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A MÁFIA DE BOSTON
BIANCA COLE
Um Mestre Selvagem Copyright © 2022 Bianca Cole
Este romance constitui uma obra de ficção. Os nomes, personagens e incidentes retratados
nele são produto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas
ou mortas, eventos ou locais é mera coincidência.
Advertência: a reprodução não autorizada ou distribuição desse trabalho com direitos
autorais é ilegal. A violação ilícita dos direitos autorais, incluindo a violação sem ganhos
monetários, será investigada pelo FBI (Departamento Federal de Investigação dos Estados
Unidos) e constitui ofensa punível com até 5 anos de prisão e uma multa de $250.000.
1. Scarlett
2. Malachy
3. Scarlett
4. Malachy
5. Scarlett
6. Malachy
7. Scarlett
8. Malachy
9. Scarlett
10. Malachy
11. Scarlett
12. Malachy
13. Scarlett
14. Malachy
15. Scarlett
16. Malachy
17. Scarlett
18. Malachy
19. Scarlett
20. Malachy
21. Scarlett
22. Malachy
23. Scarlett
24. Malachy
25. Scarlett
26. Malachy
27. Scarlett
28. Malachy
29. Scarlett
Epilogue
Também Por
Sobre a Autora
1
S C A R LE T T
S
. Independentemente do que minha mãe precise, não poderei
ajudá-la. Esse homem nos salvou, mas não vai deixar que eu a veja.
O que é bem cruel, considerando o fato de que ele sabe que ela está
doente.
Caminho até a cama e me sento. O colchão é absurdamente
confortável, e o edredom é extremamente sedoso. Mal posso
acreditar na maciez do material. Estico o braço até a gaveta da
mesinha de cabeceira e abro, curiosa sobre o homem que vai tirar
minha virgindade.
Fico enjoada, quando vejo alguns chicotes, um tubo enorme de
lubrificante, vendas e uma grande variedade de consolos e
vibradores. Este cara definitivamente não é do tipo que gosta de
sexo convencional. Ele gosta dessas porcarias alternativas,
depravadas, com as quais não sei se consigo concordar. Alguma
coisa me diz que não vai importar se eu concordo ou não. Ele vai
fazer o dinheiro dele valer. Eu não tenho o que fazer.
Fecho a gaveta e abro a outra. O conteúdo que vejo ali me dá
ânsia de vômito. Vejo algumas facas e uma arma. Fecho a gaveta e
me distancio da mesinha. Fico parada, então, observando o quarto à
minha volta.
Que tipo de homem permiti que me trouxesse para casa?
Quando olho dentro dos olhos dele, vejo uma alma obscura e
torturada. A julgar pelo conteúdo desta gaveta, começo a imaginar se
eu estaria subestimando a escuridão que existe dentro dele. Malachy
já deu a entender que não será bom conhecê-lo mais
profundamente. O perigo que espera por mim aqui me assusta mais
do que eu gostaria de admitir. Minha mãe sempre me ensinou a
enfrentar meus medos com a cabeça erguida.
Sinto que vender minha virgindade pelo desespero de nos tirar da
dívida e encarar meus problemas com intimidade não é exatamente
o que ela tinha em mente. Quanto mais penso nisso, mais acredito
ter cometido um erro grave.
Agora já foi. Malachy será meu dono até o dia que quiser.
6
MAL ACHY
F
. Sinto-me enjoada só de pensar em mentir para minha mãe
sobre sair da cidade por conta de um emprego. Não tem outra opção.
Se tudo correr bem, em alguns meses, estaremos vivendo com
luxo, assim que Malachy me liberar.
Respiro fundo, tremendo, antes de entrar. Minha mãe pode ficar
com meu cartão do banco com a quantia absurda de dinheiro. Pelo
menos, assim, eu vou saber que ela estará bem por um tempo,
enquanto eu estiver fora.
A dívida do empréstimo já foi quitada. Chego até a porta do nosso
apartamento e olho para o número oito, torto ali. Agora já foi. Estou
prestes a mentir para a mulher que nunca fez nada além de cuidar de
mim a vida toda.
Tiro a chave da bolsa, coloco na fechadura e abro a porta. Minha
mãe está sentada em seu lugar habitual do sofá, assistindo à sua
série preferida, um episódio depois do outro. Ela olha para a porta e
sorri ao me ver. Eu consigo ver suas olheiras e o negro das pupilas
de seus olhos azuis cintilantes. O câncer está piorando.
“E aí, meu amor”. Ela se levanta. “Você quer panqueca de café da
manhã?”.
Sorrio para ela, embora eu esteja enjoada. Só em pensar em
comer alguma coisa agora me deixa nauseada, mas eu nunca digo
não às panquecas de minha mãe. “Sim, é uma boa ideia”.
Ela vai para a cozinha e pega os ingredientes, mas é impossível
não reparar em como suas mãos tremem, quando ela segura a
frigideira.
“Por que você não me deixa fazer isso, mãe?”. Eu seguro o cabo.
“Vá descansar”.
Ela parece frustrada. “Eu posso até estar doente, mas ainda sou
sua mãe. Preciso cuidar de você”.
Sorrio para ela em resposta à sua determinação, mas ela precisa
pegar leve. “Deixe comigo hoje. Não sou mais uma menininha”.
Ela faz que sim com a cabeça e senta para misturar os
ingredientes. Durante todo esse tempo, fico matutando sobre como
dar a notícia a ela. Preciso parecer feliz com o emprego novo, mas é
quase impossível parecer feliz ao contar uma mentira.
“Tenho novidades, mãe”.
Ela olha de relance para mim. “Ah, o que é?”.
Sorrio para ela. É o melhor sorriso que consigo dar. “Consegui um
trabalho como dançarina”.
Minha mãe arregala os olhos e sorri para mim. “Mas que ótima
notícia”. Ela hesita por um momento. “Paga bem?”.
Eu ranjo os dentes. “Muito bem. Recebi um adiantamento e já
quitei a dívida com o agiota”.
Ela arregala os olhos. “Sério? Que tipo de trabalho é esse?”.
Sinto um medo dominador se contorcendo em meu estômago,
quando as palavras saem da minha boca. “É uma produção da
Broadway. Vou ficar fora durante um ou dois meses em Nova York”.
Minha mãe junta as mãos, animada. “Isso é ótimo, meu amor. Por
que você não parece tão animada?”.
Dou de ombros. “Acho que estou nervosa”. É impossível dominar
a culpa que estou sentindo. “É um emprego maravilhoso e pode fazer
minha carreira decolar, ou acabar com ela”. Atiro a panqueca sobre
um prato e acrescento mais massa.
“Não tenha medo. Você vai arrasar”. O olhar no rosto de minha
mãe é de puro orgulho. Assim fica ainda mais difícil lidar com a
culpa. Se ela soubesse a verdade, ela ficaria muito decepcionada.
Tento esquecer isso e viro o restante das panquecas sobre outros
pratos e os levo em uma bandeja até o sofá.
“Desculpe não poder estar aqui por um tempo”, digo, olhando de
relance para minha mãe. “Você vai ficar bem sozinha?”.
Ela enfia o garfo em uma panqueca e balança a cabeça. “Você se
preocupa demais. É claro que vou ficar bem. Frank sempre vem dar
uma olhada em mim”.
Frank é nosso vizinho que sempre foi gentil com minha mãe. Ele
é um cara bacana, mas fico preocupada com as intenções dele. Ele
acabou se apegando à minha mãe de um jeito especial desde que se
mudou, há dois anos. “Mas cuidado com ele, mãe”.
Ela ri. “Cuidado com Frank? Por quê?”.
Eu balanço a cabeça. “Ele sente alguma coisa por você há um
tempão”.
“Maluquice. Frank não sente nada por mim”. Ela fica vermelha,
porque sabe que é verdade.
Eu viro os olhos, pensando que é melhor não discutir. Um silêncio
confortável se instala entre nós enquanto comemos, mas não
consigo deixar de sentir a culpa me devorar. É errado mentir sobre
algo assim.
“Você acha que eu posso ir assistir à sua primeira
apresentação?”. Minha mãe pergunta.
Merda.
“Duvido. Os ingressos esgotaram, infelizmente”, minto,
percebendo o buraco em que posso estar me metendo.
“Que pena”, ela diz, colocando o prato na mesinha de centro.
“Sem falar que você precisa se concentrar na sua melhora no
momento”. Coloco meu prato sobre a mesinha de centro também.
“Tomara que tenha muitas apresentações para você ver no futuro”.
Minha mãe sorri. “Tenho certeza de que vai ter. Você é uma
dançarina incrível”.
Eu viro os olhos diante do comentário. “Você precisa dizer isso
porque é minha mãe”.
Ela ri. “Não, é verdade. O fato de você ter conseguido um
emprego de alto nível é uma prova disso”. Ela suspira. “Meu
bebezinho na Broadway”.
A felicidade dela faz minha culpa aumentar. A única coisa que
posso fazer é lembrar que estou fazendo tudo isso por ela. Não vou
me sentar e ficar sem fazer nada, sendo que o dinheiro pode salvar a
vida dela. É um preço baixo a se pagar, se ela puder combater isso e
sobreviver.
S
M . Para um homem que insiste que não posso ir
a lugar nenhum sem sua permissão, foi absurdamente fácil sair da
casa dele e voltar para casa para ver minha mãe.
