Esse homem não é tão velho, não veio aqui para chamá-lo para beber, não é?
Assim espero por que meu pai já bebeu hoje.
— Podemos conversar? — Diz o Senhor.
Conversar? O que será que eles têm para conversar, que não pode
deixar para outro dia?
Meu pai olha para mim e para meu irmão antes de concordar com um
meneio de cabeça e diz:
— Claro. Filho entra com sua irmã. Podem comer sem mim. Eu já
entro.
Ele ama o brinquedo que meu pai comprou pra ele, e esse brinquedo
que ele ganhou foi antes da mamãe morrer, ele é muito apegado ao
brinquedo.
Às vezes pergunto-me se estamos fazendo certo em deixá-lo crescer
tão rápido. Digo, amadurecimento precoce. Mas aí lembro que o mesmo está
acontecendo comigo então não se tem muito o que fazer. Infelizmente nossa
âncora se foi e não nos resta mais nada, a não ser lutarmos diariamente para
mantermos a casa e nossa barriga cheia. Como dizia a mamãe "saco vazio
não para em pé".
Depois de jantar eu fico na sala esperando os dois lá de fora terminar
a conversa. Confesso que sou uma menina curiosa.
Porém veja bem; meu pai não é um homem a qual eu deva confiar
cem por cento. Depois de seus últimos comportamentos, tenho mais que me
preocupar, sim, com o que ele faz, e com quem anda. Se bem que esse tal de
Jones não o conheço, não posso julgar sem o conhecer, na verdade não
podemos julgar ninguém, não temos esse direito. Então apenas não gosto da
idéia dos dois estarem conversando lá fora. Contudo, conheço bem meu pai e
sei que ele não tem amigos de verdade. E se esse Jones está aqui uma hora
dessas é porque algo muito grave aconteceu.
Me levanto e fico em pé atrás da porta escutando.
Consigo escutar as vozes deles.
— Ela só tem dezessete anos. Pelo amor, né? — Essa é a voz do meu
pai. A quem ele se refere? "Ela, quem?"
Arqueei minhas sobrancelhas na tentativa de fazer com que as
palavras de meu pai assimilem mais rápido possível em minha mente.
A única nessa casa que tem dezessete anos sou eu. Eles não podem
estar falando de mim. Tenho certeza que é de outra pessoa. Meu pai nunca
falaria sobre mim ou meu irmão com os homens com quem bebe. Bom, assim
eu penso.
Volto a colar meu ouvido atrás da porta e reconheço a voz exaltada do
Senhor Jones.
Não posso deixar que descubra que eu estava ouvindo sua conversa
atrás da porta. Ele já deixou bem claro que não gosta que eu me intrometa em
assuntos particulares. Se não fizesse tanta besteira eu não me preocuparia
tanto.
Meu pai entra e tranca a casa como se estivesse com medo de algo.
Nunca lhe vi assim. Quando a mamãe morreu dormimos até com a casa
aberta porque nossa única preocupação naquele momento foi em chorar, e
hoje vendo lhe fechar tudo desesperado, me deixa assustada.
Se antes eu tinha dúvidas que ele tinha feito algo de errado, agora
tenho certeza que meu pai aprontou alguma coisa. Só não sei o que é ainda.
Não vou perguntá-lo agora para dar bandeira que estava escutando atrás a da
porta.
— Pai! — Seu olhar me assusta um pouco. Mas volto minha postura
de antes e completo no que estava falando: — A janta ainda está quente.
— Ah… Já janto. Obrigado.
Suspirou aliviado.
Ele liga nossa televisão e eu termino a louça e antes de subir para meu
quarto vejo meu pai pela última vez naquela noite e vou me deitar.
Capítulo 3
Me viro olhando para meu pai não acreditando no que aquele senhor
disse.
" Vendida?" Sério?
Meus olhos começam a lacrimejar e lágrimas escorrem pelo rosto.
Jones me olha com certa pena, mas ele ordena para o grandão pegar
minhas coisas.
Não, Eu não posso ir.
Eu olho para meu pai que desaba no chão após o outro o soltar.
Ele começa a chorar desesperado. Eu vou até ele, me ajoelho e digo:
— Pai. Por que fez isso? Pai… — Suplico apavorada.
— Me desculpa. Naquele dia estava bêbado. Só vi o que tinha feito
quando voltei para casa. Me perdoa. Eu fui um idiota, ainda sou... — Ele
chora mais e me puxa para um abraço, eu retribuo, mesmo ele tendo feito
isso, ele é meu pai, ele errou, mas eu o amo. Ele é minha família.
Ficamos nos abraçando e sinto ele tremer todo, ele está desesperado e
eu também, nós não temos chances contra Jones e seu guarda costas.
Após ele secar suas lágrimas eu começo a falar:
— Pai. Eu te amo, sei que errou muito me vendendo... mas...
Fui interrompida pelas mãos de Jones me levantando, tento sair de
seus braços mas ele é forte e sou incapaz de sair.
Meu pai se levanta com seus olhos cheios de lágrimas, tentando me
socorrer, mas vejo o guarda costas dar um soco no estômago do meu pai e ele
cai de costas no chão gemendo, eu fico com raiva e grito e começo a dar
tapas em Jones. Ele fala alto:
— Para com isso menina. Não adianta querer escapar, seu pai vendeu
você para mim, não há como voltar atrás.
Começo a desabar em choro e Jones me carrega até a carroça e me
sento o mais distante dele possível, o guarda costa entra e a carroça se
movimenta.
Não consegui ver mais meu pai, se ele estava bem. Só escutei sua voz
bem baixa, abafada pela carroça, que começou a se movimentar. " Não a
leve, só tenho meus filhos agora, não posso a perder. Por favor."
Sua voz em agonia me deixa mais com o coração partido. Eu não
posso o deixar, nem ao meu irmão, não posso.
Meu coração está apertado. Estou sendo levada a um lugar que não
conheço.
Estou chorando em silêncio para ele não ver. O que será de mim
agora? Serei serva dele?
Não sei como. Estou me mostrando uma garota forte para minha
idade, eu chorei na carroça mas foi de desespero por meu pai ter sido
golpeado. Mas agora que estou só. Desabo no travesseiro em silêncio.
Papai, como o senhor está? Meu irmão… Não me despedi…
Como eles devem estar? Eu os verei?
São tantas perguntas que talvez nunca serão respondidas. Me sinto tão
estranha. Fui vendida, meu pai me vendeu. Como pode tal coisa?
Desabafo em lágrimas, mas me lembro das frases da minha mãe. Vou
fazer de tudo para sair daqui. Eu não pertenço a esse homem.
Eu fecho o semblante e viro meu rosto, mas ele pega meu rosto com
sua mão firme e quente, ele está me mostrando quem manda, é ele. Nossos
olhares se cruzam naquele momento, e eu posso sentir minhas mãos
começarem a ficarem suadas, uma parte de mim quer desviar o rosto, eu me
sinto estranha com ele me encarando tão fixamente, quase como se pudesse
ler minha alma… E talvez, ele realmente pudesse.