Uma parte de mim nunca quis deixar aquele apartamento
ordinário e precário. Só em pensar em voltar para a casa desse
monstro, começo a estremecer.
“Ei, linda, espere”, um cara que estava de olho em mim no ônibus
grita.
Acelero o passo e me sinto enjoada. O cara é um esquisitão e
está me seguindo desde o ônibus.
“Não vá embora, garota. Só quero conversar”. Eu ranjo os dentes,
questionando se ele trabalha para Malachy. O sotaque irlandês
sugere isso. O fato de ele me seguir pelas ruas me deixa
desconfortável, principalmente por estar escuro. As ruas estão
vazias, e eu não consigo pedir socorro a ninguém.
Engulo em seco e acelero o passo, lembrando que estou perto do
portão da casa de Malachy.
Sinto um frio na barriga, quando escuto que seus passos se
aceleram, e ele passa a correr. Olho para trás enquanto corro, pois
sei do perigo iminente que estou correndo.
O estranhão é rápido demais. Quase consigo sentir sua
respiração na minha nuca, quando ele finalmente me agarra e me faz
parar.
“Mas o que é que você quer?”, eu grito, puxando o braço com
força.
Ele me empurra contra a parede de uma edificação abandonada
à direita. “Eu disse que só queria conversar”, ele diz, com uma voz
que me faz estremecer.
“É isso que todos os caras estranhos dizem. Meu namorado está
me esperando, e eu moro ali na esquina”. Tento manter minha calma.
“O que você quer?”.
Ele mostra os dentes amarelos. O cheiro de bebida em seu hálito
me deixa enjoada. Ele não responde à minha pergunta. Em vez
disso, ele agarra minha bunda.
Sinto um medo congelante passar pelas minhas veias ao colocar
as mãos contra o peito dele e empurrá-lo. “Para”, digo,
desvencilhando-me. “Você não vai querer se meter comigo. Meu
namorado vai te matar”.
É estranho me referir a Malachy assim. Eu sei que se um homem
fosse tirar minha virgindade antes dele, ele não hesitaria. O cara
estaria morto, e eu perderia dois milhões e meio de dólares.
O cara ri. “Mas eu duvido muito disso. Você não sabe quem eu
sou”.
Dou alguns passos para trás, tentando pensar em um plano. O
cara é grande demais para eu brigar. Dando um tiro no escuro,
decido usar o nome dele. “Por acaso o nome Malachy McCarthy
significa alguma coisa para você?”.
Ele franze as sobrancelhas. “Não seja idiota, garota. Malachy não
tem namorada”.
Sinto nervoso de repente. “Não namorada, mas ele pagou um
preço alto por mim”. Cruzo os braços. “Não acho que ele ficaria muito
feliz em saber que você tocou em mim. Você acha?”.
Ele me olha através dos olhos semicerrados. “Você é uma
mentirosa. Malachy não está nem aí com o que acontece com uma
garota como você”. Ele pega meus braços de novo, e eu solto um
grito.
O barulho de passos se aproximando me dão certo alívio. Graças
a Deus, nós não estamos mais sozinhos.
“Shane, que porra você está fazendo, cara?”.
Meu coração quase para de bater ao ouvir a voz de Malachy.
“Essa vadia mentiu e disse que é propriedade sua. Estava quase
pegando ela”.
Eu viro e olho para Malachy, e o reconhecimento em seus olhos
logo se transforma em raiva pura. Mas ele não dirige essa raiva para
mim.
“Seu filho de uma puta”, ele grita e agarra o colarinho do cara e o
empurra contra a mesma parede em que o cara havia me empurrado
um minuto ou dois antes. “Você deveria ter ouvido o que ela disse,
Shane”. O aviso letal em sua voz é bem claro.
Ele dá um soco na mandíbula do cara e a fratura com um só
golpe. A mandíbula do cara fica toda estourada, e é difícil olhar para
a cena. Malachy não para por aí e soca o cara que tentou me
estuprar, sem parar. A raiva de Malachy é umas coisas mais
assustadoras que já presenciei em toda minha vida.
Vou me distanciando aos poucos, horrorizada pela sede por
sangue de Malachy. O cara foi um idiota, e eu não tenho dúvidas de
que ele teria me estuprado, se tivesse a oportunidade. É difícil ficar
vendo um cara com quem estive íntima agir de forma tão selvagem.
Chega um momento em que viro, incapaz de continuar olhando.
Quando ele finalmente para de socar o outro, ainda não consigo
olhar.
Será que ele o matou?
Essa é a pergunta que ronda minha cabeça agora. O medo do
que eu possa vir a ver me paralisa. Malachy surge na minha frente.
Sua camisa e mãos estão cheios de sangue.
Seu olhar frenético, quase maníaco, assusta-me mais ainda. Ele
está se comportando de uma maneira selvagem e feroz, como um
homem que não sabe como se controlar. “Não diga nada”. Há um
tom perigoso em sua voz. “Quero que você me siga até em casa.
Faça um movimento positivo com a cabeça se tiver compreendido”.
Engulo em seco, sentindo o pânico invadir minha garganta. Faço
um movimento positivo com a cabeça, não desejando nada além de
tirar o olhar intenso de Malachy do meu.
O homem para quem me vendi é um maníaco com tendências
violentas. Só agora caiu a ficha do perigo em que me meti afinal.
8
MAL ACHY
“S , ?”.
Olho para Niall, meu segundo homem em comando. “Descubra
de onde estão conseguindo a mercadoria deles. Preciso suspender a
fonte”. Irritado, estralo o pescoço. A guerra com os italianos tem um
preço alto demais. Eles roubaram um contêiner de cocaína no cais
ontem à noite, enquanto os incapazes dos meus funcionários deram
brecha. Durante esse processo, quatro homens foram mortos. Talvez
tenha sido uma porra de favor no fim das contas, exterminar os caras
fracos e patéticos que estavam na minha operação.
Os italianos trouxeram a droga para a cidade sem passar pelo
cais que nós controlamos. Como eles estão fazendo isso é um
mistério. Milo é esperto. Ele sabe o que está fazendo, diferentemente
do pai dele, que é um babaca.
Ao pensar nesses problemas, percebo que estou distraído
repetidamente por pensamentos relacionados à mulher que está
trancada no meu quarto. Eu não queria precisar trancá-la. Depois de
seu descaso evidente com minhas ordens em não visitar sua mãe e
quase ser estuprada por um dos caras mais desprezíveis em minha
operação, eu precisei tomar uma atitude.
Faz uma semana que ela está trancada em meu quarto. O
escorregão dela ao me chamar de mestre foi excitante, embora eu
não tenha certeza de que poderia ser um verdadeiro mestre para ela.
Mestres são firmes e ternos ao mesmo tempo. E eu não sou nada
disso. A simples dinâmica Dominador/Submisso sempre me atendeu
muito bem, deixando de fora os rótulos, considerando que raramente
dou continuidade a uma relação com uma mulher. Desde aquela
noite, estou jogando com ela, ao tentar ser o que ela quer que eu
seja.
Ela está ficando mais desobediente a cada dia que passa, porque
ela adora que eu a controle. Desde aquele escorregão, ela nunca
mais me chamou de mestre. Uma parte de mim está decepcionada
com isso.
Eu admiro sua determinação em cuidar da família, mas eu paguei
uma boa grana por ela.
Ela não pode sair por aí enquanto ela for minha. Eu fiquei muito
bravo por ela ter ignorado minhas ordens, mas já me certifiquei de
puni-la devidamente desde então.
Sinto-me parcialmente preocupado em mostrar minha verdadeira
natureza para a virgem que eu vou comer. Quando abri para ela
minha tendência ao sadismo, fiquei chocado por ela ter sido tão
receptiva. Disciplina parece ser algo que a atrai muito.
“Senhor?”. Niall está olhando para mim com as sobrancelhas
franzidas. Eu não ouvi nenhuma palavra do que ele me disse.
Balanço a cabeça, tentando esvaziar minha mente. “Desculpa,
cara. O que você disse?”.
Niall parece um pouco preocupado, mas não diz nada sobre isso.
"Eu disse que agora mesmo têm seis caras tentando rastrear a rota
de transporte que os italianos usam. Você acha que precisamos
reforçar os recursos para esta tarefa?”.
Eu passo uma mão pela nuca, sentindo-me mais tenso. “Não dá
para tirar mais gente do cais depois do que aconteceu ontem à noite.
Seis homens terão que bastar. Mas eu quero que eles trabalhem
direito para conseguir descobrir o que preciso”. Eu estralo os dedos.
“Senão, o bicho vai pegar”.
Niall faz que sim. “Combinado. Vou me certificar de que eles
compreendam a importância disso”.
Confio em Niall como um irmão. Ele vai fazer o que precisa ser
feito. De fato, quando comecei a guerra contra Milo, subestimei sua
inteligência. “Ótimo. Acho que isso é tudo”.
Niall assente e se levanta, demorando-se um momento. “O
senhor está incomodado com alguma coisa?”. Ele franze as
sobrancelhas. “O senhor parece um pouco ...”. Ele não sabe que
palavra usar, ou está preocupado demais para ser franco comigo.
Niall já presenciou bastante o meu pior lado, mas nunca esteve do
outro lado da minha raiva.
“Estranho?”, pergunto.
Ele faz que sim com a cabeça. “Sim. Sem querer ofender”.
Inspiro profundamente e estralo o pescoço. “A virgem que
comprei está sendo mais difícil do que eu esperava. É só isso”.
Ele solta uma risada. “Fico contente por não ter participado desse
leilão”.
Olho para ele com fúria suficiente para ele saber que está
passando dos limites. Niall pode ser o meu melhor homem e quase
um irmão para mim, mas não gosto que riam de mim. “Em geral, elas
não dão trabalho, mas esta menina é diferente”.
Niall concorda com um aceno. “Bom, cuidado para ela não mexer
demais com você. As mulheres podem se transformar em um
pesadelo, quando conseguem conquistá-lo”. Niall parece estar
falando por experiência própria.
Nos vinte anos que o conheço, Niall nunca esteve em um
relacionamento sério. Ele é quase tão zoado quanto eu em muitos
aspectos. “Vou atualizá-lo, assim que tiver notícias sobre a questão
dos fornecedores dos italianos”.
Fico observando meu braço direito ir embora da sala de reunião.
Ele é um homem diferente daquele que conheci. Afinal de contas,
nós éramos crianças, quando nos conhecemos nas ruas. Eu estava
entrando para a luta livre, e Niall acreditou em mim, quando ninguém
mais acreditava.
Ele me ajudou a treinar com regularidade. Pareceu-me correto
tirá-lo das ruas comigo, quando subi na vida. Nosso laço é forte,
mesmo que ele seja um subordinado. Niall sabe que ele precisaria
fazer algo muito sério para acabar morto em minhas mãos, o que
quer dizer que ele tem mais liberdade com o que diz para mim.
Suspiro profundamente e olho para o relógio. É só meio-dia, e
todo o meu trabalho já está terminado. A única coisa que tenho na
cabeça é a linda virgenzinha que ainda preciso deflorar, trancada em
meu quarto me esperando. Já é mais que hora de tirar a virgindade
dela e tirá-la da cabeça.
9
S C A R LE T T
N
S . Seu desejo por um protetor conduziu a maneira como
a estou tratando. Normalmente, eu ficaria muito feliz em pisar nas
minhas aquisições, mas tratei de Scarlett com mais cuidado.
Tem alguma coisa diferente sobre ela que não consigo
exatamente identificar. A única coisa que sei é que não quero deixá-
la ir embora em um, nem dois, nem três meses. Ela é meu vício e
comê-la não ajudou em nada. Deixou minha obsessão ainda pior.
Meu coração está batendo freneticamente dentro do peito. Eu não
namoro. A empregada me deu uma olhada estranha, quando me viu
todo arrumado com um buquê na mão. Este não sou eu. Ainda
assim, sinto uma vontade esquisita de satisfazer o desejo de Scarlett
de um homem que cuide dela.
Eu abro a porta do quarto e fico sem ar. Scarlett está sentada na
beirada da cama usando um lindo vestido prateado que acentua suas
curvas. “Caralho, você está linda”, digo, caminhando em sua direção.
Scarlett olha para cima, e seus olhos encontram os meus. Seus
olhos me medem inteiro e absorvem meu terno azul marinho. “Você
não está mal”, ela diz, com os olhos dilatados com desejo, o que faz
com que seja muito difícil não a jogar na cama e fodê-la. Neste exato
momento, só sinto fome por ela.
“Se você falar assim, talvez a gente não pegue a reserva para o
jantar”. Dou um beijo em sua bochecha. “Essas flores são para
você”. Coloco o buquê em sua mão.
Ela lambe o lábio inferior, de um jeito que me deixa louco, e se
levanta, finalmente. Desse jeito consigo ter uma visão melhor do
vestido que ela está usando. “Obrigada”, ela diz, colocando-as sobre
a cama.
Eu a agarro pelo quadril com força e a puxo para perto de mim.
“Você é uma tentação. Eu não teria problema nenhum em foder você
aqui e agora”.
Scarlett estremece. “Nós temos tempo para isso?”.
Eu sorrio à minha virgenzinha. Agora que eu finalmente mostrei
para ela o que ela estava perdendo, ela não consegue mais parar.
“Você quer que eu goze dentro de você todinha para você sentir a
porra escorrendo na sua calcinha enquanto nós jantamos?”.
Scarlett arregala os olhos. “Você não faria ...”.
Eu agarro seu pescoço e a empurro contra a parede do quarto.
“Não me desafie, amor”. Vou beijando seu pescoço nu. “Eu faria e
farei agora”.
Vejo em seus olhos um misto de medo e excitação. Sei que ela
tem medo de mim quando perco o controle, mas não tenho como
manter o controle quando se trata de Scarlett. A necessidade
primitiva de possuí-la e torná-la submissa me domina o tempo todo.
Mordo seu lábio inferior bem devagar, e ela geme. “Vou comer
você bem forte e rápido nessa parede e encher você de porra”. Dou
uma mordida em sua clavícula nua, deixando uma marca. “Quero
marcar você em todos os lugares, para que todos os homens saibam
que você pertence a mim”.
Ela estremece de novo, quando passo as mãos por baixo da saia
do seu vestido e apalpo suas coxas macias de leve. “Malachy, por
favor ...”.
Solto um grunhido e pressiono meus lábios contra os dela. “Não
diga nada, senão vou curvá-la sobre meu joelho. Quem está no
controle sou eu, amor”. Deslizo um dedo dentro da calcinha dela
antes de rasgá-la. “Eu vou foder essa boceta apertadinha, sempre
que eu quiser”. Deslizo um dedo para dentro dela e solto um gemido
ao perceber como ela está molhada. “Sempre tão molhada e
prontinha para a minha rola, hein, Scarlett?”.
Ela morde o lábio e faz que não com a cabeça. “Não”.
“Uma puta mentirosa, meu amor. Você está praticamente
pingando para mim”.
Abro meu cinto com a outra mão e coloco minha rola para fora,
empunhando-a na minha mão. “Você está louca pela minha rola.
Admita!”.
Seus olhos dilatam, quando ela vê o tamanho do meu pau e, em
seguida, lambe os lábios. “Estou. Mete em mim”, ela sussurra.
Eu sorrio com malícia. “Peça direitinho, amor”.
Ela curva as costas e geme. “Mete essa rola em mim, por favor,
mestre”.
Meu pau começa a pingar no chão, e eu não consigo mais
esperar. Passo os braços por baixo dos joelhos dela e a levanto
contra a parede. “Nós não temos tempo, linda. Eu vou foder você tão
forte e tão rápido que vão escutar você gritar no centro de Boston”.
Scarlett estremece. Sua expressão é de puro tesão agora. Ela
olha dentro dos meus olhos. “Sim, por favor”, ela sussurra, deixando-
me completamente louco.
Eu a abaixo bem rápido e meto meu pau bem duro dentro da
boceta apertadinha dela. A sensação dos músculos dela me
apertando é deliciosa.
“Sim, Malachy”, ela grita, ao passo que meto nela bem forte e
rápido, sem dar chance de ela se acostumar com o tamanho da
minha rola.
Eu sou um monstro e perdi o controle. A necessidade de devorá-
la é o que me faz continuar. Mordo seu ombro com força suficiente
para machucá-la enquanto a sustento, sem parar de meter nela. Sou
como um animal no cio. A única coisa que importa é que a gente
goze do jeito mais intenso e rápido que for possível.
Os braços de Scarlett continuam entrelaçados no meu pescoço, à
medida que ela me ajuda a sustentá-la. Mordo seu pescoço bem
devagar, e ela geme bem alto. “Puta que o pariu, mestre, você vai me
fazer gozar”, ela grita.
Dou uma risada com a boca encostada em sua pele. “É essa a
intenção, meu amor. Eu quero que você goze bem gostoso no meu
pau”.
Ela grita de novo, curvando tanto as costas que eu consigo
penetrá-la ainda mais profundamente – tão profundamente quanto
fisicamente possível. Minha rola está inteira dentro da boceta
apertadinha dela.
“Sim, mestre”, ela grita, e eu sinto o espasmo de seus músculos
apertarem meu pau. Um jorro de um suquinho doce escorre pela
minha rola, quando ela goza. A pressão dos músculos dela me
apertando é mais do que posso aguentar, e eu gozo também. Eu
gozo dentro dela, metendo ainda, sem parar, até ter certeza de que
ela está complemente cheia de porra.
Assim que termino, levo-a para cama e a coloco deitada de
barriga para cima. “Não se mexa”.
Ela olha para mim sem compreender, com as sobrancelhas
franzidas.
Eu entro no closet e pego uma calcinha básica de algodão
grossa.
Scarlett parece ainda mais confusa, quando volto com ela. “O que
você está fazendo?”.
Não respondo e tiro a calcinha rasgada que ela está vestindo.
Devagar, coloco a outra calcinha nela e me certifico de que está
certinha. “Quero manter minha porra dentro de você”.
As bochechas de Scarlett ficam vermelhas. “Ela não vai ficar. Vai
escorrer para o tecido”.
Eu dou tapinhas na coxa dela. “Não banque a espertinha comigo,
linda. Vai ajudar. Adoro pensar que vou estar sentado na sua frente
no restaurante, sabendo que minha porra está toda dentro de você”.