— NÃO vire o rosto quando estou falando com você. Me entendeu?
Eu aceno com a cabeça e ele sorri e diz.
— Enfim. — Ele olha para minha roupa e continua. — Vou
providenciar roupas para você, porque francamente, esses trajes são horríveis.
Ele debocha de mim e vê que fiquei mais furiosa, então ele fala:
— Não fique assim, só estou sendo sincero, oras. Enfim, amanhã virá
alguns amigos e eu quero que você esteja comigo, fui claro?
Eu aceno e ele diz bravo:
— Quero escutar sua voz.
— Sim, eu entendi.
Eu respondo claramente e ele fala contente:
— Boa menina.
Ele acaricia meus cabelos e começo a recuar. Ele fica nervoso por ser
rejeitado e diz alto e claro fixando seus olhos verdes sobre mim:
O dia passa e daqui algumas horas os amigos do Sr. Jones vão chegar.
Nem quero saber o que pode acontecer, aliás sou um tipo de brinquedo para
ele, e isso me fere muito. Nunca imaginei que passaria por isso, sempre fui
ingênua. Não sabia que uma pessoa podia ser comprada, muito menos que
meu pai me venderia. Fico pensando no que vou passar por aqui.
***
Eu ajudo a governanta com alguns afazeres da enorme mansão e faço
tudo o que ele me pede, enquanto tento a todo custo não mostrar a ele que
estou triste, por ter sido vendida pelo meu pai.
Meu objetivo é ganhar a confiança dele, pois assim terei uma chance
de sair daqui. Devo ser esperta.
Que assim seja.
Acabo de ajudar na cozinha e Jones me ordena a ir tomar um banho.
Vou até meu quarto depressa e tomo um banho rápido, e caprichado.
Penteio meus cabelos e coloco um vestido rosa muito bonito que o Sr.
Jones comprou, agora tenho perfumes de vários aromas e utensílios para
meus cabelos e jóias. Isso é muito bom, até que gostei de ganhar tudo isso,
são bonitos e destacam minha beleza. Essas jóias e esses perfumes são
maravilhosos, mas ele não vai me comprar com isso. Meu foco é fugir.
Após me perfumar vou até a sala de jogos do Senhor Jones. Assim
que entro seus amigos param o que estão fazendo e me olham. Sr. Jones não
está ali. Onde ele está?
Fico procurando, e quando decido sair da sala e procurá-lo pela
mansão, uma mão firme segura meu braço.
— Cala a boca sua infeliz. Você está aqui para nos satisfazer, Jones
mandou você para nós. Cala a sua boca e me deixa satisfazer meu desejo. Eu
estou excitado e quero você aqui e agora.
Ele bate no meu rosto e lágrimas escorrem pela minha face. Sinto sua
mão em meu rosto, está ardendo e doendo muito.
***
Após almoçar eu lavo meu prato e ajudo em alguns afazeres da casa, é
tão imensa e graças a Deus por ter muitos empregados.
Ela solta uma risada sinistra e a chefe de cozinha chama sua atenção:
— Vá olhar as verduras, anda logo.
Ela empina o nariz e vai até o fogão dar uma olhada nas verduras, a
chefe de cozinha que se chama Margarida diz:
— NÃO liga para ela, sempre gostou de atormentar os novatos.
Eu sorrio para Margarida, ela se mostra uma pessoa legal, gostei
disso.
— Não ligo para isso. Está tudo bem. Precisa de mais alguma ajuda?
Ela sorri mexendo na carne e diz:
Sinto falta da voz do meu irmão, e do meu pai, como desejo vê-los.
— No que está pensando?
Levo um susto e olho para o Sr. Jones, ele sempre me pega de
surpresa.
— Em nada. Já terminei de comer. Vou me retirar.
Ele me fita com raiva e diz.
— Vai ficar sentada até eu mandar. Portanto sente essa bunda na
cadeira agora mesmo.
Ele certamente é maníaco por controle.
Me sento novamente e fico fitando a mesa sem olhar para ele. Pelo
menos o obedeci. Eu não posso o desobedecer, não posso perder o foco.
Após a permissão do Sr. Jones, ajudo na cozinha e depois vou para o
jardim cuidar do mesmo.
O jardim é imenso e tem diversas plantações aqui. É maravilhoso. É
um lugar que me acalma. Me sinto viva, de certo modo.
Mesmo já sendo tarde da noite, o jardim é bem iluminado e bem
cuidado, é um colírio para os olhos, esse lugar.
Quando decido colher uma maçã sinto braços quentes em volta da
minha cintura. E para minha falta de sorte, é ele.
— Não se mova.
Ele já começa a mandar novamente e ele me vira de frente para ele.
" o que ele vai fazer? "
Fico com receio, nenhum homem chegou tão perto assim de mim, a
não ser ele.
— Mês que vem você fará dezoito anos, Lúcia, e você será minha.
Toda minha. Vou ser o primeiro a te tocar, a te sentir. Fique avisada, terá que
fazer tudo o que te pedir, se não será punida. Vou te dar uma amostra agora,
se você se recusar irá sofrer as consequências bem aqui.
Ele sorri e me derruba no chão, minhas costas doem, estou deitada
contra a grama debaixo da árvore.
Ele fica por cima de mim prendendo seu corpo ao meu.
— VOCÊ é de menor, não vou fazer nada, só quero te sentir. Você me
excita quando fica bravinha e não me obedece.
Ele fala no meu ouvido e não acho correto o que ele pretende fazer
comigo, céus não sei se vou suportar tudo isso.
Sinto a boca dele em meu pescoço, descendo para meu ombro. Ele
depositou vários beijos em meu rosto, seguindo para meu pescoço, ele geme
sentindo minha pele e eu fico calada, não posso recuar infelizmente.
Sinto seu membro duro contra minha intimidade, pressionando forte.
Isso faz com que me sinta tensa, nunca senti isso, um homem está me
desejando e isso é estranho e ao mesmo tempo o meu corpo gostou disso.
Mas como? Isso não é errado? Escuto sua voz rouca.
— Olha como você está me deixando, sua pele é macia, cheirosa.
Você é uma delícia. Mês que vem vou acabar com você.
Ele ri baixo beijando mais meu corpo e levando uma mecha dos meus
cabelos até seu nariz, ele cheira e depois se levanta e me puxa.
Ele ajeita sua roupa e diz sorrindo.
— Já arrumaram suas malas, não esqueça de acordar cedo amanhã.
Até mais.
Ele puxa meu rosto e me dá um selinho e sai dali.
Sento na grama chocada com tudo, ele tocou seu corpo no meu. Foi
estranho mas meu corpo gostou disso. Isso é correto? Posso sentir isso? Posso
dar razão a isso? Eu já não sei de mais nada. Jones está me confundindo toda,
ao mesmo tempo que ele está distante e frio, ele faz isso. O que ele quer
realmente? Eu preciso descobrir.