Eu a levanto da cama e a coloco em pé, dando tapinhas em sua
bunda durinha. “Agora, vamos lá. Nós vamos nos atrasar, porque
você é uma garota safada”.
Agarro a mão de Scarlett e a puxo em direção à porta, sabendo lá
no fundo que não agi certo em não resistir à Scarlett antes do jantar.
Ela está me dominando, e não consigo mudar esse quadro.
13
S C A R LE T T
F , colocar a mão
sobre o edredom e passar os dedos pelo tecido macio e felpudo.
Há certa tensão entre nós. Ela vem se formando, desde que
contei a verdade a ela, e ela me contou sobre seu passado. O abuso
do pai dela me deixa furioso. Sim, meu pai me batia quando eu era
mais jovem, mas o filho da puta pervertido que deveria estimar
Scarlett a violentou de maneiras ainda piores, quando ela era muito
nova.
Fico contente por ela ter me contato, pois já mandei Niall ir atrás
dele. Não vou deixar esse homem sobreviver depois do que ele fez
com ela. Assim que eu colocar as mãos nele, ele vai desejar nunca
ter nascido.
Ela sofreu no passado. Não sei se sou o homem certo para ajudá-
la nessa cura, mas quero tentar. Qualquer pessoa sensata diria a ela
para fugir e nunca olhar para trás. Minha vida é perigosa. E eu
também sou. Sou movido por uma emoção da qual jamais
conseguirei me livrar – a raiva. Raiva que jamais quero descontar em
Scarlett.
“Você está bem, meu amor?”, pergunto.
Ela olha para mim, e a única coisa que posso identificar em seus
olhos é um desejo inalterado. “Sim, mestre”, ela sussurra, e eu solto
um gemido.
Eu nunca tinha pensado sobre a dinâmica entre o mestre e o
submisso, mas se é disso que ela gosta, eu posso experimentar.
“Você quer ser submissa a mim, Scarlett?”.
O rosto de Scarlett fica muito vermelho, e meu pau fica mais duro
ainda. “Não sei. O que isso significa?”.
A inocência dela é sexy. Vou em direção a ela e sento-me no
sofá. “Sente”, ordeno.
Ela hesita por um momento e senta-se ao meu lado.
“Significa que você é minha em todos os sentidos da palavra,
submissa a mim como uma figura dominante na sua vida. Você vai
me chamar de mestre, sempre que estivermos fazendo essa
dinâmica”. Observo as reações de Scarlett. “Se você for safada ou
desobediente, eu vou castigar você”. Eu dou de ombros. “É algo que
já considerei antes, mas será tão novo para mim quanto para você.
Geralmente, gosto de um sadomasoquismo mais impessoal”. Não
consigo entender por que estou mudando minhas preferências por
esta menina. “Normalmente, não tendo a ficar em um relacionamento
longo para considerar uma dinâmica dessa”.
Scarlett arregala um pouco os olhos. “É por isso que você me
pediu para chamar você de senhor?”.
Eu faço que sim. “Sim, mas a dinâmica entre o mestre e o
submisso exige muita confiança”.
Ela olha para as próprias mãos e brinca com elas de um jeito
nervoso. “Por que você mudaria o que você faz normalmente, se
pagou tanto dinheiro por mim?”.
É uma excelente pergunta. Uma pergunta que eu não sei
responder. “Porque você precisa de alguém que cuide de você. De
um homem em quem possa confiar, e não serei eu quem roubará
isso de você. Eu quero dar isso para você”.
Ela fica corada, de um tom de vermelho ainda mais escuro, e eu
fico maluco.
“Porém, você teria que confiar em mim e ser submissa a mim”.
Scarlett desvia o olhar de novo e olha para as mãos. “Eu não sei
como fazer isso”.
Eu levanto seu queixo e a obrigo a olhar nos meus olhos. “Eu
posso ensinar a você”. Pressiono meus lábios contra os dela. “Posso
mostrar para você como o prazer e a dor podem caminhar juntos”.
Ela estremece. “Dor?”.
Meus olhos encontram os dela de novo. “Sim, quando você for
safadinha e não fizer o que seu mestre manda, terei de puni-la”.
Scarlett estremece, e eu pego em sua mão. “Como você vai me
punir?”
Eu balanço a cabeça. “Sem mais perguntas. Quer experimentar
ou não?”. Sinto minha paciência se esgotando, o que vai deixar o
conceito todo difícil. Mestres passam seu tempo com suas mulheres
e estão no controle de suas emoções o tempo todo. Vai ser
interessante ver como eu vou me sair, se ela concordar.
Ela faz que sim com a cabeça. “Claro”.
Eu sorrio pelo fato de ela ter concordado. É uma coisa maluca
minha felicidade, por ela ter concordado em experimentar isso
comigo e confiar em mim. “Nós vamos precisar escolher uma palavra
de segurança”.
“Uma palavra de segurança?”.
Faço que sim. “Sim, uma palavra para quando ficarmos íntimos.
Se você quiser parar, você grita essa palavra”.
Ela franze as sobrancelhas. “Não posso só pedir para você
parar?”.
Dou risada. “Não é assim que funciona normalmente, porque
acho que você pode querer incorporar um não consentimento à
dinâmica, então parar não funciona”. Esfrego uma mão pelo queixo.
“Eu gosto do clássico vermelho. Acho que funciona bem”.
Scarlett faz que sim. “Certo, então vermelho”.
Eu levanto e desabotoo meu cinto. “Agora é hora de o mestre
cuidar da escrava dele. Tire sua roupa, Scarlett”.
Seus olhos dilatam, e ela se levanta ansiosamente, tira o vestido
pela cabeça e o deixa em uma pilha de roupas no chão.
“Não deixe suas roupas pelo chão, linda. Quero que o quarto se
mantenha arrumado. Você entendeu bem?”.
Ela arregala um pouco os olhos e faz que sim. “Sim, mestre”, ela
se rende com facilidade às minhas exigências, como se fosse de sua
natureza. Ela pega o vestido do chão e vai até o closet, olhando por
cima do ombro para ver se eu a estou observando.
É uma jogada provocante para caralho, que me faz querer ir atrás
dela e comê-la no closet mesmo, mas me controlo.
Quando ela volta, ela está nua. Seus mamilos estão durinhos, e
isso deixa meu pau tão duro que chega a doer. É ridículo como fico
excitado com ela, depois de ter transado há pouquíssimas horas,
antes do jantar.
“Boa garota, agora deite-se na cama para mim”.
Ela olha para mim com ar inocente. “Para quê?”.
Eu resmungo e balanço a cabeça. “Não me questione e faça o
que eu mando”.
Ela faz um biquinho antes de passar por mim e deitar-se na
cama. Suas pernas estão bem juntas, escondendo sua bocetinha
perfeita entre as coxas.
“Abra as pernas para mim”.
Suas bochechas vermelhas ficam mais vermelhas ainda, e ela,
aos poucos, vai abrindo as pernas, olhando-me com atenção.
Eu fico parado, observando-a nesta posição, aberta e pronta para
mim. Scarlett está se arriscando e confiando em mim. Algo perigoso
a se fazer, mas espero não a desapontar.
Se Scarlett conseguirá confiar em mim com suas emoções, ainda
veremos. Eu mesmo não sei. A única coisa que sei com certeza é
que Scarlett é importante para mim, e que eu vou fazer qualquer
coisa para tê-la perto de mim.
Eu vou até ela, rastejando pela cama, e afasto ainda mais suas
pernas. “Já era hora de eu sentir o gosto da minha propriedade, não
é?”, pergunto, com os olhos fixos em sua boceta perfeita.
Scarlett estremece, quando agarro suas coxas e as separo.
Devagar, vou lambendo seu clitóris, fazendo-a gemer de tesão.
Meu pau está mais duro do que pedra dentro da minha cueca
boxer, o que não me deixa pensar com clareza. O sabor de Scarlett é
maravilhoso, e tenho certeza de que jamais vou me cansar dela.
“Está gostoso, amor?”, pergunto, olhando nos seus olhos.
Ela está perfeita, com as bochechas vermelhas, e o cabelo ruivo
todo bagunçado caído sobre o travesseiro. “Sim, mestre. Está muito
gostoso”.
Solto um gemido e enterro minha cabeça entre suas coxas de
novo, enfiando minha língua mais no fundo.
Ela sacode o quadril para cima, apertando mais o corpo contra
meu rosto.
Seguro seu quadril com cuidado, resistindo ao impulso de ser
mais agressivo. “Não se mexa, minha linda”.
Ela parece emburrada. “Desculpa”.
É uma coisa louca o fato de ela ter se encaixado tão bem no seu
papel de submissa. Eu sinto que isso é algo que ela precisa admitir
para mim.
“Agora fique quietinha, enquanto eu cuido de você”.
O peito de Scarlett sobe e desce de acordo com sua respiração, à
medida que passo minha língua pelo seu íntimo encharcado,
provocando-a. Continuo lambendo seu clitóris e enfio e tiro meus
dedos, levando-a ao ápice do prazer. Eu aprendi a fazê-la gozar
muito mais rápido do que qualquer pessoa com quem já transei.
“Caralho, mestre”, ela grita, quase gozando. Fico olhando seu
corpo se debater na minha frente, e ela goza por todo o lençol.