Capítulo 7
Minha mala está pronta como o Sr. Jones havia falado. Troco meu par
de roupas por algo mais apropriado. Jeans e camiseta rosa de mangas. Uso
um All-star que ganhei do patrão e arrumo meus cabelos e escovo os dentes.
Desço até a cozinha e Jones já está impaciente me esperando. Ele
resmunga quando me vê e diz:
— Eu disse cedo, sabe o significado dessa palavra? — Nem um bom
dia eu recebo, como esperado.
Eu fito seus olhos esverdeados e digo:
— Perdão, Senhor.
Chego perto dele e escuto a ajudante da chefe de cozinha rir baixo.
O nome dela é Sabrina e ela adora caçoar de mim certas vezes.
Jones escuta a risada e dispara o olhar pra ela e diz:
— Qual é a piada?
Ele fita ela com raiva e Sabrina diz toda envergonhada recuando:
— Não é nada, Senhor, perdoe-me.
Ela vira o rosto triste e Jones se vira para mim:
— Vamos logo, não quero me estressar mais.
Ele puxa meu braço e me leva até a carroça. Ele está bem zangado.
Iremos de carroça até o aeroporto, de lá iremos pegar um avião até
São Paulo, não demora muito.
Em meia hora chegamos ao aeroporto e entramos na fila.
Esse lugar é imenso e muito lindo, nunca tinha explorado minha
cidade, agora vou para outra, mas não será mil maravilhas. Sei que não. Só
vou seguir ordens como sempre.
Jones providenciou tudo, quando me tirou da minha casa a força, o
Leôncio pegou minhas malas com meus documentos. Então Sr. Jones fez
meu passaporte, carteira de trabalho. Tudo que é meu está nas mãos dele,
inclusive minha vida. Mas, talvez Deus me tire daqui, preciso ter fé, não é
mesmo?
Chega nossa vez e ele entrega os passaportes e outros documentos
necessários.
Fomos em direção à fila de embarque. Somos da primeira classe
então, rapidamente estaremos dentro do avião.
Jones a todo tempo me segura forte contra si, estou bastante arrumada
e o incomoda tantas pessoas me olhando, teve um homem até bonito me
olhando e sorriu para mim, Sr. Jones ficou na minha frente e assustou o cara.
Ele está avisando que eu sou dele, mesmo não sendo verdade.
— Que bom.
Minha voz está rouca e falha. Preciso de água. Automaticamente é
como se ele ouvisse meus pensamentos, ele me entrega uma garrafinha de
água.
— Obrigada. — Pego de sua mão e bebo um pouco. Entrego a ele e o
mesmo a guarda.
Fico um bom tempo olhando para janela para não ter que ver aqueles
olhos verdes, ele é bem estanho. Não o conheço, ao mesmo tempo que ele se
mostra uma pessoa boa, ele é distante e frio, realmente deve ter acontecido
algo para ele ser assim.
Estou curiosa para saber.
****
Depois de um tempo chegamos ao aeroporto de São Paulo. Após
pegarmos nossas malas, Jones pede um táxi e nossa próxima parada é um
apartamento que ele tem aqui, de dois andares.
Chegando no apartamento, Leôncio pegou nossas malas e Jones me
segura pelo braço me levando até o apartamento.
Entramos e vejo como é bem decorado e arrumado. Impecável, assim
como sua mansão.
Ele me diz que ficarei no quarto de hóspedes e Leôncio dormirá na
sala.
Fico admirando o apartamento e Jones diz:
— Já abasteceram a geladeira como pedi, eu vou até minha empresa
falar com meu amigo e sócio. Você fica aqui e vai ter um segurança que
contratei ali do lado de fora. — Ele aponta para a porta. — Come o que
quiser, quando chegar quero a janta pronta. Durante essa semana você que
fará a comida. Portanto, capriche no jantar. Até depois.
Sim, ele é exigente e machista. Eu não gosto disso. Me despeço dele e
respiro fundo.
Deito no sofá e penso comigo mesma
Havia preparado a janta: fiz arroz bem soltinho, feijão, salada, bife
acebolado e batata frita. Foi uma comida básica, mas sei que ele ama batatas
fritas e bife. Então vou ganhar pontos por isso.
Após deixar a janta pronta, vou até o quarto que vou ficar e fico
olhando pela janela o tempo, está começando a ficar nublado, vai chover
daqui a pouco, eu amo chuva e gosto de ficar debaixo do cobertor, e ouvir o
barulho o som dela ecoando pelo telhado.
Eu aprendi a fazer comida na prática mesmo, quem fazia era a mamãe
e meu pai e meu irmão não sabia fazer nenhum tipo de comida, nem um ovo.
Estou imaginando se eles estão passando certas dificuldades, me parte o
coração essa distância, ter sido separada deles de um jeito tão horrível.
Não sei se os verei de novo, mas tenho me mostrado uma garota forte
para minha idade. Sempre fui fechada em não demonstrar sentimentos, mas
sempre mostrava que amava meu irmão, era carinhosa com ele, ele precisava
de todo amor, e fico pensando se meu pai está passando isso a ele. Agora que
não os tenho mais, sinto meu coração endurecido, raiva e ódio começa a
preencher meu coração, pelo fato dele ter me vendido, por que ele fez isso?
Mesmo não demonstrando o quão triste estou, pois sou fechada por não
demonstrar sentimentos, Deus sabe o que estou sentindo, e que irei sofrer os
dias que virão. Irei tentar ao máximo ser forte, e superar tudo que está por vir.
Após Jones chegar e exigir minha presença vou até seu encontro.
— A janta está pronta? Estou exausto.
— Está sim.
Ele ergue o olhar para mim e vai até a cozinha olhar as panelas, vejo
pelo seu olhar que ficou satisfeito, ele diz após tirar a gravata.
Ainda sentada batendo os pés no chão para passar os minutos vejo Sr.
Jones se sentando na cadeira, Leôncio está sentando também. Me levanto e
vou a cozinha e sirvo os dois. Quando vou me retirar, Jones diz:
— Arrume para você também.
— Não estou com fome. — Respondo sinceramente.
— É pra você comer alguma coisa. Se ficar doente? Anda logo. Trate
de comer.
Eu assinto e vou até a geladeira e pego uma fruta para comer, me
sento com eles e como a fruta.
Os dois comem em silêncio e escuto Jones reclamar baixo, ele parece
cansado e frustrado.
— Pena que ainda não tem dezoito anos, eu estou louco de desejo por
você, querida. Como não pode me satisfazer. Eu vou só fazer isso.
Ele me olha intensamente, coloca suas mãos entre meus cabelos e me
beija.
Um beijo urgente, ele está necessitado.
Não sei como beijar e fico imóvel.
Ele me beija mais e ordena entre o beijo. – “Faça como eu, vai
sentindo, se entregue ao beijo”. “Eu estou te ordenando.”