Dou uns tapinhas na bunda dela e olho em seus olhos. “Sem
linguajar vulgar. Não me faça lavar sua boca com sabão”. Eu
sustento o olhar dela. “Ou melhor ainda, com a minha porra”.
Os olhos de Scarlett se acendem, e é nesse momento que
percebo que não a fiz me chupar ainda.
Levo minha mão ao cinto e o desabotoo. “Você gosta de chupar
as coisas, linda?”.
Scarlett faz que sim, ansiosa. “Sim, mestre. Eu adoro chupar”. Ela
coloca um dedo na boca e chupa, mostrando que adora.
Meu pau começa a pingar dentro da cueca boxer, e eu atiro
minha calça no chão. Fico em pé e caminho na lateral da cama. “Eu
quero dar uma coisa melhor que meu dedo para você chupar, linda”.
Passo minha cueca boxer pelo quadril e liberto minha rola dura e
já dolorida. Os olhos de Scarlett ficam arregalados ao assumir uma
posição quase inocente. “Você quer que eu chupe ele, mestre?”, ela
pergunta, esticando-se para frente para olhar para mim. “É tão
grande. Você acha que vai caber na minha boca?”.
Eu solto um gemido. “Sim, amor. Eu tenho certeza de que vai. Por
que não tenta?”.
Ela coloca a mão em volta do meu pau e bate duas vezes,
fazendo-me pingar por todo lado. “Ok”. Devagar, ela fecha a boca em
volta da minha rola, e eu quase morro de prazer.
A boca dela sobe e desce enquanto chupa. Sua necessidade
desesperada de enfiar cada milímetro até o fundo da garganta me
impressiona. Eu agarro o cabelo de Scarlett e puxo sua cabeça para
trás. “Isso é maravilhoso”, eu digo. “Mas eu quero foder a sua
garganta. Você vai me deixar fazer isso?”.
Ela olha nos meus olhos, e eu percebo que ela tem certa
insegurança em confiar em mim. “Sim”, ela sussurra.
Eu continuo gemendo e continuo segurando seu cabelo, pois
minha necessidade de dominá-la de uma maneira mais brutal vem à
tona. É difícil mudar meus desejos básicos. “Abre mais”. Ela abre a
boca, e eu meto meu pau até o fundo da garganta dela, surpreso por
ela não se engasgar.
Meto e tiro rápido, e ela ainda assim não se engasga. Ela não
parece nada desconcertada com o ato de meter meu pau até o fundo
da garganta dela. É a melhor experiência da minha vida.
“Porra, meu amor. Você não se engasga?”, pergunto, tirando o
pau de dentro da boca dela.
Ela encolhe os ombros e me encara com seus grandes olhos
azuis. “Não sei. Acho que não”.
Eu me inclino e a beijo. “Você é perfeita”. Sinto uma pontada no
peito ao dizer isso e sei que vai ser muito difícil largá-la, quando
chegar a hora.
“Você vai gozar dentro da minha garganta?”, ela pergunta,
piscando rápido, como se minha putinha submissa não soubesse o
que está fazendo comigo ao sugerir algo assim.
“Sim. Eu vou te encher de porra. Você quer?”.
Ela faz que sim, e isso quase é suficiente para me fazer gozar.
“Fica com a boca bem aberta para mim então, linda”.
Ela abre bem a boca.
Eu meto minha rola pulsante dentro de sua boca até o fundo, sem
parar, e começo a chegar perto do orgasmo. Scarlett é uma
vadiazinha submissa perfeita, e ela faz isso tão bem.
“Vou gozar, amor”, digo rápido, e libero minha porra grossa dentro
de sua garganta.
Scarlett engole, fazendo força para conseguir, e um pouco de
porra pinga para fora de sua boca. Ela fica maravilhosa com minha
porra escorrendo pelo seu queixo.
Nenhum de nós dois consegue se livrar do tesão que sentimos
um pelo outro. Nós dois estamos presos na teia um do outro. Eu não
consigo imaginar um dia enjoar de Scarlett.
15
S C A R LE T T
M F
.
Passamos os últimos quatro dias juntas, fazendo coisas de que
gostamos, e isso me ajudou a esquecer um pouco Malachy.
Não posso negar que estou ficando louca por não poder vê-lo, ou
falar com ele. Ele mexeu muito comigo com o jeito como me trata. Da
última vez em que estivemos juntos, quase parecia que éramos um
casal. Ter sido arrancada dali de repente doeu de um jeito
inexplicável em mim.
Olho para meu celular, e meu coração dá um pulo, quando vejo a
data. É dia seis de julho, o que quer dizer que minha menstruação
está oito dias atrasada. Sinto um frio na barriga e começo a tremer.
Caralho.
Malachy jamais mencionou usar proteção todo esse tempo, e isso
nunca entrou na minha cabeça.
Como eu pude ser tão burra?
Ele provavelmente pensa que eu tomo pílula ou algo do gênero.
Seguro minha cabeça sobre as mãos, imaginando que eu poderia
estar grávida de um mafioso. Faz quase três semanas, desde que
ele me comeu naquela mata e tirou minha virgindade.
Pelo menos minha mãe está viajando, e posso ir até a farmácia
para comprar um teste. Espero que seja uma coincidência eu estar
um pouco atrasada.
Levo um susto com uma batida na porta de repente. Levanto-me
e atendo. Dou de cara com Kaia olhando para mim. “Mas onde é que
você esteve?”.
Ah, merda.
Eu esperava poder evitar Kaia. Não respondi suas mensagens ou
ligações, sabendo que ela sacaria minhas mentiras. Minha mãe é
ingênua. Kaia não é.
“Como assim?”, pergunto, tentando me fazer de idiota para
ganhar tempo e dar uma boa desculpa.
“Você não respondeu minhas mensagens nem atendeu minhas
ligações. Ela balança a cabeça. “Você não apareceu no trabalho,
então, vim ver sua mãe cerca de duas semanas atrás, e ela me disse
sobre a Broadway”. Ela me olha com os olhos semicerrados. “É uma
mentira absurda, e você sabe disso”.
Sinto um nó na garganta e abro a porta para ela. “Entra. Vou
explicar tudo”.
Ela está puta da vida – nunca a vi tão puta assim. Kaia passa por
mim e senta-se no sofá com os braços cruzados. “Que eu saiba, sou
sua melhor amiga, e você me deixa no vácuo completamente. Que
merda é essa, Scarlett?”.
Suspiro profundamente, porque sei que ela vai me dar uma
grande bronca por ser tão burra. “Eu sabia que você não concordaria
com o que fiz”.
Kaia arruma sua postura. “O que você fez? Vendeu seu rim no
mercado negro?”.
Eu balanço a cabeça. “Não. Vendi minha virgindade em um
leilão”.
Kaia pisca algumas vezes e parece não compreender nada. “Isso
existe?”.
Eu faço que sim. “Sim, mas acontece que não era simplesmente
uma noite e pronto”. Tenho dificuldade para engolir e continuar,
pensando no homem que adquiriu minha virgindade. Talvez exista
algo errado em mim por desejar mais de Malachy, especialmente
considerando-se como nos conhecemos.
“Mas o que é que deu em você, porra?”.
Eu dou de ombros. “Eu estava desesperada. Não podíamos
pagar a dívida ao agiota, e não tinha como conseguir mais dinheiro
para o resto do tratamento de minha mãe”.
A expressão de Kaia suaviza. “Por que não falou comigo? Você
sabe que tenho dinheiro guardado”. A família de Kaia tem uma
situação boa, mas eu não pediria a uma amiga. Seria mais do que
ela tem guardado, de qualquer jeito. Não tinha como devolver a
quantia de que precisávamos a ela.
Eu balanço a cabeça. “Porque levaria minha vida inteira para
devolver a quantia a você, e não sei se você teria o suficiente”. Eu
suspiro. “De qualquer jeito, a questão é que o homem que comprou
minha virgindade quer que eu fique com ele por alguns meses”.
Ela franze as sobrancelhas. “Então o que é que você está
fazendo aqui?”.
“Ele precisou sair da cidade por algumas semanas. Vem me
pegar segunda-feira”. Sinto enjoo só de pensar em vê-lo de novo.
Kaia sacode a cabeça. “Ele é um tipo nojento?”.
“Não, mas é um homem perigoso”. Passo uma mão pelo cabelo,
pois estou nervosa. “Ele tem provavelmente trinta e poucos anos, se
eu tentasse adivinhar. E é líder de uma organização mafiosa”.
“Cacete, no que é que você foi se meter, Scarlett?”.
Ela não sabe da missa a metade. Se eu estiver grávida, essa
situação vai piorar muito.
Kaia encosta no sofá. “Pelo menos, você finalmente perdeu sua
virgindade. Pensei que isso nunca fosse acontecer. Quanto ele
pagou?”.
“Você não vai acreditar”. Torço os dedos, nervosa. “Dois milhões
e meio de dólares”.
Kaia desencosta do sofá. “Cala a boca. Você recebeu esse
dinheiro?”.
Eu faço que sim. “Sim, tirando a comissão do leiloeiro, que é de
vinte por cento”.
“Puta que o pariu. Que loucura”. Ela estreita os olhos e me
encara. “Mas espero que vocês tenham tomado cuidado”.