Ele puxa meu cabelo com força e não tenho como recuar. Serei
punida se não obedecer.
Correspondi ao beijo. Ele suga mais meus lábios e sinto sua língua
entrar em minha boca, ele suga com urgência e geme ao me beijar
intensamente. Correspondo do jeito que posso e ele morde meus lábios, beija
meu pescoço e morde minha orelha. Ele vai para meu pescoço e começa a
sugar o mesmo, o que ele está fazendo? Um chupão? É assim que fala?
Ele suga com força, e sinto uma dor e reclamo um pouco. Ele para e
toma meus lábios de novo e morde meus lábios com força e diz.
— Eu mandei ficar calada. É só um lembrete que você é minha. É
uma marca. Vou aguardar ansiosamente mês que vem. Você será
oficialmente minha.
Se eu me apaixonar, posso sofrer por que ele não gosta de mim. Vou
tentar não misturar as coisas. Não nutrir nenhum sentimento por ele.
Capítulo 9
— Eu vou dar uma volta, comprar umas coisas pra mim, quer vir?
Ele leu meu pensamento? Só pode ser isso. Eu respondo ansiosa.
— Adoraria.
— Então troque de roupa. Ande logo que já estou saindo.
Ele diz de modo seco e nem sequer me olha.
Eu corro até o quarto para me trocar.
Pelo menos irei conhecer a cidade, isso é bom. Pelo menos um lado
bom de ter vindo até São Paulo.
No caminho, no centro de São Paulo, Jones vai até algumas lojas e
compra cintos, relógios, gravatas e ternos. Típico de um empresário esnobe.
Reviro os olhos quando ele está escolhendo alguns ternos e olho para um
vestido na vitrine, ele é lindo, todo vermelho, rendado e bem rodado, típico
de uma princesa. Só quem é rico pode comprar.
Eu penso alto e Jones olha pra mim pensativo.
— Gostou dele?
Eu apenas assinto e olho para outro lado. Ele suspira e pede a
atendente para pegar o vestido, a moça diz:
— Vamos experimentar.
Eu nego com os braços me afastando e digo.
— Não, obrigada.
Não posso, é lindo de mais.
Jones me olha como se lesse meus pensamentos e diz.
— Vai lá experimentar. Quero ver como fica em você.
Ele me olha, ordenando e apenas balanço a cabeça e vou
experimentar.
A moça me ajuda a colocar, porque é muito difícil e tem muitos
botões para abotoar.
Assim que ela termina, me olho no espelho e o vestido serviu
direitinho no meu corpo magro, fiquei muito linda. Nunca me imaginaria
vestida assim, pareço até uma princesa. Eu suspiro e digo que tenho que
mostrar para meu acompanhante. Ela sorri pra mim e diz que vai chamá-lo.
Como assim? Ele sabe que cor combina com minha pele? Eu bufo
baixo e vejo a moça atendendo o pedido dele.
Ele sorri se aproximando e diz.
— Ficou muito linda. — Ele chega mais perto e diz no meu ouvido.
— Fico imaginando você sem ele, na minha cama. — Ele me olha de um
jeito provocador e muda de assunto. — Mas enfim, essa hora vai chegar
ainda. Troque de roupa. Eu vou pagar a conta e aprovar as roupas que a
atendente escolher. Céus o jeito que ele falou deixou minha pele toda
arrepiada, é uma sensação tão gostosa, Meu Deus
Ele se vira já indo em direção à moça que nos atendeu.
Eu troco de roupa furiosa. Eu não queria nada mas ele que manda, e
ele me provocando desse jeito, não vai dar certo.
Depois de Jones pagar tudo que comprou ele me guia até o
apartamento de novo e fica me olhando daquele jeito sensual, com certos
olhares sobre mim, eu tenho que recuar, não posso retribuir o olhar se não ele
vai saber que … estou sentindo algo por ele.
Capítulo 10
Minha boca está doendo, sinto gosto de sangue e minha cabeça está
latejando. Eu tento me levantar com dificuldade. Estou meio tonta. Aperto
meus olhos com força e vejo ela rindo. Eu seguro na parede e digo.
— Você me paga, sua...
Eu grito e não consigo ficar em pé. E caio de joelhos. Meus olhos se
enchem de lágrimas. Eu estou fraca para revidar não vou conseguir bater
nessa vaca. Minha cabeça dói muito, mas que saco!
Coloco a mão na cabeça e sinto uma pontada de dor.
De repente ouço passos pesados vindo até mim. Olho para Sabrina
que está parada feito pedra. Ouço a voz do Sr. Jones.
— De novo no chão Lúcia? Que porra aconteceu aqui?
Ele pergunta severo.
Eu só levanto a cabeça e ele me olha com pavor novamente.
— MERDA.
Ele fala e me levanta com rapidez. Ele me pede para apoiar nele e
assim o faço, segurando em sua cintura enorme.
Ele diz ríspido para Sabrina.
— Me espere no mesmo local de costume. Vamos ter uma conversa.
Anda logo, eu já vou para lá.
A loira rapidamente assente e obedece desaparecendo dali.
Jones abre a porta do meu quarto e me coloca na cama.
— Como se sente? Tonta? Com dor?
—Tudo está girando, minha cabeça está explodindo de dor, minha
boca tá sangrando e latejando. Por que ela me odeia? Eu não fiz nada para
ela. Eu estou fazendo tudo que me pedem.
Eu choramingo e abaixando a cabeça. Ele levanta meu rosto com seu
polegar e diz tentando me consolar.
— Ela vai pagar pelo o que fez. E você, não fez nada. Não se culpe,
querida. Agora vou pedir alguém para cuidar de você. Certo?
Esse mês passou rápido, levei umas broncas de Jones por que guardei
uma coisa no lugar errado. Eu já tinha decorado tudo e foi só um descuido e
ele brigou comigo falando um monte. Apenas fiquei calada e pedi desculpas.
Por outro lado nem via mais Sabrina, mas sei que ela vai aprontar alguma. Eu
sinto isso, e ela também vai pagar pelo o que me fez. Ah se vai, eu não vou
deixar barato.
Amanhã é meu aniversário e já sei o que me espera. Estou um pouco
preocupada com isso, mas o que farei? Não tem nada para fazer em relação a
isso. Eu apenas tenho que deixar, pois eu também estou meio que ansiosa.
Não devia, não é? Mas meu corpo deseja ele, céus que loucura.
Sr. Jones reservou um lugar para jantarmos amanhã. E vou usar um
dos vestidos que ele comprou na viagem que fizemos para são Paulo.
Só posso usar eles para ocasiões especiais e ele acha que amanhã será
especial por duas ocasiões: será meu aniversário e também será minha
primeira vez e eu não deveria querer isso, mas uma parte de mim quer.
— Eu não vou te machucar. Prometo que vou ser gentil, mas agora
você é minha. Eu esperava muito por isso, Lúcia, você não tem idéia. — Ele
diz com a voz rouca e se aproxima de mim.