Sinto um calor subir para o rosto, quando percebo como fui idiota.
“Não, aliás, estou atrasada oito dias”.
Kaia coloca uma mão no rosto. “Ah, Scarlett. Você está me
contando que pode estar grávida de um mafioso neste exato
momento?”.
Faço que sim. “Possivelmente. Eu estava indo agora mesmo à
farmácia para comprar um teste”.
Kaia se levanta. “Legal. Vou junto. Você precisa de apoio moral
para isso”.
Eu sorrio. “Você não precisa fazer isso. Fui uma tonta por
esconder isso de você”. Sinto a culpa devorar minhas entranhas por
não ter escondido tudo isso só de Kaia.
Ela faz que sim com a cabeça. “Sim, foi mesmo, mas eu entendo
por que você fez isso”. Ela ri. “Se você tivesse me contado antes,
com certeza eu teria impedido você”. Kaia estica a mão para mim, e
eu a seguro. “Bom, vamos descobrir a verdade”.
Assinto em resposta, e saímos do apartamento para ir à farmácia
da esquina. São só cinco minutos caminhando. Meu coração está
batendo tão forte que sinto que vou desmaiar.
Kaia até paga para mim, para não me constranger, já que todo
mundo conhece minha mãe e eu no bairro.
Sinto como se tirasse um peso das costas agora que Kaia sabe.
Ou, pelo menos, um pouco do peso. A única coisa que não disse
para ela é que, desde quando conheci Malachy, desenvolvi
sentimentos por ele.
Sei que Kaia não aprovaria, mas vou chegar a esse ponto,
quando for a hora.
Caminhamos em um silêncio tenso e voltamos ao apartamento,
ambas apreensivas a respeito do resultado do teste que vou fazer.
De maneira alguma estou pronta para ser mãe, e posso dizer com
muita certeza que Malachy também não é o tipo de cara certo para
ser pai. Nós dois somos problemáticos, cada um do seu jeito.
Quando chegamos ao apartamento, Kaia balança a cabeça. “O
que você vai fazer, se der positivo?”.
“Eu ainda não pensei nisso”. Isso, pelo menos, é verdade.
“Ok, vamos acabar logo com isso?”. Kaia cruza os dedos. “Estou
rezando para dar negativo, Scarlett”.
Engulo em seco e faço que sim, tirando o teste de dentro da
sacola. “Já volto”. Entro no banheiro e abro o teste, antes de fazer
xixi em cima do palito. É uma sensação nojenta colocar a tampinha
de volta. Então, olho para a telinha digital e espero para ver o
resultado.
Sessenta segundos nunca demoraram tanto para passar. Quando
vejo a cruzinha aparecer, sinto meu coração parar.
Grávida.
Fico olhando para o teste por tanto tempo que perco a noção do
tempo. E, então, Kaia bate na porta. “Scarlett. Tudo bem?”.
“Na verdade, não”, resmungo.
Ela abre a porta e olha para mim. “Cacete. Deu positivo. Não é?”.
Faço que sim, sentindo o peso de tantas emoções me
esmagarem. Meus olhos se enchem de lágrimas.
Ela se aproxima rapidamente e me puxa para dar um abraço bem
apertado. “Não se preocupe. Vai dar tudo certo. Nós vamos resolver
isso”.
Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, enquanto abraço
minha amiga, grata por sua presença. Saber disso sem tê-la aqui
teria sido muito mais difícil. Tenho três dias até que Malachy venha
me buscar – três dias para resolver isso.
18
MAL ACHY
S . Deixe-o em qualquer
canto e volte para a base.
A S , assim que
entro em casa. Consigo ouvir do corredor, e imediatamente penso
em quem é o idiota que a está fazendo rir. Um acesso de ciúme
ardente e possessivo toma conta de mim.
Vou até a sala de estar. A mesma sala onde transamos ontem à
noite. Quando entro na sala, o sentimento de possessividade
imediatamente se dissipa. Alícia e Scarlett estão sentadas juntas
assistindo a uma comédia. Sinto uma pontada estranha no peito,
vendo as duas mulheres mais importantes da minha vida se dando
bem.
Encosto-me no batente da porta e fico observando-as um
tempinho e, então, limpo a garganta para chamar a atenção delas. “O
que está acontecendo aqui?”.
Scarlett dá um salto ao ouvir minha voz, mas Alícia vira os olhos
para mim. “Estamos vendo um filme. O que mais poderia ser isso?”.
A atenção de Scarlett já não está no filme, mas completamente
em mim.
“Ah, é?”. Eu olho as horas. “Bom, infelizmente, Scarlett vai
precisar perder o fim do filme”.
Alícia sacode a cabeça. “Você não pode bater uma punheta ou
algo do tipo?”.
Estreito o olhar e sinto um surto de raiva com a mera sugestão de
que tudo o que eu quero com Scarlett tem a ver com sexo. “Nós
temos um compromisso esta noite”.
Scarlett ajeita sua postura. “Que tipo de compromisso?”.
Passo uma mão pelo cabelo, hesitante. A questão sobre trazer
Scarlett ou não esta noite está latejando em minha cabeça, desde
que saí do cais. “Uma noite de cassino de grandes apostas”.
Ela franze as sobrancelhas. “Acho que vou precisar encontrar
alguma coisa chique para vestir, então, né?”.
“Sim, venha aqui. Já arranjei algo para você”.
Ela olha para Alícia, que acena com a mão para ela, para dizer
que está tudo certo. “Depois a gente conversa”, minha irmã diz.
Não posso negar que o fato de Scarlett ficar com minha irmã me
deixa nervoso. Alícia tem a boca grande, e depois do que ela contou
sobre meu passado da última vez, eu não me surpreenderia se ela
desse maiores detalhes agora.
Não quero que Scarlett saiba sobre o abuso que sofri no lar de
acolhimento familiar. É uma ferida que não vai sarar e que vive
inflamada por baixo da superfície, alimentando a escuridão que há
dentro de mim.
“Sobre o que vocês andaram conversando?”, pergunto, assim que
nos distanciamos de Alícia.
Scarlett olha para mim e balança a cabeça. “Coisas demais para
mencionar. Passamos o dia todo juntas”.
Eu aperto os dentes. “Eu dei permissão para isso, linda?”.
Ela balança a cabeça. “Não, mas o convite aconteceu, depois que
você saiu. Eu não poderia conversar com você para pedir
autorização”.
Eu paro de caminhar. “Me dê seu celular”.
Ela olha para mim com o olhar questionador, mas me obedece.
Eu abro os contatos e adiciono o número do meu celular. “Agora
você tem meu número, então não existem mais desculpas no futuro”.
Scarlett assente e pega o celular de volta. “Ok, mestre”, ela diz,
obedientemente, colocando o celular de volta no bolso. Ouvi-la me
chamar de mestre faz minha rola ficar dura no mesmo momento, mas
sei que não temos tempo para satisfazer meus desejos agora.
Entrelaço os dedos com os dela e vamos até meu quarto. “Tenho
uma roupa especial para você usar esta noite”. Meu pau está
pulsando só de pensar no vestido azul maravilhoso que escolhi.
Eu abro a porta do quarto e a levo para dentro, fechando a porta
em seguida. A bolsa do vestido foi deixada atrás da porta do
banheiro pela minha governanta, conforme instruído.
“Por que você não dá uma olhada?”, pergunto, acenando para a
sacola.
Scarlett vai lentamente até a bolsa. A hesitação dela é uma graça.
Ela abre o zíper da bolsa e tira um vestido longo azul royal adornado
com lantejoulas prateadas. “É lindo”, ela diz, com a voz cheia de
admiração.
Vou até ela e a envolto, pelas costas, passando os braços pela
sua cintura. “Não tão lindo quanto você”. Pressiono os lábios na pele
de sua nuca e sinto-a estremecer com o contato do meu corpo com o
dela. “Tem isso aqui para colocar também”. Seguro a caixa na frente
dela, mantendo suas costas encostadas em meu peito.
Ela tenta olhar para mim por cima do ombro, mas eu a seguro. “O
que é isso?”, ela pergunta.
“Abra e descubra”.
Por um momento, ela fica parada. Depois de alguns segundos,
ela abre a caixa e encontra um par de brincos de gota de diamante e
um pendente combinando.
Scarlett suspira. “Que lindo”.
Eu sorrio com os lábios colados em sua nuca. “São seus, linda”.
Ela balança a cabeça. “Para usar só hoje à noite, né?”.
Eu a viro para mim. “Não, eles são um presente para você
guardar”.
“São demais”. Os olhos dela se enchem com um sentimento que
só posso descrever como culpa.
O fato de ela recusar meu presente me enfurece. “Bobagem. Se
eu quiser dar um presente para você, eu vou fazer isso e pronto”. Eu
seguro seu quadril de um jeito possessivo, puxando-a na direção do
longo espelho na parede. “Quero que você tire a roupa para mim
para eu poder vestir você”.
Scarlett tira seu suéter e sua calça obedientemente. Ela para e
me olha, forçando-me a dar mais comandos.
“Tira a lingerie também”.
Scarlett abre o sutiã e o deixa cair no chão. Depois, deixa a
calcinha fio dental mínima que está usando.
Meço seu corpo de cima a baixo, lentamente, e paro, assim que
vejo os hematomas em suas coxas. Aperto os dentes para aguentar
a culpa que me inunda no mesmo momento. A visão me lembra
como fui duro com ela ontem à noite e nossa discussão hoje de
manhã.
Coloco a caixa da joia em uma cadeira, volto para pegar a sacola
e tiro o vestido de dentro dela. Durante todo esse tempo, Scarlett fica
me olhando com atenção.
“E o sutiã e a calcinha?”, ela pergunta, olhando para o vestido,
quando volto e fico parado atrás dela.
Eu balanço a cabeça. “Nada de sutiã e calcinha hoje”. Abro o
zíper do vestido e o seguro em frente a ela.
Scarlett coloca o vestido, e eu o puxo lentamente sobre seu corpo
perfeito. Os hematomas estão piores nos glúteos, e isso faz minha
culpa aumentar. Eu os cubro com o tecido azul royal. O vestido cai
no corpo dela como uma luva. Fecho o zíper do vestido, voltando
minha atenção à caixa que coloquei sobre a cadeira ao lado.
Pego-a, volto e fico parado atrás de Scarlett. “Esta noite vai ser
perigosa”. Coloco o colar em seu pescoço e o fecho.
Scarlett fica me observando o tempo todo no espelho e depois
toca o colar gentilmente, olhando-se com admiração. “Perigosa?”, ela
pergunta.
Não acredito no quão maravilhosa ela está. É óbvio que ela não
percebe como é linda. Faço que sim com a cabeça e passo um
brinco para ela colocar. “Sim, nós vamos ao cassino de Milo
Mazzeo”.
A mudança em sua fisionomia é perceptível. Eu percebo a
preocupação gravada em sua feição. “Por quê?”, ela pergunta,
olhando nos meus olhos no espelho.
O plano é insano, mas é a melhor opção que nós temos. “Hoje à
noite nós vamos acabar com isso tudo de uma vez por todas. Meus
homens instalaram explosivos suficientes lá para detonar tudo”.
Passo o outro brinco para ela.
Ela franze as sobrancelhas. “Então, por que raios nós estamos
indo lá?”.
Não consigo segurar uma risada. “Se nós aparecermos lá, nem
eu nem meus homens seremos suspeitos”.
“É claro, vai ser mais provável suspeitarem de vocês, se você
deixar o local antes da explosão, não?”, ela pergunta.
“Nós não vamos embora antes da explosão. Eu sei que parte do
lugar é seguro e não será atingido pela destruição”. Passo uma mão
pela barba. “Nós estaremos lá quando a explosão acontecer, e
teremos sorte em sobreviver”.
Percebo que Scarlett está pálida e coloca uma mão sobre sua
barriga. “Você tem certeza de que é uma boa ideia?”.
É a melhor ideia que nós temos no momento. “Acredite. Nós
vamos sobreviver. Eu prometo, linda”. Eu a viro para mim. “Você não
precisa sentir medo”. Sou dominado pelo meu desejo, quando
pressiono meus lábios contra os dela e a beijo apaixonadamente.
Tento ignorar a dúvida persistente que não sai da minha cabeça.
O plano é insano, mas eu sei que é a melhor maneira de minimizar o
número de vítimas e acabar com isso de uma vez por todas. Milo
acha que sou fraco demais para acabar com ele, mas isso não é
verdade.
Matá-lo a sangue frio faria a tensão aumentar, mas uma explosão
que não pode ser ligada ao clã do McCarthy que destrua a maior
parte de seus homens vai fortalecer nossa posição.
Sabendo que estou colocando meu bem mais precioso em uma
situação perigosa, interrompo o beijo. “É melhor irmos indo, senão
vamos nos atrasar, sussurro contra os lábios de Scarlett”.
É impossível não notar a tensão nos ombros dela. Eu entrelaço
meus dedos com os dela, puxando-a em direção à porta. Sinto a
adrenalina pulsando nas minhas veias ao nos colocar em uma
situação de perigo.
Vou proteger Scarlett, custe o que custar. A questão é: será que
eu estou correndo riscos demais para ganhar essa guerra?
25
S C A R LE T T
O lho para o relógio. “Foi ótimo jogar com vocês, mas preciso
arriscar em outra mesa agora”, digo, dando um tapinha na
mesa, para que o crupiê me tire da rodada. A aparição surpresa de
Mikhail fez com que o plano todo fosse pelo ralo, e eu preciso
informar aos meus homens que está tudo abortado.
O crupiê assente e tira minhas fichas. Ao me afastar da mesa,
Milo tem a pachorra de segurar meu antebraço. “Eu instruí minha
equipe a ficar longe de você. Se você tentar qualquer coisa, eles não
vão hesitar em matá-lo”.
Eu encaro o italiano. “Pois eu gostaria de ver isso”. Puxo meu
braço e deslizo minha mão pelas costas de Scarlett. “Vamos lá, meu
amor, vamos beber alguma coisa”.
Scarlett agarra meu braço ao caminharmos em direção ao bar.
“Isso foi intenso”.
Dou risada. “Acredite em mim. Já estive em situações mais
tensas do que isso com Milo. Isso não foi nada, se você quer saber”.
Scarlett parece irritada. “Você está se referindo à última vez que
vocês dois se encontraram que você não quer me contar?”.
Eu aperto os dentes. Estou puto por ela estar mencionando isso
de novo aqui. “Não quero te contar, porque aquele dia foi violento
para caralho”. Ela me olha de maneira questionadora. “Você não
olharia para mim da mesma forma, se soubesse”.
Ela franze as sobrancelhas. “Como você sabe disso?”.
Eu balanço a cabeça. “Esse não é o momento nem o lugar para
esta conversa”. Eu deslizo a mão das costas dela até o quadril e dou
uma apertadinha. “Eu preciso de um drinque, e está ficando em cima
da hora para abortar o plano, amor. O fato de Mikhail Gurin estar aqui
significa que nós temos um problema gigantesco”.
Parece que a menção da explosão faz a questão voltar à tona.
“Quem é ele?”.
Eu passo a mão pela nuca. “Da máfia russa, e não o tipo de cara
que eu gostaria de matar nesta explosão. Preciso impedir que isso
aconteça, antes que seja tarde demais, senão os russos vão acabar
com a gente”.
Concentro minha atenção no prefeito que está aqui esta noite,
sem dúvida porque Milo está prestes a entrar para o conselho da
cidade. O conselho inteiro vai se desfazer, se der tudo certo hoje. Ele
está parado ao bar com a esposa, conversando com ninguém mais,
ninguém menos que Jameson.
Quando Jameson vê que eu estou me aproximando, ele arregala
os olhos. “Malachy, não esperava vê-lo aqui hoje”.
O prefeito vira para olhar para mim. “Desculpe, acho que não nos
conhecemos”. Ele estreita os olhos ao ver a tatuagem que tenho
visível no pescoço.
Eu balanço a cabeça. “Não, acho que não mesmo”. Eu estendo a
mão para ele. “Malachy McCarthy, empreendedor de sucesso nesta
cidade”.
O prefeito sorri e pega minha mão. “Entendi. Como Milo, é isso?”.
Faço que sim. “Pode-se dizer que sim”.
Jameson olha para mim com um olhar de advertência. “Quer
beber alguma coisa, Malachy?”.
“Uísque irlandês, e ...”, olho para Scarlett, percebendo que não
sei ainda qual é sua bebida favorita. “O que você quer, meu amor?”.
“Quero água, por favor”.
Eu acho estranho o fato de ela pedir água em um momento de
tanta pressão. “Deixa de ser boba, Scarlett. Você pode beber algo
alcoólico”.
As bochechas de Scarlett ficam vermelhas. “Estou com sede e só
quero água, por favor”.
Jameson assente e se volta ao barman. “Uma água e um uísque
irlandês, por favor”.
Esta não é a primeira vez que ela recusou álcool ultimamente, e é
nesse momento que minha ficha cai.
Será que ela está grávida?
Nós estamos transando faz mais de um mês, mas não transamos
nas últimas duas semanas. Esta garota me deixou tão louco que não
me certifiquei se ela tomava pílula, quando transamos. Eu fiz todas
as virgens tomarem pílula para não ter surpresas indesejadas.
Jameson nos passa nossos drinques. “Obrigado. Licença um
minuto”. Puxo Scarlett de lado e a levo para um corredor silencioso,
longe de todo mundo.
“O que está acontecendo? É aqui que precisamos ficar agora?”,
Scarlett olha para mim, pálida ao notar a raiva em meu semblante.
“Não me diga que você está grávida. E você não me disse nada”.
Mais pálida ainda, ela dá um passo para trás. “O quê?”.
Eu balanço a cabeça. Odeio a maneira como ela tenta me fazer
de idiota. “Me diga por que você não está bebendo álcool”.
Ela fica olhando meus olhos por longos instantes, até que expira
de maneira trêmula. “Sim, eu estou grávida”. Ela dá um passo para
trás, distanciando-se mais ainda de mim. “Fiz um teste, quando
estávamos separados”.
A notícia parece me tirar o ar. Grávida. Eu não sou apto para ser
pai. “Por que você não me contou, quando busquei você hoje?”.
Ela olha para baixo e não olha para mim. “Eu não sabia como
contar para você, ou como você iria reagir”.