Ele sorri para mim e começa a tirar seu terno e a gravata.
Fico olhando sem saber como agir.
Depois de tirar o terno, ele tira o cinto e depois a calça. Olho o
tamanho da sua ereção e fico chocada.
Caraca, olho o tamanho desse negócio.
Ele vê como fiquei chocada e ri baixo.
Ele avança sobre mim e beija minha boca.
Ele me beija violentamente, me deixando sem fôlego, retribuo e ele
começa a deslizar sua mão sobre minhas pernas. Ele encosta na minha
calcinha e arranca ela de mim. Vejo ela deslizando sobre minhas pernas e
caindo na cama.
Jones abre o zíper do meu vestido, que fica na lateral, e fica fascinado
ao retira-lo de mim.
Ele me olha ainda mais excitado e olhando minha intimidade exposta,
tira meu sutiã devagar, observando meu corpo todo nu.
Ele diz rouco:
— Mais que gostosa. Sua delícia.
Ele começa a passar a mão sobre meus seios sentindo a maciez deles.
Eu me arrepio toda com seu toque delicado sobre mim. Depois, devagar,
começa a beijar com seus lábios quentes que transmite em mim sensações
que jamais senti, nunca pude imaginar que a sensação que sentiria seria
assim, tão intensa. Ele me tocando desse jeito, me deixa muito excitada e
transmitindo sensações maravilhosas. Ele suga um seio e vai para o outro,
solto um gemido sem querer. Por que o que estou sentindo é inexplicável, ele
está mexendo comigo, de uma certa forma. Eu não podia sentir isso. Não
podia. Mas… Como evitar sentir esse prazer? E se eu me apaixonar?
Ele fica satisfeito vendo como estou gostando e desce beijando minha
barriga e indo para minhas coxas.
Ele as morde levemente e diz me olhando:
— Eu sou limpo, e não faço sexo oral com ninguém e ninguém faz em
mim. E sempre uso camisinha. Como sei que você é limpa como eu, vamos
fazer do modo tradicional. Pele a pele.
Ele ri e morde de leve minha parte íntima, abre minhas coxas e sorri
para mim. Estou toda aberta para ele, mas que vergonha.
Ele sente o cheiro da minha intimidade e começa a saborear com a
língua. Depois começa a sugar com força, me deixando toda excitada e
gemendo. Ele me chupa com mais força e me deixando bamba e gemendo
mais alto, ele satisfeito, faz vários movimentos até sentir uma onda intensa,
sinto tudo explodir e penso que isso é que é chegar ao êxtase (gozar), meu
Deus, é uma sensação louca e maravilhosa. Mas não queria ter essa primeira
vez com ele. Não podia. Sinto aquela onda e explodo dizendo seu nome, após
gozar.
Ele satisfeito, para de me chupar e beija minha boca para eu sentir
meu gosto, sou salgada.
O beijo e ele desce para meus seios novamente e os chupa bem
gostoso que me faz gemer de novo.
Levemente ele coloca seu negócio na minha entrada e pressiona bem
devagar, sinto uma pequena dor e ele continua. Ficamos alguns minutos até
que ele entrou completamente dentro de mim, e só prazer eu senti… Foi a
melhor sensação que já tive. Mesmo não querendo que fosse com ele e
daquele jeito, aconteceu e foi bom. Ele não foi estúpido comigo. Foi bem
gentil.
Depois dele me usar muito naquela noite, cada um foi para um
banheiro se limpar. Ele transou comigo mais de três vezes essa noite e já são
três da manhã. Eu tomo meu banho me limpando toda e coloco uma blusa
larga branca e um short curto, prendo os cabelos e vou até a cama e me deito.
Estou morrendo de sono.
Dentro de uns minutos sinto que ele deitou na cama também. Sinto
seu cheiro de limpo invadindo o quarto, o sinto beijar o alto da minha cabeça
e passar sua mão em meus cabelos.
Fico quieta na cama fingindo estar dormindo e ele logo vira para o
outro lado e dorme.
***
***
Sou acordada por carinhos no cabelo. Sr. Jones e seus lindos olhos
verdes estão me olhando. Sim ele tem olhos lindos, que me fascinam. Após
nossa noite sexual eu estou o olhando com outros olhos, mas o que me
incomoda é aquela maluca da Sabrina ser uma louca psicótica por ele, não
estou disposta a me envolver, senão vou ter problemas, melhor eu tentar a
todo custo evitar me apaixonar por esse homem. Não sentia nada por ele, mas
agora… eu já não sei. Após refletir sobre isso eu me sento e ele já começa
com as perguntas.
— Preciso de você nesse momento, sei que vou me acalmar após estar
a sós com você, por favor tome um banho e me encontre no meu quarto. —
Ele pede, não ordena, como sempre. Que diferença, não é? Ele me olha e digo
sem graça:
— Houve um imprevisto.
— O que seria? — Ele diz desapontado.
— Estou menstruada. — Digo toda envergonhada olhando para baixo.
— O que? Logo hoje, merda. — Ele resmunga baixo e continua. —
Quanto tempo isso dura?
— Bom, acabou de acontecer, costuma durar sete dias, mas agora que
estou tomando o remédio eu não sei por quanto tempo irá vir. — Fico
vermelha e tento não olhar em seus olhos pois é um assunto estranho de se
falar, ainda mais com um homem. Nem com minha mãe tinha falado, ela
faleceu antes de acontecer e quem me ajudou com isso foi a mulher da loja a
qual eu trabalhava. Vendo eu toda envergonhada ele se aproxima segura meu
rosto gentilmente e fala tão suavemente que até me assusta.
— Tudo bem Lúcia, não precisa ficar assim. Essas coisas acontecem,
não precisa se envergonhar por estar falando da sua intimidade comigo. Eu já
te vi nua, então não precisa ficar assim, se precisar de algo me fale, vou
respeitar seus dias e não me aproximar tanto. Estou nervoso e precisava de
você, mas como está nesses dias, é melhor cuidar bem de você, certo? Pode
me chamar se estiver com muita dor. — Nossa, ele está preocupado, isso já é
demais. Eu achava que ele só me queria para sexo, agora parece que ela
realmente se preocupa comigo, seria mais fácil ele dizer o que quer de mim
de verdade, assim não ficaria tão confusa.
— Obrigada por entender. Já tomei remédios, espero que ajude com
minha dor. — Agradeço a ele e agora fito seus olhos que encaram os meus,
ele se aproxima e toca em meu rosto, e sinto a mesma coisa, meu coração
acelera e seu toque me faz ficar toda quente.
— Jones, acho melhor parar eu…
Não consigo terminar, é tão gostoso, eu estou o desejando, mas que
merda. Eu não posso. Assim que abro os olhos sua boca já devora a minha,
ele me quer, sinto isso, eu TAMBÉM o quero, mas não podemos nos tocar.
Sem pensar direito eu o beijo, esse beijo quente que me deixa toda
louca, chupo sua língua e gemo de prazer. Estamos nos pegando bem aqui na
sala, que loucura. Quando dou por mim, com muito custo, me afasto e digo:
— Jones eu estou nos meus dias, nós… não podemos, por favor.
Vamos parar. — Eu peço com a voz toda rouca de desejo por esse homem.
Ele respira fundo e percebe a loucura que estávamos fazendo e diz:
— Verdade, eu… não devia ter feito isso, melhor você sair para não
ocorrer isso novamente. Nos vemos depois, talvez.
Ele diz com a voz rouca de desejo, eu assinto e começo a sair dali,
isso não devia acontecer, agora de fato ele sabe o quão o desejo.
Acho que agora vai ser difícil sair daqui e fugir, com esse desejo que
brota em meu peito por ele, pode ser impossível. Agora Jones pediu para que
Leôncio não me vigiasse, acho que Jones confia um pouco em mim, por que
Leôncio só fica acompanhando Jones em suas saídas pelo dia. Quem sabe
dou uma volta, eu preciso disso até para encontrar com meu pai, mas não sei
se quando o ver, voltarei com ele para nossa casa, eu seria capaz?
Mas eu sei que se Sabrina ver eu sair daqui ela pode me dedurar. Por
que sei que ela está esperando eu fazer alguma coisa pra acabar comigo.
Disso sim. E não posso dar esse gostinho a ela.
****
Mais tarde ajudo com a janta e depois comemos em silêncio. Jones
tenta a todo custo não me olhar, mas peguei ele me encarando algumas vezes
e eu fiz o mesmo. Após todos comerem, recolho os pratos e me viro para
Jones e digo baixinho para ele ouvir.
— Boa noite Sr. Jones, te desejo uma ótima noite. — Eu ouso em
dizer isso, querendo o seduzir como ele faz, posso fazer isso, não é? É
divertido.
Ele pousa seus olhos sobre mim e diz sedutoramente:
— Boa noite, Lúcia. Espero que acorde toda suada, por que você vai
sonhar com a gente transando e vai ficar triste pelo sonho não ser real. Ótima
noite, querida.
Ele pegou pesado, eu engulo em seco e ele dá aquele sorriso safado
que agora estou gostando, me afasto dele e vou até a cozinha lavar os pratos.
Se ele quer jogar assim, ele que se prepare, porque agora vou ser muito
ousada.
Após terminar na cozinha, dou um beijo em Margarida e vou até meu
quarto. O quarto de Jones fica no mesmo corredor que o meu, os outros
quartos são de hóspedes que às vezes, Jones convida amigos para dormir
aqui, mas depois que aquele amigo dele me bateu, não os vi mais. Ainda
bem.
Quando vou até a minha porta, escuto vozes.
— Tem certeza que não quer saciar seu desejo comigo, SENHOR?
Prometo fazer tudo e mais um pouco. Como o Senhor ordenar.
Essa safada, está se vendendo ainda mais para Jones. Ela é mesmo
louca por ele, e Jones não vê isso. Pelo amor, eu vou ter que abrir os olhos
dele, uma parte de mim quer que ele deseje só a mim, que durma só comigo,
mas ele somente me quer para passar suas noites, ele não gosta de mim, e
espero que ele se canse logo, para eu poder ir embora, porque se me
apaixonar será uma fria. Escuto a voz dele a respondendo secamente.
— Não. Obrigada, Sabrina. Estou com sono. Pode se retirar.
— Sim, senhor.
Ela sai dali e Jones suspira cansado e entra no seu quarto.
E os dias seguintes, seria assim. Ele me querendo e eu a ele, mesmo
dizendo ao meu corpo que não posso, mas não sei como parar isso. E Sabrina
iria ficar de cima querendo que Jones ficasse só com ela. Seria uma semana
bastante intensa, mas talvez ele até iria para a cama com ela, ele pode até ter
seu lado carinhoso, amável e afins, mas quando não o obedecemos ele pune,
e pelo o que ouvi, ele só o faz na cama e na hora H. Mas, por que ele faz
isso? Preciso saber.
Capítulo 14
JONES
Essa Lúcia é uma mulher que jamais saberia que me deixaria assim,
todo louco. Que merda.
Quando a vi pela primeira vez, toda tímida, mas mesmo assim
determinada, achei ela fascinante. Ela não teve medo de mim, um
desconhecido à espera do seu pai. Não. Ela ficou ali comigo do lado de fora o
esperando chegar. Não foi rude comigo. Me tratou com respeito, de certo foi
bem educada, e não era nada maliciosa.
Seria uma perfeita submissa, não? É jovem, tinha dezessete anos,
apenas teria que esperar um pouco até completar dezoito anos e ela seria
minha. Isso que sempre busquei. Uma submissa para atender todos meus
desejos, mas as moças jovens que comprei, no começo achei que serviria mas
não, elas não despertaram o interesse que tanto busco.
Eu arregalo os olhos quando vejo ele se inclinar para trás e para frente
"metendo" seu troço na Sabrina.
Mas que cena mais bizarra, não devia estar vendo isso.
Eu paro de ver aquela cena nojenta e me estico para pegar a maçã, me
inclino mais e quando vi, estou caindo.
Caio de cara no chão.
— Merda.
Eu falo alto, e me arrependo.
Agora Jones vai achar que estava bisbilhotando. Eu não estava. Como
ia saber que ele transava no jardim? Oras, esse lugar sagrado não é para
transar. Isso é nojento.
Me ajeito e me levanto. Passo a mão na testa e sinto um galo.
— Que merda eu só me machuco, acho que atraio problemas.
Faço uma careta quando toco de novo no galo e quando olho para o
lado, Jones está ali, eu dou um pulo e ele avança pra mim.
— O que está fazendo aqui?
Eu o respondo com vergonha.
— Eu não estava te seguindo, vim pegar uma maçã, e como tenho pés
tortos, eu caí. Como sempre. Parece que meu corpo gosta de se machucar.
Dou de ombros e termino minha falar:
— Não quero te atrapalhar, vou para meu quarto.
Ele segura na minha mão me impedindo de sair. Olho nos seus olhos
e vejo que ele não desvia o olhar nem por um segundo. Seus olhos estão fixos
nos meus, como se quisesse me ler. Isso é muito estranho. Eu não entendo
ele. O que ele quer? Ele estava transando agora a pouco e fica me olhando
assim, ele me confunde pra caramba.
— Está doendo?
Ele solta minha mão e aponta para meu galo que deve estar enorme.
— Vou pôr gelo. Não é nada grave. Tenha um bom dia.
Eu sorrio torto para ele e me retiro dali.
Prefiro distância. Não quero me envolver, se não vou sofrer.
Depois de ficar mais de uma hora com uma bolsa de gelo na testa, o
galo desincha um pouco. De noite farei o mesmo processo.
Ajudo com a janta mais cedo e decido jantar no meu quarto, dou uma
desculpa para Margarida dizer a Jones que estou sentindo dores e ele nem vai
vir saber o que tenho, já que estou nesses dias.