Eu levanto seu queixo e a obrigo a olhar nos meus olhos. “Você
deveria ter me contado antes de vir”. Eu balanço a cabeça. “Você
está grávida de mim, amor. Você não acha que eu tinha o direito de
saber?”.
Ela faz que sim com a cabeça. “Sim, eu tenho medo de ...”.
“Medo de eu forçá-la a tirar o bebê?”, pergunto.
Scarlett não compreende a profundidade dos meus sentimentos
por ela, achando que eu a faria abortar nosso filho.
Ela encolhe os ombros. “Talvez”.
A raiva que eu sinto por ela achar que eu pediria para ela se livrar
de nosso filho é incontrolável. Dou um soco na parede, fazendo
meus dedos sangrarem. “Você está maluca, Scarlett. Por que raios
eu pediria algo assim a você?”.
Ela estuda meus olhos, como se procurando a resposta de uma
pergunta não dita.
“Você não sabe o quanto eu gosto de você?”, pergunto,
estudando os olhos dela agora.
É como se nós dois tivéssemos medo de dar o passo crucial e
dizer para o outro a verdade. A verdade que eu já sei há muito
tempo. Que Scarlett é a mulher da minha vida. Amor da minha vida e
alma gêmea, mesmo que eu acreditasse que eu não merecia
encontrar nenhuma das duas coisas. Ela pode curar feridas que
achei que jamais curariam dentro de mim – porra, ela já começou a
curá-las.
“Eu esperava, mas eu nunca ...”, ela pausa, incerta sobre como
se expressar.
Um homem passa pelo corredor e desfaz a tensão que há entre
nós. Percebo que este não é o momento para ter uma conversa tão
íntima e importante.
“Chefe, recebemos sua mensagem. O que está acontecendo?”,
Niall fala pelo fone de ouvido.
Pressiono um dedo sobre o ouvido e seguro o receptor. “Mikhail
Gurin está aqui. Simples assim”.
“Porra”, Niall diz em resposta. “Faz sentido abortar no momento”.
Ficamos em silêncio por alguns instantes. “E os explosivos?”.
Percebo como é perigoso deixá-los onde estão e serem
descobertos mais tarde pelos homens de Milo. “Deixa comigo”.
“Senhor, tome cuidado e saia daí assim que puder”.
Não digo mais nada. “O que está acontecendo?”, Scarlett
pergunta.
“Como Mikhail está aqui, precisamos abortar o plano”.
Ela fica surpresa. “Ele também é seu inimigo. Por que você não o
deixa explodir também?”.
Solto um suspiro profundo. “Gostaria muito, linda. Mikhail Gurin é
um homem poderoso que tem amigos inacreditavelmente poderosos
por todo o país”. Eu passo a mão pela nuca. “Incluindo Andrei Petrov,
o pakhan da Bratva da Cidade de Nova York”. Eu balanço a cabeça.
“Os russos são espertos e formam alianças entre as cidades. Se
Gurin morrer, Petrov estaria aqui em um segundo. Não podemos
arriscar o burburinho”.
Scarlett parece um pouco confusa, quando pego sua mão e a
conduzo a uma mesa no bar. “Não tenho tempo agora para ensinar a
você como funciona a política desse mundo. Tudo o que quero é que
você fique aqui enquanto eu gerencio um pouco o controle dos
danos. Você consegue fazer isso para mim?”.
“Sim, mestre”, ela diz, baixinho, deixando-me excitado no
momento mais inconveniente do mundo. É muito louco como esta
mulher tem poder sobre mim.
Pressiono meus lábios sobre os dela em um beijinho rápido. “Boa
garota. Vou o mais rápido que eu puder. Não saia daqui”.
Viro e passo pelo corredor em direção à parte interna do edifício.
Nós tínhamos instalado os explosivos na parte inferior esquerda,
bem abaixo da área dos jogos. Scarlett está no bar, que é a parte
mais segura do prédio, caso haja uma explosão.
O corredor está deserto, o que é um bom sinal. Vai ser um feito
mais difícil tentar entrar no porão sem ser visto. Meu coração
dispara, quando escuto passos vindos da direção contrária da minha.
Caralho.
Se eu tiver que lutar contra algum babaca de um italiano, que
seja. Três homens viram no corredor e fixam sua atenção em mim,
como se esperassem me ver aqui. “McCarthy, não é?”, um deles
pergunta.
Eu franzo as sobrancelhas. “O que é, cara?”.
Ele balança a cabeça. “Se você queria pegar seus explosivos,
eles já foram retirados há muito tempo”.
Sinto um frio imediato na barriga. “Não sei do que você está
falando”.
Um dos homens sorri com malícia. “Você sabe bem do que
estamos falando. Encontramos eles durante o dia ainda”.
Minha cabeça se volta a Scarlett. Eu estou aqui com eles, e eles
não vão hesitar em raptá-la ou machucá-la enquanto estou
incapacitado. “Não sei do que vocês estão falando, mas estou indo
embora”. Corro de volta em direção ao caminho que fiz e dou de cara
com uma parede de puro músculo.
“Calma, belezinha”. É o segurança que me deixou entrar no
cassino. Desde o início isso foi uma armadilha. Eles já sabiam o que
eu pretendia fazer desde o começo.
Dou um soco forte no rosto do cara e quebro seu nariz. Se eles
acham que eles vão acabar comigo sem resistência real, eles estão
muito enganados.
O cara resmunga, quando o empurro, esquivo-me e consigo
correr de volta para o cassino principal. Durante todo esse tempo, a
única coisa sobre a qual consigo pensar é em Scarlett e no perigo
que ela está correndo.
Entro correndo no cassino principal e bato a porta atrás de mim.
Uma vassoura deixada ali é a ferramenta perfeita para enfiar na
maçaneta da porta para impossibilitar que a abram e, assim,
despistá-los. Respiro fundo, de maneira tranquila, e caminho
calmamente pelo cassino em direção ao bar, apesar do pânico que
sinto por dentro para correr até Scarlett.
Quando chego à mesa, não há sinal dela. Neste momento, sinto o
pânico me paralisar.
Milo está segurando a mulher da minha vida. Eu sei que a única
esperança agora é encontrá-la e salvá-la, antes que seja tarde
demais. Depois da maneira como eu tratei a esposa dele, Milo não
vai hesitar em maltratar Scarlett de maneira cruel. Ele vai matá-la, se
tiver a chance.
Eu dou uma olhada geral no cassino, procurando qualquer sinal
de minha donzela de cabelos ruivos. Eu não fico assustado assim,
desde quando era criança no acolhimento familiar. Scarlett
representa o mundo para mim, e eu não posso perdê-la.
27
S C A R LE T T
SCARLETT
O U M S , o segundo livro da
minha série de Mafiosos de Boston. Espero que você tenha se
divertido com a história de Malachy e Scarlett.
O próximo livro da série acompanha o chefe mafioso siciliano
Fábio Alteri e a história de Gia na terceira obra da série, Um Mestre
Feroz. Esta obra estará disponível no Kindle Unlimited, ou poderá ser
adquirida na Amazon.
Um Mestre Feroz: um romance mafioso sombrio e proibido.
Eu ignorei os avisos de Aida, e agora fui ludibriado em uma
armadilha humana impiedosa.
Quando fui conversar com Fábio Alteri, nunca esperei que a visita
pudesse se tornar algo proibido. Aida me disse que eu não deveria ir,
mas depois de um acesso de raiva causado pelo álcool, visitei o
mafioso perigoso. Furiosa pelo fato de que este homem tirou minha
amiga de mim do jeito que fez – sua própria filha.
Foi aí que nossos olhares se encontraram, e eu senti como se ele
estivesse incendiando minha alma. Eu não deveria desejar um chefe
mafioso siciliano.
Ele é perigoso.
Ele é proibido.
Ele não tem alma.
E, ainda assim, estou inexplicavelmente atraída por ele. Ele é
muito problemático, e eu sempre tendi a querer consertar as pessoas
que têm algum problema. A questão é, será que vou conseguir
consertá-lo, ou é ele que vai me danificar?
Um Mestre Feroz é o terceiro livro da Série dos Mafiosos de
Boston, de Bianca Cole. Este livro conta uma história segura,
sem suspenses e tem final feliz. Esta história traz temas
sombrios, cenas fortes, violência e conteúdos que podem
ofender o leitor, além de palavrões. Ela mostra um chefe mafioso
italiano excessivo, pervertido e possessivo.
TA M B É M P O R
Eu adoro escrever histórias sobre garotos rebeldes excessivos que têm um coração, apesar
de tudo, heroínas fortes, e finais felizes cheios de amor e paixão. As minhas histórias têm
reviravoltas e movimentos que vão fazer você querer ler uma página atrás da outra, a ponto
de fazer o seu kindle pegar fogo.
Desde que me conheço por gente, sempre tive uma queda por boas histórias de
romance. Sempre amei ler. De repente, eu pensei: por que não combinar o meu amor pelas
duas coisas, livros e romance?
O meu amor pela escrita cresceu nos últimos quatro anos, e agora eu publico
exclusivamente através da Amazon, tramando histórias obscenas sobre rebeldes mafiosos e
as mulheres que se apaixonam por eles.
Se você gostou deste livro, por favor, siga-me na Amazon, no Bookbub ou em qualquer
outra plataforma de mídia social, para receber notificações, quando os livros forem lançados.