Tomo mais um banho antes de dormir e oro…
"SENHOR, OBRIGADA POR ESSE DIA, SEI QUE ACONTECEU
COISAS QUE O SENHOR NÃO SE AGRADA, DE TER PERDIDO
MINHA PUREZA, ESPERO QUE O SENHOR ENTENDA MINHA
SITUAÇÃO, POIS NÃO SEI O QUE FAZER. SÓ PEÇO QUE CUIDE DO
MEU IRMÃO E DO MEU PAI. SEI QUE EM BREVE EU OS VEREI.
OBRIGADA POR TUDO SENHOR. AMÉM. "
Dia seguinte.
Acordo um pouco melhor da cólica. Tomo um banho cedo e percebo
que está no fim dos dias de tristeza, que nós mulheres temos.
Coloco um vestido solto, passo perfume e olho pela janela. O céu está
tão lindo, espero que hoje seja um dia agradável, por que o clima está
perfeito.
Vou sorridente para a cozinha. Ajudo Margarida com o café da
manhã. Faço bolinhas de pão de queijo e unto a forma e coloco os pães.
Faço um café do jeito que o Sr. Jones gosta. Forte e um pouco doce.
Assim que termino, ajudo a colocar tudo na mesa e me sento junto de
Jones e Leôncio, quando olho para o lado e vejo Jones indicando para
Sabrina sentar conosco.
Mas o que?
Olho para ela sem entender, mas logo desvio o olhar e começo a
comer.
Não é problema meu, não tenho que saber o porquê ela está comendo
conosco. Nem eu devia comer aqui. Preferia mil vezes meu humilde quarto.
Na verdade prefiro minha família.
Como os pães de queijo e tomo café com leite e evito a todo custo
olhar para os dois. Acho que a pegada que eles tiveram ontem, resultou dela
estar aqui agora.
— E sua cabeça, está melhor?
Jones me pega desprevenida.
Olho para ele, que me fita seriamente.
— Sim, desinchou um pouco. Estou bem. Obrigada por perguntar.
Sempre tento ao máximo ser educada com ele, na verdade sempre
gosto de tratar todos com respeito, mesmo que a pessoa tenha várias
personalidades como ele.
— Que bom.
— Claro, eu confio em Deus. Ele tudo sabe, tudo vai dar certo.
Eu abraço ela e digo.
— Tudo vai dar certo para nós, viu? Tenho certeza.
Beijo o rosto dela e termino de varrer a mansão e depois vou
descansar após ajudar com a janta. Sempre o dia é cansativo, mas pelo menos
ocupo minha mente da tristeza que ainda dói em meu peito. Ser tirada da sua
família, é uma dor que não desejo a ninguém.
Jones vem até mim rapidamente colocando suas mãos no meu rosto e
diz.
— Porra, Lúcia. Como ser profissional? Você entendeu o que disse?
Sabe como é difícil pra mim se abrir? Um cara como eu, da minha idade se
abrindo para uma mulher mais nova e que de certa forma é imatura em
relação a relacionamentos. Se não entendeu. Eu estou dizendo que gosto de
você, e quero você. Eu nunca... amei... eu não me envolvo a ponto de amar e
agora ... estou... te amando. Merda.
Ele solta sua mão de meu rosto e se vira e bufa de raiva.
Ele me amando? Não. Não pode ser, não pode acontecer.
Me sento chocada. Não sei mais o que fazer. O que falar em uma hora
dessas? Eu não sei. Simplesmente não sei....
Olha onde essa situação foi...
Mais tarde fico no meu quarto e Jones no dele, não sei o que falar e
ele não quer falar comigo, eu o entendo, e ele não está me forçando a dar uma
resposta a ele, mas não sei é o que responder. Dentro de trinta minutos escuto
ele falar que vai a sua empresa e sai me deixando só com os pensamentos a
mil...
O que farei? É uma fria dizer sim ao pedido dele, né? Ele na verdade
nem sabe do que estava falando, nem eu sei. Então... tudo está confuso. Meu
Deus.
Fico o resto do dia lendo, para poder colocar outras coisas na mente,
pois pensar no que Jones falou me deixa estranha e bastante confusa.
Depois deixo a janta pronta para ele e passo um pano naquele
apartamento para deixar o mesmo limpo.
Vou até a sacada e coloco uma cadeira ali e fico sentada sentindo o ar
gélido em minha pele e balançar meus cabelos...
É uma sensação boa que me conforta por um tempo...
De olhos fechados começo a dizer.
" Deus, sei que tem tempo que não falo contigo. Perdão por ter me
afasto, quero continuar a falar contigo, de me sentir protegida em seus
braços. Quero minha família de volta, mas não sei o que fazer. Por isso
deixarei em suas mãos a minha vida e a de minha família, e preciso da sua
ajuda para poder resolver o problema que surgiu hoje cedo. Parece que
Jones quer algo comigo, mas eu não sei quem realmente ele é. O que devo
fazer Senhor? Estou perdida, não sei o que fazer."
Abro os olhos e sinto mais do vento gélido em meu rosto e me levanto
e coloco as mãos na barra que tem ali, e fico olhando para o céu...
Devo pensar no que fazer a respeito sobre o comentário de Jones,
devo mesmo fazer algo.
Escuto a porta se abrir. Vejo Jones entrando e caminhando até mim, a
primeira que coisa que sai de minha voz é ...
— A janta está pronta.
Eu digo nervosa e ele diz sorrindo.
— Não precisava, ia te chamar para jantar fora. A gente come sua
janta que preparou no nosso almoço amanhã antes de ir embora. Podemos ir?
Ele me pergunta fixando seu olhar sobre mim.
— Claro. Só vou tomar um banho e vamos.
Respondo e passo por ele a caminho do banheiro.
Capítulo 18
Dia seguinte acordo com um beijo no meu rosto. Olho para Jones que
já está me admirando. Ele olha meu corpo nu, mas antes de avançar sobre
mim ele se senta e entrega um par de roupas limpas.
Eu as visto e vejo ele por uma roupa.
Com seus gritos, escuto passos pesados vindo até nós. Jones aparece
na nossa frente com seu rosto apavorado.
Sabrina me prende e coloca a faca no meu pescoço e ameaça.
— Se chegar mais perto, vai ver ela sangrar até morrer.
— Por favor, Sabrina, você não precisa disso. Eu faço o que você
quiser.
Ela arregala os olhos e ri alto.
— Acha que sou burra, é? Isso é coisa de novela. Eu não sou burra.
Sei que é apenas um jogo para me distrair. Não vou cair nisso.
Jones respira fundo e diz a ela.
— Acredite em mim, só estava usando ela. Eu fico com você, se
solta-la, por favor, vem comigo.
Ele implora a ela e Sabrina fala sorrindo.
— Se soltar ela, promete que fica comigo?
— Prometo.
— Não é mentira?
— Não, eu prometo.
Sabrina confia nele e me solta.
Caio de lado e meu braço e minha perna dói pela batida. Espero Jones
me ajudar a levantar, mas assim que me sentei vejo ele sumir segurando na
mão de Sabrina.
Mas que merda é essa?
****
****
Depois de meia hora chego até meu antigo lar. Entro pela porta e vejo
meu pai e meu irmão jantando, eles me olham surpresos e correm até meu
encontro e me abraçam... Foi um abraço muito gostoso. Reconfortante... Me
senti em casa, segura. Sentia isso com Jones, mas ele me enganou. Aquele....
Conto tudo para eles o que e aconteceu durante esses meses. Que
Jones me tratava como empregada e que era muito mandão e grosso, mas que
depois nos apaixonamos, mas resolvi deixá-lo e vir pra cá.
Não contei tudo, e disse que ele não procuraria por mim, pois disse
que rompemos e que tudo ficaria bem.
Era melhor isso, eles não merecem saber de tudo e sofrer como eu.
Preciso guardar isso para mim. Sei que vou ficar bem. DEUS me livrou da
morte, me protegeu, devo tudo a ele. Tudo...
Contanto que estou minha família, estarei bem.
Antes de dormir tomo um bom banho e me ajeito na minha antiga
cama. Como sentia falta da minha casa, do meu lar, do meu canto. E voltar
para minha família foi tudo de bom.
Meu pai engordou um pouco, está com uma barba enorme, mas ainda
continua lindo. Meu irmão também continua lindo e engordou também. Estão
saudáveis, pelo menos Jones manteve sua palavra, mandou dinheiro para eles.
Pelo menos isso ele fez, porque o resto não acredito em nada. Nem no amor
que disse que sentia por mim, nada. Simplesmente nada.
Capítulo 20.
Enfim juntos
Dia seguinte acordo e preparo o café, estava com uma vontade imensa
de fazer diversas coisas aqui em casa. Vejo que tem ovo e faço omelete e café
com leite.
Deixo na mesa e vou para nosso quintal, meu pai agora tem galinhas,
isso é tão maravilhoso que grito de felicidade.
Assim que me viro vejo meu pai e meu irmão correndo até mim.
— O que aconteceu? — Meu pai pergunta todo pasmo.
— Nada. É que vocês têm galinhas, isso é demais.
— Ahhh. — Ele coloca a mão na cabeça sem graça. — Não
queríamos te falar, mas foi Jones que enviou essas galinhas pra gente.
Jones? Mas por que ele faria isso? Por que iria os ajudar além do
dinheiro que pedi? Céus...
— Certo. Eu fiz café da manhã pra vocês. Eu cuido das galinhas e
vocês comem.
Eles assentem e vão comer.
Dou milho para elas e fico ali apreciando o dia enquanto tomo um
banho de sol, sentia falta da minha casa.
Quando decido sair dali e me juntar aos meus pais, ouço palmas em
frente ao portão.
Vou até lá e vejo Jones parado em pé.
O que ele faz aqui?
Meu coração pula quando o vê.
Eu falo com a voz falha.
— Sai daqui. Você não é bem-vindo.
— Me escuta, por favor.
— Não tenho nada a escutar. Sai.
Digo gritando e me viro mas escuto sua voz.
— Tive que dizer aquilo. Antes de sair eu disse para ficar na mansão e
você não obedeceu e pensou errado de mim. Eu menti para que ela
acreditasse. Assim que saí com ela, a levei para ser internada, ela precisa de
auxílio de um psiquiatra, a levei para uma cidade vizinha a nossa. Tinha que
ser assim, se não, não iria funcionar.
Me viro para ele e vejo sinceridade em seus olhos.
— Se fosse verdade eu não estaria aqui fazendo essa cena. Pelo amor.
Eu te amo. Sabrina era louca. Eu me apaixonei por você desde a primeira vez
que te vi, mas fui profissional e tentei te ver como uma empregada, mas não
consegui. Me envolvi, e agora estou aqui, te pedindo que acredite em mim.
— Eu te dei uma chance e você a desperdiçou. — Eu o corto e ele diz.
— Não. Foi você que não confiou e me julgou. Se quiser te passo o
telefone para você falar com a psiquiatra da Sabrina. Assim você acredita,
né? Você está parecendo comigo, agora. Sendo egoísta, mas tudo bem, a
escolha é sua.
Ele se vira e entra na sua carroça.
Vou deixá-lo ir? Devo acreditar nele? Mas... que merda. Não posso
deixar ele ir...
— Espera.
Eu grito...
Ele sai da carruagem e vem até mim, abre a cerca e fica na minha
frente.
Seus olhos verdes e lindos me encaram. Como é lindo. Me apaixonei
por um homem totalmente diferente do que imaginei, mas ele está disposto a
mudar por mim. Devo dar essa chance a ele.
— Tudo bem. Acredito em você. Quero que a gente dê certo, mas pra
isso, precisamos de confiança, amor e amizade. Certo?
Ele sorri, me abraça e diz:
— O que você quiser.
Eu o abraço e digo:
— Nunca mais faça uma coisa dessa sem avisar, seu louco.
Dou um leve tapa nele e nós dois rimos.
Nas semanas seguintes meu namoro com Jones está progredindo, ele
está tendo dificuldades na parte de querer mandar no relacionamento, mas
tenho conversado que não é assim que funciona. Num relacionamento os dois
conversam e resolvem as coisas, para ele isso é difícil, mas sei que ele
consegue.
Jones comprou uma loja para mim. Eu, meu pai e meu irmão somos
os donos. Vendemos brinquedos, flores e plantas nessa loja. Está nos
rendendo muito e estamos bastante felizes.
Na parte da manhã meu pai e meu irmão ficam na loja comigo e na
parte da tarde eles vão trabalhar de jardinagem. Fico feliz que eles estão
trabalhando. Eu fico a parte da tarde sozinha, mas consigo, temos bastante
clientes e isso é bom. A maioria do tempo fico conversando com os clientes,
para criar aquele clima bom. Fiz até alguns amigos que estão me visitando na
minha casa.
Todos os finais de semana fico na mansão de Jones, ficamos vendo
filmes, conversando, e saindo. Até acompanho ele em algumas viagens, está
sendo divertido. Nosso namoro tem melhorado a cada dia. Ele está sendo
mais paciente e menos mandão comigo.
Meu plano de não fazer sexo está funcionando. Ele está me
respeitando. Ainda bem.
Fico a maior parte do fim de semana com ele e de noite volto para
dormir na casa dos meus pais.
Hoje e sábado e saímos para jantar e conversamos muito.
No final da noite ele me leva para casa.
— Me diverti muito.
Eu sorrio e ele diz me abraçando.
— Eu também. Até amanhã. Te amo e se cuida.
— Te amo. Ótimos sonhos. Sonhe comigo.
Pisco para ele e entro na minha casa.
EPÍLOGO.
